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IV Simpósio Interdesigners

Livro de Atas da Quarta Edição do Simpósio Interdesigners

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pontuar o meio onde é vista essa materialização nos objetos sexuais é tomar<br />

como base a produção, comercialização e consumo de bens eróticos produzidos<br />

em função do sexo e do prazer. Em etnografia voltada ao universo erótico<br />

(em específico os sex shops), Gregori (2010) aponta que os objetos buscados<br />

e valorizados justamente realçam as diferenças e as transgressões também<br />

observadas por Piscitelli:<br />

“Além de ter oferecido ferramentas substantivas<br />

para um dos objetivos centrais do pensamento<br />

feminista (desessencializar a subordinação da<br />

mulher), esse desenvolvimento e reformulação<br />

tiveram efeitos significativos na teoria social. Penso<br />

concretamente na reelaboração de questões<br />

centrais na ciência política, na sociologia e na antropologia,<br />

tais como as relações entre público<br />

e privado, produção/reprodução, o estatuto das<br />

teorias de parentesco e sobre o significado do<br />

poder.”.<br />

(PISCITELLI, 2002).<br />

Explorando todas estas questões pode-se deparar em um assunto que<br />

necessita um capítulo inteiro de discussão (ainda a ser desenvolvida durante<br />

a pesquisa), mas que deve ser citado desde já: a perspectiva heteronormativa<br />

como aporte para a análise do mercado erótico. As discussões a respeito<br />

da heteronormatividade são extensas, mas como ponto de partida reflexivo<br />

desta pesquisa pode-se considerar inicialmente as análises feitas por Miskolci<br />

(2009) sobre sua estruturação no “dualismo de gênero” e a fundamentação<br />

de Michael Warner que em 1991 possibilitou tal nomenclatura. Esta que<br />

designa expressões vindas de obrigações sociais e demandas derivadas da<br />

pressuposição da heterossexualidade como fundamento da sociedade. E sem<br />

desconsiderar o dispositivo de sexualidade, descrito por Foucault em seu livro<br />

“História da sexualidade I: a vontade de saber” em 1988, ainda em caráter de<br />

análise para o desenvolvimento posterior do tema.<br />

No que tange o universo do design, Cardoso aponta, em seus estudos sobre<br />

a projeção da atratividade e eficácia dos artefatos, que o foco era reconfigurar<br />

o mundo complexo adequando os objetos ao seu propósito (2013). Além<br />

disso, a complexidade do mundo atual se mostrou voltada para a ascendência<br />

digital, como ele mesmo pontuou ao analisar a publicação do designer<br />

americano Victor Papanek em 1971, Design for the Real World:<br />

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