Revista Pauta Nossa dezembro/2017

Dezembro/2017 Nº 3
UBERABA
RUTH GOBBO
A alma por trás das lentes
HAVANA
O FILME DA MINHA VIDA
abre festival internacional
de cinema
MONTES CLAROS
PETER PAN DE J.M BERRIE
ganha coreografia em palco mineiro

ESPAÇO DE
TODAS AS ARTES
EDITORIAL
hegamos à terceira edição da Revista
CPauta Nossa. Temos muito a comemorar.
Um projeto simples e coletivo, criado
para divulgar nosso entorno através da
cultura e está aos poucos sendo abraçado pelos
leitores.
Certo que muitas vezes temos dificuldade
de dar significado a essa palavra, devido a
sua complexidade. No entanto, vamos descartar,
totalmente, a concepção de que a cultura
é algo somente ligado as definições da
Europa nos séculos XVIII e XIX, onde a definiam
a partir das ideias elitistas. Isso fez com
que o mundo tivesse a ideia distorcida e separatista
entre acadêmico e popular.
Pauta Nossa não trabalha com essa
visão. O ceramista do Vale do Jequitinhonha é
reverenciado igual ao escultor Fernando
Botero.
Por isso, todas as páginas são destinadas
a contar a história de sua região, através das
produções artísticas, quer leve o selo da academia
ou não.
Seja Pauta Nossa! Conte-nos a sua história.
Boas Festas
3
Equipe Pauta Nossa

ÍNDICE
06
10
13
16
19
20
RIO DE JANEIRO
Prêmio troféu literatura 2017
MARCO ANTONIO
Sobre como sou professor
SIQUEIRA CAMPOS
De ferramenta de marketing à publicação
SÃO BERNARDO DO CAMPO
SEM PRECONCEIRO Pri Ferras:
Erotísmo na literatura brasileira
PATIS
PROJETO DE LITERATURA
Estudandes de escola pública lançam livros
GIRO
Agenda cultural
EXPEDIENTE
CAPA – foto de Camila Machado
Revista Pauta Nossa não possui
organograma.
* Angela Macário - Gota de
água
Queremos saber um
pouco de sua cidade e região.
Fale sobre pontos turísticos,
26
29
33
38
43
51
PRÊMIO
Conceição Evaristos é a
grande vencedora do prêmio
de literatura 2017
SANTOS
Nina Reis escreve sobre paixões
humanas
CINEMA
O filme da minha vida
BELO HORIZONETE
120 anos de BH
CAPA
As lentes poderosas de
Ruth Gobbo
MONTES CLAROS
Garoto que não quer crescer
inspira coreografia
agenda cultural, curiosidades...
Envie sua página no e-
m a i l f a b i o l a c a n g u s-
su@yahoo.com.br
No assunto escreva
PAUTA NOSSA . Textos e
fotos devem ser encaminhadas
até o dia 8 de dezembro,
para ser incluída na
próxima edição.

PRÊMIO TROFÉU
LITERATURA 2017 HOMENAGEIA
ESCRITORA CAROLINA MARIA DE JESUS
RIO DE JANEIRO
Carolina Maria de
Jesus, Homenageada pelo
t r o f é u L i t e r a t u r a
2 0 1 7 , n a s c e u e m
Sacramaneto MG,em 1914
e morreu em São Paulo,
1977.
Carolina de Jesus é
considerada uma das
p r i m e i r a s e m a i s
importantes escritoras
negras do Brasil. A autora
viveu boa parte de sua
vida, na favela do Canindé,
na zona norte de São
Paulo. A autora sustentou a
si mesma e seus três filhos
como catadora de papéis.
Em 1958, ela foi descoberta
pelo jornalista Audálio
Dantas, que publicou o
diário de Carolina sob o
nome Quarto de Despejo.
Com o dinheiro do livro, a
autora se mudou da favela.
Chegou a publicar outros
livros, mas nenhum repetiu
o enorme sucesso de sua
primeira publicação.
A obra da autora foi
alvo de diversos estudos,
tanto no Brasil quanto no
exterior.

RIO DE JANEIRO
TROFÉU LITERATURA
2017
Troféu Literatura 2017. Entrega do Troféu
Literatura 2017, no Hotel Copacabana Palace, no Rio
de Janeiro, em 1 de dezembro de 2017. pelas editoras ZL
Editora e ZL Book Livros.
Aos vencedores, Pauta Nossa parabeniza e
agradece a todos por acreditarem em nossa cultura!
7

8
RIO DE JANEIRO

RIO DE JANEIRO
A a r t i s t a p l á s t i c a
Lionizia Goyá foi a responsável
por pintar um retrato da
escritora Carolina Maria de
J e s u s , h o m e n a g e a d a d o
Troféu Literatura 2017, o qual
foi ofertado na cerimônia de
p r e m i a ç ã o n o H o t e l
Copacabana Palace, no dia
primeiro de dezembro.
9

SOBRE COMO
SOU PROFESSOR
10
MARCO ANTÔNIO SANTOS
O encontro
Todo ser humano traz em si virtudes que ao
reagir com o mundo comunicam aquilo que ele é.
Neste processo, o indivíduo conduz o seu próprio
descortinar e escolhe a luz que quer brilhar de si nos
olhos dos que lhe são importantes. Não imagino
alguém que queira apenas passar e tampouco estou
disposto a refletir a natureza do desamor. O desamor
não pode ser referência. Penso no compromisso
efetivo com a fraternidade, a empatia e a alteridade.
Creio que ninguém é um fim em si mesmo e que não
portamos todo o sentido de nossa existência. De tudo
isto nascem nossas inúmeras buscas, inclusive a da
própria felicidade.

Marco Antônio Santos
NOVEMBRO/2017
«Aos poucos fui
percebendo solenes
fragmentos
de vida sendo
entregue aos
meus cuidados»
N u m a d e s s a s
buscas tive um encontro
encantador. Foi engraçado
porque para mim era
como se apenas brincasse.
Aos poucos fui percebendo
solenes fragmentos
de vida sendo entregues
a o s m e u s c u i d a d o s .
Foram acordos tacitamente
construídos. As pessoas
iam surgindo e oportunizando
que algo de mim
repercutisse em sonhos e
projetos. Até que num
momento ímpar, em vez
de meu nome alguém me
chamou de professor. Eis
aí o meu encontro.
Reflexões sobre aprender
e saberes:
Nossos sentidos
são milagres manifestos.
Passam a vida inteira num
leva e traz constante: do
mundo pra gente, da gente
por mundo. Quando se
aprende é como se eles,
nossos sentidos, ganhassem
mais espaço e por
consequência passassem
a ser capazes de trazer
mais coisas.
É mais fácil ser feliz
quando se aprende. Se o
fundamento é acessível,
não só o sorriso é mais
forte, mas a dor, por vezes,
passa a ser mais comedida
e passageira.
Léo Buscaglia disse
em um de seus livros que
“educar é conduzir, com
amor, alguém em torno de
si”. Não me atrevo a tentar
alcançar o sentido do autor
e contento com que estas
palavras trouxeram a mim:
educar é potencializar os
sentidos, depois o próprio
educando se permite a
aprender.
Da minha parte
escolhi participar de um
processo bem peculiar: a
preparação para concursos
públicos.
É mesmo diferente
do que se faz nas escolas
c o n v e n c i o n a i s e n a
Academia. Neste espaço,
as pessoas têm propósitos
quase que estritamente
pragmáticos, mas nem por
isto perdem o lado poético
da dinâmica da educação.
A sobrevivência digna
envolve o sustento pessoal
e o zelo no ofício.
Falamos também destas
coisas.
Aí um professor se
realiza não só quando as
vitórias acontecem, mas
no momento que se constata
no aluno a convicção
de que nele há uma força,
uma capacidade, uma luz
.
«A sobrevivicencia
digna
envolve o sustento
pessoal e o
zelo no ofício»
11

