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Fevereiro2018_consciente

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Fevereiro 2018<br />

Número 23<br />

TOP Frutas<br />

Conheça-as!<br />

EMPREGOS & CARREIRA<br />

Ser Consultor(a)!<br />

+<br />

Fevereiro 2018 Número 23 Volume 1<br />

<strong>consciente</strong><br />

Ação<br />

Social<br />

Escolar<br />

Saúde<br />

Doces Veganos<br />

Mutilação Genital Feminina


Revista digital | Bimensal |Gratuita Nº23 | Fevereiro 2018<br />

Direção<br />

Maria Paula Dias<br />

Psicologia clínica<br />

mpdias@revista<strong>consciente</strong>.pt<br />

Marketing & Publicidade<br />

Maria Paula Dias<br />

geral@revista<strong>consciente</strong>.pt<br />

Edição<br />

Maria Paula Dias<br />

geral@revista<strong>consciente</strong>.pt<br />

Sugestões e Correspondências<br />

geral@revista<strong>consciente</strong>.pt<br />

Subscrições<br />

geral@revista<strong>consciente</strong>.pt<br />

Entrevistas<br />

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Gabinetes de Apoio<br />

geral@revista<strong>consciente</strong>.pt<br />

Contactos de Redação<br />

Apartado 1, EC Barreiro, 2831-909 Barreiro — 91 254 71 26<br />

Cronistas<br />

Andreia Rodrigues de Almeida — Psicologia soc. e das organizações<br />

Andreia.domingos88@hotmail.com<br />

Ana Rosa— Nutricionista<br />

dietista.anaRosa@gmail.com<br />

Carolina Frias Costa—Nutricionista<br />

cfriasc@gmail.com<br />

Mafalda Marques—serviço social<br />

mafmar2@gmail.com<br />

Rita António—Psicologia Clínica<br />

ritasofiacnfantonio@gmail.com<br />

Cristina Morais—Historiadora<br />

cristina_i8@hotmail.com<br />

Agradecemos a colaboração de lpm comunicação e miligrama<br />

É expressamente proibido a reprodução desta edição em qualquer língua, no seu todo ou em parte, sem a prévia autorização escrita da CONSCIENTE<br />

● Todos as opiniões expressas<br />

são da inteira responsabilidade dos autores ● O Estatuto Editorial está disponível na pagina de internet : www.revista<strong>consciente</strong>.pt ● As imagens/fotografias aqui<br />

utilizadas foram pesquisadas com recurso à internet não sendo portanto nenhuma original à publicação Consciente .<br />

Revista <strong>consciente</strong><br />

Fevereiro 2018<br />

Registo Nº 126882<br />

Edição nº 23<br />

WEB<br />

www.revista<strong>consciente</strong>.pt<br />

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Suporte On-Line Digital Periodicidade BiMensal Registo Nº 126882 Propriedade: Maria Paula Dias<br />

www.revista<strong>consciente</strong>.pt Fevereiro CONSCIENTE 3


conteúdos 23<br />

Ediçâo Nº<br />

10<br />

13 EDITORIAL<br />

O Mês de...............FEVEREIRO<br />

7 FRAÇÕES & NÚMEROS<br />

10 SENTIDOS SOCIAIS<br />

Ação Social Escolar<br />

18 EMPREGO & CARREIRAS<br />

28<br />

Ser Consultor(a)<br />

22 NAS NOSSAS MÃOS<br />

Morar Só, Sem os pais<br />

28 DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />

Mutilação Genital Feminina<br />

40 SOBREVIVÊNCIA<br />

40<br />

Depender da Relação Amorosa<br />

44 SUPER ALIMENTOS<br />

Top Frutas<br />

56 RECEITAS<br />

Doces Vegan<br />

54 O QUE É?<br />

Silícia<br />

58 + SAÚDE<br />

66 SAÚDE<br />

44<br />

Como Fortalecer o coração?<br />

70 UMA IMAGEM<br />

71 CAMINHOS A DESCOBRIR<br />

74 AGENDA FORMATIVA<br />

75 BOAS LEITURAS<br />

www.revista<strong>consciente</strong>.pt Fevereiro CONSCIENTE 5


Editorial<br />

Chegou 2018!......<br />

Por Maria Paula Dias<br />

Há menos de um mês estavámo-nos a despedir de 2017. Agora, Ano novo. Vida nova. Publicamos Fevereiro e rapidamente<br />

falamos novamente sobre relacionamos e amor. Fevereiro de 2018, mais um motivo para falar de namoro, de relação. De<br />

sentimentos e de amor. Para os que já encontraram a sua cara metade, não se esqueça do dia de S.Valentim.—14 de Fevereiro.<br />

Para os que não encontraram, motivo para se melhorar, para nos ler ou como diz um velho ditado, mais vale só do que mal<br />

acompanhado. Nesta edição, em Sobreviver, descrevemos (e bem!), como é um relacionamento dependente e um relacionamento<br />

que valha a pena manter, elevar ou esperar por ele. Numa Imagem, relembramos a violência doméstica no namoro ou no casal e<br />

deixamos sugestões para um bom dia dos namoramos com uma viagem pela cidade do Porto ou ainda para o dia de carnaval a<br />

13 de Fevereiro. Apresentamos o TOP FRUTAS para que fique a conhecer quais aquelas sobre as quais deve recair a sua<br />

preferência e apresentamos tambem receitas com frutas e os Doces Vegan, a não perder!. Abordamos Nas Nossas Mãos, o viver<br />

só longe dos pais, para os adolescentes e jovens adultos. Como se organizar quando inicia a sua vida num apartamento<br />

sozinho/a. Tambem falamos sobre a profissão que dá que falar hoje em dia, ser consultor(a) e sobre a ação social escolar, após<br />

tantas reclamações sobre o funcionamento das escolas públicas, em particular, apresentamos sugestões/informações<br />

importantes. Em dossier Experiência investigámos a Mutilação Genital Feminina ou MGF, bastante praticada em países<br />

africanos mas tambem ocorrendo no nosso País. Crença, Religião ou um crime bárbaro que tem que ser abolido de vez. As<br />

opiniões já se dividem no seio dos meios onde se pratica. E por fim, não menos importante, as diversas informações disponiveis<br />

em + Saúde. Boas Leituras. Bom dia de S. Valentim!E bom Carnaval!<br />

A equipa da revista <strong>consciente</strong><br />

Alguns Dias Especiais:<br />

4 de Fevereiro—Dia Mundial<br />

de Luta contra o cancro<br />

6 de Fevereiro—Dia<br />

Internacional de Intolerância<br />

zero contra a Mutilação Genital<br />

Feminina<br />

8 de Dezembro—Dia da<br />

Imaculada Conceição<br />

13 de Fevereiro— Dia de<br />

Carnaval<br />

14 de Fevereiro—Dia de S.<br />

Valentim– Dia dos namorados<br />

14 de Fevereiro—Dia do Amor<br />

22 de Fevereiro—Dia do<br />

Pensamento<br />

fevereiro 2018<br />

DOM SEG TER QUA QUI SEX SÁB<br />

1 2 3<br />

4 5 6 7 8 9 10<br />

11 12 13 14 15 16 17<br />

18 19 20 21 22 23 24<br />

25 26 27 28<br />

www.revista<strong>consciente</strong>.pt Fevereiro CONSCIENTE 7


NÚMEROS & FRAÇÕES<br />

252 dias<br />

úteis<br />

Há 252 dias úteis no ano de 2018, 365 dias e 13 feriados ,<br />

sendo 2 destes, sábados e 2 domingos, o que perfaz, 9<br />

feriados comemorados em dias úteis.<br />

3<br />

TONELADAS DE EXPLOSIVOS E MILHARES DE<br />

DETONADORES E MUNIÇÕES DECLARADOS PELA<br />

55,6<br />

Portugal é o maior consumidor<br />

de peixe na EU—55,6<br />

kg por pessoa, por ano. Do<br />

seu consumo..<br />

Bacalhau-Albacora<br />

Cantarilho<br />

Carapau<br />

Cavala<br />

Cherne<br />

Congro<br />

Goraz<br />

Linguado<br />

FONTE: OBSERVADOR<br />

14,6<br />

Um dos maiores produtores de Suínos,<br />

o Brasil tem um consumo de 14,6 kg de<br />

carne de porco por pessoa, por ano<br />

Fonte: sfagro.uol.br<br />

ETA ÀS AUTORIDADES FRANCESAS COMO<br />

CUMPRIMENTO DO COMPROMISSO UNILATERAL<br />

Fonte: doca pesaca/ciencia viva<br />

www.revista<strong>consciente</strong>.pt Fevereiro CONSCIENTE 9


SENTIDOS SOCIAIS<br />

Ação Social<br />

Por Mafalda Marques<br />

Esco<br />

A Ação Social<br />

(ASE) é uma medida que visa essencialmente<br />

de abandono escolar. Pretende garantir aos a<br />

agregados familiares carenciados, o acess<br />

promovendo a igualdade de oportunidades<br />

com o que podem contar! De que apoios esta<br />

impacto têm de facto n<br />

10 CONSCIENTE Fevereiro www.revista<strong>consciente</strong>.pt


lar<br />

Escolar<br />

combater a exclusão social e combater a taxa<br />

lunos do ensino obrigatório, que pertencem a<br />

o a uma vida escolar adequada e completa,<br />

. É assim importante que as famílias saibam<br />

mos a falar,como podem usufruir deles e que<br />

a vida destas famílias.<br />

www.revista<strong>consciente</strong>.pt Fevereiro CONSCIENTE 11


As medidas da ASE apoiam agregados familiares<br />

que tenham crianças e jovens a seu cargo,<br />

especialmente as que apresentem carências<br />

socioeconómicas. Pretendem garantir a igualdade<br />

de oportunidades de acesso e sucesso escolar a<br />

todos os alunos do ensino obrigatório e controlar<br />

a taxa de abandono escolar, apoios que se<br />

concretizam através da comparticipação de<br />

despesas escolares. Estas medidas abarcam as<br />

áreas da alimentação, seguro escolar, transporte<br />

escolar, alojamento e apoios económicos. O apoio<br />

é concedido de acordo com escalões – A, B e C,<br />

que são atribuídos aos alunos mediante os<br />

rendimentos do seu agregado familiar e da<br />

atribuição dos abonos de família. Os escalões de<br />

capitação e valores das comparticipações dos<br />

apoios são atualizados anualmente através da<br />

publicação de um Despacho que neste ano letivo<br />

2017/2018 se materializou através do Despacho<br />

Nº 5296/2017 de 16 de junho. Proponho-vos<br />

assim conhecer as áreas de apoio e de que forma<br />

é prestado. Comecemos pela área da alimentação.<br />

Este apoio visa assegurar uma alimentação<br />

adequada, equilibrada e acessível<br />

monetariamente a todos os alunos do ensino<br />

obrigatório. É operacionalizado através de apoio<br />

económico na utilização de refeitórios, bufetes<br />

escolares e o programa leite escolar (destinado<br />

apenas ao pré escolar e 1º ciclo do ensino básico).<br />

Os escalões definidos são:<br />

Escalões<br />

Os apoios económicos pretendem garantir alguns<br />

encargos decorrentes da frequência da escola,<br />

sendo que para além da área da alimentação,<br />

também são englobados apoios no que diz<br />

respeito a manuais escolares, alojamento e<br />

material escolar. Outro apoio disponibilizado, sob<br />

requerimento e necessidade, é o transporte<br />

escolar, que pretende garantir o acesso à<br />

deslocação entre a residência e o estabelecimento<br />

escolar. Na área da saúde é garantido a todos os<br />

alunos um seguro escolar, medida complementar<br />

aos apoios assegurados pelo sistema nacional de<br />

saúde. E finalmente, o apoio de alojamento visa<br />

assegurar o cumprimento da escolaridade<br />

obrigatória aos alunos que necessitem de se<br />

deslocar do seu agregado familiar durante o<br />

período de frequência da escola, apoio que se<br />

operacionaliza através de uma rede oficial de<br />

residências para estudantes ou inserção em<br />

famílias de acolhimento. Como se materializam<br />

os apoios económicos? De que apoios ou verbas<br />

em concreto estamos falar e que impacto têm na<br />

vida das famílias? Vamos então por partes… No<br />

que diz respeito ao apoio na área da alimentação,<br />

o valor da refeição para este ano letivo é de 1,46€<br />

(valor de comparticipação por parte do aluno).<br />

medida que melhor satisfaz as necessidades e<br />

salvaguarda as necessidades sentidas.<br />

Valores de referência do agregado familiar<br />

Escalão A<br />

(escalão 1 do abono de família)<br />

Escalão B<br />

(escalão 2 do abono de família)<br />

Escalão C<br />

(escalão 3 ou superior do abono de família)<br />

Até 2.949,24 €<br />

Entre 2.949,24 € a 5.898,48 €<br />

Entre 5.898,48 € a 8.847,72 €<br />

Obs. O valor do Indexante dos Apoios Sociais (IAS) em 2017 é de 421,32 euros.<br />

