Gestão Hospitalar N.º17/18 1987

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N. 0 17/<strong>18</strong> • ANO V • JAN/JUN 87 • 400$00<br />

REVISTA DA ASSOCIAÇÃO PORTIJGUESA<br />

DE ADMINISTRADORES HOSPITALARES<br />

DIRECTOR<br />

Santos Cardoso<br />

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EDITORIAL<br />

A resposta electrón.ica<br />

para a medicina·<br />

portuguesa<br />

COORDENADOR<br />

Lopes Martins<br />

CONSELHO<br />

REDACTORIAL<br />

Ana Manso<br />

Artur Morais Vaz<br />

Ferreira Guiné<br />

Júlio Reis<br />

Lopes Martins<br />

Maria Helena Reis Marques<br />

Santos Cardoso<br />

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9<br />

15<br />

A PROGRAMACÃO DO NOVO HOSPITAL DA UNIVERSIDADE DE<br />

#<br />

COIMBRA<br />

O novo Hospital é, em grande parte, o que foi programado, desde os grandes grupos e<br />

serviços aos elementos de composição, às instalações técnicas especiais e a alguns equipamentos.<br />

Esta é uma das razões por que se considerou oportuno e com interesse dar<br />

a conhecer os aspectos mais relevantes da programação do novo Hospital da Universidade<br />

de Coimbra (então designado por Hospital Escolar de Coimbra). De certo modo<br />

eles constituirão subsídios para .a histórià dos hospitais '.de Coimbra.<br />

Eduardo Caetano<br />

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Associação Portuguesa de<br />

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<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N. 0 17/<strong>18</strong><br />

23<br />

31<br />

39<br />

44<br />

47<br />

52<br />

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CAPA: " .. . após algumas dezenas de anos de desilusões, 1 o novo Hospital da Universidade de_ Coimbra<br />

nasceu, está de pé e em funcionamento".<br />

· O· Editorial (( os Artigos não assinados são da responsabilidade da Direcção a Associação.<br />

· Os Artigos;àssinados são da. exclusiva responsabilidade dos seus autores, não comprometendo a Associação<br />

com o's pontos de vista neles · expres.~çs. .<br />

·Embora merec~ndo a melhor atenção, a colaboração não solicitada não será devolvida, reservando­<br />

-se. o ~irei to de a publicar o·u ·!Ião. ·· .<br />

• ..<br />

5


Fazia-se no editorial publicado na última .<strong>Gestão</strong><br />

<strong>Hospitalar</strong>, um balanço do último ano de<br />

actividades do Ministério da Saúde, referindo-se,<br />

para além da evidente inconsequência da sua<br />

intervenção, a intenção, então apenas suspeitada,<br />

de alteração da legislação relativa à <strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong>,<br />

augurando o aparecimento de novos problemas<br />

no sector.<br />

Recusada que foi pela Assembleia da República<br />

a ratificação da legislação sobre gestão hospitalar<br />

publicada pelo Governo, assistiu-se então, à utilização<br />

injustificada do regime de instalação como<br />

forma de afastamento de certos elementos de<br />

órgãos de gestão de alguns hospitais, ao calar de<br />

algumas vozes discordantes, à satisfação de interesses<br />

estranhos aos hospitais.<br />

Os resultados estão à vista. Greves no Hospital<br />

Maria Pia do Porto, o Hospital do Restelo inoperacional<br />

e quase vazio, a desorientação institucional.<br />

É que, tal como prevíramos, não ter em consideração<br />

nem os interesses das populações nem os<br />

contributos do pessoal hospitalar os quais, ao<br />

contrário do que adrede se afirma, não são antagónicos,<br />

necessariamente tem como consequência<br />

o falhanço das soluções adoptadas, o que é mais<br />

evidente, ainda, quando se recorre aquilo que,<br />

justamente, foi designado por "paraquedistas"<br />

(1).<br />

Tentando, na prossecução de uma política evidente<br />

de descriminação, assegurar algum apoio,<br />

o Ministério da Saúde aprova para o pessoal de<br />

enfermagem nova tabela salarial, brinda os dois<br />

membros da Comissão Instaladora do Hospital S.<br />

Franci.sco Xavier com um acréscimo de 40% dos<br />

respectivos vencimentos e autoriza centenas de<br />

ajudas de custo mensal a outros gestores<br />

nomeados.<br />

Os membros dos Conselhos de Gerência ou<br />

Comissões Instaladoras e os Administradores<br />

<strong>Hospitalar</strong>es que, nos Hospitais portugueses têm<br />

assegurado, sem a espectacularidade das inaugurações<br />

ou das greves, é certo, a sua gestão e a<br />

manutenção do nível minimo exigível de cuidados,<br />

tendo em consideração os parcos recursos<br />

postos à sua disposição, continuam há longo<br />

tempo, à espera de ver o seu estatuto remuneratório<br />

revisto, de forma a interromper o escandaloso<br />

descalabro de haver, por exem pio, Administradores<br />

membros de órgãos de gestão a ganhar<br />

menos de que um médico interno do complementar<br />

ou um enfermeiro-chefe.<br />

E não se discutem aqui os quantitativos ou a<br />

sua justeza, mas apenas a aplicação do principio<br />

de que quem detém maior responsabilidade não<br />

pode ganhar menos do que quem detém menor<br />

responsabilidade.<br />

Não de pode em consciência, exigir aos profissionais<br />

que continuem a pôr à disposição do<br />

Estado um capital único de disponibilidade,<br />

conhecimentos e dedicação, quando o Governo<br />

recompensa diversamente e de acordo com conveniências<br />

outras aqueles em quem deposita estrita<br />

confiança ou de quem espera apoio ou, pelo<br />

menos, silêncio.<br />

o<br />

(1) Artigo do Dr. Menezes Correia<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N. 0 17/<strong>18</strong><br />

7


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A PROGRAMACÃO<br />

, ,<br />

DO NOVO HOSPITAL DA<br />

UNIVERSIDADE DE COIMB.RA<br />

Eduardo Caetano<br />

O novo. Hospital da Universidade de Coimbra entrou em 'funcionarriento cerca<br />

de 12 anos após ter sido programado. Tempo suficientemente longo, em valor<br />

relativo, para se verificar uma certa desactualização, aliás, inevitável. Se não<br />

se tivessem verificado alguns atrazos, estes evitáveis, o primeiro doente poderia<br />

ter sido tratado cerca de quatro anos antes, em 1982, em virtude do Programa<br />

ter ficado concluido em Janeiro de 1975. Seja como for, após algumas<br />

dezena de anos de desilusões, o novo Hospital da Universidade de Coimbra<br />

nasceu, está de pé_ e -~m fun~iof!am~nto.<br />

·N a base do nascimento do novo<br />

: Hospital está o seu Programa.<br />

--· _ Efectivamente, a programação tem<br />

_ um papel essencial no que será<br />

um hospital novo ou no que se tornará<br />

um hospital existente depois de remodelado<br />

e ampliado (de acordo com o programa<br />

elaborado para o efeito com base<br />

no respectivo plano director), tanto fisicamente<br />

como funcionalmente. O novo<br />

Hospital é, em grande parte, o que foi<br />

programado, desde os grandes grupos<br />

e serviços aos elementos de composição,<br />

à_s instalaçoes técnicas especiais e<br />

a alguns equipamentos. Esta é uma das<br />

razões por que se considerou oportuno<br />

e com interesse dar a conhecer os aspectos<br />

mais relevantes da programação do<br />

novo Hospital da Universidade de Coimbra<br />

(então designado por Hospital Escolar<br />

de Coimbra). De certo modo eles constituirão<br />

subsídios para a história dos hospitais<br />

de Coimbra.<br />

arquitecto Walter Distei, filho do autor<br />

dos projectos dos Hospitais de Santa<br />

Maria (em Lisboa) e de São João (no<br />

Porto) que previa a profunda remodelação<br />

do Hospital existente e a sua<br />

ampliação no mesmo local. Uma vantagem<br />

importante desta solução, talvez<br />

a maior, resultava do facto da nova Faculdade<br />

de Medicina estar localizada mesmo<br />

ao lado. Todavia, a dimensão e as características<br />

do terreno e, sobretudo, os condicionalismos<br />

impostos pelos edifícios<br />

existentes, que se foram expandido no<br />

tempo a partir dos Colégios das Artes<br />

e de S. Jerónimo numa espécie de emaranhado<br />

mourariano (passe a palavra),<br />

inão permitiram uma solução tecnicamente<br />

aceitável de acordo com a tecnologia hospitalar<br />

moderna. Nomeadamente, as circulações<br />

(que são uma das bases fundamentais<br />

de uma solução hospitalar<br />

válida) ficariam sempre comprometidas<br />

e defeituosas.<br />

Em 1967 procurou-se um terreno adequado<br />

ao novo Hospital Escolar de Coim­<br />

: bra. Ele deveria satisfazer a múltiplos<br />

aspectos, nomeadamente, no que se refere<br />

· à dimensão, forma, topografia, exposição<br />

solar, ventos dominantes, localização na<br />

cidade, vizinhanças e acessos.<br />

Como alternativas principais, objecto<br />

de estudo, apareceram os seguintes terrenos:<br />

O terreno já existente em Celas<br />

A dimensão do terreno onde está<br />

implantado o anexo hospitalar de Celas,<br />

com cerca de 5 hectares, era muito<br />

pequena. O terreno estava sujeito a algumas<br />

limitações como a do Emissor<br />

A<br />

o longo dos anos, nomeadamente<br />

desde os fins da década de 40,<br />

fizeram-se diversos estudos tendo<br />

-- em vista dotar Coimbra de um<br />

hospitaT onde podessem ser praticados<br />

adequadamente o ensino e a investigação<br />

além da assistência hospitalar. De<br />

um modo geral aqueles estudos eram parcelares,<br />

não obedecendo a um plano<br />

director global e integrado. O mais completo<br />

terá sido, provertura, o estudo do<br />

. - . - --- -<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N. 0 17/<strong>18</strong><br />

9


A PROGRAMACÃO<br />

DO NOVO HO'SPITAL<br />

DA UNIVERSIDADE ·<br />

DE COIMBRA<br />

Regional. A distância à Faculdade de<br />

Medicina existente obrigaria à con~trução<br />

de um nova Faculdade de Medicina o<br />

que ainda tornava a dimensão.mais exígua.<br />

Por.estas razões era .uma alterna~<br />

.~íva de · segunqa linha.<br />

Um terreno a adquirir no Calhabé<br />

Este terreno poderia ter a área que se<br />

considerasse necessária e de um modo<br />

geral as características eram boas. Como<br />

desvantagens sobressaíam o custo do terreno<br />

e a falta de urbanização .da zona.<br />

Tratava-s_e de uma alternativa com interesse,<br />

de primeira linha.<br />

(<br />

O terreno com base na Penitenciária<br />

A área deste terreno, com cerca de 4,5<br />

hectares, era demasiadamente pequena.<br />

Dispunha de uma boa vizinhança (a do<br />

Parque de Santa Cruz) e ficava localizado<br />

próximo da Faculdade de Medicina,<br />

o que evitaria a construção de um<br />

edifício novo. O Ministério da Justiça<br />

opôs-se à alienação da sua Penitenciária.<br />

Há que reconhecer que, embora a<br />

cidade de Coimbra ganhasse com a substituição<br />

da prisão por um hospital, o edifício<br />

da Penitenciária terá valor arquitectural<br />

por documentar um tipo de<br />

·concepção de prisão correspondente a ·<br />

uma dada época.<br />

Um terreno baseado na Penitenciária<br />

e no Quartel<br />

O terreno disponível, com área superior<br />

a 7,5 hectares, ladeado por dois óptimos<br />

vizinhos (o Parque de Santa Cruz<br />

e o Jardim Botânico) e próximo da Faculdade<br />

de Medicina, em local soalheiro<br />

e arejado, constituía a melhor alternativa.<br />

Devido à oposição do Ministério<br />

da Justiça esta eventual solução_ não<br />

vingou.<br />

Procuraram-se outros terrenos, vindo<br />

a escolha a recair no ~erreno de Celas<br />

O!lde hoje está implantado o novo Hospital<br />

da Universidade de Coimbra. Pena<br />

foi que na ocasião, há quase 20 anos,<br />

não tivessem sido delimitados os terrenos<br />

que hoje constituiriam um amplo e<br />

adequado "campus" hospitalar, isento<br />

de enclaves estranhos.<br />

Depois de Lisboa e do Porto, Coimbra<br />

precisava e merecia também o seu<br />

hospital universitário moderno. Para lá<br />

de razões históricas, que muitas vezes<br />

são esquecidas, existem razões poderosa8<br />

não escamoteáveis e, consequentemente,<br />

inultrapassáveis: a extrema degradação '<br />

a que chegara o velho Hospital da Universidade<br />

e Coimbra, a sua enorme<br />

importância no contexto da saúde diferenciada<br />

no centro .do País, a necessidade<br />

de se praticar o ensino em condições<br />

apropriadas e o interesse na<br />

existência de meios que permitissem a<br />

investigação médica 'em termos adequados<br />

ao prestígio da Universidade de Coimbra.<br />

Embora alguns o contestem - há sempre<br />

quem conteste o que se realiza -<br />

a verdade é que o novo Hospital da Universidade<br />

de Coimbra era, efectivamente,<br />

muito urgente em virtude d~ se ter chegado_<br />

ao limite de muitas dezenas de<br />

doentes_ aguardarem a noite para, nos<br />

espaços livres das grandes enfermarias,<br />

se colocarem colchões no chão e ali se<br />

deitarem. A "circ..ulação" fazia-se<br />

passando-se por cima dos doentes deitados<br />

no chão! Em 1976 dois Secretários<br />

de Estado tiveram ocasião de constatar<br />

este facto e, naturalmente, ficaram<br />

horrorizados!<br />

E<br />

m 29 de Maio de 1968, pordespacho<br />

conjunto dos Ministros das<br />

Obras Públicas e da Saúde e<br />

- Assistência, foi constituído um<br />

grupo de trabalho designado por "Grupo<br />

de Estudo do Programa no Novo Hospital<br />

Escolar de Coimbra". Fizeram parte<br />

deste Grupo de Estudo os seguintes membros:<br />

pelo Ministério da Saúde e Assistência<br />

-'-- Dr. Carlos George, Eng.º<br />

Eduardo Caetano, Drs. Álvaro P. Brandão,<br />

Joaquim R. Paixão, J. Caldeira Silva,<br />

Mario Norton e Enfermeira Maria Fernanda<br />

Rezende; pelo Ministério da Educação<br />

Nacional - Professor Antunes de<br />

Azevedo, Bartolo Pereira e Renato Trincão;<br />

e pelo Ministério das Obras Publicas<br />

- Eng,º Guedes Soare~ e Arqts José M.<br />

Barata e Walter Distei. Durante os trabalhos<br />

foi solicitada a colaboração de<br />

outras pessoas, nomeadamente de especialistas<br />

(sempre que se julgou necessário).<br />

A primeira metade de sessões de<br />

trabalho foram presididas e orientadas<br />

pelo Dr. Carlos George, então sub­<br />

-Director-Geral dos Hospitais e a segunda<br />

metade pelo Eng.º Eduardo Caetano.<br />

O programa foi dado por concluído<br />

em 9 de Setembro de 1968. Da ·memória<br />

Descritiva e Justificativa, redigida pelo<br />

autor deste artigo, se transcreve um apontamento<br />

sobre a metodologia de trabalho<br />

adoptada: "4. A metodologia seguida<br />

consistiu na organização prévia de guias,<br />

com base em elementos coligidos de fontes<br />

nacionais e estrangeiras, e análise crítica<br />

r~spectiva nas sessões de trabalho.<br />

Depois de livremente debatidos e ponderados<br />

à luz dos·ndssos condicionalismo~s<br />

e dentro das _linhas -gerais traçadas<br />

1<br />

nas sessões iniciais, sintetísaram-se as<br />

respectivas conclusões".<br />

A lotação inicialmente determinada de<br />

1245 camas teve de ser reduzida por<br />

orientação superior, para 856 camas,<br />

valor inferior ao da lotação praticada no<br />

Hospital da Universidade de Coimbra<br />

nos quatro anos imediatamente anteriores<br />

(em que a menor lotação foi de 952<br />

camas em 1964) mas superior à lotação<br />

de 600 a 700 camas que havia sido dada<br />

ao Grupo de Estudo como base de Trabalho.<br />

Foi decidido apreciar ou rever<br />

oportunamente a programação de alguns<br />

serviços como a Radioterapia, a Anestesia,<br />

a Cirurgia Experimental e o Bloco<br />

e Quartos particulares: era uma forma<br />

sofismada de, mais tarde, se aumentar<br />

a lotação do Hospital.<br />

Em 1970, no seguimento do despacho<br />

de 29 de Junho de 1970 do Secretário<br />

de . Estado da Saúde e Assistência,<br />

completou-se o Programa de 1968. Para<br />

o efeito foi constituído outro Grupo de<br />

trabalho do seguinte modo: pelo Ministério<br />

da Saúde e Assistência - Eng.º<br />

Eduardo Caetano (que presidiu e orientou<br />

os trabalhos), Professor José L. Guimarães,<br />

Drs. Mário Norton, J. Caldeira<br />

Silva, Francisco R. Sousa e Mário V.<br />

Carvalho, Eng.º Mário F. Costa, Arqt. 0<br />

Germano Venade e Enfermeira Maria<br />

Fernanda Rezende; pelo· Ministério da<br />

Educação Nacional - Professores Antunes<br />

de Azevedo, Bártolo Pereira, Fernando<br />

de Oliveira, Ibérico Nogueira e<br />

Renato Trincão. O Ministério das Obras<br />

Públicas não se fez representar.<br />

Para além de se terem programado os<br />

serviços e unidades que no Programa de<br />

1968 tinham ficado por programar, foram<br />

feitos alguns ajustamentos. face aos condicionalismos<br />

existentes à data da sua<br />

revisão. Nomeadamente,programou-se:<br />

um Bloco de Quartos Particulares com<br />

120 camas; wn Bloco para Convalescentes<br />

com 120 camas; e uma Unidade de<br />

30 quartos para médicos residentes.<br />

O Aditamento ao Programa de 1968<br />

ficou concluído em 22 de Março de 1971.<br />

Os professores da Faculdade de Medicina<br />

desejaram inclUir na Memória Descritiva<br />

e Justificativa uma declaração da<br />

qual se respigam as palabras referentes<br />

à grande preocupação então dominante<br />

de não se atrazar por qualquer motivo<br />

a realização do empreendimento:" ... e<br />

também com o objectivo de não criarem<br />

mais delongas na resolução de um<br />

problema vital da sua Faculdade, já tantas<br />

vezes na eminência de uma solução à<br />

vista, outras tantas vezes, por motivos<br />

vários protelada" e, também: "Na sua<br />

luta reivindicativa pela construção do seu<br />

Hospital Escolar, velha de quase 25<br />

anos, .. . "<br />

E<br />

m 28 de Setembro de 1974 os<br />

Secretários de Estado da Saúde<br />

e das Obras Públicas tomaram a<br />

_ ____, decisão de se proceder à revisão<br />

do Programa do novo Hospital Escolar<br />

de Coimbra feito em 1968. Havia decorrido<br />

um período superior a seis anos<br />

desde que fora elaborado o Programa<br />

base. Naquela data os condicionalismos<br />

(devido ao tempo decorrido e aos acontecimentos<br />

de Abril de 1974) eram outros,<br />

o que justifica perfeitamente a revisão.<br />

Aliás, a tecnologia hospitalar modifica-se<br />

e progredia naquela época, e ainda hoje,<br />

a um ritmo grandemente acelerado de<br />

tal modo que o consenso quase universal<br />

era, e é, favorável à revisão das programações<br />

passados quatro a cinco anos<br />

após a sua elaboração.<br />

·Foi constituído um Grupo de trabalho<br />

interministerial com respresentantes<br />

dos três ministérios interessados: pelo<br />

Ministério dos Assuntos Sociais - Eng.º<br />

Eduardo Caetano (que presidiu e orientou<br />

as sessões de trabalho), Arqt. 0 Luis<br />

Bronze, Dr. Cândido de Araujo e Enfermeiro<br />

Alberto Mourão; pelo Ministfio<br />

da Educação e Cultura - Professores<br />

A. Poiares Baptista, A, Robalo Cordeiro,<br />

Fernando de Oliveira e J. Cunha Vaz:<br />

pelo Ministério do Equipamento Social<br />

e Ambiente - Eng.º Fernando M. Santos<br />

e Arqt. 0 Augusto L. Galvão. Também<br />

com este grupo de trabalho colaboraram<br />

diversos especialistas quando a análise<br />

de problemas de programação relativos<br />

às suas especialidades tornavam aconselháveis<br />

a sua presença.<br />

No início dos trabalhos, após uma<br />

apreciação do Programa de 1968 fàce aos<br />

condicionalismos existentes em Dezembro<br />

de 1974, foi decidido elaborar-se um Programa<br />

totalmente novo de acordo com<br />

o êonceitos e a tecnologia hospitalar mais<br />

modernos na ocasião.<br />

A grande maioria dos trabalhos de programação<br />

foi efectuada no novo edifício<br />

da Faculdade de Medicina de Coimbra,<br />

em sessões diárias, contínuas, de<br />

manhã e de tarde e, por vezes, de noite.<br />

Os trabalhos efectuados em Coimbra,<br />

desde . 2 de Dezembro de 1974,<br />

completaram-se com sessões em Lisboa<br />

de tal modo que no dia 10 de Janeiro<br />

de 1975 estavam concluídos, em tempo<br />

excepcionalmente reduzido. Se se tiver<br />

em consideração a importância e a responsabilidade<br />

da tarefa, em virtude de<br />

um hospotal novo vir a ser, nos seus<br />

aspectos essenciais, o que for o seu programa<br />

(conforme já foi anteriormente<br />

referido), poderá considerar-se sem qualquer<br />

exagero que o Programa do novo<br />

Hospital Escolar de Coimbra foi elaborado<br />

num tempo mínimo. Sobre a importância<br />

material do novo Hospital basta<br />

recordar que embora adjudicado em fins<br />

de 1978 (altura em que os custos da construção<br />

eram incomparavelmente mais<br />

baratos do que hoje, o seu custo de investimento<br />

já ultrapassa os 13 biliões de<br />

escudos nesta data (Dezembro de 1986).<br />

Várias razões justificam o tempo mínimo,<br />

verdadeiramente -expecional, da elaboração<br />

do Programa do novo Hospital:<br />

o óptimo clima de trabalho que se verificou<br />

ao longo de todas as sessões de<br />

programação (devido, em grande parte,<br />

ao respeito e apreço mútuo pelas diferentes<br />

opiniões e perspectivas dos membros<br />

do Grupo de trabalho em debates<br />

por vezes acalorados mas sempre norteados<br />

por um espírito construtivo); a<br />

pluralidade de formações profissionais<br />

(que permitiu abordar e vencer sem dificuldade<br />

de maior as complicações de programação<br />

de um hospital universitário<br />

moderno); e a idoneidade profissional<br />

e técnica dos membros do Grupo de trabalho<br />

no âmbito de tecnologia hospitalar.<br />

p<br />

ara o novo hospital da Universidade<br />

de Coimbra :favoreceu-se um<br />

tipo de programa que não fosse<br />

nem axaustivo nem reduzido mas<br />

devidamente adequado à conjuntura existente<br />

em Portugal no âmbito da tecnologia<br />

hospitalar, na data da sua realização:<br />

a indicação concisa de dados<br />

essenciais, com clareza e economia de<br />

palavras, tanto no que se refere a elementos<br />

programáticos como às instalações<br />

técnicas especiais e a alguns equipamentos.<br />

Optou-se pela simples<br />

indicação dos dados necessários e suficientes<br />

para os projectos serem elaborados<br />

e para se poderem estimar custos<br />

de investimento. Entendeu-se que não<br />

teria interesse nem avohlmar dados supérfluos<br />

nem a1xmtar apenas linhas de orientação<br />

(dando, assim, demasiados graus<br />

de liberdade aos projectistas). A arrumação<br />

dos grandes grupos até à dos elementos<br />

foi apresentada de uma forma<br />

simples e sistematizada de modo a<br />

evitarem-se confusões e a ser facilmente<br />

absorvida.<br />

U<br />

m dos aspectos mais importantes<br />

de programação pelas implicações<br />

que comporta é o qu,e diz respeito<br />

às premissas básicas e às opções<br />

fundamentais a estabelecer no início dos<br />

trabalhadores. No caso do novo Hospital<br />

da Universidade de Coimbra, só depois<br />

de cada assunto ter sido livre e amplamente<br />

debatido e estar devidamente amadurecido<br />

é que era tomada uma resolução,<br />

por unanimidade ou por maioria.<br />

É verdade que se queria andar depressa<br />

de modo a evitarem-se eventuais desculpas<br />

para se adiar a construção do novo<br />

Hospital e também porque o autor se<br />

havia comprometido perante os Secretários<br />

de Estado com um prazo de programação<br />

muito reduzido (que foi cumprido),<br />

Todavia, aquela rapidez nunca<br />

prejudicou a apreciação adequada de cada<br />

item em debate até ficar devidamente<br />

esclarecido. Não se forçaram as soluções:<br />

analisaram-se e escolheram-se as<br />

que, dentro dos condicionalismos existentes<br />

na ocasião, satisfaziam melhor aos<br />

fins em vista na óptica do binómio economia<br />

e assistência hospitalar.:___ ensino<br />

- investigação. Durante a programação<br />

houve a preocupação constante de se procurar<br />

o equilíbrio geral como somatório<br />

de equilibrios parciais de modo a não<br />

haver exageros que viess'em a traduzir­<br />

-se em desequilibrios funcionais e empolamentos<br />

dos custos de investimento e<br />

exploração.<br />

Citam-se, como exemplo, quatro premissas<br />

de programação importantes.<br />

I -<br />

No programa de 1974-75 foi de<br />

novo confirmada a premissa, já<br />

prevista no Programa de 1968,<br />

relativa à necessidade de se construir<br />

uma Faculdade de Medicina<br />

nova, em terreno auexo ao novo<br />

Hospital e com ele interligada a<br />

10<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N.º 17/<strong>18</strong><br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N.º 17/<strong>18</strong><br />

