Gestão Hospitalar N.º17/18 1987
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- Page 50: A Sonadel fornece à indústria as
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A PROGRAMACÃO DO NOVO HOSPITAL DA UNIVERSIDADE DE<br />
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O novo Hospital é, em grande parte, o que foi programado, desde os grandes grupos e<br />
serviços aos elementos de composição, às instalações técnicas especiais e a alguns equipamentos.<br />
Esta é uma das razões por que se considerou oportuno e com interesse dar<br />
a conhecer os aspectos mais relevantes da programação do novo Hospital da Universidade<br />
de Coimbra (então designado por Hospital Escolar de Coimbra). De certo modo<br />
eles constituirão subsídios para .a histórià dos hospitais '.de Coimbra.<br />
Eduardo Caetano<br />
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<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N. 0 17/<strong>18</strong><br />
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CAPA: " .. . após algumas dezenas de anos de desilusões, 1 o novo Hospital da Universidade de_ Coimbra<br />
nasceu, está de pé e em funcionamento".<br />
· O· Editorial (( os Artigos não assinados são da responsabilidade da Direcção a Associação.<br />
· Os Artigos;àssinados são da. exclusiva responsabilidade dos seus autores, não comprometendo a Associação<br />
com o's pontos de vista neles · expres.~çs. .<br />
·Embora merec~ndo a melhor atenção, a colaboração não solicitada não será devolvida, reservando<br />
-se. o ~irei to de a publicar o·u ·!Ião. ·· .<br />
• ..<br />
5
Fazia-se no editorial publicado na última .<strong>Gestão</strong><br />
<strong>Hospitalar</strong>, um balanço do último ano de<br />
actividades do Ministério da Saúde, referindo-se,<br />
para além da evidente inconsequência da sua<br />
intervenção, a intenção, então apenas suspeitada,<br />
de alteração da legislação relativa à <strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong>,<br />
augurando o aparecimento de novos problemas<br />
no sector.<br />
Recusada que foi pela Assembleia da República<br />
a ratificação da legislação sobre gestão hospitalar<br />
publicada pelo Governo, assistiu-se então, à utilização<br />
injustificada do regime de instalação como<br />
forma de afastamento de certos elementos de<br />
órgãos de gestão de alguns hospitais, ao calar de<br />
algumas vozes discordantes, à satisfação de interesses<br />
estranhos aos hospitais.<br />
Os resultados estão à vista. Greves no Hospital<br />
Maria Pia do Porto, o Hospital do Restelo inoperacional<br />
e quase vazio, a desorientação institucional.<br />
É que, tal como prevíramos, não ter em consideração<br />
nem os interesses das populações nem os<br />
contributos do pessoal hospitalar os quais, ao<br />
contrário do que adrede se afirma, não são antagónicos,<br />
necessariamente tem como consequência<br />
o falhanço das soluções adoptadas, o que é mais<br />
evidente, ainda, quando se recorre aquilo que,<br />
justamente, foi designado por "paraquedistas"<br />
(1).<br />
Tentando, na prossecução de uma política evidente<br />
de descriminação, assegurar algum apoio,<br />
o Ministério da Saúde aprova para o pessoal de<br />
enfermagem nova tabela salarial, brinda os dois<br />
membros da Comissão Instaladora do Hospital S.<br />
Franci.sco Xavier com um acréscimo de 40% dos<br />
respectivos vencimentos e autoriza centenas de<br />
ajudas de custo mensal a outros gestores<br />
nomeados.<br />
Os membros dos Conselhos de Gerência ou<br />
Comissões Instaladoras e os Administradores<br />
<strong>Hospitalar</strong>es que, nos Hospitais portugueses têm<br />
assegurado, sem a espectacularidade das inaugurações<br />
ou das greves, é certo, a sua gestão e a<br />
manutenção do nível minimo exigível de cuidados,<br />
tendo em consideração os parcos recursos<br />
postos à sua disposição, continuam há longo<br />
tempo, à espera de ver o seu estatuto remuneratório<br />
revisto, de forma a interromper o escandaloso<br />
descalabro de haver, por exem pio, Administradores<br />
membros de órgãos de gestão a ganhar<br />
menos de que um médico interno do complementar<br />
ou um enfermeiro-chefe.<br />
E não se discutem aqui os quantitativos ou a<br />
sua justeza, mas apenas a aplicação do principio<br />
de que quem detém maior responsabilidade não<br />
pode ganhar menos do que quem detém menor<br />
responsabilidade.<br />
Não de pode em consciência, exigir aos profissionais<br />
que continuem a pôr à disposição do<br />
Estado um capital único de disponibilidade,<br />
conhecimentos e dedicação, quando o Governo<br />
recompensa diversamente e de acordo com conveniências<br />
outras aqueles em quem deposita estrita<br />
confiança ou de quem espera apoio ou, pelo<br />
menos, silêncio.<br />
o<br />
(1) Artigo do Dr. Menezes Correia<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N. 0 17/<strong>18</strong><br />
7
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A PROGRAMACÃO<br />
, ,<br />
DO NOVO HOSPITAL DA<br />
UNIVERSIDADE DE COIMB.RA<br />
Eduardo Caetano<br />
O novo. Hospital da Universidade de Coimbra entrou em 'funcionarriento cerca<br />
de 12 anos após ter sido programado. Tempo suficientemente longo, em valor<br />
relativo, para se verificar uma certa desactualização, aliás, inevitável. Se não<br />
se tivessem verificado alguns atrazos, estes evitáveis, o primeiro doente poderia<br />
ter sido tratado cerca de quatro anos antes, em 1982, em virtude do Programa<br />
ter ficado concluido em Janeiro de 1975. Seja como for, após algumas<br />
dezena de anos de desilusões, o novo Hospital da Universidade de Coimbra<br />
nasceu, está de pé_ e -~m fun~iof!am~nto.<br />
·N a base do nascimento do novo<br />
: Hospital está o seu Programa.<br />
--· _ Efectivamente, a programação tem<br />
_ um papel essencial no que será<br />
um hospital novo ou no que se tornará<br />
um hospital existente depois de remodelado<br />
e ampliado (de acordo com o programa<br />
elaborado para o efeito com base<br />
no respectivo plano director), tanto fisicamente<br />
como funcionalmente. O novo<br />
Hospital é, em grande parte, o que foi<br />
programado, desde os grandes grupos<br />
e serviços aos elementos de composição,<br />
à_s instalaçoes técnicas especiais e<br />
a alguns equipamentos. Esta é uma das<br />
razões por que se considerou oportuno<br />
e com interesse dar a conhecer os aspectos<br />
mais relevantes da programação do<br />
novo Hospital da Universidade de Coimbra<br />
(então designado por Hospital Escolar<br />
de Coimbra). De certo modo eles constituirão<br />
subsídios para a história dos hospitais<br />
de Coimbra.<br />
arquitecto Walter Distei, filho do autor<br />
dos projectos dos Hospitais de Santa<br />
Maria (em Lisboa) e de São João (no<br />
Porto) que previa a profunda remodelação<br />
do Hospital existente e a sua<br />
ampliação no mesmo local. Uma vantagem<br />
importante desta solução, talvez<br />
a maior, resultava do facto da nova Faculdade<br />
de Medicina estar localizada mesmo<br />
ao lado. Todavia, a dimensão e as características<br />
do terreno e, sobretudo, os condicionalismos<br />
impostos pelos edifícios<br />
existentes, que se foram expandido no<br />
tempo a partir dos Colégios das Artes<br />
e de S. Jerónimo numa espécie de emaranhado<br />
mourariano (passe a palavra),<br />
inão permitiram uma solução tecnicamente<br />
aceitável de acordo com a tecnologia hospitalar<br />
moderna. Nomeadamente, as circulações<br />
(que são uma das bases fundamentais<br />
de uma solução hospitalar<br />
válida) ficariam sempre comprometidas<br />
e defeituosas.<br />
Em 1967 procurou-se um terreno adequado<br />
ao novo Hospital Escolar de Coim<br />
: bra. Ele deveria satisfazer a múltiplos<br />
aspectos, nomeadamente, no que se refere<br />
· à dimensão, forma, topografia, exposição<br />
solar, ventos dominantes, localização na<br />
cidade, vizinhanças e acessos.<br />
Como alternativas principais, objecto<br />
de estudo, apareceram os seguintes terrenos:<br />
O terreno já existente em Celas<br />
A dimensão do terreno onde está<br />
implantado o anexo hospitalar de Celas,<br />
com cerca de 5 hectares, era muito<br />
pequena. O terreno estava sujeito a algumas<br />
limitações como a do Emissor<br />
A<br />
o longo dos anos, nomeadamente<br />
desde os fins da década de 40,<br />
fizeram-se diversos estudos tendo<br />
-- em vista dotar Coimbra de um<br />
hospitaT onde podessem ser praticados<br />
adequadamente o ensino e a investigação<br />
além da assistência hospitalar. De<br />
um modo geral aqueles estudos eram parcelares,<br />
não obedecendo a um plano<br />
director global e integrado. O mais completo<br />
terá sido, provertura, o estudo do<br />
. - . - --- -<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N. 0 17/<strong>18</strong><br />
9
A PROGRAMACÃO<br />
DO NOVO HO'SPITAL<br />
DA UNIVERSIDADE ·<br />
DE COIMBRA<br />
Regional. A distância à Faculdade de<br />
Medicina existente obrigaria à con~trução<br />
de um nova Faculdade de Medicina o<br />
que ainda tornava a dimensão.mais exígua.<br />
Por.estas razões era .uma alterna~<br />
.~íva de · segunqa linha.<br />
Um terreno a adquirir no Calhabé<br />
Este terreno poderia ter a área que se<br />
considerasse necessária e de um modo<br />
geral as características eram boas. Como<br />
desvantagens sobressaíam o custo do terreno<br />
e a falta de urbanização .da zona.<br />
Tratava-s_e de uma alternativa com interesse,<br />
de primeira linha.<br />
(<br />
O terreno com base na Penitenciária<br />
A área deste terreno, com cerca de 4,5<br />
hectares, era demasiadamente pequena.<br />
Dispunha de uma boa vizinhança (a do<br />
Parque de Santa Cruz) e ficava localizado<br />
próximo da Faculdade de Medicina,<br />
o que evitaria a construção de um<br />
edifício novo. O Ministério da Justiça<br />
opôs-se à alienação da sua Penitenciária.<br />
Há que reconhecer que, embora a<br />
cidade de Coimbra ganhasse com a substituição<br />
da prisão por um hospital, o edifício<br />
da Penitenciária terá valor arquitectural<br />
por documentar um tipo de<br />
·concepção de prisão correspondente a ·<br />
uma dada época.<br />
Um terreno baseado na Penitenciária<br />
e no Quartel<br />
O terreno disponível, com área superior<br />
a 7,5 hectares, ladeado por dois óptimos<br />
vizinhos (o Parque de Santa Cruz<br />
e o Jardim Botânico) e próximo da Faculdade<br />
de Medicina, em local soalheiro<br />
e arejado, constituía a melhor alternativa.<br />
Devido à oposição do Ministério<br />
da Justiça esta eventual solução_ não<br />
vingou.<br />
Procuraram-se outros terrenos, vindo<br />
a escolha a recair no ~erreno de Celas<br />
O!lde hoje está implantado o novo Hospital<br />
da Universidade de Coimbra. Pena<br />
foi que na ocasião, há quase 20 anos,<br />
não tivessem sido delimitados os terrenos<br />
que hoje constituiriam um amplo e<br />
adequado "campus" hospitalar, isento<br />
de enclaves estranhos.<br />
Depois de Lisboa e do Porto, Coimbra<br />
precisava e merecia também o seu<br />
hospital universitário moderno. Para lá<br />
de razões históricas, que muitas vezes<br />
são esquecidas, existem razões poderosa8<br />
não escamoteáveis e, consequentemente,<br />
inultrapassáveis: a extrema degradação '<br />
a que chegara o velho Hospital da Universidade<br />
e Coimbra, a sua enorme<br />
importância no contexto da saúde diferenciada<br />
no centro .do País, a necessidade<br />
de se praticar o ensino em condições<br />
apropriadas e o interesse na<br />
existência de meios que permitissem a<br />
investigação médica 'em termos adequados<br />
ao prestígio da Universidade de Coimbra.<br />
Embora alguns o contestem - há sempre<br />
quem conteste o que se realiza -<br />
a verdade é que o novo Hospital da Universidade<br />
de Coimbra era, efectivamente,<br />
muito urgente em virtude d~ se ter chegado_<br />
ao limite de muitas dezenas de<br />
doentes_ aguardarem a noite para, nos<br />
espaços livres das grandes enfermarias,<br />
se colocarem colchões no chão e ali se<br />
deitarem. A "circ..ulação" fazia-se<br />
passando-se por cima dos doentes deitados<br />
no chão! Em 1976 dois Secretários<br />
de Estado tiveram ocasião de constatar<br />
este facto e, naturalmente, ficaram<br />
horrorizados!<br />
E<br />
m 29 de Maio de 1968, pordespacho<br />
conjunto dos Ministros das<br />
Obras Públicas e da Saúde e<br />
- Assistência, foi constituído um<br />
grupo de trabalho designado por "Grupo<br />
de Estudo do Programa no Novo Hospital<br />
Escolar de Coimbra". Fizeram parte<br />
deste Grupo de Estudo os seguintes membros:<br />
pelo Ministério da Saúde e Assistência<br />
-'-- Dr. Carlos George, Eng.º<br />
Eduardo Caetano, Drs. Álvaro P. Brandão,<br />
Joaquim R. Paixão, J. Caldeira Silva,<br />
Mario Norton e Enfermeira Maria Fernanda<br />
Rezende; pelo Ministério da Educação<br />
Nacional - Professor Antunes de<br />
Azevedo, Bartolo Pereira e Renato Trincão;<br />
e pelo Ministério das Obras Publicas<br />
- Eng,º Guedes Soare~ e Arqts José M.<br />
Barata e Walter Distei. Durante os trabalhos<br />
foi solicitada a colaboração de<br />
outras pessoas, nomeadamente de especialistas<br />
(sempre que se julgou necessário).<br />
A primeira metade de sessões de<br />
trabalho foram presididas e orientadas<br />
pelo Dr. Carlos George, então sub<br />
-Director-Geral dos Hospitais e a segunda<br />
metade pelo Eng.º Eduardo Caetano.<br />
O programa foi dado por concluído<br />
em 9 de Setembro de 1968. Da ·memória<br />
Descritiva e Justificativa, redigida pelo<br />
autor deste artigo, se transcreve um apontamento<br />
sobre a metodologia de trabalho<br />
adoptada: "4. A metodologia seguida<br />
consistiu na organização prévia de guias,<br />
com base em elementos coligidos de fontes<br />
nacionais e estrangeiras, e análise crítica<br />
r~spectiva nas sessões de trabalho.<br />
Depois de livremente debatidos e ponderados<br />
à luz dos·ndssos condicionalismo~s<br />
e dentro das _linhas -gerais traçadas<br />
1<br />
nas sessões iniciais, sintetísaram-se as<br />
respectivas conclusões".<br />
A lotação inicialmente determinada de<br />
1245 camas teve de ser reduzida por<br />
orientação superior, para 856 camas,<br />
valor inferior ao da lotação praticada no<br />
Hospital da Universidade de Coimbra<br />
nos quatro anos imediatamente anteriores<br />
(em que a menor lotação foi de 952<br />
camas em 1964) mas superior à lotação<br />
de 600 a 700 camas que havia sido dada<br />
ao Grupo de Estudo como base de Trabalho.<br />
Foi decidido apreciar ou rever<br />
oportunamente a programação de alguns<br />
serviços como a Radioterapia, a Anestesia,<br />
a Cirurgia Experimental e o Bloco<br />
e Quartos particulares: era uma forma<br />
sofismada de, mais tarde, se aumentar<br />
a lotação do Hospital.<br />
Em 1970, no seguimento do despacho<br />
de 29 de Junho de 1970 do Secretário<br />
de . Estado da Saúde e Assistência,<br />
completou-se o Programa de 1968. Para<br />
o efeito foi constituído outro Grupo de<br />
trabalho do seguinte modo: pelo Ministério<br />
da Saúde e Assistência - Eng.º<br />
Eduardo Caetano (que presidiu e orientou<br />
os trabalhos), Professor José L. Guimarães,<br />
Drs. Mário Norton, J. Caldeira<br />
Silva, Francisco R. Sousa e Mário V.<br />
Carvalho, Eng.º Mário F. Costa, Arqt. 0<br />
Germano Venade e Enfermeira Maria<br />
Fernanda Rezende; pelo· Ministério da<br />
Educação Nacional - Professores Antunes<br />
de Azevedo, Bártolo Pereira, Fernando<br />
de Oliveira, Ibérico Nogueira e<br />
Renato Trincão. O Ministério das Obras<br />
Públicas não se fez representar.<br />
Para além de se terem programado os<br />
serviços e unidades que no Programa de<br />
1968 tinham ficado por programar, foram<br />
feitos alguns ajustamentos. face aos condicionalismos<br />
existentes à data da sua<br />
revisão. Nomeadamente,programou-se:<br />
um Bloco de Quartos Particulares com<br />
120 camas; wn Bloco para Convalescentes<br />
com 120 camas; e uma Unidade de<br />
30 quartos para médicos residentes.<br />
O Aditamento ao Programa de 1968<br />
ficou concluído em 22 de Março de 1971.<br />
Os professores da Faculdade de Medicina<br />
desejaram inclUir na Memória Descritiva<br />
e Justificativa uma declaração da<br />
qual se respigam as palabras referentes<br />
à grande preocupação então dominante<br />
de não se atrazar por qualquer motivo<br />
a realização do empreendimento:" ... e<br />
também com o objectivo de não criarem<br />
mais delongas na resolução de um<br />
problema vital da sua Faculdade, já tantas<br />
vezes na eminência de uma solução à<br />
vista, outras tantas vezes, por motivos<br />
vários protelada" e, também: "Na sua<br />
luta reivindicativa pela construção do seu<br />
Hospital Escolar, velha de quase 25<br />
anos, .. . "<br />
E<br />
m 28 de Setembro de 1974 os<br />
Secretários de Estado da Saúde<br />
e das Obras Públicas tomaram a<br />
_ ____, decisão de se proceder à revisão<br />
do Programa do novo Hospital Escolar<br />
de Coimbra feito em 1968. Havia decorrido<br />
um período superior a seis anos<br />
desde que fora elaborado o Programa<br />
base. Naquela data os condicionalismos<br />
(devido ao tempo decorrido e aos acontecimentos<br />
de Abril de 1974) eram outros,<br />
o que justifica perfeitamente a revisão.<br />
Aliás, a tecnologia hospitalar modifica-se<br />
e progredia naquela época, e ainda hoje,<br />
a um ritmo grandemente acelerado de<br />
tal modo que o consenso quase universal<br />
era, e é, favorável à revisão das programações<br />
passados quatro a cinco anos<br />
após a sua elaboração.<br />
·Foi constituído um Grupo de trabalho<br />
interministerial com respresentantes<br />
dos três ministérios interessados: pelo<br />
Ministério dos Assuntos Sociais - Eng.º<br />
Eduardo Caetano (que presidiu e orientou<br />
as sessões de trabalho), Arqt. 0 Luis<br />
Bronze, Dr. Cândido de Araujo e Enfermeiro<br />
Alberto Mourão; pelo Ministfio<br />
da Educação e Cultura - Professores<br />
A. Poiares Baptista, A, Robalo Cordeiro,<br />
Fernando de Oliveira e J. Cunha Vaz:<br />
pelo Ministério do Equipamento Social<br />
e Ambiente - Eng.º Fernando M. Santos<br />
e Arqt. 0 Augusto L. Galvão. Também<br />
com este grupo de trabalho colaboraram<br />
diversos especialistas quando a análise<br />
de problemas de programação relativos<br />
às suas especialidades tornavam aconselháveis<br />
a sua presença.<br />
No início dos trabalhos, após uma<br />
apreciação do Programa de 1968 fàce aos<br />
condicionalismos existentes em Dezembro<br />
de 1974, foi decidido elaborar-se um Programa<br />
totalmente novo de acordo com<br />
o êonceitos e a tecnologia hospitalar mais<br />
modernos na ocasião.<br />
A grande maioria dos trabalhos de programação<br />
foi efectuada no novo edifício<br />
da Faculdade de Medicina de Coimbra,<br />
em sessões diárias, contínuas, de<br />
manhã e de tarde e, por vezes, de noite.<br />
Os trabalhos efectuados em Coimbra,<br />
desde . 2 de Dezembro de 1974,<br />
completaram-se com sessões em Lisboa<br />
de tal modo que no dia 10 de Janeiro<br />
de 1975 estavam concluídos, em tempo<br />
excepcionalmente reduzido. Se se tiver<br />
em consideração a importância e a responsabilidade<br />
da tarefa, em virtude de<br />
um hospotal novo vir a ser, nos seus<br />
aspectos essenciais, o que for o seu programa<br />
(conforme já foi anteriormente<br />
referido), poderá considerar-se sem qualquer<br />
exagero que o Programa do novo<br />
Hospital Escolar de Coimbra foi elaborado<br />
num tempo mínimo. Sobre a importância<br />
material do novo Hospital basta<br />
recordar que embora adjudicado em fins<br />
de 1978 (altura em que os custos da construção<br />
eram incomparavelmente mais<br />
baratos do que hoje, o seu custo de investimento<br />
já ultrapassa os 13 biliões de<br />
escudos nesta data (Dezembro de 1986).<br />
Várias razões justificam o tempo mínimo,<br />
verdadeiramente -expecional, da elaboração<br />
do Programa do novo Hospital:<br />
o óptimo clima de trabalho que se verificou<br />
ao longo de todas as sessões de<br />
programação (devido, em grande parte,<br />
ao respeito e apreço mútuo pelas diferentes<br />
opiniões e perspectivas dos membros<br />
do Grupo de trabalho em debates<br />
por vezes acalorados mas sempre norteados<br />
por um espírito construtivo); a<br />
pluralidade de formações profissionais<br />
(que permitiu abordar e vencer sem dificuldade<br />
de maior as complicações de programação<br />
de um hospital universitário<br />
moderno); e a idoneidade profissional<br />
e técnica dos membros do Grupo de trabalho<br />
no âmbito de tecnologia hospitalar.<br />
p<br />
ara o novo hospital da Universidade<br />
de Coimbra :favoreceu-se um<br />
tipo de programa que não fosse<br />
nem axaustivo nem reduzido mas<br />
devidamente adequado à conjuntura existente<br />
em Portugal no âmbito da tecnologia<br />
hospitalar, na data da sua realização:<br />
a indicação concisa de dados<br />
essenciais, com clareza e economia de<br />
palavras, tanto no que se refere a elementos<br />
programáticos como às instalações<br />
técnicas especiais e a alguns equipamentos.<br />
Optou-se pela simples<br />
indicação dos dados necessários e suficientes<br />
para os projectos serem elaborados<br />
e para se poderem estimar custos<br />
de investimento. Entendeu-se que não<br />
teria interesse nem avohlmar dados supérfluos<br />
nem a1xmtar apenas linhas de orientação<br />
(dando, assim, demasiados graus<br />
de liberdade aos projectistas). A arrumação<br />
dos grandes grupos até à dos elementos<br />
foi apresentada de uma forma<br />
simples e sistematizada de modo a<br />
evitarem-se confusões e a ser facilmente<br />
absorvida.<br />
U<br />
m dos aspectos mais importantes<br />
de programação pelas implicações<br />
que comporta é o qu,e diz respeito<br />
às premissas básicas e às opções<br />
fundamentais a estabelecer no início dos<br />
trabalhadores. No caso do novo Hospital<br />
da Universidade de Coimbra, só depois<br />
de cada assunto ter sido livre e amplamente<br />
debatido e estar devidamente amadurecido<br />
é que era tomada uma resolução,<br />
por unanimidade ou por maioria.<br />
É verdade que se queria andar depressa<br />
de modo a evitarem-se eventuais desculpas<br />
para se adiar a construção do novo<br />
Hospital e também porque o autor se<br />
havia comprometido perante os Secretários<br />
de Estado com um prazo de programação<br />
muito reduzido (que foi cumprido),<br />
Todavia, aquela rapidez nunca<br />
prejudicou a apreciação adequada de cada<br />
item em debate até ficar devidamente<br />
esclarecido. Não se forçaram as soluções:<br />
analisaram-se e escolheram-se as<br />
que, dentro dos condicionalismos existentes<br />
na ocasião, satisfaziam melhor aos<br />
fins em vista na óptica do binómio economia<br />
e assistência hospitalar.:___ ensino<br />
- investigação. Durante a programação<br />
houve a preocupação constante de se procurar<br />
o equilíbrio geral como somatório<br />
de equilibrios parciais de modo a não<br />
haver exageros que viess'em a traduzir<br />
-se em desequilibrios funcionais e empolamentos<br />
dos custos de investimento e<br />
exploração.<br />
Citam-se, como exemplo, quatro premissas<br />
de programação importantes.<br />
I -<br />
No programa de 1974-75 foi de<br />
novo confirmada a premissa, já<br />
prevista no Programa de 1968,<br />
relativa à necessidade de se construir<br />
uma Faculdade de Medicina<br />
