23.01.2018 Views

Revista Curinga Edição 12

Revista Laboratorial do Curso de Graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto.

Revista Laboratorial do Curso de Graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Para o psicólogo Bruno Bueno não há a necessidade de controlar<br />

o sonho. Ele acredita na necessidade de conservação da<br />

saúde mental do ser humano. Segundo ele, por meio da psicoterapia<br />

é possível interpretar os sonhos e, a partir deles, tratar<br />

sintomas e mostrar novas possibilidades de vida e de realizações<br />

ao paciente. “É fazê-lo assumir uma responsabilidade perante<br />

suas escolhas e sua autenticidade como ser-no-mundo. É saber<br />

usar a criatividade, questionar valores e deixar fluir de maneira<br />

mais autêntica seus desejos e fantasias”, conclui.<br />

Enquanto algumas pessoas não se lembram de seus sonhos<br />

e outras conseguem controlá-los, há ainda as que acreditam que<br />

cada sonho traz uma mensagem relevante, mas nem sempre<br />

clara. Este é o caso do estudante Bruno Fernandes, 29, ele conta<br />

que depois que tomou consciência e desenvolveu mais sua mediunidade<br />

a lembrança dos sonhos passou a ser mais frequente,<br />

e alguns deles se tornaram premonitórios. “O que me chama<br />

mesmo a atenção são pequenos detalhes, pequenas coisas que<br />

mais cedo ou mais tarde fazem grande sentido, por mais bobo<br />

que pareça aos olhos de terceiros”, diz.<br />

Um dos vários sonhos premonitórios que o estudante teve<br />

e ainda se lembra com clareza foi com seu avô: “eu tinha 18<br />

anos e meu instrutor de auto escola não me ensinava sobre a<br />

embreagem direito, eu simplesmente não conseguia controlar o<br />

carro e sonhei que meu falecido avô me explicava como usá-la,<br />

inclusive com a teoria por trás da prática. No dia seguinte testei<br />

o que havia sonhado... minha carteira tá aqui comigo”, e ele<br />

garante não ter lido nem comentado nada com ninguém sobre<br />

o assunto antes do exame.<br />

Como instinto de defesa, Bruno prefere não contar sobre<br />

seus sonhos porque são experiências muito pessoais. Segundo<br />

ele, muitas pessoas não acreditam, outras já acreditam tanto<br />

que acabam se perdendo no meio das histórias. “São experiências<br />

que só eu vivi, não tem como eu mostrar aos outros, a<br />

não ser contando, e muitos podem pensar que invento isso para<br />

aparecer, mas não é”, diz.<br />

O psicólogo Bueno não acredita em premonição, para ele algumas<br />

coisas não são percebidas claramente por nós, mas ficam<br />

registradas em nosso inconsciente e nos surgem por meio dos<br />

sonhos. Quando elas acontecem, determinadas por um contexto<br />

mais amplo, acabamos tendo a ideia de premonição.<br />

Independentemente do tipo: comum, lúcido, premonitório,<br />

os sonhos dizem muito sobre cada um, são um reflexo do que há<br />

em nós de mais íntimo, nossos desejos, fantasias e até mesmo<br />

aquilo que nos atormenta. Muitas vezes são consequência do<br />

que nos acontece no dia a dia. E, em contrapartida, é a forma<br />

como interpretamos e reagimos a eles que nos define.<br />

O sonho é o resultado de uma conciliação.<br />

Dorme-se e, não obstante,<br />

vivencia-se a remoção de um desejo.<br />

Satisfaz-se um desejo, porém,<br />

ao mesmo tempo, continua-se a dormir.<br />

Freud

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!