11


A PROGRAMACÃO<br />

DO NOVO HO'SPITAL<br />

DA UNIVERSIDADE<br />

DE COIMBRA<br />

II -<br />

céu fechado para boa operaciona­<br />

.Iidade. Esta construção permitiria<br />

libertar o edifício da actual<br />

Faculdade de Medicina, ( construido<br />

na antiga Rua Larga e dispondo<br />

de uma área de construção<br />

de 27 000 m 2 ), para outras instalações<br />

de que a Universidade<br />

estava carecida.<br />

Uma das principais premissas básicas<br />

estabelecida determinava a<br />

complementaridade de outros cinco<br />

estabelecimentos hospitalares em<br />

relação ao novo Hospital da Universidade.<br />

a) Anexo <strong>Hospitalar</strong> de Celas<br />

Os edifícios existentes funcionariam<br />

como apoio de segunda<br />

linha em oftalmologia, traumatologia,<br />

psiquiatria, neurologia,<br />

otorrinolaringologia e, ainda,<br />

como lar de pré-hospitalização.<br />

Posteriormente, já depois de<br />

adjudi~da a obra, aquela finatidade<br />

foi alterada para ortopedia<br />

e traumatologia, medicina<br />

física e reabilitação, psiquiatria,<br />

oftalmologia e estomatologia.<br />

Também posteriormente à elaboração<br />

do Programa, o Anexo<br />

<strong>Hospitalar</strong> de Celas foi acrescido<br />

de um pavilhão destinado<br />

a grandes queimados (oqual serviria<br />

mais tar, igualmente o serviço<br />

de cirurgia plástica e<br />

reconstrutiva).<br />

b) Ex-clínica de Santa Teresa<br />

Foi decidido que neste edifício<br />

funcionariam a obstetrícia e a<br />

ginecologia. Posteriormente à<br />

elaboração do Programa também<br />

esta finalidade foi alterada:<br />

a ex-clínica contemplaria apenas<br />

a obstetricia ficando a ginecologia<br />

incluída no edifício novo.<br />

c) Sanatório de Celas<br />

Embora este Sanatório pertencesse<br />

ao Centro <strong>Hospitalar</strong> de<br />

Coimbra foi confirmada a decisão<br />

tomada em 1971 (e aceite<br />

pela tutela) de que o mesmo<br />

seria transformado no Hospital<br />

Pediátrico de Coimbra e,<br />

como tal, serviria as necessidades<br />

do novo Hospital da Universidade<br />

de Coimbra em<br />

pediatria ~- ~ fim de se evitar a<br />

duplicação de serviços a poucas<br />

centenas de metros de distância.<br />

A sua localização num<br />

mesmo "campus" hospitalar<br />

alargado era funcional.<br />

d) Instalações do I.P.O. em Celas<br />

Foi decidido que os serviços de<br />

radioterapia e de medicina<br />

nuclear seriam os das instalações<br />

do l.P.O. em Celas em virtude<br />

de não justificar uma<br />

duplicação (por razões económicas<br />

e de casuística e por eles<br />

estarem igualmente localizados<br />

no mesmo "campus" hospitalar<br />

do novo Hospital). Aliás,<br />

naquela ocasião, previa-se que<br />

a muito curto prazo o l.P.O. passaria<br />

para o Ministério da<br />

Saúde. Todavia, já passaram 12<br />

anos.<br />

e) Hospital de Sobral Cid<br />

Foi aceite que este Hospital<br />

prestasse o apoio necessário ao<br />

ensino de psiquiatria de forma<br />

complementar; o serviço de psiquiatria<br />

disporia de 33 camas<br />

--<br />

no novo Hospital.<br />

O somatório total das camas disponíveis<br />

nestes estabelecimentos,<br />

pressupondo-se uma base de 250 camas<br />

no Anexo <strong>Hospitalar</strong> de Celas, era de<br />

563 camas.<br />

III -<br />

IV -<br />

Outras premissa de grande imP,Jrtância<br />

funcional e económica diZia<br />

respeito à descentralização de<br />

várias funções em cada um dos<br />

serviços de acção médica. Foi<br />

decidico que cada serviço disporia<br />

da ou das unidades de internamento<br />

que lhe diziam respeito<br />

e de mais um núcleo com 3 sectores:<br />

um para ensino e a investigáção,<br />

outro para exames especiais<br />

e o terceiro para consultas<br />

externas. Á melhor funcionalidade<br />

a nível de serviço de acção médica<br />

inerente aquela descentralização<br />

contrapunham-se os inconvenientes<br />

devidos à maior circulação de pessoas<br />

através do Hospital (o que<br />

imporia circulações próprias para<br />

os utentes do exterior) e maiores<br />

custos de investimento e de exploração<br />

(resultantes da multiplicação<br />

de áreas a construir e, também,<br />

a iluminai-, ventilar, aquecer,<br />

limpar, etc. ; de um maior quantitativo<br />

de equipamentos; e do<br />

aumento de instalações técnicas<br />

especiais para abastecer o aumento<br />

de equipamentos e de áreas). i<br />

Igualmente de grande importância<br />

operacional e económica era<br />

a premissa básica relati~a às centralizações<br />

a diferentes níveis.<br />

a) Centralhações de nível semi­<br />

-externo<br />

Previu-se que o novo Hospital 1<br />

iria abastecer a rede hospitalar<br />

de Coimbra no que se refere<br />

a roupas, alimentação e a sangue<br />

e a Região (cuja população<br />

é polariz.ada por ele) no que<br />

toca à informática, ás análises<br />

clínicas muito especializadas e<br />

à readioterapia. Posteriormente<br />

à elaboração do Programa<br />

foram tomadas decisões que<br />

alteram significativamente esta<br />

premissa relativa às centralizações<br />

semi-externas.<br />

b) Centrallmçoes serm-internas<br />

A este nível, previu-se que o<br />

novo Hospital abasteceria os<br />

outros estabelecimentos do<br />

"Grupo" hospitalar dos Hospitais<br />

da Universidade de Coimbra<br />

no que toca à esterilização,<br />

farmácia hospitalar, análises clínicas,<br />

anatomia patológica,<br />

transportes, aprovisionamento,<br />

documentação, biotério, documentação<br />

e manutenção técnica.<br />

Apresentam-se a título exemplificativo<br />

três opções fundamentais.<br />

I -<br />

II -<br />

III -<br />

No âmbito das centralizações internas<br />

foi tomada a opção de se centralizar,<br />

dentro do novo Hospital,<br />

tudo o que se referia à radiologia,<br />

análises clínicas, salas de operações<br />

e copas gerais, não obstante<br />

se saber que num hospital universitário<br />

é muito difícil (e em casos<br />

muito especiais poderá até ser<br />

desaconselhável) manter a pureza<br />

deste princípio, nomeadamente no<br />

que se refere à radiologia e às análises.<br />

Neste tipo de hospitais há<br />

como que uma força descentralizadora<br />

imparável;<br />

Outra opção importante foi a de<br />

se prever uma Admissão e Triagem<br />

médica única (centralizada)<br />

com a ressalva dos casos muito<br />

urgentes entrarem directamente,<br />

sem mais delongas, na Urgência.<br />

Para além de assim se obter uma<br />

maior disciplica e um maior controlo<br />

que são necessários num hospital<br />

de grandes dimensões, como<br />

é o novo Hospital da Universidade<br />

de Coimbra, há o benefífio económico<br />

inerente à centr-ªlização<br />

(menos áreas construidas e utilização<br />

mais intensiva de instalações<br />

e equipamentos).<br />

Relativamente à unidade de internamento<br />

geral tomaram-se algumas<br />

opções de grande interesse<br />

funcional e económico: a dimensão,<br />

com 33 camas, favoreceria<br />

menores custos de investimento e<br />

de exploração, especialmente deste;<br />

a composição qualitativa da unidade<br />

(com uma enfermeira de 6<br />

camas, sete de 3 camas e seis de<br />

uma cama) permitiria uma boa flexibilidade<br />

funcional; a utilização<br />

do tipo de cuidados progressivos<br />

em 6 unidades de internamento de<br />

outros tantos serviços seleccionados<br />

daria a possibilidade de se praticar<br />

uma melhor assistência a<br />

doentes mais graves (só por razões ,<br />

económicas é que não se ampliou<br />

esta opção a todos os serviços: no<br />

entanto isso será facilmente exequível<br />

uma vez que em cada unidade<br />

de internamento geral foi ,prevista<br />

uma enfermaria de 6 carnas).<br />

N<br />

o Programa de 1968 tinham sido<br />

considerados 120 quartos particulares.<br />

Na ocasião da nova programação,<br />

em fins de 1974 e princípios<br />

de 1975, não podiam ser previstos<br />

quartos particulares de acordo com uma<br />

determinação superior que os proibia.<br />

-Para tornear a dificuldade achou-se o<br />

expediente de se aumentarem de três para<br />

seis o número de quartos individuais por<br />

unidade de internamento geral o que,<br />

aliás, só beneficiava a composição qualitativa<br />

da mesma sem prejuízo da sua<br />

dimensão, fixada em 33 camas (número<br />

aquém do limite superior de 35 camas).<br />

Deste modo embora dispersos pelos diferentes<br />

serviços de internamento, os cerca<br />

de 120 "quartos particulares" existiam<br />

do mesmo modo. Aquele expediente não<br />

foi mais do que uma forma sofismada<br />

de se ultrapassar a infeliz decisão de se<br />

suprimirem os quartos particulares nos<br />

hospitais públicos. Aquela determinação<br />

foi anulada passados 6 anos, em 1980,<br />

por ser absurda e nitidamente demagógica.<br />

A descentralização de quartos particulares<br />

apresenta a vantagem importante<br />

dos doentes internados nos diversos serviços<br />

disporem "á mão" de meios humanos<br />

e materiais especializados. Todavia,<br />

os inconvenientes da descentralização<br />

sobrelevam grandemente aquela vantagem,<br />

nomeadamente: o volume de quartos<br />

susceptíveis de maleabilidade funcional<br />

a nível do Hospital é muito menor;<br />

o quantitativo do pessoal é sensivelmente<br />

maior; e a probabilidade de haver um<br />

certo mal-estar ou de surgirem conflitos<br />

de ordem social (por diferença de<br />

tratamento) é acrescida.<br />

. A dimensão do novo Hospital· ria<br />

Universidade de Coimbra tem ori­<br />

.,,..._~ ginado alguns juízos de valor sem<br />

--~·· valor e, até, comentários infelizes<br />

(em regra por desconhecimento ou<br />

por conhecimento mal alicerçado da tecnologia<br />

hospitalar). Efectivamente, para<br />

efeitos de dimensão não se deverão usar<br />

os mesmo fuctores do mesmo modo para<br />

um hospital universitário e para um hospital<br />

distrital ou central. O hospital universitário<br />

é, por natureza, um hospital<br />

de ponta no que toca à assistência hospitalar<br />

e, por definição, ~ hospital onde<br />

se pratica o ensino e a investigação. Para<br />

estes fins necessita de ser-totivalente e<br />

de dispor de quantitativos mínimos de<br />

camas por serviços, sectores e unidaçles<br />

de internamento. Dentro destes espírito<br />

determinaram-se 1 142 camas, como<br />

.<br />

mínimo dos mínimos, para o edifício base<br />

- - -<br />

12<br />

-<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N.º 17/<strong>18</strong><br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N. 0 17/<strong>18</strong><br />

13


• 1<br />

A PROGRAMACÃO<br />

DO NOVO HO'SPITAL<br />

DA UNIVERSIDADE<br />

DE COIMBRA .<br />

Uma experiência de Administração de Área<br />

do novo Hospital da Universidade de<br />

Coimbra. Posteriormente aquele número<br />

foi ligeiramente aumentado.<br />

Quanto à lotação, os Professores da<br />

Faculdade de Medicina desejaram que<br />

fosse incluída uma declaração no Aditamento<br />

de Março de 1971 ao Programa<br />

de 1968, donde se transcreve: " ... e não<br />

perdendo de vista que o Hospital Escolar<br />

de Coimbra continuará sendo, como Hospital<br />

Central, o principal apoio assistencial<br />

da Zona Centro terá que reconhecer­<br />

-se serem manifestamente reduzidas as<br />

lotações atribuídas a alguns serviços"<br />

e esta situação ainda seria pior se as<br />

camas pediátricas estivessem incluídas:<br />

". . . por se julgar possível e aconselhável<br />

enquadrar no esquema de ensino o futuro<br />

Pediátrico, a criar pelo Ministério da<br />

Saúde no actual Sanatório de Celas".<br />

Se se analisarem as dimensões dos hospitais<br />

universitários novos na Europa ocidental<br />

verifica-se que quase todos têm<br />

lotações acima das 1 500 camas, mesmo<br />

em cidades pequenas como Coimbra,<br />

como é o caso de Lund (2 000 camas)<br />

e Linkõping (1 850 camas) na Suécia;<br />

Genebra (2 000 camas) na Suiça; Nijmegen<br />

(1 800 camas) na Holanda; e<br />

Montpellier (1 600 camas) em França!<br />

O Hospital Universitário de Viena, na<br />

Austria, inaugurado em 1985, dispõe de<br />

2 200 camas.<br />

Poderá afirmar-se com segurança que<br />

o novo Hospital da Universidade de<br />

Coimbra não é, portanto, nenhum<br />

"monstro", como já lhe chamaram, em<br />

termos de dimensão.<br />

S<br />

e, conforme já foi referido, um<br />

hospital novo será em grande parte<br />

..---. o que for o seu programa, em virtude<br />

da construção seguir rigorosamente<br />

os projectos e estes deverem<br />

obedecer integralmente ao programa<br />

(independentemente dos graus de liberdade<br />

que permitem aos projectistas mostrar<br />

o seu engenho e arte), poderá<br />

afirmar-se que a programação é, efectivamente,<br />

a base sobre a qual assenta<br />

esse hospital. Sendo assim, há o maior<br />

interesse em que a elaboração dos projectos<br />

seja acompanhada ou apoiada pelos<br />

que programaram o hospital, ou seja,<br />

pelos que o idealizaram no que toca à<br />

sua composição e funcionalidade.<br />

Desconhecem-se as razões por que o<br />

• 11<br />

1 1'<br />

1l J 1<br />

1 1,<br />

; 1 : 1<br />

1 1<br />

projecto do novo Hospital da Universidade<br />

de Coimbra foi feito em Espanha,<br />

país relativamente modesto em tecnologia<br />

hospitalar no contexto europeu. A verdade<br />

é que em 1975 havia (e continua<br />

a haver hoje), em Portugal, técnicos portugueses<br />

competentes, com experiência<br />

profissional e suficiente idoneigade para<br />

elaborarem aquele projecto, e de crer<br />

que por esta razão (ou talmbém por causa<br />

dela) o Grupo de trabalho que programou<br />

o novo Hospital da Universidade<br />

de Coimbra não acompanhou a execução<br />

dos diferentes projectos parcelares<br />

que integram o projecto do Hospital. E<br />

foi pena, pois certamente se teriam evitado<br />

alguns aspectos negativos existentes.<br />

Por exemplo, a solução arquitectónica<br />

adoptada, do tipo monobloco,<br />

relativamente fechado, cruciforme e em<br />

altura não terá sido a mais feiz. A dimensão<br />

do terreno não parece ser razão suficientemente<br />

forte para não se ter optado<br />

por outra solução.<br />

J<br />

á decorreu uma dúzia de anos<br />

desde a data em que a programação<br />

do novo Hospital da Universidade<br />

de Coimbra foi elaborada.<br />

Hoje ela seria de certeza diferente, em<br />

virtude dos condicionalismos actuais<br />

serem diferentes dos de então. Novos conceitos,<br />

novas técnicas e novos equipamentos<br />

conduziriam a um programa diferente<br />

embora muitas das ideias então<br />

seguidas se mantenham ainda actuais<br />

nesta data. é certo que não há programações<br />

perfeitas. No· entanto, as criticas<br />

à programação do novo Hospital, para<br />

serem válidas, devem ser feitas atendendo<br />

ao tempo, ao lugar e aos condicionalismos<br />

então existentes.<br />

Houve a preocupação constante de se<br />

elaborar um Programa moderno susceptível<br />

de permitir que os diferentes projectos<br />

neste baseados e a ele obedecendo<br />

fossem concebidos e concretizados de<br />

forma a poderem ser satisfeitos adequadamente<br />

os objectivos do novo Hospital<br />

da Universidade de Coimbra. Todavia,<br />

doze anos é muito tempo em tecnologia<br />

hospitalar, matéria onde a obsolência<br />

técnica é muito rápida: se se aceita<br />

internacionalmente que o melhor hospitalar<br />

estará desactualizado ao fim de<br />

15 anos, é preciso aproveitar bem e desde<br />

já o novo Hospital que entrou em funcionamento<br />

há alguns meses apenas.<br />

Espera-se e deseja-se que nele se preste<br />

uma óptima assistência hospitalar e com<br />

bons índices de rendibilidade, se pratique<br />

um bom ensino e se executem trabalhos<br />

de investigação que prestigiem<br />

a Universidade de Coimbra e o País de<br />

modo a compensar-se o esforço financeiro<br />

dos portugueses neste empreendimento.<br />

O<br />

HOSPITAIS DA<br />

UNIVERSIDADE DE COIMBRA<br />

A Arte e o Saber Viajar<br />

A transferência dos HUC para as suas<br />

novas instalações colocou, a nível da gestão<br />

de uma organização de dimensões<br />

inusitadas, a questão de se saber em que<br />

medida o estereótipo tradicional da gestão<br />

hospitalar, baseada num Conselho de<br />

gerência com três ou quatro membros,<br />

responderia ao crescimento e à crise que<br />

tal crescimento acarreta, numa estrutura<br />

que se vinha mantendo, sem sobressaltos<br />

significativos, há cerca de 12 anos.<br />

Temendo-se que o aumento do espaço<br />

físico correspondesse à criação ou reforço<br />

de alguma «insularidade» dos serviços<br />

com o consequente isolamento do órgão<br />

máximo de gestão, maior afastamento<br />

entre os decisores ~ os executantes das<br />

decisões, e entre estas e a realidade,<br />

adiantou-se, na altura, uma proposta do<br />

então Gabinete Director do Novo Hospital<br />

Central de Coimbra, a qual foi matéria<br />

de um artigo publicado nesta<br />

revista (1).<br />

Tal proposta fundamentava-se na<br />

«necessidade de obter dos meios disponíveis<br />

o máximo de benefícios, o que<br />

impõe a adopção de medidas gestionárias<br />

económico-financeiras, com destaque<br />

para a planificação global e sectorial,<br />

fixação de objectivos, definição prévia<br />

de estratégias e meios de actuação e exercício<br />

sistematizado e periódico de controlo<br />

de actuação», tendo merecido a<br />

aprovação do Director-Geral dos Hospitais<br />

em despacho de 4 de Julho de 1983.<br />

PODER(ES) E GESTÃO<br />

A proposta genérica de criação de áreas<br />

intermédias de gestão, entretanto aprovada<br />

pelo Director-Geral dos Hospitais,<br />

propositadamente modesta em termos de<br />

efectivos poderes de gestão atribuídos<br />

aos Administradores de Área, constitui,<br />

no entanto, virtual ameaça às estruturas<br />

formal e informal de poder (que não<br />

de autoridade ou responsabilidade) existentes<br />

no Hospital, tendo merecido violenta<br />

contestação por parte, designadamente,<br />

do sector médico.<br />

O que estava em causa, repita-se, não<br />

era a estrutura gestionária do Hospital,<br />

mas antes a rede de poderes (pessoais,<br />

profissionais e funcionais) cuja malha,<br />

já demasiado apertada, carecia de flexibilidade<br />

para aceitar um novo potencial<br />

parceiro.<br />

Tal mal entendido resultou, fundamentalmente,<br />

dos seguintes factores:<br />

Primeiro, do entendimento infelizmente<br />

ainda usual de que a acção dos Administradores<br />

<strong>Hospitalar</strong>es se situa numa<br />

área de contra-poder sistemático, amea-<br />

çando, por isso o «Status quo» vigente.<br />

Cada vez mais, no entanto, os profissionais<br />

de saúde compreendem que a lógica<br />

da actividade gestionária se coloca, ainda<br />

que não o esqueça, num plano diverso<br />

do poder, assumindo antes a responsabilidade,<br />

a autoridade e a competência<br />

como seus corolários;<br />

Em segundo lugar, as áreas intermédias<br />

de gestão foram entendidas e, em<br />

certos círculos apresentadas, como<br />

ferindo as competências próprias dos<br />

Directores dos Serviços Clínicos, o que<br />

constituiria, de facto e de direito, uma<br />

violação do legalmente estabelecido. A<br />

·análise do conteúdo das funções dos<br />

Administradores de Área afasta, liminarmente,<br />

qualquer interpretação desse<br />

género, tanto mais que, como já se referiu,<br />

tal estatuto foi propositadamente limitado,<br />

no sentido de se diminuírem as<br />

esperadas resistências.<br />

Em terceiro lugar a tradição habituou<br />

os hospitais a somente encararem como<br />

gestor o Administrador-Principal,<br />

enquanto os restantes profissionais eram<br />

remetidos para funções de Direcção de<br />

Serviços de apoio. Ou seja, existe um<br />

«gestalt» da estrutura centralizada tradicional<br />

dos hospitais que constitui obstáculo<br />

à introdução de formas descon-<br />

NAVIGATOQ:<br />

CLA~:<br />

top executive *<br />

14<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V• N. 0 17/<strong>18</strong><br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N.º 17/<strong>18</strong><br />

