Gestão Hospitalar N.º 19 2006
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uma boa nova,<br />
Aliámos a experiência e solidez de um grupo internacional,<br />
líder na sua área, ao maior e mais moderno complexo industrial<br />
farmacêutico português.<br />
Escolhemos Portugal para ser o centro mundial de desenvolvimento<br />
e produção de medicamentos injectáveis da Fresenius Kabi.<br />
Apostámos na qualidade, competência e formação dos nossos<br />
profissionais.<br />
Acreditámos no seu apoio.<br />
Em Portugal, com portugueses, para o mundo.<br />
~ Fresenius<br />
LABESFAL<br />
Kabi<br />
04 Editorial<br />
12 Entrevista<br />
20 Ciência<br />
22 Encontros<br />
31 Internacional<br />
O presidente da Associação Portuguesa dos<br />
Administradores <strong>Hospitalar</strong>es (APAH), a propósito do<br />
21<strong>º</strong> Congresso Europeu dos Hospitais, que vai<br />
acontecer em Dublin, no final de Agosto, analisa a<br />
realidade global. Afinal qual o caminho a seguir e<br />
quais as mudanças a fazer no que diz respeito aos<br />
hospitais e à política de saúde. Há cenários<br />
semelhantes, mas as opções não são idênticas,<br />
apesar de não serem tão diferentes quanto se<br />
possa pensar. Obrigatório ler.<br />
Daniel Serrão é o entrevistado desde número da<br />
GH. Uma entrevista coerente, directa e frontal.<br />
Para Daniel Serrão, a mudança que todos desejam<br />
passa por três vertentes: alteração no modelo do<br />
financiamento, informatização do hospital e pacto<br />
de regime no sector. Sem estas mudanças, deixa<br />
perceber o professor universitário, pouco ou nada<br />
vai melhorar para o cidadão e para os<br />
profissionais de saúde.<br />
Uma cientista do Instituto Ricardo Jorge decidiu<br />
levar a cabo a primeira investigação nacional sobre<br />
hipercolesterolemia familiar. A prova de que, por<br />
cá, também se conseguem realizações importantes<br />
se houver apoios e vontades. Pena que não<br />
existam mais, dos dois.<br />
A segunda edição da Conferência Nacional de<br />
Farmacoeconomia (CNF) vai acontecer a 29 de<br />
Setembro. Muitos para discutir sobre<br />
Medicamentos, ainda por cima quando a temática<br />
base se centra na partilha dos riscos e na<br />
necessidade de partilhar também decisões.<br />
As principais personalidades nacionais do sector<br />
já confirmaram a sua presença.<br />
O desperdício hospitalar está a preocupar os<br />
portugueses. Mas não só! No Reino Unido, a<br />
situação tem estado na ordem do dia, no que se<br />
refere à política para o sector. Recentemente o<br />
ministro da saúde britânico, Sir Liam Donaldson,<br />
afirmou que as diferenças de práti cas médicas de<br />
região para região custavam m fjto ao erário .<br />
público e que, tais divergência se devem mais às<br />
preferências e hábitos de m é dic~ h osp-itai~llo<br />
que às necessidades dos pacientes.<br />
Caring for Life<br />
· - 1<br />
'\<br />
- - - - ~ - . -<br />
- ~ -<br />
- ~<br />
~
1<br />
A Saúde na Europa<br />
Manuel Delgado<br />
Presidente da APAH<br />
"Não há,<br />
no espaço<br />
europeu,<br />
uma política<br />
comum para<br />
a Saúde"<br />
1<br />
Nos finais do mês de Agosto, terá lugar em<br />
Dublin o 21 ° Congresso da Associação Europeia<br />
de Gestores <strong>Hospitalar</strong>es. É uma oportunidade<br />
rara para se debaterem, entre gestores de diferentes<br />
países europeus, os principais temas que hoje dominam<br />
a agenda política dos hospitais europeus: a<br />
organização, a qualidade, a segurança do Doente e as<br />
melhores práticas, a integração de cuidados, a liderança<br />
e os novos modelos de gestão.<br />
O Congresso terminará com uma análise das tendências<br />
previsíveis nos Sistemas de Saúde Europeus.<br />
É exactamente sobre esta questão que gostaria de<br />
partilhar algumas reflexões com os leitores da G.H.<br />
Não há, no espaço europeu, uma política comum<br />
para a Saúde, nem políticas comuns para alguns<br />
sectores específicos da Saúde (a Saúde Pública ou<br />
os cuidados primários, os hospitais ou os medicamentos,<br />
os modelos de financiamento ou a remuneração<br />
dos profissionais) .<br />
A Europa permanece dividida entre dois "blocos",<br />
relativamente homogéneos, quanto à base do<br />
financiámenro e da propriedade dos meios de produção<br />
dos respectivos Sistemas de Saúde: a matriz<br />
beveridgiana de um lado, assente no financiamento<br />
por impostos, com gestão pública, prestação pública<br />
e uso universal e equitativo, em que alinham, no<br />
essencial, os países nórdicos e do sul da Europa e o<br />
Reino Unido e a Irlanda; a matriz bismarckiana do<br />
outro lado, em que o Centro da Europa (Alemanha,<br />
Áustria, Holanda e Bélgica) pontifica, baseada<br />
numa histórica e consolidada separação entre compradores<br />
e prestadores de cuidados de saúde, originada<br />
pela instituição de caixas seguradoras de natureza<br />
profissional e pela liberalização das entidades<br />
prestadoras (com fins lucrativos ou, maioritariamente,<br />
sem fins lucrativos).<br />
O modelo francês, baseado nos descontos para a<br />
Segurança Social, com uma forte e praticamente<br />
exclusiva rede de hospitais do Estado e uma componente<br />
ambulatória assente no consultório privado,<br />
aproxima-se bem mais do modelo beveridge<br />
nos mecanismos gerais de financiamento e de<br />
prestação e nos direitos de acesso dos doentes,<br />
ainda que neste particular, com muito mais possibilidades<br />
de escolha.<br />
As democracias emergenres do leste europeu, com<br />
uma herança estatal pesada em termos de instalações,<br />
equipamentos e profiss10nais, têm invariavelmente<br />
optado por modelos mais próximos da<br />
matriz bismarckiana, isto é, assente em "caixas<br />
seguradoras" de inclusão obrigatória e, que quando<br />
plurais apresentam uma base geográfica.<br />
2. Apesar das diferenças, estes modelos apresentam<br />
alguns traços, na sua evolução, que são comuns:<br />
crescimento constante das despesas de saúde,<br />
adopção de medidas restritivas ou de proibição no<br />
uso de certo tipo de prestações (que vão paulatinamente<br />
passando para a responsabilidade dos doentes),<br />
utilização de protocolos clínicos cada vez mais<br />
imperativos, criação de agencias de avaliação das<br />
tecnologias e de supervisão da Qualidade.<br />
3. E, esgotado o arsenal de medidas de racionalização,<br />
o aumento de impostos ou dos prémios das<br />
Seguradoras ou das Caixas, como sucedeu no<br />
modelo Inglês do SNS ou, mais recentemente, no<br />
modelo alemão.<br />
4. Outro fenómeno comum que importa registar<br />
tem a ver com o incremento de regras de contratualização.<br />
Todavia, aqui, com intensidades diferentes:<br />
mais a sério nos modelos bismarckianos,<br />
com menor autenticidade nos modelos beveridgianos,<br />
como, aliás, bem se compreende.<br />
5. No caso português avizinham-se novidades do<br />
lado do financiamento. Não, concerteza, propostas<br />
radicais que o privatizem ou que imponham<br />
uma subida generalizada dos impostos. Mas que,<br />
provavelmente, irão afectar o carácter ilimitado<br />
das prestações e, eventualmente, a margem contributiva<br />
dos doentes. É um trabalho difícil face a<br />
um país que tem, no contributo dos doentes, já<br />
hoje, uma das fatias mais elevadas da Europa, no<br />
contexto do total das despesas de Saúde. E em<br />
que, por ouuo lado, a definição de prioridades<br />
não faz parte, historicamente, da agenda política<br />
dos governos e dos partidos políticos.<br />
Estamos numa época em que se valorizam "políticas<br />
fracturantes", como se diz. Será a Saúde um<br />
terreno de eleição? rm<br />
MSD Dedicamos<br />
a nossa vida<br />
a melhorar a sua<br />
Merck Sharp & Dohme<br />
Qta. da Fonte Edif. Vasco da Gama, <strong>19</strong><br />
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medicina e muito mais
Pesquisa<br />
Escovar os dentes ajuda o coração<br />
Doação de órgãos<br />
U.E. lança consulta pública<br />
Escovar bem os dentes pode ajudar o<br />
coração. Esta é a conclusão de uma pesquisa<br />
publicada pelo "Journal of Periodontology",<br />
citada pelo Times. A presença de<br />
uma bactéria específica nos tecidos que<br />
rodeiam os dentes pode ser a explicação<br />
para a relação entre as doenças periondontais<br />
e a síndroma coronário aguda.<br />
Comparando 161 indivíduos a quem foi<br />
diagnosticada aquela condição com um<br />
grupo de controlo com doenças cardiovasculares,<br />
os investigadores descobriram que a<br />
quantidade de bactérias orais era duas vezes<br />
superior no primeiro grupo, combinando as<br />
bactérias screptococci spp, P. gingivalis, T.<br />
forsythia e T. denticola. Estas descobertas<br />
AComissão Europeia lançou uma<br />
consulta pública sobre qual deverá ser<br />
a futura política da União relativamente à<br />
doação de órgãos e transplantes. O objectivo<br />
desta consulta, que terminará a 15 de<br />
Setembro, é identificar a maioria dos problemas<br />
encontrados nesta área, permitir as<br />
sugestões para iniciativas europeias que<br />
possam resolvê-los e determinar até que<br />
ponto essas medidas devem ser tomadas a<br />
nível comunitário.<br />
Instituições europeias, governos, profissionais<br />
de saúde, a sociedade civil, incluindo<br />
as organizações de doentes e a comunidade<br />
científica foram convidados a comunicar as<br />
suas ideias nesta consulta.<br />
Devido à escassez de órgãos, os cirurgiões<br />
de transplantes são extremamente seleccivos<br />
quanto aos doentes que incluem nas<br />
listas de espera. Além disso, faz notar a<br />
Comissão Europeia, existem importantes<br />
diferenças nas taxas de doação de órgãos<br />
entre os Estados-membros. Dados de 2004<br />
referem que, em Espanha, existem 34.6<br />
doadores por milhão de habitantes (ppm),<br />
enquanto no Reino Unido essa taxa é de<br />
13,8 ppm, na Grécia de 6 ppm e na Roménia<br />
de apenas 0,5 ppm.<br />
De acordo ainda com as autoridades comunitárias,<br />
existem diferentes razões às quais<br />
atribuir tais diferenças. A principal prende<br />
-se com o facto de mais de 90% dos<br />
dadores de órgãos serem pacientes que faleceram<br />
nos hospitais após morte cerebral.<br />
Menos de 3% das mortes que ocorrem nas<br />
unidades hospitalares foram resultado de<br />
morte cerebral prévia a paragem cardíaca,<br />
sendo por isso o número de potenciais<br />
dadores muito baixo.<br />
O recurso a dadores vivos, refere a União,<br />
além de colocar um d ilema ético de difícil<br />
resolução, também cem uma grande variação<br />
nos Estados-membros. Em Espanha<br />
estes dadores são responsáveis por apenas<br />
5% dos transplantes, enquanto outros<br />
países na Europa do Norte e Estados Unidos<br />
essa percentagem se situa entre os 20 e<br />
os 50%. lilD<br />
sugerem que esta combinação de bactérias é<br />
partilhada em situações de periondontite e<br />
síndroma coronário aguda. rm<br />
INE<br />
Saúde custa 9,5% do PIB<br />
Adespesa total na área da saúde em<br />
2004 representou 9,5% do produto<br />
interno bruto (PIB), que se traduziu em<br />
gastos de quase 14 mil milhões de euros.<br />
Os dados são do Instituto Nacional de<br />
Estatística (INE) e referem-se à conta satélite<br />
da saúde respeitante aos anos de 2003 e<br />
2004, citado pela TVI.<br />
Comparando com 2003, as despesas cotais<br />
aumentam 6,5% por capita, a despesa cocai<br />
cresceu quase 6% em média. No ano de 2004,<br />
cada pessoa custou, em cuidados de saúde,<br />
quase 1.300 euros, desces 950 correspondem à<br />
despesa pública e 350 à despesa privada.<br />
As estatísticas mostram ainda que o peso do<br />
Serviço Nacional de Saúde no total da despesa<br />
foi de 80% enquanto as famílias<br />
suportaram 20% dos custos totais. 11111<br />
Correccão<br />
1 Por lap so~ no artigo intitulado "Governo cria fundo para pagar às farmácias'', publicado na edição 18 n.0 da <strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong>, o parágrafo<br />
inicial não corresponde ao texto publicado. Pelo facto, pedimos desculpas a todos os nossos lei tores.