12 CONSCIENTE Fevereiro www.revista<strong>consciente</strong>.pt


Sendo assim, e para todos os alunos do ensino<br />

obrigatório, o apoio concedido ao escalão A é de<br />

100%, 50% para o escalão B e o escalão C não tem<br />

comparticipação nesta área, tendo os alunos de<br />

suportar o valor total da refeição. É com certeza a<br />

medida que melhor satisfaz as necessidades e<br />

salvaguarda as necessidades sentidas. Outros<br />

apoios atribuídos passam pela comparticipação<br />

dos manuais escolares e material escolar. No<br />

âmbito dos manuais escolares, e pela primeira vez,<br />

o Ministério da Educação disponibilizou, este ano<br />

letivo, gratuitamente os manuais escolares para<br />

todos os alunos do 1.º ciclo do ensino básico<br />

(apenas em frequência de escola pública e não<br />

inclui cadernos de fichas e outros recursos<br />

didáticos). Para os 5º e 6º anos, o escalão A conta<br />

com um apoio económico de 119€, o escalão B de<br />

59€ e o escalão C 29,50€. Se considerarmos que o<br />

preço dos manuais escolares do 5º ano tiveram<br />

um valor de 94,80€ e os do 6º ano 99,5€ (ao qual<br />

acresceu ainda 58€ relativos aos livros de<br />

Educação Musical, Educação Física, Educação<br />

Tecnológica e Educação Visual) ficamos com uma<br />

ideia do valor que coube às famílias suportar. O<br />

apoio económico para o 7º ano é de 176€, 88€ e<br />

44€ respetivamente para os escalões A,B e C e<br />

para os 8º e 9º anos, 154€, 77€ e 38,50€.<br />

Sabemos que o valor dos manuais do 7º ano foi de<br />

174,80€, do 8º ano 154,5€ e do 9º ano 157,30€.<br />

‘...Como se materializam os apoios económicos? De<br />

que apoios ou verbas em concreto estamos falar e<br />

que impacto têm na vida das famílias? ...’<br />

Sendo que nos 7.º e 8.º anos acresceu 85,6€<br />

relativos aos livros de Educação Física, Educação<br />

Tecnológica, Educação Visual e TIC e no 9.º os<br />

livros de Educação Física e Educação Visual. Para<br />

o secundário foram definidos os valores em 147€<br />

para o escalão A, 74€ para o B e 36,75€ para o C.<br />

Por sua vez, o preço dos manuais para os 10º e<br />

11º ano foi de 184,5€ e de 196€,<br />

respetivamente. Os do 12º ano de 148,5€.<br />

Considerando esta informação e se efetuarmos<br />

contas à aquisição de todos os manuais para todas<br />

as disciplinas, podemos concluir que o apoio<br />

atribuído nunca chega a uma comparticipação de<br />

100%, sendo que será relevante lembrar que<br />

estamos a falar de agregados com rendimentos<br />

muito baixos, especialmente quando falamos nos<br />

do escalão A. No que diz respeito ao apoio<br />

atribuído em material escolar, para 1º e 2º ciclos<br />

do ensino básico e ensino secundário foi de 16€<br />

para o escalão A e 8€ para o B. Para o 3º ciclo,<br />

15€ e 7,5€ para escalões A e B. Lembramos que<br />

este apoio é condicionado à utilização nas<br />

papelarias escolares. Em relação a este apoio basta<br />

visualizar as listas de material apresentado aos<br />

alunos para perceber que os valores não são<br />

significativos e ficam aquém das reais<br />

necessidades. Acrescentar ainda que para os<br />

alunos que tenham necessidades de ensino<br />

especial permanente, independentemente do<br />

escalão em que estejam inseridos, os apoios são<br />

acrescidos e podem ser prestados pelo município<br />

ou pelo Ministério da Educação e Ciência. Para<br />

além das áreas da alimentação, livros, material<br />

escolar e transporte, abarca também acesso às<br />

tecnologias de apoio.<br />

www.revista<strong>consciente</strong>.pt Fevereiro CONSCIENTE 13


Os Posto isto, será que se consegue corresponder cabo vários estudos sobre a relação que existe<br />

às necessidades das famílias?<br />

entre desempenho escolar e condições económicas<br />

e tem chegado sempre à conclusão de que existe<br />

A educação é o pilar de uma sociedade e perante<br />

uma relação negativa muito significativa, onde<br />

as desigualdades sociais, económicas e culturais é<br />

para além do contexto económico, as condições<br />

imprescindível criar estratégias que visem a<br />

culturais e sociais tomam igualmente uma<br />

igualdade de oportunidades. Numa condição mais<br />

influência indiscutível. Esta questão é<br />

básica a alimentação, a deslocação, os manuais e o<br />

multidimensional e as soluções devem ser<br />

material escolar são de facto a base para uma<br />

dinâmicas e criativas, que envolvam todos os<br />

vivência escolar em condições mínimas. No<br />

atores da comunidade escolar e famílias. Neste<br />

entanto, ainda há um caminho a percorrer, as<br />

sentido torna-se imperativo continuar a investir<br />

estratégias e apoios atribuídos ainda não são<br />

nesta área para que esta se consiga alcançar<br />

suficientes para um número significativo de<br />

efetivamente condições para a tão almejada<br />

alunos e que de facto os colocam numa posição<br />

igualdade de oportunidades.<br />

inferior. O Ministério de Educação tem levado a<br />

‘....Numa condição mais básica a alimentação, a<br />

deslocação, os manuais e o material escolar são de<br />

facto a base para uma vivência escolar em condições<br />

mínimas....’<br />

14 CONSCIENTE Fevereiro www.revista<strong>consciente</strong>.pt


Guião Social<br />

O que determina o escalão de Ação Social Escolar?<br />

O escalão de Ação Social Escolar é indexado ao escalão de abono de família de que beneficia a criança e/ou<br />

aluno. Sendo assim:<br />

<br />

<br />

O escalão A do ASE corresponde ao escalão 1 do Abono de Família<br />

O escalão B do ASE corresponde ao escalão 2 do Abono de Família<br />

O escalão C do ASE é atribuído às crianças e alunos com escalão 3 ou mais do Abono de Família<br />

Os escalões de capitação e valores das comparticipações dos apoios socioeconómicos para cada ano letivo<br />

são atualizados anualmente através da publicação de um Despacho da tutela.<br />

Como pedir o subsídio escolar?<br />

É necessário preencher o requerimento próprio na escola ou na sede do agrupamento, ao qual deve juntar<br />

prova de escalão do abono de família (a solicitar aos serviços de segurança social).<br />

Será importante que não se esqueça de fazer anualmente a Prova Escolar, por forma a manter o direito ao<br />

Abono de Família para Crianças e Jovens. É importante salientar, que se a provar escolar não for realizada<br />

até dia 31 de julho, os pagamentos do abono de família ficam suspensos a partir de setembro (com a<br />

regularização da apresentação da prova escolar até 31 de dezembro, os abonos são posteriormente pagos<br />

com retroativos). Este é já um serviço disponibilizado na SSD – Segurança Social Direta.<br />

Se a minha situação socioeconómica alterar a meio do ano letivo, consigo alterar a<br />

situação de atribuição de escalão?<br />

Sim. Deve efetuar pedido de atualização junto dos serviços da Segurança Social e fazer entrega do<br />

documento na escola.<br />

Existem outros apoios aos quais as famílias podem recorrer?<br />

Sim. Muitas vezes o limiar dos valores de referência para atribuição dos escalões é ténue, o que deixa de<br />

lado famílias que apresentam, mesmo assim, necessidades significativas…ou o atraso com que as famílias<br />

se deparam no âmbito dos pedidos de alteração a meio do ano letivo, e para estas situações as famílias<br />

devem procurar apoios diferenciados. A nível camarário são criados apoios que são pensados para estas<br />

situações, atribuindo apoios diversos. Deverá informar-se junto da sua Câmara Municipal e perceber o que<br />

é disponibilizado e de que forma pode usufruir.<br />

Também no âmbito da aquisição dos livros escolares e na gestão dos valores atribuídos em escalão, as<br />

famílias podem recorrer aos bancos de livros. Como determina a lei, os manuais escolares devem ter uma<br />

vigência de seis anos. Este ano, os do 2.º, 5.º, 6.º e 12.º anos iniciaram essa vigência:<br />

<br />

<br />

<br />

2.º ano – Português / Estudo do Meio / Matemática<br />

5.º ano – Inglês / Educação Visual / Educação Tecnológica<br />

6.º ano – Português / História e Geografia de Portugal / Matemática / Ciências Naturais / Ed. Musical<br />

12.º ano – Português / Matemática A / Física / Química<br />

Como pedir o subsídio para transporte escolar?<br />

Deve solicitar este apoio junto da escola ou sede do agrupamento de escolas até à data limite (definida pela<br />

escola). A escola irá encaminhar os processos para o município (entidade que gere esta questão), para<br />

serem avaliados e aprovados. Para os estudantes dos 4 aos 18 anos (inclusive), que não frequentam o<br />

ensino superior e não beneficiam deste subsídio, existe a possibilidade de solicitar o Passe 4_18, que<br />

confere descontos na sua aquisição.<br />

Qual é a legislação que regula a aplicação das medidas de Ação Social Escolar?<br />

Poderá consultar o site da direção geral da educação: http://www.dge.mec.pt/acao-social-escolar.<br />