15


HOSPITAIS DA<br />

UNIVERSIDADE DE<br />

COIMBRA<br />

centradas ou descentralizadas de gestão<br />

hospitalar;<br />

Por último, a renitência da aceitação<br />

do Hospital como sistema produtor de<br />

um bem económico e com largas fatias<br />

de actividade assimiláyeis à produção<br />

industrial,, potenciou a resistência ao<br />

modelo de gestão de áreas, recusando<br />

o entendimento das unidades funcionais<br />

como centros de custo e/ou de responsabilidade,<br />

com recursos, processos e<br />

produtos próprios e específicos.<br />

O PROCESSO<br />

DE TRANSFERÊNCIA<br />

Qualquer processo de ocupação de um<br />

novo espaço determina, em qualquer<br />

organismo ou sistema, um período de<br />

intensa desorientação, o qual precede a<br />

actividade de (re)-adaptação e habituação<br />

a um quadro de referências diversas<br />

das originais.<br />

Uma das ideias básicas num processo<br />

de ocupação de novos espaços por um<br />

hospital (ideia que em termos práticos,<br />

muitas vezes não passa de uma ficção)<br />

é a de que é necessário utiliz.ar tal período<br />

para eliminar os «Vícios» organizacionais<br />

existentes, usando-se as novas instalações<br />

e tecnologias como um trampolim<br />

para a implementação de processos<br />

e modos de funcionamento qualitativamente<br />

superiores aos vigentes.<br />

E se tal tarefa é relativamente fácil em<br />

relação ao processo de prestação de cuidados,<br />

dada a sua grande correlação com<br />

as instituições e equipamento, tal já não<br />

se verifica em relação ao modo de funcionamento,<br />

muito mais determinado<br />

pelos comportamentos individuais ou<br />

colectivos.<br />

Foi durante a fase de transferência,<br />

num ambiente de turbulência e alguma<br />

conflitualidade, que se recorreu aos<br />

Administradores de Área, fundamentalmente<br />

como suportes de coesão estrutural,<br />

assegurando a comunicação bidireccionaI<br />

entre as Direcções dos Serviços<br />

e o Órgão Máximo de <strong>Gestão</strong> e como<br />

moderadores do afã reivindicativo de. instalações,<br />

equipamentos e pessoal dos serviços<br />

que ameaçavam alterar significativamente<br />

a programação do hospital.<br />

Neste contexto de busca de reequilíbrios<br />

pelas unidades funcionais, 'perãnte<br />

um espaço e eq~ipamento estranhos (em<br />

termos de instalações, o salto qualitativo<br />

dado foi, certamente, significativo)<br />

se vai sedimentando a figura de Administrador<br />

de Área enquanto «facilitador»<br />

da transferência, desencadeando soluções<br />

na ocupação e adaptação de espaços, na<br />

obtenção de equipamentos, na adequação<br />

dos recursos humanos às novas exigências<br />

funcionais.<br />

A elaboração, em Novembro de 1986<br />

e pela primeira vez, dos planos de actividade<br />

e respectivos orçamentos para<br />

<strong>1987</strong>, por serviço, constituiu um momento<br />

determinante na afirmação das Administrações<br />

de Área.<br />

No decurso dos 6 meses que durou<br />

a transferência de todo o hospital foi possível<br />

ultrapassar algumas das críticas e<br />

receios iniciais, iniciando-se então um<br />

período institucioinalmente mais calmo<br />

e tendo sido, entretanto, elaborada uma<br />

primeira definição das competências dos<br />

Administradores de Área assumida pela<br />

então Comissão Administrativa.<br />

AS ÁREAS DE<br />

ADMINISTRAÇÃO<br />

- CONSTITUIÇÃO, ESTATUTO<br />

A<br />

E COMPETENCIA<br />

O critério inicial de constituição das<br />

áreas de administração privilegiava a<br />

«continuidade física» dos serviços integrados<br />

(2) ou seja, pautava-se por uma<br />

abordagem «geográfica», defendendo que<br />

«a configuração física do Hospital em<br />

matéria de distribuição dos serviços não<br />

se coadunava com critérios mais "técnico­<br />

-científicos"» (2).<br />

No entanto, foi entendimento entre os<br />

administradores indigitados que o critério<br />

funcional corresponderia melhor<br />

à filosofia de criação das áreas, pelo que,<br />

após um interessante debate, se optou<br />

pela constituição de Áreas com base no<br />

critério funcional, com excepção do bloco<br />

de Celas, em que o critério geográfico<br />

determinou a constituição de uma área<br />

englobando serviços clínicos de natureza<br />

diversa e da Área V que, por razões «históricas»<br />

integra serviços muito diversos:<br />

Área I<br />

Área II<br />

Área III<br />

Área IV<br />

- Engloba todos os serviços<br />

complementares de diagnóstico<br />

e terapêutica;<br />

- Serviços de apoio clínico<br />

(Bloco operatório Central,<br />

Esterilização, Farmácia ... ) ;<br />

- Engloba os serviços de<br />

Medicina e Especialidades<br />

Médicas;<br />

- Engloba os serviços de<br />

Cirurgia e Especialidades ... ·<br />

Cirúrgicas;<br />

Área V - Engloba os serviços de<br />

Urgência, Alimentação e·<br />

Dietética, Social, Domiciliário,<br />

de Saúde de Pessoal<br />

e a Unidade de Cuidados<br />

Intensivos Polivalentes;<br />

Área VI - Bloco de Celas (Queimados,<br />

Cirurgia Plástica,<br />

Reconstrutiva e Ortopedia<br />

e Traumatologia);<br />

Área VII - Clínica Obstétrica Dr.<br />

Daniel de Matos.<br />

«O Administrador de área é um órgão<br />

de gestão intermédia, dependente, hierárquica<br />

e funcionalmente, do órgão<br />

máximo de gestão» (3) não detendo, no<br />

entanto, qualquer autoridade ou responsabilidade<br />

própria das Direcções dos Serviços.<br />

Este princípio consagra a figura<br />

do Administrador de Área enquanto<br />

órgãos de gestão intermédia, sujeito de<br />

competência, própria ou delegada pelo<br />

órgão máximo de gestão.<br />

A mesma ordem de serviço atribui a<br />

cada Administrador de Área instalações<br />

e apoio administrativo e de secretariado<br />

próprios.<br />

No desempenho das suas funções constituem<br />

relações priveligiadas do Administrador<br />

de Área, os Directores dos Serviços<br />

integrados, as Direcções dos<br />

Serviços de Apoio e o Enfermeiro Superior<br />

da Área respectiva.<br />

As competências atribuídas aos Administradores<br />

de Área, constantes da ordem<br />

de Serviço já citada, são as seguintes:<br />

Atribuições<br />

Ao Administrador de Área incumbe,<br />

fundamentalmente, providenciar no sentido<br />

de tornar mais eficaz, e eficiente<br />

o exercício, junto dos Serviços integrados,<br />

da competência dos órgãos centrais de<br />

gestão do Hospital no domínio do planeamento,<br />

programação, coordenação .e<br />

controlo e de tomar mais eficiente as ligações<br />

entre os diversos Serviços do Hospital.<br />

Competências<br />

a) Elaborar o plano anual de acção<br />

e proposta de orçamento da Área<br />

de Administração;<br />

b) Preparar, em colaboração com as<br />

Direcções dos Serviços da respectiva<br />

Área, o plano anual de acção<br />

e proposta de orçamentos de investimento<br />

e de exploração, de acordo<br />

com as' directivas' definidas pelo<br />

órgão máximo de gestão;<br />

,.<br />

e) Colaborar com as Direcções dos<br />

Serviços da respectiva Área no<br />

acompanhamento da execução do<br />

plano de acção e orçamentos;<br />

d) Acompanhar, em colaboração com<br />

as Direcções, a actividade dos respectivos<br />

Serviços, mediante a utilização<br />

de indicadores de gestão,<br />

tendo em vista a melhoria da eficiência<br />

do seu funcionamento;<br />

e) Colaborar com as Direcções dos<br />

Serviços integrados na garantia do<br />

respeito integral dos direitos que<br />

assistem aos doentes e o cumprimento,<br />

por parte destes, dos seus<br />

deveres;<br />

f) Promover, junto das Direcções dos<br />

Serviços integrados, a informação<br />

em tempo útil, das queixas ou reclamações<br />

apresentadas pelos utentes,<br />

nos termos da lei e dar-lhes o seguimento<br />

adequado;<br />

g) Promover, em colaboração com as<br />

Direcções dos Serviços, as acções<br />

necessárias a obter o melhor aproveitamento<br />

do pessoal e de rentabilização<br />

dos equipamentos;<br />

h) Promover a investigação das circunstâncias<br />

em que se verificarem<br />

acidentes com pessoal em serviço<br />

na Área, com vista a habilitar a<br />

entidade legalmente competente a<br />

classificá-los ou não como acidentes<br />

em serviço;<br />

i) Promover as acções necessárias à<br />

actualização permanente do inventário<br />

do equipamento dos Serviços<br />

integrados;<br />

j) Promover, junto das direcções dos<br />

Serviços integrados e junto dos<br />

Administradores das outras Áreas<br />

as acções necessárias à utilização<br />

·de equipamento comuns, por forma<br />

a obter-se o seu máximo aproveitamento;<br />

l) Providenciar no sentido da conveniente<br />

conservação do património<br />

dos Serviços integrados, informando<br />

os pedidos de aquisição e<br />

manutenção dos bens de inventário,<br />

e promovendo a investigação<br />

das circunstâncias em que se tenha<br />

verificado anormal deterioração ou<br />

desaparecimento de bens, nos termos<br />

da legislação em vigor;<br />

m) Controlar periodicamente os consumos<br />

dos Serviços integrados;<br />

n) Participar nas Comissões de escolha<br />

de equipamentos a adquirir pelo<br />

hospital para os Serviços integrados;<br />

o) Providenciar junto dos serviços<br />

integrados pelo envio tempestivo<br />

dos dados estatísticos aos Serviços<br />

competentes.<br />

O HOSPITAL, AS ÁREAS E OS<br />

ADMINISTRADORES<br />

Para além do efectivo desempenho de<br />

funções mais alargadas que as tradicionais<br />

direcções dos serviços de apoio pelos<br />

Administradores de Área, o que constitui<br />

uma actividade sempre gratificante,<br />

resultaram da implementação das Áreas<br />

de Administração algumas vantagens que<br />

importa não esquecer.<br />

Desde logo, tal modelo torna possível<br />

sem dificuldades de maior, o estabelecimento<br />

de objetivos de actividade<br />

por serviço e a sua necessária expressão<br />

financeira, sob a forma de orçamento<br />

sectorial. E tal facto não é dispiciendo,<br />

quando genericamente se reconhece que<br />

o planeamento a este nível é a faceta mais<br />

ausente da gestão dos hospitais portugueses.<br />

Continua a faltar, no entanto, a<br />

determinação das linhas estratégicas de<br />

desenvolvimento do hospital, que oriente<br />

a definição dos objectivos sectoriais e<br />

os prioritize e harmonize num plano global<br />

institucional tecnicamente correcto,<br />

coerente e exequível.<br />

Além disso, torna-se agora possível<br />

introduzir processos de avaliação mais<br />

amplos e eficazes e aumentar a velocidade<br />

de resposta num modelo de gestão<br />

por excepção. ,<br />

Igualmente, permite o modelo de Areas<br />

intermédias de gestão induzir e/ou acompanhar<br />

de mais perto as iniciativas de<br />

alteração ou mudança na organização e<br />

funcionamento dos serviços e fornecer<br />

às unidades funcionais a possibilidade<br />

de utilização de «Know-How» específico<br />

técnico-científico de que até agora, não<br />

dispunham.<br />

A visão institucional e integrada dos<br />

problemas do hospital que os administradores<br />

necessariamente possuem e<br />

demonstram é, no decurso dos seus frequentes<br />

contactos com os responsáveis<br />

pelos Serviços, transmitida aos receptores,<br />

alterando-se, assim, de forma paulatina,<br />

a relação egocêntrica que, tradicionalmente,<br />

as unidades funcionais<br />

mantêm com a organização hospitalar.<br />

E não é menos verdade que, destes<br />

contactos, resulta inevitavelmente e num<br />

grau que depende, em muito, da própria<br />

capacidade de cada Administrador,<br />

a reconstrução da própria imagem pública<br />

dos Administradores no universo hospitalar.<br />

Finalmente, ganhou relevância a utilização<br />

de um modelo negocial quer na<br />

definição das metas, e objectivos dos serviços<br />

quer no estabelecimento de regras<br />

de funcionaillento, modelo este integrativo<br />

e responsabilizador das partes envolvidas.<br />

E AGORA?<br />

Concluída a transferência e adquirida<br />

a velocidade de cruzeiro d0 funcionamento<br />

dos HUC, supomos que a figura<br />

de Administrador de Área se implantou<br />

16<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N.º 17/<strong>18</strong><br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N.º 17/1 8<br />

17


HOSPITAIS DA<br />

UNIVERSIDADE DE<br />

COIMBRA<br />

de forma sólida, não sem que ainda subsistam<br />

algumas interpretações distorcidas<br />

do seu papel e alguns objectivos por<br />

atingir que, numa situação extrema (por<br />

exemplo, carência de Administradores<br />

<strong>Hospitalar</strong>es) poderão determinar o esvaziamento<br />

progressivo, na prática, deste<br />

modelo de gestão e o paulatino retrocesso<br />

às formas tradicionais de gestão<br />

do hospital.<br />

Se, em relação . às Direcções dos Serviços<br />

se atingiu uma plataforma mínima<br />

de entendimento e colaboração, o mesmo<br />

não se verifica relativamente a algumas<br />

teias de poderes informais que partilham,<br />

no hospital, um espaço de intervenção<br />

em zonas cinzentas do funcionamento<br />

e organização. De fucto, tais grupos obstaculizam<br />

a intervenção dos Administradores<br />

de Área em busca da maior eficiência,<br />

eficácia e qualidade sendo<br />

determinados, fundamentalmente, por<br />

motivos de ordem corporativa, estranhos<br />

a uma visão institucional dos problemas.<br />

Por outro lado, se foram atribuídas<br />

algwnas competências aos A.A. , não lhes<br />

foram fornecidos os instrumentos ou<br />

meios necessários a exercê-las de forma<br />

determinante, designadamente no que diz<br />

respeito ao controlo e contenção de despesas<br />

com pessoal (horas extraordinárias,<br />

regime de trabalho, etc.) ou seja,<br />

exige-se aos A.A. a prossecução de d~terminados<br />

objectivos cujas variáveis eles<br />

não controlam, minimamente.<br />

Verifica-se, igualmente, que os A.A.<br />

funcionam, por vezes, como objectos de<br />

"transfer" de responsabilidade, isto é,<br />

que, perante a ineficiência ou falta de<br />

capacidade de resposta das unidades funcionais<br />

integrantes de uma área, se desresponsabiliza<br />

o seu directo responsável,<br />

imputando ao respectivo<br />

Administrador o ónus da situação.<br />

Finalmente, a dificuldade de abandono<br />

dos hábitos de forte centralismo na gestão<br />

interna do hospital determina por um<br />

lado, a diminuição de capacidade operacional<br />

do orgão máximo de gestão o<br />

qual, assoberbado por questões de gestão<br />

corrente não define as linhas estratégicas<br />

do Hospital para o futuro e, por outro,<br />

a incapacidade dos A.A. gerirem determinadas<br />

fatias de actividade dos serviços<br />

integrados e determinarem algumas<br />

das variáveis nela presentes, uma vez que<br />

CID<br />

União Fabril Farmacêutica, S. A<br />

unifa<br />

t<br />

não dispõem de necessária delegação de<br />

competências.<br />

Ao fim de apenas 9 meses de experiência,<br />

parece demonstrado que as áreas<br />

intermédias de gestão constituem um<br />

modelo aplicável nos hospitais portugue-<br />

. ses. De fucto, e designadamente nos serviços<br />

integrados em áreas cujos processos<br />

produtivos se aproximam mais dos industriais<br />

têm vindo a obter-se, num curto<br />

espaço de tempo, resultados positivos,<br />

nomeadamente no que diz respeito à utilização<br />

de equipamentos, recursos humanos,<br />

diminuição dos custos de produção<br />

e aumentos e diversificação de produção.<br />

No entanto, a não serem sanados os<br />

aspectos referidos acima, corre-se o risco<br />

de, a alguma frustação pessoal e profissional<br />

sentida pelos Administradores<br />

de Área, se vir a juntar a inoperacionalidade<br />

de um modelo cujas vantagens<br />

foram já afirmadas no terreno. O<br />

(1) - Julie Reis - "A criação de áreas intermédias<br />

de gestão nos hospitais" -<br />

Revista <strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> n. 0 2, Ano<br />

1 - Abril/Maio Junho 1983<br />

(2) - Julio Reis "Acriação de áreas intermédias<br />

de gestão nos hospitais" - Revista<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> n. 0 2, Ano 1, Abril,<br />

Maio, Junho 1983<br />

(3) - Ordem de Serviço n. 0 4/87 de 11.2.87<br />

dos H.U.C.<br />

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Uma vasta gama de produto~ e~amenfos _<br />

1<br />

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1 -<br />

do Sector Hospita ar, 1<br />

J r 1 T 1 :-i----


O CONSÓRCIO<br />

HOSPITALAR<br />

turn-key surge como uma das mais promissoras<br />

alternativas de exportação de<br />

serviços, área que está crescendo, a cada<br />

ano, no global das exportações brasileiras,<br />

reflectindo o avanço tecnológico do país<br />

em diversos campos e a sua capacidade<br />

de concorrência, em qualidade e preço,<br />

no seletivo mercado internacional.<br />

A partir de meados da década passada,<br />

o Brasil começou um processo de desenvolvimento<br />

da tecnologia hospitalar, tanto<br />

na área de arqui tectura como de engenharia<br />

e na fabricação de equipamento<br />

especializado. Nos anos 70, o Brasil<br />

importava a maior parte do equipamento<br />

utilizado em seus hospitais, o que estimulou<br />

o desenvolvimento de uma tecnologia<br />

genuinamente nacional, no<br />

âmbito de um largo processo de substituição<br />

de importações também nessa<br />

área.<br />

. Aproveitando a experiência de empresas<br />

voltadas para a área de saúde _com<br />

vários empreendimentos hospitalares realizados.<br />

nó Brasil, foi criado o Consórcio<br />

<strong>Hospitalar</strong> Brasileiro (C~) que, sob<br />

a liderança da trading do Grupo Pão<br />

de Açúcar, passou a oferecer o planejamento,<br />

O, p!pJ~to, a construção, a equipagem<br />

do hospital, o treinamento do pessoal<br />

hospitalar e a administração de<br />

empreendimentos hospitalares fora do<br />

Brasil.<br />

Institucionalizava-se, desta forma, mais<br />

um importante programa de exportação<br />

de serviços, relacionado com uma área<br />

nova: a construção de sistemas hospitalares<br />

completos no exterior, em regime<br />

"chave na mão". Em outubro de 1983,<br />

o Consórcio <strong>Hospitalar</strong> Brasileiro realizou<br />

seu primeiro empreendimento,<br />

sendo contratado pelo Ministério da<br />

Saúde Pública e Bem-Estar Social do<br />

Paraguai para a contrução do Hospital<br />

de Câncer e Queimados de Assunção.<br />

Imediatamente, foram iniciados ostrabalhos<br />

visando à construção de uma unidade<br />

hospitalar de 200 leitos, sendo 160<br />

leitos destinados ao atendimento de pessoas<br />

portadoras de câncer e 40 leitos<br />

especiali7ados para atender a pessoas vitimados<br />

por queimaduras.<br />

Técnicos especializados, pértencentes<br />

aos quadros do consórcio, se reun.iram<br />

com seus colegas do Instituto do Câncer<br />

do Paraguai para a montagem conjunta<br />

do planejamento e da execução do<br />

projecto do hospital. A construção foi<br />

iniciada em dezembro de 1983 com os<br />

serviços de terraplenagem, tendo o Consórcio<br />

<strong>Hospitalar</strong> Brasileiro subcontratado<br />

empresas de área de construção civil<br />

e mão-de-obra paraguaias, que trabalharam<br />

sob a coordenação da Tetraeng, uma<br />

das empresas componentes do consórcio,<br />

responsável pela área de construção<br />

civil.<br />

Um dos atractivos dos sistema montado<br />

pelo Consórcio <strong>Hospitalar</strong> Brasileiro,<br />

para a construção de unidade hospitalares<br />

no exterior, é que ele oferta<br />

e_mprego local. Durante a construção da<br />

unidade de Assunção, chegaram a ser<br />

oferecidos 400 empregos a operafios<br />

paraguaios, sem falar na mão-de-obra<br />

indireta, -uma contnbuição positiva para<br />

o desenvolvimento económico do Paraguai.<br />

O governo brasileiro, através da êaeex<br />

- Carteira de Comércio Exterior do<br />

Banco do Brasil, garante o apoio financeiro<br />

ao programa de exportação de serviços<br />

via construção de unidades hospitalares<br />

no exterior. No caso do Hospital<br />

de Câncer e Queimados de Assunção,<br />

o empreendimento, no valor de 25<br />

milhões de dólares, enquanto o governo<br />

paraguaio financiou os 20 por cento restantes,<br />

ou cinco milhões de dólares. A<br />

unidade hospitalar, de 15 mil metros quadrados<br />

de área construída, foi entregue<br />

em dezembro do ano passado, 24 meses<br />

após iniciada a construção.<br />

O êxito do empreendimento com o<br />

Paraguai estimula o Consórcio <strong>Hospitalar</strong><br />

Brasileiro a examinar as possibilidades<br />

da realização de negócios similares<br />

com outros países, não só da<br />

América Latina, como da África e da<br />

Europa. Para tanto, o grupo brasileiro<br />

oferece duas condições importantes: primeira,<br />

a utilização de um equipamento<br />

de tecnologia similar a de um hospital<br />

europeu, produzido pela indústria nacional;<br />

·segundo, um preço abaixo .da c<br />

llJ<br />

e<br />

'ü<br />

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• UNIDADE DE HEMODIALISE<br />

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• UNIDADE DE TRANSPLANTE RENAL<br />

• SERVIÇO DE URGtNCIA<br />

• CONSULTAS EXTERNAS<br />

• cardiologia<br />

• cirurgia geral<br />

• cirurgia plástica<br />

• cirurgia vascular<br />

• clínica geral<br />

• diabetologia<br />

• doenças psicossomáticas<br />

• endocrinologia<br />

• gastroenterologia<br />

• ginecologia<br />

• hematologia<br />

• medicina interna<br />

• nefrologia<br />

• neurocirurgia<br />

• neurologia<br />

• obstetrícia<br />

• oftalmologia<br />

•ortopedia<br />

• otorrinolaringologia<br />

•pediatria<br />

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• normal exame médico geral, exame oftalmológico,<br />

• tropical êxame ginecológico, análises clínicas ao<br />

sangue, urjna e fezes~ radiodiagnóstico,<br />

electrocardiografia, espirometria e relatório<br />

médico).<br />

• EXAMES COMPLEMENTARES<br />

DE DIAGNÓSTICO<br />

• análises clínicas<br />

• electrocardiografia<br />

• electroencefalografia<br />

• endoscopia<br />

• prova da função respiratória<br />

• radiologia geral<br />

• ecografia 1 abdominal e partes moles, obstétrica e<br />

ginecológica<br />

• mamografia -<br />

• ecocardiografia: modo M, real time, doppler 2-D<br />

• tomografia axial computorizada (TA C)<br />

bsteodensitometria óssea<br />

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O DIREITO<br />

A ESCOLHER O 'MELH<br />

20<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N.º 17/<strong>18</strong>


- -<br />

1<br />

1<br />

INI<br />

LEITURAS EM .ABSORVÃNCIA<br />

RESULT~DOS FINAIS DE REACÇÕ,ES COl..iORIMÉ~RICAS<br />

CINETICAS E TESTES COM MULTIPLOS PADROES<br />

. . 'k.~\'~~~"f;.}.'ft~<br />

As modernas centrais de esterilizacão ,<br />

e a sua importância na luta contra a infecção hospitalar<br />

,.,,,,<br />

CENTRAIS DE ESTERILIZACAO<br />

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As centrais de esterilização que fizeram<br />

o seu aparecimentos em Inglaterra<br />

durante os primeiros anos da década de<br />

50, têm vindo desde aí a desenvolver­<br />

. -se e a sua instalação está nos nossos<br />

dias praticamente aceite, como sendo a<br />

solução mais correcta para dar resposta<br />

cabal ao rigor exigído para a esterilização<br />

do material médico-cirúrgico e outro, que<br />

se utiliza nos Hospitais.<br />

Tendo em vista o contributo fundamental<br />

que o material preparado e esterilizado<br />

em correctas condições representa<br />

na diminuição da infecção hospitalar, a<br />

central de esterilização é entendida como<br />

sendo um dos factores primordiais na<br />

luta contra essa mesma infecção.<br />

Mas, apesar da importância que só por<br />

si tem na luta contra a infecção hospitalar,<br />

são hoje também reconhecidos às<br />

centrais de esterilização, objectivos, mais<br />

vastos que são indubitavehnente de grande<br />

importância na gestão hospitalar, tendo<br />

em vista uma correcta rentabilização. É,<br />

estamos certos, por estas razões que se<br />

observa uma grande receptividade por<br />

parte de administradores e outros responsáveis<br />

hospitalares, na instalação de<br />

centrais de esterilização.<br />

Algumas destas unidades existentes<br />

entre nós, já se encontram a funcionar<br />

com dinamismo e interesse pelas "novas<br />

técnicas de esterilização" incluindo a<br />

moderna técnica de empacotamento.<br />

Estes aspectos, apesar de serem de grande<br />

importância, não serão tratados detalhadamente<br />

neste pequeno trabalho, por<br />

estarmos convencidos que o tema em<br />

questão, "Centrais de Esterilização",<br />

merece só por si um tratamento individualizado<br />

e com algum destaque, espe-<br />

Engenheiro Técnico do Departamento de Electromedicina<br />

do S.U.C.H.<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N.º 17/<strong>18</strong><br />