COBERTURA
Marco Antônio Santos
12
«Diante de mim
uma figura simpática,
vivida e lacrimejante. Seus
olhos eram contudentes
para que não
se duvidasse da verdade
de tudo aquilo»
UM TESTEMUNHO:
A g u a r d a v a p o r
a t e n d i m e n t o e m u m a
repartição pública quando
um aluno me abordou
dizendo:
_ Este senhor quer
conhecer você.
Diante de mim uma
figura simpática, vivida e
lacrimejante. Seus olhos
eram contundentes para
que não se duvidasse da
verdade de tudo aquilo. De
sua boca um sonoro e
denso "obrigado".
Primeiro, uma de
suas filhas foi aluna minha.
Figura encantadora que
mereceu estímulo e ensinamento.
Embora o amor que
exala em nosso ofício seja
um só. Como sementes que
caem em diferentes solos,
há pessoas que florescem
de modo especial. Então foi
assim, a filha daquele
homem foi uma das flores
q u e c o n t e m p l e i . E s t a
a p r o v a d a n a C a i x a
Econômica Federal.
Depois de um tempo,
outro concurso de banco
oficial e na turma uma outra
moça cujos traços não
negavam o vínculo familiar.
O mesmo brilho, o mesmo
resultado: aprovação no
Banco do Brasil.
Passa o tempo e me
vejo em um desafio diferente.
A escola para a qual
t r a b a l h a v a e n f r e n t o u
graves problemas e a turma
foi abandonada com o
curso em andamento.
Reuni-me com os professores
e compartilhei a preocupação
com os alunos.
Seguimos o curso até o
final, mesmo sem a escola.
Na turma, outra das filhas
daquele moço. Mais uma
aprovação.
Sou pai e sei o quanto
que nos preocupamos em
ver nossos filhos com
fi r m e z a n o c a m i n h o .
Daquelas três histórias de
vida, diante das dificuldades
do mundo, havíamos
plantado um bom começo.
Tanta coisa, tanto
esforço, tanta luta e aquele
simples obrigado só me fez
pensar: _Meu Deus, sintome
capaz de fazer tudo de
novo porque o Senhor está
comigo.
«Reuni-me com
os professores e
compartilhei a
preocupação com os
alunos.
Seguimos o curso
até o final mesmo
sem a escola»
*Marco Antonio C. Santos,
Além de ser oficial de
justiça,há anos dedica a arte de
ministrar aulas preparatórias para
concurso. Nos intervalos dessas
atividades, reserva tempo para
escrever crônicas e tecer alguns
comentários sobre nossa cultura e
política.

DE FERRAMENTA DE MARKETING
À PUBLICAÇÃO
28
SIQUEIRA CAMPOS
30
26
Com o objetivo de
divulgar um blog literário,
Era uma vez Livros & Cia, a
escritora Letícia Godoy
criou o concurso de contos
“Era uma vez... Contando
histórias” com o tema
verdades e mentiras. Para
inspirar, ela publicou techos
literários de Diderot e
Virgínia Woolf e o resultado
virou a Antologia “As faces
da Verdade”.
A ideia deu tão certo,
que superou a existência do
blog em questão. Dos
vários contos participantes,
Letícia selecionou os cinco
q u e m e l h o r s e
enquadravam à temática e
acabaram sendo lançados
em formato digital.
—Está imperdível.
São contos instigantes e
muito bem escritos. Os
cincos selecionados que
merecem ser lidos pelas
pessoas que gostam de
uma boa leitura são: O rapto
do autor Douglas da Costa;
Amor e seus enganos da
autora Ingrid M.S.; A vida é
13

SIQUEIRA CAMPOS
mesmo cheia de surpresa
da autora Louise Bonotto;
Cartas para você da autora
Suzana Chaves Linhares e
Pauta Veladas do autor
T h i a g o P e r e i r a —
recomenda Letícia.
Além desses contos
selecionados no concurso,
a antologia tem um texto de
Caroline Defanti, autora
convidada e também um da
própria Letícia.
— O leitor também
se encantará com Duas
Caras. Caroline consegue
nos prender com seu jeito
de contar história e espero
que Mulher importada,
escrito por mim, também
seja atraente.
A autora comemora
o resultado da antologia e
d i z q u e c o n s e g u i u
c o n q u i s t a r u m d o s
principais objetivos do
lançamento literário.
— O objetivo da
antologia em si era divulgar
novos nomes da literatura
nacional e muitos deles já
publicaram livros, após a
antologia, o que de fato me
deixo muito feliz. Eu cuidei
de todo o preparo da
publicação que se deu pelo
meio digital através da
plataforma Amazon. Só
posso agradecer a todos
que confiaram em meu
trabalho, tanto os autores
quanto os leitores.
DEDICAÇÃO A LITERATURA
14
L e t í c i a G o d o y ,
natural de Curitiba/PR,
mudou ainda criança, para
Siqueira Campos, interior
do estado, onde reside.
A p a i x o n a d a p o r
l i t e r a t u r a , f o r m o u e m
L e t r a s / I n g l ê s n a
Universidade Estadual do
Norte do Paraná e fez curso
de especialização pela
Unesp, na área de preparação
e revisão textual, a
qualificando para atuar
como revisora, crítica
literária e mentoring, ajudando
com sua experiência,
jovens escritores.
CAPA
AUTORA
L e t í c i a d i z q u e
escrever sempre fez parte
de seu universo. Ela já
escrevia aos 8 anos de
idade, contudo, sua
primeira publicação foi
aos 18 anos, no primeiro
ano do curso de
letras.
— U m a d e
nossas professoras
organizou uma antologia
de contos como
e n c e r r a m e n t o d a
oficina de produção de
textos e eu tive 3 contos
selecionados. O nome
é Pontos da Vida e
como foi algo bastante
restrito, não tem mais
livros físicos disponíveis,
contudo, o meu
capítulo nessa antologia
foi aprimorado
posteriormente e eu
relancei os contos com
algumas modificações
e um conto extra na
Amazon, na pequena
.

SIQUEIRA CAMPOS
na pequena coletânea
chamada Memorial das
Desventuras.
A o s 1 9 , L e t í c i a
publicou a primeira edição
de Jurada Pelas Sombras,
romance de darkfantasy e o
lançamento dele foi na
bienal de SP de 2014.
Depois, por alguns problemas,
a escritora teve um
hiatus de 2 anos e voltou em
2016 com o primeiro volume
da trilogia fantástica chamado
Deixe-me Entrar.
— É o meu livro de
maior sucesso e a primeira
edição encontra-se esgotada.
Estou renegociando
para relançá-lo ao lado dos
próximos volumes, inclusive
Deixe-me Ver saiu também,
mas por alguns probleminhas
técnicos não será
comercializado. Também
publiquei Borborema, meu
romance policial que também
está com a edição
c h e g a n d o a o fi m . E l e
encontra disponível na
Amazon e também pode ser
comprado diretamente
comigo (tenho alguns
exemplares).
PRÓXIMO LANÇAMENTO
Para 2018, Letícia
Godoy lançará Operação
Shanghai, um livro em coautoria
com a escritora Malu
Ghiraldeli.
15

SEM PRECONCEITO
PRI FERRAZ: EROTÍSMO NA
LITERATURA BRASILEIRA
30
SÃO BERNARDO DO CAMPOS
28
26
Mulher, profissional, mãe. Priscila
Ferraz, 33 anos, natural de São Bernardo do
Campo, São Paulo, dedica também a escrever
histórias que abusam do erotismo e
conquistam leitoras brasileiras.