www.revista<strong>consciente</strong>.pt Fevereiro CONSCIENTE 15


EMPREGOS & CARREIRA<br />

SER<br />

CONSULTOR(A)<br />

Por Andreia Rodrigues Almeida<br />

O ano de 2017 chegou ao fim com<br />

muitos profissionais ainda em<br />

busca de uma vaga de emprego.<br />

Nos dias que correm a maior parte<br />

das empresas não passa sem<br />

serviços de consultoria<br />

especializados que tragam um<br />

valor acrescentado às<br />

organizações.<br />

18 CONSCIENTE Fevereiro www.revista<strong>consciente</strong>.pt


A<br />

Consultoria, de um modo<br />

geral, é o fornecimento de<br />

uma determinada prestação<br />

de serviços, executada por um<br />

profissional qualificado e<br />

conhecedor do tema/área. No<br />

início do século XX aparecem os primeiros<br />

consultores especializados, e a função do Consultor<br />

era meramente a de aconselhar. No entanto, nos<br />

últimos anos os serviços de Consultoria tendem a<br />

uma nova orientação. Os Consultores não só<br />

podem oferecer um simples aconselhamento, como<br />

igualmente apresentar um conjunto de soluções no<br />

ponto de vista estratégico com o objetivo de<br />

resolver problemas específicos. Para que exista<br />

uma boa criação, manutenção e gestão de<br />

contactos com os clientes, é fundamental seguir<br />

uma estratégia, e como tal cada empresa tem a sua<br />

de acordo com a área onde presta serviços. Mas<br />

afinal o que é que faz um Consultor? De acordo<br />

com Peter Block (1991), "o Consultor é uma pessoa<br />

que, por sua habilidade, postura e posição, tem o<br />

poder de influência sobre pessoas, grupos e<br />

organizações, mas não tem poder direto para<br />

produzir mudanças ou programas de<br />

implementação". A função de Consultor é a de um<br />

facilitador, um agente de mudança externo que<br />

tem a função de auxiliar o gestor a desenvolver<br />

estratégias de negócios que possam levar a<br />

empresa a alcançar determinados objetivos. Os<br />

Consultores ajudam os clientes a pensar na melhor<br />

forma de resolver problemas específicos, e<br />

conjuntamente determinam qual é melhor solução.<br />

O Consultor vende os seus conhecimentos e<br />

experiência, mas para tal têm de conhecer bem o<br />

mercado e a concorrência. É um profissional que<br />

necessita conhecer muito bem a área em que atua.<br />

O Consultor é alguém com um perfil diferenciado,<br />

cuja personalidade integra elementos tais como, a<br />

adaptação, comunicação, facilidade de<br />

relacionamento e dinamismo. Por que é que está<br />

em alta ser Consultor? Os Consultores abrem as<br />

portas para novos clientes, expandem o mercado e<br />

garantem a continuidade dos negócios. Nos dias<br />

que correm, a área da consultoria tem vindo a<br />

crescer cada vez mais no mercado de trabalho,<br />

mercado este tão concorrido que para ser um bom<br />

Consultor (cont..)<br />

www.revista<strong>consciente</strong>.pt Fevereiro CONSCIENTE 19


não basta apenas ter uma boa formação, é<br />

necessário também ter um perfil direcionado para<br />

exercer esta profissão. Por exemplo, ter uma boa<br />

postura é fundamental, a forma de se vestir e se<br />

apresentar é um cartão de visita, portanto, é<br />

primordial cuidar da aparência para causar uma boa<br />

impressão aos clientes. A comunicação deve ser o<br />

mais clara possível, de modo a asseverar que as<br />

informações passadas foram bem compreendidas. A<br />

capacidade de persuasão deve ser praticada com<br />

frequência de maneira a conseguir convencer que a<br />

sua solução é a mais viável e a que trará maior<br />

sucesso. É essencial ter objetivos, paixão pelo que faz<br />

e saber resolver os problemas de forma simples e<br />

objetiva para garantir o sucesso .<br />

Características<br />

de um BOM<br />

Consultor<br />

Ética Profissional<br />

Independência<br />

Conhecimento do<br />

Mercado<br />

Criatividade<br />

Capacidade de<br />

Comunicação<br />

Proatividade<br />

Auto Confiança<br />

Experiência<br />

Habilidade Analítica<br />

Dinamismo<br />

Capacidade de<br />

Persuasão<br />

Relacionamento<br />

Interpessoal<br />

SUGESTÃO<br />

Consultoria: Uma Opção de Vida e Carreira— Um<br />

Guia para a profissão<br />

20 CONSCIENTE Dezembro www.revista<strong>consciente</strong>.pt


www.revista<strong>consciente</strong>.pt Dezembro CONSCIENTE 21


N A S N O S S A S M Ã O S<br />

Morar Só,<br />

Sem os Pais<br />

Por Maria Paula Dias<br />

L<br />

onge dos pais é o desejo<br />

premente na adolescência. Afastá<br />

-los o mais possível.<br />

Psíquicamente e fisicamente.<br />

Para muitos jovens, terminar o<br />

12º ano e/ou alcançar a<br />

maioridade civil e social é um dos primeiros rituais<br />

para aquilo que de mais importante se vai passar<br />

na sua vida: deixar finalmente a adolescência e ser<br />

um jovem adulto. Pelas diversas previsões já<br />

tomadas em realidade temos vindo a assistir que<br />

nem sempre chegar à idade adulta naquilo que diz<br />

respeito aos níveis sociais e económicos é tarefa<br />

fácil mas entrar numa faculdade longe de casa é<br />

uma perspetiva na qual se esboça o abandono do<br />

‘ninho’, temporariamente ou para sempre, de<br />

forma suave ou radical. Novos desafios se<br />

enfrentam. Morar sosinho ou dividir um<br />

apartamento com outros estudantes significa o<br />

princípio da independência e proporciona<br />

aprendizagens que vão alem do alargamento<br />

cognitivo, moral e social que a licenciatura ou<br />

mestrado pode proporcionar ao jovem. Tudo é<br />

para fazer. A alimentação, da compra à confecção.<br />

22 CONSCIENTE Fevereiro www.revista<strong>consciente</strong>.pt


A limpeza, da compra ao usufruir, as contas, do<br />

pagamento à sua manutenção, os arranjos ou a chave<br />

da porta da rua que não é possível esquecer. A<br />

conservação e estima dos objetos ou pertences<br />

tambem se alteram. Os habituais ‘gastos supérfulos’<br />

tambem se contabilizam e o lixo tambem tem que se<br />

colocar na rua. Os adolescentes que moram longe da<br />

família para estudar fora podem amadurecer mais<br />

rápido. Novos espaços mentais se abrem e as<br />

responsabilidades e ações adultas estão à sua espera<br />

pois tudo é diferente. Morar só, longe dos pais, é um<br />

processo de aprendizagem que exige tempo de<br />

adaptação, uma mudança que é forçada na vida do<br />

jovem. Os problemas práticos passam a fazer parte da<br />

vida do jovem. Outros problemas surgem tais como<br />

estar só, estabelecer novos vinculos e com quem,<br />

conhecer ritmos e horas, os seus próprios e dos<br />

outros, relacionar-se e estar na vida com outra<br />

perspetiva e qual a perspetiva. É um período de<br />

ajustes aquele que se caracteriza como os primeiros<br />

tempos , os primeiros meses, até os primeiros anos.<br />

A relação com os pais modifica-se. As saudades<br />

podem tornar-se nostalgia, solidão ou transformar-se<br />

de forma proveitosa, com outra compreensão. É um<br />

período tambem em que Tudo se pode fazer, sair à<br />

noite sem horas para chegar, experimentar drogas,<br />

alcooís e outros vícios menos apropriados à<br />

sociedade ou saudaveis. Atirar-se de uma ponte com<br />

paraquedas ou de penhasco, sem que com isso seja<br />

proibido ou repreendido. Aquirir novos<br />

conhecimentos ou hobbies. Falar com o amigo<br />

proibido ou faltar às aulas ou aos testes. A<br />

responsabilidade passa a ser do jovem. A<br />

responsabilidade tambem é dos pais, do<br />

acompanhamento que estes possam ou conseguem<br />

fazer ao jovem. Se defendem o progresso e controlam<br />

com a distancia certa para cada situação a evolução e<br />

adaptação do jovem dá-se e a passagem à vida adulta<br />

faz-se de uma forma, quase, natural, ou se pelo<br />

contrário, geram insegurança e operacionalizam até<br />

as fantasias de liberdade que o jovem tem e que não<br />

teria intenção de a tornar realidade então a Estadia<br />

longa pode passar a ser penoso. Quantos pais,<br />

mandam comida congelada para semanas inteiras,<br />

lavam e passam as roupas dos jovens aos fins de<br />

semana e telefonam em constante rotina 3/5 vezes<br />

por dia, sem diminuir a intensidade? Alguma coisa é<br />

transmitidade ao jovem que não é proporcional à sua<br />

independência e ao seu crescimento. Os pais tambem<br />

necessitam adaptar-se à ausência do jovem e conter<br />

as suas angústias, muitas vezes erradas que em sua<br />

casa, nada de mal aconteceria ao jovem. O<br />

desconhecido é o nome do meio da passagem da<br />

adolescência à vida adulta e nem tudo ou quase nada<br />

os pais podem controlar.<br />

Para morar sozinho/a é essencial:<br />

Ser Organizado/a– a arrumação é meio caminho para<br />

se sentir bem e conseguir mover-se dentro do seu<br />

apartamento ou quarto<br />

Criar rotinas para as tarefas domésticas—rotinas com<br />

horas determinadas—refeições, arrumações ou<br />

limpezas<br />

Efetuar os pagamentos, saber os dias em que recebe a<br />

correspondência e não perder os recibos de<br />

pagamento caso tenha necessidade de reclamar<br />

Controlar as despesas—as habituais, as essenciais e as<br />

‘superfulas’<br />

Organize a sua alimentação e os produtos de limpeza,<br />

fazendo listas semanais, quinzenais ou mensais<br />

Planeie as suas alimentações<br />

Não esqueça o que é essencial<br />

Não deixe para amanha aquilo que pode fazer de<br />

imediato—desde a limpeza de um tapete até à<br />

arrumação do seu quarto<br />

Conserve ou adquira objetos e roupas ‘faceis’ de<br />

limpar/lavar<br />

Se possível tenha uma empregada doméstica que faça<br />

a limpeza do apartamento pelo menos 15 em 15 dias<br />

Não deixe acumular muitas tarefas para o fim de<br />

semana, este é para descansar<br />

Tenha horas para descontrair, dormir, estudar<br />

Por fim, não receie as Listas!Os seus pais não são<br />

assim tão ridículos. Experimente olhar à sua volta nos<br />

hipermercados.<br />

www.revista<strong>consciente</strong>.pt Fevereiro CONSCIENTE 23


Dossier<br />

Experiência<br />

Prática antiga que remonta ao<br />

Egipto e está associada a África<br />

e às suas diversas culturas.<br />

Pela pureza da mulher,<br />

mutilam-se crianças e bébes,<br />

jovens e mulheres, lá e cá,<br />

ainda, entre milhões de<br />

vítimas. A Mutilação Genital<br />

Feminina é ilegal e crime. Da<br />

tortura, queimadura, raspagem<br />

a um orgão de enervação<br />

extrema à mutilação completa,<br />

a MGF, como é conhecida, tem<br />

consequências extremas.


DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />

Mutilação<br />

genital<br />

feminina


DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />

A Organização Mundial da Saúde (OMS) registou mais<br />

de 125 milhões de vítimas de MGF em 29 países de<br />

África e do Oriente Médio. A UNICEF assinala ainda<br />

que a prática está a crescer na Europa, Austrália,<br />

Canadá e Estados Unidos, especialmente entre os<br />

imigrantes provenientes dessas regiões. Estima-se que<br />

haja cerca de 130 milhões de mulheres afetadas de<br />

alguma forma por este tipo de prática, com cerca de 2<br />

milhões de circuncisões sendo realizadas a cada ano, o<br />

que está amplamente concentrado nos países<br />

africanos. O Egito continua a ser o líder de casos,<br />

seguido pelo Sudão, Etiópia e Mali. Recentemente o<br />

governo egípcio proibiu tal prática, no entanto<br />

operações continuam a ocorrer de forma escondida, o<br />

que pode ser ainda pior, pois assim há ainda menos<br />

higiene e cuidados com o paciente. Pelo menos cerca<br />

de 200 milhões de raparigas e mulheres já sofreram a<br />

MGF, tambem bem conhecida como mutilação genital<br />

feminina, num total de 30 países. Esta é a afirmação a<br />

reter do relatório estatístico sobre a mutilação genital<br />

feminina da UNICEF, 2016. A mutilação genital<br />

feminina é uma violação dos direitos da criança. É<br />

realizada em crianças com menos de 5 anos,<br />

tambem em bébes com menos de 1 anos e em<br />

jovens e adolescentes. A esse propósito, foi<br />

criado o dia internacional de tolerância zero à<br />

mutilação genital feminina – 6 de Fevereiro – para<br />

sensibilizar, para mudar consciências para com uma<br />

mutilação brutalizada e selvagem com grandes riscos<br />

para a saúde da mulher.<br />

30 CONSCIENTE Fevereiro www.revista<strong>consciente</strong>.pt


DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />

O que se conhece pela nomenclatura “mutilação<br />

genital feminina”, “mutilação vaginal”, “circuncisão<br />

feminina” ou “corte genital feminino” é um<br />

procedimento que envolve a remoção parcial ou<br />

total da parte externa da genitália feminina ou<br />

outras injúrias aos orgãos genitais fmininos. Os<br />

motivos de tal procedimento geralmente são de<br />

origem cultural, religiosa e outros não-terapeuticos.<br />

Este tipo de “operação” é efetuada praticamente no<br />

mundo inteiro, estando fortemente concentrado no<br />

continente africano. O que mais nos prende a<br />

atenção é o facto de ser uma mutilação, num zona<br />

bastante enervada, irrigada, que está associada à<br />

identidade da mulher. Mutilação a sangue frio.<br />

Identidade genital, sexual, psíquica. O sofrimento<br />

psíquico e físico acarretam sequelas que duvidamos<br />

que não serão para a vida toda. É um crime. É uma<br />

prática selvagem e de agressão tremenda ao corpo<br />

da mulher, sem o seu consentimento. É assunto não<br />

esquecido com números tremendos cujas<br />

Organizações, em especial, não governamentais,<br />

não esquecem. E nós tambem não. O female genital<br />

mutilation/cutting: A global concern informa que<br />

metade das raparigas e mulheres que são mutiladas, no<br />

mundo inteiro, pertencem aos países: Egipto, Etiópia e<br />

Indonésia - . As raparigas até aos 14 anos representam<br />

44 milhões das que foram mutiladas, registando-se maior<br />

incidência nessa faixa etária na Gambia – 56%;<br />

Mauritânia – 54 % e Indonésia com cerca de<br />

metade de todas as raparigas até 11 anos<br />

mutiladas. Tam bem na Somália, cerca de 98%<br />

das mulheres entre os 15 e os 49 anos forma<br />

submetidas a essa prática, na Guiné-Bissau cerca de<br />

97% das mulheres e jovens e em Djibouti – Africa<br />

– com cerca de 93% das mulheres e jovens. É uma<br />

prática comum atualmente, como era noutros tempos.<br />

Do número global, deste relatório, retemos o número de<br />

70 milhões de raparigas, acim a da estimativa<br />

efetuada para 2014, foram mutiladas, em apenas 30<br />

países, sendo que o número real está ainda por apurar.<br />

www.revista<strong>consciente</strong>.pt Fevereiro CONSCIENTE 31


DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />

Em Portugal, a prática tambem é comum e<br />

constitui crime, enquadrado nas ofensas à<br />

integridade física. Segundo a APAV, Portugal é<br />

considerado um país de risco elevado no que<br />

concerne às práticas de MGF, pela presença<br />

elevada de comunidades imigrantes em especial<br />

oriundas de África, que trazem consigo valores e<br />

práticas já exercidas no seu país de origem.<br />

Alguns praticam-nas cá e no receio de perderem a<br />

criança dirigem-se a um hospital público, após o<br />

acto, com vista a que neste a criança receba<br />

cuidados médicos, outros, vão de férias ao país de<br />

origem com o propósito de proceder ao ‘ritual’.<br />

No nosso País, foram identificados na Direção<br />

Geral de Saúde, cerca de 43 casos de mutilação<br />

genital, porque foram identificados em serviços<br />

de saúde pública. Igualmente não se sabe<br />

quantos casos reais são. (APAV). A mutilação<br />

genital feminina é a remoção total ou parcial da<br />

genitália externa na mulher,<br />

habitualmente criança com menos de 5 anos de<br />

idade. É praticada essencialmente em culturas<br />

africanas e tem como origem os familiares da<br />

criança. A MGF pode ser caracterizada de acordo<br />

o tipo de mutilação ou tortura exercida: Tipo 1<br />

Clitoredoctomia que consiste na retirada total<br />

ou parcial do clitóris. Tipo 2 Excisão – retirada do<br />

clitóris e dos pequenos lábios com uma simples<br />

lámina de barbear, um vidro partido ou uma<br />

tesoura.Tambem podem ser retirados os grandes<br />

lábios. Tipo 3 Infibulação – Fechamento da<br />

abertura vaginal que inclui a retirada do clitóris<br />

ou não. É deixado um pequeno orifício para a<br />

urina e o sangue das menstruações. Para as<br />

relações sexuais e parto é aberta a vagina<br />

exclusivamente que eventualmente já sarou, a não<br />

ser que hajam infeções pelo sangue menstrual<br />

acumulado. Tipo 4 engloba todos os outros tipos<br />

de mutilação ou tortura à genitália externa na<br />

criança, entre elas perfurar, raspar ou queimar a<br />

zona genital. O tipo 3 é amplamente utilizado na<br />

África. Em muitos casos, a criança é obrigada a<br />

ficar com as pernas amarradas cerca de 2 a 6<br />

semanas, para que a cicatização se complete. O<br />

orgão sexual feminino desaparece quase por<br />

completo. Das consequências para a saúde física<br />

indicamos as infeções graves ou muito graves com<br />

possibilidade de morte, dor crónica,<br />

impossibilidade de engravidar ou complicações<br />

durante o parto. A mulher pode ficar<br />

incontinente quer devido às infeções pela prática<br />

sem qualquer preparação ou higiene do ambiente,<br />

das testemunhas e dos utensílios enferrujados ou<br />

contaminados ou da urina e sangue menstrual<br />

acumulados, contudo será ‘pura’, ‘estética’ e ‘<br />

modesta’. A prática é habitualmente efetuada por<br />

outra mulher, anciã, das velhas tradições,<br />

chamada de ‘fanadeira’ . Trata-se de um ritual de<br />

purificação ou iniciação e não são vistas pela<br />

maioria das mulheres como uma agressão, dado<br />

que estas ainda se pensam e são vistas como<br />

intelectualmente e fisicamente inferior. Do<br />

trauma psicológico inimaginável pela crueza com<br />

que a prática é exercida podemos imaginar em<br />

seguimento da bibliografia consultada, alguns<br />

sofrimentos psíquicos tais como pesadelos<br />

recorrentes, insónias, perturbações<br />

psicossomáticas variadas, ansiedade, stress póstraumático<br />

entre outros que facilmente poderão<br />

completar um quadro completo de horror.<br />

Relembremos o testemunho, (já suavizado e<br />

transformado) de Waris Dirie, a ‘Flor do Deserto’,<br />

da Somália, modelo e defensora da erradicação da<br />

32 CONSCIENTE Fevereiro www.revista<strong>consciente</strong>.pt


Waris Dirie, Somali, nasceu numa pequena vila<br />

nómada. Aos 5 anos foi excisada e aos 13 anos, o<br />

seu pai decidiu casa-la com um homem mais velho,<br />

de 60 anos. Waris fugiu para o deserto, vagueando<br />

por este durante dias, sem beber e sem<br />

comer. Acabou por chegar a Magadíscio, capital da<br />

Somália onde encontrou uma irmã e as suas tias.<br />

Imigrou para Inglaterra com estas e trabalhou como<br />

empregada doméstica para o seu tio que era na<br />

altura embaixador da Somália em Londres. Mudou<br />

de emprego para um restaurante de comidas<br />

fast-food e começou a estudar inglês. Foi descoberta<br />

pelo fotógrafo Terence Donovan que a convidou<br />

para ser modelo, obtendo muito sucesso. Mudou-se<br />

para Nova Iorque, representou marcas de<br />

prestígio como a Channel. Através do seu sucesso<br />

profissional e conhecimentos, avançou com o seu<br />

testemunho sobre a Mutilação Genital Feminina<br />

de que foi alvo bem como as tradições da vila onde<br />

nasceu assim como as que vigoram na Somália, tal<br />

como os casamentos de crianças com homens<br />

muito mais velhos. Tornou-se Embaixadora da<br />

Boa Vontade ao serviço das Nações Unidas para<br />

falar sobre a Excisão. Criou a sua própria fundação<br />

http://www.desertflowerfoundation.org/ e escreveu<br />

um livro autobiográfico ‘ Flor do Deserto’ que<br />

se tornou um Best-Seller, tendo pois passado para<br />

o cinema que foi igualmente outro sucesso. Waris<br />

Dirie, atualmente com 53 anos dedica-se à sua<br />

fundação e à sensibilização para a erradicação<br />

da MGF.<br />

DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />

www.revista<strong>consciente</strong>.pt Fevereiro CONSCIENTE 33


DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />

A origem da prática de MGF mantem-se<br />

desconhecida contudo sabe-se que é uma das<br />

mais antigas práticas que pertencia aos ‘<br />

falashas’, que eram judeus e etíopes. De entre<br />

as múltiplas reflexões sobre a sua origem, são<br />

mencionadas tribos no ano 3100 a.c. Crê-se<br />

que seja anterior ao islamismo e ao<br />

cristianismo e com grande incidência no<br />

Egipto. Dos argumentos para justificar a MGF<br />

constam alguns que nomeamos tais como:<br />

- Higiene e Limpeza,<br />

- Boa Saúde – sendo portanto um ‘benefício’<br />

-Aumentar a fertilidade<br />

-Preservar a virgindade e evitar a<br />

promiscuidade<br />

-Estético e potencializador da performance<br />

sexual masculina e o seu prazer, além as suas<br />

várias esposas<br />

- Promove a coesão social<br />

Ficamos com as nossas sérias dúvidas que<br />

fomos retendo sobre as justificações além de<br />

retirar prazer sexual à mulher, ser considerado<br />

inferior e provocar-lhe grande sofrimento, além<br />

ausência de direito na sua existência<br />

fundamental feminina que a diferencia do outro<br />

sexo, em tudo e tanto igual, além o fechamento<br />

quase completo da genitália externa com<br />

aberturas ínfimas para sangue e urina poderem<br />

libertar uma zona sempre em infeção pelas suas<br />

acumulações. A pureza, a proteção da<br />

virgindade até à morte e a coesão social no meio<br />

onde está inserida a criança, a jovem, a mulher.<br />

Noutra história semelhante relatamos a de<br />

Aisha. Aisha sofreu MGF quando tinha 10 anos.<br />

A mutilação foi do tipo III. Casou com um<br />

primo muito mais velho que ela. Na noite de<br />

nupcias, este tentou consumar o casamento<br />

através de relações sexuais com a sua prima,<br />

(cont..)<br />

34 CONSCIENTE Fevereiro www.revista<strong>consciente</strong>.pt


contudo porque Aisha tem apenas um pequeno<br />

orifício para sair a urina e tem muitas dores, não<br />

consegue. Tenta na noite seguinte e o que está<br />

previsto acontece. Novamente Aisha é cortada<br />

agora pelo marido para que este possa ter relações<br />

sexuais e prazer com esta. Enquanto este tem<br />

relações sexuais e lhe retira a tão afamada<br />

virgindade, esta esvai-se em sangue e morre nessa<br />

noite. O marido é preso contudo é uma tradição<br />

em Afar, na Etiopa, que se continua a praticar<br />

contra a Lei que criminaliza quem a pratica desde<br />

2005 com condenações e pena de prisão que são<br />

dificeis de manter ou de efetivar pela ruptura<br />

social que provocam nas comunidades em Afar<br />

que são a favor da MGF em especial a de tipo III.<br />

Pela pressão feita pelas ONG’s e pelos próprios<br />

tribunais, as tribos em AFAR estão dispostos<br />

apenas a ‘retirar o topo’ como afirmam, contudo<br />

é visível que as mulheres que o fazem são a favor<br />

da mutilação, justificando a sua mutilação<br />

dizendo :’ para que queremos isto no topo, nao<br />

está cá a fazer nada’. Malika, outra mulher que<br />

foi circuncisada e não mutilada que para os<br />

habitantes de Afar são práticas diferentes, é uma<br />

mulher que ficou com uma fistula do esforço do<br />

parto e que levou tambem a que ficasse<br />

incontinente. Não contem a urina ou as fezes, não<br />

saindo à rua. Afirma que foi muito magoada<br />

quando foi sujeita à circuncisão. Fcou acamada<br />

por 3 meses não se podendo mexer. Depois foi<br />

novamente muito magoada no casamento porque<br />

o marido não conseguia ‘tirar-lhe a virgindade’, foi<br />

aberta com uma lamina de gilete. Depois teve<br />

problemas com o parto pelo fechamento a que foi<br />

sujeita. Considera-se uma pessoa morta e afirma<br />

que pelo que sofreu não vai praticar a circuncisão’<br />

à sua filha. Harlan foi enfibulada quando tinha 10<br />

anos e aos 15 tinha que casar com o primo mais<br />

velho. Fugiu durante algum tempo mas voltou à<br />

aldeia onde vivia e casou-se. Quando a noite de<br />

núpcias aconteceu, Harlan (cont..)<br />

DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />

www.revista<strong>consciente</strong>.pt Fevereiro CONSCIENTE 35


DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />

afirma que foi muito dificil. Como é proibido não<br />

fará as filhas passar o mesmo contudo tambem<br />

afirma que se fôr consentido que o faz. Para Haua,<br />

de outra aldeia em Afar, a sua noite de núpcias foi<br />

bem diferente. Afirma que não teve qualquer<br />

problema pois não foi mutilada. O marido defende<br />

que tinha conhecimento que as mulheres<br />

‘circuncisadas’ morriam ao dar a luz e por isso<br />

escolheu uma que não o tivesse feito. Haua afirma<br />

que teve a oportunidade de assistir ao sofrimento<br />

que a irmã e a vizinha passaram com a MGF e que<br />

teve educação sobre o assunto, por isso decidiu<br />

não o fazer. O que o une o seu casamento é o<br />

amor, como afirma ‘outra forma de união’. A mãe<br />

de Haua era uma das circuncisoras. Afar é uma<br />

das zonas da Etiópia com mais incidência e<br />

sucesso das ações de educação da UNICEF. Doho,<br />

uma aldeia de Afar afirmou em declaração<br />

conjunta dos seus habitantes que abandonou a<br />

MGF pelo propósito das complicações do parto,<br />

quer para a criança quer para a mãe que tem que<br />

ser ‘cortada com uma lamina de gilete’. Alguns<br />

aldeões e aldeãs explicam que tentam educar os<br />

outros da sua própria aldeia e das aldeias vizinhas<br />

e que muitos perguntam se os mesmos os querem<br />

converter ao cristianismo. A escola e as aulas que<br />

algumas crianças têm em Afar tambem reforça a<br />

ideia de que a religião nada tem a ver com a MGF<br />

mas que os problemas de saúde e sofrimento<br />

extrema são as causas para a educação contra a<br />

MGF. Outras práticas consideradas tradicionais<br />

tais como cortar a cara das mulheres é motivo<br />

tambem da educação nas escolas em Afar. ( in<br />

Safehands for mothers, 2012). Na Somália, as<br />

crianças são enfibuladas num tipo de corte<br />

faraónico, semelhante ao tipo III, apenas com um<br />

pequeno orificio para urinar muito pequeno com<br />

cerca de 2 mm que tambem é utilizado na<br />

menstrução. o que leva à formação de tumores<br />

pela acumulação de sangue no útero. Khadan que<br />

foi enfibulada , descreve que tinhas muitas dores a<br />

urinar e foi acusada de ser cobarde. Num ultimo<br />

testemunho,(cont..)<br />

36 CONSCIENTE Fevereiro www.revista<strong>consciente</strong>.pt


O de Soraya, da Somália, que relata a sua história<br />

com o sofrimento da MGF. Quando era criança, as<br />

suas colegas de escola chamavam-lhe a raparida de<br />

três pernas. Diziam que era intocável pois tinha<br />

três pernas. Soraya perguntou à mãe o que<br />

significava o que as suas colegas lhe chamavam e<br />

esta explicou que já estava na altura de receber a<br />

sua prenda ao que a criança não percebia e<br />

pensava que era um vestido. Num dia de manha, a<br />

mãe e Soraya pararam numa casa com um grande<br />

corredor e perguntou à mãe onde é que esta a<br />

levava. Esta respondeu que estava na altura de ela<br />

Soraya se tornar mulher e esta fugiu pois pressentiu<br />

que alguma coisa de mau se iria passar. Recorda-se<br />

de a terem agarrado pelo pescoço e de acordar<br />

amarrada a uma mesa de cirurgia. Recorda-se<br />

tambem de ‘a terem tocado e puxada em sitios onde<br />

ninguem a tinha tocado, em especial um homem’.<br />

Lembra-se da festa com os seus familiares quando<br />

chegou à sua casa que lhe diziam que estavam<br />

muito orgulhosos dela que esta se tinha tornado<br />

uma mulher. Depois da MGF, Soraya recusou-se a<br />

ter as pernas atadas durante semanas o que levou a<br />

que sofresse uma infeção grave. As suas pernas<br />

incharam o que fez com que não pudesse andar<br />

durante meses. Defende que a maioria das<br />

mulheres sobreviventes à MGF não se questionam<br />

o porquê dos sofrimentos a que têm que passar.<br />

Soraya acredita que o pensamento para esta<br />

prática assenta na posse de um pénis e portanto tal<br />

como os homens as mulheres têm necessidades e<br />

correm atrás dos primeiros, à semelhança do que<br />

eles fazem, assumindo o controlo sobre a sua vida,<br />

sobre as suas necessidades. Se eu não proponho<br />

isto às minhas filhas então eu não sou uma boa<br />

mãe, não as preparo para o seu futuro e para<br />

serem boas esposas. Acredita que vai curou o<br />

físico mas como curar o mental? A forma que<br />

encontrou foi falar e combater a MGF. Informar,<br />

mostrar ao mundo como horrível é o acto de MGF<br />

e ajudar as comunidades imigrantes que chegam aos<br />

EUA. Para se tornarem mulheres, para<br />

serem boas esposas, para serem puras.<br />

Para prmoverem a coesão social e porque é<br />

esteticamente agradável, a MGF continua a<br />

existir, lá, nos países de origem e cá.<br />

DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />

www.revista<strong>consciente</strong>.pt Fevereiro CONSCIENTE 37


DOSSIER EXPERIÊNCIA<br />

...”era criança, as suas colegas de escola chamavamlhe<br />

a raparida de três pernas. Diziam que era<br />

intocável pois tinha três pernas....’<br />

‘...70 milhões de raparigas, acim a da<br />

estimativa efetuada para 2014, foram mutiladas,<br />

em apenas 30 países, sendo que o número real está<br />

ainda por apurar...’<br />

38 CONSCIENTE Fevereiro www.revista<strong>consciente</strong>.pt


www.revista<strong>consciente</strong>.pt Novembro CONSCIENTE 39


DEPENDER<br />

sobreviver<br />

Da Relação Amor<br />

«Give the ones you love wings to fly, roots to come back and reasons to stay» – Dalai Lama<br />

(Dê a quem você ama: asas para voar, raízes para voltar e motivos para ficar)<br />