rando conseguir com o nosso modesto<br />

trabalho, despertar o interesse que o tema<br />

em nossa opinião merece.<br />

Querici desde já alertar, apesar do<br />

avanço verificado !l.O lançamento das Centrais<br />

de Esterilização, que os nossos hospitais<br />

estão, quanto a nós, longe de terem<br />

a funcionar centrais de esterilização na<br />

verdadeira dimensão do termo "central"<br />

e bastante longe ainda se está, da grande<br />

central "Unidade Industrial" que já aparece<br />

a apoiar alguns centros hospitalares<br />

da Europa e que tanto quanto julgamos<br />

e podemos imaginar, será a<br />

verdadeira solução do futuro, graças às<br />

modernas tecnologias dos equipamentos<br />

e das embalagens utilizadas em esterilização.<br />

OBJECTIVOS DAS CENTRAIS<br />

DE ESTERILIZAÇÃO<br />

Desenvolveremos, seguidamente, os<br />

objectivos que devem ter as centrais de<br />

esterilização, tendo em atenção os meios<br />

disponíveis e os critérios de centralização<br />

a que devem obedecer.<br />

Redução da Infecção<br />

Dadas as técnicas de descontaminação,<br />

lavagem, preparação, embalagem,<br />

esterilização, armazenamento e controle<br />

utilizadas, são criadas as condições indispensáveis<br />

a uma maior segurança e conforto<br />

do doente e do pessoal hospitalar,<br />

reduzindo-se o risco de infecção e consequentemente<br />

a redução dos dias de<br />

internamento, visto que essas infecções<br />

são causadas muitas vezes por deficientes<br />

normas de limpeza e inadequadas manipulações<br />

dos materiais.<br />

Permitir uma correcta gestão<br />

e material esterilizado<br />

A centralização, permite um controle<br />

dos gastos de material esterilizado pelos<br />

vários serviços, dispondo de importantes<br />

elementos para a gestão económica. Nestes<br />

termos é possível à central de esterilização<br />

estudar conjuntamente com os<br />

serviços, as formas mais correctas e económicas<br />

de utilizar o material esterilizado,<br />

sem todavia pôr em causa a qua-<br />

1 idade do produto oferecido aos<br />

utilizadores.<br />

Permite uma diminuição considerável<br />

de equipamentos e o correcto<br />

aproveitamento do existente<br />

A centralização permite reduzir consideravelmente<br />

o número de equipamento<br />

tendo em conta que todas as tarefas são<br />

executadas numa só área. Esta situação<br />

conduz a menores investimentos de instalação<br />

e diminuição nas despesas de<br />

exploração, além de permitir um mais<br />

rentável aproveitamento do equipamento<br />

existente, tendo em conta que poderá utilizar<br />

todo o período de trabalho que<br />

poderá ser, se necessário, por turnos de<br />

24 horas/dia.<br />

Pennitir a utimação de critérios únicos<br />

nas técnicas e normas de esterilização<br />

Facilmente se compreenderá que,<br />

sendo o material preparado e esterilizado<br />

num só local e sobre uma só direcção,<br />

23


AS CENTRAIS<br />

DE ESTERILIZACÃO ,<br />

obedecerá a um só critério quer de preparação<br />

quer de esterifuação, com todas<br />

as vantagens daí resultantes para o pessoal<br />

hospitalar, que de outra forma ficará sempre<br />

na dependência de definição de critérios<br />

dados pelos responsáveis dos serviços.<br />

Permitir a utilização<br />

de pessoal profissionalizado<br />

na área da esterilização<br />

Dado que o pessoal que trabalha na central<br />

está permanentemente em contacto<br />

com as técnicas e os equipamentos, é<br />

possível adquirir um conhecimento adequado<br />

e sempre actualizado no campo<br />

da esterilização. Com o seu campo de<br />

actuação bem definido é possível adquirir<br />

uma profissionalização adequada e indispensável.<br />

Permitir uma correcta stockagem de<br />

material estéril, quer no hospital quer<br />

nos serviços.<br />

Para o correcto funcionamento da central<br />

é indispensável definir os stocks do<br />

material estéril, quer na própria central<br />

quer nos serviços.<br />

Esta definição que poderá demorar<br />

algum tempo a conseguir, é no entanto<br />

indispensável e possível dados os elementos<br />

estatísticos que ao cabo de algum<br />

tempo a central tem reunidos.<br />

Na posse destes elementos torna-se<br />

relativamente fácil proceder às correcções<br />

julgadas convenientes e ajustar com<br />

rigor as stockagens de material estéril<br />

indispensável para o funcionamento sem<br />

sobressaltos, dos vários serviços (clientes)<br />

e concerteza com grande economia de<br />

material.<br />

l\!rmitir a utilização de nonnas de funcionamento<br />

e critérios de organização<br />

tendo em vista um maior rendimento<br />

e productividade<br />

Como unidade de produção que é, a<br />

central terá que se preocupar com a rentabilidade<br />

dos meios humanos e materiais<br />

de que dispõe, de modo a poder<br />

fornecer o produto acabado (material<br />

estéril) nas melhores condições quer técnicas<br />

quer económicas. Por isso deverá<br />

ter sempre presente a adopção das mais<br />

correctas normas de funcionamento e<br />

organização, devendo por isso, e com<br />

base na experiência, procurar continuamente<br />

a melhoria dos seus serviços.<br />

Criar um núcleo de trabalho onde se<br />

pode desenvolver um bom programa<br />

de ensino<br />

É possível desenvolver um bom programa<br />

educacional na central relativamente<br />

a técnicas de assépsia e preparação<br />

de material, mas também é<br />

desejável e possível alargar essa acção<br />

de ensino a todos os profissionais de<br />

saúde na esfera de influência da central<br />

no que se refere à correcta utilização do<br />

material esterilizado.<br />

ORGANIZAÇÃO DA CENTRAL<br />

DE ESTERILIZAÇÃO<br />

Localização<br />

Ao dar início ao estudo de implantação<br />

de uma central de esterilização, devemos<br />

ter presente a sua localização. Assim<br />

esta deverá estar localizada com fácil<br />

acesso ou proximidade dos fornecedores<br />

(levandaria, rouparia, armazém, serviços<br />

hospitalares e laboratórios de controle)<br />

e igualmente dos clientes (serviços<br />

hospitalares).<br />

Assim sendo e como não é possível<br />

localizar a central próximo de todos os<br />

serviços, devemos ter em especial atenção<br />

o féail acesso ou a proximidade dos grandes<br />

fornecedores e consumidores (Levandaria,<br />

Bloco Operatório, Banco de<br />

Urgência, etc.).<br />

Dimensão<br />

Para a definição das áreas e dos equipamentos<br />

necessários ao correcto funcionamento<br />

de uma central de esterilização,<br />

é normal tomarmos como base<br />

o número de camas hospitalares que pretendemos<br />

fornecer de material estéril.<br />

No entanto, devemos igualmente ter<br />

preocupação de analisar outros elementos<br />

disponíveis, tais como o tipo de embalagem<br />

utilizado, se é intenção da administração<br />

privilegiar a utilizaçõ de material<br />

de utilização múltipla, ou se pelo<br />

contrário vai ser utilizado preferencialmente<br />

o material de utilização única, o<br />

volume operatório previsto, etc,.<br />

Com estes elementos disponíveis será<br />

possível definir com algum critério a área<br />

e o equipamento necessário à central .<br />

Vários autores indicam para a necessidade<br />

de material esterilizado valores<br />

compreendidos entre os 10 e os 20 litros<br />

por dia e por cama.<br />

No entanto, o estudo de um caso concreto<br />

e tendo como base os elemenos<br />

atrás referidos conduzem a números mais<br />

correctos.<br />

Assim a quantidade de litros ou metros<br />

cúbicos de material estéril consumidos<br />

diariamente, permitem definir o equipamento<br />

necessário: número de autoclaves<br />

e sua dimensão, quantidade de máquinas<br />

de lavar material cirúrgico e de<br />

processamento de luvas e sua capacidade,<br />

assim como o restante equipamento.<br />

A capacidade do Armazém de material<br />

estéril, será definida tendo em atenção<br />

não só o consumo diário do material mas<br />

tendo também em conta o valor dos<br />

stocks julgados convenientes pelos responsáveis<br />

hospitalares que tem a ver com<br />

o tipo de horário que irá ser adaptado<br />

para a central.<br />

Distribuição de zonas na central<br />

A central deverá estar subdividida em<br />

várias zonas, tendo em vista a função<br />

de cada uma delas.<br />

Assim teremos:<br />

1 - Recepção de material sujo (ferros,<br />

vidros e borrachas).<br />

2 -Recepção de material limpo (têxteis).<br />

3 - Descontaminação.<br />

4 - Lavagem (ferros, vidros e material<br />

diverso).<br />

5 - Processamento de luvas (lavagem,<br />

secagem e empoamento).<br />

6 - Verificação de têxteis.<br />

7 - Preparação (empacotamento).<br />

8 - Esterilização (localização de autoclaves<br />

e vapor e fom1aldeído).<br />

9 - Esterilização (localização de câmaras<br />

de esterilização e ventilação a<br />

óxido de etileno).<br />

10 - Armazém de esterilizados (inclui<br />

o armazém de material de utiliza- 11<br />

ção única) .<br />

11 - Armazém de material cirúrgico de<br />

apoio à esterilização (arsenal cirúrgico).<br />

12 - Armazém de apoio à esterilização<br />

(embalagem material de penso e<br />

outro) .<br />

13 - Lavagem e desinfecção de carros<br />

de transporte de material .<br />

14 - Gabinete administrativo.<br />

15 - Gabinete do responsável.<br />

16 - Vestiários e instalações sanitárias.<br />

17 - Sala do pessoal.<br />

De acordo com o movimento das<br />

várias zonas, assim se definirá a sua área.<br />

No entanto, podemos, para dar uma ideia,<br />

indicar que em termos de percentagem<br />

da área total, das várias zonas ou grupo<br />

de zonas será aproximadam ente a<br />

seguinte:<br />

Zonas 1-2-3-4 - Aproximadamente 25 %<br />

da área total.<br />

Zonas 5-6-7 - Aproximadamente 30 %<br />

da área total.<br />

Zonas 8-9-10-11-12 -<br />

30 % da área total.<br />

Aproximadamente<br />

Zonas 13-14-15-16-17 -<br />

15 % da área total.<br />

Aproximadamente<br />

No estabelecimento e localização de<br />

cada uma das zonas atraS referidas, deverá<br />

ser preocupação criar circuitos perfeitamente<br />

definidos de forma a não haver<br />

cruzamentos entre os materiais infectados,<br />

sujos, limpos e esterilizados.<br />

Definidas que foram as várias zonas,<br />

iremos seguidamente definir a função de<br />

cada uma delas.<br />

Função de cada uma das moas da central<br />

de esterilização.<br />

Recepção de material sujo.<br />

Os ferros, vidros e borrachas· deverão<br />

ser recolhidos nos serviços utilizadores<br />

por pessoal da central de estirilização,<br />

em horário bem definido e de<br />

acordo com o interesse geral (central e<br />

serviços).<br />

O material deverá vir acondicionado<br />

em recipientes próprios, construídos em<br />

material resistente de forma a evitar serem<br />

perfurados por quaisquer utensílios ponteagudos,<br />

devendo igualmente permitir<br />

um fecho hermético, de forma a que toda<br />

a operação de recolha corra sem incidentes,<br />

não permitindo qualquer tipo de<br />

contaminação.<br />

Quando o horário defindo para a recolha<br />

de material ocasione esperas prolongadas<br />

deste nos serviços,ele deverá ser<br />

colocado nos recipientes descritos, mas<br />

mergulhado numa solução desinfectante,<br />

de forma que a descontaminação tenha<br />

lugar de imediato. Esta operação igualmente<br />

irá evitar que a matéria orgânica<br />

seque sobre o material, criando dificuldades<br />

na lavagem. _<br />

Os recipientes descritos são conduzidos<br />

à central em carros fechados destinados<br />

somente a este efeito ou então poderão<br />

ser utilizados para distribuição de material,<br />

depois de lavados e desinfectados<br />

em zona da central convenientemente<br />

equipada para o efeito.<br />

Recepção de material limpo.<br />

Os têxteis vindos da lavandaria e o<br />

material de penso vindo do armazém,<br />

dão entrada na central de esterilização<br />

por este local.<br />

Descontaminação<br />

É neste local da central que se procede<br />

à abertura dos recipientes vindos<br />

do~ serviços com mateial sujo (infectado).<br />

e aqui e antes da sua triagem (separação<br />

por tipos) que se irá efectuar a descontaminação.<br />

A descontaminação pode ser efectuada<br />

pela acção de agentes de desinfecção ou<br />

esterilização e é uma operação prévia<br />

que tem como objectivo reduzir o número<br />

de germes existentes no material de forma<br />

a diminuir o risco de contaminação no<br />

pessoal da central que o irá manipular<br />

quando efectuar a triagem e posteriormente<br />

o conduzir para a zona de lavagem.<br />

Lavagem<br />

Os ferros, vidros e res.tante material,<br />

com excepção das luvas cirúrgicas, são<br />

24<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N.º 17/<strong>18</strong><br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N.º 17/<strong>18</strong><br />

25


AS CENTRAIS<br />

DE ESTERILIZACÃO<br />

;<br />

lavados em máquinas próprias, tipo<br />

doméstico ou em túneis de lavagem,<br />

sendo a sua capacidade definida de<br />

acordo com a quantidade de material a<br />

tratar. Deste modo poderemos no final<br />

dos ciclos dispôr do material seco e em<br />

perfeitas condições de seguir para a wna<br />

de preparação.<br />

Estas zonas de lavagem deverão dispôr<br />

igualmente de máquinas de lavar por<br />

ultra-sons, de modo a que o material de<br />

mais difícil lavagem possa ser sujeito a<br />

uma lavagem prévia por ultra-sons, de<br />

forma a desagregar a matéria orgânica<br />

que contém. Igualmente deverá ser prevista<br />

uma wna de lavagem manual, equipada<br />

com sistema de pressão e adaptadores<br />

para a lavagem de artigos onde os<br />

outros sistemas são ineficazes.<br />

Processamento de luvas<br />

Após a triagem, as luvas cirúrgicas<br />

-------·- - -·<br />

serão enviadas para a zona de lavagem,<br />

secagem, testagem e empoamento, onde<br />

em máquinas próprias e de capacidade<br />

em função das necessidades serão desenvolvidas<br />

todas as operações descritas.<br />

Aproveitamos para referir que o<br />

empoamento das luvas não deverá ser<br />

feito com substâncias que não sejam<br />

hidrosolúveis, caso do talco, por as mesmas<br />

não serem esterilizadas pela acção<br />

do vapor saturado.<br />

O empoamento deverá ser feito com<br />

substâncias hidrosolúveis, caso do amido<br />

de milho, sendo estas esterilizadas pela<br />

acção do vapor saturado.<br />

Verificação de têxteis<br />

As roupas vindas da lavandaria e antes<br />

de serem entregues na zona de preparação,<br />

deverão ser cuidadosamente verificadas<br />

de modo a que seja evitado que<br />

transitem aquela zona, roupas manchadas<br />

ou rotas, ou que de qualquer modo não<br />

ofereçam as condições julgadas indispensáveis<br />

para entrarem na cadeia de preparação<br />

para a esterilização.<br />

Após a verificação procede-se à dobragem<br />

da roupa de acordo com as normas<br />

estebelecidas, seguindo esta de imediato<br />

para a zona de preparação.<br />

Preparação.<br />

Esta zona, que também é designada<br />

por empacotamento, é a zona nevrálgica<br />

de toda a cadeia de produção.<br />

Será aqui que tomará forma o tipo de<br />

embalagem adaptado para cada uma das<br />

utilizações, bem como serão produzidos<br />

todos os tipos de composições previamente<br />

definidos entre a central e os utilizadores,<br />

destinando-se cada uma delas<br />

a um acto médico.<br />

No entanto, deverá ser referido que<br />

para a rentabilização de uma unidade de<br />

produção, como deve ser uma central<br />

de esterilização, há toda a vantagem que<br />

seja produzido o número mínimo de artigos,<br />

de forma a não se dar a pulverização<br />

da produção com todas as desvantagens<br />

daí resultantes para a cadeia de<br />

produção.<br />

Assim, é de fundamental importância<br />

um estudo criterioso e detalhado das<br />

necessidades dos clientes a servir e simul-<br />

EUROGUARDA<br />

UMA COMPANHIA PORTUGUESA<br />

COM EXPERif:NCIA INTERNACIONAL<br />

ASSOCIADA DO<br />

SECURITAS999<br />

Grupo Quatro Securitas - Serviços e Tecnologia de Segurança. S.A.<br />

taneamente que estes sejam sensibilizados<br />

para o que representa, em termos de ren­<br />

. tabilidade da central e do próprio hospital,<br />

a standardização das embalagens.<br />

Definidos que sejam estes critérios e<br />

aceites por todos os interessados, a central<br />

poderá apresentar de uma forma padronizada<br />

os materiais de duas formas:<br />

- Isolados, embora em quantidades<br />

variáveis<br />

ou<br />

- Agrupados, embora o conjunto de<br />

material reunido de destine a um só acto<br />

médico.<br />

Referiremos de seguida os tipos de<br />

embalagens produzidas, bem como as<br />

vantagens e inconvenientes que cada um<br />

dos tipos apresenta.<br />

No entanto, dada a importância deste<br />

problema, faremos aqui uma breve chamada<br />

de atenção para o que representa<br />

em esterilização a embalagem.<br />

Assim, poderemos dizer que não basta<br />

esterilizar os materiais e os equipamentos,<br />

há que mantê-los estéreis até ao momento<br />

da utilização e esta condição está directamente<br />

relacionada com o tipo de embalagem<br />

utilizado.<br />

Nestes termos, só dois tipos de embalagem,<br />

garantem a segurança de esterilização<br />

desejada.<br />

São eles: embalagem semi-dura e a<br />

mole.<br />

Embalagem semi-dura<br />

Este tipo de embalagens, utilizado para<br />

servir de suporte a cargas pesadas (ferros<br />

cirúrgicos ou equipamentos) pode ter<br />

duas versões: ou caixas de cartão perfurado<br />

ou tabuleiros metálicos perfurados.<br />

Como envoltório exterior é utilizado<br />

ou o pano ou o papel; qualquer dos processos<br />

é seguro. No entanto o material<br />

acondicionado em envoltório de papel<br />

especial para esterilização mantém o<br />

material esterilizado por um período mais<br />

longo, podendo atingir um tempo de validade<br />

até seis s_emanas. Os envoltórios<br />

de pano que devem ter 100 fios/cm2, não<br />

mantêm o material estéril ao local do·<br />

armazenamento. Podemos dizer que entre<br />

os dois tipos de envoltórios o papel é<br />

o mais seguro.<br />

Embalagem Mole<br />

A embalagem mole é o pacote de papel<br />

especial de esterilização, e destina-se a<br />

cargas leves (têxteis, borrachas, plásti-<br />

cos e pequenos instrumentos cinírgicos);<br />

é a mais segura embalagem de esterilização,<br />

pois pode ser selada, ficando perfeitamente<br />

estanque. O material pode ficar ·<br />

armazenado durante longos períodos de<br />

1 ano em embalagens simples ou dois<br />

anos em embalagem dupla. Esta embalagem<br />

pode ser em sacos totalmente de<br />

papel, ou papel numa face e plástico na<br />

outra. Este tipo de embalagem mista<br />

(papel e plástico) é utilizado quando se<br />

torna necessário visualizar o material contido<br />

no interior da embalagem.<br />

Qualquer ambalagem de material esterilizado,<br />

deverá conter as seguintes indicações:<br />

- Data de esterilização<br />

- Data limite de validade<br />

- O tipo de material que contém<br />

- Uma refereência que identifique<br />

facilmente a embalagem com o aparelho,<br />

onde foi estiliza.da e o número de<br />

ordem da esterilização.<br />

Seja qual for o tipo de embalagem utilizada,<br />

ela nunca deverá exceder as<br />

seguintes dimensões 30X30x50 cm, respectivamente<br />

largura X altura X comprimento.<br />

Esterilização, vapor, formaldeído.<br />

É neste local que se instala todo o equipamento<br />

destinado a realizar a esterilização,<br />

devendo a sua configuração e<br />

espaço estar de acordo com os autoclaves<br />

que aí são instalados, tendo em conta<br />

a sua capacidade definida pelos parâmetros<br />

já referidos. No entanto um outro<br />

aspecto a ter em conta é o tipo de equipamento<br />

escolhido, podendo a opção dos<br />

responsáveis recair em autoclaves de um<br />

ou duas portas (de travessia). Do ponto<br />

de vista de características técnicas para<br />

o ciclo de esterilização estes equipamentos<br />

são idênticos. No entanto, a vantagens<br />

que o autoclave de duas portas apresenta<br />

em relação ao de uma tem a ver<br />

com uma definição muito clara dos circuitos<br />

de material, poia a entrada deste<br />

antes de estar esterilizado, tem, lugar pela<br />

zona não estéril e a saída do autoclave<br />

depois de esterilizado, dá-se directamente<br />

para a zona de armazenamento do material<br />

estéril.<br />

Assim é possível estabelecer, uma organização<br />

muito rigorosa, ao nível de circuitos<br />

de material dentro da área de esterilização.<br />

Uma das causas apontadas com grande<br />

frequência para o insucesso da esterilização,<br />

é o acondicionamento do ma.teria!<br />

no interior dos autoclaves. Apontaremos<br />

seguidamente, e sem grande<br />

detalhe, os aspectos mais significativos<br />

a que deve obedecer esta operação.<br />

Devemos ter sempre presente que o<br />

objectivo a ter em vista, é criar as condições<br />

no interior da câmara de esterilização<br />

de tal forma que o agente de esterilização<br />

(vapor saturado, formaldeído<br />

ou óxido de etileno), contacte francamente<br />

ou penetre caso estes sejam porosos,<br />

nos materiais a esterilizar, além disso,<br />

devem ser igualmente criadas as condições<br />

para que o ar possa ser retirado do<br />

interior das embalagens e dos materiais.<br />

Para isso devem ser respeitadas as<br />

seguintes regras :<br />

- Os pacotes contendo material têxtil<br />

deverão ser colocados de tal modo<br />

que as dobras de roupa fiquem no<br />

sentido vertical.<br />

- Os instrumentos cirúrgicos deverão<br />

ser colocados em tabuleiros de<br />

aço inox perfurados ou em caixas<br />

de cartão igualmente perfuradas.<br />

- Os recipientes, caso de bacias, tabuleiros,<br />

etc. , devem ser colocados<br />

de lado de modo a permitir o contacto<br />

franco do vapor, ao mesmo<br />

tempo que se impossibilitará a criação<br />

de bolsas de ar no seu interior<br />

bem como a criação de condensados.<br />

- Os frascos ou biberons, deverão ser<br />

colocados de boca para baixo pelas<br />

mesmas razões descritas anteriormente.<br />

- As luvas, devem ser empoadas previamente<br />

e colocadas também no<br />

sentido vertical de forma a não se<br />

criarem obstáculos à extracção do<br />

ar e à penetração do vapor.<br />

Referiremos ainda a necessidade de<br />

não carregar demasiadamente os autoclaves,<br />

pois tal prática dificultará a extracção<br />

do ar e a penetração de vapor.<br />

O acondicionamento das embalagens<br />

de esterilização no interior das câmras<br />

poderá ser feito manualmente em estruturas<br />

de carga concebidas para o efeito,<br />

ou de modo mecanizado em mesa provida<br />

de tapete rolante. Qualquer das soluções<br />

é do ponto de vista técnico perfeitamente<br />

correcta, dependendo a escolha<br />

de cada uma delas de factores que só<br />

terão a ver com o grau de mecanização<br />

que se pretende dar à central.<br />

Conscientemente e até ao mesmo, não<br />

referi a possibilidade da esterilização pelo<br />

ar quente. Seria neste local da central<br />

de esterilização, caso existissem estufas<br />

(Continua na página 29)<br />

26<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano .V • N.º 17/<strong>18</strong><br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N. 0 17/<strong>18</strong><br />

27


R~~ Ca$tilho, 75•8.0, Esq.~ +.· i200 LISBOA- PORTÍJGAl/ • Phone (01) 52 65 70 /<br />

. , . , Tel,ex 16751 PLANCO P - Telefax 351/I/57 03 20 ·, · ·<br />

. ... -~- . ' . -~----· - .; , -~-- '-·<br />

(Continuação da página 27)<br />

de esterilização, que elas estariam instalados.<br />

No entanto, é minha convicção<br />

que este equipamento não pode ter lugar<br />

na moderna central de esterilização.<br />

Justifico este ponto de vista, pelas limitações<br />

que este processo de esterilização<br />

tem, no que diz respeito quer ao tipo<br />

de embalagem utilizado, quer ao material<br />

que pode esterilizar e ainda porque<br />

todo o processo é tecnicamente falível.<br />

E como sabemos, em esterilização não<br />

há que correr riscos.<br />

Esterilização, óxido de etileno.<br />

A instalação da área destinada ao equipamento<br />

de óxido de etileno, e dadas as<br />

propriedades deste agente de esterilização,<br />

deverá estar separada fisicamente da área<br />

de esterilização pelo vapor. Aqui, além<br />

do equipamento de esterilização deverá<br />

também ser instalado o equipamento de<br />

arejamento, visto o material dever ser<br />

arejado antes de passar ao armazém de<br />

esterilizados.<br />

Neste local, deverão ser criadas con­<br />

'dições especiais de ventilação e a temperatura<br />

não pode exceder em nenhum<br />

caso valores superiores aos 30.ºC.<br />

Quando as câmaras de esterilização<br />

utilizadas são de grandes dimensões e<br />

las quantidades de óxido de etileno utilizado<br />

são apreciáveis, devem ser montados<br />

equipamentos de detecção de O.E.<br />

:no ambiente, a fim de ser eliminada a<br />

possibilidade de se trabalhar com valores<br />

de O.E. no ambiente, superiores aos jul-<br />

1 •<br />

gados convementes.<br />

Armazém de material estéril e distribuição.<br />

É aqui que todo o material produzido<br />

. na central e até o já adquirido estéril<br />

:material de utilização única) deverá ser<br />

·acondicionado até ao momento de ser<br />

1distribuído para os vários utilizadores.<br />

'A capacidade do armazém de esterilizados<br />

deverá ser tal que garanta o normal<br />

funcionamento dos vários serviços<br />

hospitalares pelo menos durante um<br />

período de três dias. No entanto, esta<br />

definição é variável de central para central<br />

e depende fundamentalmente da perspectiva<br />

dos responsáveis, quanto ao horá-<br />

. rio_ de trabalho é! adoptar.<br />

A função desta á~r-ea_.,_,do--e_tr_a~b-a~lh-o~,-n-ã-õ1<br />

deve ser só de stockagem de material,<br />

1<br />

esterilizado, mas deverá também manter<br />

uma permanente vigilâneia sobre as<br />

1 condições de armazenamento existente<br />

'e sobre os prazos de validade dos arti­<br />

,gos armazenados, fazendo-os voltar à:<br />

esterilização, quando estes atinjam o fim<br />

do prazo de validade. Outra das responsabilidades<br />

deste sector é fazer uma correcta<br />

gestão de stock, providenciando<br />

atempadamente a sua reposição antes da<br />

rotura. O armazém fará portanto à zona<br />

de preparação, as requisições dos materiais<br />

julgados convenientes, de forma a<br />

poder atender todos os pedidos que lhe<br />

chegam dos serviços. Claro está, que<br />

material existe onde o consumo é de tal<br />

maneira regular que esta precaução não<br />

tem que existir.<br />

É ainda o armazém, de esterilizados<br />

que envia periodicamente ao Laboratório<br />

de apoio, amostras para serem verificadas<br />

microbiologicamente, bem como procede<br />

ao controle dos testes químicos e microbiológicos<br />

desenvolvidos para testarem<br />

as condições de segurança do equipamento.<br />

Compete finalmente ao armazém, dis­<br />

, tribuir o material estéril, pelos serviços<br />

hospitalares e de acordo com as necessidades<br />

destes, previamente definidas.<br />

Ao nível dos serviços há um stock de<br />

material para as 24 ou 48 horas que será<br />

completado todos os dias úteis, ou noutro<br />

esquema acordado entre a central e os<br />

serviços.<br />

Armazém de material cirúrgico.<br />

A existência de um armazém de material<br />

cirúrgico é indispensável, pois tornar­<br />

-se necessário ter material facilmente<br />

acessível de forma a proceder a substituições<br />

quando se verifica que o material<br />

recolhido está deteriorado e não oferece<br />

por isso a qualidade exigida.<br />

Alguns responsáveis de centrais de<br />

esterilização defendem, e nós concordamos,<br />

que todo o material cirúrgico<br />

1<br />

deverá ser gerido pela central. No<br />

1 entando, esta opção tem mais a ver com<br />

critérios e sensibilidades locais do que<br />

propriamente com a correcta gestão da<br />

central de esterilização.<br />

Zonas de apoio.<br />

Estão englobadas nesta designação, as<br />

restantes áreas que faltam definir e apesar<br />

da importância que têm no correcto fimcionamento<br />

da central, não têm funções<br />

específicas para além das contidas na própria<br />

designação.<br />

PESSOAL<br />

Direcção<br />

Não se pretende aqui o p~rfil d,2~<br />

ponsavel por esta unidade de produção<br />

que apesar das suas especificidades<br />

poderá, e de uma forma mais ou menos<br />

grosseira, ser comparada a uma unidade<br />

industrial, instalada dentro do hospital<br />

ou fora dele, mas em qualquer dos casos<br />

em franca união com a realidade hospitalar.<br />

Desta forma pensamos que o responsável<br />

deverá ter as condições seguintes:<br />

- Grande experiência hospitalar.<br />

- Profundos conhecimentos em esterilização<br />

e suas técnicas.<br />

- Bons conhecimentos em organização<br />

e métodos de trabalho.<br />

- Conhecimentos de Normalização.<br />

- Conhecimentos de gestão de pessoal.<br />

Na realidade do nosso País o profissional<br />

que no hospital melhor reúne os<br />

quesitos apontados, será sem dúvida um<br />

elemento da carreira de enfermagem.<br />

Temos no entanto, conhecimento que<br />

noutros países nem sempre foi a solução<br />

encontrada.<br />

Referiremos que é de toda a conveniência,<br />

para manter a operacionalidade<br />

desta unidade de produção, ele depender<br />

directamente dos orgãos de administração<br />

hospitalar, pois só assim será<br />

possível obviar às demoras na resolução<br />

dos problemas que a verificarem­<br />

-se podem pôr em risco todo o êxtio que<br />

se pretende alcançar com o esquema proposto.<br />

O pessoal executante.<br />

O pessoal executante que integra a central<br />

de esterilização não deverá ser pessoal<br />

oriundo da carreira de enfermagem.<br />

Desta carreira bastará ser somente o pessoal<br />

responsável pelas várias secções da<br />

central de esterilização .<br />

O restante pessoal deverá ser preparado<br />

convenientemente para as tarefas<br />

que tem que executar, isto é, terá que<br />

ser profissionalizado.<br />

Deverá conhecer profundamente o<br />

papel que representa ao nível hospita- .<br />

lar a esterilização, empenhando-se por<br />

isso para que sejam atingidos os objectivos<br />

desejados.<br />

O número de pessoas que devem integrar<br />

a central de esterilização é variável<br />

e dependerá fundamentalmente do<br />

número de camas a atender, das valências<br />

do hospitala e do grau de mecani- 1<br />

zação que a central dispõe. O<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N.º 17/<strong>18</strong><br />

