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revistaconsciente_DEZ2017

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Dezembro 2017<br />

Número 22<br />

Dezembro 2017 Número 22 Volume 1<br />

consciente<br />

Tem<br />

EMPREGO ou<br />

CARREIRA?<br />

Receitas<br />

Natal e Fim<br />

de Ano<br />

+<br />

Saúde<br />

Alimentos do coração<br />

Equipas de RUA<br />

Ser Discriminado


Revista digital | Bimensal |Gratuita Nº22 | Dezembro 2017<br />

Direção<br />

Maria Paula Dias<br />

Psicologia clínica<br />

mpdias@<strong>revistaconsciente</strong>.pt<br />

Marketing & Publicidade<br />

Maria Paula Dias<br />

geral@<strong>revistaconsciente</strong>.pt<br />

Edição<br />

Maria Paula Dias<br />

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Apartado 1, EC Barreiro, 2831-909 Barreiro — 91 254 71 26<br />

Cronistas<br />

Andreia Rodrigues de Almeida — Psicologia soc. e das organizações<br />

Andreia.domingos88@hotmail.com<br />

Ana Rosa— Nutrição<br />

dietista.anaRosa@gmail.com<br />

Carolina Frias Costa—Nutricionista<br />

cfriasc@gmail.com<br />

Rita António - Psicologia Educacional<br />

ritasofiacnfantonio@gmail.com<br />

Mafalda Marques—serviço social<br />

mafmar2@gmail.com<br />

Cristina Morais—Historiadora<br />

cristina_i8@hotmail.com<br />

Agradecemos a colaboração de soidog, médicos do mundo, lpm comunicação e<br />

miligrama<br />

geral@<strong>revistaconsciente</strong>.pt<br />

É expressamente proibido a reprodução desta edição em qualquer língua, no seu todo ou em parte, sem a prévia autorização escrita da CONSCIENTE<br />

● Todos as opiniões expressas<br />

são da inteira responsabilidade dos autores ● O Estatuto Editorial está disponível na pagina de internet : www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt ● As imagens/fotografias aqui<br />

utilizadas foram pesquisadas com recurso à internet não sendo portanto nenhuma original à publicação Consciente .<br />

Revista consciente<br />

Dezembro 2017<br />

Registo Nº 126882<br />

Edição nº 22<br />

WEB<br />

www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt<br />

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Suporte On-Line Digital Periodicidade BiMensal Registo Nº 126882 Propriedade: Maria Paula Dias<br />

www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Dezembro CONSCIENTE 3


conteúdos 22<br />

Ediçâo Nº<br />

10<br />

13 EDITORIAL<br />

O Mês de...............DEZEMBRO<br />

7 FRAÇÕES & NÚMEROS<br />

10 SENTIDOS SOCIAIS<br />

Equipas de Rua<br />

20 EMPREGOS& CARREIRA<br />

24<br />

Tem emprego ou carreira?<br />

24 NAS NOSSAS MÃOS<br />

Ser Madrasta<br />

30 DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />

Ser Discriminado<br />

42 SOBREVIVER<br />

48<br />

O que é a Cumplicidade?<br />

46 SAÚDE<br />

Gota, o que é?<br />

48 SUPER ALIMENTOS<br />

Alimentos do Coração<br />

54 RECEITAS natal e fim de ano<br />

64 + SAUDE<br />

54<br />

78 UMA IMAGEM<br />

79 CAMINHOS A DESCOBRIR<br />

82 AGENDA FORMATIVA<br />

83 BOAS LEITURAS<br />

www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Dezembro CONSCIENTE 5


Editorial<br />

Finalmente .....Dezembro!......<br />

Por Maria Paula Dias<br />

Ultimo mês do ano 2017. Um ano dificil Os acontecimentos de peso fizeram parte deste ano, em especial<br />

ao nível dos governantes mundiais. Nós por cá fomos vivendo dia após dia, assistindo, ora trabalhando,<br />

descansando ora nem fazendo uma coisa nem outra. Novos planos se avizinham, nova esperança. Novas<br />

dietas, novos projetos. Novo futuro. Mesmo que para alguns sempre igual, esperamos sempre que o novo<br />

ano seja melhor que o anterior. O que nos espera para 2018? Só tempo e a forma de reação às situações o<br />

dirá. Aqui o aguardamos com mais crónicas que possam facilitar a sua vida. Mais informação. Nesta<br />

ultima edição de 2017 temos boas crónicas, boa informação. Não sugerimos nenhuma em especial.<br />

Sugerimos sim, que tenha uma bom Natal, uma boa passagem de ano. Bom descanso!<br />

