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044001 TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO LEON MORRIS ED VIDA NOVA

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satisfeito (IC o 10.5), os que enfrentam a destruição eterna (IC o 3.17; 6.13). Mesmo<br />

assim, não importa como se veja o julgamento, para o apóstolo a coisa básica é que Deus se<br />

ocupa em executá-lo.'*<br />

O ãtnor de ^Deus<br />

De tudo isso seria fácil deduzir que Paulo visualiza Deus como um Deus de grandeza<br />

suprema, que criou todas as coisas, que está executando seus planos na criação e é impiedoso<br />

na punição daqueles que se opõem aos seus planos, Isso, no entanto, seria errado. O<br />

grande interesse de Paulo em Deus não está tanto no seu poder e majestade e no julgamento<br />

que trará, mas em seu amor e preocupação com seu povo. Com seu povo! E interessante<br />

que Paulo não diz muitas vezes que Deus ama a Cristo, apesar de o pensamento ocorrer:<br />

Cristo é “o Amado” (E f 1.6). Sua ênfase, porém, está no pensamento totalmente inesperado<br />

de que Deus, que é tão bom e tão grande, não pensa na raça humana, pecadores que<br />

somos todos, simplesmente com tolerância e magnanimidade, mas com amor. É de chamar<br />

nossa atenção o fato de Paulo tantas vezes referir-se a Deus como “Pai”; de fato, ele o<br />

chama assim em todas as suas cartas. A combinação das idéias do poder de Deus e da sua<br />

paternidade significa, como diz William Barclay, que "obtemos a idéia completa e acabada<br />

de Deus como um Deus cujo poder é sempre motivado pelo seu amor, cujo amor é sempre<br />

apoiado pelo seu poder”.13<br />

Numa passagem muito importante Paulo nos diz que “Deus prova o seu próprio<br />

amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores”<br />

(Rm 5.8). Isso é totalmente estranho à experiência humana. Nós sabemos que eventualmente<br />

alguém dá sua vida por outra pessoa, mas faz esse gesto incrivelmente nobre em<br />

favor de uma pessoa boa ou por alguém a quem está ligado de alguma maneira, ou talvez<br />

por uma boa causa. Ninguém morre voluntariamente por alguém que não estima. Porém,<br />

enquanto o ser humano ainda era pecador e, assim, indigno aos olhos de Deus, Cristo morreu<br />

por ele. Esse é um pensamento essencial em Paulo e está por trás de muitas coisas que<br />

ele escreve. Deus dá seu amor indistintamente; ele o derramou em nosso coração pelo<br />

Espírito Santo (Rm 5.5).<br />

12 T ratei do tem a do julgam ento de modo bem mais abrangente em meu livro The biblical doctrine o f<br />

judgment (London, 1960; integralm ente reproduzido em português nas p. 1 7-62 de Imortalidade, Russell<br />

Shedd e A lan Pieratt, eds., São Paulo, V ida N ova, 1992). Jo h n A . T . R obinson diz que “nosso conceito<br />

básico de julgam ento vai de encontro ao de D eus”. Ele ainda observa que “julgam ento é ajustificação de<br />

Deus, a comprovação m anifesta e final do propósito do am or. E D eus não term inou enquanto não o tiver<br />

feito — enquanto não for tudo em todos” (On being the church in the world. London, 1960, p. 1 39-140),<br />

15 The mind o f it. Paul. N ew Y ork, 1958, p. 33,

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