29


CILAS<br />

Laser médico<br />

1<br />

::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::<br />

:.·•.:••<br />

=:.<br />

• • •<br />

:::::: ::: : : : : : : :::: : : : ;: ::::::: : :::: : ::: : :: ::: :::::::::: :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: ::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::.......<br />

·: =:·.· ....·::...::::: .. ;:::: ..:·...........<br />

=~:::::::::::~:::::·:::::·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:~=~=~=~=~=~=~=·=~=~=~=~=~=~=~=~=~=~=====!===!::::::::::::::::::::<br />

. . .<br />

Nd-YAG<br />

Nd-YAG<br />

Utilizacões em:<br />

•<br />

Gastroenterologià<br />

Broncologia<br />

Urologia<br />

Cancerologia<br />

Dermatologia<br />

Cardiologia<br />

Cirurgia Vascular<br />

Cirurgia Visceral<br />

C02<br />

Utilizacões em:<br />

.<br />

Neurocirurgia<br />

Cirurgia Óssea<br />

Cirurgia Articular<br />

Cirurgia Plástica<br />

Odontoestomatologia<br />

Protologia<br />

ORL<br />

Dermatologia<br />

hemoportuqal<br />

Rua Filipe da Mata, 66<br />

1600 LISBOA<br />

Telefs: 76 44 14 • 76 45 13 • 76 45 98<br />

Telex: 64848 HEMO P<br />

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RECEPÇÃO/SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS • 3. 0<br />

SERVIÇOS COMERCIAIS • 4. 0 e 5. 0 andares<br />

andar<br />

1<br />

~·<br />

"""<br />

DESLOCAÇAO DE<br />

ADMINISTRADORES<br />

AOS E.U.A.<br />

lntregrada no Curso de Métodos<br />

de Engenharia Industrial aplicados<br />

aos Hospitais, a decorrer<br />

no âmbito da Direcção Geral dos<br />

Hospitais e da responsabilidade<br />

da Universidade de Wisconsin,<br />

decorreu entre 4 e 16 de Maio,<br />

a deslocação a Madison, Wisconsin,<br />

E.U.A., de um grupo de 21<br />

Administradores <strong>Hospitalar</strong>es que<br />

frequentaram o referido curso a<br />

fim de realizarem um período de<br />

treino no U niversity of Wisconsin<br />

Hospital and Clinics.<br />

Durante o estágio, os administradores<br />

portugueses contactaram<br />

alguns serviços do UWHC num<br />

plano de formação que englobou<br />

o estudo e aplicação prática de<br />

técnicas de gestão de espaços,<br />

programação de actividades, revisão<br />

de métodos, gestão de materiais,<br />

garantia de qualidade, revisão<br />

de utilização e gestão e<br />

controlo de produtividade.<br />

Os administradores poderam<br />

ainda, tomar conhecimento do<br />

sistema americano de prestação<br />

de cuidados de saúde e de financiamento<br />

dos hospitais.<br />

Aguarde-se, agora, a divulgação<br />

do "know-how'', adquirido<br />

a todos os profissionais da carreira<br />

o que, aliás, se encontra já<br />

em preparação.<br />

Contactos da Direcção da<br />

APAH com órgãos do poder<br />

político e estruturas centrais do<br />

Ministério da Saúde.<br />

A Direcção da A.P.A.H. encetou,<br />

logo após a sua eleição, contactos<br />

com os órgãos do poder<br />

político e estruturas centrais do<br />

Ministério da Saúde, no sentido<br />

de os sensibilizar para os problemas<br />

que o sector da Saúde<br />

enfrenta e para algumas questões<br />

relativas à Carreira de Administração<br />

<strong>Hospitalar</strong>.<br />

Realizaram-se, assim, contactos<br />

com a Comissão Parlamentar<br />

da Saúde, versando, fundamentalmente<br />

a lei de gestão<br />

hospitalar, posteriormente não<br />

ratificada pelo Parlamento, e estatuto<br />

remuneratório dos Administradores.<br />

Não foi recebida qualquer resposta<br />

ao pedido de audiência formulado<br />

à Ministra da Saúde, à<br />

semelhança do que já se passava<br />

com a anterior Direcção da<br />

APAH.<br />

Verificaram-se, igualmente,<br />

reuniões de trabalho com o<br />

Director Geral dos Hospitais e<br />

com a Sub-Directora Geral do<br />

Departamento de Recursos<br />

Humanos, tendo sido abordados<br />

nomeadamente, questões relativas<br />

à Carta <strong>Hospitalar</strong>, gestão e fimc<br />

ionamento dos hospitais, estatuto<br />

remuneratório dos Administradores,<br />

realização de concursos<br />

de colocação nos hospitais, contagem<br />

de tempo de serviço aos<br />

profissionais admitidos em<br />

regime de tarefa ou t>utro, alargamento<br />

do quadro único e quotãs<br />

de descongelamento.<br />

Actividades da Association<br />

. Européenne des Directeurs<br />

D'Hôpitaux (A.E.D.H.)<br />

• VII Congresso da A. E. D. H.<br />

A A.E.D.H . anunciou a realização<br />

do seu VII Congresso em<br />

Viena nos dias 26 a 29 de Outubro<br />

de 1988.<br />

O VII Congresso da A.E.D.H.<br />

subordinar-se-á ao tema·~ construção,<br />

•a transformação e a<br />

modernização do Hospital" e terá<br />

lugar no Hotel Hilton, nos dias<br />

26, 27, e 28 de Outubro.<br />

O dia 29 será reservado ao<br />

programa cultural.<br />

A A.P.A.P. está a estudar a<br />

possibildiade de se organizar uma<br />

viagem a preços reduzidos, a fim<br />

de haver uma presença portuguesa<br />

significativa.<br />

Os sócios interessados em<br />

apresentar comunicação sobre o<br />

tema do Congresso, deverão<br />

enviar a sua participação de preferência<br />

em inglês ou francês, à<br />

Direcção da APAH, a qual, posteriormente<br />

a en.viará à Direcção<br />

da A.E.D.H.<br />

36.ª Reunião<br />

do Conselho<br />

de Administração<br />

da A.E.D.H.<br />

FSTRASBURGO, 10/04/<strong>1987</strong><br />

Realizou-se no dia 10 de Abril<br />

de <strong>1987</strong> a 36.ª Reunião do Conselho<br />

de Administração da<br />

A.E.D.H. , estando presentes<br />

representantes da República Federal<br />

da Alemanha, Itália, Noruega,<br />

Países Baixos, Suiça, Dinamarca,<br />

Austria, Espanha, Suécia, Filândia,<br />

Bélgica e França.<br />

Foram anunciadas as substituições<br />

na presidência da Associação<br />

Portuguesa dos Administradores<br />

<strong>Hospitalar</strong>es e da<br />

Associación Espanhola de Administración<br />

<strong>Hospitalar</strong>ia, sendo os<br />

cargos ocupados actualmente pelo<br />

Dr. José Maria Carlos Lopes<br />

Martins e por José Paloma, respectivamente.<br />

O representante espanhol propôs<br />

a candidatura da cidade de<br />

Pampelona para a realização da<br />

Assembleia Geral de 1989, tendo<br />

sido aceite por unanimidade dos<br />

membros do Concelho de Administração<br />

e anunciou a publicação<br />

trimestral do jornal "Hospital<br />

2000".<br />

Por dificuldades financeiras foi<br />

solicitada a demissão da<br />

A.E.D.H. da representação Irlandesa,<br />

tendo sido aceite o pedido<br />

que será submetido à apreciação<br />

da próxima Assembleia Geral a<br />

realizar de 17 a 19 do próximo<br />

mês de Setembro, em Copenhaga.<br />

Foram aprovados a acta da reunião<br />

do Conselho de Administração<br />

realizada em Hamburgo<br />

em 4 de Junho de 1986 e a proposta<br />

de revisão do orçamento<br />

para <strong>1987</strong> e apresentado o orçamento<br />

para 1988.<br />

Nesta reunião, foi proposto,<br />

igualmente, o aumento da cotização<br />

das Associações-membro<br />

para 625 FS para o ano de 1988,<br />

tendo sido decidido submeter a<br />

proposta à apreciação da próxima<br />

Assembleia Geral.<br />

1


Colóquio sobre ''Medicina e Saúde<br />

na Sociedade Portuguesa''<br />

Promovido pela Revista Critica de Ciências Sociais e pela Associação<br />

Portuguesa dos Médicos de Clínica Geral vai realizar-se em<br />

Coimbra a 2 e 3 de Outubro de <strong>1987</strong> um colóquio sobre o tema<br />

"Medicina e Saúde na Sociedade Portuguesa" com o seguinte pro-<br />

·grama:<br />

PROGRAMA:<br />

6a. Feira. 2 de Outubro<br />

15:30 - Sessão de Abertura<br />

Director da RCCS<br />

Presidente da APMCC<br />

16:00 - Tema I - O ESTADO E AS POLÍTICAS DE SAÚDE<br />

Comunicação de Boaventura Sousa Santos, Pedro Hespanha e António<br />

Gama: " O Estado e a Sociedade na Produção de Saúde"<br />

Comentários de: António Correia de Campos, Beja Santos, Maria<br />

João Rodrigues e António Branco<br />

Debate<br />

19:00 - Recepção aos participantes<br />

22:00 - Espectáculo-convívio<br />

Sábado, 3 de Outubro<br />

10:00 - Tema. II - A CIÊNCIA E A PROFISSÃO MÉDICA<br />

GESTÃO<br />

Mesa Redonda com Nuno Grande, António Barbosa, Graça Carapinheiro,<br />

Vítor Ramos e Fernando Ruivo<br />

Debate<br />

13:00 - Almoço<br />

14:30 - Tema ili- SABERES, PRÁTICAS E REPRESENTAÇÕES<br />

Comunicação de;<br />

Maria José Ferros Hespanha: "O Corpo, a Doença e o Médico:<br />

representações e práticas sociais numa aldeia"<br />

Berta Nunes: "Sobre as Medicinas e as Artes de Curar"<br />

Comentários de Raul !turra, Valentim Alferes, Mário Moura e Pedro<br />

Hespanha<br />

Debate<br />

a única revista especializada<br />

13:30 - "Uma Consulta da Medicina Popular" video comentado<br />

por A. Lourenço Fontes, Maria Irene Ramalho, Manuel<br />

Laranjeira Areia, Eduardo Mendes e José Morgado Pereira.<br />

Os pedidos de inscrição, deverão ser dirigidos à RCCS - Av.<br />

Dias da Silva, 165 - 3000 Coimbra ou à Rua Filipe Simões, 9<br />

(Vivenda Cepas) - 3000 Coimbra acompanhados da importância<br />

de 2 <br />

. ~ ~<br />

''Ô/felo )E l.I~ ]5DÁ<br />

25°· 6· &1<br />

•........... ério da Saúde<br />

não tem pohlica clara<br />

para o sector<br />

A Associação p~:Wguesa de Adminis~ore~ 1 =spital:CS . rS:<br />

0 Ministério da Saúde de não te_r u~~=o bos~ar. ~AH<br />

ctuabza­<br />

saúde e defendeu a ~~tu~ao uadros de pessoal está<br />

afinnou ainda que a maaona os q<br />

-<br />

esse pais moderno sem ·se ass~mir<br />

como tarefa. nacional ~nvr<br />

da. Sa'd t "' ..<br />

. - - do Mini da u e ~<br />

r.<br />

Para a Assoc1açao, a actuaÇaO ,.. ,. _<br />

r.stl'l-.CrizadO {undamentaJmen~ pela •<br />

, .<br />

1<br />

·Desejo Assinar a Revista «<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong>» O •Desejo Renovar a Assinatura O •Solicito factura pró-forma O 1<br />

' UBLICAÇÃO TRIMESTRAL (4 NÚMEROS) { CHEQUE N.º __________ BANCO ____<br />

~ONTINENTE E ILHAS ................ ESC.1250 JUNTO VALE POSTA N.º<br />

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OME COMPLETO<br />

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~STITUIÇÃO<br />

..<br />

. .. O Jo2.lllAL- _<br />

No ospital Maria Pia !!!:- • em demissão<br />

rabalhadores exig<br />

da comissão instaladora<br />

1 1 1<br />

ARGO<br />

1 1 1<br />

!ORADA<br />

1 1<br />

ELEFONE<br />

1ATA<br />

favor não escrever neste espaço<br />

ASSINATURA<br />

CÓD. POSTAL<br />

1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1<br />

HABILITAÇÕES ACADÉMICAS<br />

1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1<br />

LOCALIDADE<br />

I'<br />

- 1<br />

3


REFLEXOS ECONOMICOS<br />

,.,,,,<br />

DA INFECCAO HOSPITALAR<br />

#<br />

._.<br />

Alexandra Vizeu * e Leonel Rodrigues * *<br />

Os encargos de exploração da rede hospitalar têm sofrido<br />

ao longo dos últimos anos um apreciável incremento de onde<br />

a necessidade de envidar todos os esforços no sentido de tentar<br />

diminuir o seu ritmo de crescimento.<br />

Embora se proclame que a «saúde não tem preço», os responsáveis<br />

pela gestão dos serviços de saúde cada vez com<br />

mais acuidade se têm confrontado com a evolução do seu<br />

«CUStO».<br />

Por outro lado, e como todos nós sabemos, o nível de recursos<br />

disponíveis impõe o estabelecimento de prioridades para a<br />

satisfação das solicitações/necessidades do sistema integrado<br />

de saúde.<br />

Neste contexto urge rentabilizar os dispêndios efectuados<br />

com a rede hospitalar e por isso parece-nos importante efectuar<br />

uma análise, ainda que ligeira, dos reflexos económicos de<br />

infecção hospitalar.<br />

Para o efeito basta atender para os seguintes dados, em valores<br />

médios, que vulgarmente são citados na bibliografia da especialidade.<br />

- O índice global de infecção oscila entre 5 a 20 % dos<br />

doentes entrados;<br />

- O prolongamento devido à ocorrência de infecção pode<br />

variar entre 3 a 11 dias.<br />

De onde se infere, por exemplo, que para um hospital geral<br />

de 500 camas, com uma taxa de ocupação de 80 % e uma<br />

demorada média de 15 dias e um índice de infecção de 5 %<br />

associado a um prolongamento de internamento de 3 dias,<br />

gera uma «perca» de cerca de 1 % do número total de dias<br />

de internamento.<br />

CONCEITO DA HIGIENE HOSPITALAR<br />

Embora estejamos a assistir, neste momento, no nosso país<br />

ao despertar dos profissionais de saúde dos mais variados níveis<br />

para a problemática da infecção hospitalar e suas consequências,<br />

a questão não é nova, pois já em <strong>18</strong>78 Pasteur se referia a<br />

problemas correlacionados com esta temática.<br />

Organização Mundial de Saúde define n0 seu guia prático<br />

*Administradora <strong>Hospitalar</strong>.<br />

**Administrador <strong>Hospitalar</strong> do Hospital Ortopédico Dr. José de Almeida -<br />

Parede.<br />

para prevenção de doenças adquiridas no hospital, a infecção<br />

hospitalar como «. . . adquirida no hospital por um doente<br />

que foi admitido por uma razão que não a dessa infecção».<br />

Entende-se porém que esta concepção é·algo restritiva pois<br />

não aborda as infecções contraídas no meio hospitalar por:<br />

- pessoal<br />

- doentes de ambulatório<br />

- visitantes<br />

Parece-nos portanto pertinente alargar o âmbito d~nição<br />

anteriormente citada aos grupos acima referidos.<br />

Neste contexto dever-se-á entender por higiene hospitalar<br />

a política global e integrada de combate à infecção hospitalar.<br />

PRINCIPAIS CAUSAS<br />

DE INFECÇÃO HOSPITALAR<br />

•<br />

O início da utilização generalizada de antibióticos marcou<br />

uma evolução das causas predominantes da infecção hospitalar.<br />

Antes, os factores eram geralmente extrínsicos ao próprio<br />

doente pois a infecção era provocada por microrganismos não<br />

existentes na flora normal do doente, e que portanto lhe eram<br />

transmitidos.<br />

Nos nossos dias, com especial incidência a partir dos anos<br />

50 os factores passaram a ser internos, isto é, as infecções<br />

hospitalares são originadas por micnK>rganismos que se encontram<br />

normalmente na flora individual do doente e que em<br />

' condições normais não podem considerar-se patogénicos. Porém<br />

a agressividade das técnicas terapêuticas ou o mero tratamento<br />

antibioterapêutico podem originar a sua multiplicação e implantação<br />

num território onde poderão provocar infecção.<br />

Embora não existam elementos estatísticos disponíveis que<br />

possibilitem uma quantificação e seriação inívoca das principais<br />

causas das infecções hospitalares em geral, pode contudo<br />

indicar-se de um modo genérico aquelas que mais surgem<br />

citadas na bibliografia de especialidade:<br />

- o aumento do factor risco dos doentes à infecção ftmção<br />

do tipo de patologia, do aumento das franjas dos<br />

grupos etários e do recurso sistemático .e técnicas terapêuticas<br />

e de diagnóstico cada v~ mais complLJCas e agressivas.<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N. 0 17/<strong>18</strong><br />

31


REFLEXOS ECONÓMICOS<br />

'DA INFECCÃO HOSPITALAR<br />

,<br />

- o emprego indiscriminado de antibiótico, com especial<br />

relevo para aplicação sistemática de antibioterapia preventiva.<br />

- falta de formação do domínio da prevenção do pessoal<br />

hospitalar.<br />

- a complexidade da estrutura hospitalar que origina cada<br />

vez mais profissionais tratarem do mesmo doente, e este<br />

ser cada vez mais ignorado como um todo.<br />

- problemas de arquitectura que originam deficientes articulações<br />

funcionais.<br />

- problemas de engenharia relativos quer à opção do equipamento/compatibilização<br />

assim como da sua ulterior<br />

manutenção preventiva.<br />

REFLEXOS DA INFECÇÃO HOSPITALAR<br />

As repercussões das infecções hospitalares não podem ser<br />

afloradas senão de um modo genérico, já que não existem<br />

estudos epidemiológicos globais e integrados que facultem<br />

a informação estatística suficiente à reformulação de hipóteses<br />

teóricas para a criação de modelos.<br />

Aliás estudos completos sobre a temática em questão terão<br />

de ser forçosamente complexos, pois as variáveis em jogo são<br />

inúmeras e correlacionadas entre si. Para o efeito basta enunciar<br />

algumas delas:<br />

Individuais<br />

• diagnóstico principal<br />

• diagnóstico(s) secundário(s)<br />

• antecedentes clínicos<br />

• idade e sexo<br />

Institucionais/organizacionais<br />

• diferenciação profissional<br />

• protocolo terapêutico utilizado<br />

• «atitudes terapêuticas» do pessoal<br />

• utilização de material de uso único<br />

• condições hoteleiras<br />

• «política» de esterelização e desinfecção<br />

• normas de funcionamento dos serviços<br />

As interferências e implicações que a infecção origina podem<br />

ser analisadas, pelo menos, sob três ópticas:<br />

- social/humanitária<br />

- jurídica<br />

- económica<br />

Não obstante a importância relativa de todas elas, será sobre<br />

1 a última, isto é, reflexos económicos da infecção que nos iremos<br />

ldeter.<br />

REFLEXOS ECONÓMICOS<br />

DA INFECÇÃO HOSPITALAR<br />

Com o intuito de demonstrar a importância económica da<br />

ocorrência de infecções hospitalares enveredar por duas vias<br />

de análise:<br />

- uma directa e relacionada com a construção de um modelo<br />

que permita calcular o custo associado à infecção.<br />

- outra indirecta e referente às interferências produzidas<br />

na dinâIIJ.Íca assistencial.<br />

CUSTO ECONÓMICO DA INFECÇÃO<br />

Numa perspectiva macro do cenário económico da infecção<br />

considerar-se-á o custo adicional como resultante das seguintes<br />

componentes:<br />

Ki =li + Ci<br />

·li = Investimento adicional na estrutura orgânico-funcional<br />

com o intuito de diminuir a incidência da infecção.<br />

Ci = aumento médio de encargos que o «cliente» infectado<br />

acarreta.<br />

Neste contexto será lógico esperar, desde que se mante-<br />

1<br />

nham inalteráveis as outras variáveis, que dentro de deter-<br />

PRINCIPAIS GAUSAS<br />

DE INFECÇÃO HOSPITALAR<br />

- Aumento do factor risco dos doentes à<br />

infecção.<br />

Função<br />

• Do tipo de patologja<br />

• Aumento das franjas dos grupos etários<br />

• Recurso sistemático a técnicas terapêuticas<br />

de diagnóstico cada vez mais<br />

complexas e agressivas<br />

- Emprego indiscriminado de antibióticos,<br />

1<br />

com especial relevo para a aplicação sistemática<br />

de antibioterapia preventiva.<br />

1<br />

- Falta de formação no domínio da pre- '<br />

venção do pessoal hospitalar<br />

- Complexidade ·da estrutura hospitalar '<br />

que origina cada vez mais profissionais tratarem<br />

o mesmo doente, e este ser cada vez<br />

mais ignorado como um todo.<br />

- Problemas de arquit~ctura que originam<br />

deficientes articulações funcionais.<br />

- Problemas de engenharia relativos quer<br />

à opção do tipo de equipamento/compatibilização<br />

assim como da sua ulterior manutenção<br />

preventiva.<br />

minados limites se assista a um comportamento do tipo. ·<br />

Ci<br />

Ci=f( xf )<br />

1 li<br />

X2<br />

'1<br />

ll X2<br />

ZONA ONDE A MELHORIA DO N!f VEL DE<br />

COMBATE A INFECÇÃO É EXTREMAMENTE<br />

DIFICIL E ONEROS.A.<br />

Já que é lícito aguardar que seja provável que quanto maior<br />

for o investimento na melhoria das condições e meios de combate<br />

à infecção, mais ligeiras sejam as reprecussões das infecções,<br />

e que portanto menos seja Q custo adicional do seu tratamento.<br />

Do ponto de vista meramente economicista a situação mais<br />

favorável será aquela em que:<br />

Ki = f (Ci + li) => mínimo<br />

o que gráficamente se traduz por :<br />

,Y=f(Ci+ll)<br />

1<br />

1<br />

1<br />

1<br />

1<br />

-- -<br />

-<br />

. CUSTO DA INFECÇÃO<br />

li<br />

- -<br />

Retomemos então a construção do modelo, que irá permitir<br />

determinar o aumeµto médio· de encargos associado ao tratamento<br />

de doentes infectados.<br />

O desenvolvimento do cálculo assente nas seguintes permissas<br />

básicas:<br />

- ocorre uma intensificação terapêutica;<br />

- verifica-se um prolongamento do tempo de internamento;<br />

a nível de custos de diária de internamento s6 se considerará<br />

a variação relativa à intensificação terapêutica.<br />

Neste contexto; o aumento médio de encargos associado<br />

ao tratamento da infecção, num determinado período é dado por:<br />

Ci = custo adicional por doente infectado x n. 0 de doentes<br />

infectados = Cdi X di.<br />

Desenvolvendo-se o primeiro factor tem-se que:<br />

Cdi = custo diário do doente infectado X n. 0 de dias de<br />

prolongamento internamento = Cddi X b.. dm.<br />

Continuando a desagregação obtém-se:<br />

1<br />

Cddi = custo diário normal + custo diário intensificação\<br />

terapêutica = Cn + Cvt<br />

e<br />

dm = demora média doente infectado -<br />

normal = dmi - dmn<br />

,o que permite escrever<br />

Cdi = (Cn + Cvt) X ( dmi -<br />

dmn).<br />

demora média<br />

No que respeita ao segundo factor, o número de doentes1<br />

1<br />

(Ju_e, naquele período, contraiu infecção hospitalar é dado por: 1<br />

di = doentes entrados X taxa infecção = E XTi.<br />

Chegando-se finalmente à fórmula que traduz o aumentoi<br />

médio de encargos associado ao tratamento da infecção:<br />

Ci = (Cn + Cvt) X (dmi -<br />

dmn) X (E X Ti)<br />

O passo seguinte consistirá na apresentação de um exem-<br />

1plo prático, que permitirá constatar o volume de verbas em<br />

jogo. Assim e para o efeito tomou-se como base de trabalho 1<br />

um hospital geral com o seguinte perfil de elementos:<br />

Lotação<br />

500 camas<br />

Doentes entrados . • • • . • • . . . . . • . • . . . . E = 9730 doentes<br />

Percentagem ocupação ....•..•. ... .. ± 80%<br />

Demora média . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • dmn = 15 dias<br />

Custo de diãria normal .•...•......... Cn = 5000$<br />

Custo diário de investigação terapêutica Cvt = 1000$<br />

Taxa infecção ... . .••.. . .•. . . •. ... • Ti= 10%<br />

Prolongamento tempo internamento<br />

!::. dm = 5 dias<br />

Custo cama ano . . • • • • • . . . . • . . . . • • . . 1500 contos<br />

Ci = (Cn + Cvt) X b.. dm X (Exti) 1<br />

= 6 X 5 X 973<br />

= 29 '190 contos<br />

32<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N.º 17/<strong>18</strong><br />

. . - 1<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N. 0 17/<strong>18</strong><br />

