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Gestão Hospitalar N.º 11 2005

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Construimos um novo tipo<br />

de Companhia de Cuidados de Saúde.<br />

04 Editorial<br />

12 Entrevista<br />

20 Política<br />

Avaliação dos hospitais; análise ao estudo<br />

da Proteste sobre alimentação e o regresso<br />

das Agências Regionais de Contratualização<br />

e Acompanhamento são os três temas analisados<br />

pelo presidente da APAH no Editorial. No fundo,<br />

os Hospitais no centro da vida dos Administradores<br />

<strong>Hospitalar</strong>es.<br />

O novo presidente da lnternational Society of<br />

Pharmacoeconomics and Outcomes Research,<br />

Michael Drummond, foi um dos oradores da 1<br />

Conferência Nacional de Farmacoeconomia (CNF).<br />

Em entrevista à GH, Drummond diz que " num país<br />

como Portugal, onde os salários são baixos, a<br />

percentagem de gastos com medicamentos sobe<br />

em relação à despesa total ".<br />

A GH pegou no documento sobre o Orçamento<br />

de Estado e retirou algumas partes relativas às<br />

previsões para a Saúde, particularmente no que se<br />

refere aos hospitais. A direcção da APAH, por sua<br />

vez, analisou seguidamente os dados referidos.<br />

Para ler e reflectir.<br />

1<br />

1<br />

1<br />

23 Reflexões<br />

Voltamos à Gripe das Aves, através da cientista<br />

portuguesa Helena Rebelo de Andrade. Esta<br />

responsável está ligada ao Instituto da Gripe e<br />

acabámos por ficar a saber que o trabalho de<br />

Portugal, neste domínio, não envergonha ninguém:<br />

está ao nível do que é feito em qualquer país<br />

europeu. Apenas uma falha: faltam virologistas a<br />

trabalhar nesta vertente.<br />

•<br />

26 Análise<br />

A Proteste apresentou um estudo sobre o que se<br />

come nos hospitais e concluiu que, quer os doentes<br />

quer os funcionários têm refeições pouco cuidadas.<br />

Apresentadmos neste número da <strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong><br />

Schering-Plough Farma, Lda.<br />

um resumo do que foi revelado, e a direcção da<br />

Rua Agualva dos Açores, 16<br />

2735-557 Agualva - Cacém<br />

PORTUGAL<br />

TelF 214 339 300 j >=ax 214 312 052<br />

www schering plough com<br />

~ Schering-Plough<br />

APAH comenta.<br />

- . a


Sopra<br />

uma boa nova,<br />

Avaliação e Estudos<br />

1<br />

Enquanto se aguarda a publicação dos resultados<br />

da avaliação dos S.A., realizada pela equipa<br />

coordenada pelo Prof. Miguel Gouveia,<br />

2. A DECO publicou, entretanto, dois estudos<br />

muito interessantes sobre a alimentação nos hospitais<br />

(citado neste número da G.H.) e sobre os<br />

outro estudo, este comparando os SA com os hospitais<br />

melhores serviços clínicos portugueses nalgumas<br />

SPA, foi entretanto publicado sob a égide da Direcção­<br />

especialidades médicas e cirúrgicas.<br />

Geral da Saúde.<br />

Se para o estudo sobre a alimentação os reparos<br />

Não pondo em causa o mérito dos seus autores, resul­<br />

metodológicos seriam escassos ou desprezíveis, já<br />

Manuel Delgado<br />

Presidente da APAH<br />

"No afã de criar<br />

indicadores<br />

objectivos de<br />

eficiência, confunde­<br />

-se muitas vezes esta<br />

com a produção pelo<br />

custo mais baixo.<br />

Não é exactamente a<br />

mesma coisa"<br />

ta claro, para um leitor prevenido e minimamente conhecedor,<br />

que este estudo, coordenado pela Prof. Rosário<br />

Giraldes, enferma de várias limitações metodológicas<br />

que comprometem uma leitura útil e consequente dos<br />

seus resultados.<br />

A avaliação dos hospitais deve processar-se baseada em<br />

informação actualizada e relevante, critérios e indicadores<br />

inteligíveis, adequados e pertinentes, verificação<br />

e diálogo com profissionais e utilizadores, sob pena<br />

de, contando uma parte do que se pensa ser verdadeiro<br />

e objecrivo, criarmos uma ficção insuportável e caricata<br />

da realidade.<br />

Recordo-me bem dos "rankings" de hospitais que há<br />

cerca de um ano atrás invadiram as redacções de jornais,<br />

no que roca aos melhores serviços clínicos, a metodologia<br />

utilizada - exclusivamente baseada em<br />

opiniões - fragiliza de forma assinalável a sua<br />

validade. De qualquer modo, o simples facto da<br />

DECO se interessar por desenvolver estudos nestas<br />

áreas merece o nosso aplauso e os resultados<br />

apresentados, que contentam uns e descontentam<br />

outros, são pelo menos, motivo para reflexão<br />

de todos.<br />

3. O Governo recuperou as Agencias Regionais<br />

de Contratualização e Acompanhamento. Com<br />

essa medida, os hospitais passam a ter, de novo, um<br />

interlocutor minimamente habilitado para negociar<br />

1<br />

1<br />

Aliámos a experiência e solidez de um grupo internacional,<br />

líder na sua área, ao maior e mais moderno complexo industrial<br />

farmacêutico português.<br />

Escolhemos Portugal para ser o centro mundial de desenvolvimento<br />

e produção de medicamentos injectáveis da Fresenius Kabi.<br />

Apostámos na qualidade, competência e formação dos nossos<br />

profissionais.<br />

rádios e televisões e que foram objecro das interpretações<br />

mais jocosas de que há memória.<br />

No afã de criar indicadores objectivos de eficiência, confunde-se<br />

muitas vezes esta com a produção pelo custo<br />

mais baixo. Não é exactamente a mesma coisa e o con-<br />

os seus contratos-programa. Até ao fim do ano,<br />

espera-se, todos os hospitais terão negociado e<br />

contratado a sua actividade e o seu orçamento<br />

para o próximo ano. O que lhes dá urna linha de<br />

orientação e um conjunto de metas quanto aos<br />

Acreditámos no seu apoio.<br />

Em Portugal, com portugueses, para o mundo.<br />

resultados que se esperam no futuro de curto prazo.<br />

Aumenta, assim, a "accountability" das Adminis-<br />

rrações, no pressuposto de que as negociações e o<br />

controlo se estabelecerão dentro de espaços razoá-<br />

veis e genuínos de liberdade negocial. m<br />

hecimento das características do produto "cuidado de<br />

saúde" nas suas dimensões técnicas, enquadramento<br />

estrurural, conforto e rapidez no atendimento e nível<br />

de sucesso atingido, é decisivo para se fazerem análises<br />

cornparativas sobre a eficiência.<br />

~ Fresenius<br />

LABESFAL<br />

Kabi<br />

Caring for Life


Cartel de laboratórios<br />

IGS quer apurar responsabilidade<br />

dos hospitais<br />

Inspecção-Geral da Saúde (IGS) vai<br />

A investigar eventuais responsabilidades<br />

dos hospitais nos concursos públicos onde<br />

se provou ter havido cartelização de preços<br />

por parte de cinco laboratórios. A IGS já<br />

pediu à Autoridade da Concorrência para<br />

ter acesso ao processo para poder verificar<br />

se existem factos indici'adores de má<br />

prática por parte dos órgãos de gestão.<br />

Apenas um hospital - Centro <strong>Hospitalar</strong> de<br />

Coimbra - denunciou a semelhança de<br />

preços apresentados pelos cinco<br />

laboratórios.<br />

ln "Diário de Notícias" 18/10/05<br />

Aproximar doentes e famílias<br />

Governo vai encerrar hospitais psiquiátricos<br />

O<br />

Ministério da Saúde prepara-se para<br />

iniciar um processo de transferência de<br />

doentes psiquiátricos internados em grandes<br />

hospitais 'clássicos' para os hospitais gerais<br />

espalhados pelos distritos. Na primeira linha de<br />

encerramento estão os hospitais Miguel<br />

Bombarda, em Lisboa, Hospital Sobral Cid, em<br />

Coimbra.<br />

ln "Diário de Notícias" 3<strong>11</strong>10105<br />

Arquivado<br />

Culpa atribuída a novo sistema<br />

234 mil esperam<br />

O<br />

número de doentes em lista de<br />

espera para cirurgia cont inua a<br />

aumentar. São já 234 mil, 7785 dos quais<br />

sem resposta nos hospitais públicos, afirma<br />

o Ministério da Saúde.<br />

Termina caso 'Veiga Fernandes'<br />

Ordem dos Médicos {OM) mandou<br />

A arquivar o processo disciplinar contra o<br />

médico Veiga Fernandes. O caso começou a<br />

ser investigado em 1994 e a OM concluiu<br />

agora que "não ficou demonstrada a prática<br />

de qualquer infracção técnico-deontológica".<br />

Veiga Fernandes foi director do Serviço de<br />

De acordo com o coordenador do Sistema<br />

Integrado de <strong>Gestão</strong> para Inscritos para<br />

Cirurgia {SIGIC) - programa que substituiu o<br />

PECLEC - , Pedro Gomes, este novo sistema<br />

cria mecanismos que obrigam os hospitais a<br />

registarem as pessoas com indicação para<br />

cirurgia, o que não acontecia antes, e<br />

espera-se que cresça o número de doentes.<br />

ln "Público" 3<strong>11</strong>101<strong>2005</strong><br />

Propedêut ica Cirúrgica do Hospital de Santa<br />

Maria e professor catedrático na Facu ldade<br />

de Medicina de Lisboa e chegou a ser<br />

suspenso pela Inspecção-Geral da Saúde e<br />

acusado pelo Ministério Público por má<br />

prática cirúrgica e negligência médica.<br />

ln "Expresso" 01/ 10/05<br />

População idosa<br />

Internamentos depois de alta aumentam<br />

E<br />

ntre 2000 e 2003, o número de rei nternamentos nos hospitais aumentou 15, 7%.<br />

Neste último ano, das 76 mil pessoas que tiveram de voltar a ser internadas depois<br />

de terem tido alta, mais de metade t inha mais de 65 anos de idade.<br />

Esta conclusão decorre de um estudo de uma consultora, encomendado pelo Ministério<br />

da Saúde, à população idosa e em situação de dependência. O estudo alerta para o<br />

facto de os hospitais da rem frequentemente alta a pessoas que ainda não têm<br />

condições para sair, que não têm apoio fam iliar.<br />

Portalegre<br />

Urgência pediátrica<br />

inaugurada<br />

O<br />

Hospital de Portalegre inaugurou<br />

uma urgência pediátrica, onde as<br />

crianças são encaminhadas para uma sala<br />

individualizada para serem at endidas por<br />

um pediatra ou um médico de medicina<br />

familiar.<br />

A abertura da urgência pediátrica é uma<br />

das iniciativas integradas na Carta de<br />

Missão assinada dia 21 de Outubro, pelo<br />

presidente do conselho de administração<br />

dos hospitais de Portalegre e Elvas. O<br />

documento consagra ainda a criação da<br />

Unidade Local de Saúde do Norte<br />

Alentejano.<br />

ln "Portugal Diário" 02<strong>11</strong><strong>11</strong>05<br />

Dreno esquecido<br />

ln "Público" 18<strong>11</strong>0/ 05<br />

Santa Maria paga indemnização<br />

O<br />

Supremo Tribunal Adm inistrativo<br />

condenou o Hospital de Santa Maria,<br />

em Lisboa, a pagar uma indemnização de<br />

10 mil euros a um paciente. Na sequência<br />

À espera do Governo<br />

de uma intervenção cirúrgica a que foi<br />

submet ido devido a um hematoma no baço<br />

ficou com um dreno esquecido no corpo.<br />

O problema só foi detect ado no Hospital<br />

de Tomar, cerca de 8 meses depois da<br />

primeira intervenção e o dreno só foi<br />

retirado no Hospit al de Santarém. O<br />

Tribu nal responsabilizou o Hospital da<br />

Capital pela "condut a negligente dos<br />

médicos e enfermeiros que permitiu a<br />

interiorização de um dreno".<br />

Hospital do Fundão cria novas valências<br />

O<br />

Hospital do Fundão pret ende criar<br />

dois novos serviços, de O ncologia e<br />

lnfecciologia, estando a administração apenas<br />

à espera de aprovação por parte do Programa<br />

Saúde XXI para avançar com as obras.<br />

Oncologia deverá ocupar metade dos pisos<br />

da unidade hospitalar, com consult a<br />

externa, área de hospital de dia e zona de<br />

internamento. A lnfecciologia será instalada<br />

no edifício anexo ao hospital e terá dez<br />

camas, com quadro de isolament o.<br />

ln "Público " 15/ 10105<br />

ln "Público <strong>11</strong><strong>11</strong>0/ 05


Despacho para controlar a despesa<br />

Ministério limita produção dos hospitais<br />

APAH rejeita dificuldades de cobrança<br />

Hospitais SA reduzem para metade capital social<br />

O Ministério da Saúde decidiu limitar a têm por hábito apresentar esttmattvas<br />

actividade dos hospitais no próximo ano superiores de produção para receberem<br />

tendo em vista o controlo da despesa do mais dinheiro.<br />

Serviço Nacional de Saúde (SNS). Este é o No final de Outubro cada hospital já<br />

objectivo de um despacho do secretário de deverá ter negociado internamente a sua<br />

Estado da Saúde, Francisco Ramos, em actividade para 2006 e todos os acréscimos<br />

nome da "consolidaçãÓ da actividade hospitalar"<br />

para 2006.<br />

te as respectivas Administrações Regionais<br />

apresentados deverão ser justificados peran­<br />

Uma fonte ministerial explicou ao "Jornal da Saúde. A negociação dos contratos de<br />

de Negócios" que este despacho significa todos os hospitais deverá finalizar-se a 15<br />

que o ministério quer pressionar as administrações<br />

hospitalares a apresentarem esti­<br />

Contudo e apesar de todas as medidas de<br />

de Dezembro.<br />

mativas realistas aproximando a actividade contenção de despesa iniciadas, as previsões<br />

programada àquela que, efectivamente, apontam para que, em 2006, o défice acumulado<br />

do SNS aumente em 14%. poderão realizar. Isto porque os hospitais<br />

lilD<br />

Comissão de protecção de dados desconhece situação<br />

Comparticipação total só com acesso a dados fiscais<br />

O Ministério da Saúde quer voltar a dar a<br />

comparticipação total dos medicamentos aos<br />

doentes com rendimentos mínimos, mas só<br />

se estes poderem provar essa situação e permitirem<br />

o acesso aos seu~ dados fiscais.<br />

O ministro da Saúde, Correia de Campos,<br />

adiantou que vai fazer sair em breve uma<br />

portaria que determina uma nova forma de<br />

os pensionistas com baixos rendimentos<br />

fazerem prova da sua situação para efeitos da<br />

comparticipação nos fármacos, oque também<br />

requer uma autorização da administração<br />

fiscal para consultar os dados sobre os<br />

rendimentos.<br />

Correia de Campos justificando a alteração,<br />

compara os pensionistas que auferem montantes<br />

que não excedam 14 vezes o salário<br />

mínimo nacional com o facto de o sistema<br />

de prova dos baixos rendimentos hoje em<br />

vigor ser "muito insuficiente" e a legislação<br />

sobre a matéria "demasiado permissiva". É<br />

que os indicadores estatísticos revelam que<br />

apenas 18 por cento dos pensionistas recebem<br />

abaixo da pensão mínima, mas 53% das<br />

comparticipações têm a indicação da vinheta<br />

verde.<br />

O titular da pasta da saúde adiantou que a<br />

contraprova da administração fiscal mereceu<br />

já a concordância da Comissão Nacional de<br />

Protecção de Dados (CNPD). Mas es ta<br />

declaração foi imediatamente desmentida<br />

pela própria Comissão que revelou nunca se<br />

ter pronunciado sobre o projecto de portaria<br />

do Ministério da Saúde.<br />

Um porta-voz do ministério reagiu posteriormente<br />

afirmando que não houvera intenção<br />

de "dar uma informação incorrecta", mas<br />

que é convicção do governante que não há<br />

necessidade de parecer porque existe uma<br />

declaração de consentimento da consulta aos<br />

dados fiscais por parte do doente. Recorde-se<br />

que Correia de Campos avisou que caso essa<br />

autorização não seja dada, o doente perde o<br />

direito à comparticipação acrescida.<br />

De qualquer forma, o ministério já fez chegar<br />

à CNPD um pedido de parecer que será<br />

tido em conta pelo gabinete ministerial,<br />

embora este não seja vinculativo, acrescentou<br />

o porta-voz. IBD<br />

O s capitais próprios dos hospitais S.A. passaram<br />

de 900 milhões para 461 milhões de de se verificar uma falta de capacidade dos<br />

"problema de tesouraria". Ou seja, do facto<br />

euros em quatro anos, revelou ao jornal hospitais para cobrarem aos subsistemas de<br />

"Diário Económico" o presidente da Unidade<br />

de Missão para a Empresarialização dos São cinquenta e cinco por cento dos serviços<br />

saúde.<br />

Hospitais, Luís Pedroso Lima.<br />

que ficam por cobrar, o que na prática representa<br />

um "buraco" de cerca de 328 milhões<br />

De acordo com este responsável, uma das<br />

razões para esta redução prende-se com as de euros.<br />

dívidas existentes à indústria farmacêutica. Um problema a resolver quando as verbas do<br />

No ano passado, ainda sob a tutela do então Orçamento Rectificativo de Junho permitirem<br />

aos subsistemas - como é o caso da<br />

ministro Luís Filipe Pereira, seguiu uma<br />

carta para as administrações dos hospitais ADSE - o pagamento das dívidas existentes<br />

S.A. para procederem ao pagamento das aos hospitais.<br />

dívidas acumuladas aos fornecedores de A ADSE - um subsistema tutelado directamen<br />

te pelo Ministério das Finanças - é<br />

medicamentos, nem que para isso fosse<br />

necessário recorrer ao capital social.<br />

considerada como uma das principais devedoras<br />

ao próprio Estado. l!!ll<br />

Mas a outra razão apontada resulta de um<br />

Clínicas privadas contra descida<br />

Exames médicos com novos preços<br />

O preço dos exames médicos pagos pelo<br />

Ministério da Saúde a clínicas privadas,<br />

com quem mantém convenções, desceu<br />

cinco por cento a partir do início do mês de<br />

Outubro. Mas a Federação Nacional de<br />

Prestadores de Cuidados de Saúde<br />

(FNPCS) já avisou que pretende impugnar<br />

a nova tabela.<br />

O despacho ministerial justifica a decisão<br />

com a necessidade de conter os gastos do<br />

Serviço Nacional de Saúde e, ainda no<br />

período de discussão pré-publicação, suscitou<br />

as mais violentas críticas das associações<br />

que representam as empresas que prestam<br />

serviços aos doentes do SNS.<br />

A revisão da tabela devia fazer-se anualmente<br />

mas tem sido feita de três em três anos,<br />

ignorando os valores da inflação, acusa a<br />

Federação.<br />

Os exames abrangidos são as análises clínicas,<br />

a medicina física e de reabilitação, a<br />

endoscopia, a endoscopia gastren terológica,<br />

com excepção da endoscopia alta e da colonoscopia,<br />

a cardiologia, a radiologia, com<br />

excepção da comografia axial computadorizada<br />

e da osteodensitomeuia, cujos preços<br />

baixam 10%, e da radiologia convencional,<br />

onde os preços se mantêm.<br />

No sector da diálise, as empresas entraram<br />

em acordo com o Governo. A Associação<br />

Nacional de Centros de Diálise aceitou o<br />

congelamento dos preços da diálise durante<br />

crês anos. Segundo o presidente desta Associação,<br />

"o congelamento, embora prejudicial,<br />

é mais fácil de aceitar, apesar de representar<br />

um esforço adicional da nossa parte".<br />

O Estado acordou também em pagar mais<br />

pelos doentes renais com Hepatite B, que<br />

obriga as clínicas a custos acrescidos. IBD


Quinze autores analisam o futuro<br />

Farmacêuticos<br />

em 2015<br />

Foi apresentado no passado dia 22 de Outubro,<br />

no Centro Cultural de Belém, em Lisboa,<br />

a obra "Farmacêuticos 2015 - Uma reflexão<br />

sobre a evolução da profissão", coordenado por<br />

António Hipólito de Aguiar.<br />

Como o nome indica, trata-se de um livro que<br />

tenta fazer uma reflexão sobre a profissão, procurando<br />

dar a conhecer o passado e o presente<br />

bem como prespectivar os próximos 1 O anos.<br />

Para que tal fosse concretizado, recorreu o coordenador<br />

a textos opinativos de 15 farmacêuticos,<br />

com idades compreendidas entre os 30 e os 45<br />

anos, por forma a permitir uma discussão franca<br />

e responsável, e igualmente não "viciadá', no<br />

seio da sociedade civil.<br />

Os autores exercem a profissão em diversas áreas<br />

de intervenção farmacêutica, sendo possível integrar<br />

a respectiva actuação em vertentes tão dispares<br />

como a investigação, a docência universitária,<br />

a prática em farmácia comunitária- ditas<br />

de "ruá' - bem como em farmácias hosp.italares,<br />

sem esquecer os analistas clínicos e os que têm a<br />

seu cargo a direcção geral de empresas industriais<br />

farmacêuticas.<br />

O grupo foi constituído há 2 anos, tendo efectuado<br />

um trabalho prospectivo sob a coordenação<br />

de Hipólito de Aguiar, que conta já no seu<br />

percurso literário com 5 li-vros publicados.<br />

Os autores desta obra pretendem, essencialmente,<br />

descrever uma linha de evolução para<br />

uma profissão, que no campo da saúde "é a que<br />

menos dependência estatal regista e, ao mesmo<br />

tempo, mais dinâmica empresarial apresentá'.<br />

Radiação Oncológica em debate<br />

Realiza-se no próximo dia 22 de Novembro, na Fundação Calouste Gulbenkian, a<br />

conferência "Portuguese Radiation-Oncology - what present, what future", organizada<br />

pelo serviço de Radioterapia do Hospital de Santa Maria, em colaboração com a<br />

Sociedade Portuguesa de Radioterapia Oncológica. Pelo interesse do tema e respectivos<br />

palestrantes, aqui fica o programa<br />

9:00h - Sessão de abertura<br />

Isabel Monteiro Grillo - Directora do Serviço de Radioterapia, Hospital Santa Maria<br />

Maria Emília Pereira - Presidente da SPRO<br />

Sua Excelência Senhor Ministro da Saúde, Prof. Doutor. Correia Campos<br />

Sua Excelência Alto Comissário da Saúde, Prof. Doutor. Perreira Miguel<br />

Conferência Inaugural<br />

Challenges on Radiation Oncology for the Next Decade<br />

Conferencista: Michael Brada,<br />

Presidem of European Society for Therapeutic Radiology and Oncology<br />

9:45h - The Netherlands Master Plan for Radiotherapy<br />

Conferencista: Harry Bartelink,<br />

Head of the Radiotherapy Department, The Netherlands Cancer Institute, Amsterdam<br />

Moderador: António Coutinho,<br />

Director do Instituto Gulbenkian Ciência<br />

Comentador: Michael Brada,<br />

Presidem of European Society for Therapeutic Radiology and Oncology<br />

<strong>11</strong> :30h - European Model in Radiation-Oncology Translational Research<br />

Conferencista: Jean Pierre Gerard,<br />

Directeur du Centre Antoine Lacassagne, Nice<br />

Moderador: Leonor Beleza,<br />

Presidente da Fundação Champalimaud<br />

Comentador: Adalberto Campos Fernandes,<br />

Presidente do Conselho de Administração do Hospital de Santa Maria<br />

14:30h - Portuguese Radiation-Oncology - a View into Future Trends<br />

Conferencista: Fernando Leal da Costa,<br />

Coordenador Nacional para as Doenças Oncológicas<br />

Moderador: Vasco Reis,<br />

Escola Nacional de Saúde Pública<br />

Comentador: Ricardo Luz,<br />

Presidente do Conselho de Administração do Instituto Português de Oncologia de Lisboa


Michael Drummond à GH<br />

"Vão existir sempre conflitos entre médicos e gestores"<br />

O novo presidente da<br />

lnternational Society of<br />

Pharmacoeconomics and<br />

Outcomes Research, Michael<br />

Drummond, foi um dos<br />

oradores da 1 Conferência<br />

Nacional de<br />

Farmacoeconomia {CNF),<br />

organizada conjuntamente<br />

pela Associação Portuguesa<br />

dos Administradores<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> - Acha que o conceito<br />

de Farmacoeconomia veio para ficar?<br />

Michael Orummond - Nós precisamos de<br />

escudos e instrumentos deste tipo - sobre<br />

medicamentos, respectivos custos e benefícios.<br />

Se lhe chamamos Farmacoeconomia ou<br />

outra coisa não me interessa. Se as pessoas o<br />

reconhecerem como Farmacoeconomia e se<br />

se tornar popular, porque criámos esse<br />

termo, fico feliz.<br />

Mas o que ouvi, na CNF, é que a gestão hospitalar<br />

em Portugal precisa de mais rigor na<br />

sua abordagem. Mesmo assim, sou de opinião<br />

que o vosso país, neste domínio, não<br />

está tão atrasado como vocês pensam: se<br />

entre médicos e gestores, porque a principal<br />

preocupação dos médicos é ter mais recursos<br />

para tratar os seus doentes e a função dos<br />

administradores é gerir o orçamento. Eu<br />

acho é que esta pode ser uma maneira de<br />

melho rar o debate, agora podemos ver a<br />

relação custo/benefício. Em termos gerais, e<br />

no domínio apontado, penso que vai existir<br />

sempre uma certa tensão entre as partes.<br />

<strong>11</strong><br />

A gestão hospitalar em<br />

Portugal precisa de mais<br />

rigor na sua abordagem"<br />

<strong>Hospitalar</strong>es, pela Novartis<br />

Oncology e a Revista Prémio.<br />

Tendo ainda em mente o que<br />

ouviu nesta Conferência sobre<br />

a experiência portuguesa ·de<br />

avaliação económica de<br />

medicamentos, Michael<br />

Drummond explica à GH a sua<br />

visão da Farmacoeconomia e<br />

qual a importância deste<br />

instrumento para o<br />

melhoramento futuro da<br />

administração hospitalar,<br />

apontando algumas das<br />

diferenças entre Portugal e o<br />

Reino Unido.<br />

tivéssemos realizado este encontro em Inglaterra<br />

muitos dos administradores hospitalares<br />

presentes diriam que não olham para a<br />

maioria dos estudos que lhes são apresentados;<br />

que não têm tempo para os ler (lêem,<br />

sim, as publicações de anúncios, à procura<br />

de empregos).<br />

A maioria dos administradores hospitalares<br />

têm muitas coisas para fazer, gerir orçamentos,<br />

lidar com as reacções da população às<br />

acções do hospital, portanto . ..<br />

GH - Não acha que, a Farmacoeconomia,<br />

como instrumento de trabalho, se pode<br />

tornar uma segunda natureza na administração<br />

hospitalar?<br />

MO - Acho que se vai tornar cada vez mais<br />

importante. Para mim, é tão óbvio que se<br />

deve olhar para os custos do que se fornece e<br />

qual o respectivo benefício! É tão óbvio ponderar<br />

melhor quais os medicamentos que são<br />

usados. Foi apresentada aqui a percentagem<br />

dos gastos com medicamen tos e posso afirmar<br />

com base no que foi dito que esta percentagem<br />

é muito mais alta em Portugal do<br />

que em Inglaterra. Num hospital britânico, a<br />

percentagem da despesa com medicamentos<br />

seria menos d e 10% d o total. Acho que<br />

alguém na conferência referiu que, em Portugal,<br />

essa percentagem ronda os 17%.<br />

Mas, é claro, que uma das razões para os<br />

medicamentos representarem uma percentagem<br />

tão alta é que vocês pagam aos vossos<br />

médicos e enfermeiros salários inferiores aos<br />

que nós pagamos. Porque o preço dos medicamentos<br />

é mais ou menos o mesmo em<br />

todos os países, obviamente que, num país<br />

como Portugal, onde os salários são mais<br />

baixos, a percentagem de gastos com medicamentos<br />

sobe em relação à despesa total.<br />

GH - Acha que este conceito opõe médicos<br />

e administradores?<br />

MO - Se os força a entrar em conflito?<br />

Bom ... vejamos. Vai haver sem pre conflito<br />

GH - Acha que os médicos têm demonst<br />

rado mais int eresse pela Farmacoeconomia?<br />

MO -<br />

Com base na minha experiência,<br />

posso dizer que sim. Muitos destes estudos<br />

não são feitos só por economistas, mas por<br />

equipas multidisciplinares. Quando fazemos<br />

um estudo destes trabalhamos sempre com<br />

um clínico. E muitos dos médicos fizeram<br />

uma especialização em Farmacoeconomia<br />

para avançar nas carreiras.<br />

GH - Quais são os argumentos cont ra a<br />

Farmacoeconom ia?<br />

MO - O principal argumento é que significa<br />

racionar os medicamentos. Alguns não<br />

provarão ser efectivos em termos de custos e<br />

não estarão disponíveis. Quando se coloca o<br />

custo na equação, alguns pacientes poderão<br />

não ter terapia porque é demasiado cara para<br />

o benefício pretendido.<br />

Para os economistas, o custo não é imaginar<br />

os euros.