nova, em terreno auexo ao novo<br />
Hospital e com ele interligada a<br />
10<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N.º 17/<strong>18</strong><br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N.º 17/<strong>18</strong><br />
11
A PROGRAMACÃO<br />
DO NOVO HO'SPITAL<br />
DA UNIVERSIDADE<br />
DE COIMBRA<br />
II -<br />
céu fechado para boa operaciona<br />
.Iidade. Esta construção permitiria<br />
libertar o edifício da actual<br />
Faculdade de Medicina, ( construido<br />
na antiga Rua Larga e dispondo<br />
de uma área de construção<br />
de 27 000 m 2 ), para outras instalações<br />
de que a Universidade<br />
estava carecida.<br />
Uma das principais premissas básicas<br />
estabelecida determinava a<br />
complementaridade de outros cinco<br />
estabelecimentos hospitalares em<br />
relação ao novo Hospital da Universidade.<br />
a) Anexo <strong>Hospitalar</strong> de Celas<br />
Os edifícios existentes funcionariam<br />
como apoio de segunda<br />
linha em oftalmologia, traumatologia,<br />
psiquiatria, neurologia,<br />
otorrinolaringologia e, ainda,<br />
como lar de pré-hospitalização.<br />
Posteriormente, já depois de<br />
adjudi~da a obra, aquela finatidade<br />
foi alterada para ortopedia<br />
e traumatologia, medicina<br />
física e reabilitação, psiquiatria,<br />
oftalmologia e estomatologia.<br />
Também posteriormente à elaboração<br />
do Programa, o Anexo<br />
<strong>Hospitalar</strong> de Celas foi acrescido<br />
de um pavilhão destinado<br />
a grandes queimados (oqual serviria<br />
mais tar, igualmente o serviço<br />
de cirurgia plástica e<br />
reconstrutiva).<br />
b) Ex-clínica de Santa Teresa<br />
Foi decidido que neste edifício<br />
funcionariam a obstetrícia e a<br />
ginecologia. Posteriormente à<br />
elaboração do Programa também<br />
esta finalidade foi alterada:<br />
a ex-clínica contemplaria apenas<br />
a obstetricia ficando a ginecologia<br />
incluída no edifício novo.<br />
c) Sanatório de Celas<br />
Embora este Sanatório pertencesse<br />
ao Centro <strong>Hospitalar</strong> de<br />
Coimbra foi confirmada a decisão<br />
tomada em 1971 (e aceite<br />
pela tutela) de que o mesmo<br />
seria transformado no Hospital<br />
Pediátrico de Coimbra e,<br />
como tal, serviria as necessidades<br />
do novo Hospital da Universidade<br />
de Coimbra em<br />
pediatria ~- ~ fim de se evitar a<br />
duplicação de serviços a poucas<br />
centenas de metros de distância.<br />
A sua localização num<br />
mesmo "campus" hospitalar<br />
alargado era funcional.<br />
d) Instalações do I.P.O. em Celas<br />
Foi decidido que os serviços de<br />
radioterapia e de medicina<br />
nuclear seriam os das instalações<br />
do l.P.O. em Celas em virtude<br />
de não justificar uma<br />
duplicação (por razões económicas<br />
e de casuística e por eles<br />
estarem igualmente localizados<br />
no mesmo "campus" hospitalar<br />
do novo Hospital). Aliás,<br />
naquela ocasião, previa-se que<br />
a muito curto prazo o l.P.O. passaria<br />
para o Ministério da<br />
Saúde. Todavia, já passaram 12<br />
anos.<br />
e) Hospital de Sobral Cid<br />
Foi aceite que este Hospital<br />
prestasse o apoio necessário ao<br />
ensino de psiquiatria de forma<br />
complementar; o serviço de psiquiatria<br />
disporia de 33 camas<br />
--<br />
no novo Hospital.<br />
O somatório total das camas disponíveis<br />
nestes estabelecimentos,<br />
pressupondo-se uma base de 250 camas<br />
no Anexo <strong>Hospitalar</strong> de Celas, era de<br />
563 camas.<br />
III -<br />
IV -<br />
Outras premissa de grande imP,Jrtância<br />
funcional e económica diZia<br />
respeito à descentralização de<br />
várias funções em cada um dos<br />
serviços de acção médica. Foi<br />
decidico que cada serviço disporia<br />
da ou das unidades de internamento<br />
que lhe diziam respeito<br />
e de mais um núcleo com 3 sectores:<br />
um para ensino e a investigáção,<br />
outro para exames especiais<br />
e o terceiro para consultas<br />
externas. Á melhor funcionalidade<br />
a nível de serviço de acção médica<br />
inerente aquela descentralização<br />
contrapunham-se os inconvenientes<br />
devidos à maior circulação de pessoas<br />
através do Hospital (o que<br />
imporia circulações próprias para<br />
os utentes do exterior) e maiores<br />
custos de investimento e de exploração<br />
(resultantes da multiplicação<br />
de áreas a construir e, também,<br />
a iluminai-, ventilar, aquecer,<br />
limpar, etc. ; de um maior quantitativo<br />
de equipamentos; e do<br />
aumento de instalações técnicas<br />
especiais para abastecer o aumento<br />
de equipamentos e de áreas). i<br />
Igualmente de grande importância<br />
operacional e económica era<br />
a premissa básica relati~a às centralizações<br />
a diferentes níveis.<br />
a) Centralhações de nível semi<br />
-externo<br />
Previu-se que o novo Hospital 1<br />
iria abastecer a rede hospitalar<br />
de Coimbra no que se refere<br />
a roupas, alimentação e a sangue<br />
e a Região (cuja população<br />
é polariz.ada por ele) no que<br />
toca à informática, ás análises<br />
clínicas muito especializadas e<br />
à readioterapia. Posteriormente<br />
à elaboração do Programa<br />
foram tomadas decisões que<br />
alteram significativamente esta<br />
premissa relativa às centralizações<br />
semi-externas.<br />
b) Centrallmçoes serm-internas<br />
A este nível, previu-se que o<br />
novo Hospital abasteceria os<br />
outros estabelecimentos do<br />
"Grupo" hospitalar dos Hospitais<br />
da Universidade de Coimbra<br />
no que toca à esterilização,<br />
farmácia hospitalar, análises clínicas,<br />
anatomia patológica,<br />
transportes, aprovisionamento,<br />
documentação, biotério, documentação<br />
e manutenção técnica.<br />
Apresentam-se a título exemplificativo<br />
três opções fundamentais.<br />
I -<br />
II -<br />
III -<br />
No âmbito das centralizações internas<br />
foi tomada a opção de se centralizar,<br />
dentro do novo Hospital,<br />
tudo o que se referia à radiologia,<br />
análises clínicas, salas de operações<br />
e copas gerais, não obstante<br />
se saber que num hospital universitário<br />
é muito difícil (e em casos<br />
muito especiais poderá até ser<br />
desaconselhável) manter a pureza<br />
deste princípio, nomeadamente no<br />
que se refere à radiologia e às análises.<br />
Neste tipo de hospitais há<br />
como que uma força descentralizadora<br />
imparável;<br />
Outra opção importante foi a de<br />
se prever uma Admissão e Triagem<br />
médica única (centralizada)<br />
com a ressalva dos casos muito<br />
urgentes entrarem directamente,<br />
sem mais delongas, na Urgência.<br />
Para além de assim se obter uma<br />
maior disciplica e um maior controlo<br />
que são necessários num hospital<br />
de grandes dimensões, como<br />
é o novo Hospital da Universidade<br />
de Coimbra, há o benefífio económico<br />
inerente à centr-ªlização<br />
(menos áreas construidas e utilização<br />
mais intensiva de instalações<br />
e equipamentos).<br />
Relativamente à unidade de internamento<br />
geral tomaram-se algumas<br />
opções de grande interesse<br />
funcional e económico: a dimensão,<br />
com 33 camas, favoreceria<br />
menores custos de investimento e<br />
de exploração, especialmente deste;<br />
a composição qualitativa da unidade<br />
(com uma enfermeira de 6<br />
camas, sete de 3 camas e seis de<br />
uma cama) permitiria uma boa flexibilidade<br />
funcional; a utilização<br />
do tipo de cuidados progressivos<br />
em 6 unidades de internamento de<br />
outros tantos serviços seleccionados<br />
daria a possibilidade de se praticar<br />
uma melhor assistência a<br />
doentes mais graves (só por razões ,<br />
económicas é que não se ampliou<br />
esta opção a todos os serviços: no<br />
entanto isso será facilmente exequível<br />
uma vez que em cada unidade<br />
de internamento geral foi ,prevista<br />
uma enfermaria de 6 carnas).<br />
N<br />
o Programa de 1968 tinham sido<br />
considerados 120 quartos particulares.<br />
Na ocasião da nova programação,<br />
em fins de 1974 e princípios<br />
de 1975, não podiam ser previstos<br />
quartos particulares de acordo com uma<br />
determinação superior que os proibia.<br />
-Para tornear a dificuldade achou-se o<br />
expediente de se aumentarem de três para<br />
seis o número de quartos individuais por<br />
unidade de internamento geral o que,<br />
aliás, só beneficiava a composição qualitativa<br />
da mesma sem prejuízo da sua<br />
dimensão, fixada em 33 camas (número<br />
aquém do limite superior de 35 camas).<br />
Deste modo embora dispersos pelos diferentes<br />
serviços de internamento, os cerca<br />
de 120 "quartos particulares" existiam<br />
do mesmo modo. Aquele expediente não<br />
foi mais do que uma forma sofismada<br />
de se ultrapassar a infeliz decisão de se<br />
suprimirem os quartos particulares nos<br />
hospitais públicos. Aquela determinação<br />
foi anulada passados 6 anos, em 1980,<br />
por ser absurda e nitidamente demagógica.<br />
A descentralização de quartos particulares<br />
apresenta a vantagem importante<br />
dos doentes internados nos diversos serviços<br />
disporem "á mão" de meios humanos<br />
e materiais especializados. Todavia,<br />
os inconvenientes da descentralização<br />
sobrelevam grandemente aquela vantagem,<br />
nomeadamente: o volume de quartos<br />
susceptíveis de maleabilidade funcional<br />
a nível do Hospital é muito menor;<br />
o quantitativo do pessoal é sensivelmente<br />
maior; e a probabilidade de haver um<br />
certo mal-estar ou de surgirem conflitos<br />
de ordem social (por diferença de<br />
tratamento) é acrescida.<br />
. A dimensão do novo Hospital· ria<br />
Universidade de Coimbra tem ori<br />
.,,..._~ ginado alguns juízos de valor sem<br />
--~·· valor e, até, comentários infelizes<br />
(em regra por desconhecimento ou<br />
por conhecimento mal alicerçado da tecnologia<br />
hospitalar). Efectivamente, para<br />
efeitos de dimensão não se deverão usar<br />
os mesmo fuctores do mesmo modo para<br />
um hospital universitário e para um hospital<br />
distrital ou central. O hospital universitário<br />
é, por natureza, um hospital<br />
de ponta no que toca à assistência hospitalar<br />
e, por definição, ~ hospital onde<br />
se pratica o ensino e a investigação. Para<br />
estes fins necessita de ser-totivalente e<br />
de dispor de quantitativos mínimos de<br />
camas por serviços, sectores e unidaçles<br />
de internamento. Dentro destes espírito<br />
determinaram-se 1 142 camas, como<br />
.<br />
mínimo dos mínimos, para o edifício base<br />
- - -<br />
12<br />
-<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N.º 17/<strong>18</strong><br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N. 0 17/<strong>18</strong><br />
13
• 1<br />
A PROGRAMACÃO<br />
DO NOVO HO'SPITAL<br />
DA UNIVERSIDADE<br />
DE COIMBRA .<br />
Uma experiência de Administração de Área<br />
do novo Hospital da Universidade de<br />
Coimbra. Posteriormente aquele número<br />
foi ligeiramente aumentado.<br />
Quanto à lotação, os Professores da<br />
Faculdade de Medicina desejaram que<br />
fosse incluída uma declaração no Aditamento<br />
de Março de 1971 ao Programa<br />
de 1968, donde se transcreve: " ... e não<br />
perdendo de vista que o Hospital Escolar<br />
de Coimbra continuará sendo, como Hospital<br />
Central, o principal apoio assistencial<br />
da Zona Centro terá que reconhecer<br />
-se serem manifestamente reduzidas as<br />
lotações atribuídas a alguns serviços"<br />
e esta situação ainda seria pior se as<br />
camas pediátricas estivessem incluídas:<br />
". . . por se julgar possível e aconselhável<br />
enquadrar no esquema de ensino o futuro<br />
Pediátrico, a criar pelo Ministério da<br />
Saúde no actual Sanatório de Celas".<br />
Se se analisarem as dimensões dos hospitais<br />
universitários novos na Europa ocidental<br />
verifica-se que quase todos têm<br />
lotações acima das 1 500 camas, mesmo<br />
em cidades pequenas como Coimbra,<br />
como é o caso de Lund (2 000 camas)<br />
e Linkõping (1 850 camas) na Suécia;<br />
Genebra (2 000 camas) na Suiça; Nijmegen<br />
(1 800 camas) na Holanda; e<br />
Montpellier (1 600 camas) em França!<br />
O Hospital Universitário de Viena, na<br />
Austria, inaugurado em 1985, dispõe de<br />
2 200 camas.<br />
Poderá afirmar-se com segurança que<br />
o novo Hospital da Universidade de<br />
Coimbra não é, portanto, nenhum<br />
"monstro", como já lhe chamaram, em<br />
termos de dimensão.<br />
S<br />
e, conforme já foi referido, um<br />
hospital novo será em grande parte<br />
..---. o que for o seu programa, em virtude<br />
da construção seguir rigorosamente<br />
os projectos e estes deverem<br />
obedecer integralmente ao programa<br />
(independentemente dos graus de liberdade<br />
que permitem aos projectistas mostrar<br />
o seu engenho e arte), poderá<br />
afirmar-se que a programação é, efectivamente,<br />
a base sobre a qual assenta<br />
esse hospital. Sendo assim, há o maior<br />
interesse em que a elaboração dos projectos<br />
seja acompanhada ou apoiada pelos<br />
que programaram o hospital, ou seja,<br />
pelos que o idealizaram no que toca à<br />
sua composição e funcionalidade.<br />
Desconhecem-se as razões por que o<br />
• 11<br />
1 1'<br />
1l J 1<br />
1 1,<br />
; 1 : 1<br />
1 1<br />
projecto do novo Hospital da Universidade<br />
de Coimbra foi feito em Espanha,<br />
país relativamente modesto em tecnologia<br />
hospitalar no contexto europeu. A verdade<br />
é que em 1975 havia (e continua<br />
a haver hoje), em Portugal, técnicos portugueses<br />
competentes, com experiência<br />
profissional e suficiente idoneigade para<br />
elaborarem aquele projecto, e de crer<br />
que por esta razão (ou talmbém por causa<br />
dela) o Grupo de trabalho que programou<br />
o novo Hospital da Universidade<br />
de Coimbra não acompanhou a execução<br />
dos diferentes projectos parcelares<br />
que integram o projecto do Hospital. E<br />
foi pena, pois certamente se teriam evitado<br />
alguns aspectos negativos existentes.<br />
Por exemplo, a solução arquitectónica<br />
adoptada, do tipo monobloco,<br />
relativamente fechado, cruciforme e em<br />
altura não terá sido a mais feiz. A dimensão<br />
do terreno não parece ser razão suficientemente<br />
forte para não se ter optado<br />
por outra solução.<br />
J<br />
á decorreu uma dúzia de anos<br />
desde a data em que a programação<br />
do novo Hospital da Universidade<br />
de Coimbra foi elaborada.<br />
Hoje ela seria de certeza diferente, em<br />
virtude dos condicionalismos actuais<br />
serem diferentes dos de então. Novos conceitos,<br />
novas técnicas e novos equipamentos<br />
conduziriam a um programa diferente<br />
embora muitas das ideias então<br />
seguidas se mantenham ainda actuais<br />
nesta data. é certo que não há programações<br />
perfeitas. No· entanto, as criticas<br />
à programação do novo Hospital, para<br />
serem válidas, devem ser feitas atendendo<br />
ao tempo, ao lugar e aos condicionalismos<br />
então existentes.<br />
Houve a preocupação constante de se<br />
elaborar um Programa moderno susceptível<br />
de permitir que os diferentes projectos<br />
neste baseados e a ele obedecendo<br />
fossem concebidos e concretizados de<br />
forma a poderem ser satisfeitos adequadamente<br />
os objectivos do novo Hospital<br />
da Universidade de Coimbra. Todavia,<br />
doze anos é muito tempo em tecnologia<br />
hospitalar, matéria onde a obsolência<br />
técnica é muito rápida: se se aceita<br />
internacionalmente que o melhor hospitalar<br />
estará desactualizado ao fim de<br />
15 anos, é preciso aproveitar bem e desde<br />
já o novo Hospital que entrou em funcionamento<br />
há alguns meses apenas.<br />
Espera-se e deseja-se que nele se preste<br />
uma óptima assistência hospitalar e com<br />
bons índices de rendibilidade, se pratique<br />
um bom ensino e se executem trabalhos<br />
de investigação que prestigiem<br />
a Universidade de Coimbra e o País de<br />
modo a compensar-se o esforço financeiro<br />
dos portugueses neste empreendimento.<br />
O<br />
HOSPITAIS DA<br />
UNIVERSIDADE DE COIMBRA<br />
A Arte e o Saber Viajar<br />
A transferência dos HUC para as suas<br />
novas instalações colocou, a nível da gestão<br />
de uma organização de dimensões<br />
inusitadas, a questão de se saber em que<br />
medida o estereótipo tradicional da gestão<br />
hospitalar, baseada num Conselho de<br />
gerência com três ou quatro membros,<br />
responderia ao crescimento e à crise que<br />
tal crescimento acarreta, numa estrutura<br />
que se vinha mantendo, sem sobressaltos<br />
significativos, há cerca de 12 anos.<br />
Temendo-se que o aumento do espaço<br />
físico correspondesse à criação ou reforço<br />
de alguma «insularidade» dos serviços<br />
com o consequente isolamento do órgão<br />
máximo de gestão, maior afastamento<br />
entre os decisores ~ os executantes das<br />
decisões, e entre estas e a realidade,<br />
adiantou-se, na altura, uma proposta do<br />
então Gabinete Director do Novo Hospital<br />
Central de Coimbra, a qual foi matéria<br />
de um artigo publicado nesta<br />
revista (1).<br />
Tal proposta fundamentava-se na<br />
«necessidade de obter dos meios disponíveis<br />
o máximo de benefícios, o que<br />
impõe a adopção de medidas gestionárias<br />
económico-financeiras, com destaque<br />
para a planificação global e sectorial,<br />
fixação de objectivos, definição prévia<br />
de estratégias e meios de actuação e exercício<br />
sistematizado e periódico de controlo<br />
de actuação», tendo merecido a<br />
aprovação do Director-Geral dos Hospitais<br />
em despacho de 4 de Julho de 1983.<br />
PODER(ES) E GESTÃO<br />
A proposta genérica de criação de áreas<br />
intermédias de gestão, entretanto aprovada<br />
pelo Director-Geral dos Hospitais,<br />
propositadamente modesta em termos de<br />
efectivos poderes de gestão atribuídos<br />
aos Administradores de Área, constitui,<br />
no entanto, virtual ameaça às estruturas<br />
formal e informal de poder (que não<br />
de autoridade ou responsabilidade) existentes<br />
no Hospital, tendo merecido violenta<br />
contestação por parte, designadamente,<br />
do sector médico.<br />
O que estava em causa, repita-se, não<br />
era a estrutura gestionária do Hospital,<br />
mas antes a rede de poderes (pessoais,<br />
profissionais e funcionais) cuja malha,<br />
já demasiado apertada, carecia de flexibilidade<br />
para aceitar um novo potencial<br />
parceiro.<br />
Tal mal entendido resultou, fundamentalmente,<br />
dos seguintes factores:<br />
Primeiro, do entendimento infelizmente<br />
ainda usual de que a acção dos Administradores<br />
<strong>Hospitalar</strong>es se situa numa<br />
área de contra-poder sistemático, amea-<br />
çando, por isso o «Status quo» vigente.<br />
Cada vez mais, no entanto, os profissionais<br />
de saúde compreendem que a lógica<br />
da actividade gestionária se coloca, ainda<br />
que não o esqueça, num plano diverso<br />
do poder, assumindo antes a responsabilidade,<br />
a autoridade e a competência<br />
como seus corolários;<br />
Em segundo lugar, as áreas intermédias<br />
de gestão foram entendidas e, em<br />
certos círculos apresentadas, como<br />
ferindo as competências próprias dos<br />
Directores dos Serviços Clínicos, o que<br />
constituiria, de facto e de direito, uma<br />
violação do legalmente estabelecido. A<br />
·análise do conteúdo das funções dos<br />
Administradores de Área afasta, liminarmente,<br />
qualquer interpretação desse<br />
género, tanto mais que, como já se referiu,<br />
tal estatuto foi propositadamente limitado,<br />
no sentido de se diminuírem as<br />
esperadas resistências.<br />
Em terceiro lugar a tradição habituou<br />
os hospitais a somente encararem como<br />
gestor o Administrador-Principal,<br />
enquanto os restantes profissionais eram<br />
remetidos para funções de Direcção de<br />
Serviços de apoio. Ou seja, existe um<br />
«gestalt» da estrutura centralizada tradicional<br />
dos hospitais que constitui obstáculo<br />
à introdução de formas descon-<br />
NAVIGATOQ:<br />
CLA~:<br />
top executive *<br />
14<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V• N. 0 17/<strong>18</strong><br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N.º 17/<strong>18</strong><br />
15
HOSPITAIS DA<br />
UNIVERSIDADE DE<br />
COIMBRA<br />
centradas ou descentralizadas de gestão<br />
hospitalar;<br />
Por último, a renitência da aceitação<br />
do Hospital como sistema produtor de<br />
um bem económico e com largas fatias<br />
de actividade assimiláyeis à produção<br />
industrial,, potenciou a resistência ao<br />
modelo de gestão de áreas, recusando<br />
o entendimento das unidades funcionais<br />
como centros de custo e/ou de responsabilidade,<br />
com recursos, processos e<br />
produtos próprios e específicos.<br />
O PROCESSO<br />
DE TRANSFERÊNCIA<br />
Qualquer processo de ocupação de um<br />
novo espaço determina, em qualquer<br />
organismo ou sistema, um período de<br />
intensa desorientação, o qual precede a<br />
actividade de (re)-adaptação e habituação<br />
a um quadro de referências diversas<br />
das originais.<br />
Uma das ideias básicas num processo<br />
de ocupação de novos espaços por um<br />
hospital (ideia que em termos práticos,<br />
muitas vezes não passa de uma ficção)<br />
é a de que é necessário utiliz.ar tal período<br />
para eliminar os «Vícios» organizacionais<br />
existentes, usando-se as novas instalações<br />
e tecnologias como um trampolim<br />
para a implementação de processos<br />
e modos de funcionamento qualitativamente<br />
superiores aos vigentes.<br />
E se tal tarefa é relativamente fácil em<br />
relação ao processo de prestação de cuidados,<br />
dada a sua grande correlação com<br />
as instituições e equipamento, tal já não<br />
se verifica em relação ao modo de funcionamento,<br />
muito mais determinado<br />
pelos comportamentos individuais ou<br />
colectivos.<br />
Foi durante a fase de transferência,<br />
num ambiente de turbulência e alguma<br />
conflitualidade, que se recorreu aos<br />
Administradores de Área, fundamentalmente<br />
como suportes de coesão estrutural,<br />
assegurando a comunicação bidireccionaI<br />
entre as Direcções dos Serviços<br />
e o Órgão Máximo de <strong>Gestão</strong> e como<br />
moderadores do afã reivindicativo de. instalações,<br />
equipamentos e pessoal dos serviços<br />
que ameaçavam alterar significativamente<br />
a programação do hospital.<br />
Neste contexto de busca de reequilíbrios<br />
pelas unidades funcionais, 'perãnte<br />
um espaço e eq~ipamento estranhos (em<br />
termos de instalações, o salto qualitativo<br />
dado foi, certamente, significativo)<br />
se vai sedimentando a figura de Administrador<br />
de Área enquanto «facilitador»<br />
da transferência, desencadeando soluções<br />
na ocupação e adaptação de espaços, na<br />
obtenção de equipamentos, na adequação<br />
dos recursos humanos às novas exigências<br />
funcionais.<br />
A elaboração, em Novembro de 1986<br />
e pela primeira vez, dos planos de actividade<br />
e respectivos orçamentos para<br />
<strong>1987</strong>, por serviço, constituiu um momento<br />
determinante na afirmação das Administrações<br />
de Área.<br />
No decurso dos 6 meses que durou<br />
a transferência de todo o hospital foi possível<br />
ultrapassar algumas das críticas e<br />
receios iniciais, iniciando-se então um<br />
período institucioinalmente mais calmo<br />
