Olimpicamente #1
OLIMPICAMENTE. Pensar o desporto como um meio de desenvolvimento. Queremos construir um mundo melhor. Cultivar o Olimpismo como uma forma de vida, com reflexo directo na sociedade cabo-verdiana. Este magazine, OLIMPICAMENTE, a partir de hoje, todos os meses... como contributo para a mudança. Uma publicação do Comité Olímpico Cabo-verdiano com produção da SUL.
OLIMPICAMENTE. Pensar o desporto como um meio de desenvolvimento. Queremos construir um mundo melhor. Cultivar o Olimpismo como uma forma de vida, com reflexo directo na sociedade cabo-verdiana. Este magazine, OLIMPICAMENTE, a partir de hoje, todos os meses... como contributo para a mudança. Uma publicação do Comité Olímpico Cabo-verdiano com produção da SUL.
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Comité Olímpico<br />
Cabo-verdiano<br />
www.coc.cv<br />
JANEIRO 2018<br />
#001<br />
DIA NACIONAL<br />
DO DESPORTO<br />
O país comemorou o Dia<br />
Nacional do Desporto. Em<br />
Santa Cruz, onde se vai<br />
instalar o primeiro Centro<br />
Olimpáfrica de Cabo<br />
Verde, numa manhã de<br />
Domingo, mais de quatro<br />
centenas de crianças, correram,<br />
saltaram, jogaram.<br />
Um dia de “caça-sorrisos”.<br />
Para uma infância<br />
melhorada, com vista.a<br />
um futuro sustentado.<br />
ANO RICO PARA O<br />
MOVIMENTO OLÍMPICO<br />
Filomena Fortes foi reconduzida,<br />
naturalmente, no cargo de Presidente<br />
do Comité Olímpico. Cabo Verde<br />
chamou a si a, muito elogiada,<br />
organização da Assembleia dos<br />
Secretários Gerais de África. Prova de<br />
fogo. Ganha pela capacidade de liderança,<br />
de motivação, e de profissionalismo,<br />
patentes na forma como 54 países<br />
elevaram o debate.<br />
M - OLYMPICS<br />
Foi o ano do Projecto M -<br />
Olympics. “M” de Mulher<br />
e da sua afirmação. Muito<br />
mais. De Movimento, de<br />
Mudança de Mentalidades.<br />
Rumo à capacitação de<br />
novos líderes, e à<br />
igualdade e equidade.<br />
Mexeu em todas as ilhas.
2<br />
Janeiro 2018<br />
EDITORIAL<br />
OLIMPICA (MENTE) – PENSAR O DESPORTO COMO UM<br />
MEIO DE DESENVOLVER CABO VERDE<br />
Recentemente observamos alguns<br />
fenómenos internacionais que não<br />
nos podem deixar indiferentes. A<br />
última grande acção do Movimento<br />
Olímpico como responsável por esta<br />
inesperada iniciativa de paz entre as 2<br />
Coreias é um sinal inequívoco da<br />
importância deste movimento.<br />
Leonardo Cunha<br />
Secretário Executivo do<br />
Comité Olímpico<br />
Cabo-verdiano<br />
Funcionário inspirado<br />
pelos ideais olímpicos<br />
Os céticos dizem que<br />
os Jogos Olímpicos<br />
são sobre desporto e<br />
não sobre a paz, diplomacia e<br />
política. Eles podem estar certos<br />
caso qualquer efeito desta<br />
aproximação olímpica não durar<br />
uma vez que a chama seja apagada<br />
após os Jogos de Inverno<br />
de Pyeongchang duas semanas<br />
depois. Mas, não há como negar<br />
que os Jogos Olímpicos estão no<br />
centro deste papel que estão a<br />
desempenhar e de facto, reflete<br />
a sua missão final. O Movimento<br />
Olímpico foi fundado para<br />
construir um mundo melhor, ou,<br />
como a Carta Olímpica declara:<br />
“Colocar o desporto em todos<br />
os lugares ao serviço da humanidade<br />
para construir um mundo<br />
melhor e mais pacífico, preocupado<br />
com a preservação da<br />
dignidade humana”. O Barão<br />
Pierre de Coubertin ao ressuscitar<br />
os antigos Jogos Olímpicos<br />
de forma moderna, fez com o<br />