40 CONSCIENTE Fevereiro www.revista<strong>consciente</strong>.pt


osa<br />

Por Rita António<br />

F<br />

alar de relações, é falar do sentimento que<br />

está ou deveria estar, nas relações<br />

humanas: o amor. Vários artistas,<br />

escritores, cientistas e filósofos ao longo da<br />

história debruçaram-se sobre este tema, como Kant,<br />

Schopenhauer e Nietzsche. William Shakespeare,<br />

contou-nos a história mundialmente conhecida de<br />

Romeu e Julieta. Leonardo DiCaprio e Kate Winslet<br />

ainda fazem chorar as pedras da calçada com a sua<br />

performance no ‘’Titanic’’. E, voltando a 2017, os<br />

irmãos Sobral deram a Portugal uma vitória a nível<br />

Europeu, com a canção ‘’Amar pelos dois’’. Não se<br />

pode falar de relações de amor, sem referir Sternberg,<br />

considerado um dos melhores psicólogos do século e<br />

antigo presidente da American Psychological<br />

Association, que nos propõe a teoria triangular do<br />

amor, onde nos diz que o amor é composto por três<br />

elementos: Intimidade, Paixão e Compromisso. A<br />

intimidade refere-se ao sentimento de proximidade e<br />

ligação ao outro. É baseada na confiança, na amizade e<br />

no carinho. A paixão, é tida como a energia da relação,<br />

ou seja, as emoções, os sentimentos de atração física, a<br />

expressão de desejo/necessidade de estar com o outro<br />

e a realização sexual. Por fim, o compromisso que se<br />

refere à decisão de permanecer em relação. Para<br />

Sternberg, esses três elementos são os componentes<br />

do triângulo, com a intimidade no ponto alto e a<br />

paixão e o compromisso em cada lado. Estes três<br />

elementos, quando combinados podem originar<br />

diferentes tipos de amor. Por exemplo: na fase inicial<br />

de um relacionamento, a paixão é o elemento<br />

predominante sobre a intimidade e o compromisso.<br />

Com a sua teoria, Sternberg diz-nos que o amor ideal/<br />

maduro, resulta de um trabalho constante dos casais<br />

para manter os três elementos. Mas o que acontece,<br />

quando a adição de ‘’eu + tu = nós’’ tem mais eu que tu<br />

e tu que nós? (cont..)<br />

www.revista<strong>consciente</strong>.pt Fevereiro CONSCIENTE 41


É importante falar sobre a bilateralidade da<br />

dependência e independência nas relações.Uma<br />

relação, enquanto se rege por sentimento de<br />

igualdade, na qual há um equilibro relacional para<br />

o qual ambos se esforçam, na qual nenhum se<br />

sente dependente do outro, onde há cedência de<br />

ambos e procura de oportunidades para fazer<br />

crescer o amor emergente, tudo bem. Felizes todos<br />

os dias. Os problemas começam, quando uma das<br />

partes da equação sente que é mais dependente do<br />

outro, sente que precisa mais de apoio, orientação<br />

e aprovação do outro, que o outro de si. A pessoa<br />

dependente, muito insegura, procura ocupar as<br />

horas do dia com a outra pessoa, horas essas que<br />

são para si de máxima importância e vitalidade<br />

para o seu bem-estar. Apegando-se ao outro de<br />

forma descontrolada. Sendo a pessoa mais<br />

importante da sua vida, o outro. O que vai gerar<br />

um desequilíbrio na relação, e consequentemente,<br />

leva a sentimentos de impotência e provoca<br />

estados de grande ansiedade em situações em que<br />

precisa de agir independentemente. Exemplo:<br />

telefona ao companheiro várias vezes ao dia,<br />

inclusivé em horário de trabalho; quando o<br />

companheiro não atende o telefone, começa a ter<br />

pensamentos destrutivos; tem de saber sempre o<br />

que o companheiro está a fazer e porque não está<br />

consigo. O que pode, por um lado, fazer com que<br />

a pessoa tida como independente, sinta uma certa<br />

superioridade, dado que é capaz de controlar o<br />

furacão emocional em que se encontra o seu<br />

companheiro. Por outro, é criada uma situação tão<br />

disfuncional que a pessoa tida como independente<br />

se sente cada vez mais desconfortável e que o<br />

apego descontrolado por parte do outro, começa a<br />

ser tido como um ‘’sufoco relacional’’, que ‘’não<br />

deixa sequer respirar’’. Estas situações, são mais<br />

comuns do que pensamos, sendo motivo de vários<br />

cessar de relações. Partilhando uma metáfora que<br />

se utiliza nestes casos, para um acordeão tocar tem<br />

de passar por um movimento de afastamento e<br />

aproximação. O que é crucial nas dinâmicas<br />

relacionais. Uma relação é dinâmica e precisa que<br />

o tu e o eu se movimentem para o nós,<br />

diariamente.<br />

Partilhem escolhas: numa saída a dois: um escolhe o filme que vão ver ao cinema, o outr o escolhe o restaurante. Nas férias: num ano um escolhe o<br />

destino, no próximo ano, escolhe o outro. No dia-a-dia: hoje vai um buscar o outro ao trabalho, amanhã trocam; hoje um faz o jantar e o outro lava a loiça e<br />

amanhã é ao contrário.<br />

Nunca se esqueçam que a pessoa mais importante da vossa vida são vocês próprios e por isso mimem-se. É bom para a autoestima e bom para a relação.<br />

Arranjem um passatempo que ambos gostem de fazer: ler um livro, correr.<br />

Mantenham a vossa rede de amigos por perto, não descurem aquele café, ou aquele jantar. Até podem levar o vosso/a companheiro/a às vezes, mas respeitem o<br />

espaço um do outro.<br />

Nunca se esqueçam que: há tempo para tudo, para trabalhar, tempo para a família, jantares de amigos, jantares de amigos com namorados(as), jantares a dois.<br />

42 CONSCIENTE Fevereiro www.revista<strong>consciente</strong>.pt


SUPER ALIMENTOS<br />

Por Ana Rosa<br />

Para este mês do amor<br />

escolhemos o top das<br />

frutas menos calóricas e<br />

os seus benéficos. Fizemos<br />

um top 15 das frutas mais<br />

consumidas em Portugal. Devemos ter em atenção<br />

que devemos olhar também para outros indicadores<br />

nutricionais além das calorias. Os benefícios<br />

descritos dependem da condição física de cada<br />

pessoa e da quantidade que se consome desse<br />

alimento. Pois se for excessivo, deixa de ter<br />

benefícios e pode passar até a prejudicar a saúde.<br />

F<br />

44 CONSCIENTE Fevereiro www.revista<strong>consciente</strong>.pt


utas<br />

Para elaborar este top comparamos 100g de cada fruta<br />

identificada. Para umas frutas poderá corresponder a 1<br />

fatia, enquanto que para outras poderá ser mais de uma<br />

unidade (como é o caso dos morangos, cerejas e ameixas).<br />

www.revista<strong>consciente</strong>.pt Fevereiro CONSCIENTE 45


1º<br />

2º<br />

3º<br />

4º<br />

5º<br />

6º<br />

MELOA<br />

Tem apenas 20kcal por 100g. Melhora problemas renais, melhora a saúde pulmonar e<br />

melhora a pele por ser rica em vit. A, potássio e carotenos.<br />

MELANCIA<br />

Tem 24 kcal/100g. pela elevada percentagem de água e pelo potássio facilita a digestão;<br />

diurético; reduz a gordura corporal; diminui o risco de doenças cardíacas.<br />

MELÃO<br />

27kcal/100g. Por ser rica em vit. A e carotenos ajuda a elimina toxinas; diminui a pressão<br />

arterial; evita a desidratação; previne as pedras nos rins; ajuda a emagrecer<br />

MORANGO<br />

29kcal/100g.Tem 90% de água e são ricos em Vit. C pelo que combate o envelhecimento;<br />

aumenta a imunidade; previne rugas; melhora a visão; combate doenças do coração<br />

TORANJA<br />

31kcal/100g. Rico em Vit. C, água, potássio e cálcio e por isso reduz a sensação de fome; ajuda a<br />

prevenir a celulite; reduz os níveis de colesterol<br />

FRAMBROESA<br />

34kcal/100g. Rico em fibra, potássio e vit. Do complexo B ajuda a prevenir o desenvolvimento<br />

de células cancerígenas; previne doenças cardíacas; melhora a imunidade;<br />

AMEIXA<br />

7º<br />

36kcal/100g. Rico em vit. A, E, carotenos, do complexo B, cálcio, fosforo e potássio. combate o<br />

ácido úrico, alivia os problemas respiratórios; elimina as toxinas e aliva a prisão de ventre.<br />

PÊSSEGO<br />

8º<br />

38kcal/100g. Rico em Vit. A, C, E, carotenos e potássio beneficia a saúde ocular; poderoso<br />

antioxidante; melhora a saúde cardiovascular; auxilia na perda de peso<br />

9º<br />

10º<br />

MARMELO<br />

39kcal/100g. Rico em potássio, cálcio, magnésioe fibras ajuda a diminuir o colesterol; ajuda no<br />

processo de digestão; bom aliado na prevenção de cãibras; auxilia no controlo da tensão arterial.<br />

PERA<br />

41kcal/100g. Rica em sódio, potássio, magnésio, fosforo e água contribui para a saúde dos<br />

cabelos; ajuda o transito intestinal; melhora o sistema imunológico; hidrata o corpo<br />

46 CONSCIENTE Fevereiro www.revista<strong>consciente</strong>.pt


11º<br />

LARANJA<br />

. 42kcal/100g. Por incrível que posa parecer não é das frutas com maior quantidade de vit. C. Rica<br />

em carotenos, vit. A e do complexo B, potássio e cálcio permite a prevenção do cancro; aumenta a<br />

imunidade; melhora a saúde digestiva; fortalece os ossos<br />

12º<br />

ANANÁS<br />

. Rica em Vit. E, potássio, cálcio, magnésio e fosforo. ajuda na digestão; previne degeneração<br />

muscular; bom aliado para quem quer ter uma pele saudável<br />

13º<br />

ROMÃ<br />

50kcal/100g. Rica em hidratos de carbono, carotenos, Vit. E, potássio e magnésio protege os<br />

dentes; deixa a pele firme e saudável; aumenta a imunidade; ajuda a prevenir o cancro<br />

14º<br />

MANGA<br />

52kcal/100g. Rica em vit.A, carotenos, sódio, fosforo e magnésio ajuda a melhorar a visão;<br />

controla a visão; torna a pele mais bonita e saudável; ajuda a perder peso; melhora o sistema<br />

imunológico<br />

15º KIWI<br />

Tem maior quantidade de vit.C que a laranja. É também rico em potássio, sódio, magnésio e<br />

fosforo pelo que facilita a digestão; ajuda a combater doenças cardíacas; melhora a saúde<br />

digestiva.<br />

www.revista<strong>consciente</strong>.pt Fevereiro CONSCIENTE 47


A não esquecer!<br />

1º MELÃO<br />

2º MELANCIA<br />

3º MELÃO<br />

4º MORANGO<br />

5º TORANJA<br />

6º FRAMBOESA<br />

7º AMEIXA<br />

9º MARMELO<br />

10º PÊRA<br />

11º LARANJA<br />

12º ANANÁS<br />

13º ROMÃ<br />

14º MANGA<br />

15º KIWI<br />

8º PÊSSEGO<br />

Receitas saudáveis e Alternativas<br />

<br />

Salada de Melão com Presunto<br />

Entrada; 4 pessoas; rápida<br />

Corte as folhas de alface em juliana e mergulhe em água fria para não<br />

oxidarem e escorra. Lave bem as folhas de rúcula e reserve. Com um<br />

utensilio próprio retire bolinhas de melão. Se não tiver esse utensílio,<br />

corte o melão aos cubos. Corte o tomate e pique os pistachos. Numa<br />

taça coloque um pouco de sal e mostarda. Mexa e junte o azeite e o<br />

vinagre e misture tudo muito bem. Numa travessa espalhe a alface e a<br />

rúcula. Disponha os gomos de tomate<br />

a gosto e tempere com o molho. Por<br />

cima espalhe as bolinhas de melão e<br />

as tiras de presunto. Coloque os<br />

pistachos apenas no momento de<br />

servir.<br />

150g de alface;<br />

100g de rúcula;<br />

600g de melão;<br />

130g de fatias de<br />

presunto em tiras;<br />

1 tomate médio;<br />

3 colheres de sopa de<br />

azeite;<br />

3 colheres de sopa de<br />

vinagre;<br />

1 colher de chá de<br />

mostarda; sal q.b.;<br />

pistachos picados q.b<br />

48 CONSCIENTE Fevereiro www.revista<strong>consciente</strong>.pt


Mousse Manga com Amêndoa<br />

Sobremesa; 6 pessoas; Rápida; Apto para diebéticos<br />

Verta a polpa de manga para uma tigela e junte os iogurtes.<br />

Mexa bem e deixe no frigorifico por pelo menos 3 horas.<br />

Decore com a amêndoa laminada e sirva.<br />

1 lata grande de polpa de<br />

manga<br />

4 iogurtes naturais<br />

Amêndoa laminada<br />

<br />

Pão Doce com Maçã<br />

Lanche; 8 pessoas<br />

Pre-aqueça o forno a 180º. Prepare um tabuleiro próprio para forno<br />

com papel antiaderente. Coloque todos os ingredientes numa taça.<br />

Excepto as maças e misture tudo muito bem até ter uma massa<br />

uniforme e meio pegajosa. Adicione os cubos de maça e envolva<br />

bem. Faça uma bola grande ou várias pequenas e coloque num<br />

tabuleiro. Leve ao forno quente cerca de 25 a 30 minutos. Quando<br />

estiverem dourados, pode retirar. Pode ainda salpicar com açúcar e<br />

canela.<br />

200g queijo quark;<br />

½ chávena de chá de óleo<br />

vegetal;<br />

110g de açúcar ou adoçante<br />

apto para forno;<br />

300g farinha;<br />

1 colher de chá bem cheia<br />

de fermento em pó;<br />

3 maças médias<br />

descascadas.<br />

www.revista<strong>consciente</strong>.pt Fevereiro CONSCIENTE 49


RECEITAS<br />

Receitas<br />

Doces Vegan<br />

50 CONSCIENTE Fevereiro www.revista<strong>consciente</strong>.pt


Frasco ‘ Cheesecake’ de Abóbora<br />

Para 4 frascos<br />

4 colheres de sopa de flocos<br />

de aveia<br />

12 avelãs<br />

1 chávena de chá de farinha de<br />

amêndoa<br />

400g de abóbora cozida<br />

3 colheres de sopa de óleo de<br />

côco<br />

1 colher de sobremesa de<br />

essência de baunilha<br />

3 colheres de sopa de mel<br />

Canela q.b.<br />

1 pitada de sal<br />

Raspas de chocolate 80%<br />

cacau (sem lactose)<br />

Modo de Preparação<br />

Triturar as avelãs grosseiramente, misturar com os flocos de aveia e colocar no fundo dos frascos, de forma a fazer<br />