Em nome da Equipa da revista consciente :<br />

Feliz Natal e um Próspero Ano de 2018<br />

Alguns Dias Especiais:<br />

1 de Dezembro—Restauração<br />

da Independência<br />

1 de Dezembro—Dia mundial<br />

da Luta Contra a SIDA<br />

8 de Dezembro—Dia da<br />

Imaculada Conceição<br />

10 de Dezembro—Dia<br />

internacional dos Direitos<br />

Humanos<br />

20 de Dezembro—Dia<br />

Intenacional da Solidariedade<br />

Humana<br />

25 de Dezembro—Dia de Natal<br />

31 de Dezembro—Fim do Ano<br />

2017<br />

DOM SEG TER QUA QUI SEX SÁB<br />

1 2<br />

3 4 5 6 7 8 9<br />

10 11 12 13 14 15 16<br />

17 18 19 20 21 22 23<br />

24 25 26 27 28 29 30<br />

31<br />

dezembro 2017<br />

www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Dezembro CONSCIENTE 7


NÚMEROS & FRAÇÕES<br />

252 dias<br />

úteis<br />

Há 252 dias úteis no ano de 2018, 365 dias e<br />

13 feriados , sendo 2 destes, sábados e 2<br />

domingos, o que perfaz, 9 feriados<br />

comemorados em dias úteis.<br />

117.935.609<br />

117.935.609 NASCIMENTOS AO LONGO DESTE<br />

ANO ATÉ DIA 19 DE NOVEMBRO DE 2017.<br />

00:00<br />

48.848.200 MORTES AO LONGO DESTE ANO ATÉ<br />

19 DE NOVEMBRO DE 2017<br />

00:00 horas a 31 de Dezembro<br />

de 2017, em Lisboa..<br />

FONTE: WORLDMETERS<br />

São Francisco: 17:00 h –31 de Dez<br />

Nova Iorque: 21:00 h—31 de Dez<br />

Lisboa: 00:00 h—31 Dez 17<br />

Paris: 01:00 h—1 Jan 18<br />

Bruxelas: 01:00 h—1 Jan 18<br />

Tóquio: 09:00h—1 Jan 18<br />

Sidney: 11:00 h—1 Jan 18<br />

21 de Dezembro<br />

A estação de Inverno entra em<br />

vigor a 21 de Dezembro de 2017<br />

até 20 de Março de 2018<br />

FONTE: 24TIMEZONES.COM<br />

www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Dezembro CONSCIENTE 9


SENTIDOS SOCIAIS<br />

Equipas de<br />

RUA<br />

Por Mafalda Marques<br />

A presença de pessoas a viverem na rua é uma<br />

entristece especialmente em momentos tão caloroso<br />

das mais extremas manifestações da pobreza e exc<br />

espaço privado, porque têm de fazer da rua a sua c<br />

económicas, afetivas e familiares, que a vida com u<br />

regresso à dignidade é duro, longo e conta com os<br />

que faça frio ou calor, todos os dias do ano andam p<br />

rua e recuperem a sua dignidade. Para conhecermos<br />

o NASA.<br />

10 CONSCIENTE Dezembro www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt


visão habitual nas grandes cidades. Incomoda e<br />

s como o Natal. Viver na rua apresenta-se como uma<br />

lusão social. Pessoas que fazem do espaço público,<br />

asa. Pessoas com histórias de infortúnio, de ruturas<br />

m truque vagabundo as levou até ali. O caminho de<br />

muitas vezes apelidados… Anjos…as equipas de rua,<br />

or ali a criar condições para que as pessoas saiam da<br />

melhor o seu trabalho, fomos até à capital conhecer<br />

www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Dezembro CONSCIENTE 11


Durante anos convivemos de forma mais ou<br />

menos pacífica e compreensiva perante as<br />

pessoas que nos abordavam na rua para pedir<br />

uma esmolinha para o pobrezinho ou para o<br />

ceguinho, uma atitude caritativa que foi<br />

alimentada por todos, transmitindo a noção da<br />

inevitabilidade do mendigar por aqueles que<br />

considerávamos incapazes de providenciar ao seu<br />

sustento. Contudo, a consciência do fenómeno foi<br />

tomando conta da sociedade e passámos a olhar<br />

as pessoas que pernoitam nas ruas com uma<br />

certa incredulidade. Já não é só o ceguinho e o<br />

pobrezinho, são crianças, jovens, velhos,<br />

mulheres, toxicodependentes, prostitutas,<br />

imigrantes, deficientes e maluquinhos… e o<br />

pacífico convívio e tolerância transforma-se<br />

numa certa intranquilidade e insegurança. A<br />

problemática dos sem-abrigo coloca-nos questões<br />

sobre os limites da dignidade e solidariedade<br />

humana, um desafio social que nos obriga a<br />

intervir. Um fenómeno complexo,<br />

multidimensional e multiproblemático que<br />

necessita de uma intervenção integrada,<br />

multidisciplinar e interinstitucional para que o<br />

objetivo principal de tirar as pessoas da rua seja<br />

possível. A pessoa sem–abrigo é então aquela<br />

que, independentemente da sua nacionalidade,<br />

etnia, religião, idade, sexo, orientação sexual,<br />

condição socioeconómica e condição de saúde<br />

física e mental, se encontre sem teto (vivendo no<br />

espaço público, alojada em abrigo de emergência<br />

ou em local precário) ou sem casa (em<br />

alojamento temporário). Lisboa, a nossa capital,<br />

há muito que se preocupa com este fenómeno e<br />

tem ao longo dos anos criado estratégias de<br />

intervenção direcionadas aos sem-abrigo.<br />

Quisemos conhecer de perto a realidade da<br />

cidade e fomos muito bem recebidos pela equipa<br />

do NASA… Não, não é a agência espacial, mas<br />

quase! É o Núcleo de Apoio aos Sem-Abrigo da<br />

Câmara Municipal de Lisboa (CML). De que<br />

universo estamos então a falar num território que<br />

reúne o maior número de sem abrigo em<br />

Portugal? A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa<br />

promoveu em 2015 uma contagem de sem abrigo,<br />

numa sinalização em tempo real. Na noite de 14<br />

de Maio, cerca de 1200 voluntários, percorreram<br />

as ruas de 24 freguesias de Lisboa e foram<br />

sinalizados nessa noite 440 sem-abrigo na rua e<br />

376 em centros de acolhimento, totalizando 816<br />

pessoas. Em 2013 numa ação semelhante tinham<br />

sido sinalizadas 853 pessoas sem-abrigo. E com<br />

que recursos contamos para dar resposta a esta<br />

problemática? De acordo com o Plano Municipal<br />

para a Pessoas Sem Abrigo, a rede de respostas<br />

em Lisboa contamos com Centros de Alojamento<br />

de emergência (2 unidades/307 vagas), Centros<br />

de Alojamento de Inserção (8 unidades/274<br />

vagas), Inserção diurna (5 programas/180 vagas)<br />

Núcleo de Apoio Local (refeições para 50<br />

pessoas), 12 cacifos solidários e 9 equipas de rua<br />

que cobrem toda a cidade. Nas respostas de<br />

alojamento há no entanto alguns<br />

constrangimentos relacionados com critérios de<br />

admissão e que condicionam entradas face a sexo<br />

e problemática associada, o que condiciona a<br />

resposta a determinado nicho de sem-abrigo (e.g.<br />

casais; toxicodependentes). A CML tem um papel<br />

ativo em todas estas respostas, sendo ou<br />

promotor direto ou financiador. O caminho<br />

percorrido pela CML nesta matéria já remonta<br />

aos anos 90, onde equipas saiam à rua para<br />

observação do fenómeno. Uma intervenção que<br />

foi evoluindo ao longo de uma década e que foi<br />

reforçada com o manifesto interesse político em<br />

criar estratégias de intervenção específicas para<br />

esta problemática, sendo em 2009 criada a<br />

primeira ação nacional concertada nesta matéria,<br />

a Estratégia Nacional para a Integração das<br />

pessoas em Situação Sem Abrigo (ENIPSA).<br />

12 CONSCIENTE Dezembro www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt


A ENIPSA priorizou a intervenção com as<br />

pessoas Sem-Abrigo e identificou a Rede Social<br />

como a estrutura que no território local, deve de<br />

acordo com as necessidades identificadas,<br />

articular a intervenção no sentido da<br />

implementação de Núcleos de Planeamento e<br />

Intervenção com a Pessoa Sem-Abrigo (NPISA).<br />

Desta foram consegue-se rentabilizar recursos<br />

humanos e financeiros e evitar a duplicação de<br />

respostas e qualificar a intervenção ao nível da<br />

prevenção das situações de sem -abrigo e do<br />

acompanhamento individualizado. A ENIPSA<br />

visa consolidar uma abordagem de prevenção e<br />

intervenção, centrada nas pessoas em situação de<br />

sem -abrigo, para que ninguém tenha de<br />

permanecer na rua por ausência de alternativas.<br />

Pretende promover o conhecimento do<br />

fenómeno, informar, sensibilizar e educar, bem<br />

como reforçar uma intervenção promotora da<br />

integração das pessoas em situação de semabrigo.<br />

Dentro de toda esta filosofia e a par do<br />

empenho político no âmbito da sua intervenção<br />

na Rede Social de Lisboa, a CML tem vindo a<br />

fazer um considerável investimento logístico e<br />

financeiro com a constituição de uma equipa<br />

especializada na intervenção, na cedência de<br />

inúmeros espaços para equipamentos e no apoio<br />

financeiro direto. O NASA é então a equipa<br />

municipal qualificada que intervém nesta<br />

matéria. Uma equipa técnica constituída por 4<br />

técnicos (psicólogos e assistentes sociais) que<br />

efetua atendimento social, regista, responde e<br />

encaminha sinalizações e reclamações sobre<br />

pessoas em situação de sem-abrigo, analisa<br />

processos, monitoriza, acompanha e avalia<br />

projetos, coordena o espaço de apoio à<br />

emergência e das equipas de rua no âmbito do<br />

Plano de Contingência para os Sem-Abrigo<br />

Perante Vagas de Frio, participa nas escalas das<br />

equipas de rua, no âmbito do funcionamento do<br />

NPISA e coordena (em articulação com a<br />

segurança social) o eixo do planeamento/subeixo<br />

acolhimento no âmbito do NPISA. Tem<br />

ainda responsabilidade sobre intervenção em<br />

edificado devoluto/insalubridade, ações que<br />

articula com outras entidades, nomeadamente os<br />

elementos de segurança. O NASA cobre toda a<br />

cidade de Lisboa, sendo que a cidade se encontra<br />

dividida em 4 zonas e para cada zona existe uma<br />

entidade responsável pela intervenção da equipa<br />

de rua: zona norte – equipa Novos Rostos/Novos<br />

Desafios; zona centro – equipa Comunidade Vida<br />

e Paz; zona ocidente – equipa VITAE e zona sul –<br />

equipa Crescer. Por sua vez, a equipa do NASA<br />

realiza saídas noturnas todas as terças e quintasfeiras<br />

e saídas diurnas sempre que necessário. À<br />

equipa NASA junta-se quinzenalmente<br />

profissionais de saúde do Hospital Júlio de<br />

Matos para saídas à rua e discussão de casos no<br />

âmbito da saúde mental, uma das problemáticas<br />

associadas aos sem-abrigo. A equipa dos Médicos<br />

do Mundo intervém no âmbito da saúde física.<br />

Será relevante indicar que a equipa da CML, a<br />

equipa da AMI e a equipa da Santa Casa da<br />

Misericórdia de Lisboa são entidades que cobrem<br />

toda a cidade de Lisboa. Toda a ação do NASA é<br />

planeada para que corresponda às grandes linhas<br />

estruturantes do Programa Municipal para a<br />

Pessoa Sem Abrigo 2016/2018, medidas que<br />

pretendem a restruturação das respostas de<br />

alojamento existentes e criação de novas<br />

soluções; respostas diurnas focadas na<br />

capacitação social e profissional; a organização e<br />

cobertura territorial das equipas de rua; a<br />

disseminação de espaços condignos e informais<br />

onde prover refeições – Núcleos de Apoio Local;<br />

intervenção na promoção da saúde e renovação<br />

infraestruturas. (cont)<br />

www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Dezembro CONSCIENTE 13


A equipa do NASA considera que o interesse<br />

politico, a disponibilização de atenção e recursos<br />

para este fenómeno social tem crescido a uma<br />

velocidade muito positiva e neste momento deverse-á<br />

tirar partido de que se tem, rentabilizar,<br />

reajustar conforme as necessidades que se vão<br />

identificando. As equipas de rua têm como missão<br />

principal tirar a pessoa da rua, atendendo<br />

paralelamente a questões relacionadas com<br />

alimentação; saúde; encaminhamento para<br />

habitação/teto temporário e acompanhamento<br />

psicossocial. A humanização das respostas ao sem<br />

-abrigo está sempre em primeira linha. E para que<br />

esta complexidade de intervenção seja possível<br />

está um esforço e disponibilidade conjunta de<br />

todos os parceiros da Rede Social de Lisboa.<br />

Continuem com o bom trabalho!<br />

Quanto a nós… comuns cidadãos…<br />

Não espere por grandes<br />

líderes. Faça você mesmo,<br />

pessoa a pessoa. Seja leal<br />

às pequenas ações porque<br />

é nelas que está a sua<br />

força. (Madre Teresa de<br />

Calcutá)<br />

Faça a diferença neste Natal e mantenha<br />

pelo resto do ano! Voluntarie-se,<br />

disponibilize-se a ajudar…no que for<br />

preciso!<br />

‘ ...Plano Municipal para a Pessoas Sem Abrigo,<br />

a rede de respostas em Lisboa contamos com<br />

Centros de Alojamento de emergência (2<br />

unidades/307 vagas), Centros de Alojamento de<br />

Inserção (8 unidades/274 vagas), Inserção<br />

diurna (5 programas/180 vagas) Núcleo de<br />

Apoio Local ...’<br />

14 CONSCIENTE Dezembro www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt


Inspire-se:<br />

O Encontro (2014) de Oran Moverm an com Richard Gere<br />

O Solista (2009) de Joe W right com Jam ie Fox e Robert Downey Jr.<br />

www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Dezembro CONSCIENTE 15


Guião Social<br />

Como posso ajudar uma pessoa em situação<br />

de sem abrigo?<br />

Deverá sempre sinalizar a situação através da linha nacional de emergência social LNES – linha<br />

144. Funciona 24h/todos os dias do ano.<br />

Localmente sinalizar junto do Núcleo de Planeamento e Intervenção Sem Abrigo contatando<br />

diretamente a Rede Social local.<br />

Na cidade de Lisboa poderá encaminhar a pessoa ou sinaliza-la:<br />

Núcleo de Apoio À Pessoa Sem Abrigo: 91 868 73 78 ou erasa.equiparua@cm-lisboa.pt<br />

Unidade de Atendimento às Pessoas sem Abrigo (Cais do Gás): 213 220 860. A UAPSA<br />

disponibiliza atendimento social, encaminhamento para respostas de alojamento, banco de<br />

roupa e balneário.<br />

A Rede Social de Lisboa elaborou um guia informativo ao próprio sem abrigo que se encontra em<br />

pontos estratégicos e de fácil acesso ao sem-abrigo.<br />

Como posso ajudar as equipas que intervém<br />

com esta população?<br />

Poderá contatar diretamente uma entidade/instituição que intervenha nesta área e manifestar a<br />

sua disponibilidade. Nesta altura natalícia é sempre um momento onde a visibilidade desta<br />

procura se revela mais presente e portanto um bom momento para se envolver. Um contato que<br />

deverá permanecer e se estender por todo o ano<br />

AMA Loja<br />

dos Espaços do Cidação<br />

Por Mafalda Marques<br />

16 CONSCIENTE Dezembro www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt


Já todos estamos bem familiarizados com a expressão medidas de<br />

modernização e simplificação administrativa do estado. Nas notícias, não<br />

há dia em que não se fale em mais uma medida que prossegue a intenção de<br />

simplificar alguma coisa, tantas que nos sentimos meio perdidos em tanta<br />

informação. No entanto, é muito importante não perder a carruagem… e<br />

neste artigo propomos um tour nos meandros das medidas criadas para<br />

simplificar a vida do comum cidadão em assuntos do nosso quotidiano.<br />

A Agência para a modernização administrativa -<br />

AMA é o instituto público responsável pela<br />

promoção e desenvolvimento da modernização<br />

administrativa em Portugal e a sua atuação dividese<br />

em três eixos: atendimento, transformação<br />

digital e simplificação. Foquemo-nos no eixo do<br />

atendimento. A AMA tem desenvolvido e gerido<br />

novos modelos de atendimento que permitem aos<br />

cidadãos e empresas interagir com o Estado de<br />

forma prática, inovadora e eficiente. Modelos de<br />

atendimento que valorizam o conceito integrado…<br />

o cidadão ganha tempo e reduz custos de<br />

deslocação e o estado rentabiliza os recursos,<br />

infraestruturas e plataformas, potenciando a<br />

eficiência e redução de custos. Possivelmente a<br />

medida mais emblemática desta área seja a loja do<br />

cidadão. No entanto, dentro desta filosofia do<br />

atendimento, foram também criados o espaço do<br />

cidadão, o espaço empresa, o balcão do<br />

empreendedor, o portal e o mapa do cidadão. Para<br />

que servem então tantos serviços? Qual a<br />

diferença entre eles e de que forma tirar o<br />

melhor partido de cada um? Comecemos<br />

então pela mais famosa. A loja do cidadão é um<br />

conceito de prestação de serviços públicos que<br />

reúne no mesmo espaço várias entidades públicas e<br />

privadas. Por sua vez, o espaço do cidadão<br />

funciona como um balcão único que disponibiliza<br />

variados serviços de diversas entidades, num<br />

atendimento digital assistido (uma medida que<br />

atende ao combate da info exclusão no âmbito das<br />

barreiras digitais), onde poderá resolver situações<br />

como alterar a morada do cartão de<br />

cidadão, obter certidões de registo civil,<br />

comercial e predial, obter o registo<br />

criminal, registar a propriedade<br />

intelectual, renovar autorização de<br />

residência do Serviço de Estrangeiros e<br />

Fronteiras, revalidar a Carta de Condução,<br />

efetuar pedidos à Segurança Social ou<br />

Caixa Geral de Aposentações, marcar<br />

consultas no Serviço Nacional de Saúde,<br />

pedir o Cartão Europeu de Seguro de<br />

Doença, consultar listas de espera para<br />

cirurgias, ter apoio no preenchimento<br />

da declaração anual de rendas; ter apoio<br />

na verificação das faturas no sistema e-<br />

fatura. Em filosofia idêntica , ma s<br />

direcionado para os empresários, temos o espaço<br />

empresa. Um balcão de atendimento integrado, em<br />

que o empresário pode, entre outros serviços,<br />

efetuar registo Empresa na Hora, pedir<br />

uma Certidão Permanente, solicitar<br />

informação<br />

sobre<br />

legislação correspondente à atividade<br />

económica, conhecer os passos inerentes à<br />

criação de negócio próprio. (cont..)<br />

www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Dezembro CONSCIENTE 17


É uma rede extensa de atendimento que,<br />

segundo o portal do cidadão, já conta com 46<br />

lojas do cidadão, 530 espaços do cidadão e 15<br />

espaços empresa, e com pretensões de<br />

continuar a expandir. Pode consultar a rede no<br />

portal do cidadão, onde pode saber as entidades<br />

representadas nos atendimentos, os<br />

horários de funcionamento e referência<br />

a constrangimentos na realização de<br />

alguns serviços... Muito importante se<br />

não quer uma deslocação em vão!<br />

Tirando partido das novas tecnologias, a<br />

verdadeira revolução da simplicidade surge com<br />

o mapa do cidadão, um website que fornece<br />

informação sobre todos os locais de<br />

atendimento da administração pública<br />

(cerca de 7000 pontos de atendimento<br />

georreferenciados), nomeadamente<br />

hospitais, esquadras, repartições de<br />

finanças, conservatórias, lojas e espaços<br />

do cidadão. Em rela çã o a estes últimos,<br />

tem acesso à informação sobre as entidades<br />

representadas e respetivos tempos de espera,<br />

horários de funcionamento, possibilidade de<br />

planear o melhor percurso no caso de multitask,<br />

saber sobre documentações necessárias, custos<br />

e prazos legais para qualquer serviço. Para<br />

dispositivos móveis (smartphones e tablets)<br />

IOS, Windows e Android, obtenha a app,<br />

através da qual também já é possível obter<br />

senha de atendimento e controlar a senha que<br />

está a ser atendida e tempos de espera. De facto,<br />

um instrumento precioso para não perder<br />

tempo! Por fim o canal na internet privilegiado<br />

de acesso à informação e prestação de serviços<br />

públicos, o portal do cidadão, que resulta da<br />

fusão dos portais do cidadão e da empresa e que<br />

integrou o balcão do empreendedor, um serviço<br />

para agentes económicos de consulta de<br />

informação e submissão de pedidos eletrónicos,<br />

onde pode por exemplo, criar uma empresa,<br />

registar uma marca, obter certidões ou fazer o<br />

licenciamento das suas atividades. Atualmente,<br />

o portal do cidadão disponibiliza mais de 1500<br />

serviços, por cerca de 580 organismos, dos<br />

quais se destacam os serviços de alteração de<br />

morada no cartão de cidadão, o pedido de<br />

certidões online, a criação da Empresa Online, o<br />

registo comercial, o Regime Jurídico de Acesso e<br />

Exercício de Atividades de Comércio, Serviços e<br />

Restauração (RJACSR), o Sistema da Indústria<br />

Responsável (SIR), o registo de alojamento local<br />

e o serviço A Minha Rua, que permite a<br />

participação cívica e o envolvimento ativo dos<br />

cidadãos na gestão da sua rua ou bairro.<br />

Para mais informações, ainda dispõe do<br />

atendimento telefónico 707 24 11 07 e<br />

contacto via correio eletrónico<br />

info.portaldocidadao@ama.pt.<br />

Tire o melhor<br />

partido da<br />

informação e<br />

simplifique a<br />

vida!<br />

18 CONSCIENTE Dezembro www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt


www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Dezembro CONSCIENTE 19


EMPREGOS & CARREIRA<br />

Tem<br />

EMPREGO ou<br />

CARREIRA<br />

?<br />

Por Andreia Rodrigues Almeida<br />

Todos ambicionam por uma ocupação que<br />

lhes dê tranquilidade e estabilidade. A<br />

verdade é que grande parte das pessoas<br />

possui um emprego, mas não uma carreira, e<br />

muitos têm empregos e não são felizes...<br />

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P<br />

ara quem ambiciona ser chefe não<br />

deve nem pensar em começar a sua<br />

vida profissional pensando<br />

somente em curto prazo. Essa será<br />

a grande diferença entre ter um<br />

emprego e construir uma carreira.<br />

Um emprego é uma atividade que basicamente<br />

origina recursos para pagar as contas ao fim do mês,<br />

já uma carreira trata-se de uma série de decisões que<br />

uma pessoa vai tomando ao longo de sua vida<br />

profissional para que as contas presentes ao fim de<br />

cada mês incomodem cada vez menos. De uma<br />

forma mais simples, emprego é uma atividade<br />

presente e Carreira é a preparação do futuro. Um<br />

emprego estará sempre dependente de decisões que<br />

são tomadas pela empresa, e a carreira<br />

dependerá principalmente de decisões pessoais.<br />

Emprego é temporário e carreira é permanente, no<br />

entanto, não é obrigatório estar constantemente a<br />

mudar de empresa para se poder construir uma<br />

carreia, contrariamente, ela pode muito bem ser<br />

desenvolvida dentro de uma única empresa. Ao<br />

identificar um emprego, deve ser capaz de<br />

reconhecer um começo, um meio e um fim.Uma<br />

carreira, por outro lado, tem um começo, mas os<br />

caminhos que ela segue são sempre uma surpresa.<br />

Uma carreira pode terminar num lugar totalmente<br />

distinto de onde começou. Portanto, um emprego<br />

é algo pontual, e uma carreira é o conjunto<br />

de variados empregos, eventos e mudanças<br />

na nossa vida. Cada mudança de função, que<br />

acarrete mais responsabilidades e aumento de<br />

salário, é um ponto a favor para o desenvolvimento<br />

da sua carreira. Por outro lado, ter trabalhado em<br />

diferentes empresas, mas exercendo trabalhos<br />

idênticos em todas elas, não é de todo uma carreira,<br />

mas sim uma sequência de empregos encadeados, o<br />

que quer dizer que o próximo emprego será muito<br />

semelhante com o último emprego. Um pessoa que<br />

esteja numa empresa há cinco ou dez anos, e que se<br />

encontra a fazer exatamente a mesma coisa sem<br />

alteração de função e de salário, tem um emprego.<br />

Em contrapartida, uma pessoa que se encontre a<br />

trabalhar numa empresa do qual não exige o<br />

conhecimento de inglês, mas decide estudar inglês,<br />

trata-se de alguém que está a pensar na sua carreira.<br />

Carreiras são uma preparação permanente para<br />

o próximo emprego ou para o próximo cargo, que<br />

serão melhores do que os atuais, e que podem estar<br />

dentro ou fora da empresa atual. .<br />

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Aqueles que não conseguem construir as suas<br />

