IV Simpósio Interdesigners
Livro de Atas da Quarta Edição do Simpósio Interdesigners
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suais, podemos entender, antes, a trama de diferentes agenciamentos que compõe<br />
a complexidade caótica – porém ordenada – do produto. E isso é fundamental para<br />
se tratar de todos os preceitos de um bom design, pois não se analisará os efeitos,<br />
mas sim as causas. É muito mais prudente questionar o executor do que a obra<br />
muda. E se partimos do pressuposto de que este mapeamento de agenciamentos<br />
é fundamental, tanto para a estrutura do objeto, quanto para uma avaliação<br />
estrutural, podemos salientar fatores desta composição: se ela se forma por uma<br />
complexidade, e opera-se caos nesta trama, podemos pontuar alguns fatores<br />
que podem enriquecer este mapeamento processual. Primeiramente, entender<br />
que a complexidade opera por intensidades. E isto significa que varia conforme o<br />
número de partes e de sua capacidade de relações. Não necessariamente deve-se<br />
aumentar o número, mas pode-se partir para outro lado da balança, aumentando-se<br />
a relação das partes. Isso significa projetar esta cartografia e implementar<br />
máquinas e conceitos que possuam certo grau de similitude. E como pontuamos,<br />
antes de assemelhar de fato, há de se entender as diferenças individuais para posicioná-las<br />
nesta trama a fim de promover um número crescente de ligaduras. E isto<br />
significa compreender que num sistema caótico, operam-se conexões por rizomas,<br />
e não linearidades. “Qualquer ponto de um rizoma pode ser conectado a qualquer<br />
outro e deve sê-lo” (DELEUZE, 1996. P 15).<br />
É neste ponto que podemos pontuar uma operação rizomática pelo sistema n-1.<br />
Isto significa não subtrair do todo, mas subtrair o único do múltiplo. Significa, acima<br />
de tudo, abolir quaisquer singularidades das partes em detrimento de uma multiplicidade<br />
cada vez mais abrangente. Trabalhar não com as relações individuais, entre<br />
A e B, mas com os rizomas constituídos por A, B, C, D... É aqui que podemos dizer<br />
que uma máquina projetual pode e deve operar por modos complexos, e acima de<br />
tudo é aqui que se salienta a necessidade de análises complexas dos processos de<br />
Design. O segundo ponto pode ser entendido como um aumento do número de<br />
máquinas acopladas. E longe de termos e visões abstratas, procuramos aqui trazer<br />
uma abordagem pragmática deste ponto: agregação de conceitos e pensamentos,<br />
diferentes visões sobre o mesmo objeto. Todo conceito é uma máquina conceitual,<br />
e percebe-se o quanto se valoriza o conceito de um produto. Assim sendo,<br />
pensamos aqui antes da produção e do projeto em si, a capacitação do ser pelo<br />
subjetivo. Um domínio de diversas áreas do saber, ou antes, de áreas similares,<br />
aumenta a complexidade entre planos, aumenta a complexidade do fluxo transversal<br />
que se promoverá. É aqui que evocamos a transdisciplinaridade do designer:<br />
seja por cooperação de conceitos, seja por cooperação de outras subjetividades.<br />
Aqui não trabalhamos necessariamente com rizomas, mas com as linhas de fuga<br />
que se montam com os devires.<br />
Quanto mais fugas dos territórios propostos, quanto maior a hibridização conceitual<br />
tanto do processo quanto do executor, há um aumento da complexidade<br />
exercida sobre o produto. As linhas de fuga proporcionam expansões territoriais.<br />
Assim, há uma esfera corporal e outra incorpórea: acoplamento de máquinas por<br />
linhas de fuga e rizomatização dos fluxos imanentes de cada plano maquínico.<br />
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