SÃO BERNARDO DO CAMPO
TEMÁTICA ANTIGA
Ao contrário do que
muitos p o s s a m
pensar, a literatura erótica
conquista leitores muito
antes dos contos publicadas
em revistas masculinas e da
trilogia 50 Tons de Cinza.
Títulos como O Crime do
Padre Amaro de Eça de
Queiroz, Decameron de
B o c a c c i o e R e l a ç õ e s
Perigosas de Choderlos de
Laclos são exemplos de
como esse tema pode ser
instigante e ultrapassa
barreiras do tempo, mesmo
enfrentando os obstáculos
do socialmente aceitável.
Pri Ferraz, funcionária
do Banco do Brasil,
resolveu mergulhar nesse
universo e levar principalmente
às mulheres, suas
histórias, com temáticas, já
abordadas por outros
autores, mas com um olhar
contemporâneo e com o
sotaque nacional.
Sobre o porquê
abordar o erotismo em
suas obras, Pri revela
escrever desde os 15 anos
de idade, e ao se tornar
adulta percebeu que faltava
algo em seus personagens
e descobriu que abordar a
intimidade dos seus personagens
os deixavam mais
completos.
Apesar de abandonar
a faculdade de psicologia,
a escritora sabe a
importância de abordar
todas às nuances de um
personagem e como isso
pode facilitar uma maior
conexão com o leitor.
17

SÃO BERNARDO DO CAMPO
SEXUALIDADE FEMININA
17
Sim, há aqueles que
torcem o nariz sobre a
literatura erótica. Se for
baseada em gosto pessoal,
está correto uma vez que
isso é questão individual.
Mas negar a existência de
qualidade em diversas
obras que desvendam a
sexualidade seria incorrer
no simplismo. Esse é um
dos alertas feitos por especialistas.
P r i s c i l a d i z q u e
nunca sofreu preconceito
por fomentar o erotismo em
seus livros e conto e afirma
ser de suma importância
esses temas abordados
abertamente por mulheres
em redes sociais e em
conversa como amigas.
—Sim, ainda vivemos
em uma sociedade
machista, mas percebemos
que nós mulheres falamos
mais abertamente sobre
sexo e os livros “hots”
contribuíram para essa
liberdade de falar sobre o
que sentem ou gostam.
Hoje, nos grupos de leituras
as mulheres participam
a t i v a m e n t e , i n c l u s i v e
falando sobre algo que no
dia a dia, ainda não conseguem
abordar. Muitas
a c a b a m e s c l a r e c e n d o
dúvidas — a autora relata.
LIVROS
Diretamente com a autora
nas redes sociais
Pri Ferraz Autora

PROJETO DE LITERATURA
ESTUDANTES DE ESCOLA PÚBLICA
LANÇAM LIVROS
16
PATIS
Estudantes entre 11 e 12 anos de idade, da
cidade de Patins no Norte de Minas, lançam
livros, sob a coordenação de Patrícia Lopes, com
o projeto que tem por objetivo levar o aluno,
além de aprender gramática, refletir sobre a
sociedade e ao mesmo tempo se posicionar
criticamente diante da realidade.
Ao todo, o projeto envolveu 32 estudantes
da Escola Municipal Francisco Soares, que além
de leitores se descobriram autores.
A coordenadora contou com o apoio de
outros professores, como Fredson Reis, professor
de Geografia, uma vez que os pequenos autores
abordaram o seu entorno, o campo, fazenda e o
seu dia a dia.
Cada livro teve em média, 15 páginas, e um
custo de R$46,50, bancado com ajuda dos
funcionários da escola e os próprios pais.
A iniciativa deu tão certo, que muitas
crianças desejam explorar um pouco mais o
universo da escrita.
Alguém duvida que elas consigam?
O certo é: quando incentivada, a cultura
gera bons frutos!
19
Informação: Juliana Peixoto-G1

BELO HORIZONTE
Onze anos após sua estreia,
“Minha Mãe É Uma Peça” volta aos
palcos com uma remontagem
especial. O espetáculo, concebido e
escrito por Paulo Gustavo e
inspirado em sua própria mãe, estará
em cartaz no Km de Vantagens Hall
BH, no dia 16 de dezembro, com
duas sessões, às 19h e às 22h.
Local: Av. Sra. do Carmo, 230 -
Savassi, Belo Horizonte - MG,
30330-000
GIRO
Exposição
A Fundação Clóvis Salgado
apresenta a exposição Diego e Frida:
um sorriso no meio do caminho na
CâmeraSete – Casa da Fotografia de
Minas Gerais no período de 29 de
novembro a 18 de fevereiro.
O acervo é composto por quase
40 fotos de acervos pessoais de
amigos e familiares dos artistas
mexicanos Diego Rivera e Frida
Kahlo, coletadas ao longo de 25 anos,
desde o casamento, em 1929, até a
morte de Frida, em 1954
Endereço: Avenida Afonso Pena, 737
- Centro
Telefone: 31 3236-7400 31 3222-6917

GIRO
FLORIANÓPOLES
“A infinidade de expectativas que
socialmente recaem sobre a mulher-mãe
é proporcional ao peso da sua escolha por
filhos, sejam eles biológicos ou afetivos. É
eternamente esperado das mulheres que
concebam pérolas. Sempre. Pérolas são
dores travestidas de beleza.” A afirmação
vem de oito artistas brasileiras - Ana
Sabiá, Clarissa Borges, Juliana Crispe, Lu
Renata, Paula Huven, Priscila Costa,
Roberta Barros e Silvana Macêdo –
interessada em discutir nas artes visuais o
maternalismo, um termo inglês que indica
a luta feminista contra os modelos patriarcais
e machistas.
Local: Museu da Imagem e Som de Santa
Catarina
Data: de 2 de dezembro/2017 a 14 de
janeiro/2018
PORTO ALEGRE
ROSA DE SARON
Data: 17/12/2017
Horário: 21h
Local: Teatro do Bourbon Country -
Bourbon Shopping Country
21
Endereço: Avenida Túlio de Rose, 80 -
Passo da Areia
Contatos:
www.teatrodobourboncountry.com.br

GIRO
FORTALEZA
Exposição "Palavra em
Movimento", de Arnaldo
Antunes
Q u a n d o : t e r ç a - f e i r a a
sábado, das 10h às 20h; e
aos domingos, das 12h às
19h
L o c a l : C a i x a C u l t u r a l
Fortaleza (av. Pessoa Anta,
287 - Praia de Iracema
Data: até 22 de dezembro
de 2017
Entrada gratuita
info: (85) 3453 2770
FEIRA DE SANTANA
22
14 Bis apresentará seu
show na cidade de Feira de
Santana/BA no dia 19 de Dezembro
de 2017, terça-feira.
Cidade: Feira de Santana / BA
Data: 19/12/2017, terça-feira
Local: Praça Pública