carreiras, procuram emprego. Quem consegue, é<br />

procurado e com certeza chegará mais celeremente a<br />

uma posição de chefia. Na corrida para ser o melhor,<br />

é fácil perder de vista a sua carreira e focar<br />

simplesmente no seu emprego. Encontrar um<br />

emprego, continuar com o emprego, trabalhar no<br />

emprego, ficar acordado até tarde pelo emprego e<br />

etc… Quando na realidade o foco deveria ser<br />

como esse emprego contribui para a sua<br />

carreira e para os seus objetivos. Um<br />

emprego não é uma definição, mas sim uma tarefa.<br />

Pode durar muito ou pouco tempo, mas tem sempre<br />

um início, um meio e um fim. Com o passar dos, os<br />

nossos empregos acabaram por tomar a função de<br />

nos definir e definir o que nós conquistamos. Por<br />

exemplo, quando nós conhecemos uma pessoa nova,<br />

a conversa chega sempre eventualmente em “O que<br />

você faz?” e nós respondemos com o nosso emprego<br />

atual. Por muito que seja fácil dizer que você<br />

trabalha para tal empresa, em determinada função,<br />

há um dado número de anos… pense se outra<br />

resposta não acabaria por ser mais correta e<br />

interessante. Porque se analisarmos bem, o que você<br />

é não é o que você está a fazer, mas o que você fez e<br />

faz, e isso não são só empregos. O artesanato nos<br />

seus tempos livres, o voluntariado de sábado… essas<br />

coisas também são o que você faz. Onde esteve, onde<br />

está, para onde quer ir… Isso é o quadro completo.<br />

Se pretende parar de ser definido pelo seu emprego,<br />

pare de falar sobre o mesmo como se isso o<br />

definisse. A nossa carreira é nosso caminho, e<br />

efetivamente, Carreiras e empregos andam de mãos<br />

dadas, não pode ter um sem o outro. Os Empregos<br />

são as oportunidades que definem as nossas<br />

carreiras, deixando que nós tentemos coisas, com ou<br />

sem sucesso, e aprender com essas mesmas<br />

experiências. Carreiras são as coleções de<br />

oportunidades. Foque-se nas seguintes questões:<br />

Onde quer chegar? O que pretende atingir? De que<br />

trabalhos gostou e pretende fazer mais vezes? Como<br />

posso melhorar como pessoa a partir do meu<br />

trabalho? Por que estou a fazer isto? Mesmo que seja<br />

normal passar por vários empregos enquanto<br />

crescemos como profissionais, nós sempre<br />

precisamos estar atentos ao caminho que está a ser<br />

traçado, e principalmente ter certeza de que esse<br />

caminho nos levará para onde pretendemos ir. Se<br />

todos os dias chega a casa stressado, desanimado e<br />

exausto, isso significa que não está no caminho<br />

certo. Isso significa que deveria demitir-se?<br />

Depende. Esse emprego acrescenta algo na sua<br />

carreira que não poderia conseguir em outro lugar?<br />

Se a resposta for não, então talvez seja hora de<br />

mudar de emprego. Se a resposta for sim, mantenha<br />

essa ideia na sua mente nos momentos mais<br />

frustrantes e se as perdas não compensarem os<br />

ganhos, passe para a próxima. Quando nós não<br />

temos uma meta as mudanças de trabalho podem<br />

parecer sem sentido, e talvez até no fundo elas<br />

sejam. É importante que tenha sempre em mente<br />

que a sua carreira é sua responsabilidade<br />

EM<br />

DESTAQUE<br />

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N A S N O S S A S M Ã O S<br />

Ser<br />

Madrasta<br />

Por Maria Paula Dias<br />

Quando pensamos em Madrastas a melhor e mais rápida<br />

imagem que nos vem à mente é a das histórias do<br />

WaltDisney, eternamente cinematográficas. Quem não se<br />

lembra da Madrasta Malvada da história da bela cinderela<br />

que ficou aos seus cuidados? Com os seus vestidos bordeaux<br />

e roxos, a bruxa má ficou eternizada. A Rainha Regine<br />

tambem , mais conhecida como Madrasta da Branca Neve.<br />

Caricaturadas, às madrastas ficou o seu fado, a imagem<br />

surreal de um inconsciente coletivo....<br />

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A<br />

bandónicas.<br />

Diabólicas. Sem afeto<br />

para dar, muita<br />

impossibilidade e<br />

confusão para<br />

oferecer. Ditadoras.<br />

Uma Bruxa feia e má.<br />

Infelimente, a<br />

realidade é diferente.<br />

As imagens da WaltDisney dizem mais respeito ao<br />

imaginário angustiante da criança do que à alguma<br />

coerência verdadeira. O pai, separado ou viúvo, fica<br />

só com a criança. No infortúnio, na morte dos dois<br />

pais, a criança fica sozinha como enteada de um<br />

familiar próximo que a queira receber. Ser madrasta é<br />

uma situação complexa, se não, uma das tarefas mais<br />

difíceis no mundo. A história já começa no início do<br />

relacionamento amoroso. As fantasias que se criam e<br />

a ansiedade em relação à criança começam a criar-se.<br />

A relação com a criança é uma incógnita e está<br />

sempre em equação com o pai, o mesmo que é<br />

namorado, companheiro. As conversas, as vivências<br />

deste envolvem sempre a criança. Terá tempo para<br />

aprofundar o seu companheiro e integrar às vezes até<br />

antes da criança surgir o próprio pai e a criança na<br />

sua fala e no seu espaço afetivo. A situação sai do<br />

habitual, a vida em familia não está a iniciar, a família<br />

já existe. Os planos a dois englobam um terceiro ou<br />

quarto. A mãe, longe ou já ausente, existiu.<br />

Complexo, contudo, no final, todos terão que fazer a<br />

sua vida, sem que com isso a criança questione o<br />

espaço da verdadeira mãe. Todas as vivências são<br />

diferentes, notando que o mais importante é ir<br />

vivendo. O afeto transformado nas brincadeiras, nas<br />

zangas e repreensões, nos horários, nos cuidados de<br />

alimentação, higiene, nos trabalhos de casa, no afago,<br />

nas mini-doenças, nos brinquedos, nos passeios, na<br />

sua personalidade que continua em construção ...e<br />

nas aprendizagens com a madrasta. A mãe biológica<br />

será sempre a mãe biológica. Deu à luz, adquiriu<br />

direitos e deveres sobre a criança que ultrapassam, na<br />

maioria dos casos, todos. Para a criança, as dúvidas<br />

podem ser severas se não estiver acompanhada<br />

nessas. Tudo é colocado em questão, na significação<br />

que vai maturar na criança ao longo do convívio, das<br />

reações e das situações e na significação amadurecida<br />

da madrasta. A madrasta a estranha que entra para<br />

uma família que está separada. A madrasta que terá<br />

que respeitar, obedecer, gostar sem muitas vezes<br />

perceber muito bem ou concordar. Se a biológica<br />

existe a situação será muito diferente ao contrário do<br />

seu falecimento. No caso da ausência total da mãe, a<br />

criança poderá ter necessidade de re-construir a<br />

família que tinha estando mais receptiva aos avanços,<br />

com pesinhos de lã ou babysteps, da madrasta. No<br />

caso de uma separação, a madrasta poderá prepararse<br />

para receber muita resistência da criança em<br />

especial se a situação de separação ou divórcio não<br />

estiver bem resolvida. Em ambos os casos, a madrasta<br />

tem que conquistar o seu espaço no afeto da criança e<br />

na representação que esta que lhe quer incutir. Será<br />

desafiada, questionada, recusada ouvindo frases que<br />

perdurão algum tempo, na relação, no seu ouvido e<br />

na sua angústia: ' não mandas em mim', 'não és<br />

minha mãe', ' eu quero a minha mãe', 'não gosto de ti',<br />

' eu faço o que eu quero', ' eu quero o meu pai'.<br />

Assegure-se que esta testagem faz parte da relação.<br />

Ser mãe não é ser madrasta, mas ser madrasta é estar<br />

por vezes em vários papeis. Perceberá ao longo do<br />

tempo qual o seu principal, os limites de cada um na<br />

relação e que tipo de relação se vai desenvolver.<br />

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A PENSAR<br />

1. Não é a mãe da criança. Se mãe está viva, se a<br />

mãe conviveu com a criança, esta tem uma<br />

representação da mãe. Será a Madrasta da<br />

criança. Mesmo que o companheiro tenha a<br />

custória principal da criança, mesmo que a<br />

criança lhe chame mãe. Não acredite que terá os<br />

mesmos direitos sobre a criança que gostava de<br />

adoptar, de ser sua, pois não é. Poderá e deverá<br />

ter um relacionamento autêntico, de amor e<br />

influente com a criança mas será diferente entre<br />

aquele que existe entre a criança e a mãe.<br />

2. Se achar que não consegue lidar com o seu novo<br />

papel ou que não se consegue enquadrar e<br />

sintonizar agulhas com a criança, re-pense.<br />

Procure ajuda com um terapeuta. Abra espaços de<br />

pensamento com alguem neutro e confiável.<br />

5.<br />

Não entre em jogos de silêncios, promessas ou<br />

culpas. Pense as faltas e as falhas e faça um<br />

esforço para repara-las. Não caia na tentação de<br />

culpar as crianças pelas falhas no relacionamento<br />

amoroso. A relação amorosa é de dois e não de<br />

três ou quatro. A relação familiar é de três ou<br />

quatro. Ou mais!<br />

6. Não se compare com outras madrastas e não<br />

procure exaustivamente exemplos a seguir ou<br />

exibicionismos, mesmo que a sua relação familiar<br />

não esteja bem. As pessoas são todas diferentes,<br />

os seus afetos e os seus relacionamentos<br />

7. Vai errar muito. Perdoe-se. Aprenda com os<br />

erros. Não se culpe em demasia. Seja realista e<br />

coerente.<br />

3. Quando pensar que o relacionamento com a<br />

criança regrediu, deu um passo atrás, pense que<br />

poderá ser positivo. Os adultos tambem dão<br />

passos atrás quando a situação não é a expectável<br />

ou não está preparado ou precisa de redefinir os<br />

seus limite ou limar arestas. O seu papel que pode<br />

ser na linha da frente, disponível fisica e<br />

enocionalmente ou de bastidores.<br />

4. Salvaguarde o seu relacionamento amoroso. O<br />

seu companheiro tambem agradecerá pela<br />

vivência que está a transmitir ao seu enteado/a. O<br />

pai já veio com filhos contudo é companheiro/<br />

marido tambem. Não há um sem o outro.<br />

Identifique com clareza os problemas de<br />

afastamento ou dificuldades em conjunto e<br />

resolva em conjunto.<br />

8. Seja Firme nas decisões que toma. Seja gentil e<br />

sábia. Não se julge tanto nem os outros. Pense<br />

primeiro e se não chegar pense de novo. Vai<br />

passar por vários desafios e dificuldades em que<br />

colocará em causa os seus sentimentos pela<br />

criança, pelo companheiro, pelo seu futuro. É um<br />

trabalho árduo e longo de construção. Vai viver<br />

tempos de lua-de-mel com as crianças e vai viver<br />

autênticos pesadelos. Siga o seu próprio exemplo.<br />

9. E lembre-se que o relacionamento amoroso<br />

pode terminar e o seu companheiro levar as<br />

crianças. As mesmas pelas quais chorou, riu e<br />

desesperou. Pode nunca mais as ver ou pode<br />

inclusivé ser uma boa amiga de futuro. Ser<br />

Madrasta é um dos relacionamentos mais<br />

complexos que existe .<br />

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Dossier<br />

Experiência<br />

Ser Discriminado...É outra história. Comum, mas<br />

outra história. Uma história de sentimentos, de<br />

sofrimentos, solidão e aventura. Entre mundos<br />

velhos e mundos novos, o discriminado viveu.<br />

Engana-se enquanto pode ou enquanto necessita.<br />

É um dos seus maiores conflitos. De resistência e<br />

resiliência falamos. De persistência e inteligência<br />

escrevemos. Vidas Mudas, Sabedoras..... que este<br />

mundo faz-se dos fracos. Os fortes são outros.....


