revistaconsciente_DEZ2017
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Dezembro 2017<br />
Número 22<br />
Dezembro 2017 Número 22 Volume 1<br />
consciente<br />
Tem<br />
EMPREGO ou<br />
CARREIRA?<br />
Receitas<br />
Natal e Fim<br />
de Ano<br />
+<br />
Saúde<br />
Alimentos do coração<br />
Equipas de RUA<br />
Ser Discriminado
Revista digital | Bimensal |Gratuita Nº22 | Dezembro 2017<br />
Direção<br />
Maria Paula Dias<br />
Psicologia clínica<br />
mpdias@<strong>revistaconsciente</strong>.pt<br />
Marketing & Publicidade<br />
Maria Paula Dias<br />
geral@<strong>revistaconsciente</strong>.pt<br />
Edição<br />
Maria Paula Dias<br />
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Andreia.domingos88@hotmail.com<br />
Ana Rosa— Nutrição<br />
dietista.anaRosa@gmail.com<br />
Carolina Frias Costa—Nutricionista<br />
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Rita António - Psicologia Educacional<br />
ritasofiacnfantonio@gmail.com<br />
Mafalda Marques—serviço social<br />
mafmar2@gmail.com<br />
Cristina Morais—Historiadora<br />
cristina_i8@hotmail.com<br />
Agradecemos a colaboração de soidog, médicos do mundo, lpm comunicação e<br />
miligrama<br />
geral@<strong>revistaconsciente</strong>.pt<br />
É expressamente proibido a reprodução desta edição em qualquer língua, no seu todo ou em parte, sem a prévia autorização escrita da CONSCIENTE<br />
● Todos as opiniões expressas<br />
são da inteira responsabilidade dos autores ● O Estatuto Editorial está disponível na pagina de internet : www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt ● As imagens/fotografias aqui<br />
utilizadas foram pesquisadas com recurso à internet não sendo portanto nenhuma original à publicação Consciente .<br />
Revista consciente<br />
Dezembro 2017<br />
Registo Nº 126882<br />
Edição nº 22<br />
WEB<br />
www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt<br />
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Suporte On-Line Digital Periodicidade BiMensal Registo Nº 126882 Propriedade: Maria Paula Dias<br />
www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Dezembro CONSCIENTE 3
conteúdos 22<br />
Ediçâo Nº<br />
10<br />
13 EDITORIAL<br />
O Mês de...............DEZEMBRO<br />
7 FRAÇÕES & NÚMEROS<br />
10 SENTIDOS SOCIAIS<br />
Equipas de Rua<br />
20 EMPREGOS& CARREIRA<br />
24<br />
Tem emprego ou carreira?<br />
24 NAS NOSSAS MÃOS<br />
Ser Madrasta<br />
30 DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />
Ser Discriminado<br />
42 SOBREVIVER<br />
48<br />
O que é a Cumplicidade?<br />
46 SAÚDE<br />
Gota, o que é?<br />
48 SUPER ALIMENTOS<br />
Alimentos do Coração<br />
54 RECEITAS natal e fim de ano<br />
64 + SAUDE<br />
54<br />
78 UMA IMAGEM<br />
79 CAMINHOS A DESCOBRIR<br />
82 AGENDA FORMATIVA<br />
83 BOAS LEITURAS<br />
www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Dezembro CONSCIENTE 5
Editorial<br />
Finalmente .....Dezembro!......<br />
Por Maria Paula Dias<br />
Ultimo mês do ano 2017. Um ano dificil Os acontecimentos de peso fizeram parte deste ano, em especial<br />
ao nível dos governantes mundiais. Nós por cá fomos vivendo dia após dia, assistindo, ora trabalhando,<br />
descansando ora nem fazendo uma coisa nem outra. Novos planos se avizinham, nova esperança. Novas<br />
dietas, novos projetos. Novo futuro. Mesmo que para alguns sempre igual, esperamos sempre que o novo<br />
ano seja melhor que o anterior. O que nos espera para 2018? Só tempo e a forma de reação às situações o<br />
dirá. Aqui o aguardamos com mais crónicas que possam facilitar a sua vida. Mais informação. Nesta<br />
ultima edição de 2017 temos boas crónicas, boa informação. Não sugerimos nenhuma em especial.<br />
Sugerimos sim, que tenha uma bom Natal, uma boa passagem de ano. Bom descanso!<br />
Em nome da Equipa da revista consciente :<br />
Feliz Natal e um Próspero Ano de 2018<br />
Alguns Dias Especiais:<br />
1 de Dezembro—Restauração<br />
da Independência<br />
1 de Dezembro—Dia mundial<br />
da Luta Contra a SIDA<br />
8 de Dezembro—Dia da<br />
Imaculada Conceição<br />
10 de Dezembro—Dia<br />
internacional dos Direitos<br />
Humanos<br />
20 de Dezembro—Dia<br />
Intenacional da Solidariedade<br />
Humana<br />
25 de Dezembro—Dia de Natal<br />
31 de Dezembro—Fim do Ano<br />
2017<br />
DOM SEG TER QUA QUI SEX SÁB<br />
1 2<br />
3 4 5 6 7 8 9<br />
10 11 12 13 14 15 16<br />
17 18 19 20 21 22 23<br />
24 25 26 27 28 29 30<br />
31<br />
dezembro 2017<br />
www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Dezembro CONSCIENTE 7
NÚMEROS & FRAÇÕES<br />
252 dias<br />
úteis<br />
Há 252 dias úteis no ano de 2018, 365 dias e<br />
13 feriados , sendo 2 destes, sábados e 2<br />
domingos, o que perfaz, 9 feriados<br />
comemorados em dias úteis.<br />
117.935.609<br />
117.935.609 NASCIMENTOS AO LONGO DESTE<br />
ANO ATÉ DIA 19 DE NOVEMBRO DE 2017.<br />
00:00<br />
48.848.200 MORTES AO LONGO DESTE ANO ATÉ<br />
19 DE NOVEMBRO DE 2017<br />
00:00 horas a 31 de Dezembro<br />
de 2017, em Lisboa..<br />
FONTE: WORLDMETERS<br />
São Francisco: 17:00 h –31 de Dez<br />
Nova Iorque: 21:00 h—31 de Dez<br />
Lisboa: 00:00 h—31 Dez 17<br />
Paris: 01:00 h—1 Jan 18<br />
Bruxelas: 01:00 h—1 Jan 18<br />
Tóquio: 09:00h—1 Jan 18<br />
Sidney: 11:00 h—1 Jan 18<br />
21 de Dezembro<br />
A estação de Inverno entra em<br />
vigor a 21 de Dezembro de 2017<br />
até 20 de Março de 2018<br />
FONTE: 24TIMEZONES.COM<br />
www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Dezembro CONSCIENTE 9
SENTIDOS SOCIAIS<br />
Equipas de<br />
RUA<br />
Por Mafalda Marques<br />
A presença de pessoas a viverem na rua é uma<br />
entristece especialmente em momentos tão caloroso<br />
das mais extremas manifestações da pobreza e exc<br />
espaço privado, porque têm de fazer da rua a sua c<br />
económicas, afetivas e familiares, que a vida com u<br />
regresso à dignidade é duro, longo e conta com os<br />
que faça frio ou calor, todos os dias do ano andam p<br />
rua e recuperem a sua dignidade. Para conhecermos<br />
o NASA.<br />
10 CONSCIENTE Dezembro www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt
visão habitual nas grandes cidades. Incomoda e<br />
s como o Natal. Viver na rua apresenta-se como uma<br />
lusão social. Pessoas que fazem do espaço público,<br />
asa. Pessoas com histórias de infortúnio, de ruturas<br />
m truque vagabundo as levou até ali. O caminho de<br />
muitas vezes apelidados… Anjos…as equipas de rua,<br />
or ali a criar condições para que as pessoas saiam da<br />
melhor o seu trabalho, fomos até à capital conhecer<br />
www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Dezembro CONSCIENTE 11
Durante anos convivemos de forma mais ou<br />
menos pacífica e compreensiva perante as<br />
pessoas que nos abordavam na rua para pedir<br />
uma esmolinha para o pobrezinho ou para o<br />
ceguinho, uma atitude caritativa que foi<br />
alimentada por todos, transmitindo a noção da<br />
inevitabilidade do mendigar por aqueles que<br />
considerávamos incapazes de providenciar ao seu<br />
sustento. Contudo, a consciência do fenómeno foi<br />
tomando conta da sociedade e passámos a olhar<br />
as pessoas que pernoitam nas ruas com uma<br />
certa incredulidade. Já não é só o ceguinho e o<br />
pobrezinho, são crianças, jovens, velhos,<br />
mulheres, toxicodependentes, prostitutas,<br />
imigrantes, deficientes e maluquinhos… e o<br />
pacífico convívio e tolerância transforma-se<br />
numa certa intranquilidade e insegurança. A<br />
problemática dos sem-abrigo coloca-nos questões<br />
sobre os limites da dignidade e solidariedade<br />
humana, um desafio social que nos obriga a<br />
intervir. Um fenómeno complexo,<br />
multidimensional e multiproblemático que<br />
necessita de uma intervenção integrada,<br />
multidisciplinar e interinstitucional para que o<br />
objetivo principal de tirar as pessoas da rua seja<br />
possível. A pessoa sem–abrigo é então aquela<br />
que, independentemente da sua nacionalidade,<br />
etnia, religião, idade, sexo, orientação sexual,<br />
condição socioeconómica e condição de saúde<br />
física e mental, se encontre sem teto (vivendo no<br />
espaço público, alojada em abrigo de emergência<br />
ou em local precário) ou sem casa (em<br />
alojamento temporário). Lisboa, a nossa capital,<br />
há muito que se preocupa com este fenómeno e<br />
tem ao longo dos anos criado estratégias de<br />
intervenção direcionadas aos sem-abrigo.<br />
Quisemos conhecer de perto a realidade da<br />
cidade e fomos muito bem recebidos pela equipa<br />
do NASA… Não, não é a agência espacial, mas<br />
quase! É o Núcleo de Apoio aos Sem-Abrigo da<br />
Câmara Municipal de Lisboa (CML). De que<br />
universo estamos então a falar num território que<br />
reúne o maior número de sem abrigo em<br />
Portugal? A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa<br />
promoveu em 2015 uma contagem de sem abrigo,<br />
numa sinalização em tempo real. Na noite de 14<br />
de Maio, cerca de 1200 voluntários, percorreram<br />
as ruas de 24 freguesias de Lisboa e foram<br />
sinalizados nessa noite 440 sem-abrigo na rua e<br />
376 em centros de acolhimento, totalizando 816<br />
pessoas. Em 2013 numa ação semelhante tinham<br />
sido sinalizadas 853 pessoas sem-abrigo. E com<br />
que recursos contamos para dar resposta a esta<br />
problemática? De acordo com o Plano Municipal<br />
para a Pessoas Sem Abrigo, a rede de respostas<br />
em Lisboa contamos com Centros de Alojamento<br />
de emergência (2 unidades/307 vagas), Centros<br />
de Alojamento de Inserção (8 unidades/274<br />
vagas), Inserção diurna (5 programas/180 vagas)<br />
Núcleo de Apoio Local (refeições para 50<br />
pessoas), 12 cacifos solidários e 9 equipas de rua<br />
que cobrem toda a cidade. Nas respostas de<br />
alojamento há no entanto alguns<br />
constrangimentos relacionados com critérios de<br />
admissão e que condicionam entradas face a sexo<br />
e problemática associada, o que condiciona a<br />
resposta a determinado nicho de sem-abrigo (e.g.<br />
casais; toxicodependentes). A CML tem um papel<br />
ativo em todas estas respostas, sendo ou<br />
promotor direto ou financiador. O caminho<br />
percorrido pela CML nesta matéria já remonta<br />
aos anos 90, onde equipas saiam à rua para<br />
observação do fenómeno. Uma intervenção que<br />
foi evoluindo ao longo de uma década e que foi<br />
reforçada com o manifesto interesse político em<br />
criar estratégias de intervenção específicas para<br />
esta problemática, sendo em 2009 criada a<br />
primeira ação nacional concertada nesta matéria,<br />
a Estratégia Nacional para a Integração das<br />
pessoas em Situação Sem Abrigo (ENIPSA).<br />
12 CONSCIENTE Dezembro www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt
A ENIPSA priorizou a intervenção com as<br />
pessoas Sem-Abrigo e identificou a Rede Social<br />
como a estrutura que no território local, deve de<br />
acordo com as necessidades identificadas,<br />
articular a intervenção no sentido da<br />
implementação de Núcleos de Planeamento e<br />
Intervenção com a Pessoa Sem-Abrigo (NPISA).<br />
Desta foram consegue-se rentabilizar recursos<br />
humanos e financeiros e evitar a duplicação de<br />
respostas e qualificar a intervenção ao nível da<br />
prevenção das situações de sem -abrigo e do<br />
acompanhamento individualizado. A ENIPSA<br />
visa consolidar uma abordagem de prevenção e<br />
intervenção, centrada nas pessoas em situação de<br />
sem -abrigo, para que ninguém tenha de<br />
permanecer na rua por ausência de alternativas.<br />
Pretende promover o conhecimento do<br />
fenómeno, informar, sensibilizar e educar, bem<br />
como reforçar uma intervenção promotora da<br />
integração das pessoas em situação de semabrigo.<br />
Dentro de toda esta filosofia e a par do<br />
empenho político no âmbito da sua intervenção<br />
na Rede Social de Lisboa, a CML tem vindo a<br />
fazer um considerável investimento logístico e<br />
financeiro com a constituição de uma equipa<br />
especializada na intervenção, na cedência de<br />
inúmeros espaços para equipamentos e no apoio<br />
financeiro direto. O NASA é então a equipa<br />
municipal qualificada que intervém nesta<br />
matéria. Uma equipa técnica constituída por 4<br />
técnicos (psicólogos e assistentes sociais) que<br />
efetua atendimento social, regista, responde e<br />
encaminha sinalizações e reclamações sobre<br />
pessoas em situação de sem-abrigo, analisa<br />
processos, monitoriza, acompanha e avalia<br />
projetos, coordena o espaço de apoio à<br />
emergência e das equipas de rua no âmbito do<br />
Plano de Contingência para os Sem-Abrigo<br />
Perante Vagas de Frio, participa nas escalas das<br />
equipas de rua, no âmbito do funcionamento do<br />
NPISA e coordena (em articulação com a<br />
segurança social) o eixo do planeamento/subeixo<br />
acolhimento no âmbito do NPISA. Tem<br />
ainda responsabilidade sobre intervenção em<br />
edificado devoluto/insalubridade, ações que<br />
articula com outras entidades, nomeadamente os<br />