GIRO
NATAL
Um presente de Natal
O espetáculo que já se
caracterizou como o Auto de
Natal mais tradicional e há 19
anos encanta públicos de todas
as idades, será apresentado
nesta semana. Um Presente de
Natal apresenta “O Nosso
Quintal”
São mais de 50 artistas em cena
sob o roteiro e direção de Diana
Fontes, texto e música de Danilo
Guanais e concepção plástica de
Marcos Leonardo. Para esta
edição, o espetáculo traz ao
palco mensagens sobre a esperança,
a sensibilidade, sobre não
perdermos o nosso ser criança.
Local: Cidade da Criança
Censura livre.
Data: 21/12 Horário: 19h
RECIFE
ACADEMIA DA BERLINDA
A festa é organizada pela própria banda, que
foi fundada em 2004 em Olinda. Conhecido pelo
repertório autoral, o grupo é formado por Alexandre
Urêa (voz, timbales), Tiné (voz, pandeiro, maraca),
Yuri Rabid (baixo), Gabriel Melo (guitarra), Hugo Gila
(MicroKorg), Irandê César (bateria e percussão) e
Tom Rocha (percussão e bateria).
22/12/2017, às 22h00 – Clube Bela Vista
Av. Aníbal Benévolo - Alta Santa Terezinha, Recife -
PE, 51130-220, Brasil
23

MANHÃ DE DOMINGO
CENA MINAS
EDITAL
Até o dia 29 de
dezembro, as organizações
da sociedade civil
(OSC) podem se inscrever
no edital de Chamamento
Público do Prêmio Cena
Minas. O objetivo do pleito
é estabelecer um Acordo
de Cooperação entre a
Secretaria de Estado de
Cultura e uma OSC para a
realização de propostas
técnicas que viabilizem a
premiação do edital, que
destina R$ 2 milhões para
atender 60 projetos já
executados nas áreas do
O P r ê m i o C e n a
Minas tem como objetivo
incentivar as produções de
teatro, dança e circo por
meio do estímulo à produção
e pesquisas de linguagens.
Além disso, a premiação
fomenta a circulação
artística e contribui para a
formação de público em
artes cênicas.
Em sete edições, o
circo, dança e teatro.
A s i n s c r i ç õ e s
podem ser realizadas via
Correios, por meio do envio
da documentação via
Sedex. Os interessados
também podem se inscrever
presencialmente no
P r o t o c o l o C e n t r a l d a
Cidade Administrativa
(Rodovia Papa João Paulo
II, 4001, Prédio Gerais, 1°
andar, lado par, Bairro
S e r r a V e r d e , B e l o
H o r i z o n t e / M G , C E P
31.630-901), de segunda a
sexta-feira, das 8h às 17h.
PRÊMIO CENA MINAS
Prêmio Cena Minas atingiu
uma marca de 307 projetos
contemplados, beneficiando
140 cidades beneficiadas
com ações do prêmio
por edição. Desde o seu
lançamento, o programa
investiu cerca de R$ 9,3
milhões direcionados ao
fomento do teatro, da dança
e do circo, em suas diversas
expressões artísticas.

GIRO
CONCEIÇÃO EVARISTO É A
GRANDE VENCEDORA
DE PRÊMIO
DE LITERATURA DE 2017
PRÊMIO CAPA
20
Mineira, que venceu na categoria
Conjunto da Obra, é a primeira escritora
negra a receber o prêmio desde que ele foi
criado em 2007; de forma inédita, o edital
consagra as mulheres em todas as categorias,
demonstrando a pujança da produção
feminina.
25

PRÊMIO
CONJUNTO DA OBRA DE MINEIRA
CONQUISTA COMISSÃO
26
Uma das principais
premiações do gênero no
país, o Prêmio Governo de
Minas Gerais de Literatura,
da Secretaria de Estado de
Cultura, anuncia os vencedores
de mais edição. A
m i n e i r a C o n c e i ç ã o
Evaristo, nascida no morro
do Pindura Saia, em Belo
Horizonte, é a grande
vencedora do edital. Pela
primeira vez, uma escritora
negra é a ganhadora na
categoria Conjunto da
Obra. Autora de uma obra
extensa, que inclui prosa e
poesia, a belo-horizontina
também ficou conhecida
pela importância e densidade
de seus romances, como
“Ponciá Vicêncio” (2003) e
“Becos da Memória (2006)”,
que trata da complexidade
humana e dos sentimentos
de quem sofre com o preconceito,
a fome e a miséria.
— Estou muito feliz e
emocionada com o prêmio
que vêm da minha terra.
Dia 29/11 foi meu aniversário.
É mesmo um present
ã o ” , a fi r m o u , b e m -
humorada, Conceição
Evaristo.

GIRO PRÊMIO
ITUMBIARA
QUEM É CONCEIÇÃO EVARISTO?
108 ANOS DO «CAMINHO DA CACHOEIRA
Conceição nasceu
numa favela da zona sul de
Belo Horizonte, vem de uma
família muito pobre, com
nove irmãos e sua mãe, e
teve que conciliar os estudos
trabalhando como
empregada doméstica, até
concluir o curso normal, em
1971, já aos 25 anos.
Mudou-se então para o Rio
de Janeiro, onde passou
num concurso público para
o magistério e estudou
Letras na UFRJ.
Na década de 1980,
entrou em contato com o
grupo Quilombhoje. Estreou
na literatura em 1990, com
obras publicadas na série
Cadernos Negros, publicada
pela organização.
É mestra em Literatura
Brasileira pela PUC-Rio, e
doutora em Literatura
C o m p a r a d a p e l a
U n i v e r s i d a d e F e d e r a l
Fluminense.
S u a s o b r a s , e m
especial o romance Ponciá
Vicêncio, de 2003, abordam
temas como a discriminação
racial, de gênero e de
classe. A obra foi traduzida
para o inglês e publicada
nos Estados Unidos em
2007. Atualmente leciona na
UFMG como professora
visitante.
E m 2 0 1 7 ,
Conceição Evaristo foi
tema da Ocupação do Itaú
Cultural de São Paulo.
Fotos: Arquivo pessoal
Conceição Evaristo é
militante do movimento
negro, com grande participação
e atividade em
eventos relacionados a
militância política-social.
27

GIRO PRÊMIO
PRÊMIO
O prêmio tem como
objetivo divulgar a literatura
brasileira, reconhecendo
grandes nomes nacionais e
abrindo espaço para os
jovens escritores mineiros.
O edital distribui R$ 258 mil
em quatro categorias:
Poesia (R$ 30 mil); Ficção
(R$ 30 mil); Conjunto da
obra (R$ 150 mil); e Jovem
Escritor Mineiro (R$ 48 mil).
MULHERES
MOSTRAM PODER
NA LITERATURA
Além da vitória de
Conceição Evaristo, as
mulheres levaram prêmios
e m t o d a s a s o u t r a s
categorias desta edição. Na
c a t e g o r i a F i c ç ã o
( R o m a n c e ) a o b r a
vencedora foi “Mobiliário
para uma fuga em março”,
sob o pseudônimo O.
Callas, de Marana Borges.
Na categoria Poesia, a obra
vencedora foi “Fabulário”,
sob o pseudônimo Esme, de
Ana Cláudia Costa dos
Santos. A Jovem Escritor
desta edição é Sara Abreu
Pinheiro e Silva, que venceu
com o projeto “Membro
Fantasma”. Na categoria
Jovem Escritor, a Comissão
Julgadora decidiu também
dar menção honrosa para “A
Casa dos Amores Loucos”
com pseudônimo Tatiana
Metanova e de autoria de
Giovanna Ferreira Silva.
28
Como?
Envie e-mail com
matérias e fotos,
s o b r e e v e n t o s
c u l t u r a i s , o u
mesmo, sobre os
a rt i s t a s d e s u a
cidade e região.
fabiolacangussu@yahoo.com
Não esqueça de escrever no assunto do e-mail: PAUTA NOSSA