e tendo sido, entretanto, elaborada uma<br />
primeira definição das competências dos<br />
Administradores de Área assumida pela<br />
então Comissão Administrativa.<br />
AS ÁREAS DE<br />
ADMINISTRAÇÃO<br />
- CONSTITUIÇÃO, ESTATUTO<br />
A<br />
E COMPETENCIA<br />
O critério inicial de constituição das<br />
áreas de administração privilegiava a<br />
«continuidade física» dos serviços integrados<br />
(2) ou seja, pautava-se por uma<br />
abordagem «geográfica», defendendo que<br />
«a configuração física do Hospital em<br />
matéria de distribuição dos serviços não<br />
se coadunava com critérios mais "técnico<br />
-científicos"» (2).<br />
No entanto, foi entendimento entre os<br />
administradores indigitados que o critério<br />
funcional corresponderia melhor<br />
à filosofia de criação das áreas, pelo que,<br />
após um interessante debate, se optou<br />
pela constituição de Áreas com base no<br />
critério funcional, com excepção do bloco<br />
de Celas, em que o critério geográfico<br />
determinou a constituição de uma área<br />
englobando serviços clínicos de natureza<br />
diversa e da Área V que, por razões «históricas»<br />
integra serviços muito diversos:<br />
Área I<br />
Área II<br />
Área III<br />
Área IV<br />
- Engloba todos os serviços<br />
complementares de diagnóstico<br />
e terapêutica;<br />
- Serviços de apoio clínico<br />
(Bloco operatório Central,<br />
Esterilização, Farmácia ... ) ;<br />
- Engloba os serviços de<br />
Medicina e Especialidades<br />
Médicas;<br />
- Engloba os serviços de<br />
Cirurgia e Especialidades ... ·<br />
Cirúrgicas;<br />
Área V - Engloba os serviços de<br />
Urgência, Alimentação e·<br />
Dietética, Social, Domiciliário,<br />
de Saúde de Pessoal<br />
e a Unidade de Cuidados<br />
Intensivos Polivalentes;<br />
Área VI - Bloco de Celas (Queimados,<br />
Cirurgia Plástica,<br />
Reconstrutiva e Ortopedia<br />
e Traumatologia);<br />
Área VII - Clínica Obstétrica Dr.<br />
Daniel de Matos.<br />
«O Administrador de área é um órgão<br />
de gestão intermédia, dependente, hierárquica<br />
e funcionalmente, do órgão<br />
máximo de gestão» (3) não detendo, no<br />
entanto, qualquer autoridade ou responsabilidade<br />
própria das Direcções dos Serviços.<br />
Este princípio consagra a figura<br />
do Administrador de Área enquanto<br />
órgãos de gestão intermédia, sujeito de<br />
competência, própria ou delegada pelo<br />
órgão máximo de gestão.<br />
A mesma ordem de serviço atribui a<br />
cada Administrador de Área instalações<br />
e apoio administrativo e de secretariado<br />
próprios.<br />
No desempenho das suas funções constituem<br />
relações priveligiadas do Administrador<br />
de Área, os Directores dos Serviços<br />
integrados, as Direcções dos<br />
Serviços de Apoio e o Enfermeiro Superior<br />
da Área respectiva.<br />
As competências atribuídas aos Administradores<br />
de Área, constantes da ordem<br />
de Serviço já citada, são as seguintes:<br />
Atribuições<br />
Ao Administrador de Área incumbe,<br />
fundamentalmente, providenciar no sentido<br />
de tornar mais eficaz, e eficiente<br />
o exercício, junto dos Serviços integrados,<br />
da competência dos órgãos centrais de<br />
gestão do Hospital no domínio do planeamento,<br />
programação, coordenação .e<br />
controlo e de tomar mais eficiente as ligações<br />
entre os diversos Serviços do Hospital.<br />
Competências<br />
a) Elaborar o plano anual de acção<br />
e proposta de orçamento da Área<br />
de Administração;<br />
b) Preparar, em colaboração com as<br />
Direcções dos Serviços da respectiva<br />
Área, o plano anual de acção<br />
e proposta de orçamentos de investimento<br />
e de exploração, de acordo<br />
com as' directivas' definidas pelo<br />
órgão máximo de gestão;<br />
,.<br />
e) Colaborar com as Direcções dos<br />
Serviços da respectiva Área no<br />
acompanhamento da execução do<br />
plano de acção e orçamentos;<br />
d) Acompanhar, em colaboração com<br />
as Direcções, a actividade dos respectivos<br />
Serviços, mediante a utilização<br />
de indicadores de gestão,<br />
tendo em vista a melhoria da eficiência<br />
do seu funcionamento;<br />
e) Colaborar com as Direcções dos<br />
Serviços integrados na garantia do<br />
respeito integral dos direitos que<br />
assistem aos doentes e o cumprimento,<br />
por parte destes, dos seus<br />
deveres;<br />
f) Promover, junto das Direcções dos<br />
Serviços integrados, a informação<br />
em tempo útil, das queixas ou reclamações<br />
apresentadas pelos utentes,<br />
nos termos da lei e dar-lhes o seguimento<br />
adequado;<br />
g) Promover, em colaboração com as<br />
Direcções dos Serviços, as acções<br />
necessárias a obter o melhor aproveitamento<br />
do pessoal e de rentabilização<br />
dos equipamentos;<br />
h) Promover a investigação das circunstâncias<br />
em que se verificarem<br />
acidentes com pessoal em serviço<br />
na Área, com vista a habilitar a<br />
entidade legalmente competente a<br />
classificá-los ou não como acidentes<br />
em serviço;<br />
i) Promover as acções necessárias à<br />
actualização permanente do inventário<br />
do equipamento dos Serviços<br />
integrados;<br />
j) Promover, junto das direcções dos<br />
Serviços integrados e junto dos<br />
Administradores das outras Áreas<br />
as acções necessárias à utilização<br />
·de equipamento comuns, por forma<br />
a obter-se o seu máximo aproveitamento;<br />
l) Providenciar no sentido da conveniente<br />
conservação do património<br />
dos Serviços integrados, informando<br />
os pedidos de aquisição e<br />
manutenção dos bens de inventário,<br />
e promovendo a investigação<br />
das circunstâncias em que se tenha<br />
verificado anormal deterioração ou<br />
desaparecimento de bens, nos termos<br />
da legislação em vigor;<br />
m) Controlar periodicamente os consumos<br />
dos Serviços integrados;<br />
n) Participar nas Comissões de escolha<br />
de equipamentos a adquirir pelo<br />
hospital para os Serviços integrados;<br />
o) Providenciar junto dos serviços<br />
integrados pelo envio tempestivo<br />
dos dados estatísticos aos Serviços<br />
competentes.<br />
O HOSPITAL, AS ÁREAS E OS<br />
ADMINISTRADORES<br />
Para além do efectivo desempenho de<br />
funções mais alargadas que as tradicionais<br />
direcções dos serviços de apoio pelos<br />
Administradores de Área, o que constitui<br />
uma actividade sempre gratificante,<br />
resultaram da implementação das Áreas<br />
de Administração algumas vantagens que<br />
importa não esquecer.<br />
Desde logo, tal modelo torna possível<br />
sem dificuldades de maior, o estabelecimento<br />
de objetivos de actividade<br />
por serviço e a sua necessária expressão<br />
financeira, sob a forma de orçamento<br />
sectorial. E tal facto não é dispiciendo,<br />
quando genericamente se reconhece que<br />
o planeamento a este nível é a faceta mais<br />
ausente da gestão dos hospitais portugueses.<br />
Continua a faltar, no entanto, a<br />
determinação das linhas estratégicas de<br />
desenvolvimento do hospital, que oriente<br />
a definição dos objectivos sectoriais e<br />
os prioritize e harmonize num plano global<br />
institucional tecnicamente correcto,<br />
coerente e exequível.<br />
Além disso, torna-se agora possível<br />
introduzir processos de avaliação mais<br />
amplos e eficazes e aumentar a velocidade<br />
de resposta num modelo de gestão<br />
por excepção. ,<br />
Igualmente, permite o modelo de Areas<br />
intermédias de gestão induzir e/ou acompanhar<br />
de mais perto as iniciativas de<br />
alteração ou mudança na organização e<br />
funcionamento dos serviços e fornecer<br />
às unidades funcionais a possibilidade<br />
de utilização de «Know-How» específico<br />
técnico-científico de que até agora, não<br />
dispunham.<br />
A visão institucional e integrada dos<br />
problemas do hospital que os administradores<br />
necessariamente possuem e<br />
demonstram é, no decurso dos seus frequentes<br />
contactos com os responsáveis<br />
pelos Serviços, transmitida aos receptores,<br />
alterando-se, assim, de forma paulatina,<br />
a relação egocêntrica que, tradicionalmente,<br />
as unidades funcionais<br />
mantêm com a organização hospitalar.<br />
E não é menos verdade que, destes<br />
contactos, resulta inevitavelmente e num<br />
grau que depende, em muito, da própria<br />
capacidade de cada Administrador,<br />
a reconstrução da própria imagem pública<br />
dos Administradores no universo hospitalar.<br />
Finalmente, ganhou relevância a utilização<br />
de um modelo negocial quer na<br />
definição das metas, e objectivos dos serviços<br />
quer no estabelecimento de regras<br />
de funcionaillento, modelo este integrativo<br />
e responsabilizador das partes envolvidas.<br />
E AGORA?<br />
Concluída a transferência e adquirida<br />
a velocidade de cruzeiro d0 funcionamento<br />
dos HUC, supomos que a figura<br />
de Administrador de Área se implantou<br />
16<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N.º 17/<strong>18</strong><br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N.º 17/1 8<br />
17
HOSPITAIS DA<br />
UNIVERSIDADE DE<br />
COIMBRA<br />
de forma sólida, não sem que ainda subsistam<br />
algumas interpretações distorcidas<br />
do seu papel e alguns objectivos por<br />
atingir que, numa situação extrema (por<br />
exemplo, carência de Administradores<br />
<strong>Hospitalar</strong>es) poderão determinar o esvaziamento<br />
progressivo, na prática, deste<br />
modelo de gestão e o paulatino retrocesso<br />
às formas tradicionais de gestão<br />
do hospital.<br />
Se, em relação . às Direcções dos Serviços<br />
se atingiu uma plataforma mínima<br />
de entendimento e colaboração, o mesmo<br />
não se verifica relativamente a algumas<br />
teias de poderes informais que partilham,<br />
no hospital, um espaço de intervenção<br />
em zonas cinzentas do funcionamento<br />
e organização. De fucto, tais grupos obstaculizam<br />
a intervenção dos Administradores<br />
de Área em busca da maior eficiência,<br />
eficácia e qualidade sendo<br />
determinados, fundamentalmente, por<br />
motivos de ordem corporativa, estranhos<br />
a uma visão institucional dos problemas.<br />
Por outro lado, se foram atribuídas<br />
algwnas competências aos A.A. , não lhes<br />
foram fornecidos os instrumentos ou<br />
meios necessários a exercê-las de forma<br />
determinante, designadamente no que diz<br />
respeito ao controlo e contenção de despesas<br />
com pessoal (horas extraordinárias,<br />
regime de trabalho, etc.) ou seja,<br />
exige-se aos A.A. a prossecução de d~terminados<br />
objectivos cujas variáveis eles<br />
não controlam, minimamente.<br />
Verifica-se, igualmente, que os A.A.<br />
funcionam, por vezes, como objectos de<br />
"transfer" de responsabilidade, isto é,<br />
que, perante a ineficiência ou falta de<br />
capacidade de resposta das unidades funcionais<br />
integrantes de uma área, se desresponsabiliza<br />
o seu directo responsável,<br />
imputando ao respectivo<br />
Administrador o ónus da situação.<br />
Finalmente, a dificuldade de abandono<br />
dos hábitos de forte centralismo na gestão<br />
interna do hospital determina por um<br />
lado, a diminuição de capacidade operacional<br />
do orgão máximo de gestão o<br />
qual, assoberbado por questões de gestão<br />
corrente não define as linhas estratégicas<br />
do Hospital para o futuro e, por outro,<br />
a incapacidade dos A.A. gerirem determinadas<br />
fatias de actividade dos serviços<br />
integrados e determinarem algumas<br />
das variáveis nela presentes, uma vez que<br />
CID<br />
União Fabril Farmacêutica, S. A<br />
unifa<br />
t<br />
não dispõem de necessária delegação de<br />
competências.<br />
Ao fim de apenas 9 meses de experiência,<br />
parece demonstrado que as áreas<br />
intermédias de gestão constituem um<br />
modelo aplicável nos hospitais portugue-<br />
. ses. De fucto, e designadamente nos serviços<br />
integrados em áreas cujos processos<br />
produtivos se aproximam mais dos industriais<br />
têm vindo a obter-se, num curto<br />
espaço de tempo, resultados positivos,<br />
nomeadamente no que diz respeito à utilização<br />
de equipamentos, recursos humanos,<br />
diminuição dos custos de produção<br />
e aumentos e diversificação de produção.<br />
No entanto, a não serem sanados os<br />
aspectos referidos acima, corre-se o risco<br />
de, a alguma frustação pessoal e profissional<br />
sentida pelos Administradores<br />
de Área, se vir a juntar a inoperacionalidade<br />
de um modelo cujas vantagens<br />
foram já afirmadas no terreno. O<br />
(1) - Julie Reis - "A criação de áreas intermédias<br />
de gestão nos hospitais" -<br />
Revista <strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> n. 0 2, Ano<br />
1 - Abril/Maio Junho 1983<br />
(2) - Julio Reis "Acriação de áreas intermédias<br />
de gestão nos hospitais" - Revista<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> n. 0 2, Ano 1, Abril,<br />
Maio, Junho 1983<br />
(3) - Ordem de Serviço n. 0 4/87 de 11.2.87<br />
dos H.U.C.<br />
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O CONSÓRCIO<br />
HOSPITALAR<br />
turn-key surge como uma das mais promissoras<br />
alternativas de exportação de<br />
serviços, área que está crescendo, a cada<br />
ano, no global das exportações brasileiras,<br />
reflectindo o avanço tecnológico do país<br />
em diversos campos e a sua capacidade<br />
de concorrência, em qualidade e preço,<br />
no seletivo mercado internacional.<br />
A partir de meados da década passada,<br />
o Brasil começou um processo de desenvolvimento<br />
da tecnologia hospitalar, tanto<br />
na área de arqui tectura como de engenharia<br />
e na fabricação de equipamento<br />
especializado. Nos anos 70, o Brasil<br />
importava a maior parte do equipamento<br />
utilizado em seus hospitais, o que estimulou<br />
o desenvolvimento de uma tecnologia<br />
genuinamente nacional, no<br />
âmbito de um largo processo de substituição<br />
de importações também nessa<br />
área.<br />
. Aproveitando a experiência de empresas<br />
voltadas para a área de saúde _com<br />
vários empreendimentos hospitalares realizados.<br />
nó Brasil, foi criado o Consórcio<br />
<strong>Hospitalar</strong> Brasileiro (C~) que, sob<br />
a liderança da trading do Grupo Pão<br />
de Açúcar, passou a oferecer o planejamento,<br />
O, p!pJ~to, a construção, a equipagem<br />
do hospital, o treinamento do pessoal<br />
hospitalar e a administração de<br />
empreendimentos hospitalares fora do<br />
Brasil.<br />
Institucionalizava-se, desta forma, mais<br />
um importante programa de exportação<br />
de serviços, relacionado com uma área<br />
nova: a construção de sistemas hospitalares<br />
completos no exterior, em regime<br />
"chave na mão". Em outubro de 1983,<br />
o Consórcio <strong>Hospitalar</strong> Brasileiro realizou<br />
seu primeiro empreendimento,<br />
sendo contratado pelo Ministério da<br />
Saúde Pública e Bem-Estar Social do<br />
Paraguai para a contrução do Hospital<br />
de Câncer e Queimados de Assunção.<br />
Imediatamente, foram iniciados ostrabalhos<br />
visando à construção de uma unidade<br />
hospitalar de 200 leitos, sendo 160<br />
leitos destinados ao atendimento de pessoas<br />
portadoras de câncer e 40 leitos<br />
especiali7ados para atender a pessoas vitimados<br />
por queimaduras.<br />
Técnicos especializados, pértencentes<br />
aos quadros do consórcio, se reun.iram<br />
com seus colegas do Instituto do Câncer<br />
do Paraguai para a montagem conjunta<br />
do planejamento e da execução do<br />
projecto do hospital. A construção foi<br />
iniciada em dezembro de 1983 com os<br />
serviços de terraplenagem, tendo o Consórcio<br />
<strong>Hospitalar</strong> Brasileiro subcontratado<br />
empresas de área de construção civil<br />
e mão-de-obra paraguaias, que trabalharam<br />
sob a coordenação da Tetraeng, uma<br />
das empresas componentes do consórcio,<br />
responsável pela área de construção<br />
civil.<br />
Um dos atractivos dos sistema montado<br />
pelo Consórcio <strong>Hospitalar</strong> Brasileiro,<br />
para a construção de unidade hospitalares<br />
no exterior, é que ele oferta<br />
e_mprego local. Durante a construção da<br />
unidade de Assunção, chegaram a ser<br />
oferecidos 400 empregos a operafios<br />
paraguaios, sem falar na mão-de-obra<br />
indireta, -uma contnbuição positiva para<br />
o desenvolvimento económico do Paraguai.<br />
O governo brasileiro, através da êaeex<br />
- Carteira de Comércio Exterior do<br />
Banco do Brasil, garante o apoio financeiro<br />
ao programa de exportação de serviços<br />
via construção de unidades hospitalares<br />
no exterior. No caso do Hospital<br />
de Câncer e Queimados de Assunção,<br />
o empreendimento, no valor de 25<br />
milhões de dólares, enquanto o governo<br />
paraguaio financiou os 20 por cento restantes,<br />
ou cinco milhões de dólares. A<br />
unidade hospitalar, de 15 mil metros quadrados<br />
de área construída, foi entregue<br />
em dezembro do ano passado, 24 meses<br />
após iniciada a construção.<br />
O êxito do empreendimento com o<br />
Paraguai estimula o Consórcio <strong>Hospitalar</strong><br />
Brasileiro a examinar as possibilidades<br />
da realização de negócios similares<br />
com outros países, não só da<br />
América Latina, como da África e da<br />
Europa. Para tanto, o grupo brasileiro<br />
oferece duas condições importantes: primeira,<br />
a utilização de um equipamento<br />
de tecnologia similar a de um hospital<br />
europeu, produzido pela indústria nacional;<br />
·segundo, um preço abaixo .da c<br />
llJ<br />
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'ü<br />
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DE DIAGNÓSTICO<br />
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A ESCOLHER O 'MELH<br />
20<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N.º 17/<strong>18</strong>
- -<br />
1<br />
1<br />
INI<br />
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As centrais de esterilização que fizeram<br />
o seu aparecimentos em Inglaterra<br />
durante os primeiros anos da década de<br />
50, têm vindo desde aí a desenvolver<br />
. -se e a sua instalação está nos nossos<br />
dias praticamente aceite, como sendo a<br />
solução mais correcta para dar resposta<br />
cabal ao rigor exigído para a esterilização<br />
do material médico-cirúrgico e outro, que<br />
se utiliza nos Hospitais.<br />
Tendo em vista o contributo fundamental<br />
que o material preparado e esterilizado<br />
em correctas condições representa<br />
na diminuição da infecção hospitalar, a<br />
central de esterilização é entendida como<br />
sendo um dos factores primordiais na<br />
luta contra essa mesma infecção.<br />
Mas, apesar da importância que só por<br />
si tem na luta contra a infecção hospitalar,<br />
são hoje também reconhecidos às<br />
centrais de esterilização, objectivos, mais<br />
vastos que são indubitavehnente de grande<br />
importância na gestão hospitalar, tendo<br />
em vista uma correcta rentabilização. É,<br />
estamos certos, por estas razões que se<br />
observa uma grande receptividade por<br />
parte de administradores e outros responsáveis<br />
hospitalares, na instalação de<br />
centrais de esterilização.<br />
Algumas destas unidades existentes<br />
entre nós, já se encontram a funcionar<br />
com dinamismo e interesse pelas "novas<br />
técnicas de esterilização" incluindo a<br />
moderna técnica de empacotamento.<br />
Estes aspectos, apesar de serem de grande<br />
importância, não serão tratados detalhadamente<br />
neste pequeno trabalho, por<br />
estarmos convencidos que o tema em<br />
questão, "Centrais de Esterilização",<br />
merece só por si um tratamento individualizado<br />
e com algum destaque, espe-<br />
Engenheiro Técnico do Departamento de Electromedicina<br />
do S.U.C.H.<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N.º 17/<strong>18</strong><br />
rando conseguir com o nosso modesto<br />
trabalho, despertar o interesse que o tema<br />
em nossa opinião merece.<br />
Querici desde já alertar, apesar do<br />
avanço verificado !l.O lançamento das Centrais<br />
de Esterilização, que os nossos hospitais<br />
estão, quanto a nós, longe de terem<br />
a funcionar centrais de esterilização na<br />
verdadeira dimensão do termo "central"<br />
e bastante longe ainda se está, da grande<br />
central "Unidade Industrial" que já aparece<br />
a apoiar alguns centros hospitalares<br />
da Europa e que tanto quanto julgamos<br />
e podemos imaginar, será a<br />
verdadeira solução do futuro, graças às<br />
modernas tecnologias dos equipamentos<br />
e das embalagens utilizadas em esterilização.<br />
OBJECTIVOS DAS CENTRAIS<br />
DE ESTERILIZAÇÃO<br />
Desenvolveremos, seguidamente, os<br />
objectivos que devem ter as centrais de<br />
esterilização, tendo em atenção os meios<br />
disponíveis e os critérios de centralização<br />
a que devem obedecer.<br />
Redução da Infecção<br />
Dadas as técnicas de descontaminação,<br />
lavagem, preparação, embalagem,<br />
esterilização, armazenamento e controle<br />
utilizadas, são criadas as condições indispensáveis<br />
a uma maior segurança e conforto<br />
do doente e do pessoal hospitalar,<br />
reduzindo-se o risco de infecção e consequentemente<br />
a redução dos dias de<br />
internamento, visto que essas infecções<br />
são causadas muitas vezes por deficientes<br />
normas de limpeza e inadequadas manipulações<br />
dos materiais.<br />
Permitir uma correcta gestão<br />
e material esterilizado<br />
A centralização, permite um controle<br />
dos gastos de material esterilizado pelos<br />
vários serviços, dispondo de importantes<br />
elementos para a gestão económica. Nestes<br />
termos é possível à central de esterilização<br />
estudar conjuntamente com os<br />
serviços, as formas mais correctas e económicas<br />
de utilizar o material esterilizado,<br />
sem todavia pôr em causa a qua-<br />
1 idade do produto oferecido aos<br />
utilizadores.<br />
Permite uma diminuição considerável<br />
de equipamentos e o correcto<br />
aproveitamento do existente<br />
A centralização permite reduzir consideravelmente<br />
o número de equipamento<br />
tendo em conta que todas as tarefas são<br />
executadas numa só área. Esta situação<br />
conduz a menores investimentos de instalação<br />
e diminuição nas despesas de<br />
exploração, além de permitir um mais<br />
rentável aproveitamento do equipamento<br />
existente, tendo em conta que poderá utilizar<br />
todo o período de trabalho que<br />
poderá ser, se necessário, por turnos de<br />
24 horas/dia.<br />
Pennitir a utimação de critérios únicos<br />
nas técnicas e normas de esterilização<br />
Facilmente se compreenderá que,<br />
sendo o material preparado e esterilizado<br />
num só local e sobre uma só direcção,<br />
23
AS CENTRAIS<br />
DE ESTERILIZACÃO ,<br />
obedecerá a um só critério quer de preparação<br />
quer de esterifuação, com todas<br />
as vantagens daí resultantes para o pessoal<br />
hospitalar, que de outra forma ficará sempre<br />
na dependência de definição de critérios<br />
dados pelos responsáveis dos serviços.<br />
Permitir a utilização<br />
de pessoal profissionalizado<br />
na área da esterilização<br />
Dado que o pessoal que trabalha na central<br />
está permanentemente em contacto<br />
com as técnicas e os equipamentos, é<br />
possível adquirir um conhecimento adequado<br />
e sempre actualizado no campo<br />
da esterilização. Com o seu campo de<br />
