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IV Simpósio Interdesigners

Livro de Atas da Quarta Edição do Simpósio Interdesigners

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(sábado, 31 de janeiro de 2009) (Extra, 2016). Apareceu sempre na página três do<br />

caderno “Geral” do jornal Extra. Sobre sua produção, não apresenta, ademais do<br />

próprio formato, características especiais de produção gráfica; não há uso de faca<br />

ou cores especiais – é impresso no modelo de cor ciano, magenta, amarelo e preto.<br />

O infográfico nasceu a partir de uma matéria especial, com pesquisa de<br />

conteúdo por Clarisse Monteagudo, que necessitava de elemento visual forte para<br />

auxiliar a narrativa. O, então, infografista Ary Moraes sugeriu um formato que se<br />

desenvolvesse ao longo das páginas, em mais de uma edição, mas com unidade e<br />

identidade. Como não se sabia a natureza de imagens fotográficas que o trabalho<br />

necessitaria, a técnica escolhida foi a ilustração; desenvolvida ao longo das páginas<br />

com o intuito de criar apelo e equilíbrio visual (Moraes, 2016).<br />

Entre os elementos utilizados estão as linhas cinéticas. O corpo dos<br />

personagens e dos objetos é usado com estratégia de movimento. As linhas, que<br />

servem para representar o movimento, são essenciais no gráfico, uma vez que é<br />

sequencial. Indicam a trajetória da história e dos eventos. Fazem possível, assim,<br />

uma sequência temporal dos acontecimentos. A linha cinética parte do continente<br />

Africano, representado por um pequeno mapa no topo da primeira parte do infográfico.<br />

O infográfico enfatiza a organização dos fatos, conforme explica o tema.<br />

As grandes figuras são essenciais para separar os períodos de leitura.<br />

A relação entre o infográfico e a linguagem dos quadrinhos é perceptível<br />

através dos instantes que são interligados em uma “sequência consecutiva”<br />

(Giannella e De Souza, 2013). Todavia, nem tudo é linear; durante vários momentos<br />

do percurso da leitura, o leitor é levado para outros caminhos paralelos que<br />

adicionam cada vez mais informação – característica dos megainfograficos, que<br />

possuem outros dispositivos de infografia que compõe o sistema (Sancho, 2000).<br />

Existe uma dualidade: no momento em que os fatos são interligados, são divididos<br />

em porções digeríveis ao leitor para evitar o excesso de informação e esquematizar<br />

a história.<br />

O infográfico é complexo, e faz uso de muitos outros elementos dentro<br />

da estrutura: a linearidade temporal de acontecimentos (última parte do infográfico)<br />

demonstra caminho e espaço temporal da história. Da mesma forma, todo o<br />

conjunto remete ao conceito de caminho, como uma trilha pela qual o leitor vai se<br />

deslocar paulatinamente.<br />

Na premiação que recebeu, da Sociedade Interamericana de Imprensa<br />

(SIP) – cujo a entrega fora feita a Ary Moraes e Clarissa Monteagudo durante a 6ª<br />

Assembléia Geral da SIP em Mérida, no México – o Júri de infografia destacou os<br />

formatos das páginas, que permitem fazer uma coleção com as informações históricas<br />

e culturais, além dos elogios ao uso da cor e a integração da infografia ao tema<br />

da série (Monteagudo, 2010).<br />

De acordo com os conceitos de (Sancho, 2000) fica evidente como o infográfico<br />

tem seus fundamentos na documentação – com o enfoque explicativo<br />

sobre a religião, história ao longo do tempo, herança e cultura – e viés educativo.<br />

Ao mesmo tempo, apresenta características cênicas, quando dispõe os elementos<br />

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