Relatório<br />
Aumenta o consumo<br />
de medicamentos para SIDA<br />
O<br />
s medicamentos para o tratamento<br />
do cancro, SIDA e<br />
transplantes são aqueles cujo<br />
consumo hospitalar cresceu nos pnme1ros<br />
cinco meses do ano. Esta é a principal<br />
conclusão de um relatório do Ministério da<br />
Saúde, divulgado na pen última semana de<br />
Julho, que incidiu sobre 11 hospitais e refe<br />
1<br />
e cancro<br />
do Porto (15,3%).<br />
O consumo de medicamentos destinados a<br />
transplantes foi o que mais cresceu nos primeiros<br />
cinco meses do ano tendo subido<br />
22%, que foram consequência do tratamento<br />
de 2.585 doentes nos primeiros<br />
cinco meses deste ano, quase o mesmo<br />
número do rotai do ano 2005. Foram gas<br />
Avaliação<br />
Governo quer rever lista de<br />
medicamentos de venda livre<br />
O<br />
Governo incumbiu o INFAR parar com a lista em vigor em Portugal.<br />
MED de rever a lista dos medicamentos<br />
não sujeitos a receita to de portaria para permitir a venda livre<br />
O Instituto deverá ainda elaborar um projec<br />
fora<br />
médica (MNSRM). O despacho do ministro<br />
da Saúde, Correia de Campos, é do início de<br />
Julho e evoca, na sequência de uma primeira<br />
avaliação da entrada em vigor da permissão de<br />
venda fora das farmácias daqueles medicamentos,<br />
os bons resultados obtidos.<br />
Com centena e meia de locais de venda<br />
espalhados pelo País, uma baixa de preços<br />
observada e total ausência de problemas de<br />
das farmácias de MNSRM comparticipados,<br />
embora sem direito a comparticipação nestes<br />
locais.<br />
O organismo tutelado por Vasco Maria deverá<br />
apresentar propostas para ampliar a lista existente<br />
de novas indicações para auto-medicação<br />
e fazer a "avaliação prioritária" de medicamentos<br />
que estando fora dos MNSRM<br />
contenham substâncias e acrivas para indica<br />
re que a maioria das unidades está a conseguir<br />
controlar o aumento dos gastos.<br />
O estudo, realizado em conjunto com o<br />
INFARMED, analisou um grupo de oito<br />
tratamentos com maior peso na despesa -<br />
medicamentos para o cancro, infecção .pelo<br />
VIH, transplantes, doenças de Glaucher e<br />
de Fabry, factores de imunoglobulina, de<br />
coagulação e estimulantes de hematopoiese<br />
- em 11 unidades, que consomem 57% do<br />
total de remédios. Estes produtos custaram,<br />
no ano passado, 476 milhões, tendo sido<br />
tratados 39.553 doenres.<br />
O Hospital de Santa Maria, Lisboa, foi o<br />
que mais gastou com estes tratamentos -<br />
81,5 milhões em 2005; seguindo-se o Hospital<br />
de S. João, no Porto (73,8 milhões) e<br />
os Hospitais da Universidade de Coimbra<br />
(56,7 milhões). Este último faz parte do<br />
grupo das unidades que, já em <strong>2006</strong>, conseguiu<br />
reduzir a sua despesa com medicamentos<br />
- 0,2%. Quem também reduziu a sua<br />
despesa este ano foram o Curry Cabral,<br />
(5,6%) e o Garcia de Orta (1 ,7%)<br />
No entanto, o relatório do Ministério da<br />
Saúde aponta quatro casos em que o crescimento<br />
da despesa mensal com medicamentos<br />
ultrapassou, em média, a meta dos 4% a<br />
que a tutela os obrigava. Foram eles o Hospirai<br />
de Santo António no Porto (5,2%), o<br />
Centro <strong>Hospitalar</strong> de Li sboa Ocidental<br />
(8,1%), o IPO de Lisboa (15,2%) e o IPO<br />
tos por mês, em média, cerca de dois<br />
milhões de euros.<br />
Contudo, foram os medicamentos para o<br />
cancro que mais peso tiveram no aumento da<br />
despesa, uma vez que eles representam 42%<br />
do total dos gastos em medicamentos no<br />
grupo dos oito tratamentos estudados. Nos<br />
primeiros cinco meses deste ano o consumo<br />
mensal de antineoplásicos e imunomoduladores<br />
aumentou 8,4%, representando mais<br />
de 11 milhões de euros de custos.<br />
No caso da infecção pelo VIH, o consumo<br />
cresceu 6,2%, o que representa um gasto<br />
mensal médio de 6,3 milhões de euros.<br />
Estes. medicamentos de combate à SIDA já<br />
têm um peso de 24,2% no peso total da<br />
despesa com medicamentos este ano.<br />
O relatório ministerial aponta ainda quais<br />
foram as substâncias activas que mais cresceram<br />
e quais as empresas que detêm as respectivas<br />
autorizações de introdução no<br />
mercado. Os três primeiros lugares da lista<br />
são ocupados por entricitabina + tenofovir<br />
( Gilead Sciences International), lamivudina<br />
+ zidovudina (Glaxo Group) e factor VIU<br />
da Coagulação humana (Baxter). rm<br />
segurança para o consumidor, "torna-se<br />
necessário consolidar e ampliar estes para<br />
garantir melhor serviço público ao consumidor".<br />
Ampliação e consolidação que, de<br />
acordo com o Executivo, só pode ser feita<br />
através do número de substâncias com o<br />
estatuto MNSRM.<br />
Com este objectivo, o INFARMED fica assim<br />
incumbido de, num prazo de dois meses, proceder<br />
à identificação de todas as substâncias<br />
incluídas naquele conceito no Reino Unido,<br />
Finlândia, Holanda e Alemanha para as com-<br />
ções passíveis de auto-medicação. E, ainda,<br />
fazer entrar imediatamente na lista de<br />
MNSRM medicamentos que nela ainda não<br />
constam mas que contenham substâncias activas<br />
em dosagens e formas farmacêuticas já<br />
classificadas como tal.<br />
O ministro da Saúde, Correia de Campos,<br />
pediu também ao INFARMED que lhe indicasse,<br />
até ao final do mês de Julho, a constituição<br />
de uma nova Comissão de Avaliação de<br />
Medicamentos. Recorde-se que esta comissão<br />
foi criada em 2004. m1
A Pfizer dedica toda a sua pesq~i~a à saúde.<br />
. ainda não nasceram ate as pessoas<br />
Dos que S b os que cada<br />
d · dade mais avançada. a em<br />
.;a~e pode ter problemas específic?sdmas que<br />
' . d é comum o dese10 e uma<br />
ª .tdodlaosngaas i~=u~:vel e plena. Por isso, esta~os<br />
v1 a · . - b. ·dica<br />
vanguarda da invest1gaçao iom~ '<br />
n~evenindo e tratando cada vez mais doenças.<br />
~uitos sucessos fora~ já alcançado~~~=ção<br />
muitos outros necessita::: ~~~:~am parte do<br />
e esfo~ço~ ~~~ :~~=so fut~ro. Este é o nosso<br />
~~~;ro<strong>º</strong>misso consigo; juntos faremos o futuro.<br />
EUROSTAT<br />
Doenças cardiovasculares matam mais<br />
D<br />
e acordo com um escudo do EURO<br />
STAT, o gabinete de estatísticas da<br />
Comissão Europeia, as doenças cardiovasculares<br />
e o cancro são responsáveis por dois terços<br />
dos óbitos na Europa a 25.<br />
As doenças cardiovasculares estão no topo da<br />
lista, sendo responsáveis por 4 1 o/o das mortes<br />
e por 52% dos óbitos registados acima dos 85<br />
anos. O cancro, por seu turno, é a maior<br />
causa de morte entre as pessoas de meia-idade<br />
(41 o/o dos óbitos entre os 45 e os 64 anos).<br />
O estudo verificou ainda que as cardiopatias<br />
isquémicas (incluindo as crises cardíacas) são<br />
as patologias mais mortais na Lituânia, Letónia,<br />
Estónia, República Checa e Eslováquia,<br />
enquanto que Portugal se situa no grupo dos<br />
Estados-membros onde as taxas de mortalidade<br />
desta doença são mais baixas. Grupo<br />
onde se situam também a Espanha, a França<br />
e a Itália. m<br />
EPE's<br />
Governo mede satisfação do utentes<br />
O<br />
Instituto de <strong>Gestão</strong> Informática e<br />
Financeira da Saúde (IGJF) e os<br />
Hospitais EPE elaboraram um Estudo de<br />
Avaliação da Qualidade Apercebida e Satisfação<br />
do Utentes nos Hospitais Empresas<br />
em 2005.<br />
O estudo, que tem como um dos seus<br />