propósito explícito de unir nosso<br />
mundo em amizade e paz<br />
através de desporto. O Olimpismo<br />
é uma filosofia de vida e<br />
deverá ser encarado como uma<br />
verdadeira força motriz de<br />
desenvolvimento do mundo e<br />
em particular de Cabo Verde.<br />
Em Cabo Verde a expanção<br />
destes ideiais, tem de se reflectir<br />
na sociedade civil. O <strong>Olimpicamente</strong>,<br />
magazine do Comité<br />
Olímpico Cabo-verdiano, vem<br />
com o propósito de contribuir para<br />
a mudança da forma como os<br />
Cabo-verdianos olham o Despor-<br />
to. O olimpismo é uma filosofia<br />
de vida e não uma competição<br />
desportiva que se realiza de 4<br />
em 4 anos. A fundação do Atleta<br />
olímpico Ruben Sança, a<br />
fundação dos Clubes Olímpicos,<br />
a realização dos programas de<br />
Desporto para a vida (M-Olympics<br />
e VerdeOlympics), a edificação<br />
do Centro Olympafrica<br />
em Santa Cruz são alguns (poucos)<br />
testemunhos reais que Cabo<br />
Verde está (pouco a pouco)<br />
a aproximar-se desta forma de<br />
ver o desporto. Uma mudança<br />
de Mentalidade que tomará o<br />
seu tempo mas que o Olimpica(-<br />
mente) vai com toda a certeza ser<br />
um veiculo para contribuir para<br />
uma sociedade mais próxima<br />
dos valores de amizade, respeito<br />
e excelência.
Janeiro 2018 3<br />
ACNOA<br />
54 comités olímpicos em Cabo Verde.<br />
Um momento único. Um evento sem precedentes. Um atestado da competência e da capacidade de<br />
organização do Comité Olímpico Cabo-verdiano.<br />
O<br />
34º Seminário de<br />
Secretários-Gerais da<br />
ACNOA, Associação<br />
dos Comités Olímpicos Nacionais<br />
de África, levou ao Sal, durante<br />
uma semana, a força do movimento<br />
olímpico no continente<br />
africano.Não por acaso, considerado<br />
pelo Governo de Cabo<br />
Verde, como um dos momentos<br />
mais altos do associativismo no<br />
ano que findou. Bem destacado<br />
por Filomena Fortes, presidente<br />
do Comité Olímpico, como<br />
uma realização que mostrou ao<br />
mundo, a forma como “estamos<br />
a olhar para o desporto” no país.<br />
Patente nos resultados, evidente<br />
na premiação do COI, ao atribuir a<br />
Cabo Verde a organização dos Jogos<br />
Africanos de Praia a realizar<br />
em 2019. Em Outubro passado,<br />
ossecretários gerais da ACNOA,<br />
olharam para a máxima “Qual<br />
o comportamento de África no<br />
âmbito do COI?”, e trabalharam<br />
com um Plano/Visão para<br />
2020. Questionaram responsabilidades,<br />
a eficácia das organizações<br />
e das suas lideranças, apontaram<br />
soluções para a mobilzação de<br />
recursos, e estabeleceram prioridades<br />
para a transparência<br />
financeira e boa governança.<br />
Projectos como a instalação<br />
dos Centros Olympáfrica, e o<br />
acesso aos apoios da Solidariedade<br />
Olímpica, mereceram uma<br />
atenção especial, e de certo modo,<br />
a necessidade de que os Comités<br />
Nacionais coloquem a tónica<br />
das suas práticas, no estabelecimeno<br />
de metas. Foi evidente nas<br />
intervenções e apresentações, a<br />
obrigatoriedade da construção de<br />
Planos Estratégicos, e do cumprimento<br />
de prazos. Houve quem<br />
lhe chamasse “Olimpismo em<br />
Acção”, para que se concretize<br />
a Agenda 2020, e se mostre como<br />
bem vivo está o Movimento<br />
Olimpico Africano. Quanto a<br />
Cabo Verde, orgulho, orgulho e<br />
orgulho. Como anfitrião, como<br />
polo de dinâmica, como visão de<br />
futuro.