actuação bem definido é possível adquirir<br />
uma profissionalização adequada e indispensável.<br />
Permitir uma correcta stockagem de<br />
material estéril, quer no hospital quer<br />
nos serviços.<br />
Para o correcto funcionamento da central<br />
é indispensável definir os stocks do<br />
material estéril, quer na própria central<br />
quer nos serviços.<br />
Esta definição que poderá demorar<br />
algum tempo a conseguir, é no entanto<br />
indispensável e possível dados os elementos<br />
estatísticos que ao cabo de algum<br />
tempo a central tem reunidos.<br />
Na posse destes elementos torna-se<br />
relativamente fácil proceder às correcções<br />
julgadas convenientes e ajustar com<br />
rigor as stockagens de material estéril<br />
indispensável para o funcionamento sem<br />
sobressaltos, dos vários serviços (clientes)<br />
e concerteza com grande economia de<br />
material.<br />
l\!rmitir a utilização de nonnas de funcionamento<br />
e critérios de organização<br />
tendo em vista um maior rendimento<br />
e productividade<br />
Como unidade de produção que é, a<br />
central terá que se preocupar com a rentabilidade<br />
dos meios humanos e materiais<br />
de que dispõe, de modo a poder<br />
fornecer o produto acabado (material<br />
estéril) nas melhores condições quer técnicas<br />
quer económicas. Por isso deverá<br />
ter sempre presente a adopção das mais<br />
correctas normas de funcionamento e<br />
organização, devendo por isso, e com<br />
base na experiência, procurar continuamente<br />
a melhoria dos seus serviços.<br />
Criar um núcleo de trabalho onde se<br />
pode desenvolver um bom programa<br />
de ensino<br />
É possível desenvolver um bom programa<br />
educacional na central relativamente<br />
a técnicas de assépsia e preparação<br />
de material, mas também é<br />
desejável e possível alargar essa acção<br />
de ensino a todos os profissionais de<br />
saúde na esfera de influência da central<br />
no que se refere à correcta utilização do<br />
material esterilizado.<br />
ORGANIZAÇÃO DA CENTRAL<br />
DE ESTERILIZAÇÃO<br />
Localização<br />
Ao dar início ao estudo de implantação<br />
de uma central de esterilização, devemos<br />
ter presente a sua localização. Assim<br />
esta deverá estar localizada com fácil<br />
acesso ou proximidade dos fornecedores<br />
(levandaria, rouparia, armazém, serviços<br />
hospitalares e laboratórios de controle)<br />
e igualmente dos clientes (serviços<br />
hospitalares).<br />
Assim sendo e como não é possível<br />
localizar a central próximo de todos os<br />
serviços, devemos ter em especial atenção<br />
o féail acesso ou a proximidade dos grandes<br />
fornecedores e consumidores (Levandaria,<br />
Bloco Operatório, Banco de<br />
Urgência, etc.).<br />
Dimensão<br />
Para a definição das áreas e dos equipamentos<br />
necessários ao correcto funcionamento<br />
de uma central de esterilização,<br />
é normal tomarmos como base<br />
o número de camas hospitalares que pretendemos<br />
fornecer de material estéril.<br />
No entanto, devemos igualmente ter<br />
preocupação de analisar outros elementos<br />
disponíveis, tais como o tipo de embalagem<br />
utilizado, se é intenção da administração<br />
privilegiar a utilizaçõ de material<br />
de utilização múltipla, ou se pelo<br />
contrário vai ser utilizado preferencialmente<br />
o material de utilização única, o<br />
volume operatório previsto, etc,.<br />
Com estes elementos disponíveis será<br />
possível definir com algum critério a área<br />
e o equipamento necessário à central .<br />
Vários autores indicam para a necessidade<br />
de material esterilizado valores<br />
compreendidos entre os 10 e os 20 litros<br />
por dia e por cama.<br />
No entanto, o estudo de um caso concreto<br />
e tendo como base os elemenos<br />
atrás referidos conduzem a números mais<br />
correctos.<br />
Assim a quantidade de litros ou metros<br />
cúbicos de material estéril consumidos<br />
diariamente, permitem definir o equipamento<br />
necessário: número de autoclaves<br />
e sua dimensão, quantidade de máquinas<br />
de lavar material cirúrgico e de<br />
processamento de luvas e sua capacidade,<br />
assim como o restante equipamento.<br />
A capacidade do Armazém de material<br />
estéril, será definida tendo em atenção<br />
não só o consumo diário do material mas<br />
tendo também em conta o valor dos<br />
stocks julgados convenientes pelos responsáveis<br />
hospitalares que tem a ver com<br />
o tipo de horário que irá ser adaptado<br />
para a central.<br />
Distribuição de zonas na central<br />
A central deverá estar subdividida em<br />
várias zonas, tendo em vista a função<br />
de cada uma delas.<br />
Assim teremos:<br />
1 - Recepção de material sujo (ferros,<br />
vidros e borrachas).<br />
2 -Recepção de material limpo (têxteis).<br />
3 - Descontaminação.<br />
4 - Lavagem (ferros, vidros e material<br />
diverso).<br />
5 - Processamento de luvas (lavagem,<br />
secagem e empoamento).<br />
6 - Verificação de têxteis.<br />
7 - Preparação (empacotamento).<br />
8 - Esterilização (localização de autoclaves<br />
e vapor e fom1aldeído).<br />
9 - Esterilização (localização de câmaras<br />
de esterilização e ventilação a<br />
óxido de etileno).<br />
10 - Armazém de esterilizados (inclui<br />
o armazém de material de utiliza- 11<br />
ção única) .<br />
11 - Armazém de material cirúrgico de<br />
apoio à esterilização (arsenal cirúrgico).<br />
12 - Armazém de apoio à esterilização<br />
(embalagem material de penso e<br />
outro) .<br />
13 - Lavagem e desinfecção de carros<br />
de transporte de material .<br />
14 - Gabinete administrativo.<br />
15 - Gabinete do responsável.<br />
16 - Vestiários e instalações sanitárias.<br />
17 - Sala do pessoal.<br />
De acordo com o movimento das<br />
várias zonas, assim se definirá a sua área.<br />
No entanto, podemos, para dar uma ideia,<br />
indicar que em termos de percentagem<br />
da área total, das várias zonas ou grupo<br />
de zonas será aproximadam ente a<br />
seguinte:<br />
Zonas 1-2-3-4 - Aproximadamente 25 %<br />
da área total.<br />
Zonas 5-6-7 - Aproximadamente 30 %<br />
da área total.<br />
Zonas 8-9-10-11-12 -<br />
30 % da área total.<br />
Aproximadamente<br />
Zonas 13-14-15-16-17 -<br />
15 % da área total.<br />
Aproximadamente<br />
No estabelecimento e localização de<br />
cada uma das zonas atraS referidas, deverá<br />
ser preocupação criar circuitos perfeitamente<br />
definidos de forma a não haver<br />
cruzamentos entre os materiais infectados,<br />
sujos, limpos e esterilizados.<br />
Definidas que foram as várias zonas,<br />
iremos seguidamente definir a função de<br />
cada uma delas.<br />
Função de cada uma das moas da central<br />
de esterilização.<br />
Recepção de material sujo.<br />
Os ferros, vidros e borrachas· deverão<br />
ser recolhidos nos serviços utilizadores<br />
por pessoal da central de estirilização,<br />
em horário bem definido e de<br />
acordo com o interesse geral (central e<br />
serviços).<br />
O material deverá vir acondicionado<br />
em recipientes próprios, construídos em<br />
material resistente de forma a evitar serem<br />
perfurados por quaisquer utensílios ponteagudos,<br />
devendo igualmente permitir<br />
um fecho hermético, de forma a que toda<br />
a operação de recolha corra sem incidentes,<br />
não permitindo qualquer tipo de<br />
contaminação.<br />
Quando o horário defindo para a recolha<br />
de material ocasione esperas prolongadas<br />
deste nos serviços,ele deverá ser<br />
colocado nos recipientes descritos, mas<br />
mergulhado numa solução desinfectante,<br />
de forma que a descontaminação tenha<br />
lugar de imediato. Esta operação igualmente<br />
irá evitar que a matéria orgânica<br />
seque sobre o material, criando dificuldades<br />
na lavagem. _<br />
Os recipientes descritos são conduzidos<br />
à central em carros fechados destinados<br />
somente a este efeito ou então poderão<br />
ser utilizados para distribuição de material,<br />
depois de lavados e desinfectados<br />
em zona da central convenientemente<br />
equipada para o efeito.<br />
Recepção de material limpo.<br />
Os têxteis vindos da lavandaria e o<br />
material de penso vindo do armazém,<br />
dão entrada na central de esterilização<br />
por este local.<br />
Descontaminação<br />
É neste local da central que se procede<br />
à abertura dos recipientes vindos<br />
do~ serviços com mateial sujo (infectado).<br />
e aqui e antes da sua triagem (separação<br />
por tipos) que se irá efectuar a descontaminação.<br />
A descontaminação pode ser efectuada<br />
pela acção de agentes de desinfecção ou<br />
esterilização e é uma operação prévia<br />
que tem como objectivo reduzir o número<br />
de germes existentes no material de forma<br />
a diminuir o risco de contaminação no<br />
pessoal da central que o irá manipular<br />
quando efectuar a triagem e posteriormente<br />
o conduzir para a zona de lavagem.<br />
Lavagem<br />
Os ferros, vidros e res.tante material,<br />
com excepção das luvas cirúrgicas, são<br />
24<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N.º 17/<strong>18</strong><br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N.º 17/<strong>18</strong><br />
25
AS CENTRAIS<br />
DE ESTERILIZACÃO<br />
;<br />
lavados em máquinas próprias, tipo<br />
doméstico ou em túneis de lavagem,<br />
sendo a sua capacidade definida de<br />
acordo com a quantidade de material a<br />
tratar. Deste modo poderemos no final<br />
dos ciclos dispôr do material seco e em<br />
perfeitas condições de seguir para a wna<br />
de preparação.<br />
Estas zonas de lavagem deverão dispôr<br />
igualmente de máquinas de lavar por<br />
ultra-sons, de modo a que o material de<br />
mais difícil lavagem possa ser sujeito a<br />
uma lavagem prévia por ultra-sons, de<br />
forma a desagregar a matéria orgânica<br />
que contém. Igualmente deverá ser prevista<br />
uma wna de lavagem manual, equipada<br />
com sistema de pressão e adaptadores<br />
para a lavagem de artigos onde os<br />
outros sistemas são ineficazes.<br />
Processamento de luvas<br />
Após a triagem, as luvas cirúrgicas<br />
-------·- - -·<br />
serão enviadas para a zona de lavagem,<br />
secagem, testagem e empoamento, onde<br />
em máquinas próprias e de capacidade<br />
em função das necessidades serão desenvolvidas<br />
todas as operações descritas.<br />
Aproveitamos para referir que o<br />
empoamento das luvas não deverá ser<br />
feito com substâncias que não sejam<br />
hidrosolúveis, caso do talco, por as mesmas<br />
não serem esterilizadas pela acção<br />
do vapor saturado.<br />
O empoamento deverá ser feito com<br />
substâncias hidrosolúveis, caso do amido<br />
de milho, sendo estas esterilizadas pela<br />
acção do vapor saturado.<br />
Verificação de têxteis<br />
As roupas vindas da lavandaria e antes<br />
de serem entregues na zona de preparação,<br />
deverão ser cuidadosamente verificadas<br />
de modo a que seja evitado que<br />
transitem aquela zona, roupas manchadas<br />
ou rotas, ou que de qualquer modo não<br />
ofereçam as condições julgadas indispensáveis<br />
para entrarem na cadeia de preparação<br />
para a esterilização.<br />
Após a verificação procede-se à dobragem<br />
da roupa de acordo com as normas<br />
estebelecidas, seguindo esta de imediato<br />
para a zona de preparação.<br />
Preparação.<br />
Esta zona, que também é designada<br />
por empacotamento, é a zona nevrálgica<br />
de toda a cadeia de produção.<br />
Será aqui que tomará forma o tipo de<br />
embalagem adaptado para cada uma das<br />
utilizações, bem como serão produzidos<br />
todos os tipos de composições previamente<br />
definidos entre a central e os utilizadores,<br />
destinando-se cada uma delas<br />
a um acto médico.<br />
No entanto, deverá ser referido que<br />
para a rentabilização de uma unidade de<br />
produção, como deve ser uma central<br />
de esterilização, há toda a vantagem que<br />
seja produzido o número mínimo de artigos,<br />
de forma a não se dar a pulverização<br />
da produção com todas as desvantagens<br />
daí resultantes para a cadeia de<br />
produção.<br />
Assim, é de fundamental importância<br />
um estudo criterioso e detalhado das<br />
necessidades dos clientes a servir e simul-<br />
EUROGUARDA<br />
UMA COMPANHIA PORTUGUESA<br />
COM EXPERif:NCIA INTERNACIONAL<br />
ASSOCIADA DO<br />
SECURITAS999<br />
Grupo Quatro Securitas - Serviços e Tecnologia de Segurança. S.A.<br />
taneamente que estes sejam sensibilizados<br />
para o que representa, em termos de ren<br />
. tabilidade da central e do próprio hospital,<br />
a standardização das embalagens.<br />
Definidos que sejam estes critérios e<br />
aceites por todos os interessados, a central<br />
poderá apresentar de uma forma padronizada<br />
os materiais de duas formas:<br />
- Isolados, embora em quantidades<br />
variáveis<br />
ou<br />
- Agrupados, embora o conjunto de<br />
material reunido de destine a um só acto<br />
médico.<br />
Referiremos de seguida os tipos de<br />
embalagens produzidas, bem como as<br />
vantagens e inconvenientes que cada um<br />
dos tipos apresenta.<br />
No entanto, dada a importância deste<br />
problema, faremos aqui uma breve chamada<br />
de atenção para o que representa<br />
em esterilização a embalagem.<br />
Assim, poderemos dizer que não basta<br />
esterilizar os materiais e os equipamentos,<br />
há que mantê-los estéreis até ao momento<br />
da utilização e esta condição está directamente<br />
relacionada com o tipo de embalagem<br />
utilizado.<br />
Nestes termos, só dois tipos de embalagem,<br />
garantem a segurança de esterilização<br />
desejada.<br />
São eles: embalagem semi-dura e a<br />
mole.<br />
Embalagem semi-dura<br />
Este tipo de embalagens, utilizado para<br />
servir de suporte a cargas pesadas (ferros<br />
cirúrgicos ou equipamentos) pode ter<br />
duas versões: ou caixas de cartão perfurado<br />
ou tabuleiros metálicos perfurados.<br />
Como envoltório exterior é utilizado<br />
ou o pano ou o papel; qualquer dos processos<br />
é seguro. No entanto o material<br />
acondicionado em envoltório de papel<br />
especial para esterilização mantém o<br />
material esterilizado por um período mais<br />
longo, podendo atingir um tempo de validade<br />
até seis s_emanas. Os envoltórios<br />
de pano que devem ter 100 fios/cm2, não<br />
mantêm o material estéril ao local do·<br />
armazenamento. Podemos dizer que entre<br />
os dois tipos de envoltórios o papel é<br />
o mais seguro.<br />
Embalagem Mole<br />
A embalagem mole é o pacote de papel<br />
especial de esterilização, e destina-se a<br />
cargas leves (têxteis, borrachas, plásti-<br />
cos e pequenos instrumentos cinírgicos);<br />
é a mais segura embalagem de esterilização,<br />
pois pode ser selada, ficando perfeitamente<br />
estanque. O material pode ficar ·<br />
armazenado durante longos períodos de<br />
1 ano em embalagens simples ou dois<br />
anos em embalagem dupla. Esta embalagem<br />
pode ser em sacos totalmente de<br />
papel, ou papel numa face e plástico na<br />
outra. Este tipo de embalagem mista<br />
(papel e plástico) é utilizado quando se<br />
torna necessário visualizar o material contido<br />
no interior da embalagem.<br />
Qualquer ambalagem de material esterilizado,<br />
deverá conter as seguintes indicações:<br />
- Data de esterilização<br />
- Data limite de validade<br />
- O tipo de material que contém<br />
- Uma refereência que identifique<br />
facilmente a embalagem com o aparelho,<br />
onde foi estiliza.da e o número de<br />
ordem da esterilização.<br />
Seja qual for o tipo de embalagem utilizada,<br />
ela nunca deverá exceder as<br />
seguintes dimensões 30X30x50 cm, respectivamente<br />
largura X altura X comprimento.<br />
Esterilização, vapor, formaldeído.<br />
É neste local que se instala todo o equipamento<br />
destinado a realizar a esterilização,<br />
devendo a sua configuração e<br />
espaço estar de acordo com os autoclaves<br />
que aí são instalados, tendo em conta<br />
a sua capacidade definida pelos parâmetros<br />
já referidos. No entanto um outro<br />
aspecto a ter em conta é o tipo de equipamento<br />
escolhido, podendo a opção dos<br />
responsáveis recair em autoclaves de um<br />
ou duas portas (de travessia). Do ponto<br />
de vista de características técnicas para<br />
o ciclo de esterilização estes equipamentos<br />
são idênticos. No entanto, a vantagens<br />
que o autoclave de duas portas apresenta<br />
em relação ao de uma tem a ver<br />
com uma definição muito clara dos circuitos<br />
de material, poia a entrada deste<br />
antes de estar esterilizado, tem, lugar pela<br />
zona não estéril e a saída do autoclave<br />
depois de esterilizado, dá-se directamente<br />
para a zona de armazenamento do material<br />
estéril.<br />
Assim é possível estabelecer, uma organização<br />
muito rigorosa, ao nível de circuitos<br />
de material dentro da área de esterilização.<br />
Uma das causas apontadas com grande<br />
frequência para o insucesso da esterilização,<br />
é o acondicionamento do ma.teria!<br />
no interior dos autoclaves. Apontaremos<br />
seguidamente, e sem grande<br />
detalhe, os aspectos mais significativos<br />
a que deve obedecer esta operação.<br />
Devemos ter sempre presente que o<br />
objectivo a ter em vista, é criar as condições<br />
no interior da câmara de esterilização<br />
de tal forma que o agente de esterilização<br />
(vapor saturado, formaldeído<br />
ou óxido de etileno), contacte francamente<br />
ou penetre caso estes sejam porosos,<br />
nos materiais a esterilizar, além disso,<br />
devem ser igualmente criadas as condições<br />
para que o ar possa ser retirado do<br />
interior das embalagens e dos materiais.<br />
Para isso devem ser respeitadas as<br />
seguintes regras :<br />
- Os pacotes contendo material têxtil<br />
deverão ser colocados de tal modo<br />
que as dobras de roupa fiquem no<br />
sentido vertical.<br />
- Os instrumentos cirúrgicos deverão<br />
ser colocados em tabuleiros de<br />
aço inox perfurados ou em caixas<br />
de cartão igualmente perfuradas.<br />
- Os recipientes, caso de bacias, tabuleiros,<br />
etc. , devem ser colocados<br />
de lado de modo a permitir o contacto<br />
franco do vapor, ao mesmo<br />
tempo que se impossibilitará a criação<br />
de bolsas de ar no seu interior<br />
bem como a criação de condensados.<br />
- Os frascos ou biberons, deverão ser<br />
colocados de boca para baixo pelas<br />
mesmas razões descritas anteriormente.<br />
- As luvas, devem ser empoadas previamente<br />
e colocadas também no<br />
sentido vertical de forma a não se<br />
criarem obstáculos à extracção do<br />
ar e à penetração do vapor.<br />
Referiremos ainda a necessidade de<br />
não carregar demasiadamente os autoclaves,<br />
pois tal prática dificultará a extracção<br />
do ar e a penetração de vapor.<br />
O acondicionamento das embalagens<br />
de esterilização no interior das câmras<br />
poderá ser feito manualmente em estruturas<br />
de carga concebidas para o efeito,<br />
ou de modo mecanizado em mesa provida<br />
de tapete rolante. Qualquer das soluções<br />
é do ponto de vista técnico perfeitamente<br />
correcta, dependendo a escolha<br />
de cada uma delas de factores que só<br />
terão a ver com o grau de mecanização<br />
que se pretende dar à central.<br />
Conscientemente e até ao mesmo, não<br />
referi a possibilidade da esterilização pelo<br />
ar quente. Seria neste local da central<br />
de esterilização, caso existissem estufas<br />
(Continua na página 29)<br />
26<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano .V • N.º 17/<strong>18</strong><br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N. 0 17/<strong>18</strong><br />
27
R~~ Ca$tilho, 75•8.0, Esq.~ +.· i200 LISBOA- PORTÍJGAl/ • Phone (01) 52 65 70 /<br />
. , . , Tel,ex 16751 PLANCO P - Telefax 351/I/57 03 20 ·, · ·<br />
. ... -~- . ' . -~----· - .; , -~-- '-·<br />
(Continuação da página 27)<br />
de esterilização, que elas estariam instalados.<br />
No entanto, é minha convicção<br />
que este equipamento não pode ter lugar<br />
na moderna central de esterilização.<br />
Justifico este ponto de vista, pelas limitações<br />
que este processo de esterilização<br />
tem, no que diz respeito quer ao tipo<br />
de embalagem utilizado, quer ao material<br />
que pode esterilizar e ainda porque<br />
todo o processo é tecnicamente falível.<br />
E como sabemos, em esterilização não<br />
há que correr riscos.<br />
Esterilização, óxido de etileno.<br />
A instalação da área destinada ao equipamento<br />
de óxido de etileno, e dadas as<br />
propriedades deste agente de esterilização,<br />
deverá estar separada fisicamente da área<br />
de esterilização pelo vapor. Aqui, além<br />
do equipamento de esterilização deverá<br />
também ser instalado o equipamento de<br />
arejamento, visto o material dever ser<br />
arejado antes de passar ao armazém de<br />
esterilizados.<br />
Neste local, deverão ser criadas con<br />
'dições especiais de ventilação e a temperatura<br />
não pode exceder em nenhum<br />
caso valores superiores aos 30.ºC.<br />
Quando as câmaras de esterilização<br />
utilizadas são de grandes dimensões e<br />
las quantidades de óxido de etileno utilizado<br />
são apreciáveis, devem ser montados<br />
equipamentos de detecção de O.E.<br />
:no ambiente, a fim de ser eliminada a<br />
possibilidade de se trabalhar com valores<br />
de O.E. no ambiente, superiores aos jul-<br />
1 •<br />
gados convementes.<br />
Armazém de material estéril e distribuição.<br />
É aqui que todo o material produzido<br />
. na central e até o já adquirido estéril<br />
:material de utilização única) deverá ser<br />
·acondicionado até ao momento de ser<br />
1distribuído para os vários utilizadores.<br />
'A capacidade do armazém de esterilizados<br />
deverá ser tal que garanta o normal<br />
funcionamento dos vários serviços<br />
hospitalares pelo menos durante um<br />
período de três dias. No entanto, esta<br />
definição é variável de central para central<br />
e depende fundamentalmente da perspectiva<br />
dos responsáveis, quanto ao horá-<br />
. rio_ de trabalho é! adoptar.<br />
A função desta á~r-ea_.,_,do--e_tr_a~b-a~lh-o~,-n-ã-õ1<br />
deve ser só de stockagem de material,<br />
1<br />
esterilizado, mas deverá também manter<br />
uma permanente vigilâneia sobre as<br />
1 condições de armazenamento existente<br />
'e sobre os prazos de validade dos arti<br />
,gos armazenados, fazendo-os voltar à:<br />
esterilização, quando estes atinjam o fim<br />
do prazo de validade. Outra das responsabilidades<br />
deste sector é fazer uma correcta<br />
gestão de stock, providenciando<br />
atempadamente a sua reposição antes da<br />
rotura. O armazém fará portanto à zona<br />
de preparação, as requisições dos materiais<br />
julgados convenientes, de forma a<br />
poder atender todos os pedidos que lhe<br />
chegam dos serviços. Claro está, que<br />
material existe onde o consumo é de tal<br />
maneira regular que esta precaução não<br />
tem que existir.<br />
É ainda o armazém, de esterilizados<br />
que envia periodicamente ao Laboratório<br />
de apoio, amostras para serem verificadas<br />
microbiologicamente, bem como procede<br />
ao controle dos testes químicos e microbiológicos<br />
desenvolvidos para testarem<br />
as condições de segurança do equipamento.<br />
Compete finalmente ao armazém, dis<br />
, tribuir o material estéril, pelos serviços<br />
hospitalares e de acordo com as necessidades<br />
destes, previamente definidas.<br />