GIRO
NINA REIS ESCREVE
SOBRE
PAIXÕES HUMANAS
SANTOS CAPA
20
“Nina Reis é mulher, mãe, esposa, filha,
auxiliar administrativa em uma empresa de
telecomunicações e escritora”. Essa é a
autodescrição da autora que descobriu sua
vocação, ainda na infância, brincando de ser
novelista, juntamente com a irmã e primas.
29

SANTOS
Natural da cidade de
Santos/SP, Nina Reis diz
ser apaixonada pelo seu
entorno no qual observa e
se inspira para criar personagens
ricos em nuances e
com boa dose de credibilidade.
Ela começou sua
carreira em 2011 ao participar
de concurso de contos
promovidos por um blog a
suas leitoras.
— Escrevi o conto “A
História de Nós Dois”.
Conquistei o segundo
lugar, então eu percebi, o
que havia começado como
uma brincadeira de criança
se transformou naquilo que
eu queria fazer. Assim,
esse conto acabou dando
origem a Série Santuário.
A fi c i o n a d a p o r
literatura, Nina conta que
ESCRITORA APAIXONADA
POR SEU ENTORNO
ao ler Marion Zimmer
Bradley, Zélia Gattai e Nora
Roberts ela descobriu
desejar fazer o mesmo.
— Além dessas três
autoras, existem dezenas
de talentos que me conquistam,
como Danilo
Barbosa, Linda Howard,
Cora Coralina, Clarice
Linspector, Rubens Alves,
Martinha Fagundes e
muitos outros nomes.
ROMANTISMO EM CADA PÁGINA
30
Nina Reis escreve
para quem não tem problemas
de vivenciar paixões.
Segundo a autora, ela ama
escrever sobre pessoas
apaixonadas pela vida, por
seus trabalhos e ideais,
levando o leitor a refletir.
C o m o e x e m p l o ,
Nina fala sobre suas obras:
SANTUÁRIO
A Série conta a
história de ex-soldados
das forças especiais de
várias partes do mundo
que se uniram para formam
um esquadrão de mercenários
sediado no Brasil. O
.

SANTOS
principal argumento da
série é a frase: Honorare
ad Finem (Honra até o
Fim).
Esses homens e
mulheres, marcados por
c i c a t r i z e s f í s i c a s e
emocionais, descobriram
por experiências vividas
que para fazer o bem, as
vezes, você precisa estar
do lado errado da lei.
Cada livro da série
conta a história de um
soldado. E meio a missões
secretas e repletas de
perigos, em que voltam
feridos e traumatizados,
e l e s i r ã o u m a u m
encontrar mulheres e
homens tão determinados
e intensos quantos eles.
São histórias sobre
amizade, lealdade, honra e
amor, com muita ação.
Livros publicados da Série
Santuário:
A História de Nós Dois
(Físico e E-book)
Outra Vez Você (E-book)
Em Teus Braços (E-book)
MEU DESTINO É
VOCÊ
Em Meu Destino é
Você conto a história de
amor entre a violoncelista
Eva Martins e o paisagista
Theo Santini.
Eva é uma mulher
negra, nascida em uma
comunidade carente da
cidade de São Paulo e
conhece a música clássica
ainda criança quando a
ONG Instituto se instala na
comunidade.
Q u a n d o o l i v r o
começa, Eva acaba de
receber um convite para
i n t e g r a r a L o n d o n
Symphonic Orchestra e
Theo Santini está a caminho
de um compromisso
profissional. Irá entregar
um projeto pra participar da
licitação do jardim da Casa
das Rosas.
Quando se conhecem
e se apaixonam, Eva
está de mudança para o
exterior para realizar o
sonho para qual se preparou
a vida inteira. Theo tem
raízes profundas no Brasil.
Será que para viver
um grande amor, ela terá de
abrir mão do sonho de toda
uma vida?
É um livro que fala de
amor, amizade determinação,
escolhas e também
sobre o racismo.
31

SANTOS
CONTOS
Além dos livros da
Serie Santuário e Meu
Destino é Você a autora
também publicou o Livro
dos Contos Uma Flor no
Meu Caminho e Um Amor
de Secretária (E-book e
Físico), o conto Um amor
para Jane (Físico e E-
book).
AQUISIÇÃO
Minhas histórias
estão disponíveis no formato
e-book através do site
Amazon. É só digitar no
campo de busca Nina Reis.
Livro físico deverá ser
adquirido diretamente
com a Foto: autora. Altemiro Contato Olinto nas
redes Site sociais - Vida e de no turista site
oficial
http://autoraninareis.
wixsite.com/ninareis
32
MONTES CLAROS/MG

O FILME DA
MINHA VIDA
CINEMA
Depois de brilhar nas telas brasileiras, O Filme
de minha vida arrumou as malas para desembarcar
nas salas de cinemas internacionais, encantado públicos
diversos, provando que a parceira entre o diretor
Selton Melo e a produtora Vânia Catani é o que se pode
chamar toque de Midas.
Em novembro, quem teve a oportunidade de
emocionar com a produção brasileira foi o público
norte americano. E o mês de dezembro coroa a trajetória
de sucesso. O Filme de minha Vida abriu o Festival
Internacional Novo Cinema Latino-Americano, com
sede em Havana/Cuba.
33

CINEMA
O FILME DA MINHA VIDA
UM VOTO PARA A POESIA DAS COISAS SIMPLES
34
*PP Roque.
Havana Filme Festival
Uma das notícias
que mantém suspensos os
espectadores de Havana é
descobrir qual filme vai
"abrir" cada nova edição do
Festival Internacional do
N o v o C i n e m a L a t i n o -
Americano, com sede em
Havana e estabelecido há
décadas como um dos
eventos finais do ano com
maior apelo ao público e
aos participantes. Este ano,
a cerimônia de abertura
desta edição foi agraciada
com o filme O filme da
minha vida, um drama do
cineasta brasileiro Selton
Mello, lançado em agosto
deste ano no Brasil.
O filme da minha
vida baseia-se no livro Um
pai de cinema, do escritor
chileno Antonio Skármeta,
segundo a qual o romance
refere-se à "relação de pais
e filhos, afeições e pertences
difíceis a alguém ou a
algo". As obras deste autor
multifacetado foram levadas
as grandes telas em
várias ocasiões, como é o
caso da Ardent Patience ,
d i r i g i d a p e l o p r ó p r i o
Skarmeta; A dança da
vitória , de Fernando
Trueba; O carteiro , de
Michael Radford e, mais
recentemente, Não, de
Pablo Larraín.
BRASIL
Aparentemente, foi ideia de
Skarmeta fazer o filme no
Brasil, pelo que eles sugeriram
Selton Mello como o
diretor ideal por se interessar
em contar "pequenas
histórias" e que eles têm a
singularidade de virar
família.