lema é dele. No sector p úblico, estamos<br />

MD - Depende do que está a ser negado às<br />

definitivamente a trabalhar com orçamentos<br />

pessoas. O conceito do NICE é que, se o<br />

reduzidos.<br />

medicamento apresenta um bom resultado<br />

Se no sector privado alguém tem o dinheiro<br />

face ao que custa, o NICE sugere que o use­<br />

e quer desperdiçá-lo numa terapia que não é<br />

mos. O que é rejeitado pelo NICE são,<br />

muito eficaz tenho o direito de impedi-lo?<br />

geralmente, coisas que não apresentam uma<br />

boa relação custo/benefício. Se os mais ricos<br />

GH - Mas não acha que isso pode agravar<br />

o fosso entre os que podem pagar o acesso<br />

a Saúde de qualidade e os que não<br />

podem?<br />

quiserem gastar dinheiro nestas coisas não<br />

obterão grandes vantagens.<br />

Pode argumentar-se que qualquer sistema<br />

que tem uma linh a mestra num cenário<br />

MD - Sim, mas isso não é uma questão de<br />

orçamental de contenção vai aumentar sem­<br />

Farmacoeconomia, é uma questão de como<br />

p re estas diferenças entre ricos e pobres. A<br />

se organiza o sistema de Saúde.<br />

única forma de pôr cobro a isto seria impe­<br />

No meu país há um grande apoio ao Serviço<br />

dir que quem tivesse dinheiro pudesse pagar<br />

Nacional de Saúde. Não são muitas as pesso­<br />

o que quisesse. E, na maioria dos países oci­<br />

as que têm oportunidade de recorrer à medi­<br />

dentais, este seria um conceito difícil de<br />

cina privada. Mas se se permite às pessoas,<br />

com dinheiro, que gastem mais, claro que<br />

introduzir.<br />

vai alargar o fosso.<br />

GH -<br />

Existe alguma doença ou terapia<br />

que possa ser prejudicada por este con­<br />

Nós temos um conceito chamado oportunidade<br />

de custo - se dermos mais recursos a<br />

uma área desperdiçamos dinheiro e isso sign<br />

ifica que esses mesmos recursos n ão<br />

podem ser usados em benefício de outros<br />

doentes.<br />

GH - A Farmacoeconomia é um conceito<br />

que pode ser usado em qualquer hospital,<br />

público ou privado?<br />

MD - Penso que sim. Suponho que a diferença<br />

entre público e privado é que, no privado,<br />

se o doente quiser pagar mais o pro-<br />

GH - Se num hospital público determinada<br />

terapia não é disponibilizada por ser<br />

muito cara - no Reino Unido existem as<br />

recomendações do Instituto Nacional<br />

para a Saúde e Excelência Clínica (NICE) -<br />

só os que tiverem dinheiro é que terão<br />

acesso a ela. A Farmacoeconomia pode<br />

contribuir para esta situação?<br />

ceito? Estou a pensar, por exemplo, no<br />

caso de doentes terminais ou idosos, e<br />

noutros que sejam vítimas de cancro e de<br />

SIDA?<br />

MD - Se olharmos para o trabalho do<br />

N ICE verificamos que este tem vindo a<br />

colocar uma grande ênfase nas terapias para<br />

o cancro. E isto porque se sen tia que os<br />

- ,<br />

A Indústria Farmacêutica sabe que a naturezé<br />

do jogo mudou<br />

GH - Como é que a indústria farmacêutica<br />

encara a Farmacoeconomia?<br />

MD - Bem, Sir Michael Rawlins [presidente<br />

do NICE] disse que a indústria não<br />

recebia o N ICE de braços abertos. Mas<br />

acho que, agora, este sector já reconhece<br />

que a natureza do jogo mudou. Vão<br />

longe os dias em que se podia vender<br />

qualquer novo medicamento sem qualquer<br />

prova do custo/benefício e tudo o<br />

que se tinha de fazer era dar umas prendas<br />

aos médicos para eles o usarem. Isso<br />

já lá vai. A indústria teve d e se resign ar.<br />

Algumas pessoas na indústria trabalham<br />

de forma positiva com o NICE.<br />

Acho que a indústria ainda tem a esperança<br />

de que muitos países não adaptem esta<br />

ideia. Uma coisa que a preocupa é a possibilidade<br />

de uma acção a nível europeu,<br />

como a criação de um Euro-NICE.<br />

GH - Acha que existe essa possibilidade?<br />

MD - Os cuidados de Saúde não estão<br />

contemplados no Tratado. A razão pela<br />

qual a avaliação clínica dos medicamentos<br />

está no Tratado é porque cai sob a alçada<br />

da directiva de Saúde Pública, protegendo­<br />

-nos da toxicidade, efeitos secundários, etc.<br />

O que pode acontecer é uma maior colaboração<br />

no que diz respeito à avaliação.<br />

Porquê fazê-la a nível nacional se se pode<br />

fazê-la a nível internacional? Porém, num<br />

futuro próximo, a decisão de se ter ou não<br />

um sistema de saúde manter-se-á a nível<br />

nacional e os diferentes países europeus<br />

gastarão somas diferentes de dinheiro.<br />

GH - O Reino Unido apoiaria a criação<br />

de um Euro-NICE?<br />

MD - Nós não somos os melhores europeus!<br />

(risos) Acho que o Reino Unido sempre<br />

apoiou a colaboração científica na<br />

União Europeia. A Agência Europeia de<br />

Medicina é em Londres . .. Ao nível científico<br />

sempre fomos bons europeus. A<br />

questão é mais em coisas como ser-nos dito<br />

que não podemos trabalhar mais de 46<br />

horas por semana. É a integração política<br />

que preocupa os britânicos.<br />


Curriculum Vitae<br />

Michael Orummond<br />

gripe, eram saudáveis. O resultado foi que o<br />

medicamento, em pessoas saudáveis, reduz o<br />

período da gripe de seis para cinco dias. O<br />

sentimento foi que este não era um benefício<br />

Cada país fez ligeiras adaptações locais, mas<br />

comparando os procedimentos dos vários<br />

Estados, a ideia geral é que as semelhanças<br />

são maiores que as diferenças.<br />

vez da avaliação económica de medicamentos.<br />

João Pereira [ENSP] trabalhou em qualidade<br />

e António Correia de Campos desenvolveu<br />

uma carreira como político. Francisco<br />

> Doutorado em Economia de Saúde<br />

clínico interessante. Então decidiram investi­<br />

Como eu disse na Conferência, a questão<br />

Ramos também é um economista da Saúde.<br />

> Consultor da Organização Mundial de<br />

Saúde<br />

gar, durante mais um ano, os grupos de risco<br />

como os idosos, diabéticos, onde as compli­<br />

aqui são os recursos físicos e humanos, as<br />

pessoas que são treinadas para este tipo de<br />

De certa maneira, os vossos economistas<br />

estão mais próximos do poder do que nós<br />

> Coordenador do Projecto de<br />

Metodologia de Avaliação Económica<br />

da Tecnologia de Saúde da União<br />

Europeia<br />

> Director do Centro para a Economia de<br />

Saúde, Universidade York, Reino<br />

Unido, de 1995 a <strong>2005</strong><br />

> Presidente-Eleito da lnternational<br />

Society of Pharmacoeconomics and<br />

Outcomes Research<br />

cações da gripe podem ser mortais.<br />

Não é q ue queiramos gastar menos com<br />

medicamentos, a questão é como o gastamos.<br />

E a indústria farmacêutica não sai a<br />

perder, porque ainda gastamos m uito dinheiro<br />

nos medicamentos. Estamos a gastá­<br />

-lo de uma forma mais sensata.<br />

GH - E no caso da SIDA?<br />

MD - Os estudos que vi nos países desenvolvidos<br />

provam que os medicamentos são<br />

efi cazes. Não acho que muitos medicamentos<br />

para esta doença estejam a ser estudados<br />

porque não existem dúvidas sobre o seu uso.<br />

trabalho. Quantas pessoas existem em Portugal<br />

que possam fazer este género de trabalho?<br />

Supondo que o Governo vai para a frente<br />

com o plano anunciado neste encontro de<br />

criar uma Agência Nacional de Avaliação<br />

Económica do Medicamento e da Tecnologia<br />

de Saúde. M as será que existem, em Portugal,<br />

50 pessoas treinadas para lá trabalharem?<br />

GH - Acha que a Farmacoeconomia devia<br />

ser uma especialização dos administradores<br />

hospitalares?<br />

MD - Sim, acho q ue é uma coisa que<br />

deviam aprender. É uma maneira de se rela­<br />

em Inglaterra.<br />

Uma das razões para os<br />

medicamentos<br />

representarem uma<br />

percentagem tão alta da<br />

despesa total de um<br />

hospital é porque, em<br />

Portugal, se paga pouco<br />

aos médicos e<br />

enfermeiros<br />

A Farmacoeconomia não está a impedir de<br />

cio narem melhor com os médicos. Agora,<br />

se gastar dinheiro com a SIDA.<br />

Acho que a grande questão económica da<br />

não existem dúvid as: os m édicos olham<br />

pelos doentes e os gestores pelo orçamento.<br />

GH - E isso é uma desvantagem?<br />

SIDA se coloca nos países em vias de desen­<br />

Esta é uma m aneira de haver um debate<br />

MD - Não! Por que o seria? Há até certas<br />

volvimento. Em África, muitas pessoas pode­<br />

sobre custos; sobre se os custos-extra impli­<br />

vantagens num país mais pequeno. Vivendo<br />

riam beneficiar das terapias mas as compa­<br />

cam benefícios-extra. É um pouco o que tem<br />

em Portugal e sendo eu um cientisra muito<br />

nhias mostram-se relutantes em baixar os<br />

aco ntecido n o Reino Unido. Quando o<br />

conhecido, poderia aproximar-se mais dos<br />

preços porque isso poderia afectar o seu mer­<br />

N ICE apresenta uma o rientação h á um<br />

políticos do que eu alguma vez conseguiria<br />

cado nos países desenvolvidos.<br />

debate a nível local sobre se é uma boa ou<br />

no Reino Unido. Lisboa é uma pequena<br />

má o rientação, o que devemos fazer no<br />

aldeia comparada com Londres. Em Inglater­<br />

GH - Há directrizes específicas para o uso<br />

nosso hospital. . .<br />

ra, por exemplo, eu nunca conseguiria co­<br />

da Farmacoeconomia?<br />

nhecer o ministro ou o secretário de Estado.<br />

MD - Existem muitas directrizes internacio­<br />

GH - No contexto europeu, quem é que<br />

Como cientista, penso que a única razão<br />

nais. Provavelmente, as mais elaboradas são<br />

lidera na aplicação desta avaliação eco­<br />

para se ser um cientista é o poder que isso<br />

as do N ICE, mas não são as únicas e cada<br />

nómica dos medicamentos?<br />

pode ter em influenciar decisões. Por isso, se<br />

país desenvolveu um conjunto de regras pró­<br />

MD - O Reino Unido será o mais avançado.<br />

tiver de me aproximar do poder para ter essa<br />

prias, como foi o caso de Portugal com o<br />

Provavelmente em segundo lugar, o que<br />

capacidade, para mim, é um risco a correr.<br />

INFARMED.<br />

pode surpreender alguns, estão a Holanda e<br />

Não vale a pena estar num gabinete na Uni­<br />

Provavelmente, está na altura de olhar para<br />

a Suécia. Mas alguns dos maiores países,<br />

versidade de Coimbra, a fazer estudos boni­<br />

elas outra vez porque já têm seis o u sete<br />

como a Alemanha, estão muito atrasados.<br />

tos a que ninguém liga, é melhor estar envol­<br />

anos.<br />

Não é um a q uestão de tamanho do país.<br />

vido no processo decisório.<br />

Portugal não está assim tão mal.<br />

Em Inglaterra, trabalhar com o NICE não é<br />

GH - Em Portugal?<br />

A questão de Portugal é que a maioria dos<br />

exactamente trabalhar para o Governo mas é<br />

MD - Sim. Mas não sei se existem alguns<br />

planos para isso.<br />

vossos economistas da saúd e estudaram<br />

outros aspectos da economia de saúde em<br />

>>><br />

A Indústria farmacêutica está preocupada com a hipótese da criação do um NICE a nível europeu<br />

muito próximo do processo de tomada de<br />

decisões. mn


1 ª Conferência Nacional de Farmacoeconomia<br />

Para uma Saúde eficiente<br />

O know-how britânico<br />

As perto de duzentas pessoas que assistiam à<br />

conferência estavam interessadas em saber<br />

mais sobre a ferramenta económica que é a<br />

Farmacoeconomia, aplicável ao planeamento<br />

Por outro lado, "temos a exigência de tentar<br />

compreender como se gere a doença de uma<br />

pessoa que está dependente do nosso hospital<br />

para o resto da sua vida." Recorrendo ao exemplo<br />

das doenças crónicas, deixou no ar a ideia<br />

No passado dia 14 de<br />

Outubro especialistas<br />

nacionais e estrangeiros<br />

debateram a<br />

Farmacoeconomia.<br />

Mais do que elogiar modelos e<br />

práticas de gestão comuns<br />

além fronteiras, concluíram<br />

que a Avaliação Económica do<br />

Medicamento produz ganhos<br />

claros em Saúde.<br />

P<br />

assavam<br />

poucos minutos das nove e<br />

trinta da manhã, quando o secretário<br />

da Estado da Saúde, Francisco<br />

Ram os, que presidiu à sessão de abertura da 1 ª<br />

Conferência Nacional de Farmacoeconomia<br />

(CNF), em Lisboa, anunciou a intenção governamental<br />

de criar a Agência para Avaliação de<br />

Tecnologias Aplicáveis à Saúde.<br />

A comunicação não colheu os cerca de 250<br />

congressistas presentes de surpresa, poi's a<br />

medida estava já prevista no Programa de<br />

Governo. A agência, cuja constituição é esperada<br />

para breve, visa juntar os principais espe­<br />

>>><br />

Com larga experiência na gestão hospitalr, Manuel Delgado falou da despesa crescente com medicamentos<br />