elementos de segurança. O NASA cobre toda a<br />
cidade de Lisboa, sendo que a cidade se encontra<br />
dividida em 4 zonas e para cada zona existe uma<br />
entidade responsável pela intervenção da equipa<br />
de rua: zona norte – equipa Novos Rostos/Novos<br />
Desafios; zona centro – equipa Comunidade Vida<br />
e Paz; zona ocidente – equipa VITAE e zona sul –<br />
equipa Crescer. Por sua vez, a equipa do NASA<br />
realiza saídas noturnas todas as terças e quintasfeiras<br />
e saídas diurnas sempre que necessário. À<br />
equipa NASA junta-se quinzenalmente<br />
profissionais de saúde do Hospital Júlio de<br />
Matos para saídas à rua e discussão de casos no<br />
âmbito da saúde mental, uma das problemáticas<br />
associadas aos sem-abrigo. A equipa dos Médicos<br />
do Mundo intervém no âmbito da saúde física.<br />
Será relevante indicar que a equipa da CML, a<br />
equipa da AMI e a equipa da Santa Casa da<br />
Misericórdia de Lisboa são entidades que cobrem<br />
toda a cidade de Lisboa. Toda a ação do NASA é<br />
planeada para que corresponda às grandes linhas<br />
estruturantes do Programa Municipal para a<br />
Pessoa Sem Abrigo 2016/2018, medidas que<br />
pretendem a restruturação das respostas de<br />
alojamento existentes e criação de novas<br />
soluções; respostas diurnas focadas na<br />
capacitação social e profissional; a organização e<br />
cobertura territorial das equipas de rua; a<br />
disseminação de espaços condignos e informais<br />
onde prover refeições – Núcleos de Apoio Local;<br />
intervenção na promoção da saúde e renovação<br />
infraestruturas. (cont)<br />
www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Dezembro CONSCIENTE 13
A equipa do NASA considera que o interesse<br />
politico, a disponibilização de atenção e recursos<br />
para este fenómeno social tem crescido a uma<br />
velocidade muito positiva e neste momento deverse-á<br />
tirar partido de que se tem, rentabilizar,<br />
reajustar conforme as necessidades que se vão<br />
identificando. As equipas de rua têm como missão<br />
principal tirar a pessoa da rua, atendendo<br />
paralelamente a questões relacionadas com<br />
alimentação; saúde; encaminhamento para<br />
habitação/teto temporário e acompanhamento<br />
psicossocial. A humanização das respostas ao sem<br />
-abrigo está sempre em primeira linha. E para que<br />
esta complexidade de intervenção seja possível<br />
está um esforço e disponibilidade conjunta de<br />
todos os parceiros da Rede Social de Lisboa.<br />
Continuem com o bom trabalho!<br />
Quanto a nós… comuns cidadãos…<br />
Não espere por grandes<br />
líderes. Faça você mesmo,<br />
pessoa a pessoa. Seja leal<br />
às pequenas ações porque<br />
é nelas que está a sua<br />
força. (Madre Teresa de<br />
Calcutá)<br />
Faça a diferença neste Natal e mantenha<br />
pelo resto do ano! Voluntarie-se,<br />
disponibilize-se a ajudar…no que for<br />
preciso!<br />
‘ ...Plano Municipal para a Pessoas Sem Abrigo,<br />
a rede de respostas em Lisboa contamos com<br />
Centros de Alojamento de emergência (2<br />
unidades/307 vagas), Centros de Alojamento de<br />
Inserção (8 unidades/274 vagas), Inserção<br />
diurna (5 programas/180 vagas) Núcleo de<br />
Apoio Local ...’<br />
14 CONSCIENTE Dezembro www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt
Inspire-se:<br />
O Encontro (2014) de Oran Moverm an com Richard Gere<br />
O Solista (2009) de Joe W right com Jam ie Fox e Robert Downey Jr.<br />
www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Dezembro CONSCIENTE 15
Guião Social<br />
Como posso ajudar uma pessoa em situação<br />
de sem abrigo?<br />
Deverá sempre sinalizar a situação através da linha nacional de emergência social LNES – linha<br />
144. Funciona 24h/todos os dias do ano.<br />
Localmente sinalizar junto do Núcleo de Planeamento e Intervenção Sem Abrigo contatando<br />
diretamente a Rede Social local.<br />
Na cidade de Lisboa poderá encaminhar a pessoa ou sinaliza-la:<br />
Núcleo de Apoio À Pessoa Sem Abrigo: 91 868 73 78 ou erasa.equiparua@cm-lisboa.pt<br />
Unidade de Atendimento às Pessoas sem Abrigo (Cais do Gás): 213 220 860. A UAPSA<br />
disponibiliza atendimento social, encaminhamento para respostas de alojamento, banco de<br />
roupa e balneário.<br />
A Rede Social de Lisboa elaborou um guia informativo ao próprio sem abrigo que se encontra em<br />
pontos estratégicos e de fácil acesso ao sem-abrigo.<br />
Como posso ajudar as equipas que intervém<br />
com esta população?<br />
Poderá contatar diretamente uma entidade/instituição que intervenha nesta área e manifestar a<br />
sua disponibilidade. Nesta altura natalícia é sempre um momento onde a visibilidade desta<br />
procura se revela mais presente e portanto um bom momento para se envolver. Um contato que<br />
deverá permanecer e se estender por todo o ano<br />
AMA Loja<br />
dos Espaços do Cidação<br />
Por Mafalda Marques<br />
16 CONSCIENTE Dezembro www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt
Já todos estamos bem familiarizados com a expressão medidas de<br />
modernização e simplificação administrativa do estado. Nas notícias, não<br />
há dia em que não se fale em mais uma medida que prossegue a intenção de<br />
simplificar alguma coisa, tantas que nos sentimos meio perdidos em tanta<br />
informação. No entanto, é muito importante não perder a carruagem… e<br />
neste artigo propomos um tour nos meandros das medidas criadas para<br />
simplificar a vida do comum cidadão em assuntos do nosso quotidiano.<br />
A Agência para a modernização administrativa -<br />
AMA é o instituto público responsável pela<br />
promoção e desenvolvimento da modernização<br />
administrativa em Portugal e a sua atuação dividese<br />
em três eixos: atendimento, transformação<br />
digital e simplificação. Foquemo-nos no eixo do<br />
atendimento. A AMA tem desenvolvido e gerido<br />
novos modelos de atendimento que permitem aos<br />
cidadãos e empresas interagir com o Estado de<br />
forma prática, inovadora e eficiente. Modelos de<br />
atendimento que valorizam o conceito integrado…<br />
o cidadão ganha tempo e reduz custos de<br />
deslocação e o estado rentabiliza os recursos,<br />
infraestruturas e plataformas, potenciando a<br />
eficiência e redução de custos. Possivelmente a<br />
medida mais emblemática desta área seja a loja do<br />
cidadão. No entanto, dentro desta filosofia do<br />
atendimento, foram também criados o espaço do<br />
cidadão, o espaço empresa, o balcão do<br />
empreendedor, o portal e o mapa do cidadão. Para<br />
que servem então tantos serviços? Qual a<br />
diferença entre eles e de que forma tirar o<br />
melhor partido de cada um? Comecemos<br />
então pela mais famosa. A loja do cidadão é um<br />
conceito de prestação de serviços públicos que<br />
reúne no mesmo espaço várias entidades públicas e<br />
privadas. Por sua vez, o espaço do cidadão<br />
funciona como um balcão único que disponibiliza<br />
variados serviços de diversas entidades, num<br />
atendimento digital assistido (uma medida que<br />
atende ao combate da info exclusão no âmbito das<br />
barreiras digitais), onde poderá resolver situações<br />
como alterar a morada do cartão de<br />
cidadão, obter certidões de registo civil,<br />
comercial e predial, obter o registo<br />
criminal, registar a propriedade<br />
intelectual, renovar autorização de<br />
residência do Serviço de Estrangeiros e<br />
Fronteiras, revalidar a Carta de Condução,<br />
efetuar pedidos à Segurança Social ou<br />
Caixa Geral de Aposentações, marcar<br />
consultas no Serviço Nacional de Saúde,<br />
pedir o Cartão Europeu de Seguro de<br />
Doença, consultar listas de espera para<br />
cirurgias, ter apoio no preenchimento<br />
da declaração anual de rendas; ter apoio<br />
na verificação das faturas no sistema e-<br />
fatura. Em filosofia idêntica , ma s<br />
direcionado para os empresários, temos o espaço<br />
empresa. Um balcão de atendimento integrado, em<br />
que o empresário pode, entre outros serviços,<br />
efetuar registo Empresa na Hora, pedir<br />
uma Certidão Permanente, solicitar<br />
informação<br />
sobre<br />
legislação correspondente à atividade<br />
económica, conhecer os passos inerentes à<br />
criação de negócio próprio. (cont..)<br />
www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Dezembro CONSCIENTE 17
É uma rede extensa de atendimento que,<br />
segundo o portal do cidadão, já conta com 46<br />
lojas do cidadão, 530 espaços do cidadão e 15<br />
espaços empresa, e com pretensões de<br />
continuar a expandir. Pode consultar a rede no<br />
portal do cidadão, onde pode saber as entidades<br />
representadas nos atendimentos, os<br />
horários de funcionamento e referência<br />
a constrangimentos na realização de<br />
alguns serviços... Muito importante se<br />
não quer uma deslocação em vão!<br />
Tirando partido das novas tecnologias, a<br />
verdadeira revolução da simplicidade surge com<br />
o mapa do cidadão, um website que fornece<br />
informação sobre todos os locais de<br />
atendimento da administração pública<br />
(cerca de 7000 pontos de atendimento<br />
georreferenciados), nomeadamente<br />
hospitais, esquadras, repartições de<br />
finanças, conservatórias, lojas e espaços<br />
do cidadão. Em rela çã o a estes últimos,<br />
tem acesso à informação sobre as entidades<br />
representadas e respetivos tempos de espera,<br />
horários de funcionamento, possibilidade de<br />
planear o melhor percurso no caso de multitask,<br />
saber sobre documentações necessárias, custos<br />
e prazos legais para qualquer serviço. Para<br />
dispositivos móveis (smartphones e tablets)<br />
IOS, Windows e Android, obtenha a app,<br />
através da qual também já é possível obter<br />
senha de atendimento e controlar a senha que<br />
está a ser atendida e tempos de espera. De facto,<br />
um instrumento precioso para não perder<br />
tempo! Por fim o canal na internet privilegiado<br />
de acesso à informação e prestação de serviços<br />
públicos, o portal do cidadão, que resulta da<br />
fusão dos portais do cidadão e da empresa e que<br />
integrou o balcão do empreendedor, um serviço<br />
para agentes económicos de consulta de<br />
informação e submissão de pedidos eletrónicos,<br />
onde pode por exemplo, criar uma empresa,<br />
registar uma marca, obter certidões ou fazer o<br />
licenciamento das suas atividades. Atualmente,<br />
o portal do cidadão disponibiliza mais de 1500<br />
serviços, por cerca de 580 organismos, dos<br />
quais se destacam os serviços de alteração de<br />
morada no cartão de cidadão, o pedido de<br />
certidões online, a criação da Empresa Online, o<br />
registo comercial, o Regime Jurídico de Acesso e<br />
Exercício de Atividades de Comércio, Serviços e<br />
Restauração (RJACSR), o Sistema da Indústria<br />
Responsável (SIR), o registo de alojamento local<br />
e o serviço A Minha Rua, que permite a<br />
participação cívica e o envolvimento ativo dos<br />
cidadãos na gestão da sua rua ou bairro.<br />
Para mais informações, ainda dispõe do<br />
atendimento telefónico 707 24 11 07 e<br />
contacto via correio eletrónico<br />
info.portaldocidadao@ama.pt.<br />
Tire o melhor<br />
partido da<br />
informação e<br />
simplifique a<br />
vida!<br />
18 CONSCIENTE Dezembro www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt
www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Dezembro CONSCIENTE 19
EMPREGOS & CARREIRA<br />
Tem<br />
EMPREGO ou<br />
CARREIRA<br />
?<br />
Por Andreia Rodrigues Almeida<br />
Todos ambicionam por uma ocupação que<br />
lhes dê tranquilidade e estabilidade. A<br />
verdade é que grande parte das pessoas<br />
possui um emprego, mas não uma carreira, e<br />
muitos têm empregos e não são felizes...<br />
20 CONSCIENTE Dezembro www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt
P<br />
ara quem ambiciona ser chefe não<br />
deve nem pensar em começar a sua<br />
vida profissional pensando<br />
somente em curto prazo. Essa será<br />
a grande diferença entre ter um<br />
emprego e construir uma carreira.<br />
Um emprego é uma atividade que basicamente<br />
origina recursos para pagar as contas ao fim do mês,<br />
já uma carreira trata-se de uma série de decisões que<br />
uma pessoa vai tomando ao longo de sua vida<br />
profissional para que as contas presentes ao fim de<br />
cada mês incomodem cada vez menos. De uma<br />
forma mais simples, emprego é uma atividade<br />
presente e Carreira é a preparação do futuro. Um<br />
emprego estará sempre dependente de decisões que<br />
são tomadas pela empresa, e a carreira<br />
dependerá principalmente de decisões pessoais.<br />
Emprego é temporário e carreira é permanente, no<br />
entanto, não é obrigatório estar constantemente a<br />
mudar de empresa para se poder construir uma<br />
carreia, contrariamente, ela pode muito bem ser<br />
desenvolvida dentro de uma única empresa. Ao<br />
identificar um emprego, deve ser capaz de<br />
reconhecer um começo, um meio e um fim.Uma<br />
carreira, por outro lado, tem um começo, mas os<br />