a base;<br />

Colocar numa liquidificadora todos os restantes ingredientes (exceto as raspas de chocolate) e triturar até se obter<br />

a consistência de puré;<br />

Mousse de Chocolate<br />

Para 4 doses<br />

3 colheres de sopa de cacau em<br />

pó;<br />

1 abacate maduro;<br />

Sumo de 1 limão;<br />

3 colheres de sopa de água;<br />

3 colheres de sopa de óleo de<br />

côco;<br />

5 gotas de essência de<br />

baunilha;<br />

Canela em pó q.b.<br />

Modo de Preparação<br />

Bater todos os ingredientes num liquidificador;<br />

Colocar em taças individuais e levar ao frigorífico durante, pelo menos, 2 horas.<br />

Colocar o preparado nos frascos e levar ao frigorífico pelo menos 2 horas;<br />

Antes de servir, polvilhar com raspas de cacau.<br />

www.revista<strong>consciente</strong>.pt Fevereiro CONSCIENTE 51


Pudim de Chia e Côco<br />

2 Frascos<br />

6 colheres de sobremesa de<br />

sementes de chia;<br />

2 colheres de sobremesa de<br />

côco ralado;<br />

150ml de bebida vegetal com<br />

sabor a côco;<br />

1 colher de sobremesa de<br />

amêndoa picada.<br />

Modo de Preparação<br />

Juntar todos os ingredientes num frasco, exceto a amêndoa;<br />

Colocar num frasco com tampa;<br />

Levar ao frigorífico durante 6 horas;<br />

Polvilhar com a amêndoa picada antes de servir<br />

Tarte dos Bosques<br />

1 Tarte<br />

50g de farinha de aveia;<br />

100g de farinha de trigo com<br />

fermento;<br />

1 colher de sopa de margarina<br />

vegetal;<br />

50mL de água;<br />

4 colheres de sopa de amido de<br />

milho;<br />

50g de açúcar de côco;<br />

300mL de bebida de amêndoa<br />

ou de arroz;<br />

150mL de leite de côco;<br />

1 colher de chá de essência de<br />

baunilha;<br />

1 colher de sobremesa de côco<br />

ralado;<br />

10 morangos;<br />

Mirtilos, amoras e framboesas<br />

q.b.<br />

52 CONSCIENTE Fevereiro www.revista<strong>consciente</strong>.pt


Modo de Preparação<br />

Juntar a farinha de aveia e de trigo;<br />

Colocar numa taça e acrescentar a margarina amolecida e a água;<br />

Amassar bem até se obter uma massa homogénea;<br />

Deixar repousar durante cerca de 40 minutos;<br />

Depois desse tempo, forrar uma tarteira previamente untada com um pouco de azeite com a massa preparada e picá<br />

-la com um garfo;<br />

Cortar os morangos às rodelas e cobrir a massa;<br />

Num tacho, colocar o amido de milho e o açúcar de côco;<br />

Acrescentar aos poucos a bebida de arroz e o leite de côco, mexendo sempre em lume brando até obter um<br />

preparado de textura cremosa;<br />

Juntar a essência de baunilha, mexer bem e desligar o lume;<br />

Verter o preparado sobre os morangos;<br />

Cobrir com os mirtilos, framboesas e amoras a gosto;<br />

Polvilhar com o côco ralado e levar ao frigorífico pelo menos 1 hora.<br />

Muffin de Banana e Nozes<br />

8 muffins<br />

2 bananas maduras;<br />

1 chávena de chá açúcar de<br />

côco;<br />

1 colher de sopa de nozes<br />

partidas grosseiramente;<br />

½ chávena de chá de óleo de<br />

côco;<br />

1 chávena de chá de farinha de<br />

aveia;<br />

1 chávena de chá de farinha de<br />

trigo;<br />

1 colher de chá de fermento;<br />

1 pitada de sal.<br />

Modo de Preparação<br />

Pré-aquecer o forno a 180ºC;<br />

Num liquidificador, colocar as bananas, o açúcar, o óleo de côco, as farinhas e o sal e misturar tudo;<br />

Verter a massa para uma taça, juntar o fermento e as nozes e envolver bem, sem bater;<br />

Encher formas de silicone para muffins com a massa preparada;<br />

Levar ao forno a 180ºC durante cerca de 20 minutos<br />

www.revista<strong>consciente</strong>.pt Fevereiro CONSCIENTE 53


Bolo de Maracujá<br />

1 Bolo<br />

8 maracujás;<br />

2 chávenas de chá de água;<br />

2 chávena de chá de açúcar de<br />

côco;<br />

1 chávena de chá de farinha de<br />

trigo;<br />

1 chávena de chá de farinha de<br />

aveia;<br />

1 colher de sopa de fermento;<br />

½ chávena de chá de linhaça<br />

dourada moída;<br />

2 colheres de sopa de óleo de côco;<br />

1 colher de sopa de amido de milho<br />

Modo de Preparação<br />

Pré-aquecer o forno a 180ºC;<br />

Num liquidificador, juntar a polpa de 3 maracujás com 1 chávena de chá de água;<br />

Depois de triturado, coar o preparado;<br />

Voltar a colocar no liquidificador e juntar 1 chávena de chá de açúcar de côco, as fa<br />

colher de sopa de óleo de côco;<br />

Retirar a massa para uma taça, acrescentar o fermento e envolver bem;<br />

Verter para uma forma de silicone e levar ao forno a 180ºC durante cerca de 35 mi<br />

Entretanto, preparar a calda de maracujá, colocando a polpa dos restantes maracu<br />

de côco, 1 chávena de chá de açúcar de côco e 1 chávena de chá de água num tacho<br />

Diluir o amido de milho em 2 colheres de sopa de água e juntar à calda, mexendo s<br />

Retirado o bolo do forno, deixar arrefecer a calda e cobrir o bolo.<br />

O QUE É?<br />

A sílica, ou óxido de silício, tem vindo a ser falada com frequência em diversos contextos. Este mineral é e<br />

em alimentos, como na casca de frutas e legumes, ou na água que ingerimos. A sílica faz também parte d<br />

colagénio e o ácido hialurónico, com consequente efeito na formação de tecidos em que estas moléculas es<br />

para a redução da produção de sílica por parte do organismo ao longo da vida, como o avançar da idade, a<br />

diminuição do fornecimento deste mineral nos alimentos (derivada da crescente industrialização alimenta<br />

ser necessária a suplementação em sílica no caso de pretendermos agir ao nível da pele, da mobilidade e fle<br />

54 CONSCIENTE Fevereiro www.revista<strong>consciente</strong>.pt


inhas, a linhaça e 1<br />

nutos;<br />

jás, 1 colher de óleo<br />

em lume brando;<br />

empre até engrossar;<br />

Sílica<br />

ncontrado com abundância no nosso planeta, por exemplo, na areia e argila, mas também<br />

o nosso organismo. Este elemento é fundamental para a biossíntese de moléculas como o<br />

tejam envolvidas, como cartilagens, ossos e pele. No entanto, diversos fatores contribuem<br />

diminuição da capacidade de absorção intestinal da sílica proveniente da alimentação ou a<br />

r).Conhecendo o papel da sílica no funcionamento celular dos tecidos conjuntivos, poderá<br />

xibilidade das articulações, ou da saúde cardiovascular e óssea, por exemplo.<br />

www.revista<strong>consciente</strong>.pt Fevereiro CONSCIENTE 55


52 CONSCIENTE Setembro


Crónicas MAIS SAÚDE<br />

Mês de Fevereiro<br />

60 PETIÇÃO APELA À PROMOÇÃO DOS DIREITOS DAS PESSOAS COM<br />

CAPACIDADE DIMINUÍDA<br />

Alzheimer Portugal apela à participação dos portugueses<br />

61 ALHZEIMER PORTUGAL APOIA PESSOAS CARENCIADAS COM<br />

DEMÊNCIA<br />

Abertas as candidaturas ao programa ‘Apoio na Incontinência’ - 2018<br />

62 MAIORIA DAS PESSOAS COM MAIS DE 70 ANOS NUNCA OUVIU<br />

FALAR EM ESTENOSE AÓRTICA<br />

63 1 EM CADA 4 PORTUGUESES ESTÁ PREOCUPADO COM AS DOENÇAS<br />

CARDIOVASCULARES<br />

64 DOENÇA DE ALZHEIMER É A 3ª CAUSA DE MORTE PREMATURA<br />

65 PODOLOGISTAS ASSINALAM PARA A FALTA DE APOIO NAS<br />

CONSULTAS DO PÉ DIABÉTICO<br />

Duas amputações do pé diabético por minuto


+ Saúde<br />

Petição apela à promoção<br />

dos direitos das pessoas<br />

com capacidade diminuída<br />

Andreia Garcia |Catarina Seixas|| andreiagarcia@miligrama.com.pt |catarinaseixas@miligrama.com.pt||<br />

A<br />

Alzheimer Portugal apoia a A Associação Alzheimer Portugal é a única<br />

petição que alerta para a organização em Portugal, de âmbito nacional,<br />

necessidade de se alterar o especificamente constituída com o objetivo de<br />

regime jurídico das promover a qualidade de vida das pessoas com<br />

incapacidades, uma vez que o doença de Alzheimer e dos seus familiares e<br />

mesmo se apresenta obsoleto e cuidadores. Pode consultar o site da associação<br />

pouco ou nada promotor dos direitos das pessoas<br />

com demências, patologias que se caracterizam pela<br />

perda gradual de capacidades. De acordo com José<br />

Carreira, Presidente da Alzheimer Portugal, “Há<br />

muito que reivindicamos uma legislação que<br />

consagre a promoção, a proteção, o pleno e igual<br />

gozo de todos os direitos humanos e as liberdades<br />

através do endereço www.alzheimerportugal.org. A<br />

Organização Mundial de Saúde estima que em todo o<br />

mundo existam 47.5 milhões de pessoas com<br />

demência. A doença de Alzheimer assume, neste<br />

âmbito, um lugar de destaque, representando cerca<br />

de 60 a 70% de todos os casos de demência (World<br />

Health Organization [WHO], 2015).<br />

fundamentais por todas as pessoas com capacidade<br />

diminuída. Defendemos que as medidas de proteção<br />

jurídica deverão ser adequadas e proporcionais a<br />

cada situação. Defendemos igualmente que as<br />

pessoas, quando ainda no uso das suas faculdades<br />

mentais, devem ser informadas sobre os<br />

mecanismos legais que lhes permitam tomar<br />

decisões válidas e vinculativas para valerem em<br />

futura situação de incapacidade. Por estas razões<br />

apoiamos a Petição.”E sta petição poderá ser<br />

subscrita em: http://peticaopublica.com/<br />

pview.aspx?pi=PT87851<br />

60 CONSCIENTE Fevereiro www.revista<strong>consciente</strong>.pt


Alzheimer Portugal apoia<br />

pessoas carenciadas com<br />

+ Saúde<br />

demência<br />

Andreia Garcia |Catarina Seixas|| andreiagarcia@miligrama.com.pt |catarinaseixas@miligrama.com.pt||<br />

Alzheimer Portugal. Este projeto<br />

nasceu em 1997, e já apoiou mais<br />

de 860 pessoas. As candidaturas<br />

podem submetidas através do<br />

A<br />

Alzheimer Portugal acaba de<br />

abrir as candidaturas ao<br />

programa ‘Apoio na<br />

Incontinência’, que tem como<br />

objetivo apoiar os associados<br />

com demência na aquisição de<br />

materiais para a incontinência. As candidaturas<br />

terminam a 31 de janeiro de 2018. “A<br />

incontinência é um dos problemas que as pessoas<br />

com a doença de Alzheimer têm de enfrentar todos<br />

os dias e, por vezes, a aquisição dos materiais<br />

adequados não é fácil. Assim, este um projeto<br />

integrado no ‘Plano de Ajuda’ da Alzheimer<br />

Portugal foi pensado para apoiar todos os que não<br />

têm meios financeiros para adquirir os devidos<br />

materiais”, explica José Carreira, Presidente da<br />

endereço:<br />

http://<br />

alzheimerportugal.org/pt/text-0-<br />

10-46-361-programa-apoio-naincontinencia-2018<br />

. A Alzheimer<br />

Portugal é a única organização em<br />

Portugal, de âmbito nacional,<br />

especificamente constituída com<br />

o objetivo de promover a<br />

qualidade de vida das pessoas com doença de<br />

Alzheimer e dos seus familiares e cuidadores. Pode<br />

consultar o site da associação através do endereço<br />

www.alzheimerportugal.org. A Organização<br />

Mundial de Saúde estima que em todo o mundo<br />

existam 47.5 milhões de pessoas com demência,<br />

número que pode atingir os 75.6 milhões em 2030<br />

e quase triplicar em 2050 para os 135.5 milhões. A<br />

doença de Alzheimer assume, neste âmbito, um<br />

lugar de destaque, representando cerca de 60 a<br />

70% de todos os casos de demência (World Health<br />

Organization [WHO], 2015).<br />

www.revista<strong>consciente</strong>.pt Fevereiro CONSCIENTE 61


+ Saúde<br />

Maioria das pessoas com mais de 70<br />

anos nunca ouviu falar de estenose<br />

aórtica<br />

Andreia Garcia || andreiagarcia@miligrama.com.pt ||<br />

Um estudo promovido pela Associação Portuguesa<br />

de Intervenção Cardiovascular acaba de revelar<br />

que a maioria das pessoas com mais de 70 anos (85<br />

por cento) sabe que o coração tem válvulas, mas<br />

apenas 18,3 por cento já ouviu falar de estenose<br />

aórtica, a principal doença valvular, que afeta 32<br />

mil portugueses.“Estes dados mostram-nos que é<br />

preciso encontrar estratégias mais eficazes para<br />

aumentar o conhecimento sobre a estenose aórtica,<br />

uma doença grave que afeta 1 em cada 15<br />

portugueses com mais de 80 anos, limitando as<br />

suas capacidades e qualidade de vida”, explica Lino<br />

Patrício, Presidente da campanha de<br />

consciencialização nacional “Válvula para a Vida”,<br />

promovida, em Portugal, pela APIC. A investigação<br />

indica também que apenas 26 por cento dos<br />

inquiridos revela estar preocupado com uma<br />

doença cardiovascular como hipertensão arterial (7<br />

por cento), trombose (6,3 por cento), enfarte do<br />

miocárdio (5 por cento), cardiomiopatia (2,7 por<br />

cento), doenças das válvulas do coração (2 por<br />

cento), insuficiência cardíaca congestiva (1,3 por<br />

cento) e outras doenças (1,7 por cento). “Os<br />

resultados deste novo estudo indicam-nos que<br />

temos de reforçar a nossa aposta em campanhas de<br />

sensibilização não só para os fatores de risco da<br />

doença cardiovascular, numa perspetiva<br />

preventiva, mas também para a valorização correta<br />

da gravidade das doenças do coração que são a<br />

segunda causa de mortalidade em Portugal”,<br />

admite Rui Campante Teles, Coordenador da<br />

iniciativa europeia Valve For Life. Para os<br />

portugueses com mais de 70 anos ter qualidade de<br />

vida é ter saúde (57,3 por cento), boa mobilidade/<br />

autonomia (22,7 por cento) ou ter condição<br />

financeira estável (10,8 por cento). No seu dia-adia,<br />

os inquiridos admitem que passam o seu<br />

tempo com tarefas domésticas (59 por cento) ou a<br />

caminhar e/ou passear (46,3 por cento). Cerca de<br />

21 por cento confessa que gostava de viajar mais.<br />

Estas são as principais conclusões do estudo<br />

realizado pela empresa Spirituc, por questionário<br />

telefónico, a uma amostra de 300 pessoas com<br />

mais de 70 anos, residentes em Portugal<br />

Continental, em outubro de 2017. O estudo foi<br />

realizado a pedido da Associação Portuguesa de<br />

Intervenção Cardiovascular.A Associação<br />

Portuguesa de Intervenção Cardiovascular, uma<br />

entidade sem fins lucrativos, tem por finalidade o<br />

estudo, investigação e promoção de atividades<br />

científicas no âmbito dos aspetos médicos,<br />

cirúrgicos, tecnológicos e organizacionais da<br />

Intervenção Cardiovascular.<br />

62 CONSCIENTE Fevereiro www.revista<strong>consciente</strong>.pt


1 em cada 4 portugueses com mais de 70 anos está preocupado com as<br />

doenças cardiovasculares<br />

A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) apresentou os resultados de um<br />

estudo nacional sobre a perceção da população idosa em relação às doenças cardiovasculares, no dia<br />

16 de novembro de 2017, pelas 17h30, no Centro de Conferências de Tróia. De acordo com o estudo, o<br />

primeiro dirigido especificamente a pessoas com mais de 70 anos, cerca de 26 por cento dos<br />

inquiridos revela estar preocupado com uma doença cardiovascular como hipertensão arterial (7 por<br />

cento), trombose (6,3 por cento), enfarte do miocárdio (5 por cento), cardiomiopatia (2,7 por cento),<br />

doenças das válvulas do coração (2 por cento), insuficiência cardíaca congestiva (1,3 por cento) e<br />

outras doenças (1,7 por cento). No entanto, a população idosa inquirida destaca o cancro (21,3 por<br />

cento) e a diabetes (15,3 por cento) como as doenças mais preocupantes. “Estes novos dados indicamnos<br />

que temos de reforçar a nossa aposta em campanhas de sensibilização não só para os fatores de<br />

risco da doença cardiovascular, numa perspetiva preventiva, mas também para a valorização correta<br />

da gravidade das doenças do coração que são a segunda causa de mortalidade em Portugal”, admite<br />

Rui Campante Teles, Coordenador da iniciativa europeia Valve For Life da APIC. O estudo indica<br />

também que apesar da esmagadora maioria dos inquiridos (85 por cento) saber que o coração tem<br />

válvulas, apenas metade (51,7 por cento) sabe que existem doenças das válvulas, e apenas 18,3 por<br />

cento das pessoas com mais de 70 anos já ouviu falar de estenose aórtica, a principal doença valvular<br />

que é potencialmente fatal. “Sabemos hoje que temos de encontrar estratégias mais eficazes para<br />

aumentar o conhecimento sobre a estenose aórtica, uma doença grave que afeta 1 em cada 15<br />

portugueses com mais de 80 anos, limitando as suas capacidades e qualidade de vida”, explica Lino<br />

Patrício, Presidente da campanha de consciencialização nacional “Válvula para a Vida”. A investigação<br />

revela ainda que cerca de 1 em cada 4 pessoas com mais de 70 anos admite ter tonturas (14 por cento),<br />

falta de ar (13 por cento) ou desconforto no peito (7 por cento), os principais sintomas para a doença<br />

cardiovascular. A maioria dos inquiridos admite ter ido ao médico por causa desses sintomas (88,1 por<br />

queixas relacionadas com tonturas; 89,7 por cento devido à falta de ar e 90,5 por cento pela sensação<br />

de desconforto no peito). A resposta clínica inicial valorizou as queixas levando a que, em 79,7 por<br />

cento dos casos, os inquiridos dizem que o médico pediu exames complementares de diagnóstico:<br />

ecografia ao coração (67,3 por cento), eletrocardiograma (7,8 por cento); radiografia/tac (7,8 por<br />

cento); análises clínicas (1,6 por cento) e prova de esforço (1,6 por cento).Para os portugueses com<br />

mais de 70 anos ter qualidade de vida é ter saúde (57,3 por cento), boa mobilidade/autonomia (22,7<br />

por cento) ou ter condição financeira estável (10,8 por cento). No seu dia-a-dia, os inquiridos<br />

admitem que passam o seu tempo com tarefas domésticas (59 por<br />

cento) ou a caminhar e/ou passear (46,3 por cento). Cerca de 21 por<br />

cento confessa que gostava de viajar mais. Estas são as principais<br />

conclusões do estudo realizado pela empresa Spirituc, por questionário<br />

telefónico, a uma amostra de 300 pessoas com mais de 70 anos, residentes<br />

em Portugal Continental, em outubro de 2017. O estudo foi realizado a<br />

pedido da Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular.<br />

+ Saúde<br />

www.revista<strong>consciente</strong>.pt Fevereiro CONSCIENTE 63


+ Saúde<br />

Doença de Alzheimer<br />

é a terceira causa de<br />

morte prematura<br />

Andreia Garcia |Catarina Seixas|| andreiagarcia@miligrama.com.pt |catarinaseixas@miligrama.com.pt||<br />

O<br />

s anos de vida perdidos devido informação sobre a doença de Alzheimer com o<br />

à doença de Alzheimer objetivo de contribuir para o melhor conhecimento<br />

aumentaram em 82,7%, entre das suas causas e efeitos.” A Alzheimer Portugal é a<br />

1990 e 2016, de acordo com única organização em Portugal, de âmbito<br />

um estudo divulgado pela nacional, especificamente constituída com o<br />

Direção Geral de Saúde objetivo de promover a qualidade de vida das<br />

(DGS). A mesma fonte revela que a doença de<br />

Alzheimer é a terceira principal causa de morte<br />

pessoas com doença de Alzheimer e dos seus<br />

familiares e cuidadores. Pode consultar o site da<br />

prematura, no ranking de 2016. O aumento do associação através do endereço<br />

tempo médio de vida dos portugueses é www.alzheimerportugal.org. A Organização<br />

acompanhado por um acréscimo do tempo vivido<br />

em condições incapacitantes, tais como as doenças<br />

do foro mental e do comportamento mental, que<br />

representam 19% da carga da morbilidade e<br />

incapacidade.“Infelizmente ainda existem pessoas<br />

que não têm consciência de que os hábitos e um<br />

estilo de vida mais saudáveis podem fazer uma<br />

grande diferença na nossa saúde. De tal forma que,<br />

Mundial de Saúde estima que em todo o mundo<br />

existam 47.5 milhões de pessoas com demência,<br />

número que pode atingir os 75.6 milhões em 2030<br />

e quase triplicar em 2050 para os 135.5 milhões. A<br />

doença de Alzheimer assume, neste âmbito, um<br />

lugar de destaque, representando cerca de 60 a<br />

70% de todos os casos de demência (World Health<br />

Organization [WHO], 2015).<br />

existem pequenas ações no dia-a-dia que nos<br />

ajudam a reduzir os riscos de desenvolver doença<br />

de Alzheimer ou outras formas de demência.”,<br />

explica José Carreira, Presidente da Alzheimer<br />

Portugal. E acrescenta que “a Associação<br />

Alzheimer Portugal disponibiliza toda a<br />

64 CONSCIENTE Fevereiro www.revista<strong>consciente</strong>.pt


Podologistas alertam para falta de apoio nas<br />

consultas do pé diabético<br />

+ Saúde<br />

Duas amputações do pé diabético por minuto<br />

Sofia Aguiar || sofiaaguiar@lpmcom.pt ||<br />

L<br />

isboa, 9 de novembro de problemática e reduzir os custos do Serviço<br />

2017 – A Associação Nacional de Saúde, criando consultas de pé<br />

Portuguesa de Podologia diabético com podologistas” defende Manuel<br />

alertou para a necessidade de Portela, presidente da Associação Portuguesa de<br />

uma aposta na Consulta Podologia. O especialista acrescenta ainda que “A<br />

Multidisciplinar do Pé presença do podologista na avaliação, orientação<br />

Diabético com integração da podologia, nos e prevenção de patologias do pé, assim como o<br />

cuidados de saúde primários, de forma a reduzir seu tratamento é essencial. Por outro lado, o<br />

as taxas de amputação em Portugal. Este apelo doente diabético tem que ser consciencializado<br />