- eventualmente - dispensáveis com os fármacos<br />

de ponta. "O s medicamentos são uma<br />

das nossas principais preocupações em termos<br />

de custos, pelo que é importante estabelecer<br />

medidas de controlo para a introdução da<br />

inovação terapêutica nos nossos hospitais".<br />

Aula neoliberal<br />

-me lembrar uma coisa à qual chamo síndrome<br />

do Robin dos Bosques, ou seja, tirar aos<br />

ricos para dar aos pobres." M antendo o tom<br />

crítico, o economista concluiu que "esta visão<br />

mina os incentivos para uma boa gestão" ,<br />

uma vez que as melhores gestões não são premiadas<br />

nas dotações dos anos seguintes.<br />

O orador que o sucedeu foi Ricardo da Luz,<br />

e gestão hospitalares, numa perspectiva de<br />

obtenção da melhor relação custo/ eficiência.<br />

Depois do coffee-break da manhã, João Pereira,<br />

da Escola Nacional de Saúde Pública,<br />

moderou o segundo painel. O descaq ue foi<br />

para o National Institute for H ealth and Clinical<br />

Excellence (NICE).<br />

O presidente daquela reputada instituição do<br />

Reino Unido, Sir Michael Rawlins, explicou<br />

de que fo rma é que o N ICE contribui para<br />

uma boa gestão do sistema de saúde britânico.<br />

"As nossas linhas orientadoras caracterizam­<br />

-se por serem cientificamente sólidas e independentes<br />

a influências exteriores". A transparência<br />

das mesmas é assegurada pelo facto de a informação<br />

produzida pelo NICE estar disponível<br />

a todos, via Internet. O NICE é responsável<br />

pela criação de 42 linhas orientadoras que<br />

aconselham as autoridades britânicas sobre<br />

quais os fármacos - com maior eficiência terapêutica<br />

ao menor custo - para várias das doenças<br />

mais comuns. Estas direcrrizes são elaboradas<br />

com base em trabalhos científicos<br />

internacionais, produzidos por especialistas<br />

da área da saúde. No fi m desta apresentação,<br />

a visão portuguesa do NICE fo i dada por<br />

Francisco Batel Marques, do Instituto da Qua­<br />

de que deve ser feita uma sistematização de<br />

terapêuticas medicamentosas para várias enfermidades.<br />

Se assim fo r, o exemplo do NICE<br />

deve ser uma referência para os responsáveis<br />

pela Saúde nacional.<br />

Em representação da O rdem dos Médicos,<br />

Eduardo Santana, afirmou que os clínicos<br />

"começam a estar mais sensibilizados para os<br />

problemas dos custos da saúde e da escassez de<br />

recursos". E essa consciência poderá ser um<br />

importante contributo para o combate ao desperdício.<br />

Pela indústria farmacêutica, Alexander Tribnigg<br />

reforçou que "as grandes empresas de<br />

investigação farmacêutica querem ser parceiras<br />

dos Sistemas de Saúde." O director-geral<br />

da Novartis elogiou o papel "inclusivo" do<br />

NICE, enquanto modelo que não fecha as<br />

portas ao contributo das farmacêuticas. E<br />

resumiu a importância de discussões sobre<br />

Farmacoeconomia: "Hoje em dia é necessário<br />

avaliar o custo/benefício dos novos produtos<br />

de inovação farmacêutica", pelo que se<br />

deve investir na avaliação económica do medicamento.<br />

Em consonância com a linha de pensamento<br />

apresentada de manhã por Francisco Ramos,<br />

>>><br />

O Secretário de Estado da Saúde, Francisco Ramos,<br />

anunciou a criação de uma agência de avaliação de<br />

Tecnologias para a Saúde<br />

-ção de medicamentos". A moderação pertenceu<br />

a António Vaz Carneiro, professor na<br />

Faculdade de Medicina de Lisboa.<br />

Especialista na área da economia da Saúde, Carlos<br />

Gouveia Pinto, do Instituto Superior de<br />

Economia e <strong>Gestão</strong>, reforçou a importância da<br />

avaliação económica do medicamento -<br />

"expressão na minha opinião mais apropriada do<br />

cialistas nacionais na área da Saúde num organismo<br />

independente.<br />

Durante a manhã, integrando o segundo painel,<br />

Pedro Pira Barros, economista e docente<br />

médico e presidente do Conselho de Administração<br />

do IPO de Lisboa. Começou por<br />

lidade em Saúde.<br />

Jorge Brochado, presidente da Associação<br />

Portuguesa dos Farmacêuticos H ospitalares,<br />

que Farmacoeconomia", explicitou. Segundo o<br />

docente, o recurso a esta ferramenta é importante<br />

Segundo o representante do Ministério, esta<br />

iniciativa urge "porque a sensação que todos<br />

temos é que em Portugal é demasiado fácil<br />

introduzir um novo medicamento nos hospi­<br />

na Faculdade de Economia da Universidade<br />

N ova de Lisboa, falava sobre "O financiamento<br />

dos hospitais e a especificidade do<br />

medicamento". Tal como numa aula, o pro­<br />

aflorar a árdua tarefa que a organização lhe<br />

designara: "Um médico a discursar para uma<br />

audiência de gestores e economistas." Mais à<br />

fre nte, diria que se interessou pela área da<br />

A excelência do NICE<br />

Após o almoço, o terceiro painel debruçou-se<br />

sobre "Farmacoeconomia: Como optimizar<br />

custos com ganhos em Saúde sem compro­<br />

reiterou a importância das agências de avaliação<br />

de tecnologias: "A inovação é importante<br />

mas tem de trazer valor terapêutico<br />

acrescentado".<br />

para a tomada de decisões sobre a utilização de<br />

fármacos em qualquer unidade de saúde.<br />

Na mesma linha de pensamento, M ichael<br />

Drummond, professor de economia da saúde,<br />

19<br />

' 1<br />

tais. Os fármacos são rapidamente introduzidos<br />

e prescritos, mesmo antes de haver evidências<br />

internacionais sobre as vantagens<br />

custo/benefício dos mesmos".<br />

Esta afirmação não implica, segundo Francisco<br />

Ramos, o afastamento dos medicamentos<br />

inovadores dos h ospitais. É antes uma<br />

medida de gestão que pretende reduzir gastos<br />

fesso r insistiu na questão da eficiência dos<br />

cuidados de saúde prestados pelos hospitais.<br />

A Farmacoeconomia é útil, pois "devemos ter<br />

dentro do hospital mecanismos de controlo de<br />

custos com medicamentos". Enquanto assumia<br />

a sua "perigosa" costela neoliberal, Pita Barros<br />

mostrou porque não concorda com o actual<br />

sistema de financiamento dos hospitais. "Faz-<br />

gestão hospitalar, pois o trabalho conjunto do<br />

clínico e do gestor produz ganhos em Saúde.<br />

Na comunicação anterior, Pira Barros havia já<br />

dito que "o médico é um dos pontos fulcrais<br />

para uma administração eficiente, sendo que<br />

a maioria não tem noção do custo das suas<br />

decisões", referindo-se à prescrição de exames,<br />

medicamentos e tratamentos.<br />

meter a equidade".<br />

A trabalhar na administração hospitalar há<br />

quase 30 anos, Manuel Delgado, presidente da<br />

APAH, recordou q ue quando começou oito<br />

por cento do orçamento corrente de um hospital<br />

era gasto com medicamentos; hoje, assiste-se<br />

a um agravamento dessa parcela e o<br />

número subiu para os 20 por cento.<br />

A fechar o painel, Paula Brito e Costa, da Associação<br />

Raríssimas, alertou que "muitas vezes é<br />

difícil para o doente ter acesso aos fármacos",<br />

sobretudo se padece de uma doença órfã.<br />

Ferramenta útil para decidir<br />

Na reera final da conferência falou-se sobre "A<br />

utilização de critérios económicos na selec-<br />

na universidade de York (Reino Unido), foi o<br />

último conferencista do dia. Depois de fazer<br />

uma resenha histórica da Farmacoeconomia,<br />

deixou um apelo para os presentes na sala: "O<br />

uso de terapias inovadoras deve ser criterioso,<br />

pois nem sempre são a solução para todos os<br />

doentes". Pelo que, a bem da Saúde nacional,<br />

o seu uso deve ser ponderado. rm Nuno Estêvão


Programa operacional da Administração Pública<br />

A Saúde e o Orçamento<br />

Despesa Total Consolidada<br />

(milhões de euros)<br />

<strong>2005</strong> Est imat iva 2006 Orçamento Variação (%)<br />

Subsector Estado 7772.9 7780.4 0.1<br />

Com base nestes pressupostos, a GH apre-<br />

O Governo apresentou o Orçamento de Estado para o próximo ano. Hospitais-Empresa, Parcerias<br />

Público-Privadas, o Medicamento e as dotações orçamentais merecem a atenção da GH<br />

O<br />

Orçam en to de Esta d o para senta as políticas que são apontadas para<br />

2006 estabelece, como objectivos<br />

estratégicos para a Saúde, com a administração hospitalar: H<br />

q uatro sectores, es tritamente relacionados<br />

ospitais­<br />

"aumentar os ganhos e~ Saúde dos portugueses;<br />

reforçar os mecanismos de planeamento<br />

estratégico dos recursos; melhorar o<br />

acesso e reforçar a qualidade e controlar o<br />

ritmo de crescimento da despesa do SNS"<br />

Relativamente aos hospitais, o documento<br />

refere que "o sistema de saúde só será justo<br />

e flexível com um modelo de organização<br />

hospitalar assente num conjunto de valores<br />

e princípios, que conciliem a desburocratização,<br />

a agili zação e o melh or uso dos<br />

" recursos .<br />

-Empresa; Parcerias Público-Privado; Medicamento<br />

e Orçamento. A APAH apresenta<br />

o seu ponto de vista sobre estes pontos.<br />

Parcerias Público-Privadas<br />

O plano de construção de novos hospitais<br />

em regime de parceria público-privada vai<br />

continuar, em 2006, orientando-se o investimento<br />

público nesta área para a remodelação,<br />

ampliação e beneficiação das estruturas<br />

existentes e criação de serviços que potenciam<br />

a prestação de serviços em regime<br />

ambulatório.<br />

Encontram-se em fase de concurso os Hospitais<br />

de Loures, Cascais, Braga e Vila Franca<br />

de Xira, bem como o Centro de Medicina<br />

Física e Reabilitação (C M FR) de São<br />

Brás de Alportel e um Centro de Atendimento<br />

de Saúde.<br />

O qu adro sobre os Projectos de Parceria<br />

apresenta as p revisões relativas a datas de<br />

cumprimento dos respectivos projectos.<br />

Orçamento<br />

O total da despesa consolidada do M inistério<br />

da Saúde ascende a 8.692,3 milhões de<br />

euros, o que equivale a 5,8 por cento do<br />

PIB e 16 por cento da despesa da Administração<br />

Central.<br />

Projectos de Parceria (ao abrigo do DL 86/2003, 26 Abril)<br />

PROJECTOS DE<br />

PARCERIA<br />

DATAS-CHAVE<br />

DATA PREVISÍVEL DE PATA PREVISÍV EL DO DATA PREVISÍVEL DO CON CURSAL<br />

DESPACHO DE APROVAÇÃO CELEBRAÇÃO DE !VISTO DO TRIBUNAL INÍCIO DOS PAGA- ACTUAL<br />

CONTRATO DE CONTAS M ENTOS<br />

Despacho Conj unto MF e MS n<strong>º</strong> 133 I<br />

Hospital de Loures 2004, de 2 de Dezembro 2003 (DR n<strong>º</strong> 4ª Trimestre 2007 1° Trimestre 2008 1° Trimestre 2009 Avaliação de propost as<br />

59, de 10 de Março 2004<br />

Despacho Conjunto MF e MS n<strong>º</strong> 554 I<br />

Hospital de Cascais 2004, de 29 de j ulho 2004 (DR n 204, 1° Trimestre 2007<br />

de 30 de Agosto 2004)<br />

1° Trimestre 2007<br />

FASE<br />

2° Trimestre 2007 Avaliação de propostas<br />

Despacho Conj unto MF e MS n<strong>º</strong> 54 /<br />

Preparação e<br />

Hospital de Braga <strong>2005</strong>, de 20 de Dezembro 2004 (DR n<strong>º</strong> 2<strong>º</strong> Trimestre 200 7 3<strong>º</strong> Trimestre 2007 3<strong>º</strong> Trimestre 2007 apresentação de<br />

10, de 14 de Janeiro <strong>2005</strong>) propost as<br />

Hospital de V. F. Xira<br />

Despacho Conjunto MF e MS de 19<br />

Setembro de <strong>2005</strong><br />

4ª Trimestre 2007 1° Trimestre 2008 2° Trimestre 2008 Aprovação da parceria<br />

