Revista Penha | dezembro 2017
O que acontece, quem são as pessoas que marcam a Freguesia e ainda algumas curiosidades sobre a Penha de França.
Uma revista editada pela Junta de Freguesia da Penha de França.
O que acontece, quem são as pessoas que marcam a Freguesia e ainda algumas curiosidades sobre a Penha de França.
Uma revista editada pela Junta de Freguesia da Penha de França.
Revista Mensal Junta de Freguesia da Penha de França jf-penhafranca.pt f FreguesiaPenhaDeFranca nr. 21 dez ‘ 17
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- Page 26 and 27: Portugal ainda atravessa um duro pe
<strong>Revista</strong> Mensal<br />
Junta de Freguesia da <strong>Penha</strong> de França<br />
jf-penhafranca.pt<br />
f Freguesia<strong>Penha</strong>DeFranca<br />
nr. 21<br />
dez ‘ 17
C<br />
FICHA<br />
TÉCNICA<br />
Propriedade<br />
Junta de Freguesia da<br />
<strong>Penha</strong> de França<br />
Directora<br />
Sofia Oliveira Dias<br />
Subdiretor<br />
Manuel dos Santos Ferreira<br />
Coordenadora<br />
Teresa Oliveira<br />
Design e Grafismo<br />
WL Partners<br />
Fotografia<br />
André Roma<br />
Impressão<br />
Sogapal<br />
Tiragem<br />
23.500 exemplares<br />
Distribuição Gratuita<br />
Depósito Legal 408969/16<br />
4
editorial<br />
BOAS<br />
FESTAS!<br />
Está a chegar o Natal, tempo de<br />
amor, de alegria e partilha. É também<br />
uma época em que a generosidade<br />
é um gesto particularmente<br />
presente.<br />
A Junta de Freguesia procura dar<br />
o seu contributo em ambas as vertentes.<br />
Na espiritual, com a tradicional<br />
celebração dos almoços de<br />
Natal para os seniores, momento<br />
de tão boa confraternização. Também<br />
com a iluminação de Natal e<br />
a programação que preparámos,<br />
para o público em geral e específica<br />
para as escolas (pode conhecê-<br />
-la nas próximas páginas), com a<br />
qual esperamos trazer mais calor<br />
humano e vivacidade à <strong>Penha</strong> de<br />
França. Por outro lado, na vertente<br />
material, com os cabazes de Natal,<br />
para que todos celebremos esta<br />
festa.<br />
em deslocar-se. É o comércio local<br />
que contribui de uma forma muitíssimo<br />
relevante para a criação<br />
de emprego, para sustentar famílias<br />
inteiras que se dedicam a uma<br />
loja ou restