Revista Pauta Nossa Janeiro 2018
Revista destinada a divulgar nosso entorno através da arte e cultura edição nº 4 Janeiro 2018 Revista destinada a divulgar nosso entorno através da arte e cultura edição nº 4 Janeiro 2018
GIRO DOBRAI, Ó SINOS DO NATAL QUIXERAMOMBIM 48CAPA 20 Saí a caminhar no fim da tarde em Quixeramobim. O céu estava nublado, o clima convidativo. As ruas quase paradas, num ritmo sonolento. No percuso nada de extraordinário presenciei, apenas um garoto que caiu da bicicleta e uns cachorros que chafurdavam um monte de lixo. Não vi muitas referências ao Natal nas lojas nem nas casas, nem sei se as pessoas se lembram que é época de festejar Cristo ou o fim do ano. Encontrei alguns conhecidos pelo caminho, e não passamos daqueles cumprimentos de sinal fechado; o fato é que apenas de passagem não se desenrola uma conversa, é preciso pouso pra conversar, ter tempo de se desarmar. Às vezes, a cidade se encasmurra igual a alma da gente. Acho que me torno sempre mais sentimental nessa época do ano. Não sei explicar. É como se sentisse falta de algo. Falta de uma inocência perdida, falta de certa fé inabalável no mundo, na humanindade, na pureza; realmente não sei do que sinto falta. Falta da missa do galo que nunca fui, não sei. Talvez possa ser. Será que o meu problema com essa época do ano é que apenas esteja sempre me deslumbrando mais com a árvore, a ceia, o panetone, os presentes e as luzes, que de fato, preparado o espírito para celebrar o Deus menino que nasceu na manjedoura e morreu na cruz aceitando o seu humano destino para nos redimir? Já era noite quando cheguei em casa e meus sobrinhos pequenos, Alice e João conversam ansiosos sobre a noite de natal e o amigo secreto; e inocentes não conseguiam aceitar e entender como Papai Noel poderia deixar uma criança sem presente? Fiquei comovido com aquele diálogo das crianças, e foi como se uma centelha viva de esperança renascesse em mim. – Dobrai, ó sinos do Natal! Cantei em feitio de oração o verso do poeta Jadér de Carvalho. Bruno Paulino Professor e autor de A Menina da Chuva de Quixeramobim
GIRO EDNA RAMOS OS SONHOS NÃO ENVELHECEM MONTES 48CAPA CLAROS 20 Uma mulher que cresceu aspirando vivenciar a arte, mas encontrou a realidade austera de um pai rígido e a infância no pequeno povoado no interior de Minas Geraes, que não ofereciam opções... Edna Ramos tornou-se artista na terceira idade, provando que sonhos verdadeiros resistem aos obstáculos. 65
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DOBRAI, Ó SINOS DO NATAL<br />
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Saí a caminhar no fim da tarde em Quixeramobim. O céu estava nublado,<br />
o clima convidativo. As ruas quase paradas, num ritmo sonolento. No<br />
percuso nada de extraordinário presenciei, apenas um garoto que caiu da<br />
bicicleta e uns cachorros que chafurdavam um monte de lixo.<br />
Não vi muitas referências ao Natal nas lojas nem nas casas, nem sei se<br />
as pessoas se lembram que é época de festejar Cristo ou o fim do ano.<br />
Encontrei alguns conhecidos pelo caminho, e não passamos daqueles<br />
cumprimentos de sinal fechado; o fato é que apenas de passagem não se<br />
desenrola uma conversa, é preciso pouso pra conversar, ter tempo de se<br />
desarmar. Às vezes, a cidade se encasmurra igual a alma da gente.<br />
Acho que me torno sempre mais sentimental nessa época do ano. Não<br />
sei explicar. É como se sentisse falta de algo. Falta de uma inocência<br />
perdida, falta de certa fé inabalável no mundo, na humanindade, na<br />
pureza; realmente não sei do que sinto falta.<br />
Falta da missa do galo que nunca fui, não sei. Talvez possa ser.<br />
Será que o meu problema com essa época do ano é que apenas esteja<br />
sempre me deslumbrando mais com a árvore, a ceia, o panetone, os<br />
presentes e as luzes, que de fato, preparado o espírito para celebrar o<br />
Deus menino que nasceu na manjedoura e morreu na cruz aceitando o<br />
seu humano destino para nos redimir?<br />
Já era noite quando cheguei em casa e meus sobrinhos pequenos, Alice<br />
e João conversam ansiosos sobre a noite de natal e o amigo secreto; e<br />
inocentes não conseguiam aceitar e entender como Papai Noel poderia<br />
deixar uma criança sem presente? Fiquei comovido com aquele diálogo<br />
das crianças, e foi como se uma centelha viva de esperança renascesse<br />
em mim.<br />
– Dobrai, ó sinos do Natal!<br />
Cantei em feitio de oração o verso do poeta Jadér de Carvalho.<br />
Bruno Paulino<br />
Professor e autor de A Menina da Chuva de Quixeramobim