Face à estimativa da desp esa do corrente<br />

exercício orçamental, aquele valor representa<br />

um acréscimo de 0,9 por cento, cuja explicação<br />

resulta, nomeadamente, do aumento<br />

das verbas afectas a Investimentos do Plano.<br />

Os investimentos do plano apresentam um<br />

acréscimo de 6 milhões de euros face à estimativa<br />

para <strong>2005</strong>, que corresponde a uma<br />

taxa de crescimento de <strong>11</strong> ,6 por cento para<br />

o qual contrib ui um aume nto d e 12,5<br />

milhões de eu ros de verbas oriundas do<br />

OE. Em sentido contrário, prevê-se uma<br />

diminuição de 6,5 milhões de euros de fu n­<br />

dos comunitários (ver quad ro Despesa Total<br />

Consolidada).<br />

O subsector dos serviços e fundos autónomos<br />

comp reende o INFARMED, o INEM,<br />

a ERS e os organism os que integram o<br />

SNS, no qual se inclui o IGIF. Vejamos os<br />

respecuvos orçamentos:<br />

Relativamente ao INEM, man tém-se o<br />

valor orçamentado para o corrente ano, ou<br />

seja 32 milhões de euros. O aumento do<br />

orçamento da despesa do INFARMED, em<br />

2006, deverá ascender a 5,2 milhões de<br />

euros, o que representa uma taxa de crescimento<br />

de 2 1, 9 por cento.<br />

A dotação orçamental da ERS duplica, pelo<br />

facto de, em <strong>2005</strong>, estar ainda em fase de<br />

instalação .<br />

O acréscimo de fi nan ciamen to estimado<br />

advém d e receitas próprias previstas na<br />

legislação em vigor. (ver quadro Despesa dos<br />

Serviços e Fundos Autónomos por fontes de<br />

financiamento, na página seguinte).<br />

Em relação ao SNS estima-se uma taxa de crescimento<br />

da despesa de cerca de 1 por cento.<br />

A distribuição da despesa consolidada pelo<br />

--<br />

1. Funcionamento normal 7721.3 7722.8<br />

1.1. - Com cobert ura em<br />

receitas gerais<br />

77<strong>11</strong>.5<br />

o<br />

7714.1 o<br />

1.1.1 . - Serviço Nacional de Saúde 7634 7636.7 o<br />

- -- -<br />

1.2. Com cobert ura em receit as<br />

9.8 8.7 -<strong>11</strong>.2<br />

consignadas<br />

2. Investimentos do Plano 51.6 57.6 <strong>11</strong>.6<br />

- - -<br />

2.1 . - Financiamento nacional 39.5 52 31.6<br />

2.2. - Financiamento comunitário 12.1 5.6 -53.7<br />

-- -<br />

Subsector Serviços e Fundos<br />

8502.1 8597.6 1.1<br />

Autónomos<br />

- --- - - - - -<br />

Consolidação t ransferências entre<br />

7657.1 7685.7 0.4<br />

subsect ores<br />

Despesa Total consolidada 8617.9 8692.3 0.9<br />

Despesa Consolidada segundo a Classificação Económica-MS<br />

Serviços<br />

integrados<br />

2006 Orçamento<br />

Serviços e<br />

fundos<br />

autónomos<br />

(milhões de euros)<br />

Despesa<br />

qualidade<br />

Despesas com o pesso_a_l _ _ 56.1 2,425,8 2,481,9<br />

-- -<br />

Aquisição de Bens e Serviços 25. 1 5,208,9 5.234<br />

j uros e Outros Encargos o 34.9 34.9<br />

Transferências Correntes das quais: 7646.9 729.7 736.3<br />

transferênc ias de SI para SFA 7640.3 -<br />

trasnferências de SFA para SI -<br />

---<br />

Subsídios o o o<br />

--<br />

Outras Despesas Correntes o 7.5 7.5<br />

--<br />

Aquisição de Bens de Capital 6.9 167.5 174.4<br />

---<br />

Transferências de Capital das quais: 23.3 23.3<br />

transferências de SI para SFA 45.4 -<br />

transferências de SFA para SI 45.4 -<br />

Activos Financeiros o o o<br />

O utras Despesas de Capital o o o<br />

Total 7780.4 8597.6 8692.3<br />

-<br />

-<br />

21<br />

'<br />

'<br />

Ministério, por natureza, reflecte o peso do


Despesa dos Serviços e Fundos Autónomos por fontes de financiamerito-MS<br />

. .<br />

(milhões de euros)<br />

<strong>2005</strong><br />

Estimativa<br />

2006 Orçamento<br />

Esforço Nacional - OE Financiamento EU Receitas próprias<br />

Outras fontes<br />

Total<br />

Variação<br />

2006/<strong>2005</strong> (%)<br />

As contas da Saúde<br />

"Não é tarefa fácil calibrar devidamente um modelo de financiamento que privilegia a manutenção<br />

da saúde das populações ao invés da visão tradicional do financiamento por produtos, geralmente<br />

associados a processos de tratamento e reabilitação"<br />

INEM 28.8<br />

INFARMED 23.7<br />

Entidade Reguladora da Saúde 3.2<br />

Serviço Nacional de Saúde 8446.4<br />

Total Consolidado 8502.1<br />

SNS no seu total, relevando os maiores gastos<br />

na aquisição de bens e serviços correntes,<br />

5,234 milhões de euros , e em despesas<br />

com o pessoal cerca de 2.482 milhões<br />

de euros. (ver quadro Despesa Consolidada<br />

segundo a Classificação Económica, na págima<br />

anterior) .<br />

Hospitais-Empresa<br />

Para promover oportunidades com vista ao<br />

aumento de efectividade e eficiência dos hospitais<br />

do SNS, o programa do XVII Gover~o<br />

constitucional avança com as seguintes<br />

medidas, no que diz respeito aos hospitais:<br />

- Melhorar o processo da gestão dos recursos<br />

hospitalares nas Áreas Metropolitanas, tendo<br />

por base a reorganização produzida sobre os<br />

hospitais Egas Moniz; Santa Cruz e S. Francisco<br />

Xavier e a empresarialização em curso<br />

nos hospitais de S. João e Santa Maria;<br />

- Incentivar os Hospitais de Dia e o apoio<br />

domiciliário;<br />

- Promover os processos que levem à melhoria<br />

dos mecanismos de gestão efectiva<br />

dos H ospitais através do aprofundamento<br />

do processo de empresarialização. É neste<br />

conrexro que se enquadra o projecro de<br />

transformação das 3 1 sociedades anónimas<br />

d e capitais exclusivam ente públicos em<br />

-<br />

29.8<br />

4.3 24.6<br />

1.8 4.7<br />

7683.9 59.4 789.1<br />

7685.7 63.7 848.2<br />

Entidades Públicas Empresariais<br />

- Generalizar a prática de contratualização<br />

interna a todos os hospitais do SNS e<br />

iniciar experiência de financiamento global<br />

, de base capitacional, integrando hospitais<br />

e centros de saúde, numa filosofia de Unidades<br />

Integradas de Saúde.<br />

Neste sentido,"a contratualização das relações<br />

entre os Hospitais e o SNS através de<br />

um contrato-programa permite susbtiruir a<br />

lógica de cobertura de custos, independentemente<br />

da quantidade e qualidade dos serviços,<br />

pelo pagamento dos serviços efectivame<br />

n t e prestados, t endo em conta a<br />

complexidade da técnica da prestação".<br />

O contrato tem dois objectivos bem definidos:<br />

"permitir ao hospital programar a sua<br />

actividade com base num quadro plurianual,<br />

tão estável quanto possível" e "permitir<br />

uma melhor gestão orçamental do SNS,<br />

determinando a quantidade de serviços clínicos<br />

de que disporá aos utentes e programando<br />

antecipadamente a d espesa a efecruar".<br />

D e acordo com o documento, "esta<br />

programação deverá assumir uma grande<br />

importância p ara os decisores políticos,<br />

uma vez que permitirá explicitar o valor das<br />

escolhas orçamentais e melhorar a transparência<br />

orçamental"<br />

-<br />

29.8 3.5<br />

28.9 21 .9<br />

---<br />

6.5 103.1<br />

8532.4 1<br />

o 8597.6 1.1<br />

Medicamento<br />

A acção da área do medicamento será<br />

orientada por princípios que garantam a<br />

qualidade e segurança dos medicamentos,<br />

bem como a susceptibilidade da despesa<br />

para cidadãos e sistema de saúde. Prevê-se a<br />

promoção de várias inicitivas entre as quais:<br />

- Revisão das regras e margens de comercialização<br />

dos medicamentos;<br />

-Reavaliação do sistema de comparticipação<br />

no preço do medicamento e revisão da<br />

comparticipação por preços de referência<br />

em função da experiência acumulada;<br />

- Aplicação de um protocolo entre o Estado<br />

e a Indústria Farmacêutica para controlo<br />

do crescimento do mercadodo medicamento<br />

comparticipado p elo SNS, bem<br />

como dos m edicamentos dispensados em<br />

hospitais;<br />

- Incentivo de acções para· tornar a Indústria<br />

Farmacêutica nacional uma área estratégica<br />

na interface entre a economia e a<br />

saúde;<br />

-Implementação das acções Delineadas pelo<br />

Plano da Farmácia H ospitalar;<br />

-Alargamento da disponibilidade dos medicamentos<br />

não sujeitos a receita médica a<br />

pontos de venda fora das farmácias, liberalizando<br />

o seu preço. rm<br />

\<br />

J<br />

Ao mesmo tempo que, no Parlamento,<br />

se discutia e aprovava o<br />

Orçamento de Estado (O.E.), as<br />

administrações dos hospitais ultimavam os<br />

seus Planos de Desenvolvimento Estratégico<br />

com vista à próxima contratualização de serviços<br />

para 2006.<br />

Ou seja, o bolo a distribuir pelo Subsector<br />

Serviços e Fundos Aurónomos já está definido<br />

- os cerca de 8,6 mil milhões de euros referidos<br />

no Quadro B - competindo agora ao<br />

Ministério da Saúde um primeiro rateio da<br />

estrutura regional, seguindo-se as negociações<br />

dos serviços com a respectiva agência regional<br />

de contratualização.<br />

Estamos, como seria de esperar, perante um<br />

O.E. exigente e de fortíssima con tenção de<br />

despesas. N a parte da Saúde admite-se um<br />

crescimento de despesas do SNS, face a <strong>2005</strong>,<br />

de apenas 1 %, se b em que p artindo dos<br />

valores estimados (reais) da despesa efectivamente<br />

verificável em 3 1. 12.<strong>2005</strong>, isto é, de<br />

cerca de 8,4 mil milhões de euros.<br />

Trata-se de um enorme desafio, face a taxas de<br />

crescimento superiores a dois dígitos verificados<br />

nos últimos anos!<br />

O Orçamento da Saúde, contempla, como eixo<br />

de intervenção política prioritária na área hospitalar,<br />

os seguintes: os Hospitais-Empresa; as<br />

parcerias público-privadas e o Medicamento.<br />

Quanto à empresarialização, surgem como<br />

inovadores o conceito de "Unidade Integrada<br />

de Saúde" e a decisão de se iniciar em 2006<br />

"(uma) experiência de financiamento global<br />

por capitalização" (sic) .<br />

Nota-se, quan to à primeira, uma alteração<br />

semântica, que faz p ressupor uma mudança<br />

conceptual e/ou operacional do conceito da<br />

ULS (Unidade Local de Saúde). A ver vamos<br />

como se processará a tão ambicionada integração<br />

de cuidados!<br />

Quanto ao conceito de "financiamento global<br />

da base capitacional", associad o, aliás, à<br />

questão anterior, a iniciativa do G overno<br />

ainda que possa surgir como prematura,<br />

merece o nosso aplauso e a nossa plena<br />

adesão. Não é tarefa fácil calibrar devidamente<br />

um modelo de financiamento que privilegia<br />

a manutenção da saúde das populações ao<br />

invés da visão tradicional do financiamento<br />

por produtos, geralmente associados a processos<br />

de tratamento e reabilitação. Mas a nossa<br />

lógica de financiamento, ao pressupor necessariamente<br />

a integração dos d ispositivos da<br />

promoção, prevenção, presença, tratamento e<br />

reabilitação, e ao assumir formas mais activas<br />

de intervenção que evitem a doença, dão mais<br />

consistência e racionalidade económica ao uso<br />

dos recursos. Restam, todavia, dúvidas quanto<br />

à concepção do modelo, aos instrumentos de<br />

medida e avaliação a utilizar, à competência<br />

técnica e social dos diferentes "stakeholders" e<br />

sobretudo, quan to aos resultados, em que se<br />

perfilam, desd e já, os efeitos perversos da<br />

eventual subutilização de recursos nas áreas<br />

do diagnóstico e do tratamento da doença.<br />

Quanto às parcerias público-privadas, resulta<br />

d o O .E., q u e o p rocesso cond ucente à<br />

construção e abertura do H ospital de Loures,<br />

inicialmente o mais avançado, perde terreno<br />

face a outros, já que se prevê a celebração do<br />

contrato apenas no 4° trimestre de 2007, com<br />

a sua abertura (início de pagamento) previsto<br />

para o 1 ° trimestre de 20 09. Este cenário<br />

representará o regresso à estaca zero de todo o<br />

processo concursal relativo a esta unidade<br />

hospitalar.<br />

Deste plano, ficamos a perceber que entre o<br />

meio do ano de 2007 e o início de 2009, a<br />

Área Metropolitana de Lisboa será servida por<br />

três novos hospitais com uma capacidade instalada<br />

próxima das mil e quatrocentas novas<br />

camas. Tal situação acarretará necessariamente,<br />

o encerramento ou reconversão de parte<br />

do parque hospitalar hoje existente e custos<br />

de transferência significativos, designadamente,<br />

nas áreas dos equipamentos e dos recursos<br />

humanos. É urgente iniciar-se desde já este<br />

processo, pois a instabilidade e o ruído que<br />

com certeza irão provocar, ainda que incontornáveis,<br />

devem ser minimizados.<br />

Na área do medicamento o O.E. traz uma<br />

referência específica ao Plano de Farmácia<br />

<strong>Hospitalar</strong>, para além de um conjunto de<br />

medidas que, conjuntamente, poderão contribuir<br />

para a baixa no preço dos medicamentos.<br />

Importa salientar a importância estratégica do<br />

medicamento no contexto hospitalar, pelo<br />

peso crescente que os seus custos representam<br />

e pelas novas linhas de produção hospitalar<br />

altamente consumidoras de fármacos, como é<br />

o caso dos hospitais de dia.<br />

2006 poderá ser o ano de viragem nas formas<br />

tradicionais de prescrição de medicamentos<br />

nos hospitais, substituindo-as por procedimentos<br />

pré-avaliados e automatizados e<br />

muito mais seguros. Que nos impõem a todos,<br />

Administrações e profissionais, a adopção de<br />

critérios de custo-efectividade na compra,<br />

prescrição e administração de fármacos. rm<br />

Direcção da APAH<br />

23<br />

1<br />

.