Ser Discriminado<br />

DOSSIER EXPERIÊNCIA


DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />

S<br />

er discriminado é ser-se<br />

colocado à margem. Do<br />

convívio, do bem-estar,<br />

do sossego, da<br />

tranquilidade. Da<br />

comunicação, do afeto,<br />

da relação, da evolução.<br />

Na solidão. Hoje em dia,<br />

a discriminação continua<br />

acessa entre os povos, entre as raças, entre o<br />

comum, ao mais ínfimo pormenor até ao mais<br />

ridiculo geral. Discriminar é a ação de diferenciar<br />

ou distinguir. Pouco mais há a dizer sobre a sua<br />

definição a não ser que, é constituinte do ser<br />

humano desde que nasce, na limitação de si e do<br />

outro, na delimitação do seu corpo em relação a<br />

tudo o que o rodeia, nos limites que vão<br />

evoluindo, desenvolvendo-se e eles mesmo<br />

diferenciando-se e traduzindo-se em todas as<br />

situações da sua vida, da sua existência, nas<br />

diferentes áreas tais como a afetiva, cognitiva,<br />

perceptiva, em suma, psíquica e física. Segregar,<br />

marginalizar é parte do ser humano. O passo do<br />

objeto concreto que tanto se materializou à nossa<br />

frente e dentro nós, sermos, até à segregação do<br />

seu semelhante é pequeno! Sempre nos<br />

distinguimos dos outros, ou porque são de outra<br />

cor de pele ou porque têm menos habilitações ou<br />

porque têm menos dinheiro ou porque têm<br />

comportamentos menos próprios, numa<br />

conjugação de sintonias e falta destas.<br />

Procuramos todos a comunicação com aqueles<br />

que nos são semelhantes e não outros. Por<br />

qualquer razão e acima da razão na maior parte<br />

das ocasiões discriminamos, tudo e todos. Com<br />

assento numa moral subjetiva fundamos valores e<br />

convicções, escolhemos caminhos e grupos,<br />

evoluímos. Ou não. Marginalizamos, por<br />

divertimento, por sobrevivência, por satisfação ou<br />

por frustração. Toda e qualquer ação ou<br />

comportamento ocorre da percepção que nós<br />

temos da realidade que nos rodeia, na qual<br />

vivemos. E nesta, estão as pessoas, as mesmas<br />

que tambem delas, decorrem comportamentos<br />

em acordo com as suas percepções. Num mundo<br />

em que a diferença é ponto de honra, em especial<br />

como o nosso, em que, ser-se diferente é ser-se<br />

igual, mais discriminação e atos de<br />

marginalização não podiam haver. A<br />

discriminação dos outros é natural e comum. Se<br />

em pequenos a cor do blusão distingue o amigo<br />

novo na primária, em adultos, um pequeno<br />

rasgão no rosto, é motivo de desconfiança e<br />

conversas de corredores ou afastamento. A<br />

discriminação atinge picos de estupidez e<br />

absurdos aos quais muitos se dão ao luxo e atinge<br />

proporções e massas que nos levou a constituir<br />

teoricamente leis com objetivo de, novamente,<br />

distinguir e marginalizar, aqueles que a<br />

pratiquem, sendo pois considerada crime. O<br />

homem sempre se matou e continuará a fazê-lo.<br />

Sendo crime instituído, na constituição da<br />

republica portuguesa, a par de muitos outros,<br />

inúmeros países, a par de organizações<br />

internacionais, transversais, ser-se discriminado é<br />

uma constante do dia-a-dia, nos paises ditos<br />

evoluídos ou nos outros tantos, cujas reconstruções<br />

constantes são a luta de entidades<br />

internacionais., odiadas entre os que se matam,<br />

mortas porque se impõem em países em guerras<br />

civis. As pessoas em geral podem dividir-se em<br />

dois tipos: as desconfiadas por si, com<br />

necessidades acima da média (?!) de se<br />

distinguirem dos outros, e as que vão adquirindo<br />

desconfiança pelos desconfiados necessitados<br />

Num mundo de vítimas e vítimas agressoras<br />

assim vivemos. A delimitação de actos mais<br />

crueis, deve-se quase exclusivamente ao medo de<br />

encarceramento. (cont...)<br />

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DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />

Ser- se discriminado é o dia-a-dia para a maior<br />

parte das pessoas. Em pequenos grupos ou sós se<br />

acolhem e o outro dia, é outro dia. Ser-se<br />

discriminado é sentir-se inferior, por rasgos<br />

momentos ou por uma vida inteira. Houve um acto<br />

vindo de outro que levou à sua marginalização,<br />

despeito, abuso, gozo e manipulação, no mínimo<br />

dos seus sentimentos. É uma pessoa que se sente<br />

espezinhada, trocidada pelo mundo externo, em<br />

unissono. A sua aprendizagem tambem a distingue.<br />

Aprende a lidar com uma realidade, só ou<br />

partilhada com um mesmo grupo nas mesmas<br />

condições, através do desenvolvimento de uma<br />

capacidade essa sim acima da média para analisar,<br />

diagnosticar os problemas existentes. Aprende a<br />

saber o que não deve, o que não pode, o que não dá<br />

certo. O poder do não, da negação, já muito<br />

argumentada em Sigmund Freud. Aprende a<br />

discriminação e apreende o ser humano. Ser-se<br />

discriminado é ser-se distinguido pelo sofrimento<br />

provocado pelo ódio, pelo gozo, pelo espanto que a<br />

maldade e a crueldade provocam. Pela apreensão e<br />

ingógnita da consituição possível dos outros até ao<br />

momento do seu ato. A pergunta habitual é: como<br />

sobreviveram assim? O mundo vira-se ao contrário<br />

e na resistência ou ainda mais na resiliência não<br />

vira o discriminado. Apreende o específico e o geral<br />

e move-se numa capacidade estrutural, incrivel, de<br />

procura de soluções bem diferentes dos patos, dos<br />

outros, dos que encostados a um sobreiro, riem e<br />

pisam. Adopta uma postura justificativa, exterior a<br />

eele ou uma postura analítica. Seguindo caminhos<br />

diferentes de evolução que só de si dependem, pois<br />

então. Tal como o ciclo do abusado e o abusador,<br />

transforma-se. Escolhe a via da inversão ou da<br />

subversão psicopática. (cont..)<br />

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DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />

Investe na força negativa dos outros e<br />

transforma-a ou iguala-se a estes. Justifica-se,<br />

por cima, e não muda. Paralisa e desevoluiu. É<br />

burro e incompetente, aliando-se ao agressor<br />

que só ele o é mas convive, relaciona-se, salta<br />

da margem para o grupo que constroi a<br />

margem a seu belo prazer, para o molho, para<br />

assim ser igual, discriminar. Não o mesmo,<br />

mas o próximo. É a falta de vontade e coragem<br />

para lidar com o sofrimento, para crescer,<br />

mudar, escondida numa capa da aparencia<br />

externa que termina por subjugar o sistema<br />

que tanto o distinguiu, para o mundo(inho) que<br />

o rodeava. É o discriminado que a favor dos<br />

outros sucumbe aos seus apelos para se tornar<br />

igual. Irresponsáveis, infelizes. Transforma a<br />

sua vida numa grande reclamação. De abusado<br />

a queixoxo. Muito simples. Interioriza a culpa, a<br />

maldade. Faz mal a si. É o derrotado. É o que os<br />

outros querem de si. Aflito sem relação,<br />

argumenta. Não do real abuso mas dos outros,<br />

os falsos, os comodos que vão servindo de<br />

aparencia transferencia simbólica e saudável<br />

daquilo que realmente importa ou importou.<br />

Por desvalorização da situação criminosa,<br />

violenta e cruel ou porque mais rápido e<br />

controlado, o futuro torna-se brilhante, à sua<br />

própria maneira, na cegueira do desespero ou<br />

no limiar do seu sofrimento, sem culpa, porque<br />

não é sua. Cordeiro de um rebanho de<br />

hipocrisia. Se não, esquece o mundo ideal, a<br />

tortura e o ressentimento, mas com memória e<br />

evolui e cresce. Do desafio, do teste, do ser<br />

colocado à prova resiste à tentação de se tornar<br />

igual e iguala-se a si próprio. Essa é a vitória<br />

como a múltipla personalidade que cria<br />

infinitamente outros alguéns além a vítima<br />

indefesa. (cont..)<br />

‘A confiança toma<br />

reconhecimento é d<br />

espaço é além. O te<br />

último desafio’<br />

34 CONSCIENTE Dezembro www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt


outro tom. O<br />

e outro local. O<br />

mpo perdido é o<br />

Em luta constante sem ser sobrevivência já de<br />

existir, viver ou ser, não passa de um acrescento<br />

que entra na máquina da elaboração, da boa<br />

transformação. A máquina tambem é outra. A<br />

perfeição é estúpida e o erro pode ser amigo, em<br />

quantidades suficientes. Reforça-se e reforça os<br />

outros. Do sofrimento massivo e que afina as<br />

artérias, se sai, engrandece as veias. Do oxigénio<br />

afetivo que não recebeu transforma o dióxido e m<br />

excesso, mais rapidamente. Do desaprecio, o rosa<br />

abranca. Da avareza, o preto azula. Ser<br />

discriminado é deixar de ser discriminado porque<br />

já se era. O sentimento refina e o tempo<br />

abrilhanta o ser. Os patetas são eternos, pois<br />

então, externos do externo. As dificuldades e as<br />

limitações do mundo externo são apenas pontos a<br />

vencer ou a contornar. o balanceamento o<br />

favorece. Enquanto o burro, o estúpido aparenta<br />

viver em relação humana, no seu grupinho, o<br />

discriminado, vencedor, alcança a relação. Está<br />

presente, vale alguma coisa, não é um mero<br />

objeto...simpático.Não é o todo, logo é alguma<br />

coisa. Não se é económico na coragem. O conflito<br />

é o interno, não é o beco sem saída.O orgulho não<br />

está na capa da humildade. Não usa as suas<br />

dificuldades físicas, psiquicas, afetivas,<br />

financeiras, profissionais, relacionais para não<br />

crescer ou se manter nelas numa chantagem.<br />

Desapropria-se da inveja e a preversão que lhe<br />

quiseram incutir, os próximos, sempre<br />

habitualmente, motores da máquina trituradora, e<br />

os outros, os patetas habituais, que todos temos<br />

presentes no átomo externo que nos rodeia. Este é<br />

mesmo diferente, não sucumbe.Usa a força<br />

violenta do(s) outro(s) pois distingue-se mais,<br />

marginaliza-se ainda mais, põe-se à margem, mais<br />

ainda. (cont..)<br />

DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />

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DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />

O seu caminho é outro, é de outros e não dos<br />

mesmos. A culpa surreal de não se ter protegido,<br />

de não se ter cuidado, de ser gozado, espezinhado,<br />

de ter sofrido, de ter parado, de ter recuado, e ser<br />

amolgado pelo ódio e pelas gargalhadas maldosas<br />

dos outros, surge como reparadora, não do outro,<br />

que não tem cura, não entendeu, não percebeu,<br />

não compreendeu, ainda e para sempre, está<br />

aquém, mas de si, na subversão da subversão. A<br />

confiança toma outro tom. O reconhecimento é de<br />

outro local. O espaço é além. O tempo perdido é o<br />

ultimo desafio. A lei, essa vem de dentro. Não ha<br />

outra. Ser-se Discriminado é contar uma história<br />

a si próprio durante anos. Só os seus olhos vêem,<br />

Só os seus ouvidos ouvem, Só o seu corpo sente.<br />

Só. A sua lágrima é mais pesada e sente-a<br />

tambem diferente. Ri diferente. Sonha diferente.<br />

Vive diferente. Diferente não de si, não do mundo<br />

que o rodeia, mas daqueles que realmente são<br />

diferentes. Marginalizados por dentro fazem-no<br />

por fora. Ser– se discriminado é estar numa<br />

condição social inferior, contínua, com forças a<br />

esgotarem ou terminadas, porque por dentro, o<br />

mundo é outro, alem de mais largo pois cohabitam<br />

aqueles seres impertigados que nunca<br />

esquecem e em que ofender mais uma vez ainda<br />

dá prazer. E só mais uma vez! Está sozinho é<br />

agora! Não há leis que contenham tamanha<br />

afronta do outro igual. A bem da realidade, não<br />

há lei alguma ou então é complexa. Muito<br />

complexa! Feita por iguais tomam partido.<br />

Quantas vezes virou a cara a um ser abrigo que<br />

pede esmola, encolhido no chão? O que pensou?<br />

Não haverá uma segurança social capaz de<br />

acolher estas pessoas? Não haverá uma lei que os<br />

contemple? Sabe a resposta. Quantas vezes se<br />

emocionou ao se aproximar? Ao dar alguma fruta<br />

esquecida na mala? Duas ’moedas’ em vez da<br />

pedida? Tambem sabe a resposta. Um sem-abrigo<br />

é um ser literalmente esmagado pela crueldade<br />

humana. Arriscaríamos a dizer, puramente da<br />

inveja humana. E muitos outros há. O doente<br />

mental que é gozado. O transsexual que é<br />

apedrejado. O mulçumano que é afastado. O<br />

deficiente físico que é empurrado. A mulher que<br />

é fraca e tola. O ser humano é único na sua<br />

criatividade de excluir aquele em que projeta as<br />

suas culpas e frustrações, a sua incompetência e a<br />

sua pequenez. Sem relação, atira os outros para a<br />

solitária onde se encontra e ainda encontra<br />

colegas para o fazerem tambem, na imaginação<br />

em que se encontra na relação. Ou então na sua<br />

versão positiva, os marginalizados são elevados<br />

como vítimas eternas, impedindo, muitas vezes a<br />

sua real e autêntica evolução. A miséria rodeianos<br />

e ainda nos damos ao luxo de discriminar<br />

mais. A mim o seu reino, vivemos. De barriga ao<br />

léu a banhar-se na vida regojiza o gozão, o<br />

palermão, que fala de alto, demonstrando apenas<br />

a sua inferioridade. De palavras vazias ilude-se ao<br />

tentar iludir os outros. A discriminação continua<br />

a aumentar e a ausência de leis que a contemplem<br />

tambem, sendo bem reforçadas ambas as<br />

situações por aqueles que deviam ter mais<br />

responsabilidade em ambos os assuntos. (cont..)<br />

‘...de barriga ao léu a banhar-se na vida regojiza<br />

o gozão, o palermão, que fala de alto,<br />

demonstrando apenas a sua inferioridade...’<br />

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DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />

