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044001 TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO LEON MORRIS ED VIDA NOVA

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grupo e como indivíduos. Neste estudo, tentarei dar uma visão geral do pensamento de<br />

ambos — dos cristãos como um todo e como indivíduos — e tentarei descobrir o que é<br />

distintivo e o que é comum a todos. As grandes afirmações cristãs deverão então aparecer.<br />

Tenho mais respeito pela insistência de Wrede na preocupação dos escritores do<br />

Novo Testamento com a religião. Só que, a meu ver, religião e teologia andam juntas, ou<br />

pelo menos deveriam andar. Uma fica empobrecida sem a outra. Uma religião puramente<br />

pragmática, sem uma teologia bem pensada, é insatisfatória. Ao mesmo tempo, uma teologia<br />

que não resulta em práticas religiosas corretas não tem muito valor. A teologia, como os<br />

escritores do Novo Testamento a vêem, necessariamente resulta em atitudes corretas e<br />

costumes igualmente corretos, e isso em relação a Deus e às outras pessoas. No entanto,<br />

nos pontos em que a teologia e a religião à qual ela aparece tão ligada puderem ser<br />

diferenciadas, este livro se ocupará da primeira.<br />

O teólogo cristão, por isso mesmo, se envolve com seu objeto. Morgan afirma que “o<br />

teólogo não tem a mesma liberdade do historiador. Ele não pode dizer que foi assim que a<br />

tradição entendeu o cristianismo, sem que isso lhe represente uma opção de vida. Se quiser<br />

continuar sendo um teólogo cristão, ele tem de poder alegar continuidade com a tradição, e<br />

isso significa tecer o desenho da sua própria posição com fios recebidos do passado”/5Em<br />

certa medida, todos os cristãos estão envolvidos nessa tarefa de identificar os fios no Novo<br />

Testamento e formar com eles um desenho. Pode ser que ninguém tenha sucesso completo<br />

nessa empreitada; não somos suficientemente grandiosos e nossa compreensão não é<br />

abrangente o suficiente para dar conta da tarefa. Pode até ser que alguns achem que a tarefa<br />

é um esforço para conciliar o que é irreconciliável.26 Todavia, pelo menos o que estamos<br />

tentando fazer em um estudo como este é englobar o ensino de todo o Novo Testamento.<br />

Estamos tentando ser, não paulinistas ou seguidores de João ou dos teólogos sinóticos,<br />

mas teólogos do Novo Testamento.<br />

Isso leva a outro problema com que se defronta todo aquele que quer escrever uma<br />

teologia do Novo Testamento nestes dias — a idéia muito difundida de que há diferenças<br />

consideráveis entre os escritores dos vários livros do Novo Testamento. Alguns argumentam<br />

que não pode haver uma teologia “do Novo Testamento”; preferem pensar em várias<br />

25 Morgan, N ature o/N ew Testament theology, p. 41.<br />

É a partir de uma convicção como essa que muitos em nossos dias preferem trabalhar com um “cânon<br />

dentro do cânon”; eles consideram um ou alguns livros canônicos confiáveis e relegam os demais a um lugar secundário,<br />

ou até os desprezam completamente. Hans Küng mostra que isso “requer nada menos do que ser<br />

mais bíblico que a Bíblia” (Stntctures o f the church. New York, 1964, p. 164). Seja como for, todas essas idéias são<br />

totalmente subjetivas; não há nenhuma razão convincente para destacar uma parte do Novo Testam ento do<br />

restante. Tudo depende da escolha pessoal do pesquisador e, seja qual for essa escolha, ela inevitavelmente resulta<br />

numa teologia empobrecida pela omissão de partes importantes das Escrituras. Hasel fez uma avaliação<br />

proveitosa do “cânon dentro do cânon” com referências à literatura (Neiv Testament theology, p. 164-170).

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