objectivos comumcar uma nova atitude<br />
organizacional destas unidades hospitalares<br />
focada nos utentes, permitiu verificar que os<br />
doentes vêem muito favoravelmente os<br />
médicos, tanto nas consultas externas, como<br />
nas urgências ou internamentos.<br />
Os utentes valorizam, nomeadamente, a<br />
atenção e a disponibilidade dos clínicos e a<br />
forma como explicam aos doentes qual a sua<br />
situação e quais os tratamentos a seguir.<br />
Já nos internamentos, os utentes queixam-se<br />
mais da alimentação, enquanto nas consultas<br />
externas e urgências cnucam os tempos<br />
de espera. Os inquiridos apontaram ainda o<br />
dedo à possibilidade de fazer reclamações<br />
em qualquer daquelas valências, que consideram<br />
pouco satisfatória. lBll<br />
Receitas médicas<br />
Inspecção a hábitos de prescrição<br />
Alnspecção-Geral de Saúde (IGS) está a tos prescrevem por centro de saúde é para<br />
investigar os hábitos de prescrição dos Pedro Nunes "um disparate" porque "esses<br />
108 médicos de centros de saúde que mais são os seus médicos que mais trabalham,<br />
receitam medicamentos a nível nacional. E que mais doentes vêem e que mais medicamentos<br />
prescrevem".<br />
vai cruzar os dados com o registo de participações<br />
dos clínicos em congressos promovidos<br />
pela indústria farmacêutica.<br />
mente os gestores dos serviços que autorizam<br />
A investigação vai ainda analisar particular<br />
De acordo com o jornal "Público" a IGS as saídas dos médicos para as acções durante<br />
pretende averiguar situações de favorecimentos<br />
e prescrições injustificadas. O Bascam<br />
regalias como subsídio de refeição.<br />
o tempo de serviço, sem que com isso pertonário<br />
da Ordem dos Médicos, Pedro A IGS quer também saber se os médicos<br />
Nunes, já reagiu e considerou um que investigar<br />
os seis médicos que mais medicamentria<br />
nas suas férias, contornando assim<br />
vão aos congressos promovidos pela indús<br />
as<br />
regras, ao que o Bastonário responde que<br />
os clínicos que "em vez de irem para a<br />
praia foram aprender deviam receber uma<br />
medalha''. lBll
Daniel Serrão à GH<br />
O SNS está totalmente! descapitalizado<br />
Daniel Serrão faz uma<br />
análise muita crítica do<br />
actual estado da Saúde, que<br />
considera necessitar de<br />
profundas mudanças<br />
estruturais. Mudanças que,<br />
aliás, já propôs ao Governo<br />
de há oito anos atrás: uma<br />
informatização global dos<br />
serviços de saúde, a mudança<br />
do regime de financiamento<br />
através da criação de um<br />
seguro público obrigatório e<br />
um pacto de regi me para o<br />
sector entre todas as forças<br />
políticas. Polémico,<br />
recomenda ao ministro<br />
Correia de Campos que<br />
explique ao País que planos<br />
tem para o sector e defende<br />
que os administradores<br />
devem encarar a gestão dos<br />
hospitais como se estes<br />
fossem supermercados.<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> - Em <strong>19</strong>98, coordenou<br />
o Conselho de Reflexão sobre o Estado<br />
da Saúde. As recomendações foram<br />
entregues à então ministra Maria de<br />
Belém. Desse conjunto de recomendações<br />
o que tem sido aproveitado pelos<br />
sucessivos governos?<br />
Daniel Serrão - Eu diria que poucas foram<br />
aproveitadas e, do meu ponto de vista, foram<br />
aproveitadas da pior maneira, porque se começou<br />
pelo fim. As recomendações do Conselho<br />
eram estruturais e uma estrutura para se modificar<br />
começa-se pelos alicerces, não se pode<br />
começar pelo telhado que não adianta nada.<br />
M uitas das medidas que os governos têm<br />
tomado são puramente conjunturais para<br />
resolver problemas pontuais. Algumas delas<br />
estão lá propostas, no relatório, mas como<br />
consequência de alterações estruturais e não<br />
manter a estrutura do Serviço Nacional de<br />
Saúde (SNS) tal como ele é desde a sua fundação<br />
e depois tentar pôr-lhe um remendo<br />
aqui e outro acolá. Como as bases continuam<br />
as mesmas, dificilmente esses remendos se vão<br />
aguentar.<br />
Por exemplo, a alteração da relação dos médicos<br />
com os doentes ao nível dos cuidados<br />
de saúde de proximidade - as Unidades de<br />
Saúde Familiar (USF) - são uma ideia excelente,<br />
o que está dito muitas vezes nas<br />
conclusões do nosso trabalho. O que os<br />
cidadãos mais querem dos serviços de saúde<br />
não são as grandes tecnologias dos hospitais<br />
mas sim o atendimento personalizado, de<br />
acesso fácil, com a maior rapidez, como acontece<br />
quando uma pessoa vai ao privado. Só<br />
que essas unidades não vão ter sucesso e eu<br />
tenho a maior pena disso!<br />
GH - Porquê?<br />
DS - Porque todo o resto do serviço não está<br />
em harmonia com as USF. Por exemplo, o<br />
doente vai à USF, é atendido no próprio dia<br />
e o médico diz que ele precisa de fazer um<br />
TAC. A partir daqui arrumou-se tudo. Há<br />
TAC onde? Chega lá e só daqui a três meses,<br />
'<br />
mesmo no privado a trabalhar para o público.<br />
E se for ao hospital de S. João para fazer<br />
o TAC ... os papéis vão para o Hospital, a<br />
resposta há-de vir quando calhar, quando<br />
houver possibilidades. O resto da estruturação<br />
dos serviços vai fazer com que as USF não<br />
sejam eficazes.<br />
GH -<br />
Qual seria a principal mudança<br />
estrutural a fazer?<br />
DS - Nós propusemos algumas reformas de<br />
fundo radicais. A primeira é a in formatização<br />
total dos serviços, incluindo o processo clínico<br />
e o processo de enfermagem, a todos os<br />
níveis de assistência ao doente.<br />
GH - Isso começa a fazer-se agora ...<br />
DS - Muito arrasados! Do ponto de vista dos<br />
utilizadores haveria vantagens extraordinárias.<br />
Do ponto de vista da gestão dos serviços seria<br />
quase um milagre! Conseguir a informatização<br />
global permitiria fazer a gestão do pessoal,<br />
dos recursos, a optimização dos serviços -<br />
como no exemplo do TAC, naquele mesmo<br />
momento se saberia em que lugar haveria uma<br />
oportunidade para a pessoa fazer o exame<br />
imediatamente ou com 24h de demora.<br />
A ideia de que os<br />
administradores são contra<br />
os médicos é provinciana<br />
Como somos um país pequeno (se fosse em<br />
Espanha já não recomendava isto) seguramente<br />
que o sistema iria funcionar sem engarrafamentos.<br />
Tem é de ser planeado com condições<br />
técnicas modernas, actuais, não é com fios, mas<br />
com a tecnologia mais avançada. Essa é a nossa<br />
vantagem de começar agora. Em condições<br />
actuais, não tenho dúvidas que, com a mesma<br />
facilidade com que se movimenta o dinheiro<br />
entre os bancos, se movimentava a informação<br />
relativa aos doentes e em qualquer sírio do país.<br />
O ministro abria um concurso internacional<br />
para o caderno de encargos para a informatização<br />
global. Não ia dizer aos serviços ... todos<br />
os serviços hoje têm computadores e julgam<br />
que isto é que é informatização, alguns já mandam<br />
imagens de radiologia dip,italizadas ...<br />
mas estando tudo informatizado, a circulação<br />
de roda a informação é universal. Isto permite<br />
uma consulta online, imediata, com um<br />
grande especialista dos Estados Unidos para<br />
resolver um problema que está al i na frente.<br />
A globalização do diagnóstico e da terapêutica<br />
amplia extraordinariamente as capacidades<br />
de um sistema de saúde, o que tem é de estar<br />
organizadamente informatizado.