4<br />
Janeiro 2018<br />
BUENOS<br />
AIRES 2018<br />
OS JOGOS<br />
Os Jogos Olímpicos da Juventude<br />
são a mais importante<br />
competição multi-desportiva<br />
para jovens atletas de alto rendimento.<br />
Um Grande Momento!<br />
De inspiração para que todos os<br />
participantes adoptem os valores<br />
do Respeito, da Amizade e<br />
da Excelência. Também se joga<br />
for do campo. Os jovens atletas,<br />
com idades entre os 15 e os 18<br />
anos, participam em diversas actividades<br />
educativas e culturais,<br />
numa enorme manifestação de<br />
promoção do Olimpismo.<br />
Uma festa da diversidade, de<br />
aproximação dos povos, da multi-culturalidade,<br />
e de inclusão.<br />
Há nesta competição, um claro<br />
objectivo de levar os jogos e as<br />
suas actividades até os bairros<br />
mais relegados económica e<br />
socialmente.Impulsionar o desenvolvimento,<br />
é por isso uma<br />
pedra basilar.<br />
A missão é simples. Promover a<br />
interacção entre atletas, e todos<br />
os participantes com as comunidades<br />
locais.Levar o desporto, a<br />
educação e a cultura aos mais<br />
jovens. Um legado que perdurará<br />
no tempo e que porporcione<br />
benefícios para a sociedade.<br />
A Visão do COI e de Buenos<br />
Aires 2018, é clara;<br />
"Celebrar os melhores Jogos feitos<br />
por Jovens, para Jovens. Para os<br />
Bairros, para a Cidade, para a<br />
Argentina, para o Mundo"!<br />
O LOGO-EMBLEMA<br />
A cidade é uma inspiração. Buenos<br />
Aires é monumental. Os seus<br />
ícones, os bairros tão característicos<br />
e mundialmente conhecidos,<br />
a sua diversidade, a sua cultura.<br />
Buenos Aires é cor. É juventude.<br />
Houve, no desenvolvimento da<br />
sua marca, uma clara busca de<br />
afinidade entre o espacial e a<br />
afirmação de uma cidade multi-cultural.<br />
Para que os jovens se<br />
sintam motivados para os seus<br />
desideratos.<br />
LEGADO<br />
Adoptar o desporto como meio<br />
de transformação social. E isto<br />
esteve bem presente desde o<br />
início. Quando a capital da Argentina<br />
se candidatou à organização,<br />
o espírito era também,<br />
o da contribuição decisiva para
Janeiro 2018 5<br />
que a competição e todo o seu<br />
meio envolvente se tornassem<br />
um catalizador para o desenvolvimento<br />
urbano e social da<br />
cidade. Tendo em conta as populações<br />
mais desfavorecidas. A<br />
construção da Vila Olímpica e<br />
a maioria dos espaços de competição,<br />
foram pois projectados<br />
para a zona sul da cidade.Deixar<br />
uma marca e um legado para as<br />
gerações vindouras. De tal forma<br />
que, após os Jogos, o complexo<br />
da Vila Olímpica, os seus pisos<br />
de apartamentos e suas moradias<br />
sejam adjudicados a famílias<br />
menos protegidas, através de<br />
linhas de crédito com taxas<br />
bem acessíveis. Para que cada<br />
vez mais... mais vivam melhor.<br />
FRANK FREDERICKS<br />
O atleta e velocista namibiano<br />
Frank Fredericks foi designado<br />
pelo COI, coordenador dos<br />
Jogos da Juventude Buenos<br />
Aires 2018. Uma lenda no seu<br />
país, Fredericks tem um glorioso<br />
passado olímpico, tendo<br />
sido medalhado com prata por<br />
quatro vezes. Em Barcelona 92,<br />
tornou-se o primeiro atleta da<br />
Namíbia a subir ao pódium nos<br />
