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IV Simpósio Interdesigners

Livro de Atas da Quarta Edição do Simpósio Interdesigners

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Proporemos então operar um descentramento<br />

da questão do sujeito para a da subjetividade.<br />

O sujeito, tradicionalmente, foi concebido como<br />

essência última da individuação, como pura<br />

apreensão pré-reflexiva, vazia, do mundo, como<br />

foco da sensibilidade, da expressividade, unificador<br />

dos estados de consciência. Com a subjetividade,<br />

será dada, antes, ênfase à instância fundadora da<br />

intencionalidade. Trata-se de tomar a relação entre<br />

o sujeito e o objeto pelo meio, e de fazer passar ao<br />

primeiro plano a instância que se exprime (ou o interpretante<br />

da tríade de Pierce). A partir daí se<br />

recolocará a questão do conteúdo. Este participa<br />

da subjetividade, dando consistência à qualidade<br />

ontológica da expressão. É nessa reversibilidade do<br />

conteúdo e da expressão que reside o que chamo<br />

de função existencializante. Partiremos, então, do<br />

primado da substância enunciadora sobre o par<br />

expressão e conteúdo. (GUATTARI, 1992. P 35)<br />

É por isso que sempre que formos falar em interpretação, necessariamente<br />

ela será subjetiva. E ainda, que um objeto de Design terá, além de sua existência<br />

objetiva, diversas existências subjetivas e virtuais, alocadas nos diversos planos de<br />

agenciamentos que os constituem: multiplicidade.<br />

3. Análises subjetivas<br />

Colocando o interpretante em primeiro plano, podemos finalmente justificar o<br />

porquê de libertar os objetos para uma miríade de interpretações: porque o significante<br />

jamais será o mesmo para quaisquer subjetividades. Por mais que as<br />

aloquemos enquanto produções maquínicas, aquelas sempre terão uma máquina<br />

abstrata singular que diferencia capacidades intencionais de um ser ao outro. Ou<br />

ainda uma diferente disposição e acoplamento destas máquinas. É, pois, erguendo<br />

pilares destas diversas máquinas – biológicas, sociais, psicológicas, criativas,<br />

mass-midiáticas, institucionais, legislativas, convencionais, simulacros... – que entendemos<br />

que cada composição maquínica, singular a cada ser, pode emitir um<br />

fluxo transversal característico e único. Se quisermos elevar estruturas, teremos<br />

que conceber que elas estarão sujeitas às complexidades caóticas destes fluxos<br />

abstratos e que a composição maquínica de cada Corpo Sem Órgãos será o fator<br />

individuante dos seres, e enfim elevará uma desconstrução à uma reconstrução<br />

destas estruturas para cada caso específico de análise.<br />

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