caminhos que ela segue são sempre uma surpresa.<br />
Uma carreira pode terminar num lugar totalmente<br />
distinto de onde começou. Portanto, um emprego<br />
é algo pontual, e uma carreira é o conjunto<br />
de variados empregos, eventos e mudanças<br />
na nossa vida. Cada mudança de função, que<br />
acarrete mais responsabilidades e aumento de<br />
salário, é um ponto a favor para o desenvolvimento<br />
da sua carreira. Por outro lado, ter trabalhado em<br />
diferentes empresas, mas exercendo trabalhos<br />
idênticos em todas elas, não é de todo uma carreira,<br />
mas sim uma sequência de empregos encadeados, o<br />
que quer dizer que o próximo emprego será muito<br />
semelhante com o último emprego. Um pessoa que<br />
esteja numa empresa há cinco ou dez anos, e que se<br />
encontra a fazer exatamente a mesma coisa sem<br />
alteração de função e de salário, tem um emprego.<br />
Em contrapartida, uma pessoa que se encontre a<br />
trabalhar numa empresa do qual não exige o<br />
conhecimento de inglês, mas decide estudar inglês,<br />
trata-se de alguém que está a pensar na sua carreira.<br />
Carreiras são uma preparação permanente para<br />
o próximo emprego ou para o próximo cargo, que<br />
serão melhores do que os atuais, e que podem estar<br />
dentro ou fora da empresa atual. .<br />
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Aqueles que não conseguem construir as suas<br />
carreiras, procuram emprego. Quem consegue, é<br />
procurado e com certeza chegará mais celeremente a<br />
uma posição de chefia. Na corrida para ser o melhor,<br />
é fácil perder de vista a sua carreira e focar<br />
simplesmente no seu emprego. Encontrar um<br />
emprego, continuar com o emprego, trabalhar no<br />
emprego, ficar acordado até tarde pelo emprego e<br />
etc… Quando na realidade o foco deveria ser<br />
como esse emprego contribui para a sua<br />
carreira e para os seus objetivos. Um<br />
emprego não é uma definição, mas sim uma tarefa.<br />
Pode durar muito ou pouco tempo, mas tem sempre<br />
um início, um meio e um fim. Com o passar dos, os<br />
nossos empregos acabaram por tomar a função de<br />
nos definir e definir o que nós conquistamos. Por<br />
exemplo, quando nós conhecemos uma pessoa nova,<br />
a conversa chega sempre eventualmente em “O que<br />
você faz?” e nós respondemos com o nosso emprego<br />
atual. Por muito que seja fácil dizer que você<br />
trabalha para tal empresa, em determinada função,<br />
há um dado número de anos… pense se outra<br />
resposta não acabaria por ser mais correta e<br />
interessante. Porque se analisarmos bem, o que você<br />
é não é o que você está a fazer, mas o que você fez e<br />
faz, e isso não são só empregos. O artesanato nos<br />
seus tempos livres, o voluntariado de sábado… essas<br />
coisas também são o que você faz. Onde esteve, onde<br />
está, para onde quer ir… Isso é o quadro completo.<br />
Se pretende parar de ser definido pelo seu emprego,<br />
pare de falar sobre o mesmo como se isso o<br />
definisse. A nossa carreira é nosso caminho, e<br />
efetivamente, Carreiras e empregos andam de mãos<br />
dadas, não pode ter um sem o outro. Os Empregos<br />
são as oportunidades que definem as nossas<br />
carreiras, deixando que nós tentemos coisas, com ou<br />
sem sucesso, e aprender com essas mesmas<br />
experiências. Carreiras são as coleções de<br />
oportunidades. Foque-se nas seguintes questões:<br />
Onde quer chegar? O que pretende atingir? De que<br />
trabalhos gostou e pretende fazer mais vezes? Como<br />
posso melhorar como pessoa a partir do meu<br />
trabalho? Por que estou a fazer isto? Mesmo que seja<br />
normal passar por vários empregos enquanto<br />
crescemos como profissionais, nós sempre<br />
precisamos estar atentos ao caminho que está a ser<br />
traçado, e principalmente ter certeza de que esse<br />
caminho nos levará para onde pretendemos ir. Se<br />
todos os dias chega a casa stressado, desanimado e<br />
exausto, isso significa que não está no caminho<br />
certo. Isso significa que deveria demitir-se?<br />
Depende. Esse emprego acrescenta algo na sua<br />
carreira que não poderia conseguir em outro lugar?<br />
Se a resposta for não, então talvez seja hora de<br />
mudar de emprego. Se a resposta for sim, mantenha<br />
essa ideia na sua mente nos momentos mais<br />
frustrantes e se as perdas não compensarem os<br />
ganhos, passe para a próxima. Quando nós não<br />
temos uma meta as mudanças de trabalho podem<br />
parecer sem sentido, e talvez até no fundo elas<br />
sejam. É importante que tenha sempre em mente<br />
que a sua carreira é sua responsabilidade<br />
EM<br />
DESTAQUE<br />
22 CONSCIENTE Dezembro www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt
www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Dezembro CONSCIENTE 23
N A S N O S S A S M Ã O S<br />
Ser<br />
Madrasta<br />
Por Maria Paula Dias<br />
Quando pensamos em Madrastas a melhor e mais rápida<br />
imagem que nos vem à mente é a das histórias do<br />
WaltDisney, eternamente cinematográficas. Quem não se<br />
lembra da Madrasta Malvada da história da bela cinderela<br />
que ficou aos seus cuidados? Com os seus vestidos bordeaux<br />
e roxos, a bruxa má ficou eternizada. A Rainha Regine<br />
tambem , mais conhecida como Madrasta da Branca Neve.<br />
Caricaturadas, às madrastas ficou o seu fado, a imagem<br />
surreal de um inconsciente coletivo....<br />
24 CONSCIENTE Dezembro www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt
A<br />
bandónicas.<br />
Diabólicas. Sem afeto<br />
para dar, muita<br />
impossibilidade e<br />
confusão para<br />
oferecer. Ditadoras.<br />
Uma Bruxa feia e má.<br />
Infelimente, a<br />
realidade é diferente.<br />
As imagens da WaltDisney dizem mais respeito ao<br />
imaginário angustiante da criança do que à alguma<br />
coerência verdadeira. O pai, separado ou viúvo, fica<br />
só com a criança. No infortúnio, na morte dos dois<br />
pais, a criança fica sozinha como enteada de um<br />
familiar próximo que a queira receber. Ser madrasta é<br />
uma situação complexa, se não, uma das tarefas mais<br />
difíceis no mundo. A história já começa no início do<br />
relacionamento amoroso. As fantasias que se criam e<br />
a ansiedade em relação à criança começam a criar-se.<br />
A relação com a criança é uma incógnita e está<br />
sempre em equação com o pai, o mesmo que é<br />
namorado, companheiro. As conversas, as vivências<br />
deste envolvem sempre a criança. Terá tempo para<br />
aprofundar o seu companheiro e integrar às vezes até<br />
antes da criança surgir o próprio pai e a criança na<br />
sua fala e no seu espaço afetivo. A situação sai do<br />
habitual, a vida em familia não está a iniciar, a família<br />
já existe. Os planos a dois englobam um terceiro ou<br />
quarto. A mãe, longe ou já ausente, existiu.<br />
Complexo, contudo, no final, todos terão que fazer a<br />
sua vida, sem que com isso a criança questione o<br />
espaço da verdadeira mãe. Todas as vivências são<br />
diferentes, notando que o mais importante é ir<br />
vivendo. O afeto transformado nas brincadeiras, nas<br />
zangas e repreensões, nos horários, nos cuidados de<br />
alimentação, higiene, nos trabalhos de casa, no afago,<br />
nas mini-doenças, nos brinquedos, nos passeios, na<br />
sua personalidade que continua em construção ...e<br />
nas aprendizagens com a madrasta. A mãe biológica<br />
será sempre a mãe biológica. Deu à luz, adquiriu<br />
direitos e deveres sobre a criança que ultrapassam, na<br />
maioria dos casos, todos. Para a criança, as dúvidas<br />
podem ser severas se não estiver acompanhada<br />
nessas. Tudo é colocado em questão, na significação<br />
que vai maturar na criança ao longo do convívio, das<br />
reações e das situações e na significação amadurecida<br />
da madrasta. A madrasta a estranha que entra para<br />
uma família que está separada. A madrasta que terá<br />
que respeitar, obedecer, gostar sem muitas vezes<br />
perceber muito bem ou concordar. Se a biológica<br />
existe a situação será muito diferente ao contrário do<br />
seu falecimento. No caso da ausência total da mãe, a<br />
criança poderá ter necessidade de re-construir a<br />
família que tinha estando mais receptiva aos avanços,<br />
com pesinhos de lã ou babysteps, da madrasta. No<br />
caso de uma separação, a madrasta poderá prepararse<br />
para receber muita resistência da criança em<br />
especial se a situação de separação ou divórcio não<br />
estiver bem resolvida. Em ambos os casos, a madrasta<br />
tem que conquistar o seu espaço no afeto da criança e<br />
na representação que esta que lhe quer incutir. Será<br />
desafiada, questionada, recusada ouvindo frases que<br />
perdurão algum tempo, na relação, no seu ouvido e<br />
na sua angústia: ' não mandas em mim', 'não és<br />
minha mãe', ' eu quero a minha mãe', 'não gosto de ti',<br />
' eu faço o que eu quero', ' eu quero o meu pai'.<br />
Assegure-se que esta testagem faz parte da relação.<br />
Ser mãe não é ser madrasta, mas ser madrasta é estar<br />
por vezes em vários papeis. Perceberá ao longo do<br />
tempo qual o seu principal, os limites de cada um na<br />
relação e que tipo de relação se vai desenvolver.<br />
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A PENSAR<br />
1. Não é a mãe da criança. Se mãe está viva, se a<br />
mãe conviveu com a criança, esta tem uma<br />
representação da mãe. Será a Madrasta da<br />
criança. Mesmo que o companheiro tenha a<br />
custória principal da criança, mesmo que a<br />
criança lhe chame mãe. Não acredite que terá os<br />
mesmos direitos sobre a criança que gostava de<br />
adoptar, de ser sua, pois não é. Poderá e deverá<br />
ter um relacionamento autêntico, de amor e<br />
influente com a criança mas será diferente entre<br />
aquele que existe entre a criança e a mãe.<br />
2. Se achar que não consegue lidar com o seu novo<br />
papel ou que não se consegue enquadrar e<br />
sintonizar agulhas com a criança, re-pense.<br />
Procure ajuda com um terapeuta. Abra espaços de<br />
pensamento com alguem neutro e confiável.<br />
5.<br />
Não entre em jogos de silêncios, promessas ou<br />
culpas. Pense as faltas e as falhas e faça um<br />
esforço para repara-las. Não caia na tentação de<br />
culpar as crianças pelas falhas no relacionamento<br />
amoroso. A relação amorosa é de dois e não de<br />
três ou quatro. A relação familiar é de três ou<br />
quatro. Ou mais!<br />
6. Não se compare com outras madrastas e não<br />
procure exaustivamente exemplos a seguir ou<br />
exibicionismos, mesmo que a sua relação familiar<br />
não esteja bem. As pessoas são todas diferentes,<br />
os seus afetos e os seus relacionamentos<br />
7. Vai errar muito. Perdoe-se. Aprenda com os<br />
erros. Não se culpe em demasia. Seja realista e<br />
coerente.<br />
3. Quando pensar que o relacionamento com a<br />
criança regrediu, deu um passo atrás, pense que<br />
poderá ser positivo. Os adultos tambem dão<br />
passos atrás quando a situação não é a expectável<br />
ou não está preparado ou precisa de redefinir os<br />
seus limite ou limar arestas. O seu papel que pode<br />
ser na linha da frente, disponível fisica e<br />
enocionalmente ou de bastidores.<br />
4. Salvaguarde o seu relacionamento amoroso. O<br />
seu companheiro tambem agradecerá pela<br />
vivência que está a transmitir ao seu enteado/a. O<br />
pai já veio com filhos contudo é companheiro/<br />
marido tambem. Não há um sem o outro.<br />
Identifique com clareza os problemas de<br />
afastamento ou dificuldades em conjunto e<br />
resolva em conjunto.<br />
8. Seja Firme nas decisões que toma. Seja gentil e<br />
sábia. Não se julge tanto nem os outros. Pense<br />
primeiro e se não chegar pense de novo. Vai<br />
passar por vários desafios e dificuldades em que<br />
colocará em causa os seus sentimentos pela<br />
criança, pelo companheiro, pelo seu futuro. É um<br />
trabalho árduo e longo de construção. Vai viver<br />
tempos de lua-de-mel com as crianças e vai viver<br />
autênticos pesadelos. Siga o seu próprio exemplo.<br />
9. E lembre-se que o relacionamento amoroso<br />
pode terminar e o seu companheiro levar as<br />
crianças. As mesmas pelas quais chorou, riu e<br />
desesperou. Pode nunca mais as ver ou pode<br />
inclusivé ser uma boa amiga de futuro. Ser<br />
Madrasta é um dos relacionamentos mais<br />
complexos que existe .<br />
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www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Novembro CONSCIENTE 27
Dossier<br />
Experiência<br />
Ser Discriminado...É outra história. Comum, mas<br />
outra história. Uma história de sentimentos, de<br />
sofrimentos, solidão e aventura. Entre mundos<br />
velhos e mundos novos, o discriminado viveu.<br />
Engana-se enquanto pode ou enquanto necessita.<br />
É um dos seus maiores conflitos. De resistência e<br />
resiliência falamos. De persistência e inteligência<br />
escrevemos. Vidas Mudas, Sabedoras..... que este<br />
mundo faz-se dos fracos. Os fortes são outros.....