GH - Que outras alterações estruturais<br />
defendeu?<br />
-se uma comissão técnica que disse que, para<br />
uma maternidade funcionar com segurança<br />
lhem bem. E trabalhar bem para atender um<br />
doente, como cem, como mil.<br />
GH - Mas a concentração ...<br />
DS - Era, era, pôr só um Lisboa. Um prédio<br />
DS - Esra é a mais importante do meu ponto<br />
para as grávidas e para os filhos , é necessário<br />
GH - Mesmo quando os médicos não que<br />
com 1 O andares, com os melhores obsretras do<br />
de visra porque condiciona as outras como o<br />
que o serviço faça 1500 parcos por ano. Há um<br />
rem ir trabalhar para os hospitais do interior?<br />
mundo e quem quisesse ter filhos viesse a Lis<br />
cumprimenro de horários, a avaliação da qua<br />
hospital que faz 1499. Em termos de análise<br />
DS - Não, não! A maternidade de Barcelos,<br />
boa, porque era a melhor instalação de obste<br />
lidade que passa a ser feira com muito mais<br />
ngor. ..<br />
técnica é para extinguir. Se fica, porquê? Tanto<br />
faz 1499 como 1500? A solução é política,<br />
por exemplo. Se os médicos de lá entendessem<br />
que esta não tinha condições para atender com<br />
trícia e neonatologia da Europa! Vamos ser<br />
caridosos e pomos também outra no Porto.<br />
GH - É possível saber o que cada médico<br />
faz ...<br />
político-económica, administrativa, gestionária,<br />
como se quiser. É de gestão. Então, é<br />
necessário ir a cada um dos serviços e explicar<br />
segurança as grávidas, a obrigação deles era<br />
pôr o problema à direcção do hospital. Então,<br />
a direcção ou achava que os médicos estavam<br />
Acha que isto é positivo? Não é!<br />
A questão não é a concentração, é a qualidade.<br />
Um serviço pode ter dois partos por mês ou por<br />
DS - O que faz, co~o faz, quando faz, o<br />
porque é que aquele serviço vai ser encerrado<br />
cheios de razão e não tinham condições e<br />
dia e ter uma capacidade técnica excepcional ou<br />
tempo que demorou para resolver uma situação,<br />
as análises que pede que não são correctas<br />
ou são a mais ou são a menos ... há aí um<br />
ou modificado.<br />
Se eu fosse ministro da Saúde o que eu faria era<br />
conseguir que todos os serviços de obstetrícia<br />
fechava o serviço e o ministro não tinha nada<br />
a ver com o assunto. Ou então achava que o<br />
serviço tinha de ser melhorado e dirigia-se à<br />
acha que um obstetra se não fizer m uiras cesarianas<br />
por dia deixa de saber fazê-las?<br />
Observatório que teria, depois, meios formidá<br />
tivessem condições para receber as grávidas!<br />
Administração Regional de Saúde, a toda à<br />
GH - Mas especialistas internacionais em<br />
veis de deter roda a informação. Isso permitiria<br />
planificar a localização dos cenrros de saúde,<br />
os hospirais, as valências que cada um deve<br />
ter. Este problema agora das maternidades é um<br />
problema pontual - mal resolvido, do meu<br />
ponto de visra ....<br />
Fosse para 1400 fosse para 400 partos por<br />
ano. Pois e agora diz-me que isso é muito<br />
caro .. .<br />
GH - Acha que a decisão se baseou em critérios<br />
economicistas?<br />
hierarquia até, eventualmente, ao ministro. E<br />
o ministro diria, quanto é? Um milhão de<br />
euros? D ê-se um milhões de euros à maternidade<br />
de Barcelos. Porque o objectivo do ministro<br />
é ser bom para as pessoas.<br />
gestão da Saúde defendem essa concentração.<br />
D S - No tratamento do cancro é assim. O u<br />
cirurgias de alta tecnicicidade, sem dúvida nenhuma,<br />
como as cardio-torácias, a neurocirurgia.<br />
Em Portugal, devia haver estrategicamen<br />
GH - Porquê?<br />
DS - Não pode mesmo ter sido noutros! A responsabilidade<br />
do m inistro da Saúde não é<br />
GH - E a concentração de serviços não é<br />
boa para os utentes?<br />
te não mais que cinco centros de neurocirurgia,<br />
porque é altamente especializada. A cesariana?<br />
DS - Por uma razão muito simples. Nomeou-<br />
extinguir serviços é fazer com que eles traba-<br />
DS - Pergunte às grávidas se elas gosram!<br />
É uma banalidade do ponto de visra cirúrgico.<br />
Hospitais devem ser geridos como supermercados<br />
GH - Os especialistas também dizem que se<br />
fazem demasiadas cesarianas.<br />
DS - Até se fazem muiras. Principalmente à<br />
foi o que nos pediu o primeiro-ministro Anró<br />
GH - Há alguma diferença significativa no<br />
GH - O peso dos administradores hospitalares<br />
tem crescido. Como vê a relação<br />
deles com os médicos?<br />
GH - Seria melhor transformar médicos<br />
e enfermeiros em administradores?<br />
DS - N ão, é melhor ser o administrador<br />
mercado excelente, onde médicos, enfermeiros<br />
e clientes esrejam satisfeitíssimos e<br />
que, no momenro de saída, deixem ficar um<br />
sexta-feira. O que não é por acaso, se calhar.<br />
GH - Por vontade dos médicos?<br />
n io G uterres.<br />
GH - Nos últimos anos a instabilidade polí<br />
SNS após oito anos?<br />
DS - lnfelizmenre, não.<br />
DS - Acho muito bem! A administração<br />
daquelas empresas deve ser feita por administradores,<br />
pessoas competenres. O que<br />
profissional. Com experiência de saúde. O<br />
Belmiro de Azevedo quando quer uma<br />
pessoa para adminisrrar um supermerca<br />
agradecimento ao sr. Administrador deste<br />
hospital que tem aqui uma coisa belíssima.<br />
Essa ideia de que os administradores são<br />
DS - Eu nunca disse que os médicos são seres<br />
humanos perfeitos.<br />
tica não ajudou.<br />
DS - Pois não e foi por isso que propusemos<br />
um Acordo de Regime para a Saúde. É necessá<br />
GH - Já criticou a decisão de encerrar os<br />
blocos de partos ...<br />
DS - Alguns deles deviam ser encerrados,<br />
cabe ao médico é arender os clientes das<br />
empresas, os fregueses, trará-los bem para<br />
do procura um indivíduo que seja bom em<br />
administração, mesmo que não perceba<br />
contra os médicos é uma ideia parola, provinciana.<br />
Agora há médicos que acham que<br />
GH - Voltando ao relatório sobre o estado<br />
da Saúde. Há alguma recomendação que<br />
rio que os parridos políticos se entendam para<br />
reconhecerem que a Saúde não é maréria de<br />
mas têm é de ser rrarados um por um e não<br />
é função do ministro da Saúde. Ele é minis<br />
eles saírem contentes com a empresa. Mas<br />
nada de feijões nem de batatas. Agora o<br />
têm comperência administrariva. Muito<br />
modificaria?<br />
propaganda política nem de caça ao voto, que<br />
tro da Saúde, não da doença. O Estado deve<br />
quem tem de dar as condições para que<br />
administrador tem de criar as condições<br />
bem, então deixem de ser médicos!<br />
DS -<br />
Pode ser um bocado pretens10so da<br />
não pode esrar sujeira às flucuações das maio<br />
rerirar-se progressivamente como produror de<br />
eles possam ser atendidos e possam sair<br />
para que o clienre, quando lá chegue,<br />
m inha parte mas acho que não. Continuo a<br />
rias políticas, que deve ser assumida de uma vez<br />
serviços de saúde e o SNS, a conrinuar a<br />
contentes é o administrador.<br />
compre aquilo que é preciso para aquilo<br />
GH - Não podem acumular?<br />
rer a maior confiança nas medidas q ue fo ram<br />
só por todas as pessoas em função de um pro<br />
exisrir (eu defendo que deve continuar) deve<br />
Mas a administração nunca pode estar<br />
dar lucro. Então, põe o bacalhau num<br />
DS - Se forem médicos serão maus admi<br />
propostas a nível geral, operacionais, imedia<br />
gram a a 15 anos.<br />
rer uma administração própria. Não é o<br />
contra médico nenhum! A obrigação da<br />
sírio m ui to bonito, arranja umas circula<br />
nistradores. Passando para a administração<br />
ras, e a médio prazo. O problema é que o<br />
ministro da Saúde que é o presidenre do<br />
administração é conseguir que os serviços<br />
ções e o cliente compra cudo o que ele<br />
eles rêm de pensar como é que um médico<br />
relatório propõe um encadeamento de solu<br />
GH - Acredita que esse pacto é possível?<br />
conselho de adminiscração desta empresa<br />
médicos e enfermagem fun cionem o me<br />
quer que se compre.<br />
- não é, como é que eu - se vai sentir bem<br />
ções e, fazer uma sem fazer as que estão antes<br />
DS - Acho que sim e a prova é que terão de<br />
formidável, com milhares de trabalhadores,<br />
lhor possível, porranto não há conflito<br />
O que se pede ao administrador hospiralar<br />
a trabalhar nesra instituição, eu renho de dar<br />
e depois, é errado. Continuo a pensar que é<br />
acabar por o fazer, se calhar eu é que já morri<br />
que é o SN S. N ão pode ser! O SNS quando<br />
nenhum.<br />
é que ele transforme o hospital num super-<br />
as condições como administrador.<br />
uma solução para um prazo de 15 anos, que<br />
nessa altura. Mas terão de o fazer.<br />
fo i criado era para ter vida própria, os minis-
cava que os milhões que actualmente são gastos<br />
pelo Ministério da Saúde desapareciam dos<br />
impostos. É evidente que as pessoas não iam<br />
pagar duas vezes.<br />
GH - Poderia reduzir-se o IRS?<br />
DS - Com certeza. Na parte do IRS que, accualmenre,<br />
é gasto no SNS. Houve um ano em<br />
que a despesa do SNS quase consumiu as receitas<br />
todas do IRS. Se as receitas do IRS fossem<br />
iguais ao que o SNS consome, este imposto<br />
passaria a chamar-se imposto para o fundo obrigatório<br />
da saúde. E era todo. depositado e gerido<br />
por quem saiba gerir dinheiro. Não é o<br />
ministro da Saúde. Nem o IGIF que nunca<br />
teve estrutura suficiente. Mas uma seguradora<br />
própria que dê contas à sociedade.<br />
Governo. Mas o Estado tem uma responsabilidade<br />
fundamental que é assegurar-se que todos<br />
os cidadãos têm acesso a cuidados de saúde,<br />
independentemente da capacidade para os pagar.<br />
Isto é o que estabelece a Constituição, ela não diz<br />
que é o Estado a produzir esses serviços. No<br />
relatório, recomendámos que o financiamento<br />
devia ser processado por um instituto público<br />
autónomo que administraria um fundo nacional<br />
