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GAZETA DIARIO 492

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Foz do Iguaçu, sábado e domingo, 27 e 28 de janeiro de 2018 Política 07<br />

OPERAÇÃO PECÚLIO<br />

Chico Brasileiro defende Inês após MPF<br />

apontar "estreito vínculo" com Dr. Brito<br />

Prefeito recomenda cautela para que não seja cometida injustiça e garante que caso<br />

algo ilícito seja comprovado irá afastar a secretária municipal de Saúde<br />

Bruno Soares<br />

Reportagem<br />

Desde que o jornal Gazeta<br />

Diário teve acesso à petição<br />

assinada pelo Ministério<br />

Público Federal (MPF) que<br />

aponta a existência de "estreito<br />

vínculo" entre a secretária<br />

municipal de Saúde de<br />

Foz do Iguaçu, Inês Weizemann<br />

(PSD), e o vereador<br />

Dr. Brito (PATRIOTA), acusado<br />

de chefiar um esquema<br />

de corrupção para desvio de<br />

dinheiro público na cidade,<br />

publicado na edição da última<br />

terça-feira (23), a reportagem<br />

aguarda retorno da<br />

assessoria de comunicação<br />

da prefeitura para que o prefeito<br />

Chico Brasileiro (PSD)<br />

se manifeste publicamente<br />

sobre o caso.<br />

Ao longo dos últimos<br />

dias o pedido tem sido ignorado<br />

até que ontem (26) a<br />

redação decidiu publicar<br />

uma entrevista concedida<br />

pelo chefe do Executivo para<br />

uma página do facebook que<br />

aborda diversos assuntos sobre<br />

a cidade, dentre eles, a<br />

política.<br />

Veiculada na internet na<br />

quarta-feira (24), o interlocutor<br />

do prefeito repercute a<br />

reportagem de Gazeta Diária<br />

ao questionar Chico Brasileiro<br />

como ele avalia o cenário<br />

de ter uma integrante<br />

do primeiro escalão de seu<br />

governo relacionada à supostas<br />

fraudes praticadas<br />

Foto: Arquivo<br />

Prefeito Chico Brasileiro defende cautela para não cometer injustiça<br />

contra a secretária Inês Weizemann<br />

dentro do Hospital Municipal.<br />

Sem responder de forma<br />

direta, Chico inicia sua<br />

fala justificando que "o que<br />

ocorreu foi uma investigação<br />

sobre um contrato dentro<br />

do Hospital Municipal,<br />

realizado antes de nós reassumirmos<br />

o Hospital<br />

Municipal. Agora, não foi<br />

culpa de A, B ou C. Eu acho<br />

que um sistema ainda é falho<br />

onde o monitoramento<br />

permite que pessoas façam<br />

acordos que não são os melhores".<br />

Em seguida o prefeito<br />

complementa ao citar as<br />

medidas que tomou sobre<br />

os servidores públicos do<br />

Município que foram apontados<br />

como envolvidos no<br />

esquema. "Um do setor de<br />

radiologia e outro do setor<br />

de marcação de consultas. Que<br />

atitudes nós tomamos? Afastamos<br />

os dois de suas funções no<br />

outro dia. Trocamos as senhas<br />

dos sistemas da Prefeitura para<br />

que estas pessoas não tenham<br />

mais acesso, abrimos sindicância<br />

contra os dois. Ou seja, o<br />

que for da nossa parte, nós iremos<br />

tomar atitudes, seja quem<br />

for", completou para em seguida<br />

pontuar: "Agora, eu não recebi<br />

nada que diga que há comprometimento<br />

de A, B, ou C".<br />

Ao comentar nominalmente<br />

as suspeitas que pesam contra<br />

sua secretária, Chico contemporizou<br />

ao mudar o foco da<br />

pergunta para afirmar que seu<br />

governo não teria feito pagamentos<br />

ao grupo liderado por<br />

Dr. Brito. "Inês foi citada por<br />

uma das pessoas que estavam<br />

fazendo essas conversas dizen-<br />

do que teria acesso à Secretaria<br />

de Saúde. Agora, veja<br />

bem, diziam que o vereador<br />

que foi preso queria receber<br />

um dinheiro do ano passado,<br />

porque ele prestou serviço na<br />

gestão do Reni. Eu não paguei.<br />

Nós não pagamos. A<br />

prefeitura não pagou. Agora,<br />

se nós tivéssemos pago o que<br />

era indevido, aí sim, teria<br />

havido algum erro da prefeitura".<br />

Ao finalmente responder<br />

sobre sua posição sobre a suposta<br />

relação de Inês com o<br />

vereador preso, Chico destacou<br />

que espera entender melhor<br />

o que está ocorrendo. "Então<br />

eu estou querendo entender<br />

até onde vai. E se em algum<br />

momento eu receber algo<br />

que diga que existe sim, aí eu<br />

vou tomar atitude".<br />

Pedido de cautela<br />

Para justificar sua cautela, o prefeito<br />

citou uma recordação do período que<br />

foi secretário de Saúde do ex-prefeito<br />

Paulo Mac Donald (PDT). "Eu lembro de<br />

uma história durante o governo do exprefeito<br />

Paulo, em 2005. Eu era<br />

secretário de Saúde, e um secretário foi<br />

preso. Foi denunciado e teve um<br />

mandato de prisão. O que o ex-prefeito<br />

fez? Disse, 'não, eu vou levantar essas<br />

informações melhor', e não o afastou de<br />

imediato. Não é que depois este<br />

secretário teve relaxada a sua prisão, e<br />

terminou absolvido. E se ele tivesse<br />

sido exonerado de imediato? Então,<br />

não se deve agir em um primeiro<br />

momento assim. A não ser que se<br />

tenha uma prova contundente que<br />

diga, olha, a pessoa fez isso, tá tudo<br />

comprovado, aí, sim, tem de ser<br />

afastado de imediato".<br />

Ao concluir, Chico Brasileiro destacou<br />

que irá tomar as medidas cabíveis caso<br />

haja alguma comprovação de que Inês<br />

teria agido em conluio com Brito.<br />

"Entendo que tenhamos de ter muito<br />

cuidado para não expôr as pessoas e<br />

depois não ter as devidas<br />

consequências que muitas vezes se fala<br />

pela imprensa. Eu prefiro agir com<br />

cautela para ser justo com as pessoas.<br />

Se tiver comprovação, seja de quem for,<br />

nós iremos tomar atitude", finalizou.<br />

Ao jornal Gazeta Diário, Inês definiu as<br />

conclusões do MPF e PF como "loucura<br />

e viagem". Seu depoimento está<br />

marcado para o dia 1º de fevereiro. O<br />

MPF, por sua vez, sustenta que<br />

"durante as investigações apurou-se<br />

que Inês Weizemann, Secretária<br />

Municipal de Saúde, mantém estreitos<br />

vínculos com a organização criminosa,<br />

especialmente com o seu líder Luiz José<br />

de Brito, vulgo Dr. Brito".

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