Ser Discriminado<br />
DOSSIER EXPERIÊNCIA
DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />
S<br />
er discriminado é ser-se<br />
colocado à margem. Do<br />
convívio, do bem-estar,<br />
do sossego, da<br />
tranquilidade. Da<br />
comunicação, do afeto,<br />
da relação, da evolução.<br />
Na solidão. Hoje em dia,<br />
a discriminação continua<br />
acessa entre os povos, entre as raças, entre o<br />
comum, ao mais ínfimo pormenor até ao mais<br />
ridiculo geral. Discriminar é a ação de diferenciar<br />
ou distinguir. Pouco mais há a dizer sobre a sua<br />
definição a não ser que, é constituinte do ser<br />
humano desde que nasce, na limitação de si e do<br />
outro, na delimitação do seu corpo em relação a<br />
tudo o que o rodeia, nos limites que vão<br />
evoluindo, desenvolvendo-se e eles mesmo<br />
diferenciando-se e traduzindo-se em todas as<br />
situações da sua vida, da sua existência, nas<br />
diferentes áreas tais como a afetiva, cognitiva,<br />
perceptiva, em suma, psíquica e física. Segregar,<br />
marginalizar é parte do ser humano. O passo do<br />
objeto concreto que tanto se materializou à nossa<br />
frente e dentro nós, sermos, até à segregação do<br />
seu semelhante é pequeno! Sempre nos<br />
distinguimos dos outros, ou porque são de outra<br />
cor de pele ou porque têm menos habilitações ou<br />
porque têm menos dinheiro ou porque têm<br />
comportamentos menos próprios, numa<br />
conjugação de sintonias e falta destas.<br />
Procuramos todos a comunicação com aqueles<br />
que nos são semelhantes e não outros. Por<br />
qualquer razão e acima da razão na maior parte<br />
das ocasiões discriminamos, tudo e todos. Com<br />
assento numa moral subjetiva fundamos valores e<br />
convicções, escolhemos caminhos e grupos,<br />
evoluímos. Ou não. Marginalizamos, por<br />
divertimento, por sobrevivência, por satisfação ou<br />
por frustração. Toda e qualquer ação ou<br />
comportamento ocorre da percepção que nós<br />
temos da realidade que nos rodeia, na qual<br />
vivemos. E nesta, estão as pessoas, as mesmas<br />
que tambem delas, decorrem comportamentos<br />
em acordo com as suas percepções. Num mundo<br />
em que a diferença é ponto de honra, em especial<br />
como o nosso, em que, ser-se diferente é ser-se<br />
igual, mais discriminação e atos de<br />
marginalização não podiam haver. A<br />
discriminação dos outros é natural e comum. Se<br />
em pequenos a cor do blusão distingue o amigo<br />
novo na primária, em adultos, um pequeno<br />
rasgão no rosto, é motivo de desconfiança e<br />
conversas de corredores ou afastamento. A<br />
discriminação atinge picos de estupidez e<br />
absurdos aos quais muitos se dão ao luxo e atinge<br />
proporções e massas que nos levou a constituir<br />
teoricamente leis com objetivo de, novamente,<br />
distinguir e marginalizar, aqueles que a<br />
pratiquem, sendo pois considerada crime. O<br />
homem sempre se matou e continuará a fazê-lo.<br />
Sendo crime instituído, na constituição da<br />
republica portuguesa, a par de muitos outros,<br />
inúmeros países, a par de organizações<br />
internacionais, transversais, ser-se discriminado é<br />
uma constante do dia-a-dia, nos paises ditos<br />
evoluídos ou nos outros tantos, cujas reconstruções<br />
constantes são a luta de entidades<br />
internacionais., odiadas entre os que se matam,<br />
mortas porque se impõem em países em guerras<br />
civis. As pessoas em geral podem dividir-se em<br />
dois tipos: as desconfiadas por si, com<br />
necessidades acima da média (?!) de se<br />
distinguirem dos outros, e as que vão adquirindo<br />
desconfiança pelos desconfiados necessitados<br />
Num mundo de vítimas e vítimas agressoras<br />
assim vivemos. A delimitação de actos mais<br />
crueis, deve-se quase exclusivamente ao medo de<br />
encarceramento. (cont...)<br />
32 CONSCIENTE Dezembro www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt
DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />
Ser- se discriminado é o dia-a-dia para a maior<br />
parte das pessoas. Em pequenos grupos ou sós se<br />
acolhem e o outro dia, é outro dia. Ser-se<br />
discriminado é sentir-se inferior, por rasgos<br />
momentos ou por uma vida inteira. Houve um acto<br />
vindo de outro que levou à sua marginalização,<br />
despeito, abuso, gozo e manipulação, no mínimo<br />
dos seus sentimentos. É uma pessoa que se sente<br />
espezinhada, trocidada pelo mundo externo, em<br />
unissono. A sua aprendizagem tambem a distingue.<br />
Aprende a lidar com uma realidade, só ou<br />
partilhada com um mesmo grupo nas mesmas<br />
condições, através do desenvolvimento de uma<br />
capacidade essa sim acima da média para analisar,<br />
diagnosticar os problemas existentes. Aprende a<br />
saber o que não deve, o que não pode, o que não dá<br />
certo. O poder do não, da negação, já muito<br />
argumentada em Sigmund Freud. Aprende a<br />
discriminação e apreende o ser humano. Ser-se<br />
discriminado é ser-se distinguido pelo sofrimento<br />
provocado pelo ódio, pelo gozo, pelo espanto que a<br />
maldade e a crueldade provocam. Pela apreensão e<br />
ingógnita da consituição possível dos outros até ao<br />
momento do seu ato. A pergunta habitual é: como<br />
sobreviveram assim? O mundo vira-se ao contrário<br />
e na resistência ou ainda mais na resiliência não<br />
vira o discriminado. Apreende o específico e o geral<br />
e move-se numa capacidade estrutural, incrivel, de<br />
procura de soluções bem diferentes dos patos, dos<br />
outros, dos que encostados a um sobreiro, riem e<br />
pisam. Adopta uma postura justificativa, exterior a<br />
eele ou uma postura analítica. Seguindo caminhos<br />
diferentes de evolução que só de si dependem, pois<br />
então. Tal como o ciclo do abusado e o abusador,<br />
transforma-se. Escolhe a via da inversão ou da<br />
subversão psicopática. (cont..)<br />
www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Dezembro CONSCIENTE 33
DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />
Investe na força negativa dos outros e<br />
transforma-a ou iguala-se a estes. Justifica-se,<br />
por cima, e não muda. Paralisa e desevoluiu. É<br />
burro e incompetente, aliando-se ao agressor<br />
que só ele o é mas convive, relaciona-se, salta<br />
da margem para o grupo que constroi a<br />
margem a seu belo prazer, para o molho, para<br />
assim ser igual, discriminar. Não o mesmo,<br />
mas o próximo. É a falta de vontade e coragem<br />
para lidar com o sofrimento, para crescer,<br />
mudar, escondida numa capa da aparencia<br />
externa que termina por subjugar o sistema<br />
que tanto o distinguiu, para o mundo(inho) que<br />
o rodeava. É o discriminado que a favor dos<br />
outros sucumbe aos seus apelos para se tornar<br />
igual. Irresponsáveis, infelizes. Transforma a<br />
sua vida numa grande reclamação. De abusado<br />
a queixoxo. Muito simples. Interioriza a culpa, a<br />
maldade. Faz mal a si. É o derrotado. É o que os<br />
outros querem de si. Aflito sem relação,<br />
argumenta. Não do real abuso mas dos outros,<br />
os falsos, os comodos que vão servindo de<br />
aparencia transferencia simbólica e saudável<br />
daquilo que realmente importa ou importou.<br />
Por desvalorização da situação criminosa,<br />
violenta e cruel ou porque mais rápido e<br />
controlado, o futuro torna-se brilhante, à sua<br />
própria maneira, na cegueira do desespero ou<br />
no limiar do seu sofrimento, sem culpa, porque<br />
não é sua. Cordeiro de um rebanho de<br />
hipocrisia. Se não, esquece o mundo ideal, a<br />
tortura e o ressentimento, mas com memória e<br />
evolui e cresce. Do desafio, do teste, do ser<br />
colocado à prova resiste à tentação de se tornar<br />
igual e iguala-se a si próprio. Essa é a vitória<br />
como a múltipla personalidade que cria<br />
infinitamente outros alguéns além a vítima<br />
indefesa. (cont..)<br />
‘A confiança toma<br />
reconhecimento é d<br />
espaço é além. O te<br />
último desafio’<br />
34 CONSCIENTE Dezembro www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt
outro tom. O<br />
e outro local. O<br />
mpo perdido é o<br />
Em luta constante sem ser sobrevivência já de<br />
existir, viver ou ser, não passa de um acrescento<br />
que entra na máquina da elaboração, da boa<br />
transformação. A máquina tambem é outra. A<br />
perfeição é estúpida e o erro pode ser amigo, em<br />
quantidades suficientes. Reforça-se e reforça os<br />
outros. Do sofrimento massivo e que afina as<br />
artérias, se sai, engrandece as veias. Do oxigénio<br />
afetivo que não recebeu transforma o dióxido e m<br />
excesso, mais rapidamente. Do desaprecio, o rosa<br />
abranca. Da avareza, o preto azula. Ser<br />
discriminado é deixar de ser discriminado porque<br />
já se era. O sentimento refina e o tempo<br />
abrilhanta o ser. Os patetas são eternos, pois<br />
então, externos do externo. As dificuldades e as<br />
limitações do mundo externo são apenas pontos a<br />
vencer ou a contornar. o balanceamento o<br />
favorece. Enquanto o burro, o estúpido aparenta<br />
viver em relação humana, no seu grupinho, o<br />
discriminado, vencedor, alcança a relação. Está<br />
presente, vale alguma coisa, não é um mero<br />
objeto...simpático.Não é o todo, logo é alguma<br />
coisa. Não se é económico na coragem. O conflito<br />
é o interno, não é o beco sem saída.O orgulho não<br />
está na capa da humildade. Não usa as suas<br />
dificuldades físicas, psiquicas, afetivas,<br />
financeiras, profissionais, relacionais para não<br />
crescer ou se manter nelas numa chantagem.<br />
Desapropria-se da inveja e a preversão que lhe<br />
quiseram incutir, os próximos, sempre<br />
habitualmente, motores da máquina trituradora, e<br />
os outros, os patetas habituais, que todos temos<br />
presentes no átomo externo que nos rodeia. Este é<br />
mesmo diferente, não sucumbe.Usa a força<br />
violenta do(s) outro(s) pois distingue-se mais,<br />
marginaliza-se ainda mais, põe-se à margem, mais<br />
ainda. (cont..)<br />
DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />
www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Dezembro CONSCIENTE 35
DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />
O seu caminho é outro, é de outros e não dos<br />
mesmos. A culpa surreal de não se ter protegido,<br />
de não se ter cuidado, de ser gozado, espezinhado,<br />
de ter sofrido, de ter parado, de ter recuado, e ser<br />
amolgado pelo ódio e pelas gargalhadas maldosas<br />
dos outros, surge como reparadora, não do outro,<br />
que não tem cura, não entendeu, não percebeu,<br />
não compreendeu, ainda e para sempre, está<br />
aquém, mas de si, na subversão da subversão. A<br />
confiança toma outro tom. O reconhecimento é de<br />
outro local. O espaço é além. O tempo perdido é o<br />
ultimo desafio. A lei, essa vem de dentro. Não ha<br />
outra. Ser-se Discriminado é contar uma história<br />
a si próprio durante anos. Só os seus olhos vêem,<br />
Só os seus ouvidos ouvem, Só o seu corpo sente.<br />
Só. A sua lágrima é mais pesada e sente-a<br />
tambem diferente. Ri diferente. Sonha diferente.<br />
Vive diferente. Diferente não de si, não do mundo<br />
que o rodeia, mas daqueles que realmente são<br />
diferentes. Marginalizados por dentro fazem-no<br />
por fora. Ser– se discriminado é estar numa<br />
condição social inferior, contínua, com forças a<br />
esgotarem ou terminadas, porque por dentro, o<br />
mundo é outro, alem de mais largo pois cohabitam<br />
aqueles seres impertigados que nunca<br />
esquecem e em que ofender mais uma vez ainda<br />
dá prazer. E só mais uma vez! Está sozinho é<br />
agora! Não há leis que contenham tamanha<br />
afronta do outro igual. A bem da realidade, não<br />
há lei alguma ou então é complexa. Muito<br />
complexa! Feita por iguais tomam partido.<br />
Quantas vezes virou a cara a um ser abrigo que<br />
pede esmola, encolhido no chão? O que pensou?<br />
Não haverá uma segurança social capaz de<br />
acolher estas pessoas? Não haverá uma lei que os<br />
contemple? Sabe a resposta. Quantas vezes se<br />
emocionou ao se aproximar? Ao dar alguma fruta<br />
esquecida na mala? Duas ’moedas’ em vez da<br />
pedida? Tambem sabe a resposta. Um sem-abrigo<br />
é um ser literalmente esmagado pela crueldade<br />
humana. Arriscaríamos a dizer, puramente da<br />
inveja humana. E muitos outros há. O doente<br />
mental que é gozado. O transsexual que é<br />
apedrejado. O mulçumano que é afastado. O<br />
deficiente físico que é empurrado. A mulher que<br />
é fraca e tola. O ser humano é único na sua<br />
criatividade de excluir aquele em que projeta as<br />
suas culpas e frustrações, a sua incompetência e a<br />
sua pequenez. Sem relação, atira os outros para a<br />
solitária onde se encontra e ainda encontra<br />
colegas para o fazerem tambem, na imaginação<br />
em que se encontra na relação. Ou então na sua<br />
versão positiva, os marginalizados são elevados<br />
como vítimas eternas, impedindo, muitas vezes a<br />
sua real e autêntica evolução. A miséria rodeianos<br />
e ainda nos damos ao luxo de discriminar<br />
mais. A mim o seu reino, vivemos. De barriga ao<br />
léu a banhar-se na vida regojiza o gozão, o<br />
palermão, que fala de alto, demonstrando apenas<br />
a sua inferioridade. De palavras vazias ilude-se ao<br />
tentar iludir os outros. A discriminação continua<br />
a aumentar e a ausência de leis que a contemplem<br />
tambem, sendo bem reforçadas ambas as<br />
situações por aqueles que deviam ter mais<br />
responsabilidade em ambos os assuntos. (cont..)<br />
‘...de barriga ao léu a banhar-se na vida regojiza<br />
o gozão, o palermão, que fala de alto,<br />
demonstrando apenas a sua inferioridade...’<br />
36 CONSCIENTE Dezembro www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt
DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />
A confirmar esta nossa reflexão está o relatório da<br />