A confirmar esta nossa reflexão está o relatório da<br />

Agência Europeia para os direitos fundamentais que<br />

assenta num estudo longitudinal que vai de 1997 a<br />

2005 que indica que a discriminação está a está a<br />

aumentar - no emprego, na habitação ou na<br />

educação, não havendo forma alguma de a fazer<br />

diminuir, a não ser através de campanhas de<br />

educação. Do mesmo relatório, mas de 2017,<br />

salientamos alguns resultados de um país<br />

denominado desenvolvido: O Reino Unido. Com<br />

base em dados nacionais , 18 % dos homens com<br />

idades compreendidas entre os 25 –34 anos<br />

concordam com a frase ‘Eu não quero que as<br />

mulheres da minha vida tenham as mesmas<br />

oportunidades que os homens’ . 17 % dos<br />

homens com idades compreendidas (cont..)<br />

www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Dezembro CONSCIENTE 37


DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />

entre os 25-34 anos afirmam que ficariam em<br />

desvantagem se as mulheres e os homens fossem<br />

mais iguais e 20% dos homens afirma que as<br />

igualdades das mulheres ‘já foram longe<br />

demais’. (fra. Europa.eu). Se nos países<br />

subdesenvolvidos, as mulheres ainda são<br />

mutiladas, esquartejadas, violadas, subjugadas,<br />

nos paises desenvolvidos há consciência da<br />

verdadeira realidade? A Childhood.org no Brasil<br />

registou cerca de 91 mil acusações de violação dos<br />

direitos das crianças, entre eles, negligência,<br />

violência psicológica, violência física e violência<br />

sexual. Com idades compreendidas entre os 8—<br />

14 anos sendo os suspeitos conhecidos da<br />

criança. Da discriminação ao ato consumado,<br />

quantos mais haverá que não são registados? Em<br />

Portugal, segundo o Relatório Anual da APAV, a<br />

média de vitimas em 2016 são, respetivamente +<br />

65 anos : 3 por dia; Até aos 17 anos: 2 por dia;<br />

Mulheres (+ 18 anos) : 14 por dia; Homens ( + 18<br />

anos) : 2 por dia. O sofrimento por abuso, a<br />

discriminação anda nas ruas, nos transportes<br />

públicos, nos empregos, ao seu lado. Em silêncio,<br />

na maior parte dos casos ou em extremos de<br />

bullyings sociais consentidos e aplaudidos,<br />

laborais, virtuais, morais, étnicos ou éticos. Os<br />

principais motivadores da discriminação que<br />

implica uma agressão são quase sempre a família<br />

ou aqueles que estão perto. Amorfos e incapazes,<br />

crueis e invejosos. Não são os desconhecidos que<br />

muito participam que afligem a vítima mas sim<br />

aqueles que durante anos ou uma vida<br />

conviveram com aquele que se tornará, mais cedo<br />

ou mais tarde, no ’saco de lixo’ de todos os males<br />

que os assolam. É preciso é oportunidade.<br />

Vivemos ém grande miséria. Em atuação direta<br />

ou em consentimento para outro tomar a sua<br />

dianteira, são os responsáveis , na maioria das<br />

situações. cont..)<br />

38 CONSCIENTE Novembro www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt


A linguagem e a palavra para isso serve no não se respeita, vive enteiado numa rede social<br />

minimo e o ato e a ação assim lhe assentam no frágil e que raramente conhece. Não lhe<br />

máximo da atrocidade. Dura poucos ou muitos aconteça o mesmo.No país das liberdades de<br />

anos. Da diferenciação passa-se à expressão perdem-se as definições que assim<br />

marginalização, da singularidade atravessa-se<br />

todos os limites do respeito pela condição<br />

humana, não a do outro que já, em muito foi<br />

ultrapassada mas do próprio, a do agressor que<br />

conjugam frases semelhantes . Quase todos os<br />

dias durante séculos assistimos a genocídios, a<br />

atrocidades de seres humanos contra os seus<br />

semelhantes. Pense sobre isso.<br />

Para Recordar:<br />

A Declaração Universal dos Direitos Humanos é um documento consituído pelas Nações Unidas desde 1948,<br />

regulador da organização dos povos e das nações. Estabelece a proteção universal dos direitos humanos e é<br />

carta oficial, de inspiração e de concretização para as républicas em especial em todo o mundo.<br />

DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />

Artigo 1.º—Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência,<br />

devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.<br />

Artigo 2.º—Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados na presente Declaração, sem<br />

distinção alguma, nomeadamente de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou outra, origem nacional ou social,<br />

fortuna, nascimento ou outro estatuto. Além disso, não será feita nenhuma distinção fundada no estatuto político, jurídico<br />

ou internacional do país ou do território da naturalidade da pessoa, seja esse país ou território independente, sob tutela,<br />

autónomo ou sujeito a alguma limitação de soberania.<br />

Artigo 3.º—Todas as pessoas têm direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.<br />

Artigo 4.º—Ninguém pode ser mantido em escravidão ou em servidão; a escravatura e o comércio de escravos, sob<br />

qualquer forma, são proibidos.<br />

Artigo 5.º—Ninguém será submetido a tortura nem a punição ou tratamento cruéis, desumanos ou degradantes.<br />

Artigo 6.º—Todos os indivíduos têm direito ao reconhecimento como pessoa perante a lei.<br />

Artigo 7.º—Todos são iguais perante a lei e, sem qualquer discriminação, têm direito a igual proteção da lei. Todos têm<br />

direito a proteção igual contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal<br />

discriminação.<br />

Artigo 8.º—Todas as pessoas têm direito a um recurso efectivo dado pelos tribunais nacionais competentes contra os atos<br />

que violem os seus direitos fundamentais reconhecidos pela Constituição ou pela lei.<br />

Artigo 9.º—Ninguém pode ser arbitrariamente preso, detido ou exilado.<br />

Artigo 10.º—Todas as pessoas têm direito, em plena igualdade, a uma audiência justa e pública julgada por um tribunal<br />

independente e imparcial em determinação dos seus direitos e obrigações e de qualquer acusação criminal contra elas.<br />

www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Dezembro CONSCIENTE 39


DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />

‘Ninguém será submetido a tortura nem a<br />

punição ou tratamento cruéis, desumanos<br />

ou degradantes’<br />

‘ Todas as pessoas têm direito à vida, à<br />

liberdade e à segurança pessoal’<br />

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sobreviver<br />

O que é a<br />

cumplicidade?<br />

Por Rita António<br />

42 CONSCIENTE Dezembro www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt


Cumplicidade<br />

«Se eu fosse a tua pele<br />

Se tu fosses o meu caminho<br />

Se nenhum de nós se sentisse nunca sozinho<br />

Trocamos as palavras mais escondidas<br />

E só a noite arranca sem doer<br />

Seremos cúmplices o resto da vida»<br />

- Mafalda Veiga<br />

Os Amantes, M. C Escher<br />

Cumplicidade é uma palavra forte que transborda de significado.<br />

e formos ao significado<br />

literal da palavra, ser<br />

cúmplice é o ato de ser co<br />

-autor de algo, pressupõe<br />

sempre um parceiro,<br />

companheiro de ação.<br />

Sem um autor, não temos<br />

um co-autor. É uma<br />

relação bilateral de<br />

lealdade e confiança na qual os objetivos e motivos<br />

estão implícitos, como se fosse um acordo entre duas<br />

partes. Em termos legais, um cúmplice é uma pessoa<br />

que está associada a um crime sem ser o autor direto<br />

do mesmo, ou seja o cúmplice colaborou só na<br />

execução do ato. Por exemplo ‘’os dados da<br />

investigação indicam que um assalto desta magnitude<br />

não pode ter sido realizado sem cúmplices’’.<br />

Deixando a legalidade de parte, quando se fala de<br />

cumplicidade, fala-se de criar laços invisíveis, de<br />

relação que expressa sentimento, preocupação,<br />

companheirismo e camaradagem para com outra<br />

pessoa. É uma partilha de valores, de sentimentos e<br />

de momentos. É fator essencial nas relações humanas,<br />

sendo que nos remete a um profundo conhecimento<br />

do outro, das suas necessidades, dos seus interesses,<br />

pontos fortes e fragilidades. E a uma confiança muito<br />

grande no outro. No que se refere a relações de amor,<br />

seja entre família, amigos ou casal, é um<br />

cumprimento secreto, uma palavra, mil e um<br />

segredos, um colo na hora certa e uma gargalhada<br />

que ‘’só nós entendemos’’ porque somos cúmplices<br />

na nossa relação. Depreende um estar, fisicamente e<br />

em pensamento, um estar que não tem de ser todos os<br />

dias, mas um saber que o que seja preciso e um<br />

telefone que toca, do outro lado atendem no imediato.<br />

É um conceito que como diria Antoine de Saint<br />

Exupéry «O essencial é invisível aos olhos, só se vê<br />

bem com o coração.» e o Principezinho e a raposa,<br />

naquela tarde solarenga foram cúmplices no que é o<br />

criar relações. Desde pequenos que começamos a ser<br />

cúmplices, somos cúmplices do nosso irmão na<br />

guerra do comando de televisão, somos cúmplices na<br />

escola quando derramamos o leite no recreio, temos<br />

um amigo cúmplice que nos defende dizendo ‘’fui eu<br />

e ele que derramámos o leite’’ e achamos que isso<br />

funciona, principalmente aos olhos da auxiliar da<br />

escola. Depois vamos sendo cúmplices em cada vez<br />

que chegamos atrasados às aulas por estar à conversa<br />

no cacifo, somos cúmplices do nosso pai quando<br />

come chocolates às escondidas e a mãe não deixa e<br />

somos cúmplices naquele abraço que damos à nossa<br />

avó quando chegamos a casa.<br />

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Seja Cúmplice<br />

SUGESTÕES<br />

Este Natal, as sugestões são:<br />

......que sejam cúmplices das vossas mães ou avós naquele que é o crime de preparar o tão esperado<br />

jantar da ceia de Natal,<br />

......Desliguem, ou pelo menos tirem os telemóveis de cima da mesa e aproveitem o momento com<br />

a família, esse momento é sagrado e não volta mais,<br />

......Que sejam cúmplices no agendar aquele jantar que nunca mais se fez com os amigos, na<br />

organização de um evento solidário e na organização de uma troca de prendas (como o amigo<br />

secreto, por exemplo) no vosso local de trabalho,<br />

....liguem aos vossos cúmplices e abracem-nos com força. Não só porque é Natal, é porque devia<br />

ser todos os dias, mas teimamos em deixar estes atos de cumplicidade para o Natal.<br />

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saúde<br />

ota<br />

O que é?<br />

A<br />

gota é uma artrite<br />

inflamatória, caracteriza-se<br />

pelos episódios súbitos de dor,<br />

rubor, calor, tumefação e<br />

sensibilidade nas articulações.<br />

Afeta no geral a articulação<br />

maior do dedo grande do pé que se designa por<br />

crise de Podagra. No entanto, pode afetar outras<br />

articulações como as do joelho, tornozelo, pé, mão,<br />

punho e cotovelo. Afeta os homens a partir dos 40<br />

anos e as mulheres a partir dos 60 anos. O ácido<br />

úrico é o produto do metabolismo da<br />

purina. Define-se hiperuricemia como níveis de<br />

ácido úrico no sangue, é o principal fator etiológico<br />

da gota. No caso dos homens o valor pode ser igual<br />

ou superior a 7,0 mg / dL e 6,0 mg / dL nas<br />

mulheres. Essa diferença de valores poderá estar<br />

relacionada com o aumento da excreção renal de<br />

ácido úrico induzida pelos estrogénios nas<br />

mulheres e com o papel da obesidade abdominal,<br />

mais prevalente nos indivíduos do sexo masculino,<br />

que se associa a uma diminuição de ácido úrico. A<br />

maioria das pessoas com hiperuricemia não<br />

Por Rubina Iquebal<br />

desenvolve Gota. Cerca de sete por cento da<br />

população adulta apresenta hiperuricemia, mas,<br />

apenas um por cento desenvolve a doença. Alguns<br />

dos fatores predisponentes para o aparecimento<br />

das crises são a obesidade, a pós-menopausa, a<br />

insuficiência renal, o sexo masculino, o uso de<br />

medicamentos (diuréticos, ciclosporina), o<br />

consumo excessivo de alimentos ricos em purinas,<br />

tais como a carne, mariscos e a ingestão de bebidas<br />

alcoólicas. Pode haver associação com a<br />

Hipertensão Arterial, o Índice de Massa Corporal<br />

elevado, a Insulinorresistência, a Doença Coronária<br />

e a Hipertrigliceridemia, ou seja, com a Síndrome<br />

Metabólica. A maior parte das crises são autolimitadas,<br />

a pessoa melhora ao fim de poucos dias,<br />

mesmo sem medicação. Com a evolução da doença,<br />

as crises tendem a tornar-se cada vez mais<br />

frequentes e prolongadas, chegando a atingir em<br />

simultâneo várias articulações. Após vários anos, os<br />

cristais de ácido úrico podem acumular-se na<br />

articulação e nos tecidos adjacentes, formando<br />

grandes depósitos denominados tofos, que têm o<br />

aspeto de caroços debaixo da pele.<br />

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Outros Problemas<br />

Associados...<br />

Dieta...<br />

Tratamento...<br />

Os cristais de ácido úrico<br />

podem formar pedras nos<br />

rins, nos ureteres (tubos<br />

que ligam os rins com a<br />

bexiga), ou na bexiga.<br />

Existem vários fatores que<br />

podem permitir que haja a<br />

formação desses depósitos.<br />

Podem ocorrer depósitos<br />

quando você não bebe a<br />

quantidade de líquidos<br />

suficientes para que a urina<br />

possa dissolver todo o ácido<br />

úrico. No entanto<br />

recomenda-se a ingestão de<br />

cerca de 2-3 litros de água<br />

por dia.<br />

Existem certos alimentos que<br />

podem aumentar os níveis de<br />

ácido úrico sendo necessário<br />

reduzir as quantidades<br />

ingeridas tais como:<br />

sardinhas, anchovas, frutos<br />

do mar, aves, carnes, rim,<br />

fígado, feijão, soja, ervilha,<br />

entre outros alimentos. Pode<br />

consumir café e chá, mas<br />

deve limitar a quantidade de<br />

álcool que ingere. O álcool<br />

em excesso, sobretudo a<br />

cerveja, o vinho e outras<br />

bebidas alcoólicas podem<br />

aumentar os níveis de ácido<br />

úrico e, deste modo<br />

desencadear um episódio de<br />

gota.<br />

O tratamento deve ser<br />

adaptado para cada pessoa,<br />

consiste em tomar a<br />

medicação e controlar a<br />

dieta. O tratamento<br />

farmacológico pode ser feito<br />

com colchicina ou com antiinflamatórios<br />

não esteroides<br />

(AINEs). Os objetivos desta<br />

terapêutica consistem em<br />

acalmar a dor, reduzir a<br />

duração da inflamação<br />

durante um episódio agudo,<br />

precaver episódios futuros e<br />

evitar que haja lesões nas<br />

articulações.<br />

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SUPER ALIMENTOS<br />

ALIMENTOS<br />

DO<br />

CORAÇÃO<br />

Por Ana Rosa<br />

S<br />

egundo o Instituto<br />

Nacional de Estatística em<br />

2015 as doenças associadas<br />

ao aparelho circulatório<br />

correspondem à principal<br />

causa de morte em<br />

Portugal. No entanto, tem<br />

havido um decréscimo de<br />

mortes desde há alguns<br />

anos. A Direção Geral de Saúde (DGS) realizou um<br />

estudo onde revelou que o abuso do sal é um dos<br />

riscos alimentares evitáveis que mais rouba anos de<br />

vida saudável e provoca mais de 70% das mortes<br />

provocadas por doenças do aparelho<br />

cardiovascular. Um dos problemas apontados para<br />

estes números alarmantes é o facto de ser silenciosa<br />

e por isso “é possível passar anos sem saber que a<br />

tem”. Desde 2016 a DGS desenvolveu um programa<br />

de saúde considerado prioritário de Doenças<br />

Cérebro-Cardiovascular, onde se promove a<br />

redução ou inibição da doença cardiovasculares e<br />

também para promoção de prevenção, tratamento e<br />

reabilitação destas doenças, pelo sistema de saúde.<br />

(cont..)<br />

48 CONSCIENTE Dezembro www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt


Alguns fatores de risco não podem ser alvo de<br />

intervenção, como é o caso dos fatores hereditários<br />

e história familiar. Porém uma parte significativa<br />

pode ser controlada através de algumas medidas:<br />

Vigiar a tensão arterial<br />

Não fumar<br />

Reduzir os níveis de colesterol<br />

VEJA QUAIS SÃO OS<br />

ALIMENTOS DE UMA DIETA<br />

SAUDÁVEL,<br />

ALIMENTOS DO<br />

Evitar o sedentarismo<br />

Controlar a glicemia<br />

Manter um peso e dieta saudáveis<br />

CORAÇÃO<br />

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ALIMENTOS D<br />

Peixes Gordos<br />

Porquê? Têm na sua constituição ácidos gordos óm ega 3 que<br />

tem um efeito anti-coagulação (manutenção do fluxo de sangue) e tem<br />

ajudam na diminuição dos triglicerídeos*.<br />

Que Quantidade? Pelo m enos 2 porções por sem ana. Cada<br />

porção têm em média 100g.<br />

Opções alimentares? Salm ão, atum , sardinha, cavala e truta.<br />

Frutos oleaginosos<br />

Porquê? Têm na constituição gorduras m onoinsaturadas<br />

(gorduras boas), que ajudam a diminuir o colesterol LDL* (mau colesterol)<br />

e aumenta o colesterol HDL (bom colesterol).<br />

Que quantidade? Está provado que o consum o de 150g destes<br />

frutos por semana ajuda a reduzir o risco de doença cardíaca.<br />

Opções alimentares? Nozes, am êndoas, castanha de caju, pistacho, sem entes de linhaça e<br />