CINEMA
ADAPTAÇÃO
A adaptação cinematográfica
foi da responsabilidade
do próprio Mello -
vencedor do Coral Prize for
Acting em 2001 por A left of
t h e f a t h e r - c o m
MarcelloVindicatto, com
quem o jovem diretor
colaborou em roteiros para
seus dois filmes anteriores,
Feliz Natal e El clown . Além
disso, certamente muitos se
lembrarão da telenovela
popular, transmitida há
vários anos em Cuba, La
fuerza del deseo , na qual
Mello interpretou Abelardo,
um dos filhos de Barón
Sobral.
SINÓPSE Situado no Brasil
rural dos anos sessenta, o
filme da minha vida revela
a história de Tony, filho de
um francês com um brasileiro,
que vai à capital para
estudar na universidade e
ter uma vida perfeita. Mas
ao se formar e retornar à
sua cidade natal, ele
receberá a notícia de que
seu pai voltou para a
França sem qualquer
explicação. Depois de
várias tentativas fracassadas
de entrar em contato
com seu pai, Tony tentará
se recuperar dessa perda
preenchendo sua vida com
outras experiências, como
romance, viagens e cinema.
Ele começa a trabalhar
como professor em uma
escola onde terá que lidar
com estudantes adolescentes
e todos os conflitos que
envolvem essa idade, para
se descobrir como uma
figura abrangente e protetora.
Sempre com o cinema
de pretexto e as revelações
de fundo serão feitas o
levaando a descobrir o
paradeiro de seu pai e os
verdadeiros motivos para
sua partida.
35

CINEMA
36
ELENCO
Fiel a seu treinamento
de atuação, Selton Mello
junta-se ao elenco liderado
por Johnny Massaro que
interpreta Tony e Bruna
Linzmeyer (Luna) - que
esteve presente na gala de
abertura deste Festival -,
conhecido pelo público
cubano devido a seu desempenho
como Leil, autista no
romance recentemente
transmitido Rastros de
mentira . O papel do pai foi
reservado ao ator francês
Vincent Cassel (Nicolás),
que foi visto ultimamente
em vários lançamentos
brasileiros. Ondina Clais,
como Sofía e Beatriz
Arantes, como Petra, entre
outros.
PRODUÇÃO E
DISTRIBUIÇÃO
A p r o d u ç ã o f o i
compartilhada entre a
Bananeira Filmes e a Globo
Films, que contou com o
apoio da RioFilme, ANCINE
e BRDE e a distribuição foi
r e a l i z a d a p e l a M G M
International e Vitrine. A
filmagem ocorreu entre os
meses de abril e maio deste
mesmo ano em vários
locais nas terras altas do
sul do Brasil. Uma região
apenas filmada, cenário de
episódios importantes da
história brasileira e cujas
p a i s a g e n s c h e i a s d e
neblina e luzes serviram a
intenção do diretor de fazer
um filme bonito, uma
homenagem a Tolstoi e seu
pensamento "que apenas a
beleza - a estética - isso
nos salvará ».

CINEMA
WALTER CARVALHO
Precisamente para
capturar aquela beleza,
Mello convocou para a
direção de fotografia o
experiente Walter Carvalho,
c o n s i d e r a d o u m d o s
g r a n d e s m e s t r e s d a
fotografia na história do
cinema brasileiro, entre
eles, Carandiru (Héctor
Babenco, 2003) e a versão
c i n e m a t o g r á fi c a d e
Budapeste , um romance do
músico e escritor Chico
Buarque, dirigido pelo
próprio Carvalho e estreado
em título cinematográfico
durante 2009.
LIRISMO
Mais do que um
drama familiar, o resultado
final foi um filme de grande
beleza e lirismo, onde esse
Brasil dos anos sessenta
parece mais um país e um
tempo míticos onde o pai
ansiava por Tony, existe e a
idade da juventude não
parece terminar. É também
um trabalho sobre a memória:
o histórico, o social, o
familiar, o nosso, que
podemos perder ou tesouro
se conservarmos os pequenos
momentos que tornam
nossa vida grande e imperecível
como a dos personagens
de um filme.
Matéria publicada no site
do Festival Internacional del Nuevo Cine
Latinoamericano
habanafilmfestival.com
O Filme da Minha Vida
agora pode ser assistido do
conforto da sua casa.
Disponível no NOW, Vivo Play,
YouTube, Google Play e iTunes.
37

GIRO
120 ANOS DE
BELO HORIZONTE
BELO CAPA HORIZONTE
20
A capital mineira completa 120 anos.
Praticamente um adolescente em comparação
as outras capitais. Sua população estimada é de
2,5 milhões de habitantes. Com uma área de
aproximadamente 331 km², possui uma
geografia diversificada, com morros e baixadas
e cercada pela Serra do Curral, o que faz jus ao
nome que leva, Belo Horizonte!

BELO HORIZONTE
TODAS AS ARTES
Há muito a se
f a l a r d e B e l o
Horizonte, mas a
Pauta Nossa optou
por fazer um breve
r e g i s t r o s o b r e a
importância da cultura
à capital que
construiu um “Palác
i o ” à s a r t e s , o
Palácio das Artes
MÚSICA
Belo Horizonte é o
berço de um dos maiores
movimentos da música
brasileira, nos anos 60,
Clube da Esquina e que
influenciam até hoje a
música brasileira. O membros
desse clube são
reverenciados mundo a fora
como Milton Nascimento,
Lô Borges, Tavinho Moura,
Wagner Tiso, Beto Guedes,
Flávio Ventuniri.
Não podemos deixar
de aplaudir 14Bis, Wander
Lee, Skank, Pato Fu,
Sepultura e JQuest, entre
outros.
39

BELO HORIZONTE
LITERATURA
40
Na década de 20,
surgiu em Belo Horizonte a
geração de escritores de
raro brilho, que conquistou o
cenário nacional, dentre
eles Carlos Drummond de
Andrade, Ciro dos Anjos,
P e d r o N a v a , A l b e r t o
Campos, Emílio Moura,
João Alphonsus, Milton
Campos, Belmiro Braga e
Abgar Renault, que se
encontravam no Bar do
P o n t o , n a C o n f e i t a r i a
Estrela ou no Trianon para
produzir os textos que
revolucionaram a literatura
brasileira.
Em 1925, Carlos
Drummond de Andrade e
seus companheiros lançaram
A Revista que, apesar
da vida breve, foi importante
veículo de afirmação do
modernismo em Minas.
Ao longo dos anos
s u c e d e r a m - s e m u i t o s
outros intelectuais e poetas
como Fernando Sabino,
Hélio Pellegrino, Otto Lara
Resende, Ziraldo e Paulo
Mendes Campos.
Atualmente, na
área literária, destaca-se
também a realização anual
do Concurso Nacional de
Literatura Prêmio Cidade
de Belo Horizonte, que foi
instituído pelo Decreto nº
204 de 1947, e é promovido
pelo Município de Belo
Horizonte e coordenado
pela Fundação Municipal
de Cultura, tendo como
finalidade distinguir obras
i n é d i t a s , e m L í n g u a
Portuguesa, de autores
brasileiros natos ou naturalizados
em três categorias
Ensaio; Poesia e Autor
Estreante e Dramaturgia

BELO HORIZONTE
TEATRO E BALÉ
No teatro, os grandes
expoentes são o Grupo
Galpão e o Giramundo
Teatro de Bonecos, que é
u m i m p o r t a n t e g r u p o
especializado em teatro de
bonecos. Eles mantêm um
museu de bonecos que
criaram desde a sua fundação
em 1970, tendo lançado
seu primeiro álbum
completo em 1981 e 11
trabalhos desde então.
Há muitos grupos
artísticos brasileiros notáveis
que têm sua origem
em Belo Horizonte, como o
Grupo Primeiro Ato e o
Grupo Corpo, que é talvez
o mais famoso grupo de
dança contemporânea do
país. Ele foi criado na
cidade em 1975, excursionando
e sendo aclamado
por plateias em todo o
mundo.
FOTO: GUTO MUNIZ
GALPÃO
41