para a saúde com base num seguro público obrigatório.<br />
Agora este instituto, se achar que para tratar<br />
o carcinoma da laringe é melhor e mais barato<br />
um serviço de um hospital privado compra--o<br />
lá, se achar que é o IPO compra ao IPO.<br />
GH - Que outras críticas é que faz ao ministro<br />
da Saúde?<br />
DS - Se tudo aquilo que ele faz fossem passos<br />
para uma reforma estrutural que ele tem na<br />
cabeça e que diz ou não diz às pessoas - era<br />
melhor que dissesse - este objectivo vai demorar<br />
oito anos. Se esses passos fossem apresentados<br />
como uma via para a tal reforma, para<br />
um novo serviço, teria sempre aplausos. O<br />
que nós gostaríamos era que ele nos dissesse<br />
qual é o seu projecto de serviço de saúde.<br />
A decisão de fechar os blocos<br />
de partos teve critérios<br />
1<br />
GH- Uma seguradora que tem como accionista<br />
o Estado.<br />
DS - Não, não! Tem com o acc1ontstas os<br />
Alvos ...<br />
Maria de Belém - Inesquecível ministra<br />
da Saúde<br />
Correia de Campos - Um bom perito,<br />
mal aconselhado nas decisões práticas<br />
Manuel Delgado - Uma competência<br />
politicamente ainda não aproveitada<br />
João Cordeiro - Imbatível no negócio<br />
farmacêutico<br />
Sobrinho Simões - Investigador<br />
pragmático com sucesso<br />
João Lobo Antunes - Um 'scholar' de<br />
grande qualidade.<br />
tros é que se apoderaram dele.<br />
O ministro tem de tratar essencialmente da<br />
protecção da saúde dos cidadãos. Aí é que<br />
vale a pena investir a fundo. Mas também não<br />
dá resultados a curto prazo. Agora se o Estado<br />
entende que deve ter um ele próprio um<br />
serviço, então, crie-o, mas autónomo, que<br />
não dependa nem política, nem administra<br />
Civa nem financeiramente do ministro da<br />
Saúde.<br />
GH- Como?<br />
DS - O financiamento devia ser feito, como<br />
nós propusemos, por uma entidade financiado<br />
GH - Como funcionaria esse seguro?<br />
DS - De acordo com o rendimento das pessoas,<br />
proporcionalmente, como na Holanda.<br />
GH - Como os descontos para a Segurança<br />
Social?<br />
DS - Sim. Se houver vários prestadores, públicos<br />
e privados, abre-se uma competição e nós,<br />
se somos titulares do seguro público obrigatório,<br />
vamos a uns ou outros e temos sempre de<br />
comparticipar nos custos. Se somos pobres<br />
com zero, se somos assim-assim com um bocadinho,<br />
se somos ricos com mais. O rico não só<br />
deve pagar mais de contribuição para o seguro<br />
cidadãos! E dá um recibo do dinheiro que recebeu<br />
e é esse documento que me titula para utilizar<br />
os serviços. A partir do momento que tem<br />
o capital, que são as nossas contribuições para esse<br />
seguro, a seguradora constitui-se, autónoma.<br />
GH - Não se está a privatizar o SNS?<br />
DS - Não. Esta seguradora vai comprar os serviços<br />
onde eles forem melhores e mais baratos,<br />
públicos ou privados. As novas disposições<br />
relativamente aos médicos de família, significam<br />
que se lhes está a dizer para gerir a forma<br />
de atender as pessoas. Amanhã, se esta estrutura<br />
se candidata a prestar serviços a 15 mil<br />
ra própria que gerisse um seguro público obri<br />
como quando usa deve dar uma participação<br />
pessoas na zona de Lisboa negoceia isso com<br />
gatótio para a Saúde.<br />
superior. Isto é fazer justiça.<br />
a seguradora.<br />
GH - A Saúde não deveria estar dependen<br />
GH - Acha que o cidadão está receptivo à<br />
GH - Então a gestão seria entregue a alguém<br />
te do Orçamento de Estado?<br />
ideia, não veria isso como mais um imposto?<br />
nomeado pelo Governo?<br />
DS - Não, não devia.<br />
OS - Está. Mas e é mais imposto, mas signifi-<br />
DS - Não é obrigatoriamente nomeado pelo<br />
< < < "Se os médicos forem competentes podem evitar a medicina defensiva"
1<br />
Curriculum Vitae<br />
Daniel Senão, 78 anos<br />
> Licenciado em Medicina<br />
GH - E acha que ele tem um projecto?<br />
DS - Eu penso que qualquer ministro da saúde<br />
tem de ter na cabeça uma estratégia de desenvolvimento.<br />
O ministro Correia de Campos é um<br />
conjunto de decisões éticas que se tornaram<br />
consensuais para uma determinada profissáo.<br />
Há uma reflexão ética que assumiu o papel de<br />
uma norma deontológica imposta aos médicos.<br />
Código Penal português com pena de prisão.<br />
As relações entre o médico e o doente alteraram<br />
-se completamente. Não se alteraram ainda em<br />
Portugal porque há ainda muito paternalismo<br />
> Director do Serviço Académico e<br />
<strong>Hospitalar</strong> de Anatomia Patológica<br />
> Vogal do Conselho Geral e Vicepresidente<br />
da Assembleia-Geral da ordem<br />
dos Médicos<br />
> Representante dos professores<br />
extraordinários no Senado da<br />
Universidade do Porto .<br />
técnico, um especialista, seguramente que tem.<br />
Pode achar é que, estrategicamente, é melhor não<br />
dizer onde quer chegar.<br />
O que me parece essencial- não sei se o ministro<br />
o tem feito correctamente- é o diálogo permanente,<br />
porque nenhuma empresa pode fazer<br />
seja o que for contra os trabalhadores. Os médi<br />
A ética propõe normas. A deontologia é uma<br />
ética pragmática, escrita, porque aquela profissão<br />
entendeu que, naquela situação, a reflexão<br />
ética devia sempre conduzir àquela decisão.<br />
GH - Cada vez existem mais casos de<br />
cidadãos que processam médicos e hospi<br />
médico, ele ainda acha que sabe o que é melhor<br />
para o doente, mas não é. Quem sabe o que é o<br />
melhor para o doente é o próprio doente.<br />
GH - Acha que esta relação tem tendência<br />
para continuar a alterar-se?<br />
DS - Tem de continuar a alterar-se até que o<br />
> Representante dos professores<br />
catedráticos da Faculdade de medicina ao<br />
Senado Universitário<br />
cos e enfermeiros têm de estar permanentemente<br />
informados do que o ministro quer, uma vez<br />
que ele é que é o administrador do SNS, infeliz<br />
tais. Há uma perda de valores éticos dos<br />
médicos?<br />
D S - A maior parte dos processos não têm nada<br />
médico respeite a autonomia do doente. Por<br />
exemplo, por motivos religiosos, como é o caso<br />
das Testemunhas de Jeová, já percebeu que tem<br />
> Director de um laboratório privado de<br />
anatomia Patológica de <strong>19</strong>75 a 2002<br />
mente. Não devia ser mas é. Não basta reunir<br />
com os presidentes das ARS, tem de falar com as<br />
a ver com valores éticos mas com a qualidade<br />
científica. As pessoas hoje já percebem que os<br />
de respeitar mesmo. Ainda que o doente morra!<br />
> Professor de Anatomia Patologia,<br />
Medicina Legal, Bioética, Ética Médica,<br />
<strong>Gestão</strong> de Saúde e gestão de Unidades de<br />
Saúde<br />
> Professor jubilado em <strong>19</strong>98<br />
> Representante de Portugal e membro<br />
do Bureau do Comité Director de Bioética<br />
> Presidente do Working Party on lhe<br />
Protection of the Human Embryo and<br />
Foetus<br />
pessoas.<br />
Por isso, propusemos a criação de um Conse-lho<br />
Nacional de Saúde, como tem a Holanda, onde<br />
estivessem representados todos os inte-resses. É<br />
uma estrutura grande, com peritos, que aconselhariam<br />
muito bem o ministro. Ao mesmo<br />
tempo, era um espaço onde os inte-resses das farmacêuticas,<br />
das farmácias, dos médicos, dos<br />
enfermeiros, dos cidadãos, se dissessem a alto e<br />
médicos e os enfermeiros têm de proceder bem<br />
de determinadas maneiras.<br />
GH - Os médicos e os enfermeiros têm<br />
menos qualidade científica?<br />
DS - Provavelmente, usam-na menos. Se calhar<br />
estão bem preparados, mas usam-na mal, não<br />
têm aquele espírito de rigor. É uma coisa que<br />
acontece em todas as actividades em Porrugal<br />
GH - Acha que esta alteração pode contribuir<br />
para uma nova relação com os enfermeiros ou<br />
os farmacêuticos?<br />
DS- Não. Os enfermeiros hoje têm o seu universo<br />
próprio, não são criados dos médicos nem<br />
estão às ordens dos médicos. Têm autonomia<br />
para fazer determinados diagnósticos e intervenções.<br />
Depois da sua própria autonomia, têm<br />
de cumprir instruções dos médicos.<br />
> Membro do Conselho Científico das<br />
Ciências da Saúde do Instituto Nacional de<br />
Investigação Científica<br />
bom som.<br />
Quem sabe o que é o<br />
são poucas as pessoas que exercem a sua profissão<br />
com rigor. A medicina é mais rigorosa do que era<br />
há 1 O anos e os médicos têm de usar todos os<br />
GH - A contenção de custos nos hospitais<br />
tem levado a cortes nas despesas com medi<br />
18<br />
> Coordenador do Conselho de Reflexão<br />
sobre a Saúde<br />
> Presidente da Comissão de Fomento da<br />
Investigação em Cuidados de Saúde, do<br />
Ministério da Saúde<br />
> Membro do Conselho Nacional de Ética<br />
para as Ciências da Vida<br />
melhor para o doente<br />
é o próprio doente<br />
GH - Mete-lhe medo a liberalização das<br />
farmácias?<br />
OS - Nenhum. As farmácias têm um regime de<br />
protecção que vem do tempo em que produziam<br />
meios. Volto a dizer que a informatização é fi.mdamental.<br />
GH - Acha que os médicos deviam praticar<br />
uma medicina mais defensiva?<br />
DS - Não. Se forem muito competentes podem<br />
evirar a medicina defensiva. O que interessa é que<br />
o médico seja rigoroso na observação do doen<br />
camentos inovadores. Acha que o doente<br />
está a ser prejudicado?<br />
DS - Acho com certeza. É aquilo que eu chamo<br />
o trilema da Saúde. Há três interesses que se<br />
chocam e que não são fáceis de harmonizar: o<br />
doente, que quer ser bem tratado, o médico que<br />
quer aplicar o que for mais eficaz, o administrador<br />
que quer gastar o menos possível. Se o admi<br />
'<br />
muitos medicamentos. Hoje a farmácia o que é?<br />
te, na colheita dos sintomas e dos dados labora<br />
nistrador disser que não tem dinheiro para pagar,<br />
É um posto de venda de medicamentos das<br />
toriais analíticos.<br />
o médico fica chateado e o doente é prejudica<br />
