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IV Simpósio Interdesigners

Livro de Atas da Quarta Edição do Simpósio Interdesigners

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As joias ou peças poderiam ser feitas de variadas formas, sendo três técnicas<br />

principais. A primeira seria a técnica de cera perdida. Conhecida desde o Egito<br />

antigo, consiste em um modelo esculpido em cera, que posteriormente era envolto<br />

em gesso, “(...) deixando um canal aberto para derramar-se o metal e outro para<br />

a saída da cera; quando o metal quente era derramado dentro do molde, ele<br />

preenchia o espaço deixado pela cera, que derretia e saía do invólucro de gesso.”<br />

(CUNHA; MILZ, 2011, p. 144/145).<br />

Essa técnica era utilizada na produção de peças mais complexas, de formas<br />

orgânicas e detalhadas, como o Espírito Santo da Figura 01. Foi também muito<br />

usada nas pencas de balangandãs (Figura 02), na confecção dos berloques e<br />

amuletos que a acompanhavam, como a figa, cruz, uva, e etc. É importante ressaltar<br />

que a própria penca é uma peça com influência africana, tendo forte valor espiritual<br />

e ritualístico, por portar objetos símbolos de proteção, prosperidade e de<br />

religiões de matriz africana, sendo usados pendurados perto ao ventre da mulher<br />

negra, área associada a fertilidade.<br />

A segunda era principalmente usada na confecção de ex-votos. A técnica consiste<br />

em “carimbar” o molde numa caixa de areia, deixando o negativo de sua forma na<br />

areia, era então derramado metal liquefeito sobre o negativo, formando, ao secar,<br />

peças com texturas bastante rústicas que eram então refinadas com buris e cinzéis.<br />

A utilização dos buris, punho de madeira com uma lâmina de aço, e dos cinzéis,<br />

ferramenta de aço com marcas em sua ponta que formam diferentes texturas no<br />

metal quando martelado sobre sua superfície, é extremamente comum na ourivesaria.<br />

Era muito utilizada nas pulseiras, principalmente as de esteira, por terem por<br />

característica a repetição de um padrão por toda a peça. Tal processo diminuía o<br />

custo da peça, tornando-a mais acessível, e dando abertura para a possibilidade da<br />

criação de peças feitas em série (CUNHA; MILZ, 2011, p. 77).<br />

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