Jogos Olímpicos, ao conquistar o<br />
segundo lugar nas finais de 100<br />
e 200 metros.Repetiu a proeza<br />
em Atlanta 96.<br />
CABO VERDE NOS<br />
OLÍMPICOS DA<br />
JUVENTUDE<br />
Cabo Verde tem já garantida,<br />
através da atribuição de “wildcard”,<br />
a presença de três atletas.<br />
Nicalas Fernandes no taekwondo,<br />
e no atletismo Marcelo<br />
Gomes nos 100 metros, e de Maga<br />
Moreira nos 3000 tros.A missão<br />
do Comité Olímpico Cabo-verdiano,<br />
será chefiada por Maximilian<br />
Stipanov.
6 Janeiro 2018 GRANDE ENTREVISTA<br />
FILOMENA FORTES<br />
Natural de Luanda, Angola, Filomena Fortes escolheu Cabo Verde para trabalhar. Cabo Verde... terra de sua mãe,<br />
avós maternos e avô paterno. Aqui chegou em 1983. Concluio o ensino secundário. Em Cuba, licenciou-se em<br />
desporto. Mestrado em desporto no Porto e doutoramento em Ciências da Educação em Lisboa. Foi coordenadora<br />
Nacional de Educação Física e Desporto Escolar do Ministério da Educação e Desporto e presidente da Federação<br />
Cabo-verdiana de Andebol.<br />
TRABALHO, RIGOR E TRANSPARÊNCIA
Janeiro 2018 7<br />
Apostar forte no olimpismo como<br />
forma de vida.<br />
O Comité Olímpico não prepara<br />
“apenas” as missões para os Jogos<br />
Olímpicos. Queremos que o<br />
desporto faça parte da vida dos<br />
cabo-verdianos. Queremos que<br />
seja uma ferramenta na construçao<br />
da felicidade.<br />
O mandato que o desporto nos<br />
dá, através da gestão do Comité,<br />
confere-nos uma enorme<br />
responsabilidade. Acima de tudo<br />
na propaganda e implementação<br />
do olimpismo e dos seus<br />
valores.<br />
A chave abre fácil. Através do movimento<br />
olímpico, contribuir para o<br />
desenvolvimento social e humano.<br />
Muito mais do que competir e<br />
alcançar feitos desportivos, é<br />
promover práticas, princípios e<br />
valores.<br />
Como é obvio, ter atletas nos Jogos<br />
Olímpicos é fundamental e um<br />
motivo de orgulho.<br />
Extensível a todos os cabo-verdianos,<br />
que se devem rever no trabalho, no<br />
empenho, necessários para lá chegar.<br />
Os atletas são embaixadores de<br />
um país. Muito mais do que isso.<br />
Representam o Desporto. E algo<br />
tão simples, como a amizade, a<br />
excelência, o respeito.<br />
O primeiro mandato foi o de arrumação.<br />
Os próximos quatro anos,<br />
são de realização.<br />
O nosso grande desafio é o da<br />
realização dos Jogos Africanos<br />
de Praia. E eu espero que o país<br />
perceba a importância deste<br />
desiderato para Cabo verde.<br />
Todo o mundo, o país, tem se<br />
focar no Sal 2019. Mesmo! E<br />
esta organização pode e deve<br />
deixar um legado.<br />
Cabo Verde tem que “respirar”<br />
desporto. É o ar que se<br />
transforma nas brisas do desenvolvimento,<br />
da igualdade,<br />
da inclusão.<br />
Pessoalmente tenho uma luta particular.<br />
Quero mais mulheres na<br />
liderança.<br />
E tenho a certeza que este meu<br />
desejo é partilhado por muita<br />
gente. Aqui no comité, pelo governo,<br />
nas instituições, pela sociedade<br />
civil. E esta promoção da mulher,<br />
é também uma recomendação do<br />
Comité Olímpico Internacional.<br />
Temos que seguir este entusiasmo.<br />
Esta responsabilidade.<br />
Trabalho, seriedade, transparência.<br />
São “máximas” de que<br />
