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044001 TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO LEON MORRIS ED VIDA NOVA

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conhecimento é “dado”; não é acessível ao homem natural. A revelação vem aos que são<br />

como crianças e estão comprometidos. O reino não é uma questão de crescimento espetacular;<br />

Jesus em seguida conta a parábola da semente que cresce em segredo (4.26-29). A<br />

informação de que o reino também é como um “grão de mostarda” parece significar que seu<br />

começo é pequeno, mas seu crescimento, incomparavelmente grande (4.30-32). Marcos<br />

relata que José de Arimatéia estava “esperando” o reino (15.43), declaração que podemos<br />

entender como manifestação de uma atitude típica do reino. E uma confiança tranqüila em<br />

Deus, não algum feito espetacular que resulta em filiação ao reino.<br />

Marcos vê a consumação do reino como uma ocorrência futura (14.25). Em certo<br />

sentido, porém, é uma realidade presente, pois Jesus diz que alguns que estavam com ele<br />

não veriam a morte antes que “vejam ter chegado com poder o reino de Deus” (9.1), O sentido<br />

exato dessas palavras tem passado por debates acalorados,39 mas Marcos as emprega<br />

para nos conduzir ao relato da transfiguração; parece que ele quer que a vejamos como uma<br />

manifestação preliminar do que significa o reino,<br />

A consumação futura significa muito para Marcos. Ensinamentos como das parábolas<br />

da semente que cresce em segredo e do grão de mostarda (4.26-32) ressaltam o futuro<br />

glorioso. Talvez um dos objetivos das parábolas seja estabelecer um contraste entre o<br />

começo pouco expressivo em um diminuto grupo em torno de Jesus com a igreja de alcance<br />

mundial em que ele se transformaria. A mensagem central, porém, é com certeza que a<br />

consumação futura ultrapassará de longe tudo o que já se viu na terra.<br />

Essa mensagem central está especialmente clara no discurso escatológico no capítulo<br />

13, em que Jesus fala da sua vinda, no tempo devido, “nas nuvens, com grande poder e<br />

glória” (13.26). Haverá sinais que antecederão a sua vinda (13.14ss), mas apesar disso ela<br />

será inesperada (13.35-37); nem o próprio Jesus sabia quando ela acontecerá (13.32). Há<br />

um problema nesta afirmação de Jesus: “Não passará esta geração sem que tudo isto aconteça”<br />

(13.30). A melhor maneira de entender essa linguagem de iminência (em Marcos e<br />

em outros autores) é resumida assim por C. E. B. Cranfield: “Em certo sentido, o intervalo<br />

entre a ascensão e aparousia pode ser longo ou curto; num sentido mais importante, porém,<br />

ele só pode ser considerado curto, pois todo esse período constitui os ‘últimos dias' — o<br />

epílogo, por assim dizer, da história — já que ele vem depois do acontecimento decisivo da<br />

vida, morte, ressurreição e ascensão de Cristo”.40<br />

39C . E . B. Cranfield considera a afirmação "uma das mais enigm áticas nos evangelhos” (Thegospcl according<br />

to saint M ark, p. 285). A lém da posição de que ela m ostra q u ejesu s esperava que a parousia ocorresse<br />

sem demora, ele relaciona sete interpretações possíveis e favorece uma referência à transfiguração.<br />

40IB 3:275. Ele apresenta o significado da vinda "nesta geração" nestes term os: “O sentido é que os sinais<br />

do fim, qu ejesu s descreveu nos v, 5-23, não se restringem a um futuro rem oto; seus ouvintes preci­

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