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044001 TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO LEON MORRIS ED VIDA NOVA

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Judas é um texto curto, mas tem uma ênfase notável na realidade do julgamento.<br />

Somos pessoas responsáveis e um dia teremos de prestar contas do que fizemos, sendo essa<br />

uma parte importante do ensino do Novo Testamento, Judas mostra que quem distorce o<br />

ensino cristão é culpado e terá de se justificar diante de Deus. Ele não nos deixa dúvidas<br />

quanto à gravidade de abraçar ensinos errados. Sua bênção final tem sido muito apreciada<br />

pelos cristãos de todos os tempos.<br />

Essa rápida visão panorâmica não tem a intenção de fazer um resumo enlatado de<br />

todo o ensino dos vários escritores. É simplesmente uma maneira de mostrar que eles são<br />

todos indivíduos. De nenhum dos seus textos pode se dizer: “Não se perderia muito se não<br />

tivéssemos isto aqui’’. Todos podemos ter nosso autor favorito no Novo Testamento, mas<br />

isso não nos dá o direito de negligenciar os outros. Também não devemos distorcer o que<br />

um escritor está dizendo para igualá-lo ao que algum outro escreve. É possível que dois (ou<br />

mais) deles transmitam a mesma mensagem em linguagem diferente. Mas também é possível<br />

que dois deles (ou mais) destaquem aspectos diferentes da fé. Mesmo essa breve visão<br />

panorâmica é suficiente para mostrar que cada escritor fez sua própria seleção de doutrinas<br />

cristãs e se expressa de sua maneira peculiar.<br />

Com todas as suas diferenças, porém, há uma concordância impressionante em certas<br />

verdades fundamentais. Todos eles são “cristãos”, mesmo que nem todos usem essa palavra.<br />

E isso significa que eles encontraram um lugar especial para Jesus Cristo. Alguns dão mais<br />

ênfase na humanidade genuína de Jesus do que outros, e alguns falam da sua divindade com<br />

mais clareza do que outros. Os escritores dos evangelhos obviamente prestam muito mais<br />

atenção aos detalhes da vida terrena de Jesus do que os escritores das cartas, mas é sobre o<br />

mesmo Jesus que eles estão escrevendo. E, apesar de nem todos os escritores terem como<br />

João maneiras tão sucintas de dizê-lo (“a Palavra era Deus”; “Senhor meu e Deus meu”), para<br />

todos eles, Jesus é mais do que um simples homem. Mais tarde, quando os teólogos da igreja<br />

vieram a caracterizar Jesus Cristo como verdadeiro Deus e verdadeiro homem, eles estavam<br />

simplesmente expressando em suas próprias palavras a verdade que enxergaram em todo o<br />

Novo Testamento. O que os estudiosos de hoje gostam de chamar de “evento Cristo” foi<br />

central para todos os escritores do Novo Testamento.<br />

Isso significa que esses escritores tinham um conceito de Deus radicalmente distinto<br />

da maior parte do pensamento da Antigüidade. Uma característica dos gregos era o costume<br />

que eles tinham de colocar os deuses no remoto monte Olimpo. Esses deuses eram<br />

muito grandiosos para se preocupar com os assuntos insignificantes do pequeno ser humano.<br />

Por isso, os pecados das pessoas não eram tão sérios como diziam os cristãos (a não ser<br />

que alguém fosse infeliz ou tolo o suficiente para pecar de uma maneira que chamasse a<br />

atenção dos deuses). Isso significava também que não se podia esperar afeto ou ajuda dos<br />

deuses. Às vezes alguém esperava merecer a aprovação de alguma divindade, mas não podia<br />

ter certeza de que alguém tão grande como um deus lhe prestasse muita atenção.

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