IV Simpósio Interdesigners
Livro de Atas da Quarta Edição do Simpósio Interdesigners
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segurança maior a eles, que não possuem segundo plano em casos como esse. Esses<br />
vazamentos poderiam ser facilmente minimizados através do vestuário ou acessórios<br />
específicos com materiais absorventes, que garantiriam maior segurança ao<br />
usuário que poderia depender de mais de um fator para a segurança pessoal de<br />
conforto, assim como elevaria sua autoestima, tão prejudicada por fatores como os<br />
vazamentos.<br />
O resgate da autoestima por meio do vestuário faz-se factível, podendo ser este<br />
um agente minimizador dos impactos que os padrões de beleza podem originar nos<br />
deficientes e na sociedade em geral. (PORTO, 2002) No caso da moda destinada<br />
à PcD (pessoas com deficiência) o vestuário representa não apenas parte de sua<br />
identidade, mas também de sua independência no dia a dia, sendo obrigatório para<br />
o mercado a abertura de novos caminhos.<br />
A rotulação desses indivíduos como não consumidores é quase sempre sugerida.<br />
A sociedade tende a ligar a imagem do deficiente à um quadro de superação e<br />
sente-se obrigada a dar em troca um estranho sentimento de pena. Com isso, as<br />
indústrias também passam a segmentá-los, diminuindo por meio de dedução seu<br />
poder de compra a produtos hospitalares.<br />
Entretanto esse conceito não é real, pois compreendendo a fundo a necessidades,<br />
abre-se um leque de possibilidade de produções universais para o mercado,<br />
um novo ramo que implementaria mudanças e expandiria conceitos. (SANTOS M;<br />
SOUZA J, 2016) Quando se interrompe o conceito de que produtos voltados a<br />
esse público só podem ser funcionais, o design pode tomar lugar. Por isso nota-se a<br />
importância de discutir a relevância da inserção de mais informações sobre a classe<br />
dos PCDs para com os fabricantes, pois na maioria das vezes, as poucas informações<br />
que chegam vêm abastecidas de conteúdo genérico, estereotipado e errôneo.<br />
(SANTOS M; SOUZA J, 2016) Existem muitos fatores a serem pensados para que<br />
o bem-estar do ostomizado seja garantido perante a moda, apesar de poderem<br />
usar todos os tipos de roupa, precisam sempre driblar dificuldades e adaptar o<br />
vestuário para esconder melhor a bolsa, usando cintos, ou deixam de vestir algo<br />
muito apertado para não pressionar a bolsa, entre outros pontos ainda a serem<br />
estudados. Eles possuem necessidades ímpares, das quais as maiorias das roupas<br />
produzidas industrialmente para o público sem deficiência não está preparada<br />
para sanar.<br />
Uma análise e levantamento de dados acerca das precisões dos ostomizados<br />
perante a moda, que leve tais informações as indústrias, poderia minimizar o<br />
desfavorecimento dos ostomizados perante esse mercado, apontando formas vantajosas<br />
para ambos os lados, estudando as melhores soluções de modelagens, e<br />
brevemente os melhores materiais. No seu dia a dia os ostomizados são usuários da<br />
moda, mas sempre tem que adaptar suas necessidades a ela, sendo que o contrário<br />
não ocorre. A investigação das precisões projetuais para estes usuários e a consequente<br />
aplicação de critérios de usabilidade na modelagem das vestimentas são<br />
fundamentais na busca da satisfação das carências deste público especial, tão negligenciado<br />
pela sociedade.<br />
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