chia.<br />

Leguminosas<br />

Porquê? Têm um a boa quantidade de fibra que ajuda a<br />

diminuir o colesterol LDL (mau colesterol)<br />

Que quantidade? Cerca de 25g por dia.<br />

Outras opções alimentares? Grão de bico, lentilhas e<br />

feijões. Frutas e vegetais.<br />

Aveia<br />

Porquê? Apresenta um tipo de fibra (beta-glucano) que reduz o<br />

colesterol LDL.<br />

Que quantidade? Cerca de 130g de aveia cozida por dia seria o<br />

suficiente<br />

Azeite<br />

Porquê? É das m elhores gorduras para se usar pois não tem gorduras saturada,<br />

colesterol nem gorduras trans*.<br />

Que quantidade? Consum ir cerca 2 colher de sopa de azeite por dia.<br />

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O CORAÇÃO<br />

Chocolate negro<br />

Porquê? O cacao é rico em flavonoides, que ajuda a dim inuir a<br />

pressão arterial e evitar os coágulos sanguíneos. Atua também como<br />

antioxidante.<br />

Que quantidade? Pelo menos 70g de chocolate negro (70% cacau)<br />

por semana.<br />

Abacate<br />

Porquê? Tem na sua constituição gorduras m onoinsaturadas<br />

(gorduras boas) que diminuem o mau colesterol. Também parecem ter um<br />

efeito anti-inflamatório.<br />

Que quantidade? 30g por dia seria suficiente.<br />

Uvas<br />

Porquê? Têm resveratrol, que ajuda a com bater as<br />

inflamações, proteção de doenças cardiovasculares e até de cancro.<br />

Que quantidade? Cerca de 2 copo de vinho tinto ou sum o de<br />

uva natural por dia.<br />

Nutri-ssário:<br />

Polifenois – substâncias que destroem os danos causados pelos radicais livres*<br />

Radicais livres – moléculas resultantes da degradação de alimentos em nutrientes,<br />

que em excesso podem ser tóxicas ao nosso organismo. Existem também fatores<br />

externos que contribuem para o aumento destas substâncias no nosso organismo,<br />

como poluição, raios -X, tabaco, álcool, stress, pesticidas, entre outros.<br />

Gordura Trans – óleos parcialmente hidrogenados<br />

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Receitas saudáveis e Alternativas<br />

<br />

Batido de Cacau, Abacate e Maçã<br />

Entrada; 1 pessoa Tipo: Low carb<br />

Misturar todos os ingredientes num liquidificador e triturar. Está<br />

pronto a servir<br />

: 1 chávena de leite magro<br />

1/3 de chávena de cacau<br />

em pó<br />

½ chávena de espinafres<br />

congelados<br />

½ abacate<br />

1 maça com casca (sem<br />

caroço)<br />

2 colheres de sopa de mel<br />

1 pitada de sal<br />

Gelo q.b.<br />

<br />

Panquecas de Aveia e Mirtilos<br />

Sobremesa; 2 pessoas, Tipo: poucas calorias<br />

Numa taça bater 2 ovos. De seguida juntar a farinha de aveia e a<br />

canela e envolver bem. Adicionar o leite até obter uma consistência<br />

não muito liquida. Envolver bem. Colocar uma frigideira antiaderente<br />

em lume médio. Quando estiver quente colocar 1 colher de<br />

servir de massa. Colocar os mirtilos a gosto. Virar a panqueca quando<br />

se formarem<br />

pequenas<br />

bolinhas na<br />

superfície.<br />

Pode servir<br />

com mel.<br />

4 colheres de sopa de<br />

farinha de aveia<br />

2 ovos<br />

Leite magro qb.<br />

Canela q.b.<br />

Mirtilos q.b.<br />

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Feijocas em Tomate e Oregãos<br />

Prato Principal 2 pessoas, Tipo: poucas calorias<br />

Demolhar<br />

as feijocas de um dia para o outro. Cozer em agua numa panela de pressão por 15<br />

minutos. Reservar. Em lume brando alourar a cebola e o alho picado no azeite.<br />

Juntar o tomate picado. Acrescentar as feijocas, mexer, temperar a gosto e deixar<br />

tomar sabor. Pode servir como entrada ou como prato principal vegetariano,<br />

acompanhando arroz e salada.<br />

200g de feijocas<br />

1 tomate maduro<br />

1 dente de alho<br />

1 cebola nova<br />

Sal, pimenta, orégãos,<br />

azeite e água q.b.<br />

<br />

Hamburguer de Grão de Bico e Caril<br />

Prato principal; 2/3 pessoas: Tipo: Poucas calorias;<br />

Num processador de alimentos reduza a aveia em flocos a farinha. Junte o grão,<br />

alho, e os outros temperos. Triture novamente, até a mistura ficar homogénea.<br />

Forme 5 ou 6 hambúrgueres. Se não servir todos no mesmo dia, pode guardá-los no<br />

congelador, envolvidos em película aderente. Para cozinhar os hambúrgueres,<br />

aqueça numa frigideira anti-anderente um fio de azeite e coloque os hambúrgueres,<br />

deixe fritar cerca de 3 minutos de um<br />

lado, e depois vire cuidadosamente, e<br />

frite o outro lado. Coloque o<br />

hambúrguer de grão no pão,<br />

juntamente com folhas de alface,<br />

rodelas de cebola, pickles de pepino.<br />

¼ chávena (25g) de aveia<br />

em flocos<br />

3 chávena (520g) de grão<br />

de bico cozido (ou uma lata<br />

grande)<br />

1 dente de alho<br />

1 colher de chá de caril em<br />

pó<br />

2 a 3 colheres de sopa de<br />

azeite<br />

2 colheres de sopa de salsa<br />

picada<br />

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RECEITAS<br />

Receitas de<br />

NATAL e FIM de<br />

ANO 2017<br />

54 CONSCIENTE Dezembro www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt


Crumble de perú e batata doce<br />

Prato principal; 4 pessoas<br />

600g de abóbora;<br />

300g de batata-doce;<br />

500g de peito de peru;<br />

4 dentes de alho;<br />

2 cebolas;<br />

2 colheres de sopa de farinha;<br />

200mL de leite magro;<br />

1 colher de sopa de azeite;<br />

Tomilho e salsa q.b;<br />

Sal e pimenta q.b;<br />

80g de flocos de aveia finos;<br />

2 pães de mistura pequenos<br />

(secos);<br />

40g de manteiga magra.<br />

Modo de Preparação<br />

Preparar o crumble, triturando os pães secos juntamente com os flocos de aveia, a manteiga, 1 dente de<br />

alho e um pouco de salsa, de forma a obter uma mistura tipo pão ralado, e reservar;<br />

Picar 3 dentes de alho e as cebolas e colocar num tacho ao lume juntamente com o azeite;<br />

Cortar o perú em pedaços, temperar com sal e acrescentar ao tacho;<br />

Quando a carne estiver cozinhada, retirar do lume, deixar arrefecer e desfiar;<br />

Descascar a batata-doce e a abóbora e cortar em cubos pequenos;<br />

Num tacho maior, juntar a batata-doce, a abóbora, a carne e a farinha;<br />

Temperar com pimenta, tomilho e sal a gosto;<br />

Cozinhar em lume brando durante cerca de 10 minutos, mexendo algumas vezes;<br />

Colocar o cozinhado num recipiente de ir ao forno e regar com o leite;<br />

Cobrir com o crumble preparar e levar ao forno durante cerca de 30 minutos em forno pré-aquecido a<br />

180ºC;<br />

Quando estiver dourado na superfície, está pronto a servir<br />

www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Dezembro CONSCIENTE 55


Polvo guisado com tostas<br />

Prato principal; 4 pessoas<br />

1kg de polvo;<br />

3 dentes de alho;<br />

2 cebolas;<br />

350g de tomate maduro;<br />

150ml de vinho verde branco;<br />

2 colheres de sopa de azeite;<br />

1 folha de louro;<br />

Salsa q.b.;<br />

Sal e pimenta q.b.;<br />

3 pães pequenos de mistura<br />

Modo de Preparação<br />

Cozer o polvo em panela com água, 1 folha de louro, 1 cebola e 1 dente de alho, até estar tenro;<br />

Depois de cozido, escorrer bem o polvo e separar os tentáculos, mantendo-os inteiros, e cortar as cabeças<br />

em pedaços;<br />

Picar os restantes dentes de alho, cortar a outra cebola em rodelas finas e colocar num tacho juntamente<br />

com o azeite;<br />

Acrescentar o tomate sem casca e partido aos pedaços e a salsa picada e deixar cozinhar em lume brando<br />

durante cerca de 10 minutos;<br />

Juntar o polvo e regar com o vinho branco;<br />

Corrigir os temperos com o sal e a pimenta e deixar apurar durante cerca de 10 minutos;<br />

Desligar o lume, empratar e decorar com salsa picada;<br />

Acompanhar com os pães de mistura fatiados e torrados.<br />

Rabanadas no forno<br />

Prato principal; 4 pessoas<br />

7 fatias de pão de mistura;<br />

400mL de leite magro;<br />

1 casca de limão;<br />

2 ovos;<br />

3 colheres de sopa de mel;<br />

Canela q.b.;<br />

3 colheres de sopa de água;<br />

1 colher de sopa de azeite<br />

56 CONSCIENTE Dezembro www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt


Modo de Preparação<br />

Aquecer o leite num tacho com a casca de limão, o mel e a canela em pau;<br />

Untar um recipiente de ir ao forno com o azeite;<br />

Bater os ovos com a água;<br />

Embeber as fatias de pão na mistura de leite até ficarem bem ensopadas;<br />

Passar as fatias pelo ovo e colocar no recipiente sem as sobrepor;<br />

Levar ao forno a 250ºC por cerca de 15 minutos, virando as rabanadas a meio do tempo;<br />

Quando estiverem douradas de ambos os lados, retirar e polvilhar com canela em pó e um fio de mel.<br />

Bolo—Rainha<br />

1 bolo<br />

400g de farinha de espelta;<br />

200g de farinha de amêndoa;<br />

100mL de leite magro;<br />

130g de açúcar mascavado;<br />

4 ovos;<br />

130g manteiga sem sal à<br />

temperatura ambiente;<br />

300g de frutos secos a gosto<br />

(amêndoas, nozes, avelãs,<br />

pinhões, passas);<br />

1 colher de café de sal<br />

Modo de Preparação<br />

Misturar as farinhas com o sal, fazendo uma abertura no centro;<br />

Dissolver o fermento no leite morno e deitar a mistura no centro das farinhas, misturando um pouco de até formar<br />

uma pasta mole;<br />

Deixar repousar;<br />

Entretanto, à parte, misturar a manteiga com o açúcar e 3 ovos;<br />

Ao observar pequenas bolhas na mistura das farinhas com o fermento, acrescentar o preparado anterior;<br />

Amassar tudo até obter uma massa elástica e não muito pegajosa;<br />

Picar parte dos frutos secos de forma grosseira (sem triturar) e acrescentar à massa;<br />

Amassar de forma a garantir que ficam repartidos uniformemente;<br />

Tapar com um pano e deixar fermentar até duplicar de volume;<br />

Quando já estiver levedado, deitar a massa numa superfície enfarinhada, formar uma bola e, com as mãos, fazer<br />

uma abertura no centro;<br />

Colocar a massa num tabuleiro de ir ao forno forrado com papel vegetal e deixar levedar durante mais uma hora;<br />

Pincelar com a gema do ovo, dissolvida numa colher de sopa de água;<br />

Decorar a gosto com os restantes frutos secos;<br />

Levar ao forno a 180ºC durante cerca de 40 minutos.<br />

www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Dezembro CONSCIENTE 57


Salmão em cama de broa e legumes<br />

Prato principal; 4 doses<br />

1kg de polvo;<br />

3 dentes de alho;<br />

2 cebolas;<br />

350g de tomate maduro;<br />

150ml de vinho verde branco;<br />

2 colheres de sopa de azeite;<br />

1 folha de louro;<br />

Salsa q.b.;<br />

Sal e pimenta q.b.;<br />

3 pães pequenos de mistura<br />

Modo de Preparação<br />

Temperar o salmão com sal e limão;<br />

Envolver em papel vegetal e levar ao forno durante cerca de 20 minutos a 180ºC;<br />

Partir os pimentos e a cebola em cubos, ralar a cenoura e cortar a courgette em juliana;<br />

Misturar todos os legumes e reservar;<br />

Esfarelar a broa e misturar com um pouco de salsa picada;<br />

Num prato individual, dispor a broa em forma circular, cobrir com a mistura de legumes e, por fim,<br />

colocar o lombo de salmão cozinhado, repetindo o procedimento nos 4 pratos;<br />

Polvilhar com salsa picada<br />

Magret de pato com laranja<br />

Prato principal; 4 pessoas<br />

500g de peito de pato;<br />

8 chalotas;<br />

100ml de vinho branco;<br />

1 laranja;<br />

600g de couve branca;<br />

1 colher de sopa de azeite;<br />

1 colher de sobremesa de<br />

vinagre balsâmico;<br />

Sal e pimenta q.b<br />

58 CONSCIENTE Dezembro www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt


Modo de Preparação<br />

Cozinhar numa frigideira anti-aderente os peitos do pato com pele (dar previamente uns golpes na<br />

pele) temperados com sal;<br />

Ir virando de forma a alourar em todos os lados;<br />

Na mesma frigideira (mas sem a gordura libertada pela pele do pato), adicionar o azeite e refogar as<br />

chalotas picadas;<br />

Juntar a couve cortada em juliana, o vinho branco, o vinagre balsâmico, uma pitada de sal e de<br />

pimenta;<br />

Deixar cozinhar durante cerca de 5 minutos em lume brando;<br />

Cortar a laranja em meias-luas finas;<br />

Servir o pato cortado em fatias finas juntamente com uma rodela de laranja;<br />