33


REFLEXOS ECONÓMICOS<br />

DA INFECCÃO HOSPITALAR<br />

,<br />

o que corresponde a cerca de 3,9 % dos encargos globais do<br />

hospital.<br />

É óbvio que não se deverá alimentar a ilusão de que se<br />

poderá poupar a totalidade do custo adicional associado à ocorrência<br />

de infecções uma vez que é praticamente impensável<br />

atingir a situação ideal de uma taxa de infecção nula.<br />

ACTUAL<br />

X<br />

- .... ,,. - - '>'<br />

' ,,, ,.<br />

I<br />

I 1 '<br />

\<br />

' ' ' ,<br />

'<br />

- -<br />

....<br />

-<br />

.... ... >- ... ,' ....<br />

.... - -<br />

IDEAL<br />

Ti\ A6.dm \<br />

KI =f(CI +li)-+ CONSTANTE<br />

A via realista será portanto a de delinear uma estratégia<br />

conducente à diminuição quer de taxa de infecção quer de<br />

duração do prolongamento de internamento, como resultado<br />

de uma melhoria das condições e meios disponíveis na luta<br />

contra a infecção.<br />

Consideremos então que se estabeleciam os seguintes objectivos<br />

a atingir nos próximos dois anos:<br />

Ano<br />

Ti(%)<br />

.::ldm<br />

n+1<br />

9<br />

4<br />

n+2<br />

de onde se infere que, a preços constantes, se teriam de suportar<br />

os seguintes encargos<br />

n + 1 N+2<br />

l 21011 l <strong>18</strong>682<br />

ficando-se portanto com a hipótese de poder investir o dife-<br />

8<br />

4<br />

rencial na melhoria das condições e meios de combate à infecção<br />

no sentido de alcançar os objectivos propostos:<br />

~<br />

~<br />

k = F (Ci +li)<br />

n<br />

29190<br />

-<br />

29190<br />

n + 1 n+ 2<br />

21017 <strong>18</strong>682<br />

8173 10508<br />

29190 29190<br />

A enuneração do tipo de acções a desenvolver no sentido<br />

de atingir os objectivos fixados será objecto de desenvolvimento<br />

na última parte deste trabalho.<br />

Não poderíamos contudo terminar este ponto, sem citar um<br />

estudo exaustivo, embora realizado em França por CHARRE<br />

e FESSLER (GESTIONS HOSPITALIÉRES, N. 0 220, Novembro<br />

1982), em que os autores concluír~ que a relação entre<br />

os custos médios de uma artroplastia total da anca sem infecção<br />

pós-operatória e uma com infecção era de 1/6,78, a valores<br />

de 1980.<br />

CUSTO DA<br />

INFECÇÃO/DINÂMICA ASSISTENCIAL<br />

Uma das vias indirectas de aferir os reflexos económicos<br />

da infecção hospitalar consiste na determinação do número<br />

de doentes «a mais» que poderiam ser assistidos, se se conseguisse<br />

diminuir, dentro de determinados parâmetros, a taxa<br />

de infecção e o prolongamento do tempo de internamento,<br />

VARIÁVEIS EM JOGO<br />

Individuais:<br />

• Diagnóstico principal<br />

• Diagnóstico(s) secundários<br />

• Antecedentes clínicos<br />

• Idade e sexo<br />

INSTITUCJONAIS//ORGANIZACIONAIS<br />

• Diferenciação profissional<br />

• Protocolo terapêutico utilizado<br />

• «Atitudes terapêuticas» do pessoal<br />

• Utilização de material uso único<br />

• Condições hoteleiras<br />

• «Política)) de est~relização e desinfecção<br />

•Normas de funcionamento dos serviços<br />

mantendo-se constante a percentagem de ocupação.<br />

O desenvolvimento do cálculo é o seguintes:<br />

Om = dias internamento x (Lotação x 365)· 1<br />

Considerando que não há alterações de lotação, e que o<br />

número de doentes entrados é igual ao dos saídos, tem-se que:<br />

OM = constante >Dias internamento =constante<br />

Dias internamento = Dias internamento doentes<br />

s/infecção +<br />

Dias internamento doentes e/infecção =<br />

E X (1 - Ti) X dmn + E X Ti X dmi<br />

simplificando obtém-se:<br />

Dias internamento = E x ( dmn + Ti 6. dm)<br />

Considerando o estudo (1) como inicial e o (2) como objectivo<br />

parcelar intermédio a atingir tem-se que:<br />

Dias internamento (1) = Dias internamento (2)<br />

E 1 X (dmn1 + Ti1 6. dml) = E2 X (dmn2 + Th 6. dm2)<br />

De onde se infere que a melhoria do rendimento assistencial<br />

será função:<br />

- da taxa de infecção asspcmda ao( s) serviço( s) ou ao hospital<br />

- da relação, em termos de ordem de grandeza, existente<br />

entre o prolongamento do tempo de internamento e a<br />

demora média normal.<br />

Aliás o problema que se põe é que não existem valores padrão<br />

quer para as taxas de infecção quer para o prolongamento<br />

de internamento, já que os indicadores estatísticos que se encontram<br />

mencionados na literatura da especialidade, reportam­<br />

-se como não poderia deixar de ser, a situações concre~s ,<br />

e portanto a realidades concisas e muito provavelmente distintas<br />

entre si.<br />

A título de exemplo citam-se alguns valores de taxa de infecção<br />

apresentdos pelo PROF. MAISONNET, aquando da sua<br />

palestra na Escola de Enfermagem CALOUSTE GULBEN­<br />

KIAN em Lisboa, em 7.12.82.<br />

Prof. Maisonnet<br />

TAXAS DE INFECÇÃO<br />

Hospitais europeus ............... . . 15 a <strong>18</strong>%<br />

• Ci rurgia card íaca ............. . . . .. .<br />

Cirurgia ortopédica . ............... .<br />

Neurociru rgia .................... . 0,3 a 1,5%<br />

Oftalmologia ...... . .............. .<br />

Traumatologia ..... .. .. . .......... .<br />

Gastroenterologia ........... . ..... .<br />

9 a 24%<br />

Urologia .... . ...... .. ... . ........ . 49 a 57%<br />

34<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N. 0 17/<strong>18</strong><br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N.° 17/<strong>18</strong>


REFLEXOS ECONÓMICOS<br />

DA INFECCÃO HOSPITALAR<br />

,<br />

Vejamos então o que se passa a nível de:<br />

- hospital;<br />

- um determinado serviço;<br />

Hospital<br />

Como base de trabalho iremos utilizar o exemplo já citado<br />

no ponto anterior:<br />

E<br />

Doente e/infecção (D.i)<br />

Evolução -<br />

E<br />

Di<br />

.___n_ll.___n<br />

+_1 __.I l n + 2 1<br />

~~~<br />

~~~<br />

Poderiam portanto ser assistidos concumitantemente mais<br />

doentes com um menor índice de dias de internamento «perdidos»<br />

pela ocorrência de infecções.<br />

Adoptando a mesma metodologia que foi utilizada no exemplo<br />

do ponto anterior iremos verificar o que se passa com o estabelecimento<br />

dos seguintes objectivos:<br />

Assim:<br />

Ano<br />

n j 1 n+1 j 1 n +2<br />

n<br />

1 1<br />

n + 1<br />

1 1<br />

n+2<br />

[IJ [][] 9 []O 9 [][] 7<br />

Evolução - E<br />

[][] ~<br />

108,1<br />

-Di o o 98,2<br />

Neste caso o número de doentes que contraiem infecção<br />

mantem-se praticamente constante, não obstante se registar<br />

um incremento apreciável do número de doentes assistidos.<br />

No que se refere ao cálculo de vidas humanas, não avançaremos<br />

com nenhuma estimativa, uma vez que nos parece<br />

difícil prever o comportamento da taxa de mortalidade associada<br />

à infecção. Dado ser possível a diminuição da franja<br />

de doentes com infecções mais ligeiras, será portanto lógico<br />

aguardar que a referida taxa de mortalidade, pelo menos, não<br />

diminua.<br />

•<br />

c) - concepção de um circuito de recolha e processamento<br />

de informações acerca de infecções.<br />

d) - padronização de métodos de trabalho:<br />

• estabelecimento de uma política coerente de desinfecção<br />

e esterilização.<br />

• rotinas especiais para os serviços de alto risco (bloco<br />

operatório, laboratórios, U.C.I., maternidade, diálise,<br />

transplante renal, queimados, etc.).<br />

• rotinas de limpeza geral.<br />

• sistematização do processo de aquisição de novo<br />

equipamento.<br />

• adequação dos métodos de trabalho a nível dos serviços<br />

de apoio geral (cozinha e rouparia).<br />

e) - regulamento de visitas por serviço.<br />

f) - acção informativa do doente.<br />

g) - criação de uma articulação funcional perfeita -<br />

médico/assistente/farmacêutico, com o intuito de se<br />

fazer face conscientemente às solicitações «tentadoras»<br />

do mercado fornecedor. Pois o hospital como sistema<br />

aberto que é, influencia e é influenciado pelo<br />

exterior, e como tal tem dificuldade em se furtar à<br />

agressividade do «marketing» comercial dos produtores<br />

de antibióticos.<br />

h) - sistematização de protocolos terapêuticos para que se<br />

torne possível um planeamento racional de «Stocks»<br />

e permitindo portanto minimizar o custo aquisição/<br />

/utilização.<br />

CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

Não queríamos terminar sem deixar aqui bem expresso três<br />

ideias que nos parecem de uma importância crucial para quem<br />

começa, como nós, a abordar este problema:<br />

(a) -<br />

l.ª -<br />

Deve-se fazer um esforço para nem hiper nem subvalorizar<br />

a problemática da infecção hospitalar, mas<br />

posicioná--la em termos da sua real dimensão.<br />

2.ª - Para vencer a guerra definitivamente e não nos restringirmos<br />

a acumular vitórias pontuais nalgumas batalhas,<br />

é imperioso que os profissionais de saúde sejam<br />

cada vez mais verdadeiros profissionais de saúde.<br />

3.ª - Não valerá a pena delinear estratégia, arquitectar planos<br />

e formular acções, sem que para o efeito as estruturas<br />

a envolver estejam de facto empenhados na estratégia,<br />

no plano e nas acções.<br />

D<br />

Trabalho publicado no n. 0 6 da revista TODO HOSPITALAR<br />

SUGESTÕES<br />

Serviço<br />

De entre alguns estudos levados a cabo a nível de serviços<br />

optou-se pelo conduzido na Unidade de Cuidados Intensivos<br />

do Hospital Clínico San Carlos,. Madrid, e elaborado<br />

por José Costiel e Rosa Coelho (a). ·<br />

O contexto do trabalho foi o seguinte:<br />

Ano Análise: - 1982<br />

Lotação: - 12 camas<br />

Tipo de patologia predominante: respiratória e cardiovascular<br />

Doentes entrados: 495<br />

Percentagem de ocupação: 75,8 %<br />

Taxa de infecção: 22 %<br />

Demora média normal: 4,4 dias<br />

Demora média e/infecção: 14,9 dias<br />

Taxa global de mortalidade: 27,3 %<br />

Taxa de mortalidade associada à infecção: 37,6 %<br />

Convirá salientar antes de mais o facto signifiativo e a relação<br />

existente entre o tempo de internamento de um doente «normal»<br />

e de um «infectado» ser de 1 - 3,39.<br />

Ao delinear a estratégia para combater o verdadeiro flagelo<br />

que constitui a infecção hospitalar, há que ter em consideração<br />

duas áreas predominantes de actuação:<br />

- externa ao controlo da instituição<br />

- intrínseca à própria instituição<br />

Ao nível externo poder-se-ão posicionar os seguintes tópicos:<br />

a) - actuação dirigida a nível da formação básica e pós­<br />

-básica dos vários grupos profissionais de saúde.<br />

b) - lançamento de estudos sobre temas concretos.<br />

e) - articulação e supervisão das acções desenvolvidas pontualmente.<br />

d) - divulgação de normas genéricas.<br />

e) - estudo da necessidade de criação de novas valências<br />

profissionais (médico-higienista, enfermeira-higienista,<br />

engenheiro-higienista).<br />

No campo do domínio de actividade do próprio estabelecimento<br />

poder-se-ão colocar, entre muitas, as seguintes acções:<br />

a) - criação de um espírito de abertura para o problema<br />

que faculte a possibilidade de implementar, na verdadeira<br />

acepção da palavra uma «Comissão de Higiene<br />

<strong>Hospitalar</strong>».<br />

b) - divulgação atempada aos vários profissionais de saúde<br />

da informação específica.<br />

li<br />

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36<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N. 0 17/<strong>18</strong><br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N. 0 17/<strong>18</strong><br />

37


A EFICÁCIA DE VÁRIOS PRODUTOS NA DESINFECCÃO CIRÚRGICA DAS MÃOS,<br />

E NA DESINFECCÃO PRÉ-OPERATÕRIA DA PELE<br />

. .<br />

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Vários factores intervêm na génese de<br />

infecções pós-operatórias. A condição<br />

prévia mais importante é o facto de agentes<br />

infecciosos chegarem à área das feridas.<br />

De entre todas as possibilidades de<br />

transmissão exógena de gérmens, deve<br />

atribuir-se, provavelmente, o papel mais<br />

importante ao arrastamento de gérmens<br />

provenientes da pele do doente e - no<br />

caso de uma luva perfurada - também<br />

da mão do cirurgião. Na verdade, quase<br />

não dispomos de dados epidemiológicos<br />

sobre o efeito da desinfecção pré­<br />

-operatória da pele e da desinfecção cirúrgica<br />

das mãos, sobre a frequência de<br />

infecções pós-operatórias da ferida. Este<br />

facto deve-se, principalmente, à grande<br />

dificuldade de se avaliar na prática o<br />

efeito destas medidas impedindo a infecção,<br />

por se tratar de uma génese multifactorial<br />

desta. Assim, não tendo a possibilidade,<br />

hoje em dia, de medir os<br />

efeitos de tais técnicas de desinfecção<br />

por meio da taxa de infecções, temos de<br />

limitar-nos à determinação da sua eficácia<br />

no ensaio controlado, realizado em<br />

pessoas submetidas a ensaio. Um novo<br />

método de avaliação de técnicas de desinfecção<br />

higiénica das mãos foi concebido,<br />

nestes anos mais recentes, no Instituto<br />

de Higiene da Faculdade de Viena (9).<br />

Além disso, aperfeiçoou-se o método de<br />

avaliação de técnicas de desinfecção cirúrgica<br />

das mãos (10).<br />

Descreveram-se, de facto, métodos utilizando<br />

culturas de contacto ou exaguando<br />

a pele do doente por baixo de um cilindro<br />

de vidro, métodos estes destinados a avaliar<br />

as técnicas de desinfecção pré­<br />

-operatória da pele (12, 14). Mas os dados<br />

Dr. G. WEWALKA, Prof. Dr. M. RarTER und Dr. W<br />

KOLLER, Hygiene-Jnstitut der Universitiit Wien, Kinderspitalgasse<br />

15, A-1095 Wien .<br />

, .........<br />

___<br />

BDF<br />

medical<br />

prograrnm<br />

assim obtidos são, em parte, semi­<br />

-quantitativos, admitindo, por isso, apenas<br />

uma possibilidade relativa de se calcular<br />

o efeito desinfectante.<br />

Dado que se pretende, tanto na preparação<br />

pré-operatória da pele, como na<br />

desinfecção cirúrgica das mãos, uma<br />

rajução máxima da flora microbiana própria<br />

e estranha da pele, concordamos com<br />

outros autores (1) na opinião de que o<br />

modelo da mão pré-lavada, utilizada para<br />

se verifiar o nível de desinfecção cirúrgica<br />

das mãos, possa dar indicações fiáveis<br />

também sobre o efeito de um processo<br />

de desinfecções pré-operatória da pele.<br />

Gérmens estranhos, chegados à pele<br />

por contaminação (flora transeunte)<br />

podem suprimir-se, quer por técnicas de<br />

desinfecção por produtos friccionados<br />

na pele, como se deseja na desinfecção<br />

higiénica das mãos, quer por remoção<br />

da pele através de técnicas de lavagem.<br />

No entanto, apresenta muito maiores dificuldades<br />

reduzir a flora própria da pele<br />

(flora residente). Lavar a pele com sabão<br />

leva mesmo a uma maior libertação de<br />

gérmens (11). Ao avaliar as técnicas da<br />

desinfecção cirúrgica das mãos, e também<br />

da pele, a redução da libertação de ·<br />

gérmens próprios da pele representa,<br />

assim, o critério a medir. De entre as<br />

substâncias químicas a aplicar são os<br />

álcoois e, entre estes, o álcool n-propílico,<br />

que produzem o efeito supressor de gérmens<br />

mais acentuado (1, 8, 13) . 'De<br />

acordo com os conceitos das associações<br />

da especialidade na Alemanha e Áustria,<br />

a eficácia de uma desinfecção cirúrgica<br />

das mã9s, regular, deverá ter por<br />

base o efeito dó n-Propanol (60 % ml/ml),<br />

friccionado durante 5 minutos. Por isso,<br />

estudámos uma série de técnicas utilizadas<br />

na desinfecção cirúrgica das mãos<br />

e na desinfecção da pele, sob condições<br />

existentes na prática, comparado com<br />

o n-Propanol.<br />

MÉTODO<br />

A libertação de gérmens provenientes<br />

da polpa dos dedos de mãos limpas,<br />

lavadas durante 2 minutos com sabão,<br />

foi determinada antes da desinfecção,<br />

nas duas mãos, mergulhando-as durante<br />

1 minuto em 10 ml de um caldo de cultura,<br />

contendo um aditivo que neutraliza<br />

o produto de desinfecção (valores<br />

iniciais = VP). Imediatamente após o<br />

processo de desinfecção mediu-se, de<br />

maneira idêntica, a capacidade libertadora<br />

de gérmens da polpa dos dedos de<br />

uma das mãos, para se determinar o efeito<br />

imediato (valor posterior imediato = VP<br />

imed), enquanto a outra mão foi revestida<br />

com uma luva cirúrgica esterilizada<br />

durante 3 horas, para se determinar o<br />

efeito prolongado. No fim deste período<br />

as pessoas submetidas ao ensaio mergulharam<br />

as polpas dos dedos desta mão,<br />

num caldo de cultura (valor posterior<br />

3h = VP.3h).<br />

A fim de se determinar o número de<br />

gérmens, prepararam-se culturas bacteriológicas<br />

quantitativas a partir dos caldos<br />

de cultura. As câmaras de contagem utilizadas<br />

para este fim foram incubadas<br />

sob condições aeróbias, a uma temperatura<br />

de 35°C e durante 48 horas. Os<br />

efeitos produzidos pela técnicas de desin-<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N.º 17/<strong>18</strong><br />

39


------<br />

-~__________J<br />

fecção a estudar, foram comparados com<br />

os da técnica standard, na mesma pessoa<br />

e após intervalo de uma semana, em<br />

cada caso. Seguindo a técnica standard<br />

procedeu-se à desinfecção friccionando<br />

cuidadosa e permanentemente as mãos,<br />

durante 5 minutos, com n-Propanol a<br />

60 % (rnl/rnl), mantendo as mãos molhadas<br />

pelo adicionamento de, cada vez,<br />

3 ml. Dependendo da pessoa submetida<br />

ao ensaio, necessitaram-se entre 9 a<br />

<strong>18</strong> ml.<br />

Estudaram-se as seguintes técnicas de<br />

desinfecção, observando-se o método<br />

acima descrito, e compararam-se com<br />

a técnica standard (ver em cima):<br />

a) isopropanol 60 % (rnl/ml), aplicação<br />

idêntica à standard.<br />

b) isopropanol 70 % (ml/ml), aplicação<br />

idêntica à standard.<br />

c) sabão líquido BetaisodonaR (Mundifarma;<br />

100 ml de sabão líquido<br />

contém 7,5 g de complexo de iodo<br />

polivinilpirrolidona, com um teor<br />

total de 0,75 % de iodo disponível),<br />

tempo de actuação: 5 min. Aplicação:<br />

friccionaram-se nas mãos<br />

húmidas 5 ml. A seguir lavaram­<br />

-se as mãos. Passados 2,5 min.<br />

repetiu-se o procedimento.<br />

d) Solução de BetaisodonaR (Mundifarma;<br />

100 ml de solução contém<br />

10 g do complexo de iodo polivinilpirrolidona,<br />

com um teor total<br />

de 1 % de iodo disponível), tempo<br />

de. actuação: 5 min. Aplicação:<br />

friccionaram-se as mãos húmidas<br />

com 5 ml durante 2,5 min. ·A<br />

seguir, exaguaram-se as mãos com<br />

água da torneira durante 15 seg.<br />

Depois repetiu-se o procedimento.<br />

e) BraunolR (Braun; 100 ml de solução<br />

contém 7,5 g do complexo de<br />

iodo polivinilpirrolidona, com um<br />

teor total de 0,75 % de iodo disponível).<br />

Tempo de actuação: 5 min.<br />

Técnica de aplicação como descrita<br />

em d).<br />

f) BiotensidR desinfectante (Arcana;<br />

100 ml de solução contém 0,5 g de<br />

gluconato de clorohexidina e 73 g<br />

de etanol a 96 % ); tempo de atuação:<br />

2,5 min. Aplicação: mantêm­<br />

-se as mãos molhadas durante todo<br />

o período de actuação, aplicando<br />

várias vezes 3 ml do produto.<br />

g) DesdermanR (Schülke & Mayr;<br />

40<br />

100 ml da solução contém 79,2 g<br />

de etanol a 95,3 % (ml/ml) e 0,1 g<br />

de 2,3,4,5-Tetrabromo-6-metilfenol).<br />

Técnica de aplicação como<br />

a do standard.<br />

h) HibiscrubR (ICI; sabão líquido<br />

contendo 4 % (g/ml) de gluconato<br />

de clorohexidina); tempo de actuação:<br />

3 min. Técnica de aplicação:<br />

distribuíram-se 5 ml nas mãos<br />

húmidas durante um minuto; depois<br />

de enxaguadas brevemente,<br />

friccionaram-se novamente as mãos<br />

com 5 ml, durante mais 2 min.<br />

i) HbisolR (ICI; a solução contém<br />

0,5 % (g/ml) de gluconato de clorohexidina<br />

em isopropanol (70 %<br />

ml/ml). Técnica de.aplicação igual<br />

à standard.<br />

j) SatinazidR (Mack; 100 ml de solução<br />

contém 70 g de n-Propanol),<br />

tempo de actuação: 3 min. técnica<br />

de aplicação: mantêm-se as mãos<br />

molhadas durante todo o período<br />

de actuação, adicionando-se, de<br />

cada _vez, 3 ml do produto.<br />

k) SterilliumR (Bacillolfabrik Dr.<br />

Bode & Co.; 100 ml de solução<br />

contém 45 g de isopropanol, 30 g<br />

de n-Propanol e 0,2 g de etosulfato<br />

de cetiletildimetilamónio); téc-<br />

TÉCNICA DE DESINFECÇÃO<br />

STANDARD:<br />

n-Propanol 6* % (ml/ml)<br />

TÉCNICA DE FRICÇÃO<br />

Sterillium R<br />

DesdermanR<br />

SatinazidR<br />

HibisolR<br />

Isopropanol 70 % (ml/ml)<br />

Biotensid R desinfectante<br />

BraunoIR<br />

Solução BetaisodonaR<br />

Isopropanol 60 % (ml/ml)<br />

TÉCNICA DE LA V AGEM<br />

Sabão líquido Betaisodona R<br />

HibiscrubR<br />

Sabão líquido<br />

•<br />

nica de aplicação como a do standard.<br />

1) Sabão líquido sem adicionamento<br />

de substância anti-bacteriana; tempo<br />

de actuação: 5 min. Técnica de<br />

aplicação igual à de c).<br />

APRECIAÇÃO<br />

Calculou-se o conteúdo em gérmens<br />

nos líquidos de recolha, por ml. A seguir<br />

submeteram-se os números obtidos ao<br />

cálculo logarítmico. A diferença entre<br />

o log 10 do valor inicial (log VP) e o<br />

log10 do valor posterior correspondente<br />

(log VP) foi determinada para cada mão<br />

e designada de log10 factor de redução<br />

(log FR). Podem considerar-se os valores<br />

médios de todos os valores log FR, determinados<br />

tanto para o efeito imediato<br />

como para o efeito verificado ao fim de<br />

3 horas, como valores estimativos do<br />

efeito imediato e a longo prazo das diferentes<br />

técnicas de desinfecção.<br />

Comparando-se os dados obtidos no<br />

mesmo grupo de pessoas submetidas ao<br />

ensaio com a técnica standard, é-nos<br />

facultada a possibilidade de indicar se<br />

a técnica em estudo é mais ou menos<br />

eficaz que a técnica standard. Se o fac-<br />

Redução média (log10) da libertação<br />

de gérmens após desinfecção<br />

imediata<br />

2,5 - 3,4 ( 1 )<br />

3,6 + 1,0<br />

2,9 + 0,9<br />

2,5 + 1,0<br />

2,5 + 0,9<br />

2,4 + 1,0<br />

2,2 + 1,3<br />

* 1,9 + 0,8<br />

* 1,8 + 1,3<br />

* 1,7 + 1,6<br />

* 1,0 + 0,6<br />

* 0,8 + 0,7<br />

* 0,4 ± 0,5<br />

( 1 ) Valores extremos provenientes de vários ensaios sem indicação da dispersão.<br />

* Significativamente diferente comparado com o standard p 0,05.<br />

ao fim de 3h<br />

1,6 - 2,9 ( 1 )<br />

3,3+1,5<br />

3,5+1,0<br />

1,2+1,0<br />

2,8+1,0<br />

2,1+1,0<br />

1,5+1,2<br />

* 0,8+0,9<br />

* 0,8+0,8<br />

* 1,0+1,4<br />

* 0,2+0,7<br />

* 0,8+0,7<br />

* 0 ,1 + 0,5<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N.º 17/<strong>18</strong><br />

tor de redução médio de cada técnica<br />

visada era inferior ao da técnica standard,<br />

examinou-se a diferença por meio<br />

do teste de sinal de posição para diferenças<br />

de pares (Wilcoxon), a fim de se<br />

apurar a sua significância estatística (nível<br />

de significância p = 0,05 na pergunta unívoca).<br />

RESULTADOS<br />

Do quadro na página anterior, consta<br />

a sequência das técnicas, indicadas<br />

segundo o seu grau de eficácia.<br />

Daí resulta que a libertação de gérmens<br />

provenientes da polpa dos dedos<br />

é sempre mais reduzida por meio de téc-<br />

90,0 l,O<br />

99,0 2,0<br />

99 ,9 3,0 -l-----.-------------,<br />

Efeito<br />

imediato<br />

nica de fricção do que pela da lavagem.<br />

Na técnica standard com n-Propanol 60 %<br />

(ml/ml) indicaram-se os valores extremos<br />

verificados nos factores redutores<br />

médios, determinados em vários ensaios.<br />

Cifram-se em cerca de 3 log10 ou 3<br />

potências de 10, isto é: após desinfecção,<br />

as polpas dos dedos liberta~am, em<br />

média, apenas um milésimo da quantidade<br />

inicial de gérmens. Os cinco pro-<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N.º 17/<strong>18</strong><br />