BELO HORIZONTE
EVENTOS
FOTO: GUTO MUNIZ
42
Já se tornou uma tradição na cidade a realização de encontros,
mostras e festivais artísticos. Anualmente, são realizados o
Festival Internacional de Teatro, Palco e Rua (FIT-BH), o
Festival Internacional de Teatro de Bonecos, o Festival
Internacional de Dança (FID), o Festival Internacional de Corais
(FIC), o Festival de Arte Negra (FAN), o Festival Internacional
de Curtas e a Mostra de Cinema Mundial - Indie Brasil.
Bienalmente, são realizados o Encontro Mundial de Artes
Cênicas (ECUM), o Encontro Internacional de Literaturas em
Língua Portuguesa, o Festival Mundial de Circo do Brasil (FMCB)
e o Festival Internacional de Quadrinhos (FIQ). Além desses, a
Campanha de Popularização do Teatro e da Dança acontece nos
meses de janeiro e março, quando dezenas de peças teatrais são
oferecidas a preços populares à população, levando um grande
número de pessoas aos teatros da capital mineira.
fonte: Prefeitura de Belo Horizonte

AS LENTES PODEROSAS
DE RUTH GOBBO
CAPA
*Viviane Silva Alves
Fotos: Viviane e arquivo pessoal
Com jeito de menina faceira, Ruth Gobbo seduz
com sua obra. Ela é uma daquelas artistas que
encanta pela beleza e pelo carisma que lhe é tão
peculiar. Suas lentes são incansáveis e insaciáveis,
atuam desbravando o oceano para captar belas
imagens, eternizando momentos ímpares e acima de
tudo, nos encantando com seu olhar sensível para
coisas belas e ricas de conteúdo.
43

CAPA
QUEM É RUTH GOBBO?
44
Ruth Gobbo é
fotógrafa e jornalista,
n a t u r a l d e
Sacramento, Minas
Gerais. Desde muito
cedo esteve envolvida
n o m e i o a r t í s t i c o
desenvolvendo atividades
em dança, teatro,
pintura e música,
mas a fotografia foi a
forma que encontrou
de colocar em prática
todas as experiências
adquiridas ao desemp
e n h a r a s d e m a i s
atividades artísticas.
Ruth tem um certo
fascínio pela cultura
africana que a acompanha
desde sempre.
Ela costuma dizer que
é 100% negra aqui (e
bate a mão no peito
s o b r e o c o r a ç ã o ) .
Tanto que em seu
acervo fotográfico
e x i s t e m i m a g e n s
marcantes de negros,
registradas por suas
lentes no tour feito
pela América do Sul e
Norte e continente
Africano.

CAPA
EXPERIÊNCIA INTERNACIONAL
ÁFRICA DE MANDELA
Em viagem à África
do Sul a fotógrafa Ruth
Gobbo e o fotógrafo
Marujo (José Antônio dos
Santos) conseguiram
autorização para fazer a
a g e n d a d e N e l s o n
Mandela, de acordo com a
fotógrafa a agenda do
presidente iniciou as 6h
da manhã e se estendeu
até as 20h, e neste tempo
ela passou o dia todo
registrando momentos de
Mandela, tratado como
Mandiba pelo povo, que
quer dizer “pai”.
R u t h G o b b o
explicou que para acompanhar
a agenda do
presidente, a restrição era
não usar flashes, por
causa do problema de
visão decorrente dos anos
de prisão. Ela discorre
ainda que Mandela era do
povo, disse que pegou em
sua mão e se emocionou
com a oportunidade de está
perto de alguém com tal
importância para a humanidade,
um símbolo de
generosidade e união.
Ruth Gobbo teve o privilégio
de conhecer e acompanhar
um dos maiores líderes da
humanidade.
MANDELA
45

CAPA
PROJETO BRAZILIAN EYES
46
O e n c o n t r o c o m
Nelson Mandela rendeu à
fotógrafa a participação no
projeto BrazillianEyes, em
Miami – EUA, em 2015, uma
espécie de concurso que
resultou na publicação do
livro Brazilian Eyes. Ruth
explica que cada inscrito
poderia enviar até três fotos,
ela porém enviou apenas
uma, a de Mandela. “Para
minha felicidade, ela foi uma
das 40 selecionadas e
durante a exposição é
que fiquei sabendo
que era uma foto
inédita”, comemora
Ruth Gobbo.
Os trabalhos de
R u t h G o b b o s ã o
intensos, cheios de
uma carga emocional
quase palpável, em
suas fotos ela retrata
c o m o n i n g u é m a
essência do momento
fotografado

CAPA
EXPOSIÇÕES
N a s e x p o s i ç õ e s
realizadas pela fotógrafa,
todos detalhes são muito
bem executadoS, desde
s u a s i n s t a l a ç õ e s q u e
r e t r a t a m a e x p r e s s ã o
cultural das fotos expostas,
bem como a inovação com
experiências sensoriais que
contam com vídeo, som,
como foi a exposição de
Congada e Moçambique
documentadas pela fotógrafa.
Ruth explica que “a
experiência revela à alma a
noção do ritmo, aguça o
comum acordo dos sentidos:
audição, tato e visão”.
Ela acrescenta ainda que
“gosto de instalações para
fotografia documental. Por
mais que seja um registro,
tem que ir além, mostrar o
sentimento do autor ao
fazer a captura”.
Ela enfatiza que cada foto é
uma experiência única para
ela, sensível a ponto de se
importar em como as pessoas
vão sentir seu trabalho,
não é apenas uma exposição
de trabalhos inanimados
e sim uma experiência
de sensibilidade para as
pessoas que se dispõem
em apreciar suas obras.
47

CAPA
48
No mês de novembro, Ruth Gobbo realizou mais um
brilhante trabalho, intitulado 100% Afro, com exposição na
Concha Acústica, em Uberaba, como forma de comemoração ao
Dia da Consciência Negra. A fotógrafa disse que este trabalho
possibilitou um resgate cultural entre Brasil e África, uma
releitura das tribos que habitam o Vale do Omo., e também a
sequencia da primeira parte do projeto 100% Afro, lançada no
dia 13 de maio.

CAPA
Para a realização
de mais este bonito trabalho
foi feito estudo técnico
pelas artistas Marilese
P a c h e c o e R o s a l i n a
Cardoso, que desenvolveram
uma tinta especial e
natural que foram usadas
para fazer as pinturas
corporais dos modelos
fotografados por Ruth
Gobbo, que retratou por
meio de uma releitura os
índios do Vale do Omo que
se pintam e adornam com
corantes naturais, desenvolvendo
verdadeiras
obras de arte pelo corpo.
R u t h G o b b o é
daquelas profissionais
incansáveis, com uma
vivacidade e amor pelo
que faz incomparáveis.
Seu talento e amor pela
fotografia a fazem se
destacar. Muito mais que
um rosto bonito, muito mais
do que registro de fatos e
a c o n t e c i m e n t o s , R u t h
Gobbo registra momentos,
revelando uma sensibilidade
tocante e respeito a
cada um que teve o prazer
de ver seus momentos
eternizados por suas
lentes poderosas.
49

GIRO
GAROTO QUE NÃO
QUER CRESCER
INSPIRA COREOGRAFIA
MONTES 48CAPA CLAROS
20
O personagem criado por J. M. Barrie, Peter Pan,
nasceu com a peça de teatro Peter and Wendy, e deu
origem a um livro homônimo para crianças, publicado
em 1911, faz parte do imaginário infantil de crianças de
várias partes do mundo, provocando diversas
adaptações para o cinema e mesmo peças. O personagem
é um garoto que se recusa a crescer e que passa a vida
experimentando mágicas aventuras. Desta vez, ganha
adaptação com coreografia lúdica e assinatura das
técnicas do balé clássico e contemporâneo, encantando
plateia no interior de Minas Geraes, Montes Claros.
51