não abdicamos no quotidano<br />
do Comité Olímpico. Em África,<br />
somos uma organização de<br />
referência. Disponibilizamos<br />
publicamente, planos de actividades,<br />
orçamentos e objectivos,<br />
para que todos tenham<br />
acesso às nossas “políticas” de<br />
intervenção.<br />
Conseguimos feitos extraordinários,<br />
de que muito nos<br />
orgulhamos. A realização da<br />
Assembleia dos Secretários-Gerais<br />
de 54 comités de países africanos,<br />
foi uma demonstração de<br />
toda a capacidade de trabalho<br />
que por aqui existe.<br />
Respeitamos orientações, promovemos<br />
auditorias.<br />
Sonhos?! Sim, bem entendido... mas<br />
com os pés bem assentes na terra.<br />
Temos o máximo respeito por todos,<br />
sobretudo por aqueles que, em tempos<br />
muito mais difíceis, estiveram<br />
na génese da fundação do movimento<br />
olímpico em Cabo Verde.<br />
A criação de novas associações<br />
e federações desportivas, e a<br />
sbsequente filiação no Comité<br />
Olímpico, atesta bem o trabalho<br />
que desenvolvemos, e um novo<br />
olhar para o desporto no país.<br />
Há uma missão determinante.<br />
Explicar aos jovens, nas escolas,<br />
valores tão fundamentais como<br />
a Ética, o “fair-play”, o respeito<br />
pelo próximo.
8<br />
Janeiro 2018<br />
PLANO<br />
2018<br />
Cumpra-se o plano!<br />
Em Janeiro, dois em um.<br />
Dando início ao estrito e<br />
rigoroso cumprimento do<br />
seu Plano de Actividades para<br />
este ano, o COC prossegue a<br />
sua senda de capacitar jovens e<br />
de formar competências.De uma<br />
assentada, dezoito formandos<br />
oriundos de todas as ilhas do arquipélago,<br />
reuniram-se durante<br />
uma semana na sede do COC,<br />
recebendo “inputs” em áreas<br />
tão diversas como a formação de<br />
Clubes Olímpicos, o Programa<br />
de Educação de Valores Olímpicos,<br />
o Olimpismo e o Desporto<br />
para a Vida, a Ética, a Equidade<br />
de Género, a Proteção Ambiental,<br />
e o Desporto como mola para o<br />
Desenvolvimento Social. Os<br />
jovens que também assistiram a<br />
uma Aula Magna sobre formas de<br />
financiar o Desporto, terminaram<br />
os cinco dias de preparação, com<br />
uma acção “outdoor” de “team<br />
building”, visando potenciar o<br />
espírito de grupo, as noções de<br />
trabalho colectivo e de liderança.<br />
Criar uma rede de “pontos focais”,<br />
que junto das suas comunidades<br />
vão liderar processos de<br />
implementação dos Ideais e Valores<br />
do Olimpismo, foi um dos<br />
focos fundamentais deste Curso<br />
de Administração Desportiva.<br />
Ao mesmo tempo, no Ginásio<br />
Efit, entidade parceira do Comité<br />
Olímpico para a actividade<br />
desportiva, decorreu o Encontro<br />
de Directores Técnicos Nacionais.<br />
Temas como a Psicologia no<br />
Desporto, Identificação de Talentos,<br />
Tratamento e Prevenção de<br />
Lesões, e os Treinos, mereceram<br />
uma abordagem especial.<br />
Criar uma ferramenta multi-disciplinar<br />
como suporte para o<br />
planeamento e preparação dos<br />
atletas cabo-verdianos em futuras<br />
competições. Dois primeiros passos<br />
do caminho a percorrer pelo<br />
Comité Olímpico, e que merecerão<br />
atenção especial e desenvolvida<br />
na edição de Fevereiro do<br />
“<strong>Olimpicamente</strong>”.