Agência Europeia para os direitos fundamentais que<br />
assenta num estudo longitudinal que vai de 1997 a<br />
2005 que indica que a discriminação está a está a<br />
aumentar - no emprego, na habitação ou na<br />
educação, não havendo forma alguma de a fazer<br />
diminuir, a não ser através de campanhas de<br />
educação. Do mesmo relatório, mas de 2017,<br />
salientamos alguns resultados de um país<br />
denominado desenvolvido: O Reino Unido. Com<br />
base em dados nacionais , 18 % dos homens com<br />
idades compreendidas entre os 25 –34 anos<br />
concordam com a frase ‘Eu não quero que as<br />
mulheres da minha vida tenham as mesmas<br />
oportunidades que os homens’ . 17 % dos<br />
homens com idades compreendidas (cont..)<br />
www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Dezembro CONSCIENTE 37
DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />
entre os 25-34 anos afirmam que ficariam em<br />
desvantagem se as mulheres e os homens fossem<br />
mais iguais e 20% dos homens afirma que as<br />
igualdades das mulheres ‘já foram longe<br />
demais’. (fra. Europa.eu). Se nos países<br />
subdesenvolvidos, as mulheres ainda são<br />
mutiladas, esquartejadas, violadas, subjugadas,<br />
nos paises desenvolvidos há consciência da<br />
verdadeira realidade? A Childhood.org no Brasil<br />
registou cerca de 91 mil acusações de violação dos<br />
direitos das crianças, entre eles, negligência,<br />
violência psicológica, violência física e violência<br />
sexual. Com idades compreendidas entre os 8—<br />
14 anos sendo os suspeitos conhecidos da<br />
criança. Da discriminação ao ato consumado,<br />
quantos mais haverá que não são registados? Em<br />
Portugal, segundo o Relatório Anual da APAV, a<br />
média de vitimas em 2016 são, respetivamente +<br />
65 anos : 3 por dia; Até aos 17 anos: 2 por dia;<br />
Mulheres (+ 18 anos) : 14 por dia; Homens ( + 18<br />
anos) : 2 por dia. O sofrimento por abuso, a<br />
discriminação anda nas ruas, nos transportes<br />
públicos, nos empregos, ao seu lado. Em silêncio,<br />
na maior parte dos casos ou em extremos de<br />
bullyings sociais consentidos e aplaudidos,<br />
laborais, virtuais, morais, étnicos ou éticos. Os<br />
principais motivadores da discriminação que<br />
implica uma agressão são quase sempre a família<br />
ou aqueles que estão perto. Amorfos e incapazes,<br />
crueis e invejosos. Não são os desconhecidos que<br />
muito participam que afligem a vítima mas sim<br />
aqueles que durante anos ou uma vida<br />
conviveram com aquele que se tornará, mais cedo<br />
ou mais tarde, no ’saco de lixo’ de todos os males<br />
que os assolam. É preciso é oportunidade.<br />
Vivemos ém grande miséria. Em atuação direta<br />
ou em consentimento para outro tomar a sua<br />
dianteira, são os responsáveis , na maioria das<br />
situações. cont..)<br />
38 CONSCIENTE Novembro www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt
A linguagem e a palavra para isso serve no não se respeita, vive enteiado numa rede social<br />
minimo e o ato e a ação assim lhe assentam no frágil e que raramente conhece. Não lhe<br />
máximo da atrocidade. Dura poucos ou muitos aconteça o mesmo.No país das liberdades de<br />
anos. Da diferenciação passa-se à expressão perdem-se as definições que assim<br />
marginalização, da singularidade atravessa-se<br />
todos os limites do respeito pela condição<br />
humana, não a do outro que já, em muito foi<br />
ultrapassada mas do próprio, a do agressor que<br />
conjugam frases semelhantes . Quase todos os<br />
dias durante séculos assistimos a genocídios, a<br />
atrocidades de seres humanos contra os seus<br />
semelhantes. Pense sobre isso.<br />
Para Recordar:<br />
A Declaração Universal dos Direitos Humanos é um documento consituído pelas Nações Unidas desde 1948,<br />
regulador da organização dos povos e das nações. Estabelece a proteção universal dos direitos humanos e é<br />
carta oficial, de inspiração e de concretização para as républicas em especial em todo o mundo.<br />
DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />
Artigo 1.º—Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência,<br />
devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.<br />
Artigo 2.º—Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados na presente Declaração, sem<br />
distinção alguma, nomeadamente de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou outra, origem nacional ou social,<br />
fortuna, nascimento ou outro estatuto. Além disso, não será feita nenhuma distinção fundada no estatuto político, jurídico<br />
ou internacional do país ou do território da naturalidade da pessoa, seja esse país ou território independente, sob tutela,<br />
autónomo ou sujeito a alguma limitação de soberania.<br />
Artigo 3.º—Todas as pessoas têm direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.<br />
Artigo 4.º—Ninguém pode ser mantido em escravidão ou em servidão; a escravatura e o comércio de escravos, sob<br />
qualquer forma, são proibidos.<br />
Artigo 5.º—Ninguém será submetido a tortura nem a punição ou tratamento cruéis, desumanos ou degradantes.<br />
Artigo 6.º—Todos os indivíduos têm direito ao reconhecimento como pessoa perante a lei.<br />
Artigo 7.º—Todos são iguais perante a lei e, sem qualquer discriminação, têm direito a igual proteção da lei. Todos têm<br />
direito a proteção igual contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal<br />
discriminação.<br />
Artigo 8.º—Todas as pessoas têm direito a um recurso efectivo dado pelos tribunais nacionais competentes contra os atos<br />
que violem os seus direitos fundamentais reconhecidos pela Constituição ou pela lei.<br />
Artigo 9.º—Ninguém pode ser arbitrariamente preso, detido ou exilado.<br />
Artigo 10.º—Todas as pessoas têm direito, em plena igualdade, a uma audiência justa e pública julgada por um tribunal<br />
independente e imparcial em determinação dos seus direitos e obrigações e de qualquer acusação criminal contra elas.<br />
www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Dezembro CONSCIENTE 39
DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />
‘Ninguém será submetido a tortura nem a<br />
punição ou tratamento cruéis, desumanos<br />
ou degradantes’<br />
‘ Todas as pessoas têm direito à vida, à<br />
liberdade e à segurança pessoal’<br />
40 CONSCIENTE Dezembro www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt
www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Novembro CONSCIENTE 41
sobreviver<br />
O que é a<br />
cumplicidade?<br />
Por Rita António<br />
42 CONSCIENTE Dezembro www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt
Cumplicidade<br />
«Se eu fosse a tua pele<br />
Se tu fosses o meu caminho<br />
Se nenhum de nós se sentisse nunca sozinho<br />
Trocamos as palavras mais escondidas<br />
E só a noite arranca sem doer<br />
Seremos cúmplices o resto da vida»<br />
- Mafalda Veiga<br />
Os Amantes, M. C Escher<br />
Cumplicidade é uma palavra forte que transborda de significado.<br />
e formos ao significado<br />
literal da palavra, ser<br />
cúmplice é o ato de ser co<br />
-autor de algo, pressupõe<br />
sempre um parceiro,<br />
companheiro de ação.<br />
Sem um autor, não temos<br />
um co-autor. É uma<br />
relação bilateral de<br />
lealdade e confiança na qual os objetivos e motivos<br />
estão implícitos, como se fosse um acordo entre duas<br />
partes. Em termos legais, um cúmplice é uma pessoa<br />
que está associada a um crime sem ser o autor direto<br />
do mesmo, ou seja o cúmplice colaborou só na<br />
execução do ato. Por exemplo ‘’os dados da<br />
investigação indicam que um assalto desta magnitude<br />
não pode ter sido realizado sem cúmplices’’.<br />
Deixando a legalidade de parte, quando se fala de<br />
cumplicidade, fala-se de criar laços invisíveis, de<br />
relação que expressa sentimento, preocupação,<br />
companheirismo e camaradagem para com outra<br />
pessoa. É uma partilha de valores, de sentimentos e<br />
de momentos. É fator essencial nas relações humanas,<br />
sendo que nos remete a um profundo conhecimento<br />
do outro, das suas necessidades, dos seus interesses,<br />
pontos fortes e fragilidades. E a uma confiança muito<br />
grande no outro. No que se refere a relações de amor,<br />
seja entre família, amigos ou casal, é um<br />
cumprimento secreto, uma palavra, mil e um<br />
segredos, um colo na hora certa e uma gargalhada<br />
que ‘’só nós entendemos’’ porque somos cúmplices<br />
na nossa relação. Depreende um estar, fisicamente e<br />
em pensamento, um estar que não tem de ser todos os<br />
dias, mas um saber que o que seja preciso e um<br />
telefone que toca, do outro lado atendem no imediato.<br />
É um conceito que como diria Antoine de Saint<br />
Exupéry «O essencial é invisível aos olhos, só se vê<br />
bem com o coração.» e o Principezinho e a raposa,<br />
naquela tarde solarenga foram cúmplices no que é o<br />
criar relações. Desde pequenos que começamos a ser<br />
cúmplices, somos cúmplices do nosso irmão na<br />
guerra do comando de televisão, somos cúmplices na<br />
escola quando derramamos o leite no recreio, temos<br />
um amigo cúmplice que nos defende dizendo ‘’fui eu<br />
e ele que derramámos o leite’’ e achamos que isso<br />
funciona, principalmente aos olhos da auxiliar da<br />
escola. Depois vamos sendo cúmplices em cada vez<br />
que chegamos atrasados às aulas por estar à conversa<br />
no cacifo, somos cúmplices do nosso pai quando<br />
come chocolates às escondidas e a mãe não deixa e<br />
somos cúmplices naquele abraço que damos à nossa<br />
avó quando chegamos a casa.<br />
www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Dezembro CONSCIENTE 43
Seja Cúmplice<br />
SUGESTÕES<br />
Este Natal, as sugestões são:<br />
......que sejam cúmplices das vossas mães ou avós naquele que é o crime de preparar o tão esperado<br />
jantar da ceia de Natal,<br />
......Desliguem, ou pelo menos tirem os telemóveis de cima da mesa e aproveitem o momento com<br />
a família, esse momento é sagrado e não volta mais,<br />
......Que sejam cúmplices no agendar aquele jantar que nunca mais se fez com os amigos, na<br />
organização de um evento solidário e na organização de uma troca de prendas (como o amigo<br />
secreto, por exemplo) no vosso local de trabalho,<br />
....liguem aos vossos cúmplices e abracem-nos com força. Não só porque é Natal, é porque devia<br />
ser todos os dias, mas teimamos em deixar estes atos de cumplicidade para o Natal.<br />
40 CONSCIENTE Novembro www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt
saúde<br />
ota<br />
O que é?<br />
A<br />
gota é uma artrite<br />
inflamatória, caracteriza-se<br />
pelos episódios súbitos de dor,<br />
rubor, calor, tumefação e<br />
sensibilidade nas articulações.<br />
Afeta no geral a articulação<br />
maior do dedo grande do pé que se designa por<br />
crise de Podagra. No entanto, pode afetar outras<br />
articulações como as do joelho, tornozelo, pé, mão,<br />
punho e cotovelo. Afeta os homens a partir dos 40<br />
anos e as mulheres a partir dos 60 anos. O ácido<br />
úrico é o produto do metabolismo da<br />
purina. Define-se hiperuricemia como níveis de<br />
ácido úrico no sangue, é o principal fator etiológico<br />
da gota. No caso dos homens o valor pode ser igual<br />
ou superior a 7,0 mg / dL e 6,0 mg / dL nas<br />
mulheres. Essa diferença de valores poderá estar<br />
relacionada com o aumento da excreção renal de<br />
ácido úrico induzida pelos estrogénios nas<br />
mulheres e com o papel da obesidade abdominal,<br />
mais prevalente nos indivíduos do sexo masculino,<br />
que se associa a uma diminuição de ácido úrico. A<br />
maioria das pessoas com hiperuricemia não<br />
Por Rubina Iquebal<br />
desenvolve Gota. Cerca de sete por cento da<br />
população adulta apresenta hiperuricemia, mas,<br />
apenas um por cento desenvolve a doença. Alguns<br />
dos fatores predisponentes para o aparecimento<br />
das crises são a obesidade, a pós-menopausa, a<br />
insuficiência renal, o sexo masculino, o uso de<br />
medicamentos (diuréticos, ciclosporina), o<br />
consumo excessivo de alimentos ricos em purinas,<br />
tais como a carne, mariscos e a ingestão de bebidas<br />
alcoólicas. Pode haver associação com a<br />
Hipertensão Arterial, o Índice de Massa Corporal<br />
elevado, a Insulinorresistência, a Doença Coronária<br />
e a Hipertrigliceridemia, ou seja, com a Síndrome<br />
Metabólica. A maior parte das crises são autolimitadas,<br />
a pessoa melhora ao fim de poucos dias,<br />
mesmo sem medicação. Com a evolução da doença,<br />
as crises tendem a tornar-se cada vez mais<br />
frequentes e prolongadas, chegando a atingir em<br />
simultâneo várias articulações. Após vários anos, os<br />
cristais de ácido úrico podem acumular-se na<br />
articulação e nos tecidos adjacentes, formando<br />
grandes depósitos denominados tofos, que têm o<br />
aspeto de caroços debaixo da pele.<br />
46 CONSCIENTE Dezembro www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt
Outros Problemas<br />
Associados...<br />
Dieta...<br />
Tratamento...<br />
Os cristais de ácido úrico<br />
podem formar pedras nos<br />
rins, nos ureteres (tubos<br />
que ligam os rins com a<br />
bexiga), ou na bexiga.<br />
Existem vários fatores que<br />
podem permitir que haja a<br />
formação desses depósitos.<br />
Podem ocorrer depósitos<br />
quando você não bebe a<br />
quantidade de líquidos<br />
suficientes para que a urina<br />
possa dissolver todo o ácido<br />
úrico. No entanto<br />
recomenda-se a ingestão de<br />
cerca de 2-3 litros de água<br />
por dia.<br />
Existem certos alimentos que<br />
podem aumentar os níveis de<br />
ácido úrico sendo necessário<br />
reduzir as quantidades<br />
ingeridas tais como:<br />
sardinhas, anchovas, frutos<br />
do mar, aves, carnes, rim,<br />
fígado, feijão, soja, ervilha,<br />
entre outros alimentos. Pode<br />
consumir café e chá, mas<br />