Ao nível dos serviços há um stock de<br />
material para as 24 ou 48 horas que será<br />
completado todos os dias úteis, ou noutro<br />
esquema acordado entre a central e os<br />
serviços.<br />
Armazém de material cirúrgico.<br />
A existência de um armazém de material<br />
cirúrgico é indispensável, pois tornar<br />
-se necessário ter material facilmente<br />
acessível de forma a proceder a substituições<br />
quando se verifica que o material<br />
recolhido está deteriorado e não oferece<br />
por isso a qualidade exigida.<br />
Alguns responsáveis de centrais de<br />
esterilização defendem, e nós concordamos,<br />
que todo o material cirúrgico<br />
1<br />
deverá ser gerido pela central. No<br />
1 entando, esta opção tem mais a ver com<br />
critérios e sensibilidades locais do que<br />
propriamente com a correcta gestão da<br />
central de esterilização.<br />
Zonas de apoio.<br />
Estão englobadas nesta designação, as<br />
restantes áreas que faltam definir e apesar<br />
da importância que têm no correcto fimcionamento<br />
da central, não têm funções<br />
específicas para além das contidas na própria<br />
designação.<br />
PESSOAL<br />
Direcção<br />
Não se pretende aqui o p~rfil d,2~<br />
ponsavel por esta unidade de produção<br />
que apesar das suas especificidades<br />
poderá, e de uma forma mais ou menos<br />
grosseira, ser comparada a uma unidade<br />
industrial, instalada dentro do hospital<br />
ou fora dele, mas em qualquer dos casos<br />
em franca união com a realidade hospitalar.<br />
Desta forma pensamos que o responsável<br />
deverá ter as condições seguintes:<br />
- Grande experiência hospitalar.<br />
- Profundos conhecimentos em esterilização<br />
e suas técnicas.<br />
- Bons conhecimentos em organização<br />
e métodos de trabalho.<br />
- Conhecimentos de Normalização.<br />
- Conhecimentos de gestão de pessoal.<br />
Na realidade do nosso País o profissional<br />
que no hospital melhor reúne os<br />
quesitos apontados, será sem dúvida um<br />
elemento da carreira de enfermagem.<br />
Temos no entanto, conhecimento que<br />
noutros países nem sempre foi a solução<br />
encontrada.<br />
Referiremos que é de toda a conveniência,<br />
para manter a operacionalidade<br />
desta unidade de produção, ele depender<br />
directamente dos orgãos de administração<br />
hospitalar, pois só assim será<br />
possível obviar às demoras na resolução<br />
dos problemas que a verificarem<br />
-se podem pôr em risco todo o êxtio que<br />
se pretende alcançar com o esquema proposto.<br />
O pessoal executante.<br />
O pessoal executante que integra a central<br />
de esterilização não deverá ser pessoal<br />
oriundo da carreira de enfermagem.<br />
Desta carreira bastará ser somente o pessoal<br />
responsável pelas várias secções da<br />
central de esterilização .<br />
O restante pessoal deverá ser preparado<br />
convenientemente para as tarefas<br />
que tem que executar, isto é, terá que<br />
ser profissionalizado.<br />
Deverá conhecer profundamente o<br />
papel que representa ao nível hospita- .<br />
lar a esterilização, empenhando-se por<br />
isso para que sejam atingidos os objectivos<br />
desejados.<br />
O número de pessoas que devem integrar<br />
a central de esterilização é variável<br />
e dependerá fundamentalmente do<br />
número de camas a atender, das valências<br />
do hospitala e do grau de mecani- 1<br />
zação que a central dispõe. O<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N.º 17/<strong>18</strong><br />
29
CILAS<br />
Laser médico<br />
1<br />
::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::<br />
:.·•.:••<br />
=:.<br />
• • •<br />
:::::: ::: : : : : : : :::: : : : ;: ::::::: : :::: : ::: : :: ::: :::::::::: :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: ::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::.......<br />
·: =:·.· ....·::...::::: .. ;:::: ..:·...........<br />
=~:::::::::::~:::::·:::::·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:·:~=~=~=~=~=~=~=·=~=~=~=~=~=~=~=~=~=~=====!===!::::::::::::::::::::<br />
. . .<br />
Nd-YAG<br />
Nd-YAG<br />
Utilizacões em:<br />
•<br />
Gastroenterologià<br />
Broncologia<br />
Urologia<br />
Cancerologia<br />
Dermatologia<br />
Cardiologia<br />
Cirurgia Vascular<br />
Cirurgia Visceral<br />
C02<br />
Utilizacões em:<br />
.<br />
Neurocirurgia<br />
Cirurgia Óssea<br />
Cirurgia Articular<br />
Cirurgia Plástica<br />
Odontoestomatologia<br />
Protologia<br />
ORL<br />
Dermatologia<br />
hemoportuqal<br />
Rua Filipe da Mata, 66<br />
1600 LISBOA<br />
Telefs: 76 44 14 • 76 45 13 • 76 45 98<br />
Telex: 64848 HEMO P<br />
SERVIÇOS TÉCNICOS • loja<br />
RECEPÇÃO/SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS • 3. 0<br />
SERVIÇOS COMERCIAIS • 4. 0 e 5. 0 andares<br />
andar<br />
1<br />
~·<br />
"""<br />
DESLOCAÇAO DE<br />
ADMINISTRADORES<br />
AOS E.U.A.<br />
lntregrada no Curso de Métodos<br />
de Engenharia Industrial aplicados<br />
aos Hospitais, a decorrer<br />
no âmbito da Direcção Geral dos<br />
Hospitais e da responsabilidade<br />
da Universidade de Wisconsin,<br />
decorreu entre 4 e 16 de Maio,<br />
a deslocação a Madison, Wisconsin,<br />
E.U.A., de um grupo de 21<br />
Administradores <strong>Hospitalar</strong>es que<br />
frequentaram o referido curso a<br />
fim de realizarem um período de<br />
treino no U niversity of Wisconsin<br />
Hospital and Clinics.<br />
Durante o estágio, os administradores<br />
portugueses contactaram<br />
alguns serviços do UWHC num<br />
plano de formação que englobou<br />
o estudo e aplicação prática de<br />
técnicas de gestão de espaços,<br />
programação de actividades, revisão<br />
de métodos, gestão de materiais,<br />
garantia de qualidade, revisão<br />
de utilização e gestão e<br />
controlo de produtividade.<br />
Os administradores poderam<br />
ainda, tomar conhecimento do<br />
sistema americano de prestação<br />
de cuidados de saúde e de financiamento<br />
dos hospitais.<br />
Aguarde-se, agora, a divulgação<br />
do "know-how'', adquirido<br />
a todos os profissionais da carreira<br />
o que, aliás, se encontra já<br />
em preparação.<br />
Contactos da Direcção da<br />
APAH com órgãos do poder<br />
político e estruturas centrais do<br />
Ministério da Saúde.<br />
A Direcção da A.P.A.H. encetou,<br />
logo após a sua eleição, contactos<br />
com os órgãos do poder<br />
político e estruturas centrais do<br />
Ministério da Saúde, no sentido<br />
de os sensibilizar para os problemas<br />
que o sector da Saúde<br />
enfrenta e para algumas questões<br />
relativas à Carreira de Administração<br />
<strong>Hospitalar</strong>.<br />
Realizaram-se, assim, contactos<br />
com a Comissão Parlamentar<br />
da Saúde, versando, fundamentalmente<br />
a lei de gestão<br />
hospitalar, posteriormente não<br />
ratificada pelo Parlamento, e estatuto<br />
remuneratório dos Administradores.<br />
Não foi recebida qualquer resposta<br />
ao pedido de audiência formulado<br />
à Ministra da Saúde, à<br />
semelhança do que já se passava<br />
com a anterior Direcção da<br />
APAH.<br />
Verificaram-se, igualmente,<br />
reuniões de trabalho com o<br />
Director Geral dos Hospitais e<br />
com a Sub-Directora Geral do<br />
Departamento de Recursos<br />
Humanos, tendo sido abordados<br />
nomeadamente, questões relativas<br />
à Carta <strong>Hospitalar</strong>, gestão e fimc<br />
ionamento dos hospitais, estatuto<br />
remuneratório dos Administradores,<br />
realização de concursos<br />
de colocação nos hospitais, contagem<br />
de tempo de serviço aos<br />
profissionais admitidos em<br />
regime de tarefa ou t>utro, alargamento<br />
do quadro único e quotãs<br />
de descongelamento.<br />
Actividades da Association<br />
. Européenne des Directeurs<br />
D'Hôpitaux (A.E.D.H.)<br />
• VII Congresso da A. E. D. H.<br />
A A.E.D.H . anunciou a realização<br />
do seu VII Congresso em<br />
Viena nos dias 26 a 29 de Outubro<br />
de 1988.<br />
O VII Congresso da A.E.D.H.<br />
subordinar-se-á ao tema·~ construção,<br />
•a transformação e a<br />
modernização do Hospital" e terá<br />
lugar no Hotel Hilton, nos dias<br />
26, 27, e 28 de Outubro.<br />
O dia 29 será reservado ao<br />
programa cultural.<br />
A A.P.A.P. está a estudar a<br />
possibildiade de se organizar uma<br />
viagem a preços reduzidos, a fim<br />
de haver uma presença portuguesa<br />
significativa.<br />
Os sócios interessados em<br />
apresentar comunicação sobre o<br />
tema do Congresso, deverão<br />
enviar a sua participação de preferência<br />
em inglês ou francês, à<br />
Direcção da APAH, a qual, posteriormente<br />
a en.viará à Direcção<br />
da A.E.D.H.<br />
36.ª Reunião<br />
do Conselho<br />
de Administração<br />
da A.E.D.H.<br />
FSTRASBURGO, 10/04/<strong>1987</strong><br />
Realizou-se no dia 10 de Abril<br />
de <strong>1987</strong> a 36.ª Reunião do Conselho<br />
de Administração da<br />
A.E.D.H. , estando presentes<br />
representantes da República Federal<br />
da Alemanha, Itália, Noruega,<br />
Países Baixos, Suiça, Dinamarca,<br />
Austria, Espanha, Suécia, Filândia,<br />
Bélgica e França.<br />
Foram anunciadas as substituições<br />
na presidência da Associação<br />
Portuguesa dos Administradores<br />
<strong>Hospitalar</strong>es e da<br />
Associación Espanhola de Administración<br />
<strong>Hospitalar</strong>ia, sendo os<br />
cargos ocupados actualmente pelo<br />
Dr. José Maria Carlos Lopes<br />
Martins e por José Paloma, respectivamente.<br />
O representante espanhol propôs<br />
a candidatura da cidade de<br />
Pampelona para a realização da<br />
Assembleia Geral de 1989, tendo<br />
sido aceite por unanimidade dos<br />
membros do Concelho de Administração<br />
e anunciou a publicação<br />
trimestral do jornal "Hospital<br />
2000".<br />
Por dificuldades financeiras foi<br />
solicitada a demissão da<br />
A.E.D.H. da representação Irlandesa,<br />
tendo sido aceite o pedido<br />
que será submetido à apreciação<br />
da próxima Assembleia Geral a<br />
realizar de 17 a 19 do próximo<br />
mês de Setembro, em Copenhaga.<br />
Foram aprovados a acta da reunião<br />
do Conselho de Administração<br />
realizada em Hamburgo<br />
em 4 de Junho de 1986 e a proposta<br />
de revisão do orçamento<br />
para <strong>1987</strong> e apresentado o orçamento<br />
para 1988.<br />
Nesta reunião, foi proposto,<br />
igualmente, o aumento da cotização<br />
das Associações-membro<br />
para 625 FS para o ano de 1988,<br />
tendo sido decidido submeter a<br />
proposta à apreciação da próxima<br />
Assembleia Geral.<br />
1
Colóquio sobre ''Medicina e Saúde<br />
na Sociedade Portuguesa''<br />
Promovido pela Revista Critica de Ciências Sociais e pela Associação<br />
Portuguesa dos Médicos de Clínica Geral vai realizar-se em<br />
Coimbra a 2 e 3 de Outubro de <strong>1987</strong> um colóquio sobre o tema<br />
"Medicina e Saúde na Sociedade Portuguesa" com o seguinte pro-<br />
·grama:<br />
PROGRAMA:<br />
6a. Feira. 2 de Outubro<br />
15:30 - Sessão de Abertura<br />
Director da RCCS<br />
Presidente da APMCC<br />
16:00 - Tema I - O ESTADO E AS POLÍTICAS DE SAÚDE<br />
Comunicação de Boaventura Sousa Santos, Pedro Hespanha e António<br />
Gama: " O Estado e a Sociedade na Produção de Saúde"<br />
Comentários de: António Correia de Campos, Beja Santos, Maria<br />
João Rodrigues e António Branco<br />
Debate<br />
19:00 - Recepção aos participantes<br />
22:00 - Espectáculo-convívio<br />
Sábado, 3 de Outubro<br />
10:00 - Tema. II - A CIÊNCIA E A PROFISSÃO MÉDICA<br />
GESTÃO<br />
Mesa Redonda com Nuno Grande, António Barbosa, Graça Carapinheiro,<br />
Vítor Ramos e Fernando Ruivo<br />
Debate<br />
13:00 - Almoço<br />
14:30 - Tema ili- SABERES, PRÁTICAS E REPRESENTAÇÕES<br />
Comunicação de;<br />
Maria José Ferros Hespanha: "O Corpo, a Doença e o Médico:<br />
representações e práticas sociais numa aldeia"<br />
Berta Nunes: "Sobre as Medicinas e as Artes de Curar"<br />
Comentários de Raul !turra, Valentim Alferes, Mário Moura e Pedro<br />
Hespanha<br />
Debate<br />
a única revista especializada<br />
13:30 - "Uma Consulta da Medicina Popular" video comentado<br />
por A. Lourenço Fontes, Maria Irene Ramalho, Manuel<br />
Laranjeira Areia, Eduardo Mendes e José Morgado Pereira.<br />
Os pedidos de inscrição, deverão ser dirigidos à RCCS - Av.<br />
Dias da Silva, 165 - 3000 Coimbra ou à Rua Filipe Simões, 9<br />
(Vivenda Cepas) - 3000 Coimbra acompanhados da importância<br />
de 2 <br />
. ~ ~<br />
''Ô/felo )E l.I~ ]5DÁ<br />
25°· 6· &1<br />
•........... ério da Saúde<br />
não tem pohlica clara<br />
para o sector<br />
A Associação p~:Wguesa de Adminis~ore~ 1 =spital:CS . rS:<br />
0 Ministério da Saúde de não te_r u~~=o bos~ar. ~AH<br />
ctuabza<br />
saúde e defendeu a ~~tu~ao uadros de pessoal está<br />
afinnou ainda que a maaona os q<br />
-<br />
esse pais moderno sem ·se ass~mir<br />
como tarefa. nacional ~nvr<br />
da. Sa'd t "' ..<br />
. - - do Mini da u e ~<br />
r.<br />
Para a Assoc1açao, a actuaÇaO ,.. ,. _<br />
r.stl'l-.CrizadO {undamentaJmen~ pela •<br />
, .<br />
1<br />
·Desejo Assinar a Revista «<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong>» O •Desejo Renovar a Assinatura O •Solicito factura pró-forma O 1<br />
' UBLICAÇÃO TRIMESTRAL (4 NÚMEROS) { CHEQUE N.º __________ BANCO ____<br />
~ONTINENTE E ILHAS ................ ESC.1250 JUNTO VALE POSTA N.º<br />
: STRANGEIRO ........................... US$ 25 .00 - ---- ---<br />
~EE~c~e~ - E~ .. ~E~~À · oE ·;~~RE~sÀ .. º·~·.À . ~Xaü;~·~; ............................................................ .......................................... ....... ··· ··· ··· ··....· ··. ·..···· ..··· · · \U\.l~<br />
1 1 1 1 1 1<br />
OME COMPLETO<br />
1 1 1 1<br />
~STITUIÇÃO<br />
..<br />
. .. O Jo2.lllAL- _<br />
No ospital Maria Pia !!!:- • em demissão<br />
rabalhadores exig<br />
da comissão instaladora<br />
1 1 1<br />
ARGO<br />
1 1 1<br />
!ORADA<br />
1 1<br />
ELEFONE<br />
1ATA<br />
favor não escrever neste espaço<br />
ASSINATURA<br />
CÓD. POSTAL<br />
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1<br />
HABILITAÇÕES ACADÉMICAS<br />
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1<br />
LOCALIDADE<br />
I'<br />
- 1<br />
3
REFLEXOS ECONOMICOS<br />
,.,,,,<br />
DA INFECCAO HOSPITALAR<br />
#<br />
._.<br />
Alexandra Vizeu * e Leonel Rodrigues * *<br />
Os encargos de exploração da rede hospitalar têm sofrido<br />
ao longo dos últimos anos um apreciável incremento de onde<br />
a necessidade de envidar todos os esforços no sentido de tentar<br />
diminuir o seu ritmo de crescimento.<br />
Embora se proclame que a «saúde não tem preço», os responsáveis<br />
pela gestão dos serviços de saúde cada vez com<br />
mais acuidade se têm confrontado com a evolução do seu<br />
«CUStO».<br />
Por outro lado, e como todos nós sabemos, o nível de recursos<br />
disponíveis impõe o estabelecimento de prioridades para a<br />
satisfação das solicitações/necessidades do sistema integrado<br />
de saúde.<br />
Neste contexto urge rentabilizar os dispêndios efectuados<br />
com a rede hospitalar e por isso parece-nos importante efectuar<br />
uma análise, ainda que ligeira, dos reflexos económicos de<br />
infecção hospitalar.<br />
Para o efeito basta atender para os seguintes dados, em valores<br />
médios, que vulgarmente são citados na bibliografia da especialidade.<br />
- O índice global de infecção oscila entre 5 a 20 % dos<br />
doentes entrados;<br />
- O prolongamento devido à ocorrência de infecção pode<br />
variar entre 3 a 11 dias.<br />
De onde se infere, por exemplo, que para um hospital geral<br />
de 500 camas, com uma taxa de ocupação de 80 % e uma<br />
demorada média de 15 dias e um índice de infecção de 5 %<br />
associado a um prolongamento de internamento de 3 dias,<br />
gera uma «perca» de cerca de 1 % do número total de dias<br />
de internamento.<br />
CONCEITO DA HIGIENE HOSPITALAR<br />
Embora estejamos a assistir, neste momento, no nosso país<br />
ao despertar dos profissionais de saúde dos mais variados níveis<br />
para a problemática da infecção hospitalar e suas consequências,<br />
a questão não é nova, pois já em <strong>18</strong>78 Pasteur se referia a<br />
problemas correlacionados com esta temática.<br />
Organização Mundial de Saúde define n0 seu guia prático<br />
*Administradora <strong>Hospitalar</strong>.<br />
**Administrador <strong>Hospitalar</strong> do Hospital Ortopédico Dr. José de Almeida -<br />
Parede.<br />
para prevenção de doenças adquiridas no hospital, a infecção<br />
hospitalar como «. . . adquirida no hospital por um doente<br />
que foi admitido por uma razão que não a dessa infecção».<br />
Entende-se porém que esta concepção é·algo restritiva pois<br />
não aborda as infecções contraídas no meio hospitalar por:<br />
- pessoal<br />
- doentes de ambulatório<br />
- visitantes<br />
Parece-nos portanto pertinente alargar o âmbito d~nição<br />
anteriormente citada aos grupos acima referidos.<br />
Neste contexto dever-se-á entender por higiene hospitalar<br />
a política global e integrada de combate à infecção hospitalar.<br />
PRINCIPAIS CAUSAS<br />
DE INFECÇÃO HOSPITALAR<br />
•<br />
O início da utilização generalizada de antibióticos marcou<br />
uma evolução das causas predominantes da infecção hospitalar.<br />
Antes, os factores eram geralmente extrínsicos ao próprio<br />
doente pois a infecção era provocada por microrganismos não<br />
existentes na flora normal do doente, e que portanto lhe eram<br />
transmitidos.<br />
Nos nossos dias, com especial incidência a partir dos anos<br />
50 os factores passaram a ser internos, isto é, as infecções<br />
hospitalares são originadas por micnK>rganismos que se encontram<br />
normalmente na flora individual do doente e que em<br />
' condições normais não podem considerar-se patogénicos. Porém<br />
a agressividade das técnicas terapêuticas ou o mero tratamento<br />
antibioterapêutico podem originar a sua multiplicação e implantação<br />
num território onde poderão provocar infecção.<br />
Embora não existam elementos estatísticos disponíveis que<br />
possibilitem uma quantificação e seriação inívoca das principais<br />
causas das infecções hospitalares em geral, pode contudo<br />
indicar-se de um modo genérico aquelas que mais surgem<br />
citadas na bibliografia de especialidade:<br />
- o aumento do factor risco dos doentes à infecção ftmção<br />
do tipo de patologia, do aumento das franjas dos<br />
grupos etários e do recurso sistemático .e técnicas terapêuticas<br />
e de diagnóstico cada v~ mais complLJCas e agressivas.<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N. 0 17/<strong>18</strong><br />
31
REFLEXOS ECONÓMICOS<br />
'DA INFECCÃO HOSPITALAR<br />
,<br />
- o emprego indiscriminado de antibiótico, com especial<br />
relevo para aplicação sistemática de antibioterapia preventiva.<br />
- falta de formação do domínio da prevenção do pessoal<br />
hospitalar.<br />
- a complexidade da estrutura hospitalar que origina cada<br />
vez mais profissionais tratarem do mesmo doente, e este<br />
ser cada vez mais ignorado como um todo.<br />
- problemas de arquitectura que originam deficientes articulações<br />
funcionais.<br />
- problemas de engenharia relativos quer à opção do equipamento/compatibilização<br />
assim como da sua ulterior<br />
manutenção preventiva.<br />
REFLEXOS DA INFECÇÃO HOSPITALAR<br />
As repercussões das infecções hospitalares não podem ser<br />
afloradas senão de um modo genérico, já que não existem<br />
estudos epidemiológicos globais e integrados que facultem<br />
a informação estatística suficiente à reformulação de hipóteses<br />
teóricas para a criação de modelos.<br />
Aliás estudos completos sobre a temática em questão terão<br />
de ser forçosamente complexos, pois as variáveis em jogo são<br />
inúmeras e correlacionadas entre si. Para o efeito basta enunciar<br />
algumas delas:<br />
Individuais<br />
• diagnóstico principal<br />
• diagnóstico(s) secundário(s)<br />
• antecedentes clínicos<br />
• idade e sexo<br />
Institucionais/organizacionais<br />
• diferenciação profissional<br />
• protocolo terapêutico utilizado<br />
• «atitudes terapêuticas» do pessoal<br />
• utilização de material de uso único<br />
• condições hoteleiras<br />
• «política» de esterelização e desinfecção<br />
• normas de funcionamento dos serviços<br />
As interferências e implicações que a infecção origina podem<br />
ser analisadas, pelo menos, sob três ópticas:<br />
- social/humanitária<br />
- jurídica<br />
- económica<br />
Não obstante a importância relativa de todas elas, será sobre<br />
1 a última, isto é, reflexos económicos da infecção que nos iremos<br />
ldeter.<br />
REFLEXOS ECONÓMICOS<br />
DA INFECÇÃO HOSPITALAR<br />
Com o intuito de demonstrar a importância económica da<br />
ocorrência de infecções hospitalares enveredar por duas vias<br />
de análise:<br />
- uma directa e relacionada com a construção de um modelo<br />
que permita calcular o custo associado à infecção.<br />
- outra indirecta e referente às interferências produzidas<br />
na dinâIIJ.Íca assistencial.<br />
CUSTO ECONÓMICO DA INFECÇÃO<br />
Numa perspectiva macro do cenário económico da infecção<br />
considerar-se-á o custo adicional como resultante das seguintes<br />
componentes:<br />
Ki =li + Ci<br />
·li = Investimento adicional na estrutura orgânico-funcional<br />
com o intuito de diminuir a incidência da infecção.<br />
Ci = aumento médio de encargos que o «cliente» infectado<br />
acarreta.<br />
Neste contexto será lógico esperar, desde que se mante-<br />
1<br />
nham inalteráveis as outras variáveis, que dentro de deter-<br />
PRINCIPAIS GAUSAS<br />
DE INFECÇÃO HOSPITALAR<br />
- Aumento do factor risco dos doentes à<br />
infecção.<br />
Função<br />
• Do tipo de patologja<br />
• Aumento das franjas dos grupos etários<br />
• Recurso sistemático a técnicas terapêuticas<br />
de diagnóstico cada vez mais<br />
complexas e agressivas<br />
- Emprego indiscriminado de antibióticos,<br />
1<br />
com especial relevo para a aplicação sistemática<br />
de antibioterapia preventiva.<br />
1<br />
- Falta de formação no domínio da pre- '<br />
venção do pessoal hospitalar<br />
- Complexidade ·da estrutura hospitalar '<br />
que origina cada vez mais profissionais tratarem<br />
o mesmo doente, e este ser cada vez<br />
mais ignorado como um todo.<br />
- Problemas de arquit~ctura que originam<br />
deficientes articulações funcionais.<br />
- Problemas de engenharia relativos quer<br />
à opção do tipo de equipamento/compatibilização<br />
assim como da sua ulterior manutenção<br />
preventiva.<br />
minados limites se assista a um comportamento do tipo. ·<br />
Ci<br />
Ci=f( xf )<br />
1 li<br />
X2<br />
'1<br />
ll X2<br />
ZONA ONDE A MELHORIA DO N!f VEL DE<br />
COMBATE A INFECÇÃO É EXTREMAMENTE<br />
DIFICIL E ONEROS.A.<br />
Já que é lícito aguardar que seja provável que quanto maior<br />
for o investimento na melhoria das condições e meios de combate<br />
à infecção, mais ligeiras sejam as reprecussões das infecções,<br />
e que portanto menos seja Q custo adicional do seu tratamento.<br />
Do ponto de vista meramente economicista a situação mais<br />
favorável será aquela em que:<br />
Ki = f (Ci + li) => mínimo<br />
o que gráficamente se traduz por :<br />
,Y=f(Ci+ll)<br />
1<br />
1<br />
1<br />
1<br />
1<br />
-- -<br />
-<br />
. CUSTO DA INFECÇÃO<br />
li<br />
- -<br />
Retomemos então a construção do modelo, que irá permitir<br />
determinar o aumeµto médio· de encargos associado ao tratamento<br />
de doentes infectados.<br />
O desenvolvimento do cálculo assente nas seguintes permissas<br />
