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IV Simpósio Interdesigners

Livro de Atas da Quarta Edição do Simpósio Interdesigners

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Design e o Pós-Estruturalismo: Rumo a<br />

um Paradigma de Significações Abertas<br />

Moon, Rodrigo Malcolm de Barros; FAAC/UNESP<br />

rmdbmoon@gmail.com<br />

Rossi, Dorival Campos; FAAC/UNESP<br />

bauruhaus@yahoo.com.br<br />

1. INTRODUÇÃO<br />

Tendo em vista a forte relação que se consolidou ao longo dos anos entre o<br />

design e a semiótica, com foco na discussão e conceitualização das mensagens engendradas<br />

na produção de objetos, tanto atuais quanto virtuais, pode-se começar<br />

a pensar no design enquanto uma linguagem: passível de ser trabalhada por<br />

signos e representações. Isto significa pensar que todo discurso e visão de mundo<br />

embutidos nos objetos é cabível de análise sintática e semântica. Se formos tratar<br />

de linguagens, surge uma necessidade de se explicitar dois momentos na história<br />

das ciências humanas – preferimos nos utilizar deste termo pois conglomerou-se<br />

tanto linguística, antropologia, sociologia, psicologia e psicanálise, dentre muitas<br />

áreas dos saberes humanos –, denominados por estruturalismo e pós-estruturalismo,<br />

que marcaram os estudos das linguagens profundamente. No começo do<br />

século XX, através de obras de autores como Saussure e Levi-Strauss, percebeu-se<br />

uma forte potencialidade em edificar certas estruturas pelas quais compreendemos<br />

tanto nossa percepção da realidade quanto os mecanismos sociais, culturais e<br />

antropológicos que se desenrolam na esfera humana.<br />

A possibilidade de entender que, através da língua, poder-se-ia elevar estruturas<br />

constantes pelas quais o homem pensa, age e entende, se tornou um marco positivista<br />

dessas ciências. Estudos linguísticos determinaram uma forte relação entre<br />

o representar e o ser, entre a forma como nos expressamos e como entendemos a<br />

realidade, numa relação unívoca entre significante e significado – ou seja, entender<br />

que existem signos que designam coisas específicas, sem nenhum tipo de flexão; a<br />

psicanálise lacaniana estruturou três ordens da percepção, dividindo entre o imaginário,<br />

o simbólico e o real e que através deste tripé partiriam quaisquer análises<br />

psicoterapêuticas; estudos antropológicos determinaram fatores culturais que<br />

eram presentes em diversos povos, mitos e rituais que se replicavam nos diferentes<br />

continentes; a sociologia determinou certas formas da composição do socius<br />

que tornariam previsíveis certos acontecimentos ou que possibilitariam leituras<br />

contemporâneas dos fenômenos;<br />

A ideia de se consolidarem as estruturas do ser humano foram tão promissoras<br />

que diversos pensadores adotaram este modelo como essencial e único para<br />

qualquer construção de saber nas ciências humanas. A possibilidade de trazer<br />

as ciências humanas para um campo de estudos a priori aos acontecimentos era<br />

deveras encantador. Contudo, isto implicava de fato em uma constância e permanência<br />

da qual desconhecemos. Com a progressão dos estudos nestes campos,<br />

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