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044001 TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO LEON MORRIS ED VIDA NOVA

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Paulo via Deus em ação nas atividades cotidianas da sua missão. Deus lhe falou em<br />

Corinto e deu-lhe ânimo para seu trabalho ali (At 18.9-10). Deus falou com ele de novo na<br />

prisão em Jerusalém e garantiu-lhe que daria testemunho do evangelho em Roma (At<br />

23.11). Na terrível tempestade durante a viagem de barco, o anjo de Deus esteve com Paulo<br />

e deu-lhe a certeza de que estaria realmente perante César, e ainda que Deus lhe "dera”<br />

todos os que estavam a bordo (At 27.23-24). Paulo estava sempre consciente do poder de<br />

Deus que “ressuscita os mortos” (At 26.8). Mas ele não limitou a atividade de Deus a coisas<br />

grandiosas no fim dos tempos. Ele via Deus atuando agora, nos assuntos da vida diária,<br />

agindo em favor de seus servos hoje.<br />

Isso, é claro, não era novidade. Deus falara pelos profetas (At 2.17; 3.21; 7.6). Ele<br />

julgara uma nação (At 7.7). Quando o povo lhe deu as costas e passou a adorar ídolos, de<br />

alguma forma a mão de Deus estava nisso também, pois ele “os entregou” à sua forma desvirtuada<br />

de culto: sua punição incluiu a própria idolatria, visto que podiam ter levado uma<br />

vida mais satisfatória (At 7.42; cf. 3.19). Na vida política da nação, Deus concedeu Saul ao<br />

povo como o primeiro rei (At 13.21). E, é claro, no princípio Deus fez o mundo (At 17.24),<br />

e o ser humano é conhecido como “geração de Deus" (At 17.29).<br />

tyeus, meu ôalvãdor<br />

A semelhança dos outros autores dos evangelhos, Lucas dedica bastante espaço à<br />

narrativa da paixão. Ela é seu ponto culminante, e ele a narra com cuidado. Um aspecto dos<br />

seus escritos é que ele deixa claro que Deus estava em ação na obra de salvação realizada na<br />

cruz. Foi "pelo determinado desígnio e presciência de Deus" que Jesus foi crucificado (At<br />

2.23). Não é o caso de que Deus simplesmente sabia o que iria acontecer; ele planejou tudo<br />

aquilo, A morte de Jesus foi sua maneira de outorgar salvação.<br />

Isso se manifesta nas referências às predições da paixão, tanto pelos profetas quanto<br />

pelo próprio Jesus. Veja, por exemplo, a profecia de Jesus quando ele e seus discípulos iam<br />

para Jerusalém: “Vai cumprir-se ali tudo quanto está escrito por intermédio dos profetas,<br />

no tocante ao Filho do Homem" (18.31). Em seguida menciona que Jesus seria entregue<br />

aos gentios, que zombariam dele, o insultariam, cuspiriam nele e o açoitariam, referindo-se<br />

também à morte e ressurreição. Até nos menores detalhes Deus tinha planejado o que<br />

aconteceria a seu Filho.<br />

Essa profecia de Jesus costuma ser chamada sua terceira predição da paixão.10 Isso é<br />

muito interessante, pois na verdade essa é a sétima predição nesse evangelho (veja 5.35;<br />

9.22, 43-45; 12.50; 13.32-33; 17,25). À primeira faltam detalhes e ela registra simplesmen­<br />

P o r exemplo, W ilfrie d J. H arrington usa o título “T erceira predição da paixão" (T hegospel according<br />

to st Luke. London, 1968, p. 218).

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