básicas:<br />
- ocorre uma intensificação terapêutica;<br />
- verifica-se um prolongamento do tempo de internamento;<br />
a nível de custos de diária de internamento s6 se considerará<br />
a variação relativa à intensificação terapêutica.<br />
Neste contexto; o aumento médio de encargos associado<br />
ao tratamento da infecção, num determinado período é dado por:<br />
Ci = custo adicional por doente infectado x n. 0 de doentes<br />
infectados = Cdi X di.<br />
Desenvolvendo-se o primeiro factor tem-se que:<br />
Cdi = custo diário do doente infectado X n. 0 de dias de<br />
prolongamento internamento = Cddi X b.. dm.<br />
Continuando a desagregação obtém-se:<br />
1<br />
Cddi = custo diário normal + custo diário intensificação\<br />
terapêutica = Cn + Cvt<br />
e<br />
dm = demora média doente infectado -<br />
normal = dmi - dmn<br />
,o que permite escrever<br />
Cdi = (Cn + Cvt) X ( dmi -<br />
dmn).<br />
demora média<br />
No que respeita ao segundo factor, o número de doentes1<br />
1<br />
(Ju_e, naquele período, contraiu infecção hospitalar é dado por: 1<br />
di = doentes entrados X taxa infecção = E XTi.<br />
Chegando-se finalmente à fórmula que traduz o aumentoi<br />
médio de encargos associado ao tratamento da infecção:<br />
Ci = (Cn + Cvt) X (dmi -<br />
dmn) X (E X Ti)<br />
O passo seguinte consistirá na apresentação de um exem-<br />
1plo prático, que permitirá constatar o volume de verbas em<br />
jogo. Assim e para o efeito tomou-se como base de trabalho 1<br />
um hospital geral com o seguinte perfil de elementos:<br />
Lotação<br />
500 camas<br />
Doentes entrados . • • • . • • . . . . . • . • . . . . E = 9730 doentes<br />
Percentagem ocupação ....•..•. ... .. ± 80%<br />
Demora média . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • dmn = 15 dias<br />
Custo de diãria normal .•...•......... Cn = 5000$<br />
Custo diário de investigação terapêutica Cvt = 1000$<br />
Taxa infecção ... . .••.. . .•. . . •. ... • Ti= 10%<br />
Prolongamento tempo internamento<br />
!::. dm = 5 dias<br />
Custo cama ano . . • • • • • . . . . • . . . . • • . . 1500 contos<br />
Ci = (Cn + Cvt) X b.. dm X (Exti) 1<br />
= 6 X 5 X 973<br />
= 29 '190 contos<br />
32<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N.º 17/<strong>18</strong><br />
. . - 1<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N. 0 17/<strong>18</strong><br />
33
REFLEXOS ECONÓMICOS<br />
DA INFECCÃO HOSPITALAR<br />
,<br />
o que corresponde a cerca de 3,9 % dos encargos globais do<br />
hospital.<br />
É óbvio que não se deverá alimentar a ilusão de que se<br />
poderá poupar a totalidade do custo adicional associado à ocorrência<br />
de infecções uma vez que é praticamente impensável<br />
atingir a situação ideal de uma taxa de infecção nula.<br />
ACTUAL<br />
X<br />
- .... ,,. - - '>'<br />
' ,,, ,.<br />
I<br />
I 1 '<br />
\<br />
' ' ' ,<br />
'<br />
- -<br />
....<br />
-<br />
.... ... >- ... ,' ....<br />
.... - -<br />
IDEAL<br />
Ti\ A6.dm \<br />
KI =f(CI +li)-+ CONSTANTE<br />
A via realista será portanto a de delinear uma estratégia<br />
conducente à diminuição quer de taxa de infecção quer de<br />
duração do prolongamento de internamento, como resultado<br />
de uma melhoria das condições e meios disponíveis na luta<br />
contra a infecção.<br />
Consideremos então que se estabeleciam os seguintes objectivos<br />
a atingir nos próximos dois anos:<br />
Ano<br />
Ti(%)<br />
.::ldm<br />
n+1<br />
9<br />
4<br />
n+2<br />
de onde se infere que, a preços constantes, se teriam de suportar<br />
os seguintes encargos<br />
n + 1 N+2<br />
l 21011 l <strong>18</strong>682<br />
ficando-se portanto com a hipótese de poder investir o dife-<br />
8<br />
4<br />
rencial na melhoria das condições e meios de combate à infecção<br />
no sentido de alcançar os objectivos propostos:<br />
~<br />
~<br />
k = F (Ci +li)<br />
n<br />
29190<br />
-<br />
29190<br />
n + 1 n+ 2<br />
21017 <strong>18</strong>682<br />
8173 10508<br />
29190 29190<br />
A enuneração do tipo de acções a desenvolver no sentido<br />
de atingir os objectivos fixados será objecto de desenvolvimento<br />
na última parte deste trabalho.<br />
Não poderíamos contudo terminar este ponto, sem citar um<br />
estudo exaustivo, embora realizado em França por CHARRE<br />
e FESSLER (GESTIONS HOSPITALIÉRES, N. 0 220, Novembro<br />
1982), em que os autores concluír~ que a relação entre<br />
os custos médios de uma artroplastia total da anca sem infecção<br />
pós-operatória e uma com infecção era de 1/6,78, a valores<br />
de 1980.<br />
CUSTO DA<br />
INFECÇÃO/DINÂMICA ASSISTENCIAL<br />
Uma das vias indirectas de aferir os reflexos económicos<br />
da infecção hospitalar consiste na determinação do número<br />
de doentes «a mais» que poderiam ser assistidos, se se conseguisse<br />
diminuir, dentro de determinados parâmetros, a taxa<br />
de infecção e o prolongamento do tempo de internamento,<br />
VARIÁVEIS EM JOGO<br />
Individuais:<br />
• Diagnóstico principal<br />
• Diagnóstico(s) secundários<br />
• Antecedentes clínicos<br />
• Idade e sexo<br />
INSTITUCJONAIS//ORGANIZACIONAIS<br />
• Diferenciação profissional<br />
• Protocolo terapêutico utilizado<br />
• «Atitudes terapêuticas» do pessoal<br />
• Utilização de material uso único<br />
• Condições hoteleiras<br />
• «Política)) de est~relização e desinfecção<br />
•Normas de funcionamento dos serviços<br />
mantendo-se constante a percentagem de ocupação.<br />
O desenvolvimento do cálculo é o seguintes:<br />
Om = dias internamento x (Lotação x 365)· 1<br />
Considerando que não há alterações de lotação, e que o<br />
número de doentes entrados é igual ao dos saídos, tem-se que:<br />
OM = constante >Dias internamento =constante<br />
Dias internamento = Dias internamento doentes<br />
s/infecção +<br />
Dias internamento doentes e/infecção =<br />
E X (1 - Ti) X dmn + E X Ti X dmi<br />
simplificando obtém-se:<br />
Dias internamento = E x ( dmn + Ti 6. dm)<br />
Considerando o estudo (1) como inicial e o (2) como objectivo<br />
parcelar intermédio a atingir tem-se que:<br />
Dias internamento (1) = Dias internamento (2)<br />
E 1 X (dmn1 + Ti1 6. dml) = E2 X (dmn2 + Th 6. dm2)<br />
De onde se infere que a melhoria do rendimento assistencial<br />
será função:<br />
- da taxa de infecção asspcmda ao( s) serviço( s) ou ao hospital<br />
- da relação, em termos de ordem de grandeza, existente<br />
entre o prolongamento do tempo de internamento e a<br />
demora média normal.<br />
Aliás o problema que se põe é que não existem valores padrão<br />
quer para as taxas de infecção quer para o prolongamento<br />
de internamento, já que os indicadores estatísticos que se encontram<br />
mencionados na literatura da especialidade, reportam<br />
-se como não poderia deixar de ser, a situações concre~s ,<br />
e portanto a realidades concisas e muito provavelmente distintas<br />
entre si.<br />
A título de exemplo citam-se alguns valores de taxa de infecção<br />
apresentdos pelo PROF. MAISONNET, aquando da sua<br />
palestra na Escola de Enfermagem CALOUSTE GULBEN<br />
KIAN em Lisboa, em 7.12.82.<br />
Prof. Maisonnet<br />
TAXAS DE INFECÇÃO<br />
Hospitais europeus ............... . . 15 a <strong>18</strong>%<br />
• Ci rurgia card íaca ............. . . . .. .<br />
Cirurgia ortopédica . ............... .<br />
Neurociru rgia .................... . 0,3 a 1,5%<br />
Oftalmologia ...... . .............. .<br />
Traumatologia ..... .. .. . .......... .<br />
Gastroenterologia ........... . ..... .<br />
9 a 24%<br />
Urologia .... . ...... .. ... . ........ . 49 a 57%<br />
34<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N. 0 17/<strong>18</strong><br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N.° 17/<strong>18</strong>
REFLEXOS ECONÓMICOS<br />
DA INFECCÃO HOSPITALAR<br />
,<br />
Vejamos então o que se passa a nível de:<br />
- hospital;<br />
- um determinado serviço;<br />
Hospital<br />
Como base de trabalho iremos utilizar o exemplo já citado<br />
no ponto anterior:<br />
E<br />
Doente e/infecção (D.i)<br />
Evolução -<br />
E<br />
Di<br />
.___n_ll.___n<br />
+_1 __.I l n + 2 1<br />
~~~<br />
~~~<br />
Poderiam portanto ser assistidos concumitantemente mais<br />
doentes com um menor índice de dias de internamento «perdidos»<br />
pela ocorrência de infecções.<br />
Adoptando a mesma metodologia que foi utilizada no exemplo<br />
do ponto anterior iremos verificar o que se passa com o estabelecimento<br />
dos seguintes objectivos:<br />
Assim:<br />
Ano<br />
n j 1 n+1 j 1 n +2<br />
n<br />
1 1<br />
n + 1<br />
1 1<br />
n+2<br />
[IJ [][] 9 []O 9 [][] 7<br />
Evolução - E<br />
[][] ~<br />
108,1<br />
-Di o o 98,2<br />
Neste caso o número de doentes que contraiem infecção<br />
mantem-se praticamente constante, não obstante se registar<br />
um incremento apreciável do número de doentes assistidos.<br />
No que se refere ao cálculo de vidas humanas, não avançaremos<br />
com nenhuma estimativa, uma vez que nos parece<br />
difícil prever o comportamento da taxa de mortalidade associada<br />
à infecção. Dado ser possível a diminuição da franja<br />
de doentes com infecções mais ligeiras, será portanto lógico<br />
aguardar que a referida taxa de mortalidade, pelo menos, não<br />
diminua.<br />
•<br />
c) - concepção de um circuito de recolha e processamento<br />
de informações acerca de infecções.<br />
d) - padronização de métodos de trabalho:<br />
• estabelecimento de uma política coerente de desinfecção<br />
e esterilização.<br />
• rotinas especiais para os serviços de alto risco (bloco<br />
operatório, laboratórios, U.C.I., maternidade, diálise,<br />
transplante renal, queimados, etc.).<br />
• rotinas de limpeza geral.<br />
• sistematização do processo de aquisição de novo<br />
equipamento.<br />
• adequação dos métodos de trabalho a nível dos serviços<br />
de apoio geral (cozinha e rouparia).<br />
e) - regulamento de visitas por serviço.<br />
f) - acção informativa do doente.<br />
g) - criação de uma articulação funcional perfeita -<br />
médico/assistente/farmacêutico, com o intuito de se<br />
fazer face conscientemente às solicitações «tentadoras»<br />
do mercado fornecedor. Pois o hospital como sistema<br />
aberto que é, influencia e é influenciado pelo<br />
exterior, e como tal tem dificuldade em se furtar à<br />
agressividade do «marketing» comercial dos produtores<br />
de antibióticos.<br />
h) - sistematização de protocolos terapêuticos para que se<br />
torne possível um planeamento racional de «Stocks»<br />
e permitindo portanto minimizar o custo aquisição/<br />
/utilização.<br />
CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />
Não queríamos terminar sem deixar aqui bem expresso três<br />
ideias que nos parecem de uma importância crucial para quem<br />
começa, como nós, a abordar este problema:<br />
(a) -<br />
l.ª -<br />
Deve-se fazer um esforço para nem hiper nem subvalorizar<br />
a problemática da infecção hospitalar, mas<br />
posicioná--la em termos da sua real dimensão.<br />
2.ª - Para vencer a guerra definitivamente e não nos restringirmos<br />
a acumular vitórias pontuais nalgumas batalhas,<br />
é imperioso que os profissionais de saúde sejam<br />
cada vez mais verdadeiros profissionais de saúde.<br />
3.ª - Não valerá a pena delinear estratégia, arquitectar planos<br />
e formular acções, sem que para o efeito as estruturas<br />
a envolver estejam de facto empenhados na estratégia,<br />
no plano e nas acções.<br />
D<br />
Trabalho publicado no n. 0 6 da revista TODO HOSPITALAR<br />
SUGESTÕES<br />
Serviço<br />
De entre alguns estudos levados a cabo a nível de serviços<br />
optou-se pelo conduzido na Unidade de Cuidados Intensivos<br />
do Hospital Clínico San Carlos,. Madrid, e elaborado<br />
por José Costiel e Rosa Coelho (a). ·<br />
O contexto do trabalho foi o seguinte:<br />
Ano Análise: - 1982<br />
Lotação: - 12 camas<br />
Tipo de patologia predominante: respiratória e cardiovascular<br />
Doentes entrados: 495<br />
Percentagem de ocupação: 75,8 %<br />
Taxa de infecção: 22 %<br />
Demora média normal: 4,4 dias<br />
Demora média e/infecção: 14,9 dias<br />
Taxa global de mortalidade: 27,3 %<br />
Taxa de mortalidade associada à infecção: 37,6 %<br />
Convirá salientar antes de mais o facto signifiativo e a relação<br />
existente entre o tempo de internamento de um doente «normal»<br />
e de um «infectado» ser de 1 - 3,39.<br />
Ao delinear a estratégia para combater o verdadeiro flagelo<br />
que constitui a infecção hospitalar, há que ter em consideração<br />
duas áreas predominantes de actuação:<br />
- externa ao controlo da instituição<br />
- intrínseca à própria instituição<br />
Ao nível externo poder-se-ão posicionar os seguintes tópicos:<br />
a) - actuação dirigida a nível da formação básica e pós<br />
-básica dos vários grupos profissionais de saúde.<br />
b) - lançamento de estudos sobre temas concretos.<br />
e) - articulação e supervisão das acções desenvolvidas pontualmente.<br />
d) - divulgação de normas genéricas.<br />
e) - estudo da necessidade de criação de novas valências<br />
profissionais (médico-higienista, enfermeira-higienista,<br />
engenheiro-higienista).<br />
No campo do domínio de actividade do próprio estabelecimento<br />
poder-se-ão colocar, entre muitas, as seguintes acções:<br />
a) - criação de um espírito de abertura para o problema<br />
que faculte a possibilidade de implementar, na verdadeira<br />
acepção da palavra uma «Comissão de Higiene<br />
<strong>Hospitalar</strong>».<br />
b) - divulgação atempada aos vários profissionais de saúde<br />
da informação específica.<br />
li<br />
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36<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N. 0 17/<strong>18</strong><br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N. 0 17/<strong>18</strong><br />
37
A EFICÁCIA DE VÁRIOS PRODUTOS NA DESINFECCÃO CIRÚRGICA DAS MÃOS,<br />
E NA DESINFECCÃO PRÉ-OPERATÕRIA DA PELE<br />
. .<br />
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Vários factores intervêm na génese de<br />
infecções pós-operatórias. A condição<br />
prévia mais importante é o facto de agentes<br />
infecciosos chegarem à área das feridas.<br />
De entre todas as possibilidades de<br />
transmissão exógena de gérmens, deve<br />
atribuir-se, provavelmente, o papel mais<br />
importante ao arrastamento de gérmens<br />
provenientes da pele do doente e - no<br />
caso de uma luva perfurada - também<br />
da mão do cirurgião. Na verdade, quase<br />
não dispomos de dados epidemiológicos<br />
sobre o efeito da desinfecção pré<br />
-operatória da pele e da desinfecção cirúrgica<br />
das mãos, sobre a frequência de<br />
infecções pós-operatórias da ferida. Este<br />
facto deve-se, principalmente, à grande<br />
dificuldade de se avaliar na prática o<br />
efeito destas medidas impedindo a infecção,<br />
por se tratar de uma génese multifactorial<br />
desta. Assim, não tendo a possibilidade,<br />
hoje em dia, de medir os<br />
efeitos de tais técnicas de desinfecção<br />
por meio da taxa de infecções, temos de<br />
limitar-nos à determinação da sua eficácia<br />
no ensaio controlado, realizado em<br />
pessoas submetidas a ensaio. Um novo<br />
método de avaliação de técnicas de desinfecção<br />
higiénica das mãos foi concebido,<br />
nestes anos mais recentes, no Instituto<br />
de Higiene da Faculdade de Viena (9).<br />
Além disso, aperfeiçoou-se o método de<br />
avaliação de técnicas de desinfecção cirúrgica<br />
das mãos (10).<br />
Descreveram-se, de facto, métodos utilizando<br />
culturas de contacto ou exaguando<br />
a pele do doente por baixo de um cilindro<br />
de vidro, métodos estes destinados a avaliar<br />
as técnicas de desinfecção pré<br />
-operatória da pele (12, 14). Mas os dados<br />
Dr. G. WEWALKA, Prof. Dr. M. RarTER und Dr. W<br />
KOLLER, Hygiene-Jnstitut der Universitiit Wien, Kinderspitalgasse<br />
15, A-1095 Wien .<br />
, .........<br />
___<br />
BDF<br />
medical<br />
prograrnm<br />
assim obtidos são, em parte, semi<br />
-quantitativos, admitindo, por isso, apenas<br />
uma possibilidade relativa de se calcular<br />
o efeito desinfectante.<br />
Dado que se pretende, tanto na preparação<br />
pré-operatória da pele, como na<br />
desinfecção cirúrgica das mãos, uma<br />
rajução máxima da flora microbiana própria<br />
e estranha da pele, concordamos com<br />
outros autores (1) na opinião de que o<br />
modelo da mão pré-lavada, utilizada para<br />
se verifiar o nível de desinfecção cirúrgica<br />
das mãos, possa dar indicações fiáveis<br />
também sobre o efeito de um processo<br />
de desinfecções pré-operatória da pele.<br />
Gérmens estranhos, chegados à pele<br />
por contaminação (flora transeunte)<br />
podem suprimir-se, quer por técnicas de<br />
desinfecção por produtos friccionados<br />
na pele, como se deseja na desinfecção<br />
higiénica das mãos, quer por remoção<br />
da pele através de técnicas de lavagem.<br />
No entanto, apresenta muito maiores dificuldades<br />
reduzir a flora própria da pele<br />
(flora residente). Lavar a pele com sabão<br />
leva mesmo a uma maior libertação de<br />
gérmens (11). Ao avaliar as técnicas da<br />
desinfecção cirúrgica das mãos, e também<br />
da pele, a redução da libertação de ·<br />
gérmens próprios da pele representa,<br />
assim, o critério a medir. De entre as<br />
substâncias químicas a aplicar são os<br />
álcoois e, entre estes, o álcool n-propílico,<br />
que produzem o efeito supressor de gérmens<br />
mais acentuado (1, 8, 13) . 'De<br />
acordo com os conceitos das associações<br />
da especialidade na Alemanha e Áustria,<br />
a eficácia de uma desinfecção cirúrgica<br />
das mã9s, regular, deverá ter por<br />
base o efeito dó n-Propanol (60 % ml/ml),<br />
friccionado durante 5 minutos. Por isso,<br />
estudámos uma série de técnicas utilizadas<br />
na desinfecção cirúrgica das mãos<br />
e na desinfecção da pele, sob condições<br />
existentes na prática, comparado com<br />
o n-Propanol.<br />
MÉTODO<br />
A libertação de gérmens provenientes<br />
da polpa dos dedos de mãos limpas,<br />
lavadas durante 2 minutos com sabão,<br />
foi determinada antes da desinfecção,<br />
nas duas mãos, mergulhando-as durante<br />
1 minuto em 10 ml de um caldo de cultura,<br />
contendo um aditivo que neutraliza<br />
o produto de desinfecção (valores<br />
iniciais = VP). Imediatamente após o<br />
processo de desinfecção mediu-se, de<br />
maneira idêntica, a capacidade libertadora<br />
de gérmens da polpa dos dedos de<br />
uma das mãos, para se determinar o efeito<br />
imediato (valor posterior imediato = VP<br />
imed), enquanto a outra mão foi revestida<br />
com uma luva cirúrgica esterilizada<br />
durante 3 horas, para se determinar o<br />
efeito prolongado. No fim deste período<br />
as pessoas submetidas ao ensaio mergulharam<br />
as polpas dos dedos desta mão,<br />
num caldo de cultura (valor posterior<br />
3h = VP.3h).<br />
A fim de se determinar o número de<br />
gérmens, prepararam-se culturas bacteriológicas<br />
quantitativas a partir dos caldos<br />
de cultura. As câmaras de contagem utilizadas<br />
para este fim foram incubadas<br />
sob condições aeróbias, a uma temperatura<br />
de 35°C e durante 48 horas. Os<br />
efeitos produzidos pela técnicas de desin-<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N.º 17/<strong>18</strong><br />
39
------<br />
-~__________J<br />
fecção a estudar, foram comparados com<br />
os da técnica standard, na mesma pessoa<br />
e após intervalo de uma semana, em<br />
cada caso. Seguindo a técnica standard<br />
procedeu-se à desinfecção friccionando<br />
cuidadosa e permanentemente as mãos,<br />
durante 5 minutos, com n-Propanol a<br />
60 % (rnl/rnl), mantendo as mãos molhadas<br />
pelo adicionamento de, cada vez,<br />
3 ml. Dependendo da pessoa submetida<br />
ao ensaio, necessitaram-se entre 9 a<br />
<strong>18</strong> ml.<br />
Estudaram-se as seguintes técnicas de<br />
desinfecção, observando-se o método<br />
acima descrito, e compararam-se com<br />
a técnica standard (ver em cima):<br />
a) isopropanol 60 % (rnl/ml), aplicação<br />
idêntica à standard.<br />
b) isopropanol 70 % (ml/ml), aplicação<br />
idêntica à standard.<br />
c) sabão líquido BetaisodonaR (Mundifarma;<br />
100 ml de sabão líquido<br />
contém 7,5 g de complexo de iodo<br />
polivinilpirrolidona, com um teor<br />
total de 0,75 % de iodo disponível),<br />
tempo de actuação: 5 min. Aplicação:<br />
friccionaram-se nas mãos<br />
húmidas 5 ml. A seguir lavaram<br />
-se as mãos. Passados 2,5 min.<br />
repetiu-se o procedimento.<br />
d) Solução de BetaisodonaR (Mundifarma;<br />
100 ml de solução contém<br />
10 g do complexo de iodo polivinilpirrolidona,<br />
com um teor total<br />
de 1 % de iodo disponível), tempo<br />
de. actuação: 5 min. Aplicação:<br />
friccionaram-se as mãos húmidas<br />
com 5 ml durante 2,5 min. ·A<br />
seguir, exaguaram-se as mãos com<br />
água da torneira durante 15 seg.<br />
Depois repetiu-se o procedimento.<br />
e) BraunolR (Braun; 100 ml de solução<br />
contém 7,5 g do complexo de<br />
iodo polivinilpirrolidona, com um<br />
teor total de 0,75 % de iodo disponível).<br />
Tempo de actuação: 5 min.<br />
Técnica de aplicação como descrita<br />
em d).<br />
f) BiotensidR desinfectante (Arcana;<br />
100 ml de solução contém 0,5 g de<br />
gluconato de clorohexidina e 73 g<br />
de etanol a 96 % ); tempo de atuação:<br />
2,5 min. Aplicação: mantêm<br />
-se as mãos molhadas durante todo<br />
o período de actuação, aplicando<br />
várias vezes 3 ml do produto.<br />
g) DesdermanR (Schülke & Mayr;<br />
40<br />
100 ml da solução contém 79,2 g<br />
de etanol a 95,3 % (ml/ml) e 0,1 g<br />
de 2,3,4,5-Tetrabromo-6-metilfenol).<br />
Técnica de aplicação como<br />
a do standard.<br />
h) HibiscrubR (ICI; sabão líquido<br />
contendo 4 % (g/ml) de gluconato<br />
de clorohexidina); tempo de actuação:<br />
3 min. Técnica de aplicação:<br />
distribuíram-se 5 ml nas mãos<br />
húmidas durante um minuto; depois<br />
de enxaguadas brevemente,<br />
friccionaram-se novamente as mãos<br />
com 5 ml, durante mais 2 min.<br />
i) HbisolR (ICI; a solução contém<br />
0,5 % (g/ml) de gluconato de clorohexidina<br />
em isopropanol (70 %<br />
ml/ml). Técnica de.aplicação igual<br />
à standard.<br />
j) SatinazidR (Mack; 100 ml de solução<br />
contém 70 g de n-Propanol),<br />
tempo de actuação: 3 min. técnica<br />
de aplicação: mantêm-se as mãos<br />
molhadas durante todo o período<br />
de actuação, adicionando-se, de<br />
cada _vez, 3 ml do produto.<br />
k) SterilliumR (Bacillolfabrik Dr.<br />
Bode & Co.; 100 ml de solução<br />
contém 45 g de isopropanol, 30 g<br />
de n-Propanol e 0,2 g de etosulfato<br />
de cetiletildimetilamónio); téc-<br />
TÉCNICA DE DESINFECÇÃO<br />
STANDARD:<br />
n-Propanol 6* % (ml/ml)<br />
TÉCNICA DE FRICÇÃO<br />
Sterillium R<br />
DesdermanR<br />
SatinazidR<br />
HibisolR<br />
Isopropanol 70 % (ml/ml)<br />
Biotensid R desinfectante<br />
BraunoIR<br />
Solução BetaisodonaR<br />
Isopropanol 60 % (ml/ml)<br />
TÉCNICA DE LA V AGEM<br />
Sabão líquido Betaisodona R<br />
HibiscrubR<br />
Sabão líquido<br />
•<br />
nica de aplicação como a do standard.<br />
1) Sabão líquido sem adicionamento<br />
de substância anti-bacteriana; tempo<br />
de actuação: 5 min. Técnica de<br />
aplicação igual à de c).<br />
APRECIAÇÃO<br />
Calculou-se o conteúdo em gérmens<br />
nos líquidos de recolha, por ml. A seguir<br />
submeteram-se os números obtidos ao<br />
cálculo logarítmico. A diferença entre<br />
o log 10 do valor inicial (log VP) e o<br />
