IV Simpósio Interdesigners
Livro de Atas da Quarta Edição do Simpósio Interdesigners
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os mapas, estatísticas e diagramas eram desenhados a tinta e pena, e não com os<br />
computadores e algoritmos gráficos atuais. Considerado um patriarca da profissão<br />
e pioneiro da infografia de periódicos, boa parte de sua produção, inclusive mapas,<br />
foi publicada nos diários La Opinión, Tiempo Argentino, La Nueva Provincia e a<br />
revista Armas y Geoestrategia (Cairo, 2012).<br />
Nos trabalhos preocupava-se em conhecer a fundo cada tema com que trabalhava,<br />
a fazer que cada projeto fosse uma tarefa extremamente exaustiva (Cairo,<br />
2012). Segundo Pérez (1999), seus projetos eram sintéticos, neles não havia nada<br />
mais que ícones, nomes geográficos e as referências eram mínimas. Dispensava<br />
sobretudo os textos explicativos. Era um mestre da síntese, priorizava a qualidade<br />
do conteúdo em relação ao espaço.<br />
Em 1993, em homenagem ao infografista foi criado o prêmio Malofiej pelos,<br />
então, professores da Faculdade de Comunicação da Universidade de Navarra,<br />
Juan Antonio Giner e Miguel Urubayen. O prêmio é considerado o Pulitzer da infografia,<br />
dado aos melhores projetos dos diversos veículos de comunicação do<br />
mundo (Lucas, 2012).<br />
Outro pioneiro foi Peter Sullivan (1932-1996) – designer gráfico britânico –<br />
criador de infográficos para o The Sunday Times durante os anos de 1970 a 1990,<br />
o que incentivou diversos jornais a usarem mais infográficos.<br />
2.2 O Jornal Popular<br />
No século XIX Friedrich Koenig inventara a impressora de alta velocidade,<br />
isso barateou a produção de impressos em larga escala, dessa maneira o nicho<br />
passou a ser explorado pelo mercado de impressão, que buscava cada vez mais<br />
leitores para consumir seus produtos. As massas populares, então, tiveram mais<br />
acesso à mídia.<br />
Os canards – termo que significa absurdo ou fato não-verídico no francês – enveredaram<br />
o jornalismo popular na França. Jornais sinópticos cujo conteúdo cobria<br />
histórias como crimes, catástrofes causadas por eventos da natureza, grandes<br />
desastres e situações inusitadas da vida. Entre suas características estavam a comicidade,<br />
o baixo preço, dramas, textos ilustrados, manchetes com letra arraigadas<br />
e informações sobre a vida de celebridades (Hohlfeldt, 2003).<br />
A prática jornalística dos canards consolidou-se no século XIX. Vendido<br />
por um preço baixo as classes populares, com generoso uso de figuras, o New<br />
York World, de Joseph Pulitzer, logo teve um aumento acentuado na circulação, e<br />
ajudou a disseminar o modelo nos Estados Unidos da América (EUA) (Fang, 1997).<br />
No Brasil, os folhetins são os precursores dos jornais populares. Apareceram no<br />
século XIX (Nadaf, 2009), e fizeram com que as pessoas mais pobres da sociedade<br />
comprassem jornais (Prevedello, 2008).<br />
O sensacionalismo mantém-se em alta no brasil de 1960 a 1980. A “Última<br />
Hora” no Rio de Janeiro e o “Notícias Populares” em São Paulo foram personagens<br />
importantes nos jornais populares brasileiros. O modelo jornalístico era marcado<br />
principalmente pelo sensacionalismo e distanciamento das análises econômicas e<br />
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