Ciência<br />

No encalço do lnfluenza<br />

Ano após ano, a situação repete­<br />

-se. Com a chegada do tempo<br />

frio, muitas são as pessoas<br />

atingidas pelo vírus lnfluenza.<br />

Mas no resto do ano a equipa do<br />

Instituto Nacional da Gripe,<br />

coordenada por ~elena Rebelo<br />

de Andrade, continua o seu<br />

trabalho. Para minimizar os<br />

efeitos da doença.<br />

/<br />

E<br />

no<br />

laboratório, manipulando vírus,<br />

que H elena Rebelo de Andrade prefere<br />

estar. Apaixonada pela investigação,<br />

a coordenadora do Centro Nacional da<br />

Gripe (CNG), do Instituto Ricardo Jorge<br />

(IRJ), em Lisboa, tem dedicado muito do<br />

seu tempo a estudar o Influenza, agente infeccioso<br />

provocador da gripe.<br />

Doutorada na área da vigilânica epidemiológica<br />

e virológica (em 2001), a cientista já<br />

colaborou com várias unidades de investigação<br />

eu ropeias, rendo estado inserida, por<br />

exemplo, em equipas do Instituto Pasteur<br />

(França) e da Healrh Protecrion Agency<br />

(Inglaterra). Essa experiência contribuiu para<br />

uma meritória actividade científica - publicou<br />

45 artigos, dos quais 18 em revistas estrangeiras<br />

da especialidade.<br />

"Gosto de trabalhar na montagem de novas<br />

metodologias aplicáveis a situações de emergência<br />

provocadas por vírus", refere Helena<br />

Rebelo de Andrade, que afirma gostar de trabalhar<br />

em stresse. Entretanto, por coordenar<br />

outros laboratórios e unidades de investigação<br />

(também no IRJ), por preparar congressos<br />

sobre virologia e ausentar-se do país com fre-<br />

>>> A investigadora Helena Rebelo de Andrade, do Instituto Nacional da Gripe,<br />

coordena vários cientistas que trabalham em virologia<br />

quência para reuniões sobre o Influenza, acaba<br />

por passar menos tempo no laboratório. "É difícil<br />

coordenar equipas de áreas tão diferentes e<br />

continuar a desenvolver os meus projectos de<br />

investigação", reconhece a especialista em vírus.<br />

Vigilância<br />

A funcionar desde 1953, o CNG tem, em<br />

Portugal, o estatuto de Laboratório de Referência<br />

para a gripe, conferido pela Organização<br />

M undial de Saúde (OMS). Entre as suas<br />

atribuições, esta unidade coordena o sistema<br />

Nacional de Vigilância da G ripe - reúne<br />

info rmação recolhida na rede de Médicos<br />

Sentinela e nas Unidades de Urgência de<br />

H ospitais e Centros de Saúde nacionais - e<br />

contacta com as principais autoridades internacionais<br />

da área - Centro Mundial da Gripe,<br />

OMS e European Infl uenza Surveillance<br />

Scheme.<br />

No início de Novembro, o ING recebeu uma<br />

excelente notícia. "Ganhámos um projecto -<br />

em parceria com a Faculdade de C iências<br />

Médicas e Hospitais Associados e, também,<br />

com a H ealth Protection Agency - a concretizar<br />

em três anos, para vigilância e monitorização<br />

da resistência aos antivirais específicos<br />

para a gripe'', conta, com orgulho. O investimento<br />

é proveniente da Fundação Calouste<br />

Gulbenkian e do IR].<br />

Os Perigos do HSN1<br />

A informação sobre os recentes casos<br />

de infecção pelo vírus HSN1, a vulga<br />

gripe das aves, nem sempre é dada<br />

com a devida clareza. Como tal a<br />

investigadora recomenda que não se<br />

misturem problemas e que se analisem<br />

os cenários possíveis sem alarmismos.<br />

"Para já, com o elevado número de<br />

Virologistas<br />

"Em Porcugal temos belíssimos virologistas,<br />

mas muitos trabalham nas áreas do VIH e da<br />

hepatite. Há poucos a trabalhar em vírus<br />

respiratórios e gripe", explica a investigadora.<br />

Essa tendência acompanhou o ritmo dos<br />

investimentos, já que a gripe foi considerada<br />

durante muito tempo uma área menor. De<br />

acordo com a especialista, "o trabalho desenvolvido<br />

em Portugal, na área da gripe, está ao<br />

nível daquele que se faz nos melhores países<br />

da Europa - Reino Unido e Alemanha."<br />

Porém, com a actual política de contratações<br />

aplicável à função pública, existe uma enorme<br />

dificuldade em contar com pessoas qualificadas.<br />

"É frequente investir-se na formação de quadros,<br />

que, por terem vínculos a termo certo, acabam<br />

por sair para outros sítios", lamenta. Na prática,<br />

o que sucede é que há pessoas em constante<br />

formação, que, por si só, não colmatam eventuais<br />

saídas de gente com mais experiência.<br />

Ainda assim, motivada pela possibilidade de<br />

saber mais sobre o Influenza, a coordenadora<br />

do ING não desiste e confessa gostar muito<br />

daquilo que faz. Contrariando uma mentalidade<br />

comum em Portugal, Helena Rebelo de<br />

Andrade acredita que nos devemos queixar<br />

menos e "aproveitar ao máximo os recursos<br />

que se tem". Para uma melhor ciência nacional.<br />

l!!D Nuno Estêvão<br />

animais infectados, existe um preocupante<br />

p roblema, mas ao n ível da<br />

medicina veterinária. Em segundo<br />

lugar, existe o perigo da transmissão<br />

do v írus da g ripe aviá ria para o<br />

homem, sendo que essa transmissão é<br />

possível, mas rara", explica a investigadora.<br />

Finalmente, "confirmando-se a t rans-<br />

Preparação da<br />

•<br />

vacina<br />

Após reunir a informação proveniente<br />

dos Cent ros Nacionais da Gripe,<br />

espalhados pelos vários países, a<br />

OMS recomenda quais as estirpes<br />

virais que devem fazer parte da vacina<br />

para o Inverno seguinte.<br />

Todos os anos, em Fevereiro, esta<br />

informação é considerada e aplicada<br />

ao Hemisfério Norte. Já em<br />

Setemb ro, é fe ita a segunda<br />

revisão da vaci na , destinada,<br />

desta vez, ao Hemisfério Sul. Esta<br />

necessidade de actualização anual<br />

relaciona-se com a existência de<br />

três tipos de vírus lnfl uenza (A, B<br />

e C} e numerosos subtipos.<br />

A vacina continua a funcionar<br />

como um dos mét odos primários<br />

mais eficazes na prevenção dest a<br />

doença. Idosos com mais de 65<br />

anos, crianças e pessoas que t e­<br />

nham cont acto com doentes ou<br />

potenciais doentes são franjas da<br />

população cuja vacinação é recomendada<br />

pelas autoridades.<br />

m issão ao home m - possibilidade<br />

estatisticamente reduzi da - pode rá<br />

haver o perigo de uma pandemia de<br />

gripe".<br />

Em t odo o caso, ga rante, as autoridades<br />

nacionais da gripe estão preparadas<br />

e têm planos de contingência<br />

para dar respostas eficazes a event<br />

uais sit uações de emergência.


Proteste avalia hospitais<br />

• •<br />

ua 1 as re e 1<br />

,..,, .<br />

oes servi<br />

N<br />

o seguimento d e um estudo<br />

elaborado entre Março e Agosto<br />

de <strong>2005</strong>, a revista Proteste<br />

(da Deco) publicou, no seu número de<br />

Novembro, os resultados relativos à qualidade<br />

dos alimenrns confeccionados nos<br />

hospitais portugueses.<br />

Dos mais de 40 hospitais contactados, os<br />

técnicos da Proteste apenas receberam<br />

auwrização para visitar 2 1. Entre os parâmetros<br />

analisados, a higiene e a co nservação<br />

dos alimentos, assim como os locais<br />

onde os mesmos são manipulados e as instalações<br />

sa nitári as, foram elementos tidos<br />

em co nta.<br />

Ranking dos Hospitais<br />

Após reunir todos os dados respeitantes à qualidade da comida servida aos doentes, a revista Proteste classificou (de Muito Bom a Mau)<br />

todos os hospitais visitados. Em seguida, conheça os resultados:<br />

Bom<br />

- Hospital dos Capuchos (Lisboa; Público)<br />

- Hospital São João de Deus (Montemoro-Novo;<br />

Privado)<br />

Bom /Médio<br />

- Hospital da Ordem da Lapa (Porto; Privado)<br />

- Hospital Infante D. Pedro (Aveiro;,<br />

Público)<br />

Médio<br />

- Hospital Curry Cabral (Lisboa; Público)<br />

- Hospital de Santo André (Leiria; Público)<br />

- Hospital Pedro Hispano (Matosinhos;<br />

Público)<br />

- Hospital SAMS (Lisboa; Privado)<br />

- Hospital São Teotónio (Viseu; Público)<br />

- Maternidade Alfredo da Costa (Lisboa;<br />

Público)<br />

Médio/Medíocre<br />

- Hospital de Jesus (Lisboa; Privado)<br />

- Hospital Distrital de Faro (Faro; Público)<br />

- Maternidade Bissaya Barreto (Coimbra;<br />

Público)<br />

Medíocre<br />

- Hospital de Santa Marta (Lisboa; Público)<br />

- Hospital dos Covões (Coimbra; Público)<br />

- Hospital Pediátrico (Coimbra; Público)<br />

Mau<br />

- Hospital da Cova da Beira (Covilhã; Público)<br />

- Hospital de São Francisco Xavier (Lisboa;<br />

Público)<br />

- Hospital de São José (Lisboa; Público)<br />

- Hospital do Espírito Santo (Évora;<br />

Público)<br />

- Hospital Egas Moniz (Lisboa; Público)<br />

Tal como a direcção da APAH refere no<br />

comentário seguinte, este estudo da revista<br />

Proteste é uma ferramenta importante<br />

para os administradores hospitalares em<br />

nome de uma melhor prestação dos serviços<br />

de saúde. cm<br />

Hospitais que não<br />

responderam à<br />

Proteste<br />

- São Marcos (Braga)<br />

- Sr.ª da Oliveira (Guimarães)<br />

- Santa Luzia (Viana do Castelo)<br />

- Centro <strong>Hospitalar</strong> de Vila Nova de<br />

Gaia (Porto)<br />

- Geral de Santo António (Porto)<br />

- São João (Porto)<br />

- Instituto Português de Oncologia do<br />

Norte (Porto)<br />

- Santa Maria (Lisboa)<br />

- Prof Fernando da Fonseca<br />

(Amadora)<br />

- Garcia de Orta (Almada)<br />

- Nossa Sr.ª do Rosário (Barreiro)<br />

- British Hospital (Lisboa)<br />

- Cruz Vermelha (Lisboa)<br />

- Cuf (Lisboa)<br />

- Franciscanas Missionárias de Maria<br />

(Setúbal)<br />

- São Luís (Lisboa)<br />

- Ordem Terceira (Lisboa)<br />

- Trofa (Trofa, Porto)<br />

Análise<br />

Conclusões a tirar<br />

O estudo que a "Proteste" no seu n<strong>º</strong><br />

263 de Novembro de <strong>2005</strong> publica,<br />

sobre a alimentação nos hospitais, é<br />

extremamente útil para as respectivas<br />

Administrações.<br />

Tem como tónica dominante a higiene<br />

e conservação dos alimentos, matéria<br />

indiscutivelmente sensível em meio<br />

hospitalar e que, como resulta da<br />

amostra analisada, está aquém do desejável.<br />

Assinale-se, a propósito deste estudo,<br />

que o sector da alimentação e dietética<br />

hospitalar tem sofrido, ao longo das<br />

duas últimas décadas, melhorias sensíveis<br />

a todos os níveis: estruturas e equipamentos,<br />

diferenciação e habilitação<br />

dos profissionais, modelos de confecção<br />

e distribuição das refeições.<br />

Para este facto muito contribuiu a<br />

opção tomada pelos hospitais de investirem<br />

na profissionalização deste sector<br />

hoteleiro, designadamente pela<br />

concessão da exploração desta área a<br />

empresas privadas devidamente credenciadas,<br />

em regime de outsourcing.<br />

Os resultados deste estudo da D ECO<br />

revelam falhas em áreas especificas, pese<br />

embora a apreciação global ter sido<br />

maioritariamente positiva. Ou seja, em<br />

13 dos 20 hospitais analisados a apreciação<br />

global do estudo da DECO é igual<br />

ou superior a 50 pontos, numa escala de<br />

O a 100, nas refeições servidas aos<br />

doentes. Curiosamente, os resultados<br />

são um pouco piores quando se referem<br />

às refeições servidas aos funcionários.<br />

Importa referir que o estudo não aborda<br />

outras questões relevantes no processo<br />

alimentar, designadamente a confecção,<br />

variedade, adequação, horários e técnicas<br />

de produção e distribuição de refeições.<br />

E também não se pronuncia sobre<br />

as condições e locais em que e onde os<br />

doentes e os funcionários tomam as suas<br />

refeições.<br />

Louve-se o estudo, pelas falhas que<br />

aponta e pela severidade subjacente.<br />

Critiquem-se os que evitaram ou impediram<br />

q ue as suas instalações fossem<br />

visitadas pela DECO. Agu.ardem-se<br />

estudos mais completos que nos permitam<br />

uma visão sistémica do acto alimentar<br />

nos nossos hospitais.<br />

Uma nota final sobre a comparação público-privada.<br />

Continua a não haver evidência,<br />

nesta como noutras áreas, que o sector<br />

privado é melhor que o sector público.<br />

Pese embora, a componente hoteleira ser<br />

considerada uma das mais valias da instituição<br />

privadas. Para que conste.<br />

Direcção da APAH


Profissionais<br />

A directora da farmácia hospitalar dos HUC ,<br />

Odete Isabel, e a administradora hospitalar<br />

Margarida Sentes, são pessoas diferentes. A<br />

alegria contagiante de Odete Isabel contrasta<br />

com a tranquilidade de Margarida Sentes. Mas<br />

há valores que ambas têm em comum: o profissionalismo<br />

e a exigência.<br />

Cortes<br />

No intervalo dos debates da<br />

Conferência Nacional de Farmacoeconomia<br />

(CNF}, a GH<br />

"apanhou" dois presidentes<br />

de dois CA de hospitais de<br />

Lisboa: Manuel Delgado(à<br />

esquerda}, do Pulido Valente,<br />

e Ricardo da Luz, do IPO. Não<br />

sabemos do que falaram, mas<br />

avançamos com uma hipotética<br />

pergunta de qualquer um<br />

deles: "Então, o que vai fazer<br />

para enfrentar os cortes orçamentais?"<br />

Posições<br />

João Pereira, professor de Economia da Saúde (ENSP}, e Carlos<br />

Gouveia Pinto, professor de Economia do ISEG, foram dois dos<br />

convidados da CNF. João Pereira como moderador, Gouveia Pinto<br />

como conferencista. Dois nomes que marcaram pelas suas atitudes e<br />

posições. Momento que deu lugar a fortes gargalhadas foi quando<br />

João Pereira comentou a frase de Pita Barros, no painel anterior, ao<br />

se assumir como "perigoso neo-liberal".<br />

Ritmo<br />

José Carlos Lopes Martins, administrador hospitalar,<br />

e Rosa Gonçalves, presidente da Plataforma da<br />

Saúde, encontraram-se no intervalo de um dos<br />

debates da CNF. Aproveitamos, aliás, a oportunidade<br />

para dar os parabéns a Lopes Martins. Mais uma<br />

vez conseguiu imprimir ritmo, descontração e boa<br />

disposição ao debate. Mas sejamos justos: os interlocutores<br />

também ajudaram: Pedro Pita Barros e Ricardo<br />

da Luz<br />

NICE<br />

Sir Michael Rawlings (à esquerda}, director do NICE, participou<br />

na CNF, dando a conhecer a realidade do Reino Unido nesta vertente<br />

e a forma como a Farmacoeconomia tem servido para atingir<br />

os fins. A foto regista o seu encontro com Alexander Triebnigg<br />

e Pedro Gonçalves, da Novartis.<br />

Missão<br />

Luís Pisco (à direita} o novo responsável da Unidade de Missão para os<br />

Cuidados de Saúde Primários, esteve muito atento à CNF. É que todas<br />

estas questões acabam por estar ligadas ao trabalho que é obrigatório<br />

fazer. E mesmo não estando Luís Pisco na APMCG, a missão a levar a<br />

cabo, em dois anos, vai dar que fazer. Francisco Batel Marques, farmacêutico<br />

credenciado e um dos intervenientes no encontro de Lisboa,<br />

esteve como é seu hábito: frontal, eloquente e correcto.