log10 do valor posterior correspondente<br />
(log VP) foi determinada para cada mão<br />
e designada de log10 factor de redução<br />
(log FR). Podem considerar-se os valores<br />
médios de todos os valores log FR, determinados<br />
tanto para o efeito imediato<br />
como para o efeito verificado ao fim de<br />
3 horas, como valores estimativos do<br />
efeito imediato e a longo prazo das diferentes<br />
técnicas de desinfecção.<br />
Comparando-se os dados obtidos no<br />
mesmo grupo de pessoas submetidas ao<br />
ensaio com a técnica standard, é-nos<br />
facultada a possibilidade de indicar se<br />
a técnica em estudo é mais ou menos<br />
eficaz que a técnica standard. Se o fac-<br />
Redução média (log10) da libertação<br />
de gérmens após desinfecção<br />
imediata<br />
2,5 - 3,4 ( 1 )<br />
3,6 + 1,0<br />
2,9 + 0,9<br />
2,5 + 1,0<br />
2,5 + 0,9<br />
2,4 + 1,0<br />
2,2 + 1,3<br />
* 1,9 + 0,8<br />
* 1,8 + 1,3<br />
* 1,7 + 1,6<br />
* 1,0 + 0,6<br />
* 0,8 + 0,7<br />
* 0,4 ± 0,5<br />
( 1 ) Valores extremos provenientes de vários ensaios sem indicação da dispersão.<br />
* Significativamente diferente comparado com o standard p 0,05.<br />
ao fim de 3h<br />
1,6 - 2,9 ( 1 )<br />
3,3+1,5<br />
3,5+1,0<br />
1,2+1,0<br />
2,8+1,0<br />
2,1+1,0<br />
1,5+1,2<br />
* 0,8+0,9<br />
* 0,8+0,8<br />
* 1,0+1,4<br />
* 0,2+0,7<br />
* 0,8+0,7<br />
* 0 ,1 + 0,5<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N.º 17/<strong>18</strong><br />
tor de redução médio de cada técnica<br />
visada era inferior ao da técnica standard,<br />
examinou-se a diferença por meio<br />
do teste de sinal de posição para diferenças<br />
de pares (Wilcoxon), a fim de se<br />
apurar a sua significância estatística (nível<br />
de significância p = 0,05 na pergunta unívoca).<br />
RESULTADOS<br />
Do quadro na página anterior, consta<br />
a sequência das técnicas, indicadas<br />
segundo o seu grau de eficácia.<br />
Daí resulta que a libertação de gérmens<br />
provenientes da polpa dos dedos<br />
é sempre mais reduzida por meio de téc-<br />
90,0 l,O<br />
99,0 2,0<br />
99 ,9 3,0 -l-----.-------------,<br />
Efeito<br />
imediato<br />
nica de fricção do que pela da lavagem.<br />
Na técnica standard com n-Propanol 60 %<br />
(ml/ml) indicaram-se os valores extremos<br />
verificados nos factores redutores<br />
médios, determinados em vários ensaios.<br />
Cifram-se em cerca de 3 log10 ou 3<br />
potências de 10, isto é: após desinfecção,<br />
as polpas dos dedos liberta~am, em<br />
média, apenas um milésimo da quantidade<br />
inicial de gérmens. Os cinco pro-<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N.º 17/<strong>18</strong><br />
'.<br />
'<br />
DF<br />
medical<br />
1~--- programm<br />
álcoois nas concentrações adequadas que<br />
correspondem às exigências. Como a<br />
diluição do álcool com água leva a uma<br />
forte diminuição do efeito, a uma perda<br />
de eficácia do álcool, estes produtos<br />
devem utilizar-se sob a forma de fricção<br />
na mão seca.<br />
Considera-se, actuahnente, como satisfàtório<br />
o efeito prolongado de uma técnica<br />
de desinfecção das mãos, quando<br />
a capacidade de libertação de gérmens<br />
pela pele não for superior à verificada<br />
3 horas após aplicação da técnica standard.<br />
Em geral, correspondem a esta exigência<br />
apenas os álcoois em concentração<br />
mais elevada. Após a aplicação, a recolonização<br />
inicial por gérmens 'é restabelecida<br />
só depois de passado um tempo<br />
relativamente longo, devido à intensa<br />
redução do número de gérmens então<br />
verificada. Como se revelou no estudo<br />
de produtos combinados, pode obter-se<br />
um melhoramento do efei~ prolongado<br />
pelo adicionamento de clorohexidina, de<br />
fenóis e, talvez, de tenso-activos anfóteros.<br />
Teóricamente deveria ser possível<br />
obter um efeito prolongado superior,<br />
por uma técnica a dois tempos, lavando<br />
-se, primeiro, com um sabão contendo<br />
clorohexidina ou hexaclorofeno, e esfregando,<br />
a seguir, as mãos com algum dos<br />
álcoois adequados. Alguns trabalhos realizados<br />
com o fim de confirmar esta hipótese,<br />
ainda estão por concluir. O procedimento<br />
na sequência inversa, ou seja:<br />
primeiro esfregar com álcool e depois<br />
qualquer técnica de lavagem, diminui<br />
mesmo o efeito ime:diato do àlcool, como<br />
se revelou nos ensaios de LILLY et ai<br />
(5). O adicionamento de complexos de<br />
iodo-PVP ao sabão líquido, não mostra<br />
qualquer aumento do grau de eficácia.<br />
A combinação de iodo-PVP com<br />
álcool também não traz qualquer vantagem.<br />
Consideremos, porém, como perfeitamente<br />
aceitável a lavagem com algum<br />
sabão líquido normal, apropriado para<br />
o uso hospitalar, seguida pela aplicação<br />
de um produto alcoólico.<br />
Quando à desinfecção pré-operatória<br />
da pele, podem aceitar-se como eficazes<br />
aquelas técnicas que provaram ser<br />
adequadas na desinfecção cirúrgica das<br />
mãos. Mas nem todas as técnicas eficazes<br />
satisfazem as exigências adicionais<br />
a que devem corresponder as técnicas<br />
de desinfecção pré-operatória da pele.<br />
Os produtos utiliz.ados na desinfecção<br />
da pele não devem, em geral, conter<br />
substâncias restituidoras de gordura que,<br />
ao empregarem-se pnxlutos adesivos deficultem<br />
a aderência destes. Além disso,<br />
exige-se o adicionamento de algum<br />
corante que possa garantir a marcação<br />
das áreas dérmicas desinfectadas.<br />
Os meios destinados à aplicação, directamente<br />
antes da operação, devem possuir<br />
um bom efeito imediato. Segundo<br />
os nossos ensaios, só se podem considerar,<br />
para estes casos, produtos à base<br />
de álcool. POde esperar-se um efeito<br />
satisfàtório das tinturas hoje em uso. As<br />
soluções de icxlo-PVP desempenham uma<br />
acção inferior ao n-Própanol a 60 % , mas<br />
consideravelmente superior à daqueles<br />
produtos que contêm apenas compostos<br />
orgânicos de mercúrio, clorohexidina,<br />
hexaclorofeno, tenso-activos catiónicos<br />
ou anfotéricos.<br />
Para além da desinfecção da pele imediatamente<br />
antes da operação há medidas<br />
apropriadas para reduzir a flora própria<br />
da pele, a realizar um dia antes da<br />
operação. Trata-se de lavagens com<br />
sabões líquidos contendo clorohexidina,<br />
hexaclorofeno ou tenso-activos catiónicos,<br />
cujo feito prolongado é conhecido.<br />
Além da acção antimicrobiana de um<br />
produto, também a técnica da sua aplicação,<br />
utilizada na desinfecção pré<br />
-operatória da pele exerce uma certa<br />
influência. O friccionar c;om um produto<br />
aumenta o seu efeito comparado com<br />
o do mero pulverizar de um spray.<br />
Na preparação pré-operatória da pele<br />
requere-se, em muitos casos, também<br />
a depilação. A técnica de depilação provou<br />
ter uma influência na frequência de<br />
infecções pós-operatórias; assim,<br />
verificou-se que a aplicação de um produto<br />
depilador é de preferir à tradicional<br />
rapagem mecanica (2). KALLE e<br />
BÕSENBERG conseguiram explicar este<br />
facto (4), pois conseguiram determinar<br />
no ácido tioglicólico, contido nos produtos<br />
depilatórios, uma acção nitidamente<br />
antibacteriana. Além disso podem<br />
formar-se, após a rapagem realizada<br />
algum tempo antes da operação, micro<br />
-abcessos nas microlesões causadas pelo<br />
processo de barbear. Estes micro<br />
-abcessos podem formar um ponto de<br />
partida para uma infecção da ferida.<br />
Não há dúvida que, entre as medidas<br />
preventivas das infecções das feridas, exigidas<br />
em conjunto com intervenções<br />
cirúrgicas, a preparação pré-operatória<br />
da pele e a desinfecção cirúrgica das<br />
mãos desempenham um papel importante.<br />
Para além disso, parece-nos importante<br />
também uma desinfecção higiénica<br />
das mãoes a efectuar por todas as pessoas<br />
que entrem no bloco operatório,<br />
afim de se evitar o arrastar de agentes<br />
de infecção provenientes de outras áreas<br />
hospitalares. Em todo o caso, tais medidas<br />
desempenham um papel mais importante<br />
que, por exemplo, as medidas destinadas<br />
a diminuir os gérmens contidos<br />
no ar.<br />
O<br />
BIBLIOGRAFIA<br />
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45, 498 - 503.<br />
42<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N.º 17/<strong>18</strong>
-<br />
~=~=~=f ~=~=f~=~=}~:f~=~=~=!:}~=~=f~=~=!=!=f~=~=~=t~=~=~=~=~=!=!=t~=~=f~=~t{:~:~:i:ti=~=~=~=~=i:r i:i:t~=~t=i=~=~=~=t~=t~=tt~=~=~=r~=~=~=~=~=~=~=~=~=~=~=i=~=~=~=~=~=t~=~=~=~=~=~=~=~=~=~=~=ti=i=~=~=~=~=t~=~=~=~=~=~=t~=~=~=~=~=~=~=~=~=~=r~=~=~<br />
OBSTETRIC HOME TELEMETRY<br />
Kevin Dalton<br />
Quatro técnicas de telemetria obstétrica<br />
foram recentemente descritas -<br />
ritmo cardíaco· fetal, pressão sanguínea<br />
materna, contracções uterinas e níveis<br />
de glucose no sangue - tendo três destas<br />
técnicas sido introduzidas pelo nosso próprio<br />
grupo.<br />
RITMO CARDÍACO FETAL<br />
É sabido que· a monitorização do ritmo<br />
cardíaco fetal pode. fornecer informações<br />
úteis para a saúde e o bem estar do feto<br />
e é por esta razão que mulheres com_gravidez<br />
de alto risco são frequentemente<br />
hospitalizadas para monitorização fetal.<br />
Este tipo de gravidez de alto risco inclui<br />
as de crescimento intra-uterino retardado,<br />
diabetes ou "Rhesus Disease"; aquelas<br />
onde há história de movimentos fetais<br />
reduzidos, interrupção recente da gravidez<br />
ou nascimento prematuro e na gravidez<br />
de pós-termo. De qualquer modo,<br />
é realmente desnecessário hospitalizar<br />
a maioria destas mulheres.<br />
Previamente descrevemos um sistema<br />
simples (conhecido como HOMEPLITT)<br />
através do qual o ritmo cardíaco do feto<br />
pode ser monitorizado electrónicamente<br />
a partir do domicílio da grávida, enviado<br />
através da rede telefónica pública e então<br />
visualizado (ou mesmo processado por<br />
computador) na Maternidade - e tudo<br />
em tempo real (1,2). Resumidamente, o<br />
sistema HOMEPLOT consiste num<br />
pequeno detector cardíaco fetal aplicado<br />
a um transdutor de ondas ultrasónicas<br />
(tal como o fabricado pela SONICAID<br />
ou WAKELING MEDICAL), o qual a<br />
Jornadas Internacionais de Obstetrícia<br />
(Maio / <strong>1987</strong>)<br />
Dr. Kevin Dalton<br />
Dept. Obstetrics & Gynaecology, University of Cambrigde,<br />
Rosie Matemity Hospital, Cambrigde CB2 2SW, England.<br />
*Monitor Automático de Pressão Sanguínea<br />
DINAMAP<br />
grávida utiliza em casa para detectar os<br />
sons cardíacos do seu feto. Depois, sim<br />
_ plesmente colocando o auscultador do<br />
seu telefone sobre o altifalante, os sons<br />
cardíacos do feto são tansmitidos através<br />
da rede telefónica pública. No hospital,<br />
o aparelho telefónico receptor está<br />
conectado a um amplificador telefónico<br />
inductivo, sendo o sinal do altifulante captado<br />
através do "socket" de entrada de<br />
telemetria de um monitor de ritmo cardíco<br />
fetal, Hewlett Packard. O H.P. 8040<br />
imprime então em tempo real e com<br />
grande qualidade, o registo instantâneo<br />
do ritmo cardíaco fetal, podendo ser então<br />
interpretado pelo obstetra de serviço pela<br />
técnica usual. O "tempo de falha'', ou<br />
perda de sinal pelo sistema HOMEPLITT<br />
é em média de 5%.<br />
Aos preços de 1986, o custo total da<br />
colocação de um sistema de telemetria<br />
no domicílio oscilará entre $100-$200,<br />
cbrindo cubrindo o custo da compra de<br />
uma amplificador telefónico e cabo associado.<br />
Comparado com os muitos milhares<br />
de libras necessárias para instalar sistemas<br />
mais complexos, é agradávelmente<br />
favorável.<br />
A nossa experiência total na telemetria<br />
fetal no domicílio excede já (>00 registos,<br />
300 dos quais efectuados em gravidezes<br />
normais (3,4). A distância mais<br />
longa sobre a qual fizemos registos do<br />
ritmo cardíaco fetal foi de 20.000 Kms,<br />
a partir de Adelaide, no Sul da Austrália.<br />
Em mais de 300 ocasiões efectuámos<br />
registos dos ritmos cardíacos fetais<br />
desde o domicílio das doentes em 55 gravidezes<br />
de alto risco. Uma dessas grá- ·<br />
vidas tinha já perdido a sua primeira gravidez<br />
às 36 semanas, e ainda a segunda<br />
gravidez às 34 semanas, ambas por<br />
razões desconhecidas. Usando a telemetria<br />
fetal a partir do domicílio desde as<br />
28 semanas de gestação, conseguimos<br />
manter esta senhora fora· do hospital às<br />
36 semanas de gestação da sua terceira<br />
gravidez, altura em que efectuou um parto<br />
sem complicações. A economia conseguida<br />
com este tipo de gestão efectuada<br />
a partir do domicílio é obviamente massiva.<br />
PRESSAO - SANGUINEA<br />
"<br />
MATERNA<br />
Durante a gravidez, a hipertensão é<br />
uma das causas principais que conduzem<br />
à mortalidade materna, mas também<br />
de milhares de mortes perinatais,<br />
principalmente devido à prematuridade,<br />
interrupção brusca da gravidez e crescimento<br />
retardado. Para minimizar estas<br />
estas, a maior parte dos obstetras optam<br />
por um a política de admissão prévia,<br />
sempre que se desenvolvem hipertensões<br />
de moderadas a graves e principalmente<br />
no caso de hipertensões mais graves ou<br />
mesmo no desenvolvimento de eclampsia.<br />
Este tipo de politica de admissão tem<br />
um alto custo, tanto em termos monetários<br />
como de traumas emocionais provocados.<br />
No entanto, acreditamos agora<br />
que pode não ser necessário admitir estes<br />
casos no hospital, mas unicamente hipertensõés<br />
severas, a não ser que seja iminente<br />
uma eclampsia, ou existir pré<br />
-eclampsia fulminante.<br />
Para testar esta proposição, desenvolvemos<br />
um sistema onde a pressão sanguínea<br />
materna pode ser monitorizada<br />
por telemetria a partir do domicílio da<br />
doente (5). A grávida utiliza um monitor<br />
de pressão sanguínea automático,*<br />
o qual mede ciclicamente a sua pressão<br />
- uma vez por minuto durante 10 minutos.<br />
Um microprocessador especialmente<br />
desenvolvido para o nosso estudo memoriza<br />
estas. pressões transmitindo-as de<br />
seguida por telefone directamente para<br />
um computador no hospital (Acom BBC)<br />
num período mais ou menos cinco<br />
segundos.<br />
O computador efectua a média destas<br />
pressões e apresen~-as num VDU,<br />
por 2 ou 3 vezes, cada dia. O obstetra<br />
de serviço inspecciona estas pressões,<br />
decidindo pela admissão da grávida no<br />
hospital, ou a continuação do registo a<br />
partir do domicilio.<br />
Este estudo ainda está a ser processado,<br />
e até à data fizemos 100 registos<br />
de pressões sanguíneas monitorizadas a<br />
partir das casas de 11 grávidas. Todas<br />
estas doentes encontravam-se de 140/90<br />
mmHg. Em circunstâncias normais, todas<br />
teriam sido internadas para vigilância<br />
contínua. No entanto, após termos iniciado<br />
estas grávidas como telemetria da<br />
pressão sanguínea, a partir da sua residência,<br />
conseguimos monitorizar as suas<br />
pressões 2 vezes por dia sem internamento.<br />
Em todos os casos conseguimos<br />
mantê-las fora do hospital até a altura<br />
do parto espontâneo ou da cesariana electiva.<br />
GLUCOSE SANGUÍNEA<br />
MATERNA<br />
A não ser que seja devidamente controlada,<br />
a diabetes durante a gravidez<br />
pode ter um efeito devastador, tanto na<br />
mãe como no feto. De facto, só recentemente<br />
se compreenderam bem os princípios<br />
que geram a gravidez diabética.<br />
No entanto, sabe-se agora que o controlo<br />
estricto dos níveis de glucose no sangue-durante<br />
a gravidez pode reduzir a<br />
incidência de problemas obstétricos e<br />
neonatais a um nível quase próximo do<br />
normal.<br />
Quando surgiram os testes pessoais dos<br />
níveis de glucose no sangue, tornou-se<br />
seguro penrutir que a grávida diabética<br />
permanecesse em casa durante a maior<br />
parte da gravidez, mantendo um livro<br />
de registo dos resultados da sua glucose<br />
no sangue para inspecção periódica pelo<br />
seu obstetra e endocrinologista. Contudo,<br />
Mazze pôs em causa, recentemente, a<br />
confiança deste tipo de monitorização<br />
efectuada pelo próprio indivíduo (6).<br />
Na Diabetic Antenatal Clinic, em Cambrigde,<br />
confiamos fortemente numa técnica<br />
desenvolvida por nós próprios para<br />
a monitorização telemétrica da glicose<br />
no sangue a partir do domicílio. Carregamos<br />
as informações num computador<br />
IMB PC, que funciona com Software disponível<br />
pela Ames Ltd (7).<br />
No nosso protocolo de gestão por telemetria<br />
(8), a grávida continua também<br />
a ser seguida pessoalmente no hospital<br />
Diabetic Antenatal Clinic pelos obstetra<br />
e endocrinologista, o mais ·cedo possível.<br />
As histórias obstétricas e endócrinas<br />
usuais são efectuadas, sendo a ·<br />
grávida examinada da maneira usual. É<br />
então instruída nas técnias da monitorização<br />
a partir de casa para os níveis<br />
da glicémia e normalmente pedidas 7<br />
medições por dia. Ela aprende então<br />
como ligar o seu Glucómetro Mem0rizador<br />
''AMES" ao sistema telefónico e<br />
como transmitir as leituras da sua glicose<br />
através da rede telefónica para o<br />
Rosie Maternity Hospital, onde serao processadas<br />
por computador.<br />
Este tipo de doentes transmitem por<br />
telefone os seus resultados directamente<br />
para o computador da Clinica, uma vez<br />
por semana, onde serão então revistos<br />
pelo endocrinologista e obstetra. Se tudo<br />
está bem ou se só surgirem problemas<br />
de menor importância, a grávida então<br />
é instruída, através do telefone, na necessidade<br />
de alteração da dosagem de insulina.<br />
Desde que o controlo diabético seja<br />
adequado, a necessidade de observar a<br />
paciente pessoalmente no Diabetic Antenatal<br />
Clinic é mais ditada pelas considerações<br />
obstétricas, do que pela necessidade<br />
de inspecção do livro de registos<br />
para· os valores de glucose no sangue.<br />
Excluindo as óbvias economias fmanceiras<br />
deste processo, a paciente é poupada<br />
do incoveniente das constantes visitas<br />
ao hospital, sem compromisso de um<br />
bom seguimento anteparto.<br />
"<br />
SUMARIO<br />
O nosso grupo introduziu 3 ou 4 mcx:lalidades<br />
de telemetria obstétrica em casa<br />
e actualmente disponíveis: ritmo cardíaco<br />
fetal, pressão sanguínea materna e níveis<br />
deglicémiamaterna.Noentanto,aquarta<br />
técnica obstétrica, ou seja, a telemetria<br />
das contracções uterinas, fui recentemente<br />
iniciada pelo grupo de Katz. No seu<br />
devido tempo, esperamos que outras<br />
modalidades serão iniciadas.<br />
Estas várias técnicas telemétricas<br />
devem permitir que muitas mais gravidezes<br />
de alto risco sejam tratadas tão<br />
seguramente em casa como no hospital<br />
e com muito menos custos envolvidos:<br />
financeiros, sociais e emocionais.<br />
As técnicas telemétricas por telefone tiveram<br />
um avanço considerável na suá aplicação<br />
não só em obstetrfoia, mas em<br />
todas as especialidades médicas.<br />
A idade da teke-medicina está já no<br />
44<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N. 0 17/<strong>18</strong><br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N.º 17/<strong>18</strong><br />
45
A Sonadel fornece à indústria<br />
as soluções mais limpas ...<br />
COM A TECNOLOGIA<br />
mais avançada na<br />
produção de detergentes<br />
e tensio-activos<br />
domésticos e industriais<br />
resultante da cooperação<br />
técnica com algumas das<br />
principais empresas<br />
Europeias.<br />
COM CAPACIDADE<br />
para: produzir de acordo<br />
com as fórmulas dos<br />
Clientes;<br />
desenvolver fórmulas<br />
específicas para a<br />
resolução de problemas<br />
concretos dos Clientes;<br />
prestar total assistência<br />
técnica e apoio -aos<br />
v~~~;:;i Clientes.<br />
COM A LONGA<br />
EXPERIÊNCIA<br />
que possui no serviço<br />
eficaz a empresas<br />
nacionais e<br />
multinacionais.<br />
Em Portugal e no<br />
estrangeiro.<br />
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1 i11r:p'(j' 1<br />
J/(~ ·''' . 1 ''":<br />
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~.~ '. '.~ ! !.·"11 ,. ..<br />
l '!I<br />
/~- · ·<br />
.',<br />
,<br />
inicio da "madrugada", e é nossa convicção<br />
que pouco vimos ainda do pico<br />
do iceberg, no que diz respeito à medicina<br />
telemétrica em casa.<br />
AGRADECIMENTOS<br />
O programa de telemetria obstétrica<br />
em casa na Universidade de Cambrigde<br />
assenta fortemente no trabalho de equipa<br />
e eu estou profundamente grato aos meus<br />
colegas por terem compartilhado este<br />
fardo: Dr. Huw Alban Davies, Dr.<br />
Michael Bright, Miss Janet Currie, Dr.<br />
James Dripps, Dr. Owen Edwards, Mr.<br />
David Juett, Mr. Keith Manning, Mrs.<br />
Judith Nicholls, and Dr. Philip Robarts.<br />
Estou também agradecido à British Heart<br />
Foundation, e à East Anglian Regional<br />
Health Authority pelo seu apoio financeiro.<br />
A<br />
REFERENCIAS<br />
1 Dalton Kj , Dawson Aj, Gough NAJ.<br />
Long Distance telemetry of fetal heart rate from<br />
patient's homes using the public telephone network.<br />
Brit Med. M . 286: 1545, 1983.<br />
2 Dalton KJ, Currie JR.<br />
Fetal home telemetry made simple. J Obstet<br />
Gynaecol 6: 151-154, 1986.<br />
3 Currie JR, Dalton KJ.<br />
Patiente acceptability of fetal home telemtry in<br />
Cambrigde.<br />
ln "The lntrauterine Life - Management and<br />
Therapy", p <strong>18</strong>5-<strong>18</strong>8, eds.<br />
Schenker JG and Weinstein D, Elsevier, Amsterdam,<br />
1986.<br />
4 Dalton KJ<br />
Tlemetry of fetal heart signals from the patient's<br />
own home.<br />
ln "The Computer in Obstetrices and Gynae-·<br />
cology", eds. Dalton KJ & Fawdry RDS, IRL<br />
Press, Oxford, 1986.<br />
5 Dalton KJ, Manning K, Dripps JH, Robarts PJ.<br />
Computeriz.ed home telemetry of maternal blood<br />
pressure.<br />
ln "The Computer in Obstetrics & Gynaecology",<br />
eds, Dalton KJ & Fa\\dry RDS, IRL Press,<br />
Oxford, 1986.<br />
6 Mazze RS, Shamoon H, Pasmenter R et al.<br />
Relianility of blood glucose monitoring by<br />
patients with diabetes mellitus. ·<br />
Am J Med 77: 211-217, 1984.<br />
7 Alban Davies H, Edu;ards OM, Dalton KJ,<br />
Nicholls J.<br />
Computorized analysis of blood glucose data in<br />
diabetic pregnancy.<br />
ln "The Computer in Obstetrics and Gynaecology",<br />
eds. Dalton KJ & Famlry RDS, IRL Press,<br />
Oxford, 1986.<br />
8 Dalton KJ, Alban Davies H. Edwards O, Nicholls<br />
J.<br />
Computoriz.ed home telemetry of maternal blood<br />
glucose leveis in diabetic pregnancy.<br />
ln "The Computer in Obstetrics and Gynaecology<br />
", Dalton KJ & Fawdry RDS eds., IRL<br />
Press, Oxford, 1986.<br />
9 Katz M, Gill PJ.<br />
lnital evaluation of an ambulatory system for<br />
home monitoring and transmission of uterine<br />
activity.<br />
Obstet Gynecol 66: 273-277, 1985.<br />
SISTEMA DE INFORMACÃO CIENTÍFICA E TÉCNICA<br />
,<br />
Manuela Ramos<br />
SERVICO DE ACESSO<br />
~<br />
A BANCOS DE DADOS<br />
Actualmente as técnicas de difusão<br />
experimentam uma evolução<br />
rápida e irreversível que pode<br />
entender-se como causa e efeito da .<br />
crescente procura de informação económica,<br />
