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IV Simpósio Interdesigners

Livro de Atas da Quarta Edição do Simpósio Interdesigners

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disciplinar, mesmo sendo complementar a esta. A<br />

pesquisa disciplinar diz respeito, no máximo, a um<br />

único e mesmo nível de Realidade; aliás, na maioria<br />

dos casos, ela só diz respeito a fragmentos de um<br />

único e mesmo nível de Realidade. Por outro lado,<br />

a transdisciplinaridade se interessa pela dinâmica<br />

gerada pela ação de vários níveis de Realidade ao<br />

mesmo tempo. A descoberta desta dinâmica passa<br />

necessariamente pelo conhecimento disciplinar.<br />

Embora a transdisciplinaridade não seja uma nova<br />

disciplina, nem uma nova hiperdisciplina, alimenta-se<br />

da pesquisa disciplinar que, por sua vez, é<br />

iluminada de maneira nova e fecunda pelo conhecimento<br />

transdisciplinar. Neste sentido, as pesquisas<br />

disciplinares e transdisciplinares não são antagonistas<br />

mas complementares (NICOLESCU,p.11-12<br />

2000).<br />

Edgar Morin(1994), um dos maiores nomes desse movimento, defende essa possibilidade<br />

e coloca ela como fundamental para se operar dentro de uma sociedade<br />

e de tantas realidades que se apresentam no mundo moderno. E coloca a necessidade<br />

de tal abordagem ser expandida, ou seja, argumento esse que chega ao Design<br />

Aberto de forma direta. Entretanto tal perspectiva não opera somente nas esferas<br />

de criação em sociedade, e cabe aqui ressaltar também aquilo que Barthes (1984)<br />

coloca como a “Morte do Autor” e posteriormente coloca como cerne do ensaio<br />

“Da Obra ao Texto”, ou seja, quando se recua dentro da elaboração e construção<br />

acaba-se entrando em uma área comum diferente da que se elabora posteriormente.<br />

Ou seja, o saber reside dentro de um campo comum a todos e parte para<br />

a especificação pela mão dos pensadores. Pensamento que não se difere muito<br />

de Michel Foucault(2002) que expressa a dificuldade de definição da autoria em<br />

muitas obras e coloca que existem muitos “eus” no processo de criação. Revela<br />

assim o caráter contraventor da transdiciplinaridade em uma eterna busca pelo<br />

conhecimento, mesmo que seja necessária a aproximação de pensadores que se<br />

contradizem. Assim é importante uma pesquisa inicial como já foi colocado antes, e<br />

analisando o próprio contexto fazendo um movimento semelhante ao do metadesign<br />

de Caio Vassão ou até mesmo o movimento de arquitetura aberta.<br />

Nesse contexto é necessária a consolidação de múltiplos agentes fomentando<br />

linhas de pensamentos transdiciplinares capazes de dialogar entre si na conceptualização<br />

de determinado projeto. Assim como o movimento de softwares abertos<br />

(Mul, 2011) que influenciaram na elaboração do Design Aberto posteriormente.<br />

Ou seja, espaço de construção comum de indivíduos com o mesmo objetivo e que<br />

compreendam o cenário da realidade em que buscam trabalhar.<br />

Para tanto se deve encorajar discursos que compreendam a potencialidade de<br />

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