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044001 TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO LEON MORRIS ED VIDA NOVA

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ceiro evangelho certamente é semelhante a nós, alguém muito humano (só que sem<br />

pecado).<br />

Lucas nos diz que Pedro descreveu Jesus corno “varão aprovado por Deus [...] com<br />

milagres, prodígios e sinais, os quais o próprio Deus realizou por intermédio dele” (At<br />

2.22). Não há dúvidas quanto às coisas grandiosas que Deus fez por meio de Jesus. Mas<br />

também não há dúvidas de que Jesus era um “homem”. Lucas, conforme sabemos, conta<br />

alguns episódios da infância de Jesus e registra o fato de que “crescia o menino e se fortalecia,<br />

enchendo-se de sabedoria; e a graça [ou o favor] de Deus estava sobre ele” (2.40). Ele<br />

conclui seu relato da visita a Jerusalém e da aventura do menino no templo mencionando o<br />

retorno a Nazaré e a informação de que “crescia Jesus em sabedoria, estatura e graça, diante<br />

de Deus e dos homens" (2.52). Essas passagens apontam para o processo humano normal<br />

de crescimento e desenvolvimento.<br />

Jesus tinha as necessidades físicas normais; por exemplo» sentia fome (4.2). Ele<br />

tinha emoções humanas: ficou surpreso com a fé do centurião (7.9). Chorou sobre a cidade<br />

de Jerusalém (19.41), e percebe-se uma emoção humana comovente em seu lamento: "Jerusalém,<br />

Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas<br />

vezes quis eu reunir teus filhos como a galinha ajunta os do seu próprio ninho debaixo das<br />

asas, e vós não quisestes!” (13.34). Lucas deixa claro que Jesus era religioso,2 e dele vem a<br />

informação de que Jesus tinha o hábito de adorar na sinagoga no sábado (4.16). Lucas também<br />

nos diz diversas vezes que Jesus orou (p. ex,, 3-21; 5.16; 6.12; 9.18, 28-29); em certa<br />

ocasião, ele orou a noite inteira (6.12). Ele passou pela experiência humana da tentação<br />

(4.1-13), e Lucas encerra esse relato dizendo que o Diabo deixou Jesus por algum tempo;<br />

em outras palavras, Jesus passou por tentações durante toda a vida, à semelhança do<br />

restante da humanidade.<br />

As pessoas com certeza trataram Jesus como um homem. Riram dele quando se<br />

recusou a concordar que a filha de Jairo estava morta (8.53), e a crítica de alguns de que ele<br />

era um “glutão e bebedor de vinho” (7.34) mostra que seus opositores não tinham dúvida<br />

do seu parentesco com outros seres humanos. O mesmo incidente mostra que Jesus não<br />

era um asceta; ele certamente desfrutava a vida. Isso não quer dizer que acedia a todos os<br />

seus desejos. Certa vez ele disse: “No meio de vós, eu sou como quem serve" (22.27); essa é<br />

mais uma afirmação que aponta para uma natureza humana genuína. Depois de ser preso,<br />

“Jesus foi a pessoa mais religiosa que jam ais viveu; ele não fazia nada, não dizia nada e não pensava em<br />

nada sem pensar em D eus. S e seu exemplo significa alguma coisa para nós, é que a vida hum ana sem a<br />

presença consciente de D eus — mesm o que seja uma vida de serviço hum anitário por fora com o o ministério<br />

de Jesus — é uma perversão m onstruosa. S e quisermos mesm o seguir as pegadas de Jesus, temos<br />

de obedecer ao prim eiro m andamento, assim com o ao segundo, que lhe é sem elhante: tem os de amar o<br />

Senh or nosso D eus de todo o nosso coração, nossa alma, nosso entendim ento e nossa força" (J. Gresham<br />

M achen, Christianity and liberalism. N ew York, 1934, p. 94).

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