'.<br />

'<br />

DF<br />

medical<br />

1~--- programm<br />

álcoois nas concentrações adequadas que<br />

correspondem às exigências. Como a<br />

diluição do álcool com água leva a uma<br />

forte diminuição do efeito, a uma perda<br />

de eficácia do álcool, estes produtos<br />

devem utilizar-se sob a forma de fricção<br />

na mão seca.<br />

Considera-se, actuahnente, como satisfàtório<br />

o efeito prolongado de uma técnica<br />

de desinfecção das mãos, quando<br />

a capacidade de libertação de gérmens<br />

pela pele não for superior à verificada<br />

3 horas após aplicação da técnica standard.<br />

Em geral, correspondem a esta exigência<br />

apenas os álcoois em concentração<br />

mais elevada. Após a aplicação, a recolonização<br />

inicial por gérmens 'é restabelecida<br />

só depois de passado um tempo<br />

relativamente longo, devido à intensa<br />

redução do número de gérmens então<br />

verificada. Como se revelou no estudo<br />

de produtos combinados, pode obter-se<br />

um melhoramento do efei~ prolongado<br />

pelo adicionamento de clorohexidina, de<br />

fenóis e, talvez, de tenso-activos anfóteros.<br />

Teóricamente deveria ser possível<br />

obter um efeito prolongado superior,<br />

por uma técnica a dois tempos, lavando­<br />

-se, primeiro, com um sabão contendo<br />

clorohexidina ou hexaclorofeno, e esfregando,<br />

a seguir, as mãos com algum dos<br />

álcoois adequados. Alguns trabalhos realizados<br />

com o fim de confirmar esta hipótese,<br />

ainda estão por concluir. O procedimento<br />

na sequência inversa, ou seja:<br />

primeiro esfregar com álcool e depois<br />

qualquer técnica de lavagem, diminui<br />

mesmo o efeito ime:diato do àlcool, como<br />

se revelou nos ensaios de LILLY et ai<br />

(5). O adicionamento de complexos de<br />

iodo-PVP ao sabão líquido, não mostra<br />

qualquer aumento do grau de eficácia.<br />

A combinação de iodo-PVP com<br />

álcool também não traz qualquer vantagem.<br />

Consideremos, porém, como perfeitamente<br />

aceitável a lavagem com algum<br />

sabão líquido normal, apropriado para<br />

o uso hospitalar, seguida pela aplicação<br />

de um produto alcoólico.<br />

Quando à desinfecção pré-operatória<br />

da pele, podem aceitar-se como eficazes<br />

aquelas técnicas que provaram ser<br />

adequadas na desinfecção cirúrgica das<br />

mãos. Mas nem todas as técnicas eficazes<br />

satisfazem as exigências adicionais<br />

a que devem corresponder as técnicas<br />

de desinfecção pré-operatória da pele.<br />

Os produtos utiliz.ados na desinfecção<br />

da pele não devem, em geral, conter<br />

substâncias restituidoras de gordura que,<br />

ao empregarem-se pnxlutos adesivos deficultem<br />

a aderência destes. Além disso,<br />

exige-se o adicionamento de algum<br />

corante que possa garantir a marcação<br />

das áreas dérmicas desinfectadas.<br />

Os meios destinados à aplicação, directamente<br />

antes da operação, devem possuir<br />

um bom efeito imediato. Segundo<br />

os nossos ensaios, só se podem considerar,<br />

para estes casos, produtos à base<br />

de álcool. POde esperar-se um efeito<br />

satisfàtório das tinturas hoje em uso. As<br />

soluções de icxlo-PVP desempenham uma<br />

acção inferior ao n-Própanol a 60 % , mas<br />

consideravelmente superior à daqueles<br />

produtos que contêm apenas compostos<br />

orgânicos de mercúrio, clorohexidina,<br />

hexaclorofeno, tenso-activos catiónicos<br />

ou anfotéricos.<br />

Para além da desinfecção da pele imediatamente<br />

antes da operação há medidas<br />

apropriadas para reduzir a flora própria<br />

da pele, a realizar um dia antes da<br />

operação. Trata-se de lavagens com<br />

sabões líquidos contendo clorohexidina,<br />

hexaclorofeno ou tenso-activos catiónicos,<br />

cujo feito prolongado é conhecido.<br />

Além da acção antimicrobiana de um<br />

produto, também a técnica da sua aplicação,<br />

utilizada na desinfecção pré­<br />

-operatória da pele exerce uma certa<br />

influência. O friccionar c;om um produto<br />

aumenta o seu efeito comparado com<br />

o do mero pulverizar de um spray.<br />

Na preparação pré-operatória da pele<br />

requere-se, em muitos casos, também<br />

a depilação. A técnica de depilação provou<br />

ter uma influência na frequência de<br />

infecções pós-operatórias; assim,<br />

verificou-se que a aplicação de um produto<br />

depilador é de preferir à tradicional<br />

rapagem mecanica (2). KALLE e<br />

BÕSENBERG conseguiram explicar este<br />

facto (4), pois conseguiram determinar<br />

no ácido tioglicólico, contido nos produtos<br />

depilatórios, uma acção nitidamente<br />

antibacteriana. Além disso podem<br />

formar-se, após a rapagem realizada<br />

algum tempo antes da operação, micro­<br />

-abcessos nas microlesões causadas pelo<br />

processo de barbear. Estes micro­<br />

-abcessos podem formar um ponto de<br />

partida para uma infecção da ferida.<br />

Não há dúvida que, entre as medidas<br />

preventivas das infecções das feridas, exigidas<br />

em conjunto com intervenções<br />

cirúrgicas, a preparação pré-operatória<br />

da pele e a desinfecção cirúrgica das<br />

mãos desempenham um papel importante.<br />

Para além disso, parece-nos importante<br />

também uma desinfecção higiénica<br />

das mãoes a efectuar por todas as pessoas<br />

que entrem no bloco operatório,<br />

afim de se evitar o arrastar de agentes<br />

de infecção provenientes de outras áreas<br />

hospitalares. Em todo o caso, tais medidas<br />

desempenham um papel mais importante<br />

que, por exemplo, as medidas destinadas<br />

a diminuir os gérmens contidos<br />

no ar.<br />

O<br />

BIBLIOGRAFIA<br />

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42<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N.º 17/<strong>18</strong>


-<br />

~=~=~=f ~=~=f~=~=}~:f~=~=~=!:}~=~=f~=~=!=!=f~=~=~=t~=~=~=~=~=!=!=t~=~=f~=~t{:~:~:i:ti=~=~=~=~=i:r i:i:t~=~t=i=~=~=~=t~=t~=tt~=~=~=r~=~=~=~=~=~=~=~=~=~=~=i=~=~=~=~=~=t~=~=~=~=~=~=~=~=~=~=~=ti=i=~=~=~=~=t~=~=~=~=~=~=t~=~=~=~=~=~=~=~=~=~=r~=~=~<br />

OBSTETRIC HOME TELEMETRY<br />

Kevin Dalton<br />

Quatro técnicas de telemetria obstétrica<br />

foram recentemente descritas -<br />

ritmo cardíaco· fetal, pressão sanguínea<br />

materna, contracções uterinas e níveis<br />

de glucose no sangue - tendo três destas<br />

técnicas sido introduzidas pelo nosso próprio<br />

grupo.<br />

RITMO CARDÍACO FETAL<br />

É sabido que· a monitorização do ritmo<br />

cardíaco fetal pode. fornecer informações<br />

úteis para a saúde e o bem estar do feto<br />

e é por esta razão que mulheres com_gravidez<br />

de alto risco são frequentemente<br />

hospitalizadas para monitorização fetal.<br />

Este tipo de gravidez de alto risco inclui<br />

as de crescimento intra-uterino retardado,<br />

diabetes ou "Rhesus Disease"; aquelas<br />

onde há história de movimentos fetais<br />

reduzidos, interrupção recente da gravidez<br />

ou nascimento prematuro e na gravidez<br />

de pós-termo. De qualquer modo,<br />

é realmente desnecessário hospitalizar<br />

a maioria destas mulheres.<br />

Previamente descrevemos um sistema<br />

simples (conhecido como HOMEPLITT)<br />

através do qual o ritmo cardíaco do feto<br />

pode ser monitorizado electrónicamente<br />

a partir do domicílio da grávida, enviado<br />

através da rede telefónica pública e então<br />

visualizado (ou mesmo processado por<br />

computador) na Maternidade - e tudo<br />

em tempo real (1,2). Resumidamente, o<br />

sistema HOMEPLOT consiste num<br />

pequeno detector cardíaco fetal aplicado<br />

a um transdutor de ondas ultrasónicas<br />

(tal como o fabricado pela SONICAID<br />

ou WAKELING MEDICAL), o qual a<br />

Jornadas Internacionais de Obstetrícia<br />

(Maio / <strong>1987</strong>)<br />

Dr. Kevin Dalton<br />

Dept. Obstetrics & Gynaecology, University of Cambrigde,<br />

Rosie Matemity Hospital, Cambrigde CB2 2SW, England.<br />

*Monitor Automático de Pressão Sanguínea<br />

DINAMAP<br />

grávida utiliza em casa para detectar os<br />

sons cardíacos do seu feto. Depois, sim­<br />

_ plesmente colocando o auscultador do<br />

seu telefone sobre o altifalante, os sons<br />

cardíacos do feto são tansmitidos através<br />

da rede telefónica pública. No hospital,<br />

o aparelho telefónico receptor está<br />

conectado a um amplificador telefónico<br />

inductivo, sendo o sinal do altifulante captado<br />

através do "socket" de entrada de<br />

telemetria de um monitor de ritmo cardíco<br />

fetal, Hewlett Packard. O H.P. 8040<br />

imprime então em tempo real e com<br />

grande qualidade, o registo instantâneo<br />

do ritmo cardíaco fetal, podendo ser então<br />

interpretado pelo obstetra de serviço pela<br />

técnica usual. O "tempo de falha'', ou<br />

perda de sinal pelo sistema HOMEPLITT<br />

é em média de 5%.<br />

Aos preços de 1986, o custo total da<br />

colocação de um sistema de telemetria<br />

no domicílio oscilará entre $100-$200,<br />

cbrindo cubrindo o custo da compra de<br />

uma amplificador telefónico e cabo associado.<br />

Comparado com os muitos milhares<br />

de libras necessárias para instalar sistemas<br />

mais complexos, é agradávelmente<br />

favorável.<br />

A nossa experiência total na telemetria<br />

fetal no domicílio excede já (>00 registos,<br />

300 dos quais efectuados em gravidezes<br />

normais (3,4). A distância mais<br />

longa sobre a qual fizemos registos do<br />

ritmo cardíaco fetal foi de 20.000 Kms,<br />

a partir de Adelaide, no Sul da Austrália.<br />

Em mais de 300 ocasiões efectuámos<br />

registos dos ritmos cardíacos fetais<br />

desde o domicílio das doentes em 55 gravidezes<br />

de alto risco. Uma dessas grá- ·<br />

vidas tinha já perdido a sua primeira gravidez<br />

às 36 semanas, e ainda a segunda<br />

gravidez às 34 semanas, ambas por<br />

razões desconhecidas. Usando a telemetria<br />

fetal a partir do domicílio desde as<br />

28 semanas de gestação, conseguimos<br />

manter esta senhora fora· do hospital às<br />

36 semanas de gestação da sua terceira<br />

gravidez, altura em que efectuou um parto<br />

sem complicações. A economia conseguida<br />

com este tipo de gestão efectuada<br />

a partir do domicílio é obviamente massiva.<br />

PRESSAO - SANGUINEA<br />

"<br />

MATERNA<br />

Durante a gravidez, a hipertensão é<br />

uma das causas principais que conduzem<br />

à mortalidade materna, mas também<br />

de milhares de mortes perinatais,<br />

principalmente devido à prematuridade,<br />

interrupção brusca da gravidez e crescimento<br />

retardado. Para minimizar estas<br />

estas, a maior parte dos obstetras optam<br />

por um a política de admissão prévia,<br />

sempre que se desenvolvem hipertensões<br />

de moderadas a graves e principalmente<br />

no caso de hipertensões mais graves ou<br />

mesmo no desenvolvimento de eclampsia.<br />

Este tipo de politica de admissão tem<br />

um alto custo, tanto em termos monetários<br />

como de traumas emocionais provocados.<br />

No entanto, acreditamos agora<br />

que pode não ser necessário admitir estes<br />

casos no hospital, mas unicamente hipertensõés<br />

severas, a não ser que seja iminente<br />

uma eclampsia, ou existir pré­<br />

-eclampsia fulminante.<br />

Para testar esta proposição, desenvolvemos<br />

um sistema onde a pressão sanguínea<br />

materna pode ser monitorizada<br />

por telemetria a partir do domicílio da<br />

doente (5). A grávida utiliza um monitor<br />

de pressão sanguínea automático,*<br />

o qual mede ciclicamente a sua pressão<br />

- uma vez por minuto durante 10 minutos.<br />

Um microprocessador especialmente<br />

desenvolvido para o nosso estudo memoriza<br />

estas. pressões transmitindo-as de<br />

seguida por telefone directamente para<br />

um computador no hospital (Acom BBC)<br />

num período mais ou menos cinco<br />

segundos.<br />

O computador efectua a média destas<br />

pressões e apresen~-as num VDU,<br />

por 2 ou 3 vezes, cada dia. O obstetra<br />

de serviço inspecciona estas pressões,<br />

decidindo pela admissão da grávida no<br />

hospital, ou a continuação do registo a<br />

partir do domicilio.<br />

Este estudo ainda está a ser processado,<br />

e até à data fizemos 100 registos<br />

de pressões sanguíneas monitorizadas a<br />

partir das casas de 11 grávidas. Todas<br />

estas doentes encontravam-se de 140/90<br />

mmHg. Em circunstâncias normais, todas<br />

teriam sido internadas para vigilância<br />

contínua. No entanto, após termos iniciado<br />

estas grávidas como telemetria da<br />

pressão sanguínea, a partir da sua residência,<br />

conseguimos monitorizar as suas<br />

pressões 2 vezes por dia sem internamento.<br />

Em todos os casos conseguimos<br />

mantê-las fora do hospital até a altura<br />

do parto espontâneo ou da cesariana electiva.<br />

GLUCOSE SANGUÍNEA<br />

MATERNA<br />

A não ser que seja devidamente controlada,<br />

a diabetes durante a gravidez<br />

pode ter um efeito devastador, tanto na<br />

mãe como no feto. De facto, só recentemente<br />

se compreenderam bem os princípios<br />

que geram a gravidez diabética.<br />

No entanto, sabe-se agora que o controlo<br />

estricto dos níveis de glucose no sangue-durante<br />

a gravidez pode reduzir a<br />

incidência de problemas obstétricos e<br />

neonatais a um nível quase próximo do<br />

normal.<br />

Quando surgiram os testes pessoais dos<br />

níveis de glucose no sangue, tornou-se<br />

seguro penrutir que a grávida diabética<br />

permanecesse em casa durante a maior<br />

parte da gravidez, mantendo um livro<br />

de registo dos resultados da sua glucose<br />

no sangue para inspecção periódica pelo<br />

seu obstetra e endocrinologista. Contudo,<br />

Mazze pôs em causa, recentemente, a<br />

confiança deste tipo de monitorização<br />

efectuada pelo próprio indivíduo (6).<br />

Na Diabetic Antenatal Clinic, em Cambrigde,<br />

confiamos fortemente numa técnica<br />

desenvolvida por nós próprios para<br />

a monitorização telemétrica da glicose<br />

no sangue a partir do domicílio. Carregamos<br />

as informações num computador<br />

IMB PC, que funciona com Software disponível<br />

pela Ames Ltd (7).<br />

No nosso protocolo de gestão por telemetria<br />

(8), a grávida continua também<br />

a ser seguida pessoalmente no hospital<br />

Diabetic Antenatal Clinic pelos obstetra<br />

e endocrinologista, o mais ·cedo possível.<br />

As histórias obstétricas e endócrinas<br />

usuais são efectuadas, sendo a ·<br />

grávida examinada da maneira usual. É<br />

então instruída nas técnias da monitorização<br />

a partir de casa para os níveis<br />

da glicémia e normalmente pedidas 7<br />

medições por dia. Ela aprende então<br />

como ligar o seu Glucómetro Mem0rizador<br />

''AMES" ao sistema telefónico e<br />

como transmitir as leituras da sua glicose<br />

através da rede telefónica para o<br />

Rosie Maternity Hospital, onde serao processadas<br />

por computador.<br />

Este tipo de doentes transmitem por<br />

telefone os seus resultados directamente<br />

para o computador da Clinica, uma vez<br />

por semana, onde serão então revistos<br />

pelo endocrinologista e obstetra. Se tudo<br />

está bem ou se só surgirem problemas<br />

de menor importância, a grávida então<br />

é instruída, através do telefone, na necessidade<br />

de alteração da dosagem de insulina.<br />

Desde que o controlo diabético seja<br />

adequado, a necessidade de observar a<br />

paciente pessoalmente no Diabetic Antenatal<br />

Clinic é mais ditada pelas considerações<br />

obstétricas, do que pela necessidade<br />

de inspecção do livro de registos<br />

para· os valores de glucose no sangue.<br />

Excluindo as óbvias economias fmanceiras<br />

deste processo, a paciente é poupada<br />

do incoveniente das constantes visitas<br />

ao hospital, sem compromisso de um<br />

bom seguimento anteparto.<br />

"<br />

SUMARIO<br />

O nosso grupo introduziu 3 ou 4 mcx:lalidades<br />

de telemetria obstétrica em casa<br />

e actualmente disponíveis: ritmo cardíaco<br />

fetal, pressão sanguínea materna e níveis<br />

deglicémiamaterna.Noentanto,aquarta<br />

técnica obstétrica, ou seja, a telemetria<br />

das contracções uterinas, fui recentemente<br />

iniciada pelo grupo de Katz. No seu<br />

devido tempo, esperamos que outras<br />

modalidades serão iniciadas.<br />

Estas várias técnicas telemétricas<br />

devem permitir que muitas mais gravidezes<br />

de alto risco sejam tratadas tão<br />

seguramente em casa como no hospital<br />

e com muito menos custos envolvidos:<br />

financeiros, sociais e emocionais.<br />

As técnicas telemétricas por telefone tiveram<br />

um avanço considerável na suá aplicação<br />

não só em obstetrfoia, mas em<br />

todas as especialidades médicas.<br />

A idade da teke-medicina está já no<br />

44<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N. 0 17/<strong>18</strong><br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N.º 17/<strong>18</strong><br />

45


A Sonadel fornece à indústria<br />

as soluções mais limpas ...<br />

COM A TECNOLOGIA<br />

mais avançada na<br />

produção de detergentes<br />

e tensio-activos<br />

domésticos e industriais<br />

resultante da cooperação<br />

técnica com algumas das<br />

principais empresas<br />

Europeias.<br />

COM CAPACIDADE<br />

para: produzir de acordo<br />

com as fórmulas dos<br />

Clientes;<br />

desenvolver fórmulas<br />

específicas para a<br />

resolução de problemas<br />

concretos dos Clientes;<br />

prestar total assistência<br />

técnica e apoio -aos<br />

v~~~;:;i Clientes.<br />

COM A LONGA<br />

EXPERIÊNCIA<br />

que possui no serviço<br />

eficaz a empresas<br />

nacionais e<br />

multinacionais.<br />

Em Portugal e no<br />

estrangeiro.<br />

AQJMCA CO PfM ESTAR<br />

· ..<br />

I~~~ o' •l/f\)(/o.\I r 11<br />

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DPI • Divisão de Produtos Industriais<br />

Rua José Dias Coelho, 36-B - 1300 LISBOA - Tel. 638708/649374<br />

1 i11r:p'(j' 1<br />

J/(~ ·''' . 1 ''":<br />

VI i)\'l 1'((!!(.t•<br />

~.~ '. '.~ ! !.·"11 ,. ..<br />

l '!I<br />

/~- · ·<br />

.',<br />

,<br />

inicio da "madrugada", e é nossa convicção<br />

que pouco vimos ainda do pico<br />

do iceberg, no que diz respeito à medicina<br />

telemétrica em casa.<br />

AGRADECIMENTOS<br />

O programa de telemetria obstétrica<br />

em casa na Universidade de Cambrigde<br />

assenta fortemente no trabalho de equipa<br />

e eu estou profundamente grato aos meus<br />

colegas por terem compartilhado este<br />

fardo: Dr. Huw Alban Davies, Dr.<br />

Michael Bright, Miss Janet Currie, Dr.<br />

James Dripps, Dr. Owen Edwards, Mr.<br />

David Juett, Mr. Keith Manning, Mrs.<br />

Judith Nicholls, and Dr. Philip Robarts.<br />

Estou também agradecido à British Heart<br />

Foundation, e à East Anglian Regional<br />

Health Authority pelo seu apoio financeiro.<br />

A<br />

REFERENCIAS<br />

1 Dalton Kj , Dawson Aj, Gough NAJ.<br />

Long Distance telemetry of fetal heart rate from<br />

patient's homes using the public telephone network.<br />

Brit Med. M . 286: 1545, 1983.<br />

2 Dalton KJ, Currie JR.<br />

Fetal home telemetry made simple. J Obstet<br />

Gynaecol 6: 151-154, 1986.<br />

3 Currie JR, Dalton KJ.<br />

Patiente acceptability of fetal home telemtry in<br />

Cambrigde.<br />

ln "The lntrauterine Life - Management and<br />

Therapy", p <strong>18</strong>5-<strong>18</strong>8, eds.<br />

Schenker JG and Weinstein D, Elsevier, Amsterdam,<br />

1986.<br />

4 Dalton KJ<br />

Tlemetry of fetal heart signals from the patient's<br />

own home.<br />

ln "The Computer in Obstetrices and Gynae-·<br />

cology", eds. Dalton KJ & Fawdry RDS, IRL<br />

Press, Oxford, 1986.<br />

5 Dalton KJ, Manning K, Dripps JH, Robarts PJ.<br />

Computeriz.ed home telemetry of maternal blood<br />

pressure.<br />

ln "The Computer in Obstetrics & Gynaecology",<br />

eds, Dalton KJ & Fa\\dry RDS, IRL Press,<br />

Oxford, 1986.<br />

6 Mazze RS, Shamoon H, Pasmenter R et al.<br />

Relianility of blood glucose monitoring by<br />

patients with diabetes mellitus. ·<br />

Am J Med 77: 211-217, 1984.<br />

7 Alban Davies H, Edu;ards OM, Dalton KJ,<br />

Nicholls J.<br />

Computorized analysis of blood glucose data in<br />

diabetic pregnancy.<br />

ln "The Computer in Obstetrics and Gynaecology",<br />

eds. Dalton KJ & Famlry RDS, IRL Press,<br />

Oxford, 1986.<br />

8 Dalton KJ, Alban Davies H. Edwards O, Nicholls<br />

J.<br />

Computoriz.ed home telemetry of maternal blood<br />

glucose leveis in diabetic pregnancy.<br />

ln "The Computer in Obstetrics and Gynaecology<br />

", Dalton KJ & Fawdry RDS eds., IRL<br />

Press, Oxford, 1986.<br />

9 Katz M, Gill PJ.<br />

lnital evaluation of an ambulatory system for<br />

home monitoring and transmission of uterine<br />

activity.<br />

Obstet Gynecol 66: 273-277, 1985.<br />

SISTEMA DE INFORMACÃO CIENTÍFICA E TÉCNICA<br />

,<br />

Manuela Ramos<br />

SERVICO DE ACESSO<br />

~<br />

A BANCOS DE DADOS<br />

Actualmente as técnicas de difusão<br />

experimentam uma evolução<br />

rápida e irreversível que pode<br />

entender-se como causa e efeito da .<br />

crescente procura de informação económica,<br />

técnica, política, jurídica,<br />

bem como em ciências sociais e<br />

humanas e organização de saúde.<br />

Nesta perspectiva, o Serviço de<br />

Acesso a Bancos de Dados é um sistema<br />

privilegiado de obtenção de<br />

dados bibliográficos que, de forma<br />

interactiva, permite ao utilizador receber<br />

informação qualificada e actua- ~-..Lii<br />

lizada, de âmbito mundial e referente<br />

a todos os domínios do conhecimento.<br />

Procurando dar resposta às necessidades<br />

específicas de potenciais e<br />

reais utilizadores, como nomeada-~<br />

mente, investigadores, médicos, uni- ~<br />

versitários, administradores hospitalares,<br />

engenheiros, economistas, etc,<br />

o Centro Regional de Informática da<br />

Saúde de Coimbra aderiu recentemente<br />

a importantes Bancos de<br />

Dados, QUESTEL (Europeu) e DIA-<br />

LOG (americano).<br />

O sitema QUESTEL propõe aos<br />

seus utilizadores mais de cinquenta<br />

bases de dados, cobrindo múltiplos<br />

aspectos do conhecimento, pelo seu<br />

carácter específico revestem particular<br />

interesse para o sector médico e organização<br />

de saúde as Bases:<br />

- CANCERNET<br />

produzida por Cancernet,<br />

*Responsável pelo Servilo de Areçso aos Bancos de Dados<br />

CRJC/SIS do Centro Regional de InfiJrmática da Saúde<br />

- Coimbra.<br />

CNRS<br />

- CIS-ILO<br />

produzida pelo Centro Internacional<br />

de informação em Segurança<br />

e Saúde ocupacional<br />

- PASCAL<br />

produzida pelo CNRS<br />

O sistema DIALOG - Information<br />

Retrieval Service é composto por 300<br />

Bases de Dados das quais se salientam<br />

pela sua especial importância nas<br />

áreas atras referidas:<br />

- ·MEDLINE<br />

Produtor: pela U.S. National<br />

Library of Medicir.~<br />

- EMBASE (antiga Excerpta<br />

Médica)<br />

Produtor: pela Excerpta Médica<br />

46<br />

Gest ão Hcspitalar • Ano V • N. 0 17/<strong>18</strong><br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N. 0 17/<strong>18</strong><br />