Como acompanhamento, servir com o refogado de chalotas e couve e arroz branco.<br />

Leite Creme<br />

Prato principal; 4 doses<br />

800mL de leite magro;<br />

50g de amido de milho;<br />

casca de limão;<br />

1 ovo inteiro;<br />

2 gemas;<br />

2 colheres de sopa de mel;<br />

1 colher de sopa de stevia;<br />

1 pau de canela;<br />

1 colher de chá de aroma de<br />

baunilha<br />

Procedimento:<br />

Num tacho, colocar todos os ingredientes e misturar bem;<br />

Levar a lume brando até engrossar, mexendo sempre;<br />

Quando ferver, desligar o lume e colocar num recipiente grande ou em 4 individuais;<br />

Deixar arrefecer e polvilhar com canela<br />

www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Dezembro CONSCIENTE 59


Tarte de Limão<br />

1 Tarte—5 individuais<br />

4 chávenas de chá de flocos de<br />

aveia finos;<br />

6 chávenas de chá de côco<br />

ralado;<br />

1 banana;<br />

2 iogurtes gregos ligeiros;<br />

Óleo de côco q.b.;<br />

3 colheres de sopa de mel;<br />

Sumo de 1 limão;<br />

Raspas de limão<br />

Modo de Preparação<br />

Para fazer a base da tarte, triturar os flocos de aveia juntamente com 4 chávenas<br />

Acrescentar água gradualmente juntamente com 1 colher de sopa de mel até se o<br />

desejada;<br />

Pincelar as formas de tarte (5 individuais) com um pouco de óleo de côco e forrá<br />

preparada;<br />

Para o recheio, juntar a banana, 2 chávenas de côco ralado, 2 colheres de sopa d<br />

sumo de limão e algumas raspas de limão e triturar;<br />

Colocar o preparado nas formas e decorar com algumas raspas de limão;<br />

Levar ao frigorífico por algumas horas (se desejar melhorar a consistência, levar<br />

congelador);<br />

Servir frio.<br />

TISANAS Sempre a jeito!<br />

Tisana de Gengibre:<br />

Tisana de Lúcia—Lima<br />

Indicada para ajudar a melhorar situações de enjoo<br />

Ingredientes:<br />

1 raíz de gengibre cortada em pedaços;<br />

1 ramo de alecrim;<br />

Casca de limão q.b.<br />

Indicada para ajudar em situações d<br />

Ingredientes:<br />

Folhas de lúcia-lima;<br />

1 ramo de cardo– santo<br />

Casca de limão q.b.<br />

<br />

Procedimento:<br />

<br />

Procedimento:<br />

Ferver os ingredientes por cerca de 10 minutos;<br />

Deixar repousar e arrefecer ligeiramente;<br />

Coar e servir quente.<br />

Ferver os ingredientes por cerca de<br />

Deixar repousar e arrefecer ligeiram<br />

Coar e servir quente.<br />

60 CONSCIENTE Dezembro www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt


de côco ralado;<br />

bter a consistência<br />

-las com a massa<br />

e mel, os iogurtes, o<br />

um pouco ao<br />

:<br />

Tisana de Funcho:<br />

e enfartamento<br />

Indicada para ajudar em situações de azia, flatulência ou obstipçãp<br />

Ingredientes:<br />

1 colher de sopa de sementes de funcho;<br />

Folhas de hortelã, q.b.<br />

<br />

Procedimento:<br />

Ferver os ingredientes por cerca de 10 minutos;<br />

10 minutos;<br />

ente;<br />

Deixar repousar e arrefecer ligeiramente;<br />

Coar e servir quente.<br />

www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Dezembro CONSCIENTE 61


52 CONSCIENTE Setembro


Crónicas MAIS SAÚDE<br />

Mês de dezembro<br />

66 8 EM CADA 10 PESSOAS TERÃO UM EPISÓDIO DE LOMBALGIA AO<br />

LONGO DA VIDA<br />

Sugestões para a prevenir<br />

67 MÉDICOS SENSIBILIZAM CRIANÇAS PARA A PREVENÇÃO DAS DOENÇAS<br />

DA COLUNA<br />

Dia Mundial da Coluna assinalou-se a 16 de Outubro<br />

68 MULHERES COM CANCRO DA MAMA SENSIBILIZAM PARA A<br />

IMPORTÂNCIA DO TEMPO PARTILHANDO O SEU TESTEMUNHO<br />

70 DOENÇA DE ALZEIMER É A TERCEIRA CAUSA DE MORTE PREMATURA<br />

Doença degenerativa do foro neurológico afeta atividades simples do quotidiano<br />

71 1 EM CADA 15 PORTUGUESES COM MAIS DE 80 ANOS SOFRE DE<br />

ESTENOSE CARDÍACA


+ Saúde<br />

Estima-se que 8 em cada 10 pessoas<br />

terão um episódio de lombalgia ao longo<br />

da sua vida<br />

Dr. Manuel Tavares de Matos<br />

ortopedista e presidente da Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral<br />

Andreia Garcia || andreiagarcia@miligrama.com.pt ||<br />

A<br />

lombalgia define-se como a dor<br />

numa área posterior do corpo,<br />

Para prevenir as lombalgias recomenda-se.<br />

entre a ultima costela e a região<br />

glútea, com ou sem irradiação<br />

Fortificar a musculatura paravertebral,<br />

pelo membro inferior (ciática),<br />

abdominal e glútea, exercícios de alongamento e<br />

sendo aguda se a duração for de<br />

estiramento<br />

um dia até seis semanas, subaguda até as doze<br />

Evitar uma vida sedentária - Exercícios<br />

semanas e após esta consideramos estar perante<br />

uma lombalgia crónica. Estima-se que 8 em cada 10<br />

pessoas terão um episódio de lombalgia ao longo da<br />

sua vida.Em relação ao curso habitual da doença, 50<br />

a 60% recuperam numa semana, 95% em 3 meses e<br />

<br />

cardiovasculares – andar, correr, bicicleta,<br />

natação<br />

Evitar a posição sentada, esforços em anteflexão<br />

do tronco e rotação<br />

apenas 5 a 10% dos casos desenvolvem lombalgia<br />

crónica, sendo que esta afeta 3 a 4 vezes mais a<br />

população entre os 50 e os 60 anos de idade com<br />

uma prevalência cerca de 50% mais alta na mulher.<br />

Quanto às causas temos de estar alertas para casos<br />

de infeção, de patologia tumoral ou alterações<br />

estruturais como escolioses que se possam<br />

manifestar deste modo, sendo que o mais habitual é<br />

serem consequência de alterações degenerativas dos<br />

discos intervertebrais. Outros fatores podem<br />

também contribuir para as lombalgias como estado<br />

psicológico; ansiedade, depressão, stress das<br />

responsabilidades, stress psicológico no trabalho;<br />

fatores psicossociais; intensidade da atividade física<br />

no trabalho; movimentos repetidos de rotação,<br />

exposição a vibração; tabaco e obesidade.<br />

66 CONSCIENTE Dezembro www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt<br />

Tratar a Obesidade – parece facilitar progressão<br />

para cronicidade<br />

Tratar a osteoporose reforçando a estrutura<br />

óssea<br />

Tratar os fatores psicosociais como estados<br />

depressivos ansiosos e de insatisfação no<br />

trabalho<br />

Diminuir a exposição a vibrações<br />

Efetuar o despite da Escoliose<br />

Tratar as doenças primárias e desse modo evitar<br />

a manifestação secundária ou sua extensão à<br />

coluna (doenças reumáticas, tumores, infeções<br />

como p.ex. tuberculose)<br />

A SPPCV foi fundada em 2003 com o objetivo de promoção, estudo,<br />

investigação e divulgação das questões inerentes à problemática da<br />

prevenção, diagnóstico e tratamento das patologias da coluna vertebral.<br />

Para mais informações consulte http://sppcv.org/


Médicos sensibilizam<br />

crianças para prevenção<br />

+ Saúde<br />

das doenças da<br />

coluna<br />

Andreia Garcia || andreiagarcia@miligrama.com.pt ||<br />

Dia Mundial da Coluna assinalou-se a 16 de outubro<br />

A<br />

Sociedade Portuguesa de<br />

Patologia da Coluna Vertebral<br />

(SPPCV) promoveu sessões<br />

de esclarecimento em escolas<br />

básicas e secundárias, em<br />

Lisboa e Porto, no âmbito das<br />

comemorações do Dia Mundial da Coluna, que se<br />

assinalou a 16 de outubro. As iniciativas tiveram<br />

como principal objetivo reforçar a importância da<br />

prevenção das doenças da coluna e serão<br />

ministradas pelo ortopedista Jorge Alves e pelo<br />

neurocirurgião Bruno Santiago, membros da<br />

direção da Sociedade Portuguesa de Patologia da<br />

Coluna Vertebral. Este ano, o Dia Mundial da<br />

Coluna tem como mote “As tuas Costas em ação”<br />

por forma a promover a importância do exercício<br />

físico e a melhoria da postura, como parte fulcral<br />

para a prevenção de lesões na coluna. De acordo<br />

com a Organização Mundial da Saúde, 1 em cada 4<br />

adultos não é ativo o suficiente. “É fundamental<br />

apostar na prevenção, diminuindo os esforços<br />

sobre a coluna quando esta se encontra dobrada<br />

sobretudo o levantamento incorreto de objetos<br />

pesados, os movimentos repetidos em flexão e<br />

rotação e as situações que transmitam trepidação.<br />

Deve evitar-se ainda a vida sedentária, efetuando<br />

regularmente exercício de baixo impacto<br />

(caminhadas, natação, hidroginástica, bicicleta...),<br />

conclui o ortopedista Manuel Tavares de Matos,<br />

presidente da SPPCV.<br />

A SPPCV foi fundada em 2003 com<br />

o objetivo de promoção, estudo,<br />

investigação e divulgação das<br />

questões inerentes à problemática<br />

da prevenção, diagnóstico e<br />

tratamento das patologias da coluna<br />

vertebral. Para mais informações<br />

consulte http://sppcv.org/<br />

www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Dezembro CONSCIENTE 67


+ Saúde<br />

Mulheres com cancro da mama<br />

sensibilizam para a importância do<br />

tempo partilhando o seu testemunho<br />

de vida<br />

Catarina Ramalho | Ana Saleiro | Sofia Aguiar ||<br />

catarina.ramalho@novartis.com | anasaleiro@lpmcom.pt | sofiaaguiar@lpmcom.pt ||<br />

<br />

<br />

<br />

Campanha Tempo para Viver reflete a importância do tempo na vida das mulheres com cancro da<br />

mama nas várias fases da doença<br />

Doentes portugueses participam em álbum digital europeu sensibilizando a opinião pública para a<br />

importância de continuar a investigar e a tratar as mulheres com cancro da mama nas diferentes fases<br />

da doença<br />

Vídeos da campanha contam com o apoio de bloggers portuguesas<br />

Porto Salvo, 30 de outubro, 2017 –<br />

Arrancou a campanha Tempo Para Viver, uma<br />

iniciativa que junta mulheres portuguesas com<br />

cancro da mama nas várias fases da doença e<br />

que visa sensibilizar a população para a<br />

importância do tempo na perspetiva das<br />

doentes. A campanha surgiu no âmbito do Mês<br />

de Sensibilização para o Cancro da Mama e<br />

pretende transmitir uma mensagem de<br />

esperança a todas as mulheres que vivem a<br />

experiência do cancro da mama. A campanha<br />

envolveu a participação de mulheres portuguesas<br />

que consideraram relevante partilhar o<br />

que significa para si o tempo. Estas mulheres<br />

relatam em vídeo a forma como lidam com o<br />

tempo e explicam de que forma o cancro alterou<br />

a sua identidade/mudou a sua forma de<br />

pensar, as transformou. Numa conversa com<br />

as bloggers Ana Gomes (A Melhor Amiga da<br />

Barbie), Margarida Almeida (Style It Up) e Rita<br />

Ferro Alvim (Socorro… Sou Mãe!) as mulheres<br />

com cancro refletem sobre uma vida<br />

normal em que o tempo assume, por vezes, um<br />

outro valor. Para além do vídeo esta campanha<br />

conta com fotografias que irão integrar uma<br />

campanha internacional que envolve a criação<br />

de um álbum digital com testemunhos de mulheres<br />

com cancro da mama e que visa sensibilizar<br />

a sociedade para a importância de continuar<br />

a investigar e a tratar as mulheres com<br />

cancro da mama nas diferentes fases da doença.<br />

“Para estas doentes, o tempo é muito importante<br />

e esta campanha faz todo o sentido.<br />

Graças à evolução dos tratamentos, estas mulheres<br />

continuam a ter tempo para viver e com<br />

qualidade de vida. Têm tempo para elas, tempo<br />

para a família, tempo para o trabalho e<br />

tempo para a sociedade.<br />

68 CONSCIENTE Dezembro www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt


É preciso mostrar que a realidade do cancro<br />

está a mudar. Que cada vez mais faz sentido<br />

falar em doença crónica e que devemos estar<br />

cada vez mais disponíveis para perceber as<br />

várias fases da doença. Hoje o tempo é de<br />

falar, é de partilhar, é de investir”, revela<br />

Tamara Milagre, presidente da Associação<br />

Evita, uma das associações de doentes que<br />

quis associar-se à campanha, convidando<br />

algumas das suas associadas a participar. “O<br />

cancro da mama metastizado é um tema ainda<br />

pouco abordado, mas de extrema importância<br />

porque estas mulheres continuam<br />

a precisar de respostas ao nível dos cuidados<br />

de saúde, dos tratamentos e da própria sociedade<br />

e para a Evita é um prazer enorme<br />

poder envolver as nossas mulheres numa<br />

campanha como esta, na qual damos voz às<br />

mulheres enquanto passamos uma mensagem<br />

de esperança”, conclui Tamara Milagre.<br />

O cancro da mama avançado compreende<br />

o cancro da mama metastático<br />

(estadio IV) e o cancro da mama localmente<br />

avançado (estadio III) 1 . O cancro da mama<br />

metastático é a forma mais grave da doença<br />

e ocorre quando o cancro se espalha para<br />

outras partes do corpo, como o cérebro, ossos<br />

ou fígado 1 . O cancro da mama localmente<br />

avançado ocorre quando o cancro se espalhou<br />

para os gânglios linfáticos e/ou outros<br />

tecidos na área da mama, mas não para<br />

locais distantes no corpo 1 .<br />

A campanha #TempoParaViver é uma<br />

iniciativa da Novartis que conta com o<br />

envolvimento das Associações Evita e<br />

Amigas do Peito, estando inserida na<br />

campanha internacional #MyTimeOurTime.<br />

Referências:<br />

American Cancer Society. How do you determine the stage of breast<br />

cancer? Available at http://www.cancer.org/cancer/breastcancer/<br />

detailedguide/breast-cancer-staging. Accessed May 10, 2016<br />

Sobre a Novartis<br />

A Novartis disponibiliza soluções de saúde inovadoras<br />

destinadas a dar resposta às necessidades em constante<br />

evolução dos doentes e da sociedade. Sediada em<br />

Basileia, na Suíça, a Novartis dispõe de um portefólio<br />

diversificado para responder de forma adequada a estas<br />

necessidades: medicamentos inovadores, genéricos e<br />

biossimilares económicos e cuidados oculares. A<br />

Novartis é a única empresa global com posições de<br />

liderança em todas estas áreas. Em 2016, o Grupo<br />

alcançou um volume total de vendas de 48.5 mil<br />

milhões de dólares e investiu 9 mil milhões de dólares<br />

em Investigação e Desenvolvimento. As empresas do<br />

Grupo Novartis empregam aproximadamente 118 mil<br />

colaboradores, desempenhando as suas atividades em<br />

mais de 155 países. Para obter mais informações, visite<br />

http://www.novartis.pt.<br />

+ Saúde<br />

www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt Dezembro CONSCIENTE 69


+ Saúde<br />

Doença de Alzheimer<br />

é a terceira causa de<br />

morte prematura<br />

Andreia Garcia |Catarina Seixas|| andreiagarcia@miligrama.com.pt |catarinaseixas@miligrama.com.pt||<br />