técnica, política, jurídica,<br />
bem como em ciências sociais e<br />
humanas e organização de saúde.<br />
Nesta perspectiva, o Serviço de<br />
Acesso a Bancos de Dados é um sistema<br />
privilegiado de obtenção de<br />
dados bibliográficos que, de forma<br />
interactiva, permite ao utilizador receber<br />
informação qualificada e actua- ~-..Lii<br />
lizada, de âmbito mundial e referente<br />
a todos os domínios do conhecimento.<br />
Procurando dar resposta às necessidades<br />
específicas de potenciais e<br />
reais utilizadores, como nomeada-~<br />
mente, investigadores, médicos, uni- ~<br />
versitários, administradores hospitalares,<br />
engenheiros, economistas, etc,<br />
o Centro Regional de Informática da<br />
Saúde de Coimbra aderiu recentemente<br />
a importantes Bancos de<br />
Dados, QUESTEL (Europeu) e DIA-<br />
LOG (americano).<br />
O sitema QUESTEL propõe aos<br />
seus utilizadores mais de cinquenta<br />
bases de dados, cobrindo múltiplos<br />
aspectos do conhecimento, pelo seu<br />
carácter específico revestem particular<br />
interesse para o sector médico e organização<br />
de saúde as Bases:<br />
- CANCERNET<br />
produzida por Cancernet,<br />
*Responsável pelo Servilo de Areçso aos Bancos de Dados<br />
CRJC/SIS do Centro Regional de InfiJrmática da Saúde<br />
- Coimbra.<br />
CNRS<br />
- CIS-ILO<br />
produzida pelo Centro Internacional<br />
de informação em Segurança<br />
e Saúde ocupacional<br />
- PASCAL<br />
produzida pelo CNRS<br />
O sistema DIALOG - Information<br />
Retrieval Service é composto por 300<br />
Bases de Dados das quais se salientam<br />
pela sua especial importância nas<br />
áreas atras referidas:<br />
- ·MEDLINE<br />
Produtor: pela U.S. National<br />
Library of Medicir.~<br />
- EMBASE (antiga Excerpta<br />
Médica)<br />
Produtor: pela Excerpta Médica<br />
46<br />
Gest ão Hcspitalar • Ano V • N. 0 17/<strong>18</strong><br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N. 0 17/<strong>18</strong><br />
47
SERVICO DE ACESSO<br />
,<br />
A BANCOS DE DADOS<br />
- MENTAL HEALTH ABS<br />
TRACTS<br />
Produzida pela National Clearinghouse<br />
for Mental Health<br />
- HALTHE PLANNING AND<br />
ADMINISTRATION<br />
Produtor: pela_ U.A. National<br />
Library of Medicine<br />
- NURSING AND ALLIED<br />
HEALTH<br />
Produtor: pela Cumulative 1<br />
Index to N ursing and Allied<br />
Health Literature Corj>oration,<br />
Glendale, CA.<br />
Os Bancos de dados fornecem<br />
informação bibliográfica, documental,<br />
numérica e factual bem como fornecimento<br />
de texto integral.<br />
IProcedimento de acesso:<br />
As bases de dados estão indexados<br />
segundo classificação em palavra<br />
-chave. Tal metodologia implica a·<br />
inecessidade de identificar previamente<br />
toda a informação a pesquisar.<br />
Da correcta identificação dos<br />
!conceitos e articulação entre eles,<br />
depende a eficácia da resposta. Consj<br />
tituem auxiliares de pesquisa imporltante,<br />
em matéria da Bio-Medicina,<br />
1<br />
o INDEX MEDICUS e MESH.<br />
Assim, a partir de uma questão a<br />
pôr o procedimento é o seguinte:<br />
• Escolha da Base de Dados<br />
• Identificação de conceitos<br />
• Combinação dos termos (lógica<br />
boleana)<br />
Tecnicamente o acesso ao Sistema<br />
é feito através da TELEPAC até ao<br />
nó da CPRM por percurso transatlantico<br />
ao nó da sua correspondente<br />
norte americana, a TELENET ou<br />
TYMNET ao computador preten<br />
\ dido.<br />
Para esse efeito, o equipamento utido<br />
é constituído basicamente por<br />
telefone de linha directa, 1 modem<br />
terminal de computador.<br />
Exermplo de uma pesquisa na Base de Dados CANCERLIT<br />
(formato 3 sem abstract). Fig. 1<br />
File 159, CANCERLIT - 1963-87/JUN<br />
Set ltems Description<br />
?SS TUMOR STEM CELL ASSAY<br />
Sl 1597 TUMOR STEM CELL ASSAY<br />
1597 Sl<br />
52 4717 DRUG RESISTANCE<br />
SS3<br />
232 Sl AND DRUG RESISTANCE<br />
ªSS Sl ANO ANTINEOPLASTICAND (PD DR TU)<br />
1597 Sl<br />
S4 34072 ANTINEOPLASTIC<br />
S5 56452 PD<br />
Só 49567 TU<br />
S7 6~8 Sl ANO ANTINEOPLASTIC ANO (PD OR TU)<br />
?SS Sl ANO VIT~O (F) JSENSITIVITY OR CS OR HTCA)<br />
58<br />
S9<br />
SlO<br />
Sll<br />
S12<br />
S13<br />
?T13/3/1-20<br />
(TELEPAC P: paxije error<br />
. 1597 Sl<br />
. 55878 VITRO<br />
16436 SENSITIVITY<br />
2907 cs<br />
88 HTCA<br />
3342 VITRO (F) ((SENSITIVITY OR CS) OR HTCA}<br />
337 Sl ANO VITRO (F) (SENSITIVITY OR CS OR HTCA)<br />
13/3/1<br />
0595698 ICDB/870327 48<br />
IN VITRO ANTIPROLIFERATIVE ACTIVITY OF DEMETHOXYDAUNORUBICIN ANO MITOXANTRONE<br />
IN HUMAN ACUTE LEUKEMIA (MEETING ABSTRACT)<br />
Lepri E; Menconi E; Liberati M; Castelvetri L; Barzi A<br />
lnst. of Pharmacology~ Univ. of Parugia, ltaly<br />
Fifth, NCl-EORTIC Symposium on New Drugs in Cancer Therapy. October 22-24, 1986, Amsterdam,<br />
lhe Netherlands, abstrad 9.29, 1986.<br />
13/3/2<br />
0595654 ICDB/87032599<br />
CLONOGENIC ASSAY SCREENING STUDY GROUP (CASSG): CONTRIBUTION TO AN EORTC<br />
DRUG SCREENING PROGRAMME (MEETING ABSTRACT)<br />
Aapro MS ·<br />
Univ. Hosp. Geneva, Switzerland<br />
Fifth NCl-EORTC Symposium on New Drugs in Cancer Therapy. October 22-24, 1986, Amsterdam,<br />
The Netherlands, abstract 4.09, 1986.<br />
•<br />
13/3/3<br />
0595556 ICDB/87034066<br />
IN VITRO CHEMOSENSITIVITY (CS) ANO CORRESPONDING IN VITRO-IN VIVO DRUG COM<br />
PARISONS BY THE HUMAN CLONING ASSAY (HTCA} IN PATIENTS WITH ADVANCED OVARIAN<br />
CARCINOMA (MEETING ABSTRACT)<br />
Dittrich Ch; Sattelhak E; Hudec M; Sevelda P; Salzer H; Moser K<br />
Dept. Chemotherapy, University of Vienna, Vienna 1090. Austria<br />
Proc. Am Soe Clin Oncol: 6:A438 <strong>1987</strong><br />
13/3/4<br />
0595351 ICDB/87033450<br />
ANTITUMOR ACTIVIY OF ETHER LIPID ANALOGS IN COMBINATION WITH DNA-INTERACTIVE<br />
AGENTS (MEETING ABSTRACT)<br />
Beren ME; Noseda A; White Jg; Modest EJ<br />
Section on Gynecologic Oncology Res. Center, Bowman Gray Sch. of Medicine, Wake Fores! Univ, Winston<br />
-Selem, NC 27103.<br />
Proc Am Soe Clin Ocol: 6:A90 <strong>1987</strong><br />
131315<br />
0595350 ICDB/87033449<br />
SCHEDULE DEPEDENCY FOR POSITIVE INTERACTIONS OF FLUOROURACIL AND MITOMYCIN-C<br />
IN COMBINATION AFAINST HUMAN OVARIAN TUMOR CELLS IN A CLONOGENIC ASSAY (MEE <br />
TING ABSTRACT)<br />
Higashihara J; Serens ME; Welander CE<br />
Sect. Gynecologic Oncology, Bowman Gray School of Medicine, Wake Forest Univ., Winston-Selem,<br />
NC 27103<br />
Proc Am Soe. s;l in '_9n~ol; 6:A89 <strong>1987</strong><br />
13/3/6<br />
0594781 ICDB/87033649<br />
PRELIMINARY REPORT OF A PRO~PECTIVE TRIAL OF NEUROENDOCRINE (NE) MARKER ANALYSIS<br />
AND IN VITRO DRUG SENSIVITY (IVDS) TESTING IN PATIENTS (PTS) WITH NON-SMALL CELL LUNG<br />
CANCER (NSCLC7 (MEETING ABSTRACT7<br />
Mu lshine J; lhde D; Linnoila RI; Veach S; Steinberg; S Woods E; Phelps R; Minna J; Gazdar A<br />
NCI - Navy Medical Oncology Branch, Naval Hosp., Bethesda, MD 29814<br />
Proc. Am Soe Clin Oncol; 6:713 <strong>1987</strong><br />
13/3/7<br />
0594687 ICDB/87032057<br />
IN VITRO CHEMICAL ERADICATION OF SMALL CELL LUNG CARCINOMA (SCLC) LINES IN BONE<br />
MARROW (MEETING ABSTRACT)<br />
Benard J; Renaud-Bettan L; Pico JI; Riou G<br />
Institui Gustave Roussy, 94800 Villejuif, France<br />
Proc Annu Meet Am Assoe Cancer Res; 28:444 <strong>1987</strong><br />
Êxemplo de uma pesquisa na base de dados MEDLINE<br />
(formato 5 com abstract). Fig. 2<br />
File 154: MEDLI NE -<br />
Sei ltems Description<br />
Sl<br />
80-86/SEP<br />
5<strong>18</strong>4 • EXPIRATORY<br />
4561 FORCED<br />
42209 FLOW<br />
36724 RATES<br />
O EXPIRATORY (W) FORCED (W) FLOW (W) RATES<br />
5284 EXPIRATORY<br />
42209 FLOW<br />
36724 RATES<br />
S2<br />
833 EXPIRATORY (F) FLOW (F) RATES<br />
?TTSS22/1331/11 - 1100<br />
5/5/1<br />
1999707 86216707<br />
Effect of a deep inspiration on expiration on expiratory flow in normais and patients with chronic obstrudive<br />
pulmonary disease.<br />
Fairshter RD<br />
University of California lrvine Medical Center, Orange 92668.<br />
Buli Eur Physiopathol Respir (ENGLAND), Mar-Apr 1986, 22 (2) pii9-25, ISSN 0395-3890 Journal<br />
Code. BGX<br />
Contract/Grant No.: HL00529<br />
Languages: ENGLISH<br />
Journal Announcement: 8609<br />
Subfile: INDEX MEDICUS<br />
Normal control subjects and individuais with chronic obstructive pulmonary disease (COPO) were studied<br />
by measuring routine lung function tests as well as maximal (MEFV) and partial expirotory flow<br />
-volume (PEFV) curves and lung elastic recoil (Pst, L) before and after a total lung capacity (TLC} volume<br />
history, ln the normal subjects: before bronchodilators airflow increased significantly, whereas Pst, L and<br />
usptream segment resistance (Rus) decreased significantly following inspiration to TLC; after administration<br />
of inhaled bronchodilators, flow rates were higher on the PE FV thon on MEFV curves; nevertheless,<br />
because Pst, L decreased substantially following a deep breath, post-bronchodilator Rus was still somewhat<br />
reduced by deep inspiration. ln the subjeds with COPO flow rates on PEFV curves were as high or exceeded<br />
flow rates on MEFV curves in 76/100 studies; the rotio of flow rates (PEFV) /flow rates (MEFV) increased<br />
as pilmonary function worsened; as in normal subjects, Pst, L dimin ished in COPO subjects following deep<br />
inspiration; although flow rates increase on both PEDV and MEFV curves after bronchodilators, the increments<br />
in flow were considerably larger on PEFV maneuvers.<br />
Tags: Female: Human; Mole; Support, U.S. Gov't, P.H .S.<br />
Descriptors: Adult; Airway Resistance - Drug Effects (DE); Atropine - Diagnostic Use (Ou); *Lung<br />
Diseases, Obstructive - Physiopathology (PP); Middle Age; O rciprenaline - Diagnostic Use (OU);<br />
• Respiration; Respiration; Respiratory Function Tests.<br />
CAS Registry NO.: 51 -55-8 (Atropine); 586-06-1 (Orciprencline)<br />
51512<br />
1931 200 861 48200<br />
l he bronchodilator effect of a fixed-combination metered aerosol (fenoterol and ipratropium bromide).<br />
Berdel D; Kel lersmann U<br />
Department of Paediatrics, University, of Bonn, West Germany. .....<br />
1 O refundo serviço está à disposição<br />
de todos os organismos, entidades<br />
públicas ou pessoas em nome individual.<br />
Os custos de acesso aos Bancos de-.<br />
Dados sãp determinados pelo volume<br />
de informação pretendidos, sendo<br />
importante referir que uma adequada<br />
·disciplina de pedido, nos termos at:raS<br />
descritos, contribuirá para a sua<br />
redução.<br />
O<br />
1IBSUMO<br />
A crescente procura de informação automatizada,<br />
especializada e actual e a res- 1<br />
posta que o CENTRO REGIONAL DB<br />
INFORMÁTICA DA SAÚDE (CRIC), põe<br />
ao dispôr dos reais e potenciais utilizadores<br />
dos Bancos de Dados.<br />
A autora, pretende com esta descrição<br />
dar a conhecer as vantagens do Serviço de<br />
Acesso a Bancos de Dados e o seu funcionamento<br />
técnico.<br />
ABSTRACT<br />
The increasing research in automatic1<br />
infurmatic, or specific or actual and the ans-!<br />
wer that infonnatic health in Regionam Cen-!<br />
ter (C.R.I.C.), provides the real and poten- 1<br />
cial searchers to the databases. . 1<br />
The writer os pretending with this description<br />
to make known the ad\antages of<br />
acess Services to Databases and its technical<br />
working_. _<br />
- -<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> " Ano V • N. 0 17/<strong>18</strong><br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N.º 17/<strong>18</strong><br />
49
SERVICO DE ACESSO<br />
,<br />
A BANCOS DE DADOS<br />
Sinónimo de precisão<br />
Microscópios cirúrgicos<br />
Microscópios biológicos<br />
Microscópios de análise<br />
Microscópios estereoscópicos<br />
Micrótomos<br />
Sistemas modulares<br />
de microfotografia<br />
- Sistemas óptico-electrónicos<br />
de análise<br />
Pediatr Pulmonol (UNITED STATES), Nov-Dec 1985, 1 (6) p296-302, ISSN 8755-6863 Journal Code:<br />
OWH<br />
Languages: ENGLISH<br />
Journal Announcement: 8606<br />
Subfile: INDEX MEDICUS<br />
The fixed-combination metered 1K6 (fenoterol 0 .05 mg/puff, ipratropium bromide 0 .02 mg/puff- Berodual,<br />
Boehrimger-lngelheim Ltd., 1/2 to 6 2/12 years who had extrinsic bronchial asthma. Three forms of administration,<br />
each with a different site of action, were compared: Two puffs during inspiration. Probable<br />
site of action: oral cavity, pharynx, larynx, trachea, and bronchi. Two puffs in the breathing interval after<br />
deep inspiration. Probable site of action: oral cavity and pharynx. The resistance of the respiratory system<br />
(Rrs) was measured using oscillometry for up to 360 minutes after administration. A significant decrease<br />
of the median resistance was found with ali three forms of administration. The changes were Form 1-48%<br />
of baseline after 120 minutes; Form 2-47.9% of baseline after 60 minutes; Form 3-44.4% of baseline<br />
after 30 minutes. The greatest decrease was observed with form 1. THe study indicates that significant<br />
bronchodilation was achieved in small children using the combination of fenoterol and ipratropium bromide<br />
administered by metered aerosol even when inhalation and the release of the puff were not synchronized.<br />
A significant bronchodilator effect was also observed in cases of severe bronchial obstruction in which<br />
transport of the active ingredients to the lower airways could not be sufficiently guaranteed.<br />
Tags: Female; Human; Male<br />
Descriptors: Administration, lntranasal; Aerosols; Airwcy Resistance - Drug Effects (DE); •Asthma-Drug<br />
Therapy (DT); •Atropine Derivatives - Administration and Dosage (AD); Child; Child, Preschool; Drug<br />
Combinations; • Fenoterol-Administration and Dosage (AD); Fenoterol - Ph~rmacodynamics (PD; Fenoterol<br />
- Therapeutic Use (TU); • B-lsopropylatropine - Administration and Dosage (AD); N-lsopropylatropine<br />
- Pharmacodynamics (PD); N-lsopropylatropine - Therapeutic Use (TU)<br />
CAS Registry No.: 13392-<strong>18</strong>-2 (Fenoterol); 22254-24-6<br />
(N-lsopropylatropine)<br />
1<br />
A Cebit possui já uma longa experiência como fornecedor de equipamentos<br />
para informatização da <strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong>.<br />
Cerca de 30 Hospitais util izam computadores instalados pela nossa Companhia,<br />
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a conexão de até 8 postos de trabalho. Dos tradicionais terminais aos microcomputadores<br />
PC compatíveis ..<br />
Consegue-se assim a descentralizaÇão<br />
de tarefas que podem ser<br />
realizadas. em local com as mais<br />
diversas aplicações existentes no<br />
mercado: base de dados, folhas<br />
de cálculo, tratamento de texto,<br />
etc; ao mesmo tempo que se permite<br />
a uti lizacão , da informacão ,<br />
existente no computador central<br />
sempre que isso se torné necessário.<br />
A Cebit possui um Departamento<br />
de Desenvolvimento suficientemente<br />
familiarizado com as<br />
necessidades informáticas da área<br />
da saúde o que nos habilita a<br />
apresentar soluções adequadas<br />
tanto a nível de hardware como<br />
de software.<br />
Consulte-nos.<br />
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50<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano V • N .º 17/<strong>18</strong>
Manuel Rendeiro Jr. 1<br />
Foi no dia <strong>18</strong> de Março de 1965 que<br />
se inaugurou a Casa de Saúde de Santo<br />
António da Convalescença, que o grande<br />
público conhece como Hospital da Cruz<br />
Vermelha Portuguesa.<br />
Património da Cruz Vermelha Portuguesa,<br />
o Hospital procurou sempre<br />
seguir os princípios que norteiam esta<br />
instituição, razão porque esta se orgulha<br />
de possuir este Hospital moderno,<br />
bem equipado, tecnologicamente avançado,<br />
e integrando pessoal cuja preocupação<br />
constante é Bem Servir.<br />
Possuindo 95 quartos com 116 camas,,<br />
o Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa:<br />
possui ainda uma vasta retaguarda de<br />
meios complementares de diagnóstico<br />
e terapêutica, garantindo segurança nol<br />
Internamento assim como no Ambula-:<br />
tório.<br />
É evidente que entre as múltiplas valências<br />
de que o Hospital está dotado, algumas<br />
há que sobressaem:<br />
A CARDIOLOGIA<br />
Na área do diagnóstico, o Hospital dispõe<br />
da ·electrocardiografia tradicional<br />
( electrocardiógrafo de três canais), ecocardiografia<br />
(modo M, bidimensional e<br />
doppler 2D) e estudos vasculares de<br />
carácter invasivo.<br />
Entre as terapêuticas cardiológicas mais<br />
diferenciadas, o Hospital tem criado con- 1<br />
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INTERNATIONAL<br />
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ASSOCIATION - IEA -<br />
Helsinki/Finland<br />
<strong>1987</strong> AUG 08/AUG 13<br />
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<strong>1987</strong> AUG 13/AUG 16<br />
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<strong>1987</strong> AUG 16/AUG 19<br />
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DENMARK<br />
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6 WORLD CONGRESS OF THE<br />
INTERNATIONAL SOCIETY FOR<br />
ARTIFICAL ORGANS - ISAO -<br />
together with 14 CONGRESS<br />
EU ROPEAN SOCIETY OF ARTIFICIAL<br />
ORGANS<br />
Munich/Germany F.R.<br />
<strong>1987</strong> SEP 06/SEP 09<br />
Sec. lnterplan Convention & Visitor<br />
Service Sophienstrasse 1 8000 Munich<br />
2 Germany F.R.<br />
7 INTERNATIONAL CONGRESS<br />
OF THE INTERNATIONAL<br />
SOCIETY FOR<br />
STEREOLOGY - ISS -<br />
Caen/France<br />
<strong>1987</strong> SEP 07/SEP 11<br />
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OF EUROPEAN SECTION OF THE<br />
INTERNATIONAL ASSOCIATION<br />
OF GERONTOLOGY - IAG<br />
Brighton - Sussex/United Kingdom<br />
<strong>1987</strong> SEP 15/SEP 19<br />
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entrelaçada, cujos bordos não se desfiam, nem<br />
tão-pouc'J encolhe ao ser aplicada. é também a<br />
única ligadura que tem conseguido fixar mais de<br />
90% de massa de gesso, sobre o seu característico<br />
e exclusivo tecido entrelaçado, o que evita que<br />
o gesso se desprenda, assegurando a sua distribuição<br />
uniforme sobre toda a superfície.<br />
O gesso utilizado na fabricação de GYPSONA<br />
é da mais exigente qualidade, suavidade e depu- ·<br />
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Por V. solicitação, testámos a loção de lavagem MANl<br />
PU R do ponto de vista microbiológico, de acordo com o<br />
teste por V. enviado. Segundo as V. indicações, MANIPUR<br />
contém lrgasan DP 300, como aditivo microbicida.<br />
A pesquisa microscópica não revelou a presença de<br />
quaisquer microrganismos. A inoculação de MANIPUR, em<br />
condições aeróbias e anaeróbias, em meios de incubação<br />
como o agar-sangue, agar «Endo» e agar adicionado de 3%<br />
de Tween 80, 0,3% de lecitina e de 0,1% de histidina, não<br />
revelou, igualmente, a presença de microorganismos.<br />
Como consequência, procedeu-se à avaliação da acção<br />
do MANIPUR sobre vários microorganismos (prova de eficácia),<br />
como segue:<br />
- Fizeram-se cinco amostras de 4,5 mi de desinfectante<br />
que se inocularam, respectivamente, com 0,5 mi de suspensões<br />
de Staphylococus aureus, Proteus vulgaris, klebsiella<br />
aerogenes, Serratia marcescens e Candida albicans. As suspensões<br />
dos inóculados continham 10 7 células (KBE) por<br />
mi., obtendo-se assim a concentração de 10 6 KBE/ml nos<br />
RELATÔRIO DE ENSAIO<br />
QUADRO:<br />
MANIPUR Prova de eficiência<br />
Células (KBE) por mi após vários tempos de contagem<br />
vários testes. As contagens foram feitas às 24, 48 e 96 horas,<br />
tendo-se obtido os resultados registados no quadro<br />
anexo.<br />
CONCLUSÕES : .<br />
A amostra de MANIPUR pesquisada não .continha microorganismos.<br />
A prova de eficácia permitiu verificar que o<br />
MANIPUR tem uma acção 100% eficiente ao fim de 24 horas<br />
sobre as culturas de Staphylococus aureus Proteus vulgaris,<br />
klebsiella aerogenes, Serratia marcesce~s e Candida<br />
albicans. A utilização de produtos de limpeza das mãos e<br />
d~ pele nos ho~pita is exige a total ausência de microorgamsmos<br />
patogénicos; esta exigência é satisfeita por MANl<br />
PUR.<br />
!Doe. Dr. G. Wewalka)<br />
KBE/ ml<br />
Tempo de incubação<br />
Organismo testado no início 10 min.<br />
do teste 24h. 48h. 96h.<br />
Staphylococus aureus 10 6 o<br />
1<br />
o o o<br />
Klebsielle aerogenes 10 6 o o o o<br />
Serratia marcescens 10 6 1ü6 o o o<br />
Proteus vulgaris 10 6 1ü6 o o o<br />
Candida albicans 10 6 6.10 5 o o o<br />
(Prof. Dr. H. Flamn)<br />
N.B. - MANIPUR (TRICLOSAN 2%) é adjudicado pelo MINISTÉRIO DA SAÚDE sob a rubrica "MEDICAMENlOS _ Cód.º 21 77 88".<br />
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no tratamento de úlceras de decúbito<br />
e feridas, resultados tão evidentes<br />
como os alcançados com OpSite-1(?<br />
''A humidade acelera a cicatrimção das<br />
úlceras. OpSite tira partido disto e pode<br />
substituir a tempo todas as outras fonnas de<br />
cuidados das úlceras de decúb.ito''<br />
OpSite é uma película fina de poliuretano que se<br />
adapta intimamente aos contornos do corpo. É<br />
impermeável aos líquidos e às bactérias, mas permeável<br />
ao vapor de água, prevenindo a maceração.<br />
As feridas cicatrii.am muito. mais rapidamente se<br />
estiverem húmidas e houver oxigénio livremente<br />
disponível. Este é precisamente o meio proporcionado<br />
por um penso OpSite. O exsudado sob OpSite<br />
demonstrou igualmente protecção contra a fácil infecção<br />
da cicatrização da ferida É elástico, cómodo, facilitando·<br />
assim o movimento da articulação e proporcionando<br />
conforto ao doente; Permite também aos doentes tomar<br />
banho e. duche e, uma vez que OpSite não adere à<br />
superfície da ferida, a remoção não é dolorosa<br />
Uma vez que OpSite protege a pele frágil e reduz a<br />
fricção, é também eficaz na profilaxia das úlcera.S de<br />
compressão.<br />
Como OpSite é à prova de água, protege a pele<br />
delicada da maceração, um risco particular nós doentes<br />
incontinentes.<br />
Os benefícios da utilização de rotina de OpSite pelas<br />
enfermeiras, são extremamente impressionantes. Um<br />
estudo recente mostrou que, usando de preferência<br />
OpSite no tratamento das úlceras de compressão, o<br />
tempo de enfermagem foi reduzido em 87%.<br />
O mesmo estudo mostrou que os pensos<br />
convencionais, resultavam cinco vezes mais caros que<br />
OpSite.<br />
Referencias:<br />
1. Ahmed, M. C., Nurses'Drug Alert (1980), 4, No. 15, 113-120 2. Winter, G. D., Surgical<br />
Dressings and Wound Healing (1971), Harkiss, K. J., Bradford University Press. 3. Rovee,<br />
D. T. et al., Epiderma) Wound Healing. Eds. Maibach, H. I., and Rovee. D. T., Year Book<br />
Medical Publishers Inc. Chicago, (1972) 159-<strong>18</strong>1. 4. Buchan, 1. A., et ai Burns, (1981) 7,<br />
326-334. 5. May, S. R., l n: Wound Healing Symposium, Oxford: The MEDICINE Publishing<br />
Foundation, (1983) 35-51. 6. Callens, J., et al., Journal des Sciences Medicales de Lille,<br />
(1981) 99, 2. 7. Hammond, M. A., Nursing Mirrar, (November lst, 1979). 8. Hall, P., Nursing<br />
Focus, (January February, 1983). 9. Kelly, L. D., Nursing Focus, (March 1982) Supplement.<br />
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