47


SERVICO DE ACESSO<br />

,<br />

A BANCOS DE DADOS<br />

- MENTAL HEALTH ABS­<br />

TRACTS<br />

Produzida pela National Clearinghouse<br />

for Mental Health<br />

- HALTHE PLANNING AND<br />

ADMINISTRATION<br />

Produtor: pela_ U.A. National<br />

Library of Medicine<br />

- NURSING AND ALLIED<br />

HEALTH<br />

Produtor: pela Cumulative 1<br />

Index to N ursing and Allied<br />

Health Literature Corj>oration,<br />

Glendale, CA.<br />

Os Bancos de dados fornecem<br />

informação bibliográfica, documental,<br />

numérica e factual bem como fornecimento<br />

de texto integral.<br />

IProcedimento de acesso:<br />

As bases de dados estão indexados<br />

segundo classificação em palavra­<br />

-chave. Tal metodologia implica a·<br />

inecessidade de identificar previamente<br />

toda a informação a pesquisar.<br />

Da correcta identificação dos<br />

!conceitos e articulação entre eles,<br />

depende a eficácia da resposta. Consj<br />

tituem auxiliares de pesquisa imporltante,<br />

em matéria da Bio-Medicina,<br />

1<br />

o INDEX MEDICUS e MESH.<br />

Assim, a partir de uma questão a<br />

pôr o procedimento é o seguinte:<br />

• Escolha da Base de Dados<br />

• Identificação de conceitos<br />

• Combinação dos termos (lógica<br />

boleana)<br />

Tecnicamente o acesso ao Sistema<br />

é feito através da TELEPAC até ao<br />

nó da CPRM por percurso transatlantico<br />

ao nó da sua correspondente<br />

norte americana, a TELENET ou<br />

TYMNET ao computador preten­<br />

\ dido.<br />

Para esse efeito, o equipamento utido<br />

é constituído basicamente por<br />

telefone de linha directa, 1 modem<br />

terminal de computador.<br />

Exermplo de uma pesquisa na Base de Dados CANCERLIT<br />

(formato 3 sem abstract). Fig. 1<br />

File 159, CANCERLIT - 1963-87/JUN<br />

Set ltems Description<br />

?SS TUMOR STEM CELL ASSAY<br />

Sl 1597 TUMOR STEM CELL ASSAY<br />

1597 Sl<br />

52 4717 DRUG RESISTANCE<br />

SS3<br />

232 Sl AND DRUG RESISTANCE<br />

ªSS Sl ANO ANTINEOPLASTICAND (PD DR TU)<br />

1597 Sl<br />

S4 34072 ANTINEOPLASTIC<br />

S5 56452 PD<br />

Só 49567 TU<br />

S7 6~8 Sl ANO ANTINEOPLASTIC ANO (PD OR TU)<br />

?SS Sl ANO VIT~O (F) JSENSITIVITY OR CS OR HTCA)<br />

58<br />

S9<br />

SlO<br />

Sll<br />

S12<br />

S13<br />

?T13/3/1-20<br />

(TELEPAC P: paxije error<br />

. 1597 Sl<br />

. 55878 VITRO<br />

16436 SENSITIVITY<br />

2907 cs<br />

88 HTCA<br />

3342 VITRO (F) ((SENSITIVITY OR CS) OR HTCA}<br />

337 Sl ANO VITRO (F) (SENSITIVITY OR CS OR HTCA)<br />

13/3/1<br />

0595698 ICDB/870327 48<br />

IN VITRO ANTIPROLIFERATIVE ACTIVITY OF DEMETHOXYDAUNORUBICIN ANO MITOXANTRONE<br />

IN HUMAN ACUTE LEUKEMIA (MEETING ABSTRACT)<br />

Lepri E; Menconi E; Liberati M; Castelvetri L; Barzi A<br />

lnst. of Pharmacology~ Univ. of Parugia, ltaly<br />

Fifth, NCl-EORTIC Symposium on New Drugs in Cancer Therapy. October 22-24, 1986, Amsterdam,<br />

lhe Netherlands, abstrad 9.29, 1986.<br />

13/3/2<br />

0595654 ICDB/87032599<br />

CLONOGENIC ASSAY SCREENING STUDY GROUP (CASSG): CONTRIBUTION TO AN EORTC<br />

DRUG SCREENING PROGRAMME (MEETING ABSTRACT)<br />

Aapro MS ·<br />

Univ. Hosp. Geneva, Switzerland<br />

Fifth NCl-EORTC Symposium on New Drugs in Cancer Therapy. October 22-24, 1986, Amsterdam,<br />

The Netherlands, abstract 4.09, 1986.<br />

•<br />

13/3/3<br />

0595556 ICDB/87034066<br />

IN VITRO CHEMOSENSITIVITY (CS) ANO CORRESPONDING IN VITRO-IN VIVO DRUG COM­<br />

PARISONS BY THE HUMAN CLONING ASSAY (HTCA} IN PATIENTS WITH ADVANCED OVARIAN<br />

CARCINOMA (MEETING ABSTRACT)<br />

Dittrich Ch; Sattelhak E; Hudec M; Sevelda P; Salzer H; Moser K<br />

Dept. Chemotherapy, University of Vienna, Vienna 1090. Austria<br />

Proc. Am Soe Clin Oncol: 6:A438 <strong>1987</strong><br />

13/3/4<br />

0595351 ICDB/87033450<br />

ANTITUMOR ACTIVIY OF ETHER LIPID ANALOGS IN COMBINATION WITH DNA-INTERACTIVE<br />

AGENTS (MEETING ABSTRACT)<br />

Beren ME; Noseda A; White Jg; Modest EJ<br />

Section on Gynecologic Oncology Res. Center, Bowman Gray Sch. of Medicine, Wake Fores! Univ, Winston­<br />

-Selem, NC 27103.<br />

Proc Am Soe Clin Ocol: 6:A90 <strong>1987</strong><br />

131315<br />

0595350 ICDB/87033449<br />

SCHEDULE DEPEDENCY FOR POSITIVE INTERACTIONS OF FLUOROURACIL AND MITOMYCIN-C<br />

IN COMBINATION AFAINST HUMAN OVARIAN TUMOR CELLS IN A CLONOGENIC ASSAY (MEE ­<br />

TING ABSTRACT)<br />

Higashihara J; Serens ME; Welander CE<br />

Sect. Gynecologic Oncology, Bowman Gray School of Medicine, Wake Forest Univ., Winston-Selem,<br />

NC 27103<br />

Proc Am Soe. s;l in '_9n~ol; 6:A89 <strong>1987</strong><br />

13/3/6<br />

0594781 ICDB/87033649<br />

PRELIMINARY REPORT OF A PRO~PECTIVE TRIAL OF NEUROENDOCRINE (NE) MARKER ANALYSIS<br />

AND IN VITRO DRUG SENSIVITY (IVDS) TESTING IN PATIENTS (PTS) WITH NON-SMALL CELL LUNG<br />

CANCER (NSCLC7 (MEETING ABSTRACT7<br />

Mu lshine J; lhde D; Linnoila RI; Veach S; Steinberg; S Woods E; Phelps R; Minna J; Gazdar A<br />

NCI - Navy Medical Oncology Branch, Naval Hosp., Bethesda, MD 29814<br />

Proc. Am Soe Clin Oncol; 6:713 <strong>1987</strong><br />

13/3/7<br />

0594687 ICDB/87032057<br />

IN VITRO CHEMICAL ERADICATION OF SMALL CELL LUNG CARCINOMA (SCLC) LINES IN BONE<br />

MARROW (MEETING ABSTRACT)<br />

Benard J; Renaud-Bettan L; Pico JI; Riou G<br />

Institui Gustave Roussy, 94800 Villejuif, France<br />

Proc Annu Meet Am Assoe Cancer Res; 28:444 <strong>1987</strong><br />

Êxemplo de uma pesquisa na base de dados MEDLINE<br />

(formato 5 com abstract). Fig. 2<br />

File 154: MEDLI NE -<br />

Sei ltems Description<br />

Sl<br />

80-86/SEP<br />

5<strong>18</strong>4 • EXPIRATORY<br />

4561 FORCED<br />

42209 FLOW<br />

36724 RATES<br />

O EXPIRATORY (W) FORCED (W) FLOW (W) RATES<br />

5284 EXPIRATORY<br />

42209 FLOW<br />

36724 RATES<br />

S2<br />

833 EXPIRATORY (F) FLOW (F) RATES<br />

?TTSS22/1331/11 - 1100<br />

5/5/1<br />

1999707 86216707<br />

Effect of a deep inspiration on expiration on expiratory flow in normais and patients with chronic obstrudive<br />

pulmonary disease.<br />

Fairshter RD<br />

University of California lrvine Medical Center, Orange 92668.<br />

Buli Eur Physiopathol Respir (ENGLAND), Mar-Apr 1986, 22 (2) pii9-25, ISSN 0395-3890 Journal<br />

Code. BGX<br />

Contract/Grant No.: HL00529<br />

Languages: ENGLISH<br />

Journal Announcement: 8609<br />

Subfile: INDEX MEDICUS<br />

Normal control subjects and individuais with chronic obstructive pulmonary disease (COPO) were studied<br />

by measuring routine lung function tests as well as maximal (MEFV) and partial expirotory flow­<br />

-volume (PEFV) curves and lung elastic recoil (Pst, L) before and after a total lung capacity (TLC} volume<br />

history, ln the normal subjects: before bronchodilators airflow increased significantly, whereas Pst, L and<br />

usptream segment resistance (Rus) decreased significantly following inspiration to TLC; after administration<br />

of inhaled bronchodilators, flow rates were higher on the PE FV thon on MEFV curves; nevertheless,<br />

because Pst, L decreased substantially following a deep breath, post-bronchodilator Rus was still somewhat<br />

reduced by deep inspiration. ln the subjeds with COPO flow rates on PEFV curves were as high or exceeded<br />

flow rates on MEFV curves in 76/100 studies; the rotio of flow rates (PEFV) /flow rates (MEFV) increased<br />

as pilmonary function worsened; as in normal subjects, Pst, L dimin ished in COPO subjects following deep<br />

inspiration; although flow rates increase on both PEDV and MEFV curves after bronchodilators, the increments<br />

in flow were considerably larger on PEFV maneuvers.<br />

Tags: Female: Human; Mole; Support, U.S. Gov't, P.H .S.<br />

Descriptors: Adult; Airway Resistance - Drug Effects (DE); Atropine - Diagnostic Use (Ou); *Lung<br />

Diseases, Obstructive - Physiopathology (PP); Middle Age; O rciprenaline - Diagnostic Use (OU);<br />

• Respiration; Respiration; Respiratory Function Tests.<br />

CAS Registry NO.: 51 -55-8 (Atropine); 586-06-1 (Orciprencline)<br />

51512<br />

1931 200 861 48200<br />

l he bronchodilator effect of a fixed-combination metered aerosol (fenoterol and ipratropium bromide).<br />

Berdel D; Kel lersmann U<br />

Department of Paediatrics, University, of Bonn, West Germany. .....<br />

1 O refundo serviço está à disposição<br />

de todos os organismos, entidades<br />

públicas ou pessoas em nome individual.<br />

Os custos de acesso aos Bancos de-.<br />

Dados sãp determinados pelo volume<br />

de informação pretendidos, sendo<br />

importante referir que uma adequada<br />

·disciplina de pedido, nos termos at:raS<br />

descritos, contribuirá para a sua<br />

redução.<br />

O<br />

1IBSUMO<br />

A crescente procura de informação automatizada,<br />

especializada e actual e a res- 1<br />

posta que o CENTRO REGIONAL DB<br />

INFORMÁTICA DA SAÚDE (CRIC), põe<br />

ao dispôr dos reais e potenciais utilizadores<br />

dos Bancos de Dados.<br />

A autora, pretende com esta descrição<br />

dar a conhecer as vantagens do Serviço de<br />

Acesso a Bancos de Dados e o seu funcionamento<br />

técnico.<br />

ABSTRACT<br />

The increasing research in automatic1<br />

infurmatic, or specific or actual and the ans-!<br />

wer that infonnatic health in Regionam Cen-!<br />

ter (C.R.I.C.), provides the real and poten- 1<br />

cial searchers to the databases. . 1<br />

The writer os pretending with this description<br />

to make known the ad\antages of<br />

acess Services to Databases and its technical<br />

working_. _<br />

- -<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> " Ano V • N. 0 17/<strong>18</strong><br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N.º 17/<strong>18</strong><br />

49


SERVICO DE ACESSO<br />

,<br />

A BANCOS DE DADOS<br />

Sinónimo de precisão<br />

Microscópios cirúrgicos<br />

Microscópios biológicos<br />

Microscópios de análise<br />

Microscópios estereoscópicos<br />

Micrótomos<br />

Sistemas modulares<br />

de microfotografia<br />

- Sistemas óptico-electrónicos<br />

de análise<br />

Pediatr Pulmonol (UNITED STATES), Nov-Dec 1985, 1 (6) p296-302, ISSN 8755-6863 Journal Code:<br />

OWH<br />

Languages: ENGLISH<br />

Journal Announcement: 8606<br />

Subfile: INDEX MEDICUS<br />

The fixed-combination metered 1K6 (fenoterol 0 .05 mg/puff, ipratropium bromide 0 .02 mg/puff- Berodual,<br />

Boehrimger-lngelheim Ltd., 1/2 to 6 2/12 years who had extrinsic bronchial asthma. Three forms of administration,<br />

each with a different site of action, were compared: Two puffs during inspiration. Probable<br />

site of action: oral cavity, pharynx, larynx, trachea, and bronchi. Two puffs in the breathing interval after<br />

deep inspiration. Probable site of action: oral cavity and pharynx. The resistance of the respiratory system<br />

(Rrs) was measured using oscillometry for up to 360 minutes after administration. A significant decrease<br />

of the median resistance was found with ali three forms of administration. The changes were Form 1-48%<br />

of baseline after 120 minutes; Form 2-47.9% of baseline after 60 minutes; Form 3-44.4% of baseline<br />

after 30 minutes. The greatest decrease was observed with form 1. THe study indicates that significant<br />

bronchodilation was achieved in small children using the combination of fenoterol and ipratropium bromide<br />

administered by metered aerosol even when inhalation and the release of the puff were not synchronized.<br />

A significant bronchodilator effect was also observed in cases of severe bronchial obstruction in which<br />

transport of the active ingredients to the lower airways could not be sufficiently guaranteed.<br />

Tags: Female; Human; Male<br />

Descriptors: Administration, lntranasal; Aerosols; Airwcy Resistance - Drug Effects (DE); •Asthma-Drug<br />

Therapy (DT); •Atropine Derivatives - Administration and Dosage (AD); Child; Child, Preschool; Drug<br />

Combinations; • Fenoterol-Administration and Dosage (AD); Fenoterol - Ph~rmacodynamics (PD; Fenoterol<br />

- Therapeutic Use (TU); • B-lsopropylatropine - Administration and Dosage (AD); N-lsopropylatropine<br />

- Pharmacodynamics (PD); N-lsopropylatropine - Therapeutic Use (TU)<br />

CAS Registry No.: 13392-<strong>18</strong>-2 (Fenoterol); 22254-24-6<br />

(N-lsopropylatropine)<br />

1<br />

A Cebit possui já uma longa experiência como fornecedor de equipamentos<br />

para informatização da <strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong>.<br />

Cerca de 30 Hospitais util izam computadores instalados pela nossa Companhia,<br />

desde os Buli Micral 90.50 aos actuais Micral 60 que permitem<br />

a conexão de até 8 postos de trabalho. Dos tradicionais terminais aos microcomputadores<br />

PC compatíveis ..<br />

Consegue-se assim a descentralizaÇão<br />

de tarefas que podem ser<br />

realizadas. em local com as mais<br />

diversas aplicações existentes no<br />

mercado: base de dados, folhas<br />

de cálculo, tratamento de texto,<br />

etc; ao mesmo tempo que se permite<br />

a uti lizacão , da informacão ,<br />

existente no computador central<br />

sempre que isso se torné necessário.<br />

A Cebit possui um Departamento<br />

de Desenvolvimento suficientemente<br />

familiarizado com as<br />

necessidades informáticas da área<br />

da saúde o que nos habilita a<br />

apresentar soluções adequadas<br />

tanto a nível de hardware como<br />

de software.<br />

Consulte-nos.<br />

UTI LIZA.DOR.ES: Hospitais de Setúbal, Santarém, Caldas da Rainha, Évora ,<br />

Beja, Cascais, Almada, Vila Franca de Xira, Lagos, Tomar, Faro, Portimão,<br />

Torres Vedras,· Abrantes. E ainda Hospitais Pulido Valente, Egas. Moniz,<br />

Termal das Caldas, Ortopédico do Outão, Júlio de Matos e Mate rnidade<br />

Alfredo da Costa.<br />

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PORTUG·AL, LDA. "<br />

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50<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N .º 17/<strong>18</strong>


Manuel Rendeiro Jr. 1<br />

Foi no dia <strong>18</strong> de Março de 1965 que<br />

se inaugurou a Casa de Saúde de Santo<br />

António da Convalescença, que o grande<br />

público conhece como Hospital da Cruz<br />

Vermelha Portuguesa.<br />

Património da Cruz Vermelha Portuguesa,<br />

o Hospital procurou sempre<br />

seguir os princípios que norteiam esta<br />

instituição, razão porque esta se orgulha<br />

de possuir este Hospital moderno,<br />

bem equipado, tecnologicamente avançado,<br />

e integrando pessoal cuja preocupação<br />

constante é Bem Servir.<br />

Possuindo 95 quartos com 116 camas,,<br />

o Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa:<br />

possui ainda uma vasta retaguarda de<br />

meios complementares de diagnóstico<br />

e terapêutica, garantindo segurança nol<br />

Internamento assim como no Ambula-:<br />

tório.<br />

É evidente que entre as múltiplas valências<br />

de que o Hospital está dotado, algumas<br />

há que sobressaem:<br />

A CARDIOLOGIA<br />

Na área do diagnóstico, o Hospital dispõe<br />

da ·electrocardiografia tradicional<br />

( electrocardiógrafo de três canais), ecocardiografia<br />

(modo M, bidimensional e<br />

doppler 2D) e estudos vasculares de<br />

carácter invasivo.<br />

Entre as terapêuticas cardiológicas mais<br />

diferenciadas, o Hospital tem criado con- 1<br />


11 SCIENTIFIC MEETING OF THE<br />

INTERNATIONAL<br />

EPI DEMIOLOGICAL<br />

ASSOCIATION - IEA -<br />

Helsinki/Finland<br />

<strong>1987</strong> AUG 08/AUG 13<br />

Sec. Congress Manage,ment Systems<br />

P. P. BOx <strong>18</strong>9 00171 Helsinki<br />

FINLAND<br />

9 CONGRESS OF ORAL<br />

IMPLATOLOGISTS -ICOI -<br />

Vitoria/Brasil<br />

<strong>1987</strong> AUG 13/AUG 16<br />

Sec. Sociedade Odontologia Latino­<br />

-Americana de Implantes Aloplasticos<br />

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1703 Vitoria ES BRASIL<br />

6 CONGRESS OF THE EUROPEAN<br />

INTRAOCULAR IMPLANTLENS<br />

COUNCIL - EllC -<br />

Copenhagen/Denmark<br />

<strong>1987</strong> AUG 16/AUG 19<br />

Sec. Dis Congress Service Linde Alle,<br />

48 - 2720 Vanlose Copenhagen<br />

DENMARK<br />

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6 WORLD CONGRESS OF THE<br />

INTERNATIONAL SOCIETY FOR<br />

ARTIFICAL ORGANS - ISAO -<br />

together with 14 CONGRESS<br />

EU ROPEAN SOCIETY OF ARTIFICIAL<br />

ORGANS<br />

Munich/Germany F.R.<br />

<strong>1987</strong> SEP 06/SEP 09<br />

Sec. lnterplan Convention & Visitor<br />

Service Sophienstrasse 1 8000 Munich<br />

2 Germany F.R.<br />

7 INTERNATIONAL CONGRESS<br />

OF THE INTERNATIONAL<br />

SOCIETY FOR<br />

STEREOLOGY - ISS -<br />

Caen/France<br />

<strong>1987</strong> SEP 07/SEP 11<br />

Sec. Equipe Materiaux -<br />

Microstructure LAB 251 lsmra<br />

Universite<br />

14032 Caen Cedez 3595<br />

FRANCE<br />

1 MULTIDISPLINARY MEETING<br />

OF EUROPEAN SECTION OF THE<br />

INTERNATIONAL ASSOCIATION<br />

OF GERONTOLOGY - IAG<br />

Brighton - Sussex/United Kingdom<br />

<strong>1987</strong> SEP 15/SEP 19<br />

Sec. Conference Services Ltda. 3 Bute<br />

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UNITEli:> KINGDOM<br />

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·,ca'do otn unvtecido especial de algodão de textura<br />

entrelaçada, cujos bordos não se desfiam, nem<br />

tão-pouc'J encolhe ao ser aplicada. é também a<br />

única ligadura que tem conseguido fixar mais de<br />

90% de massa de gesso, sobre o seu característico<br />

e exclusivo tecido entrelaçado, o que evita que<br />

o gesso se desprenda, assegurando a sua distribuição<br />

uniforme sobre toda a superfície.<br />

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é da mais exigente qualidade, suavidade e depu- ·<br />

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Por V. solicitação, testámos a loção de lavagem MANl­<br />

PU R do ponto de vista microbiológico, de acordo com o<br />

teste por V. enviado. Segundo as V. indicações, MANIPUR<br />

contém lrgasan DP 300, como aditivo microbicida.<br />

A pesquisa microscópica não revelou a presença de<br />

quaisquer microrganismos. A inoculação de MANIPUR, em<br />

condições aeróbias e anaeróbias, em meios de incubação<br />

como o agar-sangue, agar «Endo» e agar adicionado de 3%<br />

de Tween 80, 0,3% de lecitina e de 0,1% de histidina, não<br />

revelou, igualmente, a presença de microorganismos.<br />

Como consequência, procedeu-se à avaliação da acção<br />

do MANIPUR sobre vários microorganismos (prova de eficácia),<br />

como segue:<br />

- Fizeram-se cinco amostras de 4,5 mi de desinfectante<br />

que se inocularam, respectivamente, com 0,5 mi de suspensões<br />

de Staphylococus aureus, Proteus vulgaris, klebsiella<br />

aerogenes, Serratia marcescens e Candida albicans. As suspensões<br />

dos inóculados continham 10 7 células (KBE) por<br />

mi., obtendo-se assim a concentração de 10 6 KBE/ml nos<br />

RELATÔRIO DE ENSAIO<br />

QUADRO:<br />

MANIPUR Prova de eficiência<br />

Células (KBE) por mi após vários tempos de contagem<br />

vários testes. As contagens foram feitas às 24, 48 e 96 horas,<br />

tendo-se obtido os resultados registados no quadro<br />

anexo.<br />

CONCLUSÕES : .<br />

A amostra de MANIPUR pesquisada não .continha microorganismos.<br />

A prova de eficácia permitiu verificar que o<br />

MANIPUR tem uma acção 100% eficiente ao fim de 24 horas<br />

sobre as culturas de Staphylococus aureus Proteus vulgaris,<br />

klebsiella aerogenes, Serratia marcesce~s e Candida<br />

albicans. A utilização de produtos de limpeza das mãos e<br />

d~ pele nos ho~pita is exige a total ausência de microorgamsmos<br />

patogénicos; esta exigência é satisfeita por MANl­<br />

PUR.<br />

!Doe. Dr. G. Wewalka)<br />

KBE/ ml<br />

Tempo de incubação<br />

Organismo testado no início 10 min.<br />

do teste 24h. 48h. 96h.<br />

Staphylococus aureus 10 6 o<br />

1<br />

o o o<br />

Klebsielle aerogenes 10 6 o o o o<br />

Serratia marcescens 10 6 1ü6 o o o<br />

Proteus vulgaris 10 6 1ü6 o o o<br />

Candida albicans 10 6 6.10 5 o o o<br />

(Prof. Dr. H. Flamn)<br />

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úlceras. OpSite tira partido disto e pode<br />

substituir a tempo todas as outras fonnas de<br />

cuidados das úlceras de decúb.ito''<br />

OpSite é uma película fina de poliuretano que se<br />

adapta intimamente aos contornos do corpo. É<br />

impermeável aos líquidos e às bactérias, mas permeável<br />

ao vapor de água, prevenindo a maceração.<br />

As feridas cicatrii.am muito. mais rapidamente se<br />

estiverem húmidas e houver oxigénio livremente<br />

disponível. Este é precisamente o meio proporcionado<br />

por um penso OpSite. O exsudado sob OpSite<br />

demonstrou igualmente protecção contra a fácil infecção<br />

da cicatrização da ferida É elástico, cómodo, facilitando·<br />

assim o movimento da articulação e proporcionando<br />

conforto ao doente; Permite também aos doentes tomar<br />

banho e. duche e, uma vez que OpSite não adere à<br />

superfície da ferida, a remoção não é dolorosa<br />

Uma vez que OpSite protege a pele frágil e reduz a<br />

fricção, é também eficaz na profilaxia das úlcera.S de<br />

compressão.<br />

Como OpSite é à prova de água, protege a pele<br />

delicada da maceração, um risco particular nós doentes<br />

incontinentes.<br />

Os benefícios da utilização de rotina de OpSite pelas<br />

enfermeiras, são extremamente impressionantes. Um<br />

estudo recente mostrou que, usando de preferência<br />

OpSite no tratamento das úlceras de compressão, o<br />

tempo de enfermagem foi reduzido em 87%.<br />

O mesmo estudo mostrou que os pensos<br />

convencionais, resultavam cinco vezes mais caros que<br />

OpSite.<br />

Referencias:<br />

1. Ahmed, M. C., Nurses'Drug Alert (1980), 4, No. 15, 113-120 2. Winter, G. D., Surgical<br />

Dressings and Wound Healing (1971), Harkiss, K. J., Bradford University Press. 3. Rovee,<br />

D. T. et al., Epiderma) Wound Healing. Eds. Maibach, H. I., and Rovee. D. T., Year Book<br />

Medical Publishers Inc. Chicago, (1972) 159-<strong>18</strong>1. 4. Buchan, 1. A., et ai Burns, (1981) 7,<br />

326-334. 5. May, S. R., l n: Wound Healing Symposium, Oxford: The MEDICINE Publishing<br />

Foundation, (1983) 35-51. 6. Callens, J., et al., Journal des Sciences Medicales de Lille,<br />

(1981) 99, 2. 7. Hammond, M. A., Nursing Mirrar, (November lst, 1979). 8. Hall, P., Nursing<br />

Focus, (January February, 1983). 9. Kelly, L. D., Nursing Focus, (March 1982) Supplement.<br />

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