O<br />

s anos de vida perdidos devido informação sobre a doença de Alzheimer com o<br />

à doença de Alzheimer objetivo de contribuir para o melhor conhecimento<br />

aumentaram em 82,7%, entre das suas causas e efeitos.” A Alzheimer Portugal é a<br />

1990 e 2016, de acordo com única organização em Portugal, de âmbito<br />

um estudo divulgado pela nacional, especificamente constituída com o<br />

Direção Geral de Saúde objetivo de promover a qualidade de vida das<br />

(DGS). A mesma fonte revela que a doença de<br />

Alzheimer é a terceira principal causa de morte<br />

pessoas com doença de Alzheimer e dos seus<br />

familiares e cuidadores. Pode consultar o site da<br />

prematura, no ranking de 2016. O aumento do associação através do endereço<br />

tempo médio de vida dos portugueses é www.alzheimerportugal.org. A Organização<br />

acompanhado por um acréscimo do tempo vivido<br />

em condições incapacitantes, tais como as doenças<br />

do foro mental e do comportamento mental, que<br />

representam 19% da carga da morbilidade e<br />

incapacidade.“Infelizmente ainda existem pessoas<br />

que não têm consciência de que os hábitos e um<br />

estilo de vida mais saudáveis podem fazer uma<br />

grande diferença na nossa saúde. De tal forma que,<br />

Mundial de Saúde estima que em todo o mundo<br />

existam 47.5 milhões de pessoas com demência,<br />

número que pode atingir os 75.6 milhões em 2030<br />

e quase triplicar em 2050 para os 135.5 milhões. A<br />

doença de Alzheimer assume, neste âmbito, um<br />

lugar de destaque, representando cerca de 60 a<br />

70% de todos os casos de demência (World Health<br />

Organization [WHO], 2015).<br />

existem pequenas ações no dia-a-dia que nos<br />

ajudam a reduzir os riscos de desenvolver doença<br />

de Alzheimer ou outras formas de demência.”,<br />

explica José Carreira, Presidente da Alzheimer<br />

Portugal. E acrescenta que “a Associação<br />

Alzheimer Portugal disponibiliza toda a<br />

70 CONSCIENTE Dezembro www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt


1 em cada 15 portugueses com mais de<br />

80 anos sofre de estenose aórtica<br />

+ Saúde<br />

Dia Mundial da Terceira Idade celebrou-se a 28 de outubro<br />

A ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE INTERVENÇÃO<br />

CARDIOVASCULAR, UMA ENTIDADE SEM FINS LUCRATIVOS,<br />

TEM POR FINALIDADE O ESTUDO, INVESTIGAÇÃO E<br />

PROMOÇÃO DE ATIVIDADES CIENTÍFICAS NO ÂMBITO DOS<br />

ASPETOS MÉDICOS, CIRÚRGICOS, TECNOLÓGICOS E<br />

ORGANIZACIONAIS DA INTERVENÇÃO CARDIOVASCULAR. A<br />

APIC ESTÁ A PROMOVER, EM PORTUGAL, A CAMPANHA VALVE<br />

FOR LIFE PARA AUMENTAR A CONSCIENCIALIZAÇÃO PARA A<br />

ESTENOSE AÓRTICA.<br />

Andreia Garcia || andreiagarcia@miligrama.com.pt ||<br />

A<br />

estenose aórtica é uma relação à cirurgia de peito aberto (cirurgia<br />

doença que afeta 32 mil convencional) e diminui os riscos relacionados<br />

portugueses, maioritariamente com o tratamento. Atualmente existem 5 centros<br />

pessoas acima dos 80 anos, públicos e 6 centros privados de Hemodinâmica,<br />

limitando as suas capacidades em Portugal, com capacidade para a realização<br />

e qualidade de vida. deste procedimento médico”, explica Rui<br />

Frequentemente, os seus sintomas (cansaço, dor Campante Teles, Coordenador da campanha<br />

no peito e desmaios) não são valorizados pelas<br />

famílias portuguesas e o diagnóstico acaba por<br />

ser adiado, o que pode ser fatal. O alerta é da<br />

Associação Portuguesa de Intervenção<br />

Cardiovascular (APIC) à margem das<br />

comemorações do Dia Mundial da Terceira Idade<br />

que se assinalou a 28 de outubro. “É importante<br />

sensibilizar a população para a valorização dos<br />

sintomas desta doença, principalmente o cansaço<br />

que é muito comum associar-se à terceira idade,<br />

de forma a que se possa fazer um diagnóstico<br />

precoce e encaminhar para um tratamento o mais<br />

rapidamente possível”, alerta João Brum Silveira,<br />

presidente da APIC. “Cada vez mais o tratamento<br />

desta doença passa pelo implante de uma nova<br />

válvula cardíaca, através de um cateter<br />

introduzido por uma artéria (geralmente na<br />

virilha), sem necessidade de parar o coração.<br />

Esta técnica minimamente invasiva é, para muitos<br />

especialistas, o grande avanço da cardiologia dos<br />

últimos 20 anos. Tem inúmeras vantagens em<br />

Valve For Life. A aorta é a principal artéria do<br />

nosso corpo que transporta sangue para fora do<br />

coração. Quando o sangue sai do coração flui da<br />

válvula aórtica para a artéria aorta. A válvula<br />

aórtica tem como função evitar que o sangue<br />

bombeado pelo coração não volte para trás. Na<br />

presença de estenose, a válvula aórtica não abre<br />

completamente, vai ficando cada vez mais estreita<br />

e isso diminui o fluxo sanguíneo do coração. Se<br />

não for detetada atempadamente esta doença<br />

pode ter um desfecho letal. O diagnóstico da<br />

estenose aórtica pode ser confirmado com<br />

recurso à auscultação, ecocardiografia com<br />

doppler, seguindo-se muitas vezes um<br />

cateterismo cardíaco para completar o estudo.<br />

Para mais informações sobre esta doença e o seu<br />

tratamento consulte o site: www.apic.pt ou<br />

www.valveforlife.pt<br />

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Seja Solidári


o


UMA IMAGEM<br />

O Natal na Austrália<br />

Por Cristina Morais<br />

O clima na Austrália nesta época do ano atinge temperaturas acima dos 30°C.<br />

Se pensarmos bem, não deixa de ser incrível, como no mesmo planeta, a época natalicia e a passagem de Ano<br />

podem ser comemoradas de diferentes maneiras, devido ao clima. Enquanto nós, europeus e outras pessoas<br />

residentes em países localizados a Norte da linha do Equador, celebram esta época durante o inverno, já os<br />

Australianos e todos aqueles que vivem em países localizados no hemisfério sul, passam-na ao som das ondas do<br />

mar. Seja como for, o que importa salientar, é que o Natal é uma época especial para todos os seres humanos.<br />

Faça chuva, faça sol ou caia neve, este é o momento em que para além das prendas, se partilha e distribui amor e<br />

carinho para com o próximo. É o momento em que nos unimos e somos um só.<br />

Por isso, desejamos um Feliz Natal a todos e um 2018 espetacular!<br />

78 CONSCIENTE Dezembro www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt


Caminhos a Descobrir<br />

O Parque Natural da<br />

Serra da Estrela<br />

Nesta edição especial de dezembro, vamos à descoberta da maior área protegida portuguesa para assim,<br />

ficarmos a conhecer aquilo que a Natureza tem para nos oferecer nesta época natalícia.<br />

Por Cristina Morais<br />

Na Torre, a Serra da Estrela atinge a maior altitude de Portugal continental – 1993 metros<br />

O Parque Natural da Serra da Estrela, é um acidente orográfico, com uma área de 101.060 ha, que se estende<br />

pelos territórios dos concelhos de Celorico da Beira, Covilhã, Gouveia, Guarda, Manteigas e Seia. Aqui,<br />

podemos seguir o curso de três importantes rios portugueses, desde as suas nascentes – o rio Mondego no<br />

Mondeguinho, o rio Zêzere no Covão de Ametade e o rio Alva no Vale do Rossim – e observar locais de uma<br />

beleza extraordinária, tais como, os vales glaciares de Loriga e Unhais da Serra; os covões Grande e do Urso e<br />

as cerca de 25 lagoas naturais existentes devido ao facto da paisagem da serra possuir uma morfologia<br />

característica da glaciação quarternária ocorrida há cerca de 20 000 anos.<br />

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Ainda no que respeita à paisagem da serra da Estrela, esta é marcada por fragas, rochedos e penhascos, tendo<br />

alguns assumido formas que deram origem a denominações populares como os Cântaros (gordo, magro e raso),<br />

que poderá admirar seguindo os diversos trilhos pedestres.<br />

Por ser o ponto de mais elevada altitude em Portugal continental, o Parque Natural da Serra da Estrela, é um dos<br />

locais em que a chuva cai com menor abundância, as temperaturas descem e a neve aparece com maior<br />

frequência, possibilitando a prática de desportos de inverno. Assim, este é o único local do nosso país, onde é<br />

possível praticar esqui na neve, snowboard, motoski, ou levar as crianças a andar de trenó, pois existem inúmeras<br />

pistas com infraestruturas de apoio. Ao visitar este Parque Natural, recomendamos que não deixe de conhecer as<br />

aldeias de montanha como o Sabugueiro, Folgosinho, Videmonte e Trinta, e muitos outros locais imperdíveis, como<br />

as Penhas Douradas, Penhas da Saúde ou a Torre no topo da Serra.<br />

Sendo o pastoreio uma atividade com longa tradição e prática no território, uma vez aqui, é também possível<br />

visualizar grandes rebanhos que se alimentam nas vastas áreas de pastagem, guardados pelos cães Serra da<br />

Estrela, uma raça de cães resistentes às baixas temperaturas. O leite da ovelha, dá origem ao produto mais<br />

característico da região, o famoso Queijo da Serra da Estrela, que é fabricado artesanalmente. Por isso, enquanto<br />

aqui estiver, não se esqueça de retemperar forças e experimente a deliciosa carne de borrego acompanhada<br />

pelos enchidos tradicionais. E não deixe de trazer consigo este queijo de textura amanteigada e um pão de<br />

centeio ou um frasco de mel e umas meias de lã da região.<br />

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Agenda<br />

Workshop Doçaria Conventual<br />

11 de Dezembro de 2017<br />

Feed Me<br />

Mais informação: www.feedme.pt<br />

Formativa<br />

Workshop doces saudáveis e<br />

veganos<br />

2 de Dezembro de 2017<br />

Matosinhos—Porto<br />

Mais informação: www.clavelskitchen.com<br />

Oficina<br />

Cuidados Herbais<br />

16 de Dezembro de 2017<br />

Colares—Sintra<br />

Mais informação: www.quinta7nomes.com<br />

Workshop<br />

Massas e Creme Base<br />

10 de Dezembro de 2017<br />

Porto<br />

Mais informação: www.comamorecarinho.com<br />

Workshop<br />

Pastelaria de Design para Festas<br />

17 de Dezembro de 2017<br />

Amora<br />

Mais informação: www.comamorecarinho.com<br />

82 CONSCIENTE Dezembro www.<strong>revistaconsciente</strong>.pt<br />

Workshop<br />

Christmas ButterCream<br />

3 de Dezembro de 2017<br />

Amora<br />

Mais informação:<br />

www.comamorecarinho.com<br />

Workshop<br />

Elementar cozinha<br />

9 e 10 de Dezembro de 2017<br />

Matosinhos—Porto<br />

Mais informação: www.clavelskitchen.com


Boas Leituras<br />

A Origem<br />

Dan Brown<br />

Origem lança Robert Langdon, simbologista de Harvard, para a perigosa<br />

interseção das duas perguntas mais prementes da humanidade e para a<br />

estrondosa descoberta que responde a ambas.<br />

De onde vimos?<br />

Para onde vamos?<br />

Edição/Reimpressão: 2017<br />

Páginas: 552<br />

Editor: Bertrand Editora<br />

20,61 €<br />

O Regresso da Primavera<br />

Sveva Casati Modignani<br />

Passamos muito tempo a perseguir sonhos que nos escapam da mão, uma felicidade que<br />

não se deixa aprisionar. E depois acontece que o melhor da vida se revela num instante,<br />

talvez na magia de um encontro inesperado. Como aquele que aconteceu entre Lorenzo e<br />

Fiamma, surpreendidos por um amor que nem mesmo eles ......<br />

Edição/Reimpressão: 2017<br />

Páginas: 400<br />

Editor: Porto Editora<br />

15,93€<br />

Outras Sugestões:<br />

Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban (Ed. Ilustrada) - J.K. Rowling, Jim Kay<br />

Os velhos Diabos - Kinsley Amis<br />

E se eu fosse Deus? - Fernando Correia<br />

Desperdício Zero - Bea Johnson<br />

Enciclopédia Mitológica - Matheaw Reinhart, Robert Sabuda<br />

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