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044001 TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO LEON MORRIS ED VIDA NOVA

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a de que havia uma pequena moeda chamada ponàion, que valia a duodécima parte de um<br />

denário, equivalente ao salário de um dia. O contratante poderia ter pago a cada trabalhador<br />

exatamente o número de horas trabalhadas. Mas “não existe algo como a duodécima<br />

parte do amor de Deus”.2, O amor de Deus em toda a sua plenitude é derramado sobre o<br />

mais humilde dos seus filhos. No entanto, se o reino não pode ser obtido por nossas próprias<br />

obras, ele é uma dádiva à qual devemos dar o maior valor. João Batista era um grande<br />

homem, disse Jesus, tão grande que não existira outro maior entre os nascidos de mulher,<br />

mas o menor no reino é maior do que João (11.11). E essa grande dádiva não é só para<br />

alguns escolhidos. No fim, muitos virão do Oriente e do Ocidente (do mundo inteiro)<br />

para estar com Abraão, Isaque e Jacó no reino (8.11). A expressão “o reino de Deus" (ou<br />

“dos céus”) não ocorre antes do Novo Testamento, mas certamente os judeus conheciam<br />

um pouco da idéia. Os profetas do Antigo Testamento esperavam a vinda do "Dia do<br />

Senhor” há muito tempo (cf. Am 5.18) e continuou circulando a idéia de que, no devido<br />

tempo, Deus interviria no mundo. Ele destruiria todo mal e estabeleceria uma nova ordem<br />

que se harmonizasse com sua vontade. No período intertestamentário, a idéia floresceu, e a<br />

literatura apocalíptica expôs em linguagem ilustrativa a profunda convicção dos escritores<br />

de que Deus com certeza derrotaria o mal, e isso se daria logo. Por isso o que Jesus dizia<br />

sobre o reino despertava uma reação em muitos corações fiéis e patriotas.<br />

O ensino de Jesus, porém, não se enquadrava em nenhum modelo conhecido pelo<br />

povo. Em especial sua mistura de presente28 e futuro era surpreendente. E até hoje é. Há<br />

estudiosos que põem toda a ênfase no reino como realidade presente (“escatologia realizada”)<br />

e há outros que pensam que Jesus o entendia como totalmente futuro, algo ainda por<br />

vir. Contudo, em vez de tentar encaixar todo o seu ensino em um molde feito por nós, é<br />

melhor reconhecer que às vezes Jesus falava do reino como algo presente e outras vezes<br />

como algo futuro. Num sentido muito importante, o reino chegou juntamente com Jesus.<br />

Deus estava presente em Jesus, fazendo maravilhas, ensinando realidades espirituais,<br />

reconciliando o mundo consigo mesmo. Essa vinda transformou tudo. Mas em outro sentido<br />

igualmente importante, o reino ainda é futuro. Ele virá quando Jesus voltar. Numa<br />

acepção de grande relevância, o reino chegou por causa da vinda de Jesus, Mas noutra acepção<br />

de igual relevância, o reino virá quando Jesus vier de novo. Ele é presente. E é futuro.<br />

Por isso, Jesus afirma que o Filho do Homem virá em sua glória com todos os seus<br />

anjos e se assentará em seu trono glorioso (25.31), claramente um acontecimento do futuro.<br />

Então dirá a certas pessoas: “Vinde! [...] Entrai na posse do reino que vos está preparado”<br />

(25.34). Essa consumação futura certamente está em vista quando Jesus diz que não<br />

T he sayings o f Jesus. London, 1949, p. 220.<br />

■*C. H . D odd entende que o que Jesus disse sobre o reino de Deus é característico da realidade presente:<br />

“N ão há paralelo no ensino ou nas orações dos judeus da época” (T h e parables o f the kingdom. L ondon,<br />

1938, p. 49).

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