IV Simpósio Interdesigners
Livro de Atas da Quarta Edição do Simpósio Interdesigners
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e reconhecidos quando usados pelas pessoas, que têm objetivos próprios. Pensar<br />
nesses aspectos de responsabilidade social do designer perante a sociedade, traz a<br />
tona as questões da moda inclusiva. Uma moda que inclui, une e valoriza as pessoas.<br />
A caminhada da moda em relação a inclusão vem se dando a passos lentos no<br />
Brasil. A moda é plural, abrangente e fluida, sendo assim, deve atender a distintos<br />
universos e realidades. O deficiente físico, tem necessidades especiais, mas psicologicamente<br />
ele tem os mesmos desejos de aceitação para consigo mesmo e perante<br />
a sociedade, ele necessita ter mais autonomia em relação a moda. O que seria facilmente<br />
alcançado se houvessem mais roupas adaptadas no mercado de moda,<br />
assim o indivíduo não se limitaria apenas o que será mais fácil de usar, mas ao que<br />
ele realmente quer usar, e que atenda ao que ele precisa. (BOSCO; SILVA, 2013)<br />
Destaca-se no Brasil as iniciativas de Daniela Auler, idealizadora e coordenadora<br />
do concurso Moda Inclusiva, iniciado em 2009, sob o comando da Secretaria<br />
do Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Estado de São Paulo, ele é<br />
voltado à estudantes de cursos técnicos e universitários do país, tendo como<br />
objetivo incentivar a criação de vestuário para pessoas com deficiência. Esse<br />
formato de concurso é pioneiro no país e também no exterior. No Brasil o nicho<br />
moda inclusiva ainda é pequeno. Nos EUA e na Europa ele é mais difundido e contemplado.<br />
Porém esse mercado tem potencial para ser um bom negócio, devido à<br />
sua demanda e carência.<br />
É importante citar no cenário internacional Chris Ambraisse, estilista e criador<br />
da grife francesa A & K Classics. Ele tenta unir como conceito, design às necessidades<br />
da Pessoa com Deficiência (PcD). Iniciou e desenvolve pesquisas sobre o tema<br />
em questão, surgindo assim vários protótipos de roupas adaptadas a essas necessidades,<br />
com um design limpo, contemporâneo e cheio de estilo. Apesar de tais<br />
iniciativas, e o mercado de moda inclusiva começar lentamente a crescer, nota-se<br />
ainda carência de mais pesquisas relacionadas ao tema, e o apontamento das reais<br />
necessidades de muitas categorias de deficientes físicos.<br />
A ostomia, que costuma ser esquecida, está estre essas. De acordo com a Organização<br />
Mundial da Saúde (OMS), em 2011, 1 bilhão de pessoas viviam com alguma<br />
deficiência. Segundo dados do censo do IBGE de 2010, 45,6 milhões de brasileiros<br />
possuem algum tipo de deficiência, sendo mais de 9 milhões só no estado de São<br />
Paulo, ou seja, 23,9% da população. Essas pessoas têm preocupações em relação<br />
a moda como os demais indivíduos da sociedade. Eles querem se sentir bem, e<br />
estarem belos, usando o que gostam. Os ostomizados encontram-se no grupo de<br />
pessoas com deficiências.<br />
A palavra Estoma, vem do grego “stóma”, e tem como significado boca/abertura,<br />
que permite a comunicação/ligação entre um órgão interno e meio externo, no<br />
Brasil a cirurgia para a realização do estoma pode ser referenciada como Estomia ou<br />
Ostomia, sendo mais comum o uso do segundo termo pelos próprios pacientes e até<br />
pelas associações de ostomizados. De acordo com a Associação Brasileira de Ostomizados<br />
(ABRASO, 2004), a ostomia é uma cavidade na parede do abdômen, feita<br />
através de uma intervenção cirúrgica, tendo como objetivo projetar um caminho<br />
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