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IV Simpósio Interdesigners

Livro de Atas da Quarta Edição do Simpósio Interdesigners

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que forma estas prejudicam o desenvolvimento artístico e quais são os possíveis<br />

caminhos para atravessar as barreiras legais. Quem está inserido na web é vítima<br />

diária do bloqueio feito pelas leis de copyright, e a situação é ainda mais séria<br />

quando essas leis impedem que a criatividade seja exercitada. Entende-se a importância<br />

social do design, da arte, do Open Design e deseja-se abrir cada vez mais<br />

portas para que eles cresçam e sejam vistos. Frente à realidade atual, é imprescindível<br />

questionar o futuro das leis de autoria e qual é o verdadeiro papel delas,<br />

inclusive se elas são realmente úteis. Com base em leituras sobre os principais<br />

assuntos descritos e exemplificados nesse artigo, consegui chegar a conclusões e<br />

reflexões sobre o assunto, todas bem expostas ao longo do texto.<br />

3. Open Design<br />

O termo Open Design é derivado do Open Source, um movimento que promove<br />

a queda das barreiras de softwares, seja ligado ao código fonte ou mesmo a<br />

feedbacks dados ao criador através de fóruns online, oferecendo ao público<br />

softwares livres e abertos para que haja uma inclusão entre o programador e o<br />

público, para que o usuário se sinta parte da experiência. Ao introduzir o termo<br />

ao Design, pode-se entender o Open Design como a abertura de todo o processo<br />

do design (da concepção da ideia à reprodução), produzindo design para o público<br />

e com o público, compartilhando conhecimentos, promovendo contribuições e<br />

encontros interdisciplinares, tornando o produto do design acessível a todos, não<br />

só o produto, como também os procedimentos de produção dele, conectados às<br />

ideias do Do It Yourself (faça você mesmo), da Cultura Maker e do Hackerismo.<br />

O Open Design encoraja os indivíduos a conhecer o processo de fabricação dos<br />

produtos, resgatando o instinto natural do ser humano de trabalhar, no sentido de<br />

demonstrar ações, saber lidar com suas necessidades, tomar iniciativas e desenvolver<br />

habilidades. Para o Open Design, todas as pessoas são capazes de projetar,<br />

e as habilidades de todas são valorizadas.<br />

Os projetos em Open Design e Open Source são, sem exceção, compartilhados<br />

na rede, para que todos possam ter acesso a eles e utilizá-los, remixá-los, melhorá-<br />

-los e devolvê-los à comunidade digital, formando um eterno ciclo de informações e<br />

conhecimentos relativos ao design e à criação. No Open Design não existem ideias<br />

“privadas”, mas sim coletivos trabalhando juntos, grupos de fabricação colaborativa<br />

num incessante compartilhamento de ideias e co-criação. O Open Design tem<br />

um compromisso com a sociedade, e além de tudo quer estabelecer uma cultura de<br />

envolvimento dos seres humanos com o meio em que vivem, dandoos autonomia<br />

para guiarem suas próprias vidas, sem depender das correntes do sistema capitalista<br />

e suas restrições materiais e imateriais, contribuindo para tornar o planeta<br />

um lugar mais sustentável. Como previa Pierre Lévy (2015), o regime de trabalho<br />

assalariado foi cedendo lugar à valorização das competências diferenciadas dos indivíduos<br />

por meio de produtores independentes e pequenas equipes,<br />

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