GAZETA DIARIO 492
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16 Internacional<br />
Foz do Iguaçu, sábado e domingo, 27 e 28 de janeiro de 2018<br />
ECONOMIA<br />
China abre seu mercado<br />
de 1,3 bilhão de<br />
consumidores para o mundo<br />
"Tudo o que o chinês sabe sobre o Brasil se limita ao Corcovado, ao Cristo<br />
Redentor, ao Parque Nacional do Iguaçu e ao Neymar", diz ministro Chinês<br />
José Romildo<br />
Repórter da Agência Brasil<br />
A China está abrindo<br />
seu mercado de 1,3 bilhão<br />
de consumidores para o<br />
Brasil e para todos os<br />
países que queiram aproveitar<br />
essa oportunidade.<br />
As nações e empresas interessadas<br />
devem participar<br />
da 1ª Exposição Internacional<br />
de Importação<br />
da China, a se realizar<br />
no Centro de Convenções<br />
da cidade chinesa de<br />
Xangai, de 5 a 10 de novembro<br />
de 2018.<br />
"É raro ver um país<br />
promover uma exposição<br />
com foco em importações<br />
e é exatamente isso que<br />
a China está fazendo"<br />
disse a ministra-conselheira<br />
da Embaixada chinesa<br />
no Brasil, Xia Xiaoling.<br />
Segundo ela, muitos<br />
países estão interessados<br />
em participar do<br />
evento, mas o Brasil ainda<br />
não reservou um estande<br />
para mostrar seus<br />
produtos, apenas confirmou<br />
que participará do<br />
Pavilhão das Nações,<br />
uma mostra paralela à<br />
exposição. "O Brasil parece<br />
que não tem pressa",<br />
afirmou a conselheira.<br />
Segundo Xia Xiaoling,<br />
os países que responderam<br />
afirmativamente,<br />
até 31 de janeiro deste<br />
ano, ao convite para<br />
participar da 1ª Exposição<br />
Internacional de Im-<br />
O encarregado de Negócios da embaixada da China<br />
no Brasil, ministro Song Yang, e a ministra<br />
conselheira Xia Xiaoling falam sobre abertura do<br />
mercado chinês para o mundo<br />
portação da China terão<br />
grande desconto no pagamento<br />
do espaço.<br />
"Não temos problemas<br />
em importar mais do Brasil",<br />
disse o encarregado<br />
de Negócios da embaixada<br />
chinesa, ministro<br />
Song Yang, que não se<br />
mostrou preocupado com<br />
o crescente superávit brasileiro<br />
com a China. Ele<br />
acrescentou que não entende<br />
por que alguns setores<br />
brasileiros se queixam<br />
de que a China só<br />
importa commodities<br />
como soja em grão e minérios<br />
de ferro.<br />
"Queremos importar<br />
muito mais. Queremos<br />
importar produtos tecnológicos<br />
de alta qualidade,<br />
peças de automóveis e muitos<br />
outros produtos industrializados<br />
e aeroespaciais.<br />
Basta que o Brasil participe<br />
da Exposição Internacional<br />
de Importação da<br />
China e mostre seus produtos.<br />
Sem conhecer o produto<br />
brasileiro, o chinês<br />
não pode comprar mais",<br />
disse Song Yang.<br />
Turismo<br />
Song Yang disse que,<br />
também na área de serviços,<br />
o Brasil não está aproveitando<br />
as vantagens oferecidas<br />
pela China. Citou<br />
o exemplo do turismo. No<br />
ano passado, a China enviou<br />
para o exterior 129<br />
milhões de turistas. Para<br />
o Brasil, porém, só vieram<br />
60 mil. De acordo com<br />
Song Yang, o Brasil não<br />
investe em propaganda na<br />
China para tornar conhecidas<br />
suas belezas turísticas.<br />
"Tudo o que o chinês<br />
sabe sobre o Brasil se limita<br />
ao Corcovado, ao<br />
Cristo Redentor, ao Parque<br />
Nacional do Iguaçu e<br />
ao Neymar".<br />
Em termos de produ-<br />
tos tradicionais de exportação<br />
brasileiros, a ausência<br />
de publicidade<br />
também está provocando<br />
a perda de mercado na<br />
China. O diplomata chinês<br />
disse que atualmente<br />
o café da Colômbia e<br />
de alguns países da América<br />
Central está ganhando<br />
terreno em detrimento<br />
do café brasileiro.<br />
Comércio bilateral<br />
Song Yang lembrou<br />
que, apesar de o Brasil não<br />
explorar todo o potencial de<br />
seu comércio, as vendas favorecem<br />
o lado brasileiro.<br />
Em 2017, o Brasil exportou<br />
US$ 47,48 bilhões para a<br />
China e importou US$<br />
27,32 bilhões, tendo um superávit<br />
de US$ 20,16 bilhões.<br />
Isso significou um<br />
grande avanço nas exportações<br />
brasileiras para a<br />
China, já que no ano anterior<br />
o superávit chegou a<br />
US4 11,7 bilhões.<br />
No que se refere a investimentos,<br />
o Brasil recebeu<br />
a preferência chinesa.<br />
Segundo Song Yang, a<br />
América Latina e o Caribe<br />
constituíram a segunda<br />
região do mundo que<br />
recebeu mais investimentos<br />
chineses, depois da<br />
Ásia. A China canalizou<br />
até 2017 cerca de US$ 207<br />
bilhões em investimentos<br />
diretos para a América<br />
Latina e o Caribe. Desse<br />
total, o Brasil recebeu cerca<br />
de US$ 50 bilhões.<br />
Brasil vai doar R$ 792 mil para obras na<br />
Basílica da Natividade, na Palestina<br />
O governo brasileiro<br />
vai doar R$ 792 mil para<br />
as reformas de restauração<br />
da Basílica da Natividade,<br />
na cidade de Belém,<br />
no Estado da Palestina.<br />
A medida provisória<br />
autorizando a doação foi<br />
assinada ontem (25) pelo<br />
presidente da República<br />
em Exercício, Rodrigo<br />
Maia. O Ministério das<br />
Relações Exteriores vai<br />
intermediar a doação, que<br />
será feita com o orçamento<br />
da pasta.<br />
A Basílica da Natividade<br />
foi erguida no local<br />
onde se acredita ter nascido<br />
Jesus Cristo. Sua<br />
construção teve início no<br />
ano de 339 e desde 2013<br />
passa por uma grande<br />
reforma.<br />
O local recebe milhões<br />
de turistas por ano e não<br />
passava por reformas há<br />
300 anos. A Autoridade<br />
Palestina doou parte dos<br />
recursos para a obra. Países<br />
europeus também têm<br />
doado dinheiro para custear<br />
a ação. (Marcelo<br />
Brandão - Repórter da<br />
Agência Brasil)