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044001 TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO LEON MORRIS ED VIDA NOVA

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cer sem parar. As parábolas também ensinam que a consumação de tudo o que o reino significa<br />

espera pela parousia de Jesus, numa data futura desconhecida.<br />

S? paixão<br />

Mateus dedica cerca de quinze por cento do seu evangelho ao relato da crucificação<br />

e da ressurreição. Como ocorre também com os outros evangelistas, está claro que essa é a<br />

parte mais importante. Parece que o interesse de Mateus pelo tema começa cedo, pois ele<br />

registra as palavras de Jesus a João Batista quando esse pregador dajustiça hesitou em batizar<br />

aquele a quem disse: “Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?”; ao que<br />

Jesus respondeu: "Deixa por enquanto, porque, assim, nos convém cumprir toda a justiça”<br />

^3.14-15). O sentido dessa resposta não é óbvio, mas parecem estar certos os intérpretes<br />

que vêem uma ligação com Isaías 53, em que se diz que o Servo “justo” “justificará” a muitos<br />

(Is 53.11); ele se identifica com eles e morre por eles. Por isso, C. E. B. Cranfield afirma: “A<br />

justiça que Jesus estava decidido a cumprir até o fim era o papel do Servo Sofredor do<br />

Senhor",39 Jesus “entra no rol dos pecadores. Desse modo, ele cumpre toda a justiça’”.40<br />

Não há uma referência explícita à paixão na narrativa da tentação, mas Mateus pelo<br />

menos deixa claro que, no limiar do seu ministério público, Jesus esteve diante de duas possibilidades:<br />

de ser um milagreiro e de estabelecer um imenso império com soberania sobre<br />

todo o mundo, mas rejeitou as duas coisas como tentações do Diabo. Não era dessa maneira<br />

que o Cristo cumpriria a vontade divina. Talvez vejamos um pouco disso outra vez,<br />

quando chegamos ao relato da transfiguração. Geralmente nós a tomamos como uma<br />

manifestação de esplendor, o que realmente não deixa de ser. Mas pode ser importante o<br />

fato de que os dois que conversaram com Jesus foram Moisés, que concedeu a Lei, e Elias, o<br />

profeta, os dois que haviam se afligido com os pecados do povo com o qual se identificavam.<br />

Quando desceram do monte, Jesus e seus amigos estavam falando da sua morte e ressurreição<br />

e do papel de João Batista nesses acontecimentos.<br />

desenvolvimento” (T h e parables o f the kingdom, p. 193). M as isso com certeza não faz ju stiça ao q u ejesu s<br />

realm ente disse.<br />

j9SJT 8 (1 9 5 5 ):5 4 . D e m odo sem elhante, G . W . H . Lam pe pensa que “pode não ser exagero dizer que<br />

essa citação m ostra que M ateus entende qu ejesu s estava interpretando sua condição de Filho e sua unção<br />

com o M essias para se identificar com o rem anescente ju sto de Israel e, com o seu representante, para<br />

se unir àqueles que se deixavam batizar por Jo ão Batista, a fim de que constituíssem uma nova com unidade<br />

dos ‘santos’. Talvez possam os ir até mais longe e ver um sentido mais profundo nas palavras de J e ­<br />

sus: o Servo que irá sofrer de modo vicário e levar sobre si as iniqüidades de m uitos’ garantirá uma<br />

justificação geral, ou declaração de justiça, do seu povo" (T h e seal o f the Spirit, London, 1951, p. 37-38),<br />

^ B arth , Tradition and interpretation in M atthew, p. 138.

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