Charutos<br />

Politicamente incorrectos<br />

Por um milhar de puros, Kennedy<br />

adiou o embargo a Cuba. Uma<br />

paixão sem igual que esteve por<br />

trás de uma das decisões<br />

políticas mais controversas da<br />

guerra-fria.<br />

uando se é presidente dos EUA<br />

tem-se praticamente tudo o<br />

que se deseja. O que o 35° pree-americano<br />

queria, no início<br />

de 1962, era um punhado de havanos -<br />

mil Petir Coronas H. Upmann, para ser<br />

exacto. É sabido que depois do desaire da<br />

Baía dos Porcos, John Fitzgerald Kennedy<br />

decretou o embargo a Cuba. Porém, antes<br />

de oficializar a ilegalidade dos produtos<br />

cubanos não quis deixar de garantir o fornecimento<br />

dos seus puros predilectos. Deu<br />

ao seu assessor, Pierre Salinger, menos de<br />

24 horas para comprar todos os Petit<br />

Coronas H. Upmann que encontrasse.<br />

Salinger não o deixou ficar mal, tendo<br />

regressado com pouco mais de um milhar<br />

de charutos da marca. Kennedy assinou o<br />

embargo e, desde então, o tabaco cubano<br />

tem estado apartado dos hábitos norteamencanos.<br />

É legítimo que o interesse pessoal se sobreponha<br />

ª'? interesse nacional? Por mil H.<br />

Upmann, provavelmente sim. O carácter<br />

arrebatador deste havano de sabor forre e<br />

encorpado, um pouco terroso, destinado a<br />

fumadores veteranos e conhecedores de um<br />

bom puro, justifica qualquer atitude menos<br />

ponderada. Não se trata de um havano<br />

qualquer. Um H. Upmann está para os cha-


A nossa escolha<br />

1. Saint Luis Rey "Churchill"<br />

O início é prometedor, pois possui<br />

um sabor distinto e mantém a suavi­<br />

>» Um Churchill sabe também a história<br />

dade. É indicado para se seguir a um<br />

almoço leve, antes de uma tarde de<br />

rutos com o o Moer & C handon para os<br />

Cada charuto tem o seu momento<br />

Um Churchill, seja qual for a marca, deve o<br />

trabalho.<br />

ch ampanhes. Re presenta o melhor da<br />

manufactura cubana e das suas plantações<br />

de tabaco - a capa dos H . U pmann vem<br />

duma herdade, com cerca de 700 hectares,<br />

situada em Vuelta Abajo, na região de H avana,<br />

e o recheio de outras plantações em<br />

redor.<br />

Um havano não pode ser fumado mecanicamente,<br />

com o automatism o com que se<br />

consome outro tipo de tabaco. Para saboreá-lo<br />

de form a condigna é preciso tempo. Um<br />

conceito que se aplica na perfeição aos charutos<br />

com o corpo de um Churchill, por exemplo,<br />

cujos 18 centímetros (em média) propor­<br />

seu nome a Sir C harles Winston Churchill,<br />

primeiro-ministro britânico durante a II<br />

Guerra Mundial e Nobel da Literatura em<br />

1953, que aprendera a fumar puros quando,<br />

no final do século XIX, como jornalista,<br />

cobriu a guerra de independência de<br />

Cuba contra Espanha. O s charutos fuma­<br />

2. Punch "Churchill"<br />

Macio e regular, oferece sabores a<br />

cacau e anis, com um toque d e<br />

madeira no segundo terço. A boa<br />

combustão é comprovada pela cinza<br />

de cor e consistência regulares.<br />

Louve-se a decisão de JFK, que deixou ao<br />

resto do mundo uma abundância de havanos.<br />

Cuba produz anualmente cerca de 200<br />

milhões de charutos para exportação. N ão<br />

fosse o embargo, os EUA absorveriam boa<br />

parte da produção, deixando à míngua os<br />

restantes países.<br />

cionam ao fumador o prazer de degustá-lo ao<br />

longo de uma hora bem contada.<br />

O formato baptizado Churchill convida ainda<br />

o imaginário a partilhar a solenidade de uma<br />

figura de Estado, tornando a absorção de cada<br />

fumaça num acto de reflexão equiparável ao<br />

de quem traça o rumo da história.<br />

dos por Churchill, de formato e tamanho<br />

específi cos, deram origem a um tipo de<br />

ch aruto h o m ónimo , baptizado em su a<br />

homenagem.<br />

São tantas as variedades de marcas e formatos<br />

de charutos que ao longo do dia se pode<br />

escolher o mais adequado. Para os pequenos<br />

momentos de lazer aconselham-se os Petit<br />

Corona. Após um bom almoço, um Robusto<br />

ou um Corona são os tamanhos ideais para<br />

acompanhar o café e o digestivo. Mas para as<br />

grandes ocasiões só um C hurchill confere<br />

toda a magnificência que o momento exige.<br />

Como aliados para a ocasião recomenda-se<br />

um Armagnac Chateau de Laubade 1982,<br />

para juntar a um El Rey del Mundo, ou um<br />

champanhe Pol Roger, que não sendo francês<br />

era a escolha de Churchill para acompanhar<br />

os seus fumos. E o estadista britânico<br />

raramente se enganava nas escolh as que<br />

fazia. rm Luís Rebelo<br />

3. El Rey dei Mundo "Tain"<br />

Rico e encorpado, terminando com<br />

um sabor apimentado. Começa por<br />

arder depressa, mas vai amadurecendo,<br />

proporcionando uma ho ra de<br />

bom fumo:


Loewe de luxo<br />

Tradição, gosto pelo detalhe e sensualidade são<br />

Davidoff para<br />

homem<br />

pormenores sempre presentes nas criações Loewe,<br />

por isso, os <strong>11</strong> coffrets" de Natal não podiam ser<br />

diferentes. Este ano a marca optou por um<br />

<strong>11</strong><br />

coffret" com efeito pele de crocodilo em negro,<br />

No seguimento daquilo que faz habitualmente,<br />

Davidoff apresenta /1 coffrets" totalmente<br />

inspirados na época natalícia para as suas<br />

com abertura central, destinado a homens<br />

modernos e transgressores.<br />

fragrâncias masculinas Cool Water Deep, Echo, Cool<br />

Water e Silver Shadow.<br />

Com o Natal à porta, decidimos<br />

dar-Lhe uma ajudinha na escolha<br />

das prendas daqueles que são<br />

mais importantes. Para ele e<br />

para ela, conheça os cheiros que<br />

as melhores marca·s sugerem e<br />

tenha uma época cheia de brilho.<br />

( '-.)<br />

__)<br />

Cool Water Woman<br />

Davidoff<br />

A par do que faz para as fragrâncias masculinas,<br />

EAU OE TOILETTE<br />

MILLES IML IRIS<br />

Davidoff também criou /1 coffrets" especiais para as<br />

fragrâncias femininas Cool Water e Echo. A primeira<br />

Loewe Oriental<br />

vem numa caixa com eau de toilette, body lotion e<br />

shower breeze e a segunda é composta por eau de<br />

parfum e light body cream.<br />

Natal Guerlain<br />

Evocando valores eternos do longínquo Oriente, a<br />

marca Loewe criou /1 croffrets" únicos para as suas<br />

essências femininas. juntando as fragrâncias aos<br />

respectivos produtos de banho no interior de uma<br />

almofada em seda, a marca mostra as suas<br />

Remetendo para o melhor que o Natal tem,<br />

Guerlain propõe /1 coffrets" cheios de brilho e<br />

sedução. Uma caixa natalícia alberga aromas<br />

majestosos provocadores de sensações que só as<br />

mulheres são capazes de sentir.<br />

características únicas.<br />

Guerlain no masculino<br />

ACQUA<br />

DI<br />

PARMA<br />

•<br />

IRIS NOBILE<br />

Banho de lris Nobile<br />

Lançada há cerca de um ano, a linha lris Nobile Acqua di Parma era<br />

composta por perfume, leite de corpo, sabonete, desodorizante e vela<br />

aromática. Contudo, a marca quis ir mais longe e<br />

complementou a gama com dois novos<br />

Os homens não foram esquecidos e prova disso é o /1 coffret" Unstant de Guerlain Pour Homme composto<br />

pelo perfume de 75 mi e pelo gel de duche de 100 mi da gama.<br />

35<br />

' 1<br />

~ produtos - sais de banho e creme de<br />

banho. Irresistível!