deve limitar a quantidade de<br />
álcool que ingere. O álcool<br />
em excesso, sobretudo a<br />
cerveja, o vinho e outras<br />
bebidas alcoólicas podem<br />
aumentar os níveis de ácido<br />
úrico e, deste modo<br />
desencadear um episódio de<br />
gota.<br />
O tratamento deve ser<br />
adaptado para cada pessoa,<br />
consiste em tomar a<br />
medicação e controlar a<br />
dieta. O tratamento<br />
farmacológico pode ser feito<br />
com colchicina ou com antiinflamatórios<br />
não esteroides<br />
(AINEs). Os objetivos desta<br />
terapêutica consistem em<br />
acalmar a dor, reduzir a<br />
duração da inflamação<br />
durante um episódio agudo,<br />
precaver episódios futuros e<br />
evitar que haja lesões nas<br />
articulações.<br />
www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Dezembro CONSCIENTE 47
SUPER ALIMENTOS<br />
ALIMENTOS<br />
DO<br />
CORAÇÃO<br />
Por Ana Rosa<br />
S<br />
egundo o Instituto<br />
Nacional de Estatística em<br />
2015 as doenças associadas<br />
ao aparelho circulatório<br />
correspondem à principal<br />
causa de morte em<br />
Portugal. No entanto, tem<br />
havido um decréscimo de<br />
mortes desde há alguns<br />
anos. A Direção Geral de Saúde (DGS) realizou um<br />
estudo onde revelou que o abuso do sal é um dos<br />
riscos alimentares evitáveis que mais rouba anos de<br />
vida saudável e provoca mais de 70% das mortes<br />
provocadas por doenças do aparelho<br />
cardiovascular. Um dos problemas apontados para<br />
estes números alarmantes é o facto de ser silenciosa<br />
e por isso “é possível passar anos sem saber que a<br />
tem”. Desde 2016 a DGS desenvolveu um programa<br />
de saúde considerado prioritário de Doenças<br />
Cérebro-Cardiovascular, onde se promove a<br />
redução ou inibição da doença cardiovasculares e<br />
também para promoção de prevenção, tratamento e<br />
reabilitação destas doenças, pelo sistema de saúde.<br />
(cont..)<br />
48 CONSCIENTE Dezembro www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt
Alguns fatores de risco não podem ser alvo de<br />
intervenção, como é o caso dos fatores hereditários<br />
e história familiar. Porém uma parte significativa<br />
pode ser controlada através de algumas medidas:<br />
Vigiar a tensão arterial<br />
Não fumar<br />
Reduzir os níveis de colesterol<br />
VEJA QUAIS SÃO OS<br />
ALIMENTOS DE UMA DIETA<br />
SAUDÁVEL,<br />
ALIMENTOS DO<br />
Evitar o sedentarismo<br />
Controlar a glicemia<br />
Manter um peso e dieta saudáveis<br />
CORAÇÃO<br />
www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Dezembro CONSCIENTE 49
ALIMENTOS D<br />
Peixes Gordos<br />
Porquê? Têm na sua constituição ácidos gordos óm ega 3 que<br />
tem um efeito anti-coagulação (manutenção do fluxo de sangue) e tem<br />
ajudam na diminuição dos triglicerídeos*.<br />
Que Quantidade? Pelo m enos 2 porções por sem ana. Cada<br />
porção têm em média 100g.<br />
Opções alimentares? Salm ão, atum , sardinha, cavala e truta.<br />
Frutos oleaginosos<br />
Porquê? Têm na constituição gorduras m onoinsaturadas<br />
(gorduras boas), que ajudam a diminuir o colesterol LDL* (mau colesterol)<br />
e aumenta o colesterol HDL (bom colesterol).<br />
Que quantidade? Está provado que o consum o de 150g destes<br />
frutos por semana ajuda a reduzir o risco de doença cardíaca.<br />
Opções alimentares? Nozes, am êndoas, castanha de caju, pistacho, sem entes de linhaça e<br />
chia.<br />
Leguminosas<br />
Porquê? Têm um a boa quantidade de fibra que ajuda a<br />
diminuir o colesterol LDL (mau colesterol)<br />
Que quantidade? Cerca de 25g por dia.<br />
Outras opções alimentares? Grão de bico, lentilhas e<br />
feijões. Frutas e vegetais.<br />
Aveia<br />
Porquê? Apresenta um tipo de fibra (beta-glucano) que reduz o<br />
colesterol LDL.<br />
Que quantidade? Cerca de 130g de aveia cozida por dia seria o<br />
suficiente<br />
Azeite<br />
Porquê? É das m elhores gorduras para se usar pois não tem gorduras saturada,<br />
colesterol nem gorduras trans*.<br />
Que quantidade? Consum ir cerca 2 colher de sopa de azeite por dia.<br />
50 CONSCIENTE Dezembro www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt
O CORAÇÃO<br />
Chocolate negro<br />
Porquê? O cacao é rico em flavonoides, que ajuda a dim inuir a<br />
pressão arterial e evitar os coágulos sanguíneos. Atua também como<br />
antioxidante.<br />
Que quantidade? Pelo menos 70g de chocolate negro (70% cacau)<br />
por semana.<br />
Abacate<br />
Porquê? Tem na sua constituição gorduras m onoinsaturadas<br />
(gorduras boas) que diminuem o mau colesterol. Também parecem ter um<br />
efeito anti-inflamatório.<br />
Que quantidade? 30g por dia seria suficiente.<br />
Uvas<br />
Porquê? Têm resveratrol, que ajuda a com bater as<br />
inflamações, proteção de doenças cardiovasculares e até de cancro.<br />
Que quantidade? Cerca de 2 copo de vinho tinto ou sum o de<br />
uva natural por dia.<br />
Nutri-ssário:<br />
Polifenois – substâncias que destroem os danos causados pelos radicais livres*<br />
Radicais livres – moléculas resultantes da degradação de alimentos em nutrientes,<br />
que em excesso podem ser tóxicas ao nosso organismo. Existem também fatores<br />
externos que contribuem para o aumento destas substâncias no nosso organismo,<br />
como poluição, raios -X, tabaco, álcool, stress, pesticidas, entre outros.<br />
Gordura Trans – óleos parcialmente hidrogenados<br />
www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Dezembro CONSCIENTE 51
Receitas saudáveis e Alternativas<br />
<br />
Batido de Cacau, Abacate e Maçã<br />
Entrada; 1 pessoa Tipo: Low carb<br />
Misturar todos os ingredientes num liquidificador e triturar. Está<br />
pronto a servir<br />
: 1 chávena de leite magro<br />
1/3 de chávena de cacau<br />
em pó<br />
½ chávena de espinafres<br />
congelados<br />
½ abacate<br />
1 maça com casca (sem<br />
caroço)<br />
2 colheres de sopa de mel<br />
1 pitada de sal<br />
Gelo q.b.<br />
<br />
Panquecas de Aveia e Mirtilos<br />
Sobremesa; 2 pessoas, Tipo: poucas calorias<br />
Numa taça bater 2 ovos. De seguida juntar a farinha de aveia e a<br />
canela e envolver bem. Adicionar o leite até obter uma consistência<br />
não muito liquida. Envolver bem. Colocar uma frigideira antiaderente<br />
em lume médio. Quando estiver quente colocar 1 colher de<br />
servir de massa. Colocar os mirtilos a gosto. Virar a panqueca quando<br />
se formarem<br />
pequenas<br />
bolinhas na<br />
superfície.<br />
Pode servir<br />
com mel.<br />
4 colheres de sopa de<br />
farinha de aveia<br />
2 ovos<br />
Leite magro qb.<br />
Canela q.b.<br />
Mirtilos q.b.<br />
52 CONSCIENTE Dezembro www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt
Feijocas em Tomate e Oregãos<br />
Prato Principal 2 pessoas, Tipo: poucas calorias<br />
Demolhar<br />
as feijocas de um dia para o outro. Cozer em agua numa panela de pressão por 15<br />
minutos. Reservar. Em lume brando alourar a cebola e o alho picado no azeite.<br />
Juntar o tomate picado. Acrescentar as feijocas, mexer, temperar a gosto e deixar<br />
tomar sabor. Pode servir como entrada ou como prato principal vegetariano,<br />
acompanhando arroz e salada.<br />
200g de feijocas<br />
1 tomate maduro<br />
1 dente de alho<br />
1 cebola nova<br />
Sal, pimenta, orégãos,<br />
azeite e água q.b.<br />
<br />
Hamburguer de Grão de Bico e Caril<br />
Prato principal; 2/3 pessoas: Tipo: Poucas calorias;<br />
Num processador de alimentos reduza a aveia em flocos a farinha. Junte o grão,<br />
alho, e os outros temperos. Triture novamente, até a mistura ficar homogénea.<br />
Forme 5 ou 6 hambúrgueres. Se não servir todos no mesmo dia, pode guardá-los no<br />
congelador, envolvidos em película aderente. Para cozinhar os hambúrgueres,<br />
aqueça numa frigideira anti-anderente um fio de azeite e coloque os hambúrgueres,<br />
deixe fritar cerca de 3 minutos de um<br />
lado, e depois vire cuidadosamente, e<br />
frite o outro lado. Coloque o<br />
hambúrguer de grão no pão,<br />
juntamente com folhas de alface,<br />
rodelas de cebola, pickles de pepino.<br />
¼ chávena (25g) de aveia<br />
em flocos<br />
3 chávena (520g) de grão<br />
de bico cozido (ou uma lata<br />
grande)<br />
1 dente de alho<br />
1 colher de chá de caril em<br />
pó<br />
2 a 3 colheres de sopa de<br />
azeite<br />
2 colheres de sopa de salsa<br />
picada<br />
www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Dezembro CONSCIENTE 53
RECEITAS<br />
Receitas de<br />
NATAL e FIM de<br />
ANO 2017<br />
54 CONSCIENTE Dezembro www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt
Crumble de perú e batata doce<br />
Prato principal; 4 pessoas<br />
600g de abóbora;<br />
300g de batata-doce;<br />
500g de peito de peru;<br />
4 dentes de alho;<br />
2 cebolas;<br />
2 colheres de sopa de farinha;<br />
200mL de leite magro;<br />
1 colher de sopa de azeite;<br />
Tomilho e salsa q.b;<br />
Sal e pimenta q.b;<br />
80g de flocos de aveia finos;<br />
2 pães de mistura pequenos<br />
(secos);<br />
40g de manteiga magra.<br />
Modo de Preparação<br />
Preparar o crumble, triturando os pães secos juntamente com os flocos de aveia, a manteiga, 1 dente de<br />
alho e um pouco de salsa, de forma a obter uma mistura tipo pão ralado, e reservar;<br />
Picar 3 dentes de alho e as cebolas e colocar num tacho ao lume juntamente com o azeite;<br />
Cortar o perú em pedaços, temperar com sal e acrescentar ao tacho;<br />
Quando a carne estiver cozinhada, retirar do lume, deixar arrefecer e desfiar;<br />
Descascar a batata-doce e a abóbora e cortar em cubos pequenos;<br />
Num tacho maior, juntar a batata-doce, a abóbora, a carne e a farinha;<br />
Temperar com pimenta, tomilho e sal a gosto;<br />
Cozinhar em lume brando durante cerca de 10 minutos, mexendo algumas vezes;<br />
Colocar o cozinhado num recipiente de ir ao forno e regar com o leite;<br />
Cobrir com o crumble preparar e levar ao forno durante cerca de 30 minutos em forno pré-aquecido a<br />
180ºC;<br />
Quando estiver dourado na superfície, está pronto a servir<br />
www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Dezembro CONSCIENTE 55
Polvo guisado com tostas<br />
Prato principal; 4 pessoas<br />
1kg de polvo;<br />
3 dentes de alho;<br />
2 cebolas;<br />
350g de tomate maduro;<br />
150ml de vinho verde branco;<br />
2 colheres de sopa de azeite;<br />
1 folha de louro;<br />
Salsa q.b.;<br />
Sal e pimenta q.b.;<br />
3 pães pequenos de mistura<br />
Modo de Preparação<br />
Cozer o polvo em panela com água, 1 folha de louro, 1 cebola e 1 dente de alho, até estar tenro;<br />
Depois de cozido, escorrer bem o polvo e separar os tentáculos, mantendo-os inteiros, e cortar as cabeças<br />
em pedaços;<br />
Picar os restantes dentes de alho, cortar a outra cebola em rodelas finas e colocar num tacho juntamente<br />
com o azeite;<br />
Acrescentar o tomate sem casca e partido aos pedaços e a salsa picada e deixar cozinhar em lume brando<br />
durante cerca de 10 minutos;<br />
Juntar o polvo e regar com o vinho branco;<br />
Corrigir os temperos com o sal e a pimenta e deixar apurar durante cerca de 10 minutos;<br />
Desligar o lume, empratar e decorar com salsa picada;<br />
Acompanhar com os pães de mistura fatiados e torrados.<br />
Rabanadas no forno<br />
Prato principal; 4 pessoas<br />
7 fatias de pão de mistura;<br />
400mL de leite magro;<br />
1 casca de limão;<br />
2 ovos;<br />
3 colheres de sopa de mel;<br />
Canela q.b.;<br />
3 colheres de sopa de água;<br />
1 colher de sopa de azeite<br />
56 CONSCIENTE Dezembro www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt
Modo de Preparação<br />
Aquecer o leite num tacho com a casca de limão, o mel e a canela em pau;<br />
Untar um recipiente de ir ao forno com o azeite;<br />
Bater os ovos com a água;<br />
Embeber as fatias de pão na mistura de leite até ficarem bem ensopadas;<br />
Passar as fatias pelo ovo e colocar no recipiente sem as sobrepor;<br />
Levar ao forno a 250ºC por cerca de 15 minutos, virando as rabanadas a meio do tempo;<br />
Quando estiverem douradas de ambos os lados, retirar e polvilhar com canela em pó e um fio de mel.<br />
Bolo—Rainha<br />
1 bolo<br />
400g de farinha de espelta;<br />
200g de farinha de amêndoa;<br />
100mL de leite magro;<br />
130g de açúcar mascavado;<br />
4 ovos;<br />
130g manteiga sem sal à<br />
temperatura ambiente;<br />
300g de frutos secos a gosto<br />
(amêndoas, nozes, avelãs,<br />
pinhões, passas);<br />
1 colher de café de sal<br />
Modo de Preparação<br />
Misturar as farinhas com o sal, fazendo uma abertura no centro;<br />
Dissolver o fermento no leite morno e deitar a mistura no centro das farinhas, misturando um pouco de até formar<br />
uma pasta mole;<br />
Deixar repousar;<br />
Entretanto, à parte, misturar a manteiga com o açúcar e 3 ovos;<br />
Ao observar pequenas bolhas na mistura das farinhas com o fermento, acrescentar o preparado anterior;<br />
Amassar tudo até obter uma massa elástica e não muito pegajosa;<br />
Picar parte dos frutos secos de forma grosseira (sem triturar) e acrescentar à massa;<br />
Amassar de forma a garantir que ficam repartidos uniformemente;<br />
Tapar com um pano e deixar fermentar até duplicar de volume;<br />
Quando já estiver levedado, deitar a massa numa superfície enfarinhada, formar uma bola e, com as mãos, fazer<br />
uma abertura no centro;<br />
Colocar a massa num tabuleiro de ir ao forno forrado com papel vegetal e deixar levedar durante mais uma hora;<br />
Pincelar com a gema do ovo, dissolvida numa colher de sopa de água;<br />
Decorar a gosto com os restantes frutos secos;<br />
Levar ao forno a 180ºC durante cerca de 40 minutos.<br />
www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Dezembro CONSCIENTE 57
Salmão em cama de broa e legumes<br />
Prato principal; 4 doses<br />
1kg de polvo;<br />
3 dentes de alho;<br />
2 cebolas;<br />
350g de tomate maduro;<br />
150ml de vinho verde branco;<br />
2 colheres de sopa de azeite;<br />
1 folha de louro;<br />
