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IV Simpósio Interdesigners

Livro de Atas da Quarta Edição do Simpósio Interdesigners

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que na maioria das vezes é resultante de uma longa raiz digital de contribuições,<br />

e sempre permite o compartilhamento daquele projeto e infinitas modificações e<br />

contribuições a partir dele. Apesar de requerer uma linguagem de programação<br />

para funcionar (C++), o compartilhamento online permite que o usuário encontre<br />

projetos prontos e entenda a dinâmica por trás deles, e até mesmo compreenda<br />

certos códigos que foram escritos, o que serve ainda como um incentivo ao<br />

aprendizado de linguagens de programação, abrindo portas para o open source<br />

e tornando as pessoas cada vez mais inseridas numa linguagem sem fronteiras<br />

espaciais. Nas escolas e universidades de design no mundo todo, o Arduino é<br />

utilizado não apenas como processo, mas como protagonista de projetos e obras<br />

artísticas. A abordagem dessa ferramenta vai além do uso para determinado fim:<br />

o Arduino funciona como a compreensão do meio e a inserção no meio. É cada vez<br />

mais comum vermos artistas criando instalações e obras ligadas à tecnologia, e<br />

percebemos que eles não só idealizaram o projeto, como também aprenderam a<br />

lógica da ferramenta que utilizaram para produzir o objeto artístico. Faz parte do<br />

Open Design entender como uma coisa funciona por dentro, e não focar no projeto<br />

finalizado, uma vez que o movimento propõe que os projetos sejam expostos in<br />

progress, o que permite que eles sejam modificados por terceiros.<br />

8. Conclusão<br />

Ao levar em conta o constante crescimento do Open Design como filosofia de<br />

trabalho e de vida, devemos nos preocupar com o que poderá acontecer em um<br />

futuro próximo. É fato que as leis de direitos autorais ainda existem e são bem<br />

rígidas com os que as infringem, mas ao mesmo tempo a sociedade segue para um<br />

tempo de abertura artística, intelectual, espacial e digital. Enquanto alguns artistas<br />

abrem processos contra pessoas que utilizam suas obras de maneira indevida,<br />

outros disponibilizam livremente seus materiais na rede, com o objetivo de enriquecer<br />

o acervo artístico digital, promover um maior aproveitamento para toda a<br />

comunidade artística presente na rede e encorajar as pessoas a ousarem produzir<br />

suas próprias obras. Mesmo que pareça um pensamento utópico, vimos a (r)<br />

evolução após o surgimento da internet e podemos enumerar diversas contribuições<br />

para a arte graças a essa abertura, uma delas sendo a Cultura Remix (PARA<br />

ENTENDER, 2011). O remix surgiu nos anos 70, dentro da música, quando perceberam<br />

que era possível unir e/ou modificar diferentes sons a fim de obter algo<br />

novo. Com o advento dos DJs e MCs, o remix começou a se popularizar em festas<br />

de comunidades norte-americanas até chegar aos estúdios e contribuir para o nascimento<br />

do hip hop. A partir da aparição da internet, ficou ainda mais fácil obter<br />

informações de diversos campos e o remix migrou para todos as dimensões sociais,<br />

da moda ao cinema ao design de utilitários. Hoje, não há praticamente nada que<br />

possa ser considerado original, uma vez que qualquer criação é baseada em outras,<br />

que por sinal são baseadas em outras, e assim por diante, criando uma longa raiz<br />

criativa. O que aconteceu foi a subversão de todos os conceitos individualistas<br />

e segregacionistas que afirmavam que cada coisa pertence à sua área e não que<br />

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