multinacionais que os produzem. É um balcão<br />
do, indiscutivelmente.<br />
de venda de produtos encaixotados, é um super<br />
GH - Acha que a relação entre médicos e<br />
mercado. Quanto maior for a concorrência mel<br />
doentes se está a alterar?<br />
GH - Isso passa-se hoje nos hospitais?<br />
hor. É uma boa medida.<br />
DS - Os doentes devem saber que o médico não<br />
DS - Passa, constantemente, porque não há<br />
pode tomar nenhuma decisão sobre eles sem<br />
dinheiro. O SNS está totalmente descapitaliza<br />
GH - Como define a diferença entre ética e<br />
lhes explicar o que lhe vai fazer e sem obter o seu<br />
do, a viver de duodécimos. Um país só pode ter<br />
deontologia na medicina?<br />
consentimento. Porque se não fizer isto, ele ofen<br />
>>>Os cidadãos deveriam pagar um seguro público obrigatório de saúde, cujas verbas seriam geridas por<br />
o serviço público de saúde que possa pagar e não<br />
OS - É muito simples. A deontologia é um<br />
de o direito de personalidade que é punido pelo<br />
um instituto público, que compraria os serviços de saúde onde fossem melhores e mais baratos<br />
aquele que queira. 11111
Ciência<br />
rico sobre esta patologia, q ue se caracteriza<br />
por níveis elevados de colesterol plasmá<br />
Primeiro estudo português sobre<br />
tico, desde a nascença, que dão origem ao<br />
desenvolvimento precoce de doenças cardiovasculares<br />
e aterosclerose.<br />
Hipercolesterolemia Familiar<br />
O principal objectivo do trabalho da equipa<br />
liderada pela investigadora M afalda Bourbon,<br />
coordenadora da Unidade de Investi<br />
A Hipercolesterolemia<br />
Familiar {FH) é uma doença<br />
genética, caracterizada por<br />
níveis elevados de colesterol<br />
desde o nascimento, que<br />
conduzem ao aparecimento<br />
de aterosclerose e doenças<br />
gação Cardiovascular do Centro de Biopatologia<br />
do INSA, foi determinar a causa<br />
genérica da dislipidemia em doentes com<br />
diagnóstico clínico de FH e a realização de<br />
estudos fa miliares após a identificação de<br />
uma mutação n um destes três genes.<br />
Entre outros aspectos, o estudo, que envolveu<br />
cerca de 500 indivíduos com e sem<br />
suspeita de FH, concluiu que o teste genético<br />
d esta patologia permite um diagnós<br />
cardiovasculares precoces.<br />
Estima-se que mais de 20 mil<br />
portugueses sofram de FH.<br />
O primeiro estudo português<br />
sobre a patologia acaba de<br />
tico correcto da mesma, fundamentando a<br />
instituição de terapêutica fa rmacológica<br />
agressiva.<br />
Diagnóstico<br />
A Hipercolesterolemia Familiar é uma<br />
doença aurossómica dom inante com uma<br />
ser apresentado pela<br />
investigadora Mafalda<br />
Bourbon, do Instituto<br />
frequência het erozigótica de 11 50 0 n a<br />
maioria das populações europeias. Com<br />
base nesta frequência, estima-se que mais<br />
de 20 m il portugueses sofram de FH.<br />
Nacional de Saúde Dr.<br />
Ricardo Jorge {INSA).<br />
O diagnóstico molecular possibilita também<br />
a identificação precoce de familiares<br />
com FH, permitindo a sua orientação tera<br />
A ARH é uma doença rara que apresenta as<br />
mesmas características clínicas da FH<br />
inrernisras e pediatras).<br />
N o caso da FH, vários est udos indicam<br />
O<br />
colesterol elevado é um importante<br />
factor de risco para a<br />
doen ç a cardiovascula r. A<br />
simples alteração do es tilo d e vida, com<br />
uma dieta saudável e a prática regular de<br />
exercício físico, é, na maior parte das vezes,<br />
pêutica e consequente redução do risco de<br />
morbilidade e mortalidade cardiovascular.<br />
Todos os testes de d iagnóstico das H ipercolesterolemias<br />
Genéticas podem ser realizados<br />
na Unidade de Investigação C ardiovascula<br />
r do IN SA, com excep ção da<br />
D islipi d emia Familiar Combinada<br />
(FCHL), uma vez que ainda não fo i iden<br />
homozigó tica, embora com ligeiras diferenças,<br />
enquanto a FCHL é a dislipidemia<br />
genética mais freq uente na raça humana,<br />
afectando 1 a 3% da população adulta.<br />
Alargar<br />
Para se con hecer a verdadeira dimensão da<br />
FH em Portugal é necessário alargar agora<br />
que doentes com idades compreendidas<br />
entre os 20-39 anos têm um risco cerca<br />
de 100 vezes superior de sofrerem um evento<br />
coronário do que a população em geral.<br />
A FH é causada na maioria dos casos por<br />
m u tações no gene que codifica para o<br />
receptor das lipoproteinas de baixa densidade<br />
(LDLR). Doentes com mutações nos<br />
suficiente para baixar os níveis de coles terol<br />
para valores aceitáveis, mas nem sempre<br />
isso acontece.<br />
Até ao momento nunca tinha sido realizado<br />
em Portugal um estudo clínico ou gené-<br />
Curriculum Vitae<br />
APAH organiza li CNF<br />
Medicamento hospitalar reúne<br />
gestores, médicos e<br />
Setembro volta a juntar<br />
diversos actores da Saúde.<br />
É a rentrée no sector, desta<br />
vez com a discussão à volta<br />
do medicamento hospitalar.<br />
Um evento que promete.<br />
'' M<br />
edicamento hospitalar:<br />
decisões partilhadas" é o<br />
tema da IIª Conferência<br />
Nacional de Farmacoeconomia (CNF), que<br />
se realiza a 29 de Setembro. Pelo segundo ano<br />
consecutivo, a APAH volta a pegar no tema,<br />
escolhendo agora temáticas mais reais e baseadas<br />
no que se passa, concretamente, no terreno:<br />
nos hospitais portugueses. A parceria do<br />
ano anterior mantém-se, ou seja, a APAH<br />
mantém o elo de ligação com a revista Prémio<br />
e a Novartis Oncology. Este encontro tem<br />
como destinatários os administradores hospitalares<br />
mas não deixa de fora os clínicos e os farmacêuticos.<br />
No conceito das decisões partilhadas<br />
todos têm uma palavra a dizer.<br />
Avaliar, Gerir e Investir, são os três conceiros<br />
que vão marcam o encontro que, mais uma vez<br />
prima pela qualidade dos oradores que vão<br />
estar presentes e dizer de sua justiça sobre<br />
problemas que se ligam ao medicamento e<br />
ao hospital.<br />
Este evento, que vai decorrer no auditório Egas<br />
Moniz, da Faculdade de Medicina de Lisboa<br />
> >>O ministro da Saúde é uma das personalidades que deve estar presente no evento<br />
farmacêuticos<br />
(FML), começa com a discussão à volta das<br />
"Responsabilidades e responsabilização na gestão<br />
da Saúde em Porrugal". Um painel cuja moderação<br />
está a cargo de António Coutinho, responsável<br />
da Fundação Calouste Gulbenkian.<br />
Dois oradores, bem conceituados no que se<br />
refere ao panorama da Saúde no nosso país,<br />
marcam presença neste primeiro dia de trabalho<br />
e neste primeiro grupo de trabalho.<br />
Constantino Sakellarides, da Escola Nacional de<br />
Saúde Pública (ENSP), apresenta um trabalho<br />
sobre "<strong>Gestão</strong> na Saúde, da responsabilização<br />
formal à responsabilização efectiva" e Daniel<br />
Bessa, da Escola de <strong>Gestão</strong> do Porto (EGP), que<br />
vai trazer a público o seu ponto de vista no que<br />
se refere aos "Insights sobre a partilha de risco<br />
público/ privado".<br />
Numa altura em que todos os olhos estão virados<br />
para a gestão e para a diminuição dos gastos<br />
em Saúde, particularmente nos hospitais, e em<br />
que os administradores hospitalares tentam<br />
conciliar interesses e vontades, ao nível dos diferentes<br />
actores que existem no sector, será importante<br />
saber o que pensam e que soluções apresentam<br />
estas personalidades que, de formas<br />
diferentes, têm peso na formação dos futuros gestores<br />
e administradores deste país<br />
Equilíbrios<br />
O segundo painel, cujo tema versa a "Partilha<br />
de risco: visões globais, experiências locais",<br />
tem como moderador o professor universitário<br />
e cirurgião Carlos Pereira Alves. Na mesa vão<br />
estar como oradores convidados o internista<br />
António Vaz Carneiro, professor da FML, para<br />
analisar um assunto que ele conhece muito<br />
bem: "Da Assimetria da informação ao equilíbrio<br />
sustentado". Neste painel, a APAH quer<br />
ainda trazer para discussão uma experiência<br />
internacional, aguardando-se a todo o momento<br />
a confirmação da vinda de um conceituado<br />
orador estrangeiro que, por motivos de agenda,<br />
está a tentar concertar deslocações.<br />
Após o almoço de trabalho, a IIª CNF avança<br />
com um debate. Quatro convidados vão deba-<br />
ter, em conjunto com os convidados presentes,<br />
as "Soluções para a partilha de risco do medicamento<br />
hospitalar". São eles o administrador hospitalar<br />
dos Hospitais Universitários de Coimbra<br />
(HUC) Pedro Lopes - que é também vice-presidente<br />
da APAH; o director clínico do IPO do<br />
Porto, Machado Lopes; o farmacêutico hospitalar<br />
do Hospital Garcia de Orta, Armando Alcobia<br />
e o responsável da Novartis Oncology, Paulo<br />
Vasconcelos. A moderação deste debate vai estar<br />
a cargo de Marina Caldas, editora da GH.<br />
Certamente que, neste debate, a polémica à<br />
volta dos tectos impostos pelo Executivo para os<br />
gastos com medicamentos, bem como a forma<br />
como se articulam os diferentes responsáveis<br />
hospitalares, tendo sempre em atenção que o<br />
doente é o elo mais &aco em toda esta cadeia, vão<br />
gerar uma discussão acalorada e consistente. A<br />
questão dos equilíbrios possíveis, no que se refere<br />
ao percurso do medicamento no hospital,<br />
deve também ser debatida e analisada.<br />
Neste encontro espera-se ainda a presença do<br />
ministro da Saúde, António Correia de Campos,<br />
que fará a abertura juntamente com o presidente<br />
da APAH, Manuel Delgado. lBll<br />
> >>Tal como no ano passado, a APAH quer debater em conjunto com os diferentes parceiros a temática da<br />
Farmacoeconomia
Hotel Pestana Palace - Lisboa, 12 e 13 de Outubro de <strong>2006</strong><br />
Uma iniciativa com o apoio:<br />
Em Évora<br />
Manhãs de Sábado sobre<br />
avaliação económica<br />
A Pousada dos Lóios, em<br />
Évora, recebeu os<br />
