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IV Simpósio Interdesigners

Livro de Atas da Quarta Edição do Simpósio Interdesigners

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“A obra clássica é como uma aposta. Quanto<br />

mais transforma a linguagem que a contém, seja<br />

ela musical, plástica, verbal ou outra, mais seu<br />

autor corre riscos: incompreensão, falta de continuidade…<br />

Mas, quanto mais a contribuição é<br />

importante [...], mais o ganho é atraente: constitui<br />

um acontecimento na história da cultura”. (LEVY,<br />

2015)<br />

Leis que restringem o acesso a bens culturais acorrentam os que praticam o<br />

Open Design e prejudicam a autonomia e a expansão de ideias que poderiam<br />

mudar o curso da humanidade para melhor.<br />

5. Resultados e discussões: a reprodução e o acesso<br />

É fato que a abertura cultural, fora do controle das leis de autoria, promove uma<br />

maior reprodução dos bens artísticos. É nesse contexto que surge uma discussão<br />

dentro do âmbito da arte, que defende dois lados, os que são contra a reprodução,<br />

pois alegam que ela perde sua essência, sua aura, e os que são a favor, ao<br />

levarem em conta que o acesso a aqueles produtos se torna bem mais possível. Os<br />

primeiros defendem a unicidade da obra de arte, enquanto os segundos acreditam<br />

que a reprodução não tira essa singularidade, levando em conta ainda a questão<br />

econômica, uma vez que as obras são reproduzidas em larga escala justamente para<br />

alimentar o mercado. Dessa forma, os mais restritos ao assunto, os apocalípticos,<br />

seriam a favor dos direitos autorais, pois estes garantiriam a exclusividade do conhecimento,<br />

a nãoreprodução, e os bens intelectuais continuariam restritos à elite<br />

que tem acesso a eles. Os mais abertos, então, estariam no lugar dos integrados, a<br />

favor do compartilhamento de conhecimento, da abertura dos limites autorais para<br />

a reprodução, levando as obras a todos os seres humanos, cada vez atingindo mais<br />

pessoas. (ECO, 2015) Na posição de integrada, percebo a interferência das leis de<br />

patentes no Open Design e defendo a disseminação sem rédeas do conhecimento.<br />

O Open Design pauta-se na inclusão social, na valorização de todas as inteligências<br />

e na operação em conjunto para a construção de uma sociedade mais justa e<br />

avançada. Permitindo o acesso geral a todos os tipos de conhecimento, é possível<br />

que os seres humanos desenvolvam suas habilidades inatas ou já reconhecidas, e<br />

nessa cadeia de informações todos podem se ajudar, praticando o Open Design no<br />

dia a dia.<br />

Ao contrário do que muitos pensam, todas as pessoas são capazes de “fazer<br />

design”, uma vez que o design (uma de suas definições) é o projetar de alguma<br />

coisa. Com um maior acesso à informação, todos são capazes de projetar suas<br />

próprias coisas, de seus objetos pessoais a grandes empresas, contribuindo para<br />

uma sociedade cada vez mais pautada pelos saberes universalmente compartilhados,<br />

crescendo, assim, a partir da inteligência coletiva.<br />

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