Janeiro 2018 9<br />
OUTROS PLANOS<br />
RUBEN SANÇA CRIA FUNDAÇÃO<br />
Reconhecida como organização sem fins lucrativos<br />
em Cabo Verde, a Sança Foundation INC<br />
tem o foco da sua actividade na integração dos<br />
jovens em programas desportivos, académicos e<br />
de habilidades essenciais à vida para criar um<br />
impacto positivo e sustentável em Cabo Verde.<br />
Conforme Ruben Sança que vive nos Estados<br />
Unidos, “o objetivo da fundação é colaborar com<br />
os órgãos governamentais, autoridades locais e<br />
líderes comunitários para formar parcerias estratégicas,<br />
tanto nos EUA como em Cabo Verde, com<br />
vista à captação de recursos para capacitar os jovens<br />
em Cabo Verde”. -“Alguns desses recursos serão<br />
bens tangíveis e intangíveis no esforço para criar e<br />
preservar uma nova cultura de “atletas-estudantes”<br />
em Cabo Verde. Acreditamos firmemente que<br />
o mesmo símbolo de carácter, coragem e respeito<br />
que contribuam para a excelência nas atividades<br />
acadêmicas e desportivas dos atletas-estudantes,<br />
possam reviver comunidades com um<br />
sentido de orgulho e pertença”-, afiança Sança.<br />
A Sança Foundation INC ainda está em fase de<br />
estruturação corporativa, Ruben Sança, é atleta<br />
olímpico cabo-verdiano desde Londres 2012.<br />
MARIA ANDRADE<br />
JOVEM INSPIRADORA<br />
A atleta Olímpica cabo-verdiana de taekwondo, Maria<br />
Andrade está entre os 76 nomeados pelo Comité<br />
Olímpico Internacional (COI) como Jovens Inspiradores<br />
de Novas Mudanças, (YCMs), e tornados embaixadores<br />
para os Jogos Olímpicos da Juventude<br />
(JOJ) de Buenos Aires 2018. Da lista constam atletas<br />
activos, incluindo 13 atletas olímpicos (dois dos<br />
quais também competiram nos JOJ) e 10 ex-alunos<br />
JOJ, treinadores, estudantes e jovens profissionais,<br />
todos abaixo de 25 anos de idade. Os Jovens Inspiradores<br />
de Mudança foram escolhidos pelos respectivos<br />
Comitês Olímpicos Nacionais, num total de<br />
206 filiados no COI, e têm como missão, apoiar<br />
os jovens atletas que irão participar dos Jogos da<br />
Juventude e inspirar outros jovens em suas comunidades<br />
usando suas experiências nos Jogos<br />
Olímpicos. Maria Andrade tem auxiliado o atleta de<br />
taekwondo Nicalas Fernandes, que irá representar<br />
o país em Buenos Aires. Os Jogos Olímpicos da<br />
Juventude terão lugar de 6 a 18 de outubro na<br />
capital da Argentina e Cabo Verde já tem três atletas<br />
com participação garantida por wild card. Nicalas<br />
Fernandes no taekwondo, Marcelo Gomes e<br />
Magda Moreira, em 100 e 3.000 metros no atletismo,<br />
respectivamente.