MONTES CLAROS
CONTOS DE FADAS
TAMBÉM ENCANTAM ADULTOS
52
Uma das primeiras
perguntas a ser feita quando
se monta um espetáculo
é qual o tema a ser explorado.
Para Luna Guimarães,
responder essa pergunta
foi simples. Peter Pan é o
seu conto preferido, pela
astúcia e agilidade do
protagonista , a delicadeza
de Wendy e a possibilidade
de voar com a ajuda de
Sininho.
— Eu sonhava com
essa história. Quando eu já
tinha 20 anos, tive o prazer
de participar da montagem
de Peter Pan, no estúdio de
dança em que eu participava
como bailarina. Quando
abrir a minha própria
escola, tive vontade de
recontar esse conto, agora
através do meu olhar.
Neste ano, vi que eu tinha
alunos com o perfil para os
personagens principais e
que eles também gostavam
desse conto. Tinha tudo
para dar certo e deu —
comemora Luna.
COREÓGRAFO
O espetáculo cênico
da Luna – Escola do Corpo
acontece anualmente, com
a participação de todos os
alunos e professores que
desejam fazer parte das
peça escolhidas para a
ocasião.
Segundo Luna, os
professores da escola são
os coreógrafos e alguns
participam dançando e os

MONTES CLAROS
e os demais, optam por
atuar nos bastidores. Papel
também de suma importância
para que o espetáculo
aconteça e encante a plateia.
— Neste ano participaram
da criação e ensaio
de coreografias os professores:
Letícia Assunção,
Marcélia Pollyana, Rita
Narciso, Silvia Tibo com a
modalidade Balé Clássico.
Giovanni Andrade com
Danças Urbanas. E eu, Luna
Guimarães, coreografei o
Balé Clássico, Dança Livre e
fiz toda a direção da apresentação.
53

MONTES CLAROS
DIDÁTICA DA APRESENTAÇÃO
54
Luna diz que participar
da montagem de um espetáculo
cênico é imprescindível
na formação do artista, seja
ele bailarino, ator ou performer.
«O palco é o espaço da
troca, do diálogo, da libertação
e da catarse. É a ligação
direta entre o artista e o
público.»
— Portanto consideramos
de suma importância
esta montagem para os
alunos aprendizes e para a
cidade de Montes Claros,
que é considerada a “cidade
da arte da cultura”, mas não
possui um edifício teatral –
critica a coreógrafa a falta de
políticas que beneficie os
artistas locais — Não há em
nossa cidade grupos de
profissionais das artes
cênicas e pouco investimento
público na área. Assim,
nossas apresentações tem
como objetivo fomentar e
difundir a arte na cidade;
estimular a formação de
atores e bailarinos; estimular
a criança e o adulto
através da arte; como
também formação de plateia;
promover o acesso a
dança e ao teatro; valorizar e
fomentar a produção artística
local.
A coreógrafa ressalta
que para o aluno, aprender
as coreografias, cuidar da
sua maquiagem e adereços,
decorar o roteiro, treinar a
técnica corporal e expressividade,
enfrentar uma
plateia, ajudar o colega a
trocar de figurino e estar
todos no mesmo ambiente
criando uma outra atmosfera,
faz muita diferença no
s e u d e s e n v o l v i m e n t o
enquanto artista.

MONTES CLAROS
PARTICIPANTES DO
PETER PAN
57 bailarinos subiram ao palco para apresentar a
magia de Peter Pan e Wendy. Mas há muito mais
pessoas envolvidas no projeto, como coreógrafos, as
costureiras, o designer de luz e projeção, o cenógrafo, o
editor da trilha sonora, designer da arte gráfica do
espetáculo entre outros.
55

MONTES CLAROS
IMPORTÂNCIA DA DANÇA
56
Questionada sobre a
importância da dança, Luna
é enfática ao afirmar que ela
deveria fazer parte da vida
de todas as crianças.
— A t r a v é s d e l a
desenvolvemos muitas
habilidades e inteligências.
Flexibilidade, força, equilíbrio,
postura, noção espacial,
ritmo, memória, musicalidade,
trabalho em equipe.
Todas essas noções da
dança proporcionam ao ser
uma Consciência Corporal
que o indivíduo leva pra a
vida dele e aguça as sensibilidades
mais sutis do ser
humano. É algo transformador.
A coreógrafa também
afirma não haver idade
para se dançar.
— Todo corpo que se
move pode dançar. Basta
se permitir – mas ela ressalta
—Claro que, para se
tornar um bailarino clássico
p r o fi s s i o n a l e s e g u i r
carreira, o ideal é começar
cedo. Mas para dançar,
basta ser um corpo.

MONTES CLAROS
O FASCÍNIO PELO CLÁSSICO
Poucos sabem, mas
apesar de todo o ser human
o s e m p r e e x p r e s s a r
através da dança, o balé
nasceu no fim do século XV,
exatamente na cerimônia
de casamento do Duque de
Milão com Isabel de Ararão.
Logo depois, esta arte
t a m b é m fl o r e s c e u n a
França, em outra festa
nupcial, desta vez celebrando
a união entre Catarina de
Médicis e Henrique II, em
1533. Neste momento,
vários espetáculos foram
importados dos italianos,
chegando ao formato
conhecido até hoje, através
do balé romântico, com
a montagem de Giselle,
em 1830.
Mas o que leva as
pessoas a se encantarem
com o clássico?
— Vejo que o Balé
Clássico continua, sim,
encantando quando ele é
visto. Nem sempre as
pessoas tem acesso a ele.
Sinto também que ainda há
uma desvalorização até de
q u e m tem a cesso à s
v e z e s . M a s q u a n d o
veem... os olhos brilham —
Luna afirma.
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MONTES CLAROS
DANÇA NO INTERIOR
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S o b r e o p ú b l i c o
montesclarense ela diz ser
pequeno. Contudo, não tem
como expandir uma vez que
não existe espaço físico
para comportar uma grande
plateia.
— Fazer Dança no
interior do Norte de Minas é
uma peleja, como se fala
aqui em nossa terra.
Apesar de Montes
Claros ser uma cidade com
quase 400 mil habitantes e
de ser a maior cidade da
região, ter um curso de
ensino superior em Teatro,
não existe na cidade um
teatro! Nem um sequer —
ela lamenta — Isso dificuldade
bastante o nosso
trabalho e o entendimento
dele para o público e clientes.
Eu tenho uma escola
de dança, e para instigar os
alunos, sempre oferecemos
viagens para assistir
espetáculos e festivais de
dança fora, porque aqui não
tem. Ofereço também
diversos workshops com
professores de outras
cidades para tentar estimular
os meus alunos. Pois a
apreciação da arte para o
estudante em arte é algo
essencial para o seu desenvolvimento
e entusiasmo.

MONTES CLAROS
ESCOLA DO CORPO
Apesar de ser uma
escola particular, que exige
investimento dos alunos , a
Luna — Escola do Corpos,
tem preocupação social,
oferecendo bolsas de
estudos para alguns alunos
que não podem bancar as
mensalidades.
—Todo início de ano
acontece uma audição para
egressos desses alunos. O
candidato responde um
formulário socioeconômico
e passa por uma prova
prática de dança, o que nos
permite fazer diferença na
vida deles.
Rua Olímpio Guedes,
99, Morada do Sol
Montes Claros
(38) 3014-0062
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