Salsa q.b.;<br />
Sal e pimenta q.b.;<br />
3 pães pequenos de mistura<br />
Modo de Preparação<br />
Temperar o salmão com sal e limão;<br />
Envolver em papel vegetal e levar ao forno durante cerca de 20 minutos a 180ºC;<br />
Partir os pimentos e a cebola em cubos, ralar a cenoura e cortar a courgette em juliana;<br />
Misturar todos os legumes e reservar;<br />
Esfarelar a broa e misturar com um pouco de salsa picada;<br />
Num prato individual, dispor a broa em forma circular, cobrir com a mistura de legumes e, por fim,<br />
colocar o lombo de salmão cozinhado, repetindo o procedimento nos 4 pratos;<br />
Polvilhar com salsa picada<br />
Magret de pato com laranja<br />
Prato principal; 4 pessoas<br />
500g de peito de pato;<br />
8 chalotas;<br />
100ml de vinho branco;<br />
1 laranja;<br />
600g de couve branca;<br />
1 colher de sopa de azeite;<br />
1 colher de sobremesa de<br />
vinagre balsâmico;<br />
Sal e pimenta q.b<br />
58 CONSCIENTE Dezembro www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt
Modo de Preparação<br />
Cozinhar numa frigideira anti-aderente os peitos do pato com pele (dar previamente uns golpes na<br />
pele) temperados com sal;<br />
Ir virando de forma a alourar em todos os lados;<br />
Na mesma frigideira (mas sem a gordura libertada pela pele do pato), adicionar o azeite e refogar as<br />
chalotas picadas;<br />
Juntar a couve cortada em juliana, o vinho branco, o vinagre balsâmico, uma pitada de sal e de<br />
pimenta;<br />
Deixar cozinhar durante cerca de 5 minutos em lume brando;<br />
Cortar a laranja em meias-luas finas;<br />
Servir o pato cortado em fatias finas juntamente com uma rodela de laranja;<br />
Como acompanhamento, servir com o refogado de chalotas e couve e arroz branco.<br />
Leite Creme<br />
Prato principal; 4 doses<br />
800mL de leite magro;<br />
50g de amido de milho;<br />
casca de limão;<br />
1 ovo inteiro;<br />
2 gemas;<br />
2 colheres de sopa de mel;<br />
1 colher de sopa de stevia;<br />
1 pau de canela;<br />
1 colher de chá de aroma de<br />
baunilha<br />
Procedimento:<br />
Num tacho, colocar todos os ingredientes e misturar bem;<br />
Levar a lume brando até engrossar, mexendo sempre;<br />
Quando ferver, desligar o lume e colocar num recipiente grande ou em 4 individuais;<br />
Deixar arrefecer e polvilhar com canela<br />
www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Dezembro CONSCIENTE 59
Tarte de Limão<br />
1 Tarte—5 individuais<br />
4 chávenas de chá de flocos de<br />
aveia finos;<br />
6 chávenas de chá de côco<br />
ralado;<br />
1 banana;<br />
2 iogurtes gregos ligeiros;<br />
Óleo de côco q.b.;<br />
3 colheres de sopa de mel;<br />
Sumo de 1 limão;<br />
Raspas de limão<br />
Modo de Preparação<br />
Para fazer a base da tarte, triturar os flocos de aveia juntamente com 4 chávenas<br />
Acrescentar água gradualmente juntamente com 1 colher de sopa de mel até se o<br />
desejada;<br />
Pincelar as formas de tarte (5 individuais) com um pouco de óleo de côco e forrá<br />
preparada;<br />
Para o recheio, juntar a banana, 2 chávenas de côco ralado, 2 colheres de sopa d<br />
sumo de limão e algumas raspas de limão e triturar;<br />
Colocar o preparado nas formas e decorar com algumas raspas de limão;<br />
Levar ao frigorífico por algumas horas (se desejar melhorar a consistência, levar<br />
congelador);<br />
Servir frio.<br />
TISANAS Sempre a jeito!<br />
Tisana de Gengibre:<br />
Tisana de Lúcia—Lima<br />
Indicada para ajudar a melhorar situações de enjoo<br />
Ingredientes:<br />
1 raíz de gengibre cortada em pedaços;<br />
1 ramo de alecrim;<br />
Casca de limão q.b.<br />
Indicada para ajudar em situações d<br />
Ingredientes:<br />
Folhas de lúcia-lima;<br />
1 ramo de cardo– santo<br />
Casca de limão q.b.<br />
<br />
Procedimento:<br />
<br />
Procedimento:<br />
Ferver os ingredientes por cerca de 10 minutos;<br />
Deixar repousar e arrefecer ligeiramente;<br />
Coar e servir quente.<br />
Ferver os ingredientes por cerca de<br />
Deixar repousar e arrefecer ligeiram<br />
Coar e servir quente.<br />
60 CONSCIENTE Dezembro www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt
de côco ralado;<br />
bter a consistência<br />
-las com a massa<br />
e mel, os iogurtes, o<br />
um pouco ao<br />
:<br />
Tisana de Funcho:<br />
e enfartamento<br />
Indicada para ajudar em situações de azia, flatulência ou obstipçãp<br />
Ingredientes:<br />
1 colher de sopa de sementes de funcho;<br />
Folhas de hortelã, q.b.<br />
<br />
Procedimento:<br />
Ferver os ingredientes por cerca de 10 minutos;<br />
10 minutos;<br />
ente;<br />
Deixar repousar e arrefecer ligeiramente;<br />
Coar e servir quente.<br />
www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Dezembro CONSCIENTE 61
52 CONSCIENTE Setembro
Crónicas MAIS SAÚDE<br />
Mês de dezembro<br />
66 8 EM CADA 10 PESSOAS TERÃO UM EPISÓDIO DE LOMBALGIA AO<br />
LONGO DA VIDA<br />
Sugestões para a prevenir<br />
67 MÉDICOS SENSIBILIZAM CRIANÇAS PARA A PREVENÇÃO DAS DOENÇAS<br />
DA COLUNA<br />
Dia Mundial da Coluna assinalou-se a 16 de Outubro<br />
68 MULHERES COM CANCRO DA MAMA SENSIBILIZAM PARA A<br />
IMPORTÂNCIA DO TEMPO PARTILHANDO O SEU TESTEMUNHO<br />
70 DOENÇA DE ALZEIMER É A TERCEIRA CAUSA DE MORTE PREMATURA<br />
Doença degenerativa do foro neurológico afeta atividades simples do quotidiano<br />
71 1 EM CADA 15 PORTUGUESES COM MAIS DE 80 ANOS SOFRE DE<br />
ESTENOSE CARDÍACA
+ Saúde<br />
Estima-se que 8 em cada 10 pessoas<br />
terão um episódio de lombalgia ao longo<br />
da sua vida<br />
Dr. Manuel Tavares de Matos<br />
ortopedista e presidente da Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral<br />
Andreia Garcia || andreiagarcia@miligrama.com.pt ||<br />
A<br />
lombalgia define-se como a dor<br />
numa área posterior do corpo,<br />
Para prevenir as lombalgias recomenda-se.<br />
entre a ultima costela e a região<br />
glútea, com ou sem irradiação<br />
Fortificar a musculatura paravertebral,<br />
pelo membro inferior (ciática),<br />
abdominal e glútea, exercícios de alongamento e<br />
sendo aguda se a duração for de<br />
estiramento<br />
um dia até seis semanas, subaguda até as doze<br />
Evitar uma vida sedentária - Exercícios<br />
semanas e após esta consideramos estar perante<br />
uma lombalgia crónica. Estima-se que 8 em cada 10<br />
pessoas terão um episódio de lombalgia ao longo da<br />
sua vida.Em relação ao curso habitual da doença, 50<br />
a 60% recuperam numa semana, 95% em 3 meses e<br />
<br />
cardiovasculares – andar, correr, bicicleta,<br />
natação<br />
Evitar a posição sentada, esforços em anteflexão<br />
do tronco e rotação<br />
apenas 5 a 10% dos casos desenvolvem lombalgia<br />
crónica, sendo que esta afeta 3 a 4 vezes mais a<br />
população entre os 50 e os 60 anos de idade com<br />
uma prevalência cerca de 50% mais alta na mulher.<br />
Quanto às causas temos de estar alertas para casos<br />
de infeção, de patologia tumoral ou alterações<br />
estruturais como escolioses que se possam<br />
manifestar deste modo, sendo que o mais habitual é<br />
serem consequência de alterações degenerativas dos<br />
discos intervertebrais. Outros fatores podem<br />
também contribuir para as lombalgias como estado<br />
psicológico; ansiedade, depressão, stress das<br />
responsabilidades, stress psicológico no trabalho;<br />
fatores psicossociais; intensidade da atividade física<br />
no trabalho; movimentos repetidos de rotação,<br />
exposição a vibração; tabaco e obesidade.<br />
66 CONSCIENTE Dezembro www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt<br />
Tratar a Obesidade – parece facilitar progressão<br />
para cronicidade<br />
Tratar a osteoporose reforçando a estrutura<br />
óssea<br />
Tratar os fatores psicosociais como estados<br />
depressivos ansiosos e de insatisfação no<br />
trabalho<br />
Diminuir a exposição a vibrações<br />
Efetuar o despite da Escoliose<br />
Tratar as doenças primárias e desse modo evitar<br />
a manifestação secundária ou sua extensão à<br />
coluna (doenças reumáticas, tumores, infeções<br />
como p.ex. tuberculose)<br />
A SPPCV foi fundada em 2003 com o objetivo de promoção, estudo,<br />
investigação e divulgação das questões inerentes à problemática da<br />
prevenção, diagnóstico e tratamento das patologias da coluna vertebral.<br />
Para mais informações consulte http://sppcv.org/
Médicos sensibilizam<br />
crianças para prevenção<br />
+ Saúde<br />
das doenças da<br />
coluna<br />
Andreia Garcia || andreiagarcia@miligrama.com.pt ||<br />
Dia Mundial da Coluna assinalou-se a 16 de outubro<br />
A<br />
Sociedade Portuguesa de<br />
Patologia da Coluna Vertebral<br />
(SPPCV) promoveu sessões<br />
de esclarecimento em escolas<br />
básicas e secundárias, em<br />
Lisboa e Porto, no âmbito das<br />
comemorações do Dia Mundial da Coluna, que se<br />
assinalou a 16 de outubro. As iniciativas tiveram<br />
como principal objetivo reforçar a importância da<br />
prevenção das doenças da coluna e serão<br />
ministradas pelo ortopedista Jorge Alves e pelo<br />
neurocirurgião Bruno Santiago, membros da<br />
direção da Sociedade Portuguesa de Patologia da<br />
Coluna Vertebral. Este ano, o Dia Mundial da<br />
Coluna tem como mote “As tuas Costas em ação”<br />
por forma a promover a importância do exercício<br />
físico e a melhoria da postura, como parte fulcral<br />
para a prevenção de lesões na coluna. De acordo<br />
com a Organização Mundial da Saúde, 1 em cada 4<br />
adultos não é ativo o suficiente. “É fundamental<br />
apostar na prevenção, diminuindo os esforços<br />
sobre a coluna quando esta se encontra dobrada<br />
sobretudo o levantamento incorreto de objetos<br />
pesados, os movimentos repetidos em flexão e<br />
rotação e as situações que transmitam trepidação.<br />
Deve evitar-se ainda a vida sedentária, efetuando<br />
regularmente exercício de baixo impacto<br />
(caminhadas, natação, hidroginástica, bicicleta...),<br />
conclui o ortopedista Manuel Tavares de Matos,<br />
presidente da SPPCV.<br />
A SPPCV foi fundada em 2003 com<br />
o objetivo de promoção, estudo,<br />
investigação e divulgação das<br />
questões inerentes à problemática<br />
da prevenção, diagnóstico e<br />
tratamento das patologias da coluna<br />
vertebral. Para mais informações<br />
consulte http://sppcv.org/<br />
www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Dezembro CONSCIENTE 67
+ Saúde<br />
Mulheres com cancro da mama<br />
sensibilizam para a importância do<br />
tempo partilhando o seu testemunho<br />
de vida<br />
Catarina Ramalho | Ana Saleiro | Sofia Aguiar ||<br />
catarina.ramalho@novartis.com | anasaleiro@lpmcom.pt | sofiaaguiar@lpmcom.pt ||<br />
<br />
<br />
<br />
Campanha Tempo para Viver reflete a importância do tempo na vida das mulheres com cancro da<br />
mama nas várias fases da doença<br />
Doentes portugueses participam em álbum digital europeu sensibilizando a opinião pública para a<br />
importância de continuar a investigar e a tratar as mulheres com cancro da mama nas diferentes fases<br />
da doença<br />
Vídeos da campanha contam com o apoio de bloggers portuguesas<br />
Porto Salvo, 30 de outubro, 2017 –<br />
Arrancou a campanha Tempo Para Viver, uma<br />
iniciativa que junta mulheres portuguesas com<br />
cancro da mama nas várias fases da doença e<br />
que visa sensibilizar a população para a<br />
importância do tempo na perspetiva das<br />
doentes. A campanha surgiu no âmbito do Mês<br />
de Sensibilização para o Cancro da Mama e<br />
pretende transmitir uma mensagem de<br />
esperança a todas as mulheres que vivem a<br />
experiência do cancro da mama. A campanha<br />
envolveu a participação de mulheres portuguesas<br />
que consideraram relevante partilhar o<br />
que significa para si o tempo. Estas mulheres<br />
relatam em vídeo a forma como lidam com o<br />
tempo e explicam de que forma o cancro alterou<br />
a sua identidade/mudou a sua forma de<br />
pensar, as transformou. Numa conversa com<br />
as bloggers Ana Gomes (A Melhor Amiga da<br />
Barbie), Margarida Almeida (Style It Up) e Rita<br />
Ferro Alvim (Socorro… Sou Mãe!) as mulheres<br />
com cancro refletem sobre uma vida<br />
normal em que o tempo assume, por vezes, um<br />
outro valor. Para além do vídeo esta campanha<br />
conta com fotografias que irão integrar uma<br />
campanha internacional que envolve a criação<br />
de um álbum digital com testemunhos de mulheres<br />
com cancro da mama e que visa sensibilizar<br />
a sociedade para a importância de continuar<br />
a investigar e a tratar as mulheres com<br />
cancro da mama nas diferentes fases da doença.<br />
“Para estas doentes, o tempo é muito importante<br />
e esta campanha faz todo o sentido.<br />
Graças à evolução dos tratamentos, estas mulheres<br />
continuam a ter tempo para viver e com<br />
qualidade de vida. Têm tempo para elas, tempo<br />
para a família, tempo para o trabalho e<br />
tempo para a sociedade.<br />
68 CONSCIENTE Dezembro www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt
É preciso mostrar que a realidade do cancro<br />
está a mudar. Que cada vez mais faz sentido<br />
falar em doença crónica e que devemos estar<br />
cada vez mais disponíveis para perceber as<br />
várias fases da doença. Hoje o tempo é de<br />
falar, é de partilhar, é de investir”, revela<br />
Tamara Milagre, presidente da Associação<br />
Evita, uma das associações de doentes que<br />
quis associar-se à campanha, convidando<br />
algumas das suas associadas a participar. “O<br />
cancro da mama metastizado é um tema ainda<br />
pouco abordado, mas de extrema importância<br />
porque estas mulheres continuam<br />
a precisar de respostas ao nível dos cuidados<br />
de saúde, dos tratamentos e da própria sociedade<br />
e para a Evita é um prazer enorme<br />
poder envolver as nossas mulheres numa<br />
campanha como esta, na qual damos voz às<br />
mulheres enquanto passamos uma mensagem<br />
de esperança”, conclui Tamara Milagre.<br />
