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IV Simpósio Interdesigners

Livro de Atas da Quarta Edição do Simpósio Interdesigners

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virtual e possível que podemos pensar numa proposta de análise subjetiva.<br />

E que a ferramenta para tal é a relação simbólica plurívoca que se estabelece do<br />

ser da ação para com um discurso ou seu objeto. Se formos pensar na linguagem<br />

enquanto expressão, é exatamente por meio dessa que o homem se desterritorializa<br />

para fora de qualquer território existencial. Deleuze, tanto Foucault, quanto<br />

Guattari tomaram seus olhos tanto para os poetas como aos loucos, pois eram<br />

destes que emanavam uma maior concentração de linhas de fuga dos territórios<br />

conhecidos. É na admissão de um caos extremamente complexo que regem estes<br />

fluxos pessoais e impessoais que podemos deixar de construir amarras e limites<br />

para análises complexas e enfim libertá-las, promovendo-as cada vez mais precisas<br />

às singularidades. Não basta um olhar objetivo e métrico para analisar qualquer<br />

produção criativa, qualquer máquina subjetiva. Pois, se tratarmos os objetos<br />

de design enquanto máquinas – que se mantem em uma unidade simbólica e ao<br />

mesmo tempo podem originar outras peças derivadas, que possuem uma potência<br />

de alterar seu entorno, como um atrator caótico – podemos de fato destrinchar<br />

todos os planos sobrepostos pelos quais um único fluxo transversal perpassa e<br />

emite, por fim, uma subjetividade que somente podemos interpretar. Interpretar<br />

e não especificar, pois delimitar um entendimento único desta peça significa<br />

ignorar a complexa relação que cada subjetividade fará com o objeto. E também<br />

toda a história do pensamento descrita na introdução. Para analisar o produto,<br />

voltaremos primeiramente nossos olhos para com o processo. Mais especificamente,<br />

analisaremos as linhas de fuga que os devires manifestados no processo<br />

compõem para além do território do CsO do produtor, para enfim engendrar uma<br />

nova subjetividade maquínica, ou ainda, uma subjetividade objetada. Pois salientamos<br />

que uma análise do produto será limítrofe – os componentes assignificantes,<br />

tomados como desejos, simpatias, pulsões de vida do inconsciente, estarão ocultos<br />

de quaisquer olhares semióticos. Pois é apenas no processo que se pode estabelecer<br />

uma cartografia de todos os agenciamentos presentes no objeto.<br />

4. Processos Subjetivos em Design<br />

Em termos sucintos, uma análise subjetiva de qualquer peça de design haverá<br />

de tomar em conta o processo. E não somente de maneira objetiva. Pois, o motivo<br />

é deveras simples: havemos de projetar com acontecimentos e agenciamentos<br />

virtuais, e não atuais. A partir do momento que o projeto se finda, atualizase<br />

um produto sensível. Uma análise estética poderá evidenciar aspectos formais e<br />

sensíveis, mas nunca possíveis. Ou melhor, o possível sempre estará numa indefinição<br />

eterna. Uma desterritorialização de qualquer fluxo engessado será deveras<br />

ineficaz. Assim, propomos antes uma análise dos processos.<br />

O artista polissêmico, polifônico, que o arquiteto<br />

e o urbanista devem se tornar, trabalha com<br />

uma matéria humana que não é universal, com<br />

projetos individuais e coletivos que evoluem cada<br />

vez mais rápido e cuja singularidade – inclusive<br />

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