administradores hospitalares.<br />
Tratou-se das 11 Manhãs de<br />
Sábado", uma iniciativa da<br />
APAH, desta vez sobre<br />
Avaliação Económica.<br />
N<br />
o<br />
passado dia 3 de Junho decorreu<br />
em Évora, na Pousada dos Lóios,<br />
mais uma iniciaciva conjunta da<br />
APAH/Schering Plough. Tracou-se da segun<br />
14:30 Abertura do secretariado<br />
12 de Outubro de <strong>2006</strong><br />
15:00 Sessão de abertura<br />
Dr. Manuel Delgado<br />
Associação Portuguesa de Administradores <strong>Hospitalar</strong>es<br />
15:15 O valor acrescentado para a Saúde na intervenção do<br />
Farmacêutico<br />
Dr. José Aranda da Silva<br />
Ordem dos Farmacêuticos<br />
16:00 Coffee-break<br />
16:15 Caso prático 1 - Tendências Evolutivas do Sistema<br />
de Saúde<br />
17:30 Orientações Metodológicas para Estudos de<br />
Avaliação Económica de Medicamentos<br />
Prof. Dr. João Pereira<br />
Escola Nacional de Saúde Pública<br />
18:30 Encerramento dos trabalhos<br />
20:00 Jantar<br />
13 de Outubro de <strong>2006</strong><br />
9:30 Caso prático 2 - Necessidades de Informação para<br />
os Decisores em Saúde<br />
10:45 Coffee-break<br />
11 :00 Noções de Economia e Métodos de Avaliação<br />
Económica em Saúde<br />
Prof. Dr. Carlos Gouveia Pinto<br />
Instituto Superior de Economia e <strong>Gestão</strong><br />
12:30 Almoço<br />
14:00 Caso prático 3 - Estudos Farmacoeconómicos<br />
na Avaliação de Tecnologias em Saúde<br />
15:15 Coffee-break<br />
15:30 Caso prático 4- Case study: Avaliação Económica de<br />
Tecnologias em Saúde<br />
17:00 Apresentação de resultados: discussão e conclusões<br />
18:00 Encerramento dos trabalhos<br />
da reunião integrada nas Manhãs de Sábado,<br />
desta vez com a temácica em discussão centrada<br />
na questão da Avaliação Económica.<br />
Número máximo de 30 participantes- Será dada prioridade aos sócios da APAH<br />
As Manhãs de Sábado, como já foi referido em<br />
anteriores edições da GH, foran1 instituídas este<br />
por tecer algumas reflexões relacionadas com a<br />
acordo com Céu Mateus, é importante salien<br />
Ficha de Inscrição<br />
ano e pretendem ser "workshops" temáticos em<br />
que a uma componente teórica se associa o trabalho<br />
prático dos participantes. No encontro<br />
necessidade de "prestar cuidados de Saúde com<br />
efectividade a um custo comportável para a<br />
sociedade" sem esquecer de referir que, o que<br />
tar que a evolução da despesa "per capita" com<br />
medicamentos "disparou a partir da década de<br />
90". A juntar a este factor, há ainda que ter em<br />
Inscrição: 75 Euros* Hotel Pestana Palace - Lisboa, 12 e 13 de Outubro de <strong>2006</strong><br />
de Évora estiveram presentes 20 pessoas.<br />
escá em causa neste processo é "atingir os objec<br />
atenção que "a esperança de vida da população<br />
'<br />
1<br />
1<br />
24<br />
A primeira sessão decorreu em Aveiro, a 11 de<br />
Março sobre o tema "Produção <strong>Hospitalar</strong>", da<br />
responsabilidade de Carlos Costa e Rui Santana.<br />
Esta segunda, dedicou-se à análise da<br />
tivos de eficiência económica, nomeadamente<br />
maximizar os resultados em termos de melhorias<br />
em saúde a partir dos recursos existentes".<br />
Para a professora da ENSP, a motivação é um<br />
melhorou, apesar de não ter acontecido com o<br />
mesmo ritmo da despesa com medicamentos".<br />
É, pois, com base nestes pressupostos que surge<br />
a necessidade de se fazer uma avaliação econó<br />
E-mail: ________________ @ _________________________ _<br />
Hospital: _____________________________________ _<br />
Avaliação Económica de Programas de Saúde,<br />
tendo sido ministrada por Céu Mateus, da<br />
Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP).<br />
A próxima iniciativa, sobre sistemas de Informação,<br />
está agendada para Outubro. Em local<br />
a anunciar oportunamente<br />
Avaliar<br />
Na sua apresentação, Céu Mateus começou<br />
determinante com muito peso, daí que todos<br />
estejam preocupados em medir os resultados<br />
dos cuidados de saúde: profissionais; Indústria<br />
farmacêutica e protésica; prestadores (sector<br />
público e privado), políticos e doentes.<br />
No que se refere aos medicamentos, o peso da<br />
despesa é muito alto, como se sabe, uma vez<br />
que, neste domínio: "25 por cento do orçamento<br />
gasto no sector vai para fármacos". De<br />
mica. Mas muitos perguntarão, ainda, Porquê?<br />
Segundo Céu Mateus é essa avaliação<br />
que vai permitir uma "abordagem sistemática<br />
no processo de tomada de decisão e explicitação<br />
dos juízos de valor", ao mesmo tempo que<br />
permite o reconhecimento da escassez de recursos<br />
e ainda pode esclarecer as dúvidas relacionadas<br />
com a eficácia e eficiência de alguns<br />
procedimentos". l!lll<br />
Morada: _________________________ ~ Código Postal: ______ _<br />
Telefone: ________ _ Fax: ----------<br />
Assinatura: ____________ _<br />
D Alojamento* (1 noite: 12 de Outubro)<br />
* - Incluído no valor da inscrição.<br />
Para mais informações: Telefone 21 423 5520<br />
(Laboratórios Pfizer, Lda. - Lagoas Park - Edifício 1 O - 2740-271 Porto Salvo)<br />
O pagamento deverá ser efectuado, até à data da realização do evento, através de cheque nominal (à ordem de: Associação Portuguesa de<br />
Administradores <strong>Hospitalar</strong>es), ou por transferência bancária (Banco Espírito Santo conta n<strong>º</strong>: 037001290001 , ou através do NIB:<br />
000700370000129000159)
1<br />
26<br />
Fórum<br />
Plano Nacional<br />
de Saúde em debate<br />
o<br />
Fórum<br />
Nacional de Saúde vai ter<br />
lugar a 3 de Novembro, nos Hospitais<br />
da Universidade de Coimbra,<br />
e vai debater o Plano Nacional de Saúde<br />
(PNS) para proceder à sua revisão.<br />
Este encontro vai juntar dirigentes do ministério<br />
da Saúde, profissionais do sector e elementos<br />
da sociedade civil para discutir os<br />
conceitos e a implementação do PNS, bem<br />
como reavaliar as prioridades nacionais.<br />
Do programa provisório constam o debate<br />
de temas como a avaliação da implementação<br />
do PNS, os programas nacionais e regionais<br />
de saúde, as parcerias para a implementação<br />
do PNS.<br />
A primeira intervenção, que terá como tema<br />
"A evidencia científica como base de decisão<br />
em saúde: o exemplo do PNS" e as conclusões<br />
estarão a cargo do Professor António Vaz<br />
Carneiro, presidente da Comissão organizadora<br />
e do Fórum.<br />
O Alto Comissário da Saúde, Pereira Miguel,<br />
terá uma intervenção intitulada "O PNS:<br />
onde estamos? Para onde vamos?" e o direccor<br />
da Organização Mundial de Saúde/Europa,<br />
Marc Danzon, abordará a estratégia desta<br />
organização para a Europa.<br />
Prevê-se também que, durante este Fórum,<br />
seja assinado um protocolo de cooperação<br />
entre Portugal e a OMS. 1!111<br />
Estudo<br />
Mais de 70% usa óculos<br />
O<br />
Observatório<br />
Nacional de Saúde<br />
(ONSA) realizou u m estudo<br />
sobre a saúde da visão em Portugal<br />
Continental que apresentou publicamente<br />
em Julho. No estudo (que abrangeu<br />
2392 indivíduos) 72% dos entrevistados usavam<br />
óculos de correcção e apenas 49%<br />
consultaram oftalmologistas, em hora sem<br />
regularidade, enquanto que ] 1 o/o nunca fo i a<br />
uma consulta de oftalmologia, e 16% era a<br />
percentagem de indivíduos com, pelo menos,<br />
uma actividade diária limitada por problemas<br />
de visão. Os inquéritos revelaram ainda que<br />
54% das crianças entre os O e os 14 anos<br />
nunca foram consultadas por um oftalmologista.<br />
Quanto às doenças auto-declaradas, foi registada<br />
uma prevalência de cataratas nos indivíduos<br />
de 25 ou mais anos de 10% , enquanto<br />
a de glaucoma, para a mesma faixa etária, se<br />
situa nos 2% . Já a degenerescência macular<br />
relacionada com a idade, nos indivíduos com<br />
mais de 50 anos, é de 5%; a retinopatia d iabética<br />
nos indivíduos diabéticos é de 15% ; e<br />
a cegueira tem uma prevalência de 2%.<br />
Os autores do estudo chamam a atenção para<br />
o facto de, ao comparar estes resultados com<br />
os objectivos definidos pela Organização<br />
Mundial de Saúde, se verificar que há um<br />
longo caminho a percorrer no rastreio e tratamento<br />
das doenças oftalmológicas. Uma<br />
situação em que se encontram também muitos<br />
países desenvolvidos.<br />
Tendo em conta q ue 72% dos inquiridos<br />
necessitam de refracção correctiva, os autores<br />
do estudo sublinham que este valor não é<br />
muico diferente do registado nos Estados<br />
Unidos, onde três quarros dos americanos<br />
com mais de 40 anos apresentam erros refracuvos,<br />
como indica a Academia Americana<br />
de O ftalmologia.<br />
No que diz respeito à percentagem de indivíduos<br />
que consultam oftalmologistas, o estudo<br />
aponta o que é preconizado no Plano<br />
N acional de Saúde da Visão: propõe uma<br />
observação oftalmológica das crianças dos<br />
0-2 anos e outra entre os dois e os cinco<br />
anos, um exame oftalmológico ocasional<br />
entre os 14 e os 45 anos e exames periódicos<br />
de quatro em quatro anos para as pessoas<br />
com 46 e mais anos.<br />
Perante o que o Plano Nacional propõe, assume<br />
particular relevância o número de crianças<br />
até aos 14 anos que nunca foram a um<br />
oftalmologista - 54% . 1!111
1<br />
Campanha da UE<br />
Um milhão de visitantes à<br />
procura de "Help 11<br />
na internet<br />
Um ano após o seu<br />
lançamento, em 'junho<br />
de 2005, o site www.Helpeu.com,<br />
já conta com 1<br />
milhão de visitantes.<br />
Saiba porquê.<br />
O<br />
sice www.Help-eu.com é um dos<br />
inscrumenros da campanha<br />
HELP - Por uma vida sem cabaco,<br />
promovida pela Comissão Europeia, dirigida<br />
a todos os que q uerem deixar de fumar<br />
- bem como àqueles que ainda não começa<br />
Po•<br />
UMAY1o..\<br />
SlMTABACO<br />
tlAO PRflEtlOO COMEÇAfl<br />
PIEIEllDDIMM<br />
NOTkW RELAT
Congresso<br />
•<br />
ISPOR debate farmacoeconom1a<br />
V<br />
ai realizar-se nos próximos dias 28 a<br />