O cancro da mama avançado compreende<br />
o cancro da mama metastático<br />
(estadio IV) e o cancro da mama localmente<br />
avançado (estadio III) 1 . O cancro da mama<br />
metastático é a forma mais grave da doença<br />
e ocorre quando o cancro se espalha para<br />
outras partes do corpo, como o cérebro, ossos<br />
ou fígado 1 . O cancro da mama localmente<br />
avançado ocorre quando o cancro se espalhou<br />
para os gânglios linfáticos e/ou outros<br />
tecidos na área da mama, mas não para<br />
locais distantes no corpo 1 .<br />
A campanha #TempoParaViver é uma<br />
iniciativa da Novartis que conta com o<br />
envolvimento das Associações Evita e<br />
Amigas do Peito, estando inserida na<br />
campanha internacional #MyTimeOurTime.<br />
Referências:<br />
American Cancer Society. How do you determine the stage of breast<br />
cancer? Available at http://www.cancer.org/cancer/breastcancer/<br />
detailedguide/breast-cancer-staging. Accessed May 10, 2016<br />
Sobre a Novartis<br />
A Novartis disponibiliza soluções de saúde inovadoras<br />
destinadas a dar resposta às necessidades em constante<br />
evolução dos doentes e da sociedade. Sediada em<br />
Basileia, na Suíça, a Novartis dispõe de um portefólio<br />
diversificado para responder de forma adequada a estas<br />
necessidades: medicamentos inovadores, genéricos e<br />
biossimilares económicos e cuidados oculares. A<br />
Novartis é a única empresa global com posições de<br />
liderança em todas estas áreas. Em 2016, o Grupo<br />
alcançou um volume total de vendas de 48.5 mil<br />
milhões de dólares e investiu 9 mil milhões de dólares<br />
em Investigação e Desenvolvimento. As empresas do<br />
Grupo Novartis empregam aproximadamente 118 mil<br />
colaboradores, desempenhando as suas atividades em<br />
mais de 155 países. Para obter mais informações, visite<br />
http://www.novartis.pt.<br />
+ Saúde<br />
www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Dezembro CONSCIENTE 69
+ Saúde<br />
Doença de Alzheimer<br />
é a terceira causa de<br />
morte prematura<br />
Andreia Garcia |Catarina Seixas|| andreiagarcia@miligrama.com.pt |catarinaseixas@miligrama.com.pt||<br />
O<br />
s anos de vida perdidos devido informação sobre a doença de Alzheimer com o<br />
à doença de Alzheimer objetivo de contribuir para o melhor conhecimento<br />
aumentaram em 82,7%, entre das suas causas e efeitos.” A Alzheimer Portugal é a<br />
1990 e 2016, de acordo com única organização em Portugal, de âmbito<br />
um estudo divulgado pela nacional, especificamente constituída com o<br />
Direção Geral de Saúde objetivo de promover a qualidade de vida das<br />
(DGS). A mesma fonte revela que a doença de<br />
Alzheimer é a terceira principal causa de morte<br />
pessoas com doença de Alzheimer e dos seus<br />
familiares e cuidadores. Pode consultar o site da<br />
prematura, no ranking de 2016. O aumento do associação através do endereço<br />
tempo médio de vida dos portugueses é www.alzheimerportugal.org. A Organização<br />
acompanhado por um acréscimo do tempo vivido<br />
em condições incapacitantes, tais como as doenças<br />
do foro mental e do comportamento mental, que<br />
representam 19% da carga da morbilidade e<br />
incapacidade.“Infelizmente ainda existem pessoas<br />
que não têm consciência de que os hábitos e um<br />
estilo de vida mais saudáveis podem fazer uma<br />
grande diferença na nossa saúde. De tal forma que,<br />
Mundial de Saúde estima que em todo o mundo<br />
existam 47.5 milhões de pessoas com demência,<br />
número que pode atingir os 75.6 milhões em 2030<br />
e quase triplicar em 2050 para os 135.5 milhões. A<br />
doença de Alzheimer assume, neste âmbito, um<br />
lugar de destaque, representando cerca de 60 a<br />
70% de todos os casos de demência (World Health<br />
Organization [WHO], 2015).<br />
existem pequenas ações no dia-a-dia que nos<br />
ajudam a reduzir os riscos de desenvolver doença<br />
de Alzheimer ou outras formas de demência.”,<br />
explica José Carreira, Presidente da Alzheimer<br />
Portugal. E acrescenta que “a Associação<br />
Alzheimer Portugal disponibiliza toda a<br />
70 CONSCIENTE Dezembro www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt
1 em cada 15 portugueses com mais de<br />
80 anos sofre de estenose aórtica<br />
+ Saúde<br />
Dia Mundial da Terceira Idade celebrou-se a 28 de outubro<br />
A ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE INTERVENÇÃO<br />
CARDIOVASCULAR, UMA ENTIDADE SEM FINS LUCRATIVOS,<br />
TEM POR FINALIDADE O ESTUDO, INVESTIGAÇÃO E<br />
PROMOÇÃO DE ATIVIDADES CIENTÍFICAS NO ÂMBITO DOS<br />
ASPETOS MÉDICOS, CIRÚRGICOS, TECNOLÓGICOS E<br />
ORGANIZACIONAIS DA INTERVENÇÃO CARDIOVASCULAR. A<br />
APIC ESTÁ A PROMOVER, EM PORTUGAL, A CAMPANHA VALVE<br />
FOR LIFE PARA AUMENTAR A CONSCIENCIALIZAÇÃO PARA A<br />
ESTENOSE AÓRTICA.<br />
Andreia Garcia || andreiagarcia@miligrama.com.pt ||<br />
A<br />
estenose aórtica é uma relação à cirurgia de peito aberto (cirurgia<br />
doença que afeta 32 mil convencional) e diminui os riscos relacionados<br />
portugueses, maioritariamente com o tratamento. Atualmente existem 5 centros<br />
pessoas acima dos 80 anos, públicos e 6 centros privados de Hemodinâmica,<br />
limitando as suas capacidades em Portugal, com capacidade para a realização<br />
e qualidade de vida. deste procedimento médico”, explica Rui<br />
Frequentemente, os seus sintomas (cansaço, dor Campante Teles, Coordenador da campanha<br />
no peito e desmaios) não são valorizados pelas<br />
famílias portuguesas e o diagnóstico acaba por<br />
ser adiado, o que pode ser fatal. O alerta é da<br />
Associação Portuguesa de Intervenção<br />
Cardiovascular (APIC) à margem das<br />
comemorações do Dia Mundial da Terceira Idade<br />
que se assinalou a 28 de outubro. “É importante<br />
sensibilizar a população para a valorização dos<br />
sintomas desta doença, principalmente o cansaço<br />
que é muito comum associar-se à terceira idade,<br />
de forma a que se possa fazer um diagnóstico<br />
precoce e encaminhar para um tratamento o mais<br />
rapidamente possível”, alerta João Brum Silveira,<br />
presidente da APIC. “Cada vez mais o tratamento<br />
desta doença passa pelo implante de uma nova<br />
válvula cardíaca, através de um cateter<br />
introduzido por uma artéria (geralmente na<br />
virilha), sem necessidade de parar o coração.<br />
Esta técnica minimamente invasiva é, para muitos<br />
especialistas, o grande avanço da cardiologia dos<br />
últimos 20 anos. Tem inúmeras vantagens em<br />
Valve For Life. A aorta é a principal artéria do<br />
nosso corpo que transporta sangue para fora do<br />
coração. Quando o sangue sai do coração flui da<br />
válvula aórtica para a artéria aorta. A válvula<br />
aórtica tem como função evitar que o sangue<br />
bombeado pelo coração não volte para trás. Na<br />
presença de estenose, a válvula aórtica não abre<br />
completamente, vai ficando cada vez mais estreita<br />
e isso diminui o fluxo sanguíneo do coração. Se<br />
não for detetada atempadamente esta doença<br />
pode ter um desfecho letal. O diagnóstico da<br />
estenose aórtica pode ser confirmado com<br />
recurso à auscultação, ecocardiografia com<br />
doppler, seguindo-se muitas vezes um<br />
cateterismo cardíaco para completar o estudo.<br />
Para mais informações sobre esta doença e o seu<br />
tratamento consulte o site: www.apic.pt ou<br />
www.valveforlife.pt<br />
www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Dezembro CONSCIENTE 71
Seja Solidári
o
UMA IMAGEM<br />
O Natal na Austrália<br />
Por Cristina Morais<br />
O clima na Austrália nesta época do ano atinge temperaturas acima dos 30°C.<br />
Se pensarmos bem, não deixa de ser incrível, como no mesmo planeta, a época natalicia e a passagem de Ano<br />
podem ser comemoradas de diferentes maneiras, devido ao clima. Enquanto nós, europeus e outras pessoas<br />
residentes em países localizados a Norte da linha do Equador, celebram esta época durante o inverno, já os<br />
Australianos e todos aqueles que vivem em países localizados no hemisfério sul, passam-na ao som das ondas do<br />
mar. Seja como for, o que importa salientar, é que o Natal é uma época especial para todos os seres humanos.<br />
Faça chuva, faça sol ou caia neve, este é o momento em que para além das prendas, se partilha e distribui amor e<br />
carinho para com o próximo. É o momento em que nos unimos e somos um só.<br />
Por isso, desejamos um Feliz Natal a todos e um 2018 espetacular!<br />
78 CONSCIENTE Dezembro www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt
Caminhos a Descobrir<br />
O Parque Natural da<br />
Serra da Estrela<br />
Nesta edição especial de dezembro, vamos à descoberta da maior área protegida portuguesa para assim,<br />
ficarmos a conhecer aquilo que a Natureza tem para nos oferecer nesta época natalícia.<br />
Por Cristina Morais<br />
Na Torre, a Serra da Estrela atinge a maior altitude de Portugal continental – 1993 metros<br />
O Parque Natural da Serra da Estrela, é um acidente orográfico, com uma área de 101.060 ha, que se estende<br />
pelos territórios dos concelhos de Celorico da Beira, Covilhã, Gouveia, Guarda, Manteigas e Seia. Aqui,<br />
podemos seguir o curso de três importantes rios portugueses, desde as suas nascentes – o rio Mondego no<br />
Mondeguinho, o rio Zêzere no Covão de Ametade e o rio Alva no Vale do Rossim – e observar locais de uma<br />
beleza extraordinária, tais como, os vales glaciares de Loriga e Unhais da Serra; os covões Grande e do Urso e<br />
as cerca de 25 lagoas naturais existentes devido ao facto da paisagem da serra possuir uma morfologia<br />
característica da glaciação quarternária ocorrida há cerca de 20 000 anos.<br />
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Ainda no que respeita à paisagem da serra da Estrela, esta é marcada por fragas, rochedos e penhascos, tendo<br />
alguns assumido formas que deram origem a denominações populares como os Cântaros (gordo, magro e raso),<br />
que poderá admirar seguindo os diversos trilhos pedestres.<br />
Por ser o ponto de mais elevada altitude em Portugal continental, o Parque Natural da Serra da Estrela, é um dos<br />
locais em que a chuva cai com menor abundância, as temperaturas descem e a neve aparece com maior<br />
frequência, possibilitando a prática de desportos de inverno. Assim, este é o único local do nosso país, onde é<br />
possível praticar esqui na neve, snowboard, motoski, ou levar as crianças a andar de trenó, pois existem inúmeras<br />
pistas com infraestruturas de apoio. Ao visitar este Parque Natural, recomendamos que não deixe de conhecer as<br />
aldeias de montanha como o Sabugueiro, Folgosinho, Videmonte e Trinta, e muitos outros locais imperdíveis, como<br />
as Penhas Douradas, Penhas da Saúde ou a Torre no topo da Serra.<br />
Sendo o pastoreio uma atividade com longa tradição e prática no território, uma vez aqui, é também possível<br />
visualizar grandes rebanhos que se alimentam nas vastas áreas de pastagem, guardados pelos cães Serra da<br />
Estrela, uma raça de cães resistentes às baixas temperaturas. O leite da ovelha, dá origem ao produto mais<br />
característico da região, o famoso Queijo da Serra da Estrela, que é fabricado artesanalmente. Por isso, enquanto<br />
aqui estiver, não se esqueça de retemperar forças e experimente a deliciosa carne de borrego acompanhada<br />
pelos enchidos tradicionais. E não deixe de trazer consigo este queijo de textura amanteigada e um pão de<br />
centeio ou um frasco de mel e umas meias de lã da região.<br />
80 CONSCIENTE Dezembro www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt
Agenda<br />
Workshop Doçaria Conventual<br />
11 de Dezembro de 2017<br />
Feed Me<br />
Mais informação: www.feedme.pt<br />
Formativa<br />
Workshop doces saudáveis e<br />
veganos<br />
2 de Dezembro de 2017<br />
Matosinhos—Porto<br />
Mais informação: www.clavelskitchen.com<br />
Oficina<br />
Cuidados Herbais<br />
16 de Dezembro de 2017<br />
Colares—Sintra<br />
Mais informação: www.quinta7nomes.com<br />
Workshop<br />
Massas e Creme Base<br />
10 de Dezembro de 2017<br />
Porto<br />
Mais informação: www.comamorecarinho.com<br />
Workshop<br />
Pastelaria de Design para Festas<br />
17 de Dezembro de 2017<br />
Amora<br />
Mais informação: www.comamorecarinho.com<br />
82 CONSCIENTE Dezembro www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt<br />
Workshop<br />
Christmas ButterCream<br />
3 de Dezembro de 2017<br />
Amora<br />
Mais informação:<br />
www.comamorecarinho.com<br />
Workshop<br />
Elementar cozinha<br />
9 e 10 de Dezembro de 2017<br />
Matosinhos—Porto<br />
Mais informação: www.clavelskitchen.com
Boas Leituras<br />
A Origem<br />
Dan Brown<br />
Origem lança Robert Langdon, simbologista de Harvard, para a perigosa<br />
interseção das duas perguntas mais prementes da humanidade e para a<br />
estrondosa descoberta que responde a ambas.<br />
De onde vimos?<br />
Para onde vamos?<br />
Edição/Reimpressão: 2017<br />
Páginas: 552<br />
Editor: Bertrand Editora<br />
20,61 €<br />
O Regresso da Primavera<br />
Sveva Casati Modignani<br />
Passamos muito tempo a perseguir sonhos que nos escapam da mão, uma felicidade que<br />
não se deixa aprisionar. E depois acontece que o melhor da vida se revela num instante,<br />
talvez na magia de um encontro inesperado. Como aquele que aconteceu entre Lorenzo e<br />
Fiamma, surpreendidos por um amor que nem mesmo eles ......<br />
Edição/Reimpressão: 2017<br />
Páginas: 400<br />
Editor: Porto Editora<br />
15,93€<br />
Outras Sugestões:<br />
Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban (Ed. Ilustrada) - J.K. Rowling, Jim Kay<br />
Os velhos Diabos - Kinsley Amis<br />
E se eu fosse Deus? - Fernando Correia<br />
Desperdício Zero - Bea Johnson<br />
Enciclopédia Mitológica - Matheaw Reinhart, Robert Sabuda<br />
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Feliz Ano 2018