10<br />
Janeiro 2018<br />
DESPORTO UNIVERSITÁRIO<br />
JÁ TEM FEDERAÇÃO<br />
Cabo Verde tem a sua primeira Federação Desportiva Universitária formalizada e vai arrancar este<br />
ano, no segundo semestre, com um plano de actividades para realização de Campeonato Futsal<br />
(M/F), Maratona Desportiva e Cultural (24hr) e Atletismo, com o intuito de promover a prática desportiva<br />
nas universidades.<br />
Depois de 2 anos de inactividade<br />
e passar por<br />
algumas dificuldades<br />
burocráticas para poder se oficializar,<br />
eis que nasce a Federação<br />
de Desporto Universitário,<br />
com a existência de departamentos,<br />
bem como, de um plano<br />
estratégico bem delineado para<br />
fazer arrancar no segundo semestre<br />
deste ano um conjunto<br />
de actividades desportivas nas<br />
universidades. Com a criação<br />
desta entidade, estabelecem-se<br />
assim, metas altas para mudar o<br />
cenário da prática desportiva nas<br />
universidades em Cabo Verde.<br />
A profissionalização e a massificação<br />
da pratica do desporto<br />
constitui um dos objectivos fulcrais<br />
para poder tirar o desporto<br />
universitário da sua natureza<br />
“amadora”, segundo, Ibrantino<br />
Tavares, Técnico desportivo,<br />
representante do movimento<br />
associativo do Desporto no Ensino<br />
Superior de Cabo Verde<br />
(FAEUCV/DU).E acrescenta “temos<br />
uma ambição muito grande<br />
em relação ao Desporto Universitário<br />
em Cabo Verde. Queremos<br />
organizar desporto em<br />
todas as modalidade, em todas<br />
as dimensões e assim fazer com<br />
que os estudantes pratiquem<br />
desporto nas universidades em<br />
competições tanto regionais, nacionais<br />
e internacionais”. Relembramos<br />
que, as universidades em<br />
Cabo Verde não estão dotadas de<br />
infra-estruturas adequadas para<br />
a prática do desporto, a única que<br />
oferece as condições é a Universidade<br />
de Santiago (UNICV). Para<br />
reforçar a ideia da sua criação, a<br />
Federação do Desporto Universitário<br />
em Cabo Verde traça outros<br />
objectivos para poder ultrapassar<br />
estes constrangimentos, nomeadamente,<br />
e segundo Ibrantino<br />
“debater com o Governo as<br />
politicas publicas para o desenvolvimento<br />
do desporto no arquipélago”<br />
para que o desporto<br />
universitário seja uma realidade.<br />
A necessidade da criação duma<br />
entidade como esta, há muito que<br />
se fazia sentir. O impulso surgiu<br />
após a criação da I Liga Universitária<br />
na ilha de Santiago, numa<br />
iniciativa de alunos que reuniu<br />
as seis universidades, a Universidade<br />
Intercontinental de Cabo<br />
Verde (UNICA), a Universidade<br />
Jean Piaget, o Instituto Superior<br />
de Ciências Económicas e<br />
Empresariais (ISCEE), Instituto<br />
Superior de Ciências Jurídicas e<br />
Sociais (ISCJS), Instituto Universitário<br />
de Educação e Universidade<br />
de Santiago (IUE), Universidade<br />
de Santiago (UNICV), e<br />
que levou, segundo nos explica<br />
Tavares, “após um Congresso<br />
desportivo” fazer nascer a Federação.<br />
De referir que, a Federação<br />
Desportiva Universitária<br />
de Cabo Verde se encontra filiada<br />
desde o ano passado na<br />
Federação Internacional das<br />
Universidades Internacionais<br />
(FISU), uma entidade internacional<br />
que tem como principal<br />
objectivo incentivar o estudo e<br />
o aprimoramento do desporto<br />
universitário através da educação,<br />
no Comité Olímpico e<br />
na Federação Internacional das<br />
Universidades Africanas.