Tório<br />

Tradição portuguesa<br />

H<br />

á<br />

locais que nos causam uma<br />

impressão agradável. Logo à primeira.<br />

O restaurante Tório, na<br />

Rua Tomás Ribeiro, é um desses exemplos.<br />

Na entrada, tem um balcão de pastelaria e<br />

um pequeno quiosque que, com o colorido<br />

das primeiras páginas da imprensa, dá um ar<br />

muito típico àquele espaço lisboeta.<br />

"Alguns clientes actuais, sobrerudo os da<br />

cidade do Porto, destacam estas características<br />

- que lhes são tão familiares e queridas'',<br />

diz Jorge Carlos, proprietário do Tório.<br />

Embora seja possível comer em três espaços<br />

distintos, difei;entes também no preço das<br />

refeições (ao balcão; no snack-bar, do primeiro<br />

andar; ou na sala de refeições, na cave), é<br />

no salão principal que se pode saborear bons<br />

pratos de cozii:ha portuguesa. Tan to ao<br />

almoço como ao jantar. Entre as especialidades<br />

do chefe Nunes, sugere-se o Bacalhau à<br />

Ribeira Nova ou os Medalhões de Vitela, sem<br />

falar no Cozido à Portuguesa ou no Arroz de<br />

Tamboril. Para entrada, recomenda-se uma<br />

Papaia com Cocktail de Gambas.<br />

Ilustres e famosos<br />

A funcionar desde 1970, o Tório é um restaurante<br />

familiar. No serviço e na gestão do<br />

espaço. Depois de ter herdado do pai o gosto<br />

pela hotelaria, Jorge Carlos vê assegurada a<br />

continuação da actividade pelos seus filhos.<br />

Entre a clientela fixa deste restaurante encontram-se<br />

ministros, médicos, políticos, acrores,<br />

jornalistas e futebolistas. Aliás, o proprietário<br />

é um benfiquista de gema, tendo trabalhado<br />

com o clube da águia durante 20 anos. "A<br />

nossa colaboração com o Benfica iniciou-se<br />

na altura do trei nador Ericksson. Até há<br />

pouco tempo, fomos os responsáveis pela<br />

comida do clube, sempre que a equipa de<br />

futebol se deslocava ao estrangeiro", recorda.<br />

A principal sala de refeições do Tório já foi<br />

palco de muitas conversas importantes, mantidas<br />

por pessoas influentes de vários sectores<br />

da sociedade portuguesa. Muitas destas personalidades<br />

atraídas, por certo, pela diversificada<br />

carta de vinhos - com a possibilidade de<br />

venda a copo - ou pelas famosas sobremesas<br />

do Tório. Há mesmo quem as considere das<br />

melhores da capital. li!ll Nuno Estêvão


, ~ ~<br />

RELAÇAO MEDICO-DO ENTE E SUA EVOLUÇAO<br />

A<br />

relação médico-doente manteve-se durante<br />

muito tempo, até ao princípio do Século<br />

XX, sem grande alteração. O médico era<br />

quase um Deus, ou um sacerdote, a sua presença era<br />

respeitada e as suas palavras sagradas!<br />

As receitas eram em larim, o doente confiava inteiramente<br />

na prescrição, sem se atrever a duvidar e o<br />

remédio era, salvo raras excepções, eficaz. Se o doente<br />

perguntava o que tinha, o médico mimoseava-o<br />

com uma série de "palavrões", alguns até em latim,<br />

que o deixavam perplexo mas convencido da sabedoria<br />

do Dr. (... ele até sabe o esternocleidomastoideu!!!)<br />

O Médico sabia, e tinha tempo para isso, ouvu o<br />

doente, levando-o a dizer somente o que podia ter<br />

interesse para uma boa anamnese, que conduzisse a<br />

um diagnóstico e uma terapêutica segura e eficaz.<br />

Apesar de uma aparente distanciação entre o médico e<br />

o doente, o clínico era consicferado como um amigo e<br />

até como um familiar, convidado para padrinho de<br />

casamentos e baptizados, e recebendo presentes independentemente<br />

dos honorários cobrados. Assistia aos<br />

doentes quer no consultório ou em casa à beira do<br />

leito, acompanhava-os ao Hospital, e havia tempo<br />

para tudo. O exame objectivo era extremamente<br />

minucioso, os livros de semiologia eram volumosos<br />

calhamaços, em que todos os sintomas eram minuciosamente<br />

descritos.<br />

Vieram as "Caixas", e deu-se a catástrofe, foi o princípio<br />

do fim ... alargou-se a assistência médica à população;<br />

a princípio algumas Caixas independentes funcionavam<br />

exclusivamente para os seus funcionários e<br />

estavam bem estruturadas sendo a sua assistência de<br />

alguma qualidade, mas foram agregadas pela Federação<br />

de Caixas de Previdência e em breve os serviços se<br />

degradaram. A relação médico-doente deixou quase de<br />

ser relação, para passar a um atendimento sem levantar<br />

a cabeça nem a caneta do papel, o que se queixa?<br />

.... e zumba , já está a caneta a compor a receita,<br />

roma,.. e vai-te curar ...<br />

Depois vieram as Casas do Povo, juntar-se às Caixas<br />

nos chamados Serviços Médico-Sociais. Espalharam<br />

postos médicos por tudo quanto é sítio, e os médicos,<br />

sobretudo nos postos da periferia tinham uma relativa<br />

liberdade de acção podendo, se quisessem, fazer<br />

uma medicina de relativa qualidade. Não sendo um<br />

João Semana, o médico tornava-se um verdadeiro<br />

médico de família, vivendo os problemas da população,<br />

interferindo também nos aspectos de saúde<br />

pública e saneamento.<br />

Mais tarde criaram-se os Centros de Saúde com a<br />

fusão da Saúde Pública com os Cuidados Primários, e<br />

aqui já se passou a fazer acompanhamento materno<br />

infantil e planeamento familiar, tornando o médico<br />

de família conhecedor dos reais problemas dos seus<br />

utentes.<br />

Pareceria aqui que estava resolvido o problema da<br />

Saúde, mas facrores com a globalização, o consumismo,<br />

a comunicação social sensacionalista e não só,<br />

vieram complicar tudo, criando de cerro modo o descrédito<br />

médico, que colocado como um mero funcionário<br />

ao serviço do SNS, quase obrigado a receitar<br />

o que o Estado quer e o doente exige, se vê impossibilitado<br />

de actuar nos moldes deontológicos que<br />

aprendeu na Faculdade.<br />

O principal papel do médico é criar uma empatia<br />

com o doente para que ele o oiça e acredite na utilidade<br />

dos seus conselhos. Por outro lado o médico<br />

tem que saber ouvir o doente, e orientá-lo nas suas<br />

queixas, para num curro espaço de tempo conseguir<br />

resolver o problema. Deve esclarecer o doente sobre<br />

os perigos de determinados exames (RX.TAC, Ressonâncias<br />

Magnéticas, etc.) e também sobre o medicamento<br />

mais indicado, tendo sempre em atençáo a<br />

relação benefício/cusro.<br />

Para poder esclarecer o doente, o<br />

médico tem que estar o mais aC(ualizado<br />

possível, senão arrisca-se a<br />

ouvir ao doente que viu na Internet<br />

um medicamento ou exame sensacional<br />

para o seu caso ... e o médico<br />

tem que ter sempre a última palavra<br />

.. . ou cairá no descrédito.<br />

O médico como o doente devem-se<br />

rornar cada vez menos dependemes<br />

dos medicamentos, há muita situação<br />

que pode ser resolvida sem<br />

aquela receitinha tão cómoda e<br />

rápida... Uma boa relação médico­<br />

-doente conseguida através de uns<br />

minuros de atenção, pode dispensar<br />

um gasto desnecessário.<br />

Acrualmente debatemo-nos com<br />

um problema grave, estamos a perder<br />

alunos de medicina para outros<br />

países (número clausus) que muitas<br />

vezes encontram lá fora melhores<br />

condições de trabalho e não voltam.<br />

A "prata da casa" vai-se esgotando;<br />

para obviar essa falta contratam-se<br />

"O Médico do Século<br />

XXI deve começar a<br />

pensar numa<br />

mudança a 180<strong>º</strong> na<br />

forma como Lida<br />

com o doente""<br />

médicos estrangeiros a prazo, que uma vez especializados<br />

se retiram para o seu país. Mas o problema<br />

mais importante aqui é a diferença de língua, usos e<br />

costumes, o doente não compreende o médico, este<br />

tado pode ser desastroso.<br />

Andou há tempos no ar a ideia das consultas pelo telefone,<br />

para aumentar as possibilidades de recurso ao<br />

João Barros de<br />

Bettencourt<br />

Neurocirurgiao<br />

médico. A não ser em casos pontuais, em que o doente<br />

necessite duma avaliação da urgência, de tirar dúvidas<br />

quanto à medicação, ou no caso dum agravamento<br />

súbito duma doença crónica ou de<br />

uma intercorrência, não vejo grande<br />

vantagem nesse tipo de consulta.<br />

O Médico do Século XXI deve<br />

começar a pensar numa mudança a<br />

180° na forma como lida com o<br />

doente. Fugir da influência nefasta<br />

dos laboratórios, tornando-se<br />

menos dependente dos medicamentos.<br />

Trocar a relação médico­<br />

-doença que existe, pela verdadeira<br />

relação médico-doente.<br />

Preparando futuro, o médico<br />

deve rá começar quanto antes a<br />

encarar o doente como um rodo,<br />

conjugando a Medicina Holística<br />

com a psicologia transpessoal, buscando<br />

curar as doenças e transformar<br />

a consciência humana, actuando<br />

sobre os padrões energéticos que<br />

dirigem a expressão física da vida.<br />

Pena é que não possa neste artigo<br />

desenvolver este aspecto da futura<br />

relação médico-doente que daria<br />

pano para mangas e iria abalar as<br />

tem dificuldade de compreender o doente, e o resulestruturas<br />

mais conservadoras. Mas acho que será este<br />

o caminho a seguir.<br />

Os estudos de António Damásio sobre a consciência<br />

e o sentimento têm mostrado que não esrou muito<br />

errado e que o recurso a medicamentos poderá ser<br />

muito menor no futuro. rm<br />

Peniche, 08<strong>11</strong><strong>11</strong>05


,,..,_<br />

Acredita çao -<br />

Uma<br />

Cultura e Com<br />

un1caçao<br />

• """<strong>11</strong>1<br />

dinâmica de mudança<br />

no Hospital<br />

F<br />

oi a 20 de Julho d e <strong>2005</strong> que o Hospital Dr. Francisco deficiências estruturais (antiguidade das intalações); sinalética e sinalética<br />

de emergência; polírica de gestão do risco na sua vertente clín i­<br />

Zagalo - Ovar, obteve a "Acreditação d e Qualidade",<br />

concedida pela organização internacional King's Fund ca e não clínica; higiene e segurança no trabalho; medicina no trabalho;<br />

política de informação ao doente e aos profissionais; registos;<br />

H ealrh Quality Service (KFHQS), tornando-se a primeira unidade<br />

hospitalar ponuguesa de nível 1 a atingir este galardão.<br />

auditorias internas, clínicas e não clínicas, de monitorização e avaliação<br />

com "feed-back" sistemático aos serviços audirados. Como se<br />

Depois de ter sido auditado, em 23 de Julho do corrente ano, por<br />

uma equipa conjunta do Instituto de Qualidade<br />

entende, são, basicamente, critérios A do manual<br />

em Saúde (IQS) e KFHQS, o Comité d e Acrediração,<br />

após análise do relatório, considerou,"que<br />

todos os critérios foram cumpridos ou foram feitos<br />

progressos suficientes desde que decorreu a<br />

primeira auditoria ", em Fevereiro de 2003, pelo<br />

que foi conferida a "Full Accrediration".<br />

Recorde-se que o Hospital de Ovar já tinha sido<br />

distinguido anteriormente com uma Acreditação<br />

Provisória de qualidade pelo que a recente obtenção<br />

d a Acreditação Total reconhece "o permanente<br />

compromisso dos profissionais deste hospital<br />

com a melhoria da qualidade dos serviços". Pretendemos,<br />

assim, partilhar com quem nos ler as<br />

dificuldades e alegrias d este caminho que se faz<br />

caminhando.<br />

A nossa adesão ao Programa Nacional de Acredi-<br />

"Este projecto de<br />

longo curso teve de<br />

vencer muitas<br />

resistências, entre as<br />

quais se destacam a<br />

acomodação às<br />

rotinas instaladas"<br />

de Acreditação.<br />

Este projecto d e longo curso teve de ven cer muitas<br />

resistências, entre as quais se destacam a acomodação<br />

às rotinas instaladas (gastando tempo a passar<br />

a informação, bem como a ganhar alguns p rofissionais<br />

mais reticentes para este desafio).<br />

Foi, pois, um caminho efectuado com muitos avanços<br />

e recuos, com uma grande envolvência e dinâmica,<br />

mas também com momentos de desânimo e<br />

de cansaço. Foram semanas sem horários na elaboração<br />

dos manuais e na feitura dos procedimentos,<br />

mas foi também uma imensa satisfação pelos resultados<br />

obtidos nos diversos serviços hospitalares.<br />

Foi por isso que quando fomos informados da Acreditação<br />

Total houve lágrimas de alegria e abraços bem<br />

fortes. É que em todo este processo, a mais-valia do<br />

tação dos Hospitais ocorreu em 2000, através de um contrato assinado<br />

pelo então Conselho de Administração que, estrategicam ente,<br />

Hospital Dr. Francisco Zagalo - O var são os recursos humanos bem<br />

com o a coesão e persistência nos objectivos institucionais.<br />

considerou fu~damental envolver o hospital de Ovar nesta dinâmica<br />

Sebemos que a nossa tarefa não terminou. Novos desafios se pers­<br />

de mudança.<br />

pectivam. A relação com o doente e a cultura organizacional<br />

não<br />

e<br />

u!tura representa, cada vez mais, à<br />

lu z da neurociência actual, o filme<br />

que cada um faz ou deixa correr no<br />

seu mundo interior e no da sua circunstância.<br />

C ultura e comunicação são conceitos que se<br />

expressam em vivências, inter-<br />

tamos t ransformar o quotidiapenetrando-se<br />

nas d efinições<br />

e nos juízos soC1a1s.<br />

O homem interioriza e instrumentaliza<br />

a cultura e a comun<br />

icação configurando evidências<br />

que são mutantes em<br />

função da su a homeostase, das<br />

su as emoções, d os seus sentim<br />

entos e d a sua consciência.<br />

Porven tura por isto, será<br />

importante reflectir sobre a<br />

cultura e a comun icação n o<br />

h ospital onde o homem e d e<br />

modo especial a criança experimentam<br />

v ulne rabilidades<br />

que, tantas vezes, distorcem a<br />

sua expressão relacional.<br />

Cad a intervenção técnica seja<br />

ela de diagnóstico ou de terap<br />

êutica age sobre os sentidos e<br />

sobre os sentimentos humanos,<br />

"A cultura no<br />

I nvesti mos em vários projecros culrnrais n o<br />

nosso espaço pediátrico, no Hospital de Santa<br />

Maria.<br />

Hospital é um valor<br />

global que importa<br />

hoje promover num<br />

ambiente de paz e<br />

de interioridade que<br />

valorize a pessoa"<br />

João Gomes-Pedro<br />

Director do serviço de<br />

Pediatria do Hospital de Santa<br />

Maria<br />

Com o Serviço de Educação e com todos os<br />

profissionais, em espírito interdisciplinar, ten­<br />

no de cada c riança e de cada<br />

família que procuram ajuda na<br />

Clínica Universitária de Pediatria<br />

de Santa Maria.<br />

A intervenção opera-se através<br />

das várias oportunidades culturais<br />

que têm por objectivo facultar<br />

a comunicação e a adaptação,<br />

dando valor aos valores.<br />

Promover e desenvolver os nossos<br />

p rojectos culrnrais no nosso<br />

Serviço de Pediatria constirni<br />

uma das nossas prioridades assist<br />

enc1a1s.<br />

Culrnra e Hospital é, em suma,<br />

o paradigma de uma comunicação<br />

humanizada centrada na<br />

criança, extensiva à fam ília, viabilizada<br />

pelo lúdico, visando<br />

reduzir o sofrimento, garantir a<br />

solidariedade e conso li da r a<br />

41<br />

1<br />

!<br />

Foi nomeado, então, o Grupo C oordenador de Qualidade que foi<br />

são estáticas. Sabemos, igualmente, que a consolidação dos resulta­<br />

sobre as percepções e sobre as<br />

esperança. rm<br />

sofrendo algumas alterações por variados m otivos mas que m an teve<br />

sempre um núcelo duro, liderad o pela enfermeira-directora<br />

H elena Padrão que desempenhou ininterruptam ente estas funções e<br />

que constituiu um garante de "know-how'', estabilidade e continuidad<br />

e do trabalho.<br />

Foi dado também especial enfoque a áreas criticas, nomeadamente<br />

dos obtidos bem como a evolução do caminho da Melhoria Continua<br />

e da qualidade Total são as próximas etapas, de forma a garantir<br />

a sustentabilidade do processo.<br />

Sabemos, portanto, que o caminho continua a fazer-se caminhando.<br />

rm Ana Lúcia Castro Vogal-executiva do Hospital Dr. Francisco<br />

Zagalo-Ovar; Administradora <strong>Hospitalar</strong><br />

fan t asias, enfim, sobre as<br />

construções morais de cada um.<br />

A cultura no Hospital é um valor global q ue<br />

importa hoje promover num ambienre de paz e de<br />

interioridade que valorize a pessoa no respeito<br />

inalienável dos seus direitos e das suas diferenças.<br />

*Resumo da apresentação do médico João Pedro-Gomes<br />

no 34° Congre55o Mundial dos H ospitais, em Nice,<br />

França, onde deu a conhecer o trabalho realizado no<br />

Hospital de Santa Maria, em Lisboa, na especialidade de<br />

Pediataria.


MSD Dedicamos ~<br />

a nossa vida<br />

a melhorar a sua<br />

Merck Sharp & Dohme<br />

Qta. da Fonte Edif. Vasco da Gama, 19<br />

P.O. Box 214<br />

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2770-192 Paço D' Arcos<br />

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