31 de Outubro, em Copenhaga,<br />
Dinamarca, o 9° Congresso Europeu<br />
da International Society of Pharmacoeconomics<br />
and Outcomes Research (ISPOR -<br />
www.ispor.org), tendo co.mo tema geral "Fazer<br />
as perguntas críticas". Este organismo é presidido<br />
por Michael Drummond, que já esteve em Portugal,<br />
no final do ano passado, para participar<br />
na 1 Conferência Nacional de Farmacoeconomia,<br />
organizada conjuntamente pela Associação<br />
Portuguesa dos Administradores <strong>Hospitalar</strong>es,<br />
pela Novartis Oncology e pela Revista Prémio.<br />
Em debate vão estar questões como as diferenças<br />
e semelhanças das políticas de reembolso<br />
nos países nórdicos, a medicina baseada em<br />
evidências, as metodologias dos ensaios clínicos<br />
e os seus custos, a gestão e o planeamento dos<br />
cuidados de saúde, a qualidade de vida dos<br />
doentes, os estudos custo/benefício, infecções,<br />
diabetes, as doenças cardiovasculares e a· sua<br />
prevenção. 11111<br />
Entre Agosto e Setembro<br />
Administradores hospitalares reuném-se na Irlanda<br />
E<br />
stá tudo a postos para a realização em<br />
Dublin, Irlanda, do XXI Congresso<br />
da Associação Europeia dos Administradores<br />
<strong>Hospitalar</strong>es (EAHM), entre 31 de<br />
Agosto e 2 de Setembro. O evento decorre no<br />
Centro de Congresso Triniry College, e é marcado<br />
pelo fim da presidência de Manuel Delgado<br />
à frente da organização europeia.<br />
O encontro de <strong>2006</strong> da EAHM tenciona trazer<br />
a público muitas questões relacionadas com<br />
informação ligada à administração hospitalar,<br />
ao mesmo tempo que reúne, ao seu redor, as<br />
principais políticas da UE, em diferentes vertentes<br />
dos cuidados de saúde.<br />
Certamente que as mudanças profissionais ao<br />
nível dos cuidados de saúde a prestar, na Europa,<br />
vão marcar a discussão, particularmente no<br />
que se relaciona com a planificação e avaliação<br />
dos diferentes serviços.<br />
Será também importante analisar de que forma<br />
é vista, ao nível dos 25 países, a mudança que está<br />
a acontecer relativamente aos sistemas de saúde,<br />
bem como fazer um debate mais profundo sobre<br />
o financiamento hospitalar e as alterações que o<br />
mesmo está a sofrer nos diferentes países do<br />
espaço europeu. rm<br />
Inglaterra<br />
com desperdício<br />
No Reino Unido, tal como<br />
por cá, os gastos nos<br />
hospitais estão na ordem do<br />
dia. Saber qual o montante<br />
do desperdício tornou-se<br />
uma obrigação.<br />
O<br />
Governo português não é o<br />
único a p reocupar-se com a<br />
contenção de gastos e os desperdícios<br />
do Serviço Nacional de Saúde. O<br />
responsável m áximo pela Saúde na Inglaterra<br />
apresentou recentemente o seu relatório<br />
em que afirmava que as diferenças de<br />
práticas méd icas de região para região custavam<br />
m uito ao erário público.<br />
Aquele responsável afirmou ainda que estas<br />
divergências se devem mais às preferências<br />
e h ábitos de méd icos e hospitais do q ue às<br />
necessidades dos pacientes.<br />
Sir Liam Donaldson apontou o exemplo<br />
das histerectomias: as taxas decaíram 64%<br />
no n orte e cent ro de Londres, mas apenas<br />
15% em N orrhum berland, Tyne e Wear.<br />
Um a unifo rmização destes números perm<br />
itiria evitar quase 6 mil operações e poupar<br />
15 milhões de libras (cerca d e 22<br />
m ilhões de euros) anualmente, acrescentou.<br />
O governante propôs um reforço da fiscalização<br />
aos serviços britânicos de saúde e taxas para 'castigar'<br />
os tratamentos inúteis e pouco eficazes,<br />
que permitam tornar o sistema mais justo e<br />
com urna melhor relação custo/benefício. 11111
Piazza di Mare<br />
Abraçar o Tejo<br />
O<br />
Piazza di Mare abraça o Tejo.<br />
Percorre-o e en trega-se aos prazeres<br />
que se unem naquele<br />
es paço da cidade, onde a calma, a tranquilidade<br />
e a alegria têm como cenário a<br />
Ponte, a o utra margem e o Rio.<br />
E são muitos prazeres que se misturam na<br />
es planada e no restaurante do Piazza di<br />
Mare. Prazeres que se ligam, também , ao<br />
requinte a ao b em -estar, sem esquecer<br />
aquilo para que o Piazza nasceu: servu<br />
com qualidade, dedicação e saber os seus<br />
clientes que, d epois da primeira vez, voltam<br />
muitas mais, áepois.<br />
A Lúcia M enezes é quem nos recebe. É<br />
quem nos mima naquele espaço, onde Lisboa<br />
se m istura com Roma e outros sentires<br />
de Itália. Vamos então falar d e "sentires".<br />
A começar pelo paladar. Os mais conhecidos<br />
dão pelo nome de Tagliatelli com gambas<br />
e Lombo com p esto acompanhado<br />
com gratinado de batata. Divinos.<br />
Desta vez, no entanto, variámos. Começámos<br />
com uma salada d e gambas e cogumelos<br />
e passámos para a "D egustação de<br />
pastas", A saber, gnocchi quatro queijos;<br />
tonellinni parmegiano; spaghetti de fr utos<br />
do mar; tagliatelli d e salmão fumado e<br />
caviar. ... mais do que as palavras, os sentires<br />
marcaram a hora da refeição. E a fi nalizar,<br />
nada podia ser melhor do que o semi-frio<br />
de limão co m caramelo. Depois foi o ficar<br />
e sentir o Piazza a abraçar o Tejo.<br />
Fica por saber quando é que se deve optar<br />
pelo Piazza. Difícil dizer: é óptimo para<br />
almoçar, lanchar, jantar, ou apenas tomar<br />
um copo, com os amigos, principalmente<br />
nesta fase do ano, em q ue as noites são<br />
b rilhantes e acaloradas . Assim, fica apenas<br />
uma opção .. .. sempre! Sempre que quiser<br />
sentir-se em casa, mas ao mesmo tempo<br />
rodeado das coisas boas da vida. Particularmente<br />
os bons amigos e a fabulosa<br />
comida. Pedir mais, já é exagerar! lllll
DIÁRIO DA REPÚBLICA<br />
A GH divulga a legislação mais relevante publicada em Diário da República entre 12 de junho e 27 de julho<br />
Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior<br />
Portaria n. 0 508/<strong>2006</strong>, de O 1 de Junho de <strong>2006</strong><br />
Cria o curso de pós-licenciatura de especialização em Enfermagem<br />
Comunitária na Escola Superior de Saúde de Portalegre,<br />
do Instituto Politécnico de Portalegre, e aprova o respectivo<br />
plano de estudos<br />
Ministério da Cultura<br />
Decreto n. 0 15/<strong>2006</strong>, de 06 de Junho de <strong>2006</strong><br />
Procede à classificação do Hospital da Misericórdia em<br />
Beja como monumento nacional<br />
Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social<br />
Decreto-Lei n. 0 117 /<strong>2006</strong>, de 20 de Junho de <strong>2006</strong><br />
Define a transição do regime obrigatório de protecção<br />
social aplicável dos funcionários públicos para o regime<br />
geral de segurança social dos trabalhadores por conta de<br />
outrem<br />
Região Autónoma da Madeira - Presidência do<br />
Governo<br />
Decreto Regulamentar Regional n. 0 4/<strong>2006</strong>/M, de 01 de<br />
Junho de <strong>2006</strong><br />
Altera o Decreto Regulamentar Regional n. 0 13/99/M, de<br />
29 de Setembro, que cria o cartão de identificação de utente<br />
dos serviços de saúde na Região Autónoma da Madeira<br />
Presidência do Conselho de Ministros<br />
Resolução do Conselho de Ministros n. 0 83/<strong>2006</strong>, de 29<br />
de Junho<br />
Altera a Resolução do Conselho de Ministros n. 0 150/2005,<br />
de 2 1 de Setembro, que autoriza a realização, pelo Instituto<br />
de <strong>Gestão</strong> Informática e Financeira da Saúde, da despesa<br />
com a aquisição do fosfato de oseltamivir, considerado, de<br />
acordo com a informação disponível, o mais eficaz de entre<br />
todos os antivirais licenciados no mundo e existentes no<br />
mercado contra o vírus H5Nl<br />
Ministério da Saúde<br />
Portaria n. 0 567/<strong>2006</strong>, de 12 de Junho<br />
Portaria n. 0 658/<strong>2006</strong>, de 30 de Junho<br />
Homologa os contratos públicos de aprovisionamento, que<br />
estabelecem as condições de fornecimento ao Estado de<br />
medicamentos de consumo geral<br />
Decreto-Lei n. 0 127/<strong>2006</strong>, de 04 de Julho<br />
Altera o Decreto-Lei n. 0 270/2002, de 2 de Dezembro,<br />
revendo a majoração aplicável ao preço de referência<br />
dos medicamentos adquiridos pelos utentes do regime<br />
especial<br />
Ministério das Financas , e da Administracão ,<br />
Pública<br />
Portaria n. 0 7011<strong>2006</strong>, de 13 de Julho<br />
Regula a inscrição na ADSE, como beneficiário familiar, da<br />
pessoa que viva em união de facto com o beneficiário titular<br />
Decreto-Lei n. 0<br />
141/<strong>2006</strong>, de 27 de Julho<br />
Primeira alteração ao Decreto-Lei n. 0 86/2003, de 26 de<br />
Abril, revendo o regime jurídico aplicável à intervenção<br />
do Estado na definição, concepção, preparação, concurso,<br />
adjudicação, alteração, fiscalização e acompanhamento global<br />
de parcerias público-privadas<br />
Ministério das Financas e da Administracão<br />
Pública e da Saúde , ,<br />
Portaria n. 0 728/<strong>2006</strong>, de 24 de Julho<br />
Adapta o regime especial de comparticipação em m edicamentos<br />
aos funcionários e agentes da Administração Pública<br />
(ADSE)<br />
Ministérios da Administração Interna, da justiça,<br />
da Economia e da Inovação, da Agricultura,<br />
do Desenvolvimento Rural e das Pescas,<br />
das Obras Públicas, Transportes e Comunicações,<br />
do Trabalho e da Solidariedade Social,<br />
da Saúde e da Cultura<br />
Portaria n. 0 736/<strong>2006</strong>, de 27 de Julho<br />
Aprova o regulam ento de condições mínimas para os trabalhadores<br />
administrativos<br />
·---- ..<br />
ESC~'-,.'<br />
Aprova as tabelas de preços a praticar pelo Serviço Nacional<br />
de Saúde, bem como o respectivo Regulamento, e aprova a Assembleia da República<br />
lista de class ificação dos hospitais para efeitos de factu- Lei n. 0 32/<strong>2006</strong>, de 26 de Julho<br />
ração dos episódios da urgência<br />
Procriação m edicamente assistida<br />
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