surge no âmbito do Dia Mundial da Diabetes,<br />

assinalado a 14 de novembro. De acordo com o<br />

Observatório Nacional da Diabetes, a taxa média<br />

de amputação do pé diabético em Portugal é de 5,4<br />

por 100 mil habitantes, sendo a zona Norte do país<br />

a mais afetada, com uma taxa de 3,4. O pé<br />

diabético é responsável pela principal causa de<br />

internamento do portador de diabetes.<br />

Atualmente, ocorrem no mundo, duas amputações<br />

por minuto, sendo que 85% destas são precedidas<br />

de úlceras. Estima-se que 15% dos doentes<br />

diabéticos desenvolvem uma úlcera nos membros<br />

inferiores durante os anos de doença e que 85%<br />

das amputações têm um historial de úlceras<br />

diabéticas. “Só a coragem e a determinação do<br />

Ministério da Saúde pode inverter as taxas de<br />

amputação do pé diabético, proporcionar melhor<br />

qualidade de vida aos doentes, diminuir as taxas<br />

de morbilidade e mortalidade associadas a esta<br />

para esta problemática, educado para os<br />

cuidados a ter e quais as medidas a tomar em<br />

caso de patologia. Essa atitude é determinante<br />

para prevenir o aparecimento de feridas, úlceras,<br />

infeções e amputações”.<br />

Sobre o pé diabético<br />

O pé diabético, mais do que uma complicação da diabetes, deve ser<br />

considerado como uma condição clínica complexa, que pode<br />

acometer os pés e, ou tornozelos de indivíduos diabéticos. A patologia<br />

causa a perda da sensibilidade dos pés, a presença de feridas<br />

complexas, deformidades, limitação de movimento articular, infeções,<br />

amputações, entre outras. A abordagem do tratamento deve ser<br />

especializada e contemplar um modelo de atenção integral<br />

(consciencialização e educação, qualificação do risco, investigação<br />

adequada, tratamento apropriado das feridas, cirurgia especializada,<br />

aparelhamento customizado e reabilitação integral), objetivando a<br />

prevenção e a restauração funcional da extremidade.<br />

www.revista<strong>consciente</strong>.pt Fevereiro CONSCIENTE 65


Como<br />

fortalecer o<br />

seu<br />

coração?<br />

Por Rubina Iquebal<br />

66 CONSCIENTE Fevereiro www.revista<strong>consciente</strong>.pt


As doenças cardiovasculares são as que<br />

causam mais mortes no mundo inteiro, afetam<br />

ambos os sexos e chegam a atingir 17, 1<br />

milhões de pessoas por ano. Este tipo de<br />

doenças pode ser precavido pela adoção de um<br />

estilo de vida saudável e vigilância médica<br />

regular.<br />

Atividade física<br />

A atividade física é fundamental para a saúde<br />

e bem-estar das pessoas e funciona como um<br />

meio de prevenção de doenças, contribuindo<br />

assim para aumentar a longevidade dos<br />

indivíduos saudáveis ou portadores de doença<br />

cardiovascular. Ao mesmo tempo, é um bom<br />

método para perder peso, reduzir o stresse,<br />

aumentar a qualidade do sono e a boadisposição.<br />

O exercício físico mais<br />

recomendável para a maior parte das pessoas<br />

por ser o mais seguro é a caminhada, pode ser<br />

realizada a diferentes níveis de intensidade e<br />

deve durar diariamente cerca de 30 minutos.<br />

Se tiver mais de 50 anos deve-se aconselhar<br />

com o seu médico antes de iniciar a atividade<br />

física.<br />

Alimentação equilibrada<br />

A forma mais saudável de comer é adequar as<br />

quantidades às necessidades, nos momentos<br />

adequados sendo por isso que se deve ingerir a<br />

maior parte dos nutrientes ao pequenoalmoço<br />

e ao almoço. O pequeno-almoço é uma<br />

refeição muito importante uma vez que, as<br />

nossas reservas energéticas estão baixas.<br />

Aconselha-se uma refeição saudável composta<br />

por cerais integrais, pão integral ou de<br />

mistura, fruta, produtos lácteos magros tais<br />

como o leite e o iogurte, frutos secos, sumos de<br />

fruta naturais Um dos exemplos duma<br />

refeição demasiado rica em calorias, gorduras<br />

saturadas e hidratos de carbono é um prato<br />

com uma dose enorme de carne acompanhada<br />

com batatas fritas e/ou arroz branco. Este tipo<br />

de refeição faz com que haja o elevado risco de<br />

doenças cardiovasculares, cancro e outras<br />

doenças crónicas. Por outro lado, para fazer<br />

uma refeição saudável deve-se começar pela<br />

sopa, seguida de um prato principal e para<br />

terminar uma peça de fruta. Consoante as<br />

refeições o prato principal deve ser carne<br />

magra (cozidas a vapor, cozidas, grelhadas ou<br />

assadas) ou peixe, preenchido com vegetais e<br />

acompanhado com hidratos de carbono<br />

complexos tais como massa, arroz ou<br />

leguminosas (grão, feijão e lentilhas). As<br />

saladas, tal como as sopas, são uma forma de<br />

assegurar a quantidade de vegetais suficientes<br />

na sua alimentação. Deve-se comer<br />

abundantemente vegetais uma vez que são<br />

ricos em fibras, vitaminas, minerais (incluindo<br />

cálcio e ferro) e antioxidantes que ajudam a<br />

defender o organismo de doenças<br />

cardiovasculares e do cancro. Segundo a<br />

recomendação da Organização Mundial da<br />

Saúde (OMS) deve-se comer pelo menos cinco<br />

porções de vegetais e fruta por dia. Uma vez<br />

que o seu consumo elevado de vegetais e fruta<br />

ajudam a precaver a hipertensão arterial e a<br />

hipercolesterolemia, dois precursores de<br />

doença coronária e de acidente vascular<br />

cerebral.<br />

Sal<br />

O sal (cloreto de sódio - NaCl) é talvez o<br />

condimento mais antigo e desempenha um<br />

papel fundamental na alimentação humana. O<br />

consumo de sal em excesso aumenta o risco de<br />

hipertensão arterial, doenças do coração e<br />

renais.<br />

www.revista<strong>consciente</strong>.pt Fevereiro CONSCIENTE 67


Existem alimentos industrializados que deve<br />

evitar uma vez que tem um elevado teor de sal<br />

como por exemplo: hambúrgueres, salsichas,<br />

linguiças, salames, presuntos, mortadelas,<br />

salgados, conservas de vegetais, sopas, molhos<br />

e, por últimos temperos prontos. A<br />

Organização Mundial de Saúde (OMS)<br />

aconselha um consumo de sal inferior a 5g/dia<br />

para a prevenção de doenças cardiovasculares.<br />

Em Portugal, houve uma diminuição no seu<br />

consumo, mas a população portuguesa ingere o<br />

dobro do valor recomendado.<br />

Açúcar<br />

A maior parte dos alimentos que se ingere<br />

transforma em glucose (o açúcar do sangue) e<br />

que o nosso corpo utiliza para obter energia. Se<br />

o nível de glucose no sangue for inferior a 100<br />

não tem diabetes, mas, se for um pouco<br />

elevado entre 100 a 126, poderá ter prédiabetes<br />

ou ter diabetes se ultrapassar os 126.<br />

As pessoas com diabetes têm um maior risco de<br />

sofrer de uma doença cardiovascular. Para<br />

diminuir o açúcar no sangue deve reduzir o<br />

consumo de açúcares que existem nos<br />

refrigerantes, doces e sobremesas.<br />

Água<br />

Deve beber pelo menos dois litros (seis a oito<br />

copos) de água por dia e de preferência nos<br />

intervalos das refeições. É importante para o<br />

bom funcionamento do organismo.<br />

Álcool<br />

Se é consumidor de álcool, prefira o vinho<br />

tinto, mas não ultrapasse diariamente os dois<br />

copos.<br />

Colesterol<br />

O nível de colesterol deve estar abaixo dos 190<br />

mg/dL e o colesterol LDL deve ser inferior a<br />

115 mg/dL.<br />

68 CONSCIENTE Fevereiro www.revista<strong>consciente</strong>.pt


www.revista<strong>consciente</strong>.pt Fevereiro CONSCIENTE 69


UMA IMAGEM<br />

Sentimentos na Relação<br />

Por Cristina Morais<br />

Numa outra realidade : a Violência.....<br />

A violência no namoro é mais frequente do que a violência entre pessoas casadas ou em união de facto.<br />

Ao olharmos para esta imagem, não podemos deixar de constatar que ela não está de acordo com o<br />

título. Mas se pensarmos bem, quantas não são as relações que funcionam certo até ao dia em que<br />

as coisas começam a correr mal? Pois é. A violência no relacionamento amoroso é uma realidade no<br />

dia a dia de muitos jovens e, infelizmente, vista cada vez mais pelos mesmos, como uma prática<br />

comum. O que nos obriga a nós, enquanto pais ou agentes educativos, responsáveis pelos mesmos,<br />

conversar e incentivar, através de abordagens adequadas, a uma mudança de mentalidade. Antes<br />

de mais, a violência nunca será uma forma de expressar amor ou paixão por alguém. Magoar,<br />

humilhar, controlar e assustar não faz ninguém feliz, nem permite que um relacionamento seja<br />

saudável.<br />

70 CONSCIENTE Fevereiro www.revista<strong>consciente</strong>.pt


Caminhos a Descobrir<br />

Porto<br />

Por Cristina Morais<br />

Uma Viagem ao Norte<br />

Nesta edição de fevereiro, vamos à descoberta da segunda maior cidade portuguesa para, ficarmos a<br />

conhecer aquilo que ela nos pode oferecer durante esta época romântica.<br />

Vista da cidade do Porto, da ponte Luís I e dos barcos Rabelos sobre o rio Douro,<br />

a partir do cais de Vila Nova de Gaia<br />

Se está apaixonado e pretende disfrutar de um momento inesquecível a dois, uma viagem à cidade Invicta, é<br />

uma excelente escolha a fazer e o seu destino ideal. Portugal, é um belo país e a cidade do Porto tem um<br />

encanto que não o desmente. Conhecida por ser um dos destinos turísticos mais antigos da Europa é, uma<br />

cidade, cada vez mais reconhecida internacionalmente. De caráter hospitaleiro e conservador, o Porto, é<br />

igualmente uma cidade contemporânea e criativa, dando de tudo isto, testemunho real as diversas ruas, a<br />

arquitetura e os monumentos, os museus, os espaços de lazer, as esplanadas e as zonas comerciais, das mais<br />

tradicionais aos espaços modernos e exclusivos.<br />

www.revista<strong>consciente</strong>.pt Fevereiro CONSCIENTE 71


Por isso, ao visitar a cidade, muito provavelmente, não será fácil escolher aquilo que quer ou deve ver, e é a<br />

pensar nisso mesmo e em si que deixamos aqui algumas sugestões:<br />

O que pode visitar: Estação de S. Bento; Muralha Fernandina; Igreja de Santa Clara; Ponte Luis<br />

I; Casa da Câmara e Catedral; Praça da Ribeira; Casa do Infante (Alfândega Velha); Igreja<br />

Monumento de S. Francisco de Assis; Palácio da Bolsa; Igreja e Museu da Santa Casa da<br />

Misericórdia; Igreja e Torre dos Clérigos; Cadeia da Relação, Centro Português de Fotografia; Mercado do Bolhão;<br />

Café Majestic; Livraria Lello; Museu Nacional Soares dos Reis; Museu Romântico e Jardins do Palácio de Cristal;<br />

Jardim Botânico; Fundação Serralves; Casa da Música; Museu dos Transportes e Comunicações; Forte São<br />

Francisco Xavier ou Castelo do Queijo; Parque da Cidade, e muito mais!<br />

Como o pode fazer: São várias as form as para se descobrir o Centro Histórico do Porto - a pé,<br />

de autocarro, de elétrico, de funicular, de carro, de minitrem, de tuk tuk, de barco, ou mesmo de metro.<br />

Para além disso, também pode deparar com um monumento de valor incontestável, seguindo um destes<br />

percursos: Medieval, Barroco, Neoclássico ou o do Azulejo. Enquanto aqui estiver, aproveite para provar<br />

um dos diversos pratos que a cidade tem para lhe oferecer, como, por exemplo, o Bacalhau à Gomes de Sá,<br />

as Tripas à Moda do Porto, a partir das quais se atribui o nome de Tripeiros aos habitantes, ou uma<br />

Francesinha. E não vá embora, sem beber ou experimentar pela primeira vez, um pouco do único e famoso<br />

Vinho do Porto! Desta cidade, podem ser muitas as lembranças e as recordações, por isso, para o facilitar<br />

nas suas compras, recomendamos que se dirija à zona da Baixa e percorra as ruas mais movimentadas do<br />

comércio. Uma vez aqui, serão muitas as lojas antigas, as lojas de alfarrabistas, os antiquários, as galerias<br />

de arte, os mercados, as lojas gourmet ou as lojas alternativas que, acabarão por satisfazer os seus gostos<br />

mais diversos.<br />

72 CONSCIENTE Fevereiro www.revista<strong>consciente</strong>.pt


Novembro CONSCIENTE 73


Agenda<br />

Workshop Produção de Ervas<br />

Aromáticas<br />

24/25 de Fevereiro de 2018<br />

VNG<br />

Mais informação: www.cantinhadasaromaticas.pt<br />

Formativa<br />

Workshop Fotografia movel<br />

20 Janeiro a 10 Fevereiro 2018<br />

Lisboa<br />

Mais informação: www.ipf.pt<br />

Workshop Especiarias<br />

13 de Fevereiro de 2018<br />

Lisboa<br />

Mais informação: www.museudooriente.pt<br />

Workshop<br />

Brigadeiros Gourmet e Doces de Festa<br />

28 de Janeiro de 2018<br />

Amora<br />

Mais informação: www.comamorecarinho.com<br />

Workshop<br />

Sushi 7<br />

26 de Fevereiro a 9 de Março de 2018<br />

Amora<br />

Mais informação: www.museudooriente.pt<br />

74 CONSCIENTE Fevereiro www.revista<strong>consciente</strong>.pt<br />

Workshop<br />

Massas e Cremes<br />

27 de Janeiro de 2018<br />

Amora<br />

Mais informação:<br />

www.comamorecarinho.com<br />

Workshop<br />

Cozinha Vegan para principiantes<br />

9 e 10 de Dezembro de 2017<br />

Espaço 3D—Lisboa<br />

Mais informação:<br />

www.acozinhaverde.blogspot.pt


Boas Leituras<br />

Para Lá do Inverno<br />

Isabel Allende<br />

Isabel Allende parte da célebre frase de Albert Camus para nos apresentar um<br />

conjunto de personagens próprios da América contemporânea que se encontram<br />

«no mais profundo inverno das suas vidas»: uma mulher chilena, uma jovem<br />

imigrante ilegal guatemalteca e um cauteloso professor universitário.<br />

Edição/Reimpressão: 2017<br />

Páginas: 336<br />

Editor: Porto Editora<br />

16,92 €<br />

O Bebedor de Horizontes<br />

Mia Couto<br />

Neste último volume da trilogia, os prisioneiros embar-cam no cais de Zimakaze e a<br />

lancha parte em direção ao posto de Languene. Ali farão uma breve paragem para depois<br />

rumarem para o estuário do Limpopo e ......<br />

Edição/Reimpressão: 2017<br />

Páginas: 384<br />

Editor: Editorial Caminho<br />

18,80€<br />

Outras Sugestões:<br />

Intimidade - Osho<br />

O manipulador - John Grishman<br />

O Simbolo Perdido - Dan Brown<br />

A Estranha Ordem das Coisas - António Damásio<br />

Peregrinos - Elisabeth Gilbert<br />

www.revista<strong>consciente</strong>.pt Fevereiro CONSCIENTE 75

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