Janeiro 2018 11<br />
OS NOVOS DESAFIOS DO FUTEBOL<br />
O futebol em Cabo Verde vai mudar. Segundo Mário Semedo, recém-eleito Presidente<br />
da Federação Cabo-verdiana de Futebol, uma das grandes apostas do seu mandato,<br />
é a Formação.<br />
- “Queremos criar medidas estruturantes para que os clubes possam ter reais condições<br />
para formar e educar novos jogadores”-.<br />
Foto de Inforpress<br />
Nesse sentido, é propósito<br />
da nova direcção dar<br />
uma atenção especial às<br />
competições dos esmais jovens, e<br />
fomentar as selecções nacionais<br />
nesses escalões.- “ É fundamental<br />
reestruturar o campeonato<br />
nacional. Temos um projecto<br />
para uma Liga mais competitiva,<br />
mais visível, mais interessante”-.<br />
Ideias muito concretas, estão já a<br />
ser trabalhadas com os clubes, e<br />
com as associações. A Federação<br />
quer chamar novos parceiros. A<br />
partir da próxima época, um<br />
novo modelo de competição. E<br />
para isso, torna-se fundamental<br />
que os clubes tenham meios e<br />
recursos para uma gestão equilibrada.<br />
Ou seja, rigor e transparência.<br />
Exemplos na governação<br />
e organização.Caso contrário,<br />
nada feito. - “Os Tubarões Azuis<br />
precisam de nadar em águas<br />
calmas”.- Mário Semedo considera<br />
essencial, até para o país, o<br />
regresso da selecção nacional ao<br />
topo da hierarquia do futebol africano.<br />
A bandeira de qualquer<br />
país é a sua equipa principal de<br />
futebol. Cabo Verde não foge à<br />
regra. De visita ao nosso país, o<br />
presidente da Confederação Africana,<br />
mostrou-se totalmente<br />
disponível para sensibilizar a<br />
FIFA no sentido de um efectivo<br />
apoio aos projectos do futebol<br />
cabo-verdiano. Amigo pessoal de<br />
Ahmed Ahmed, Mário Semedo referiu<br />
que este encontro “encoraja e abre<br />
boas perspectivas” para o muito trabalho<br />
a desenvolver.
www.coc.cv<br />
Publicação mensal. Propriedade do Comité Olímpico Cabo-verdiano.<br />
Todos os direitos reservados.<br />
CENTRO OLYMPÁFRICA<br />
Foi a primeira pedra. Tem uma carga simbólica, não deixando de ser a primeira de muitas pedras<br />
necessárias para a construção de um sonho, transformado em desejo.<br />
Cabo Verde terá o seu primeiro Centro Olympáfrica. Em Santa Cruz,<br />
os homens sonham, e a obra avança. É fácil perceber a importância<br />
de uma infraestrutura como esta, constituída numa primeira fase,<br />
por um campo de futebol, duas placas para a prática multi-desportiva, e um<br />
edifício administrativo. O presidente da câmara local, colocou-se na linha da<br />
frente, candidatou-se, cedeu o terreno, e com o apoio da Federação Internacional<br />
Olympáfrica, do Comité Olímpico<br />
Cabo-verdiano, e do governo, é pioneiro no país. A promoção da prática<br />
desportiva entre os mais jovens, como factor decisivo no desenvolvimento<br />
sócio-económico da região.<br />
COMITÉ OLÍMPICO<br />
CABO-VERDIANO<br />
Presidente<br />
Filomena Fortes<br />
Secretário-Executivo<br />
Leonardo Cunha<br />
Secretário-Geral<br />
Nelson Jesus<br />
Travessa Pierre de Coubertin, Nº1<br />
ASA Praia - Santiago