06.01.2018 Views

IV Simpósio Interdesigners

Livro de Atas da Quarta Edição do Simpósio Interdesigners

Livro de Atas da Quarta Edição do Simpósio Interdesigners

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

políticas dos jornais de referência (Prevedello, 2008; Cardoso, 2009). Como ambos<br />

modelos, jornal de referência e popular, brigavam por anunciantes, este último<br />

apresentava ameaças ao primeiro, conforme crescia. Todavia, este modo de jornalismo<br />

sensacionalista parecia saturado, principalmente, por conta da rejeição do<br />

público. Isso levou a decadência do jornal “Notícias Populares”, fechado em 2001,<br />

o que representou o fim de um ciclo no jornalismo impresso brasileiro (Prevedello,<br />

2008).<br />

A década de 1990 apresentou um cenário propício à renovação da mídia brasileira.<br />

A nova moeda brasileira – o Real – marcou um novo contexto econômico.<br />

A valorização da moeda e o fim da inflação – entre o governo Itamar e o início do<br />

governo de FHC – fez com que o poder de compra das classes C e D no Brasil fosse<br />

fortalecido. Tais mudanças econômicas possibilitaram a expansão de um potencial<br />

público consumidor de notícias na classe que não estava habituada com os jornais<br />

impressos. As reestruturações feitas nos jornais a partir deste marco, resultam no<br />

modelo de periódicos populares existente hoje (Prevedello, 2008).<br />

Ao elaborar uma junção a partir da releitura de elementos do sensacionalismo<br />

– como no jornal “Notícias Populares” – e a apropriação de técnicas que<br />

davam credibilidade e legitimidade aos jornais tradicionais, várias companhias<br />

promoveram desde 1990, lançamentos de jornais populares. A nova proposta do<br />

jornalismo impresso eram periódicos mais condensados, com linguagem sucinta<br />

e direta, apelo visual forte. Buscavam seduzir o leitor pelo apelo gráfico e velocidade<br />

de leitura. Evitavam assuntos políticos nacionais e de macroeconomia.<br />

Privilegiavam o cotidiano e a proximidade com a vida diária local desse novo leitor<br />

(Prevedello, 2008). Muitos desses novos periódicos são lançados por companhias<br />

que já possuíam outro “carro-chefe”, como o Extra da Infoglobo, que tem “O Globo”.<br />

2.3 O Jornal Extra<br />

O jornal Extra é produto da Infoglobo, subsidiária para o setor de periódicos<br />

impressos do maior conglomerado de mídia da América Latina – Organizações<br />

Globo Participações S.A. –, que também é dona dos jornais “Diário de São Paulo”,<br />

“Expresso” – Rio de Janeiro – e “O Globo”.<br />

Com o objetivo de criar um produto que se diferenciasse do jornal de referência<br />

“O Globo”, e para concorrer com “O Dia”, a Infoglobo estruturou um periódico<br />

com foco na classe C – sujeito que ganhava dois a quatro salários mínimos, aproximadamente<br />

2 mil reais naquele tempo. Através de uma campanha, o público<br />

escolheu o nome do jornal, e, então, nasce em 5 de abril de 1998 o jornal Extra,<br />

com o slogan – “Extra, o jornal que você escolheu” (Prevedello, 2008).<br />

Enquanto “O Globo”, jornal de referência, é mais focado em política e poder legislativo,<br />

a estrutura do jornal Extra foi definida para priorizar temas mais próximos<br />

desse leitor, como editoriais sobre economia popular – casa, impostos, dívidas<br />

e aplicações financeiras de renda –, polícia, televisão aberta, cidade, esporte; e a<br />

revista Canal Extra, de cultura, publicada aos domingos (Prevedello, 2008).<br />

A projeção inicial de vendas para o “Extra”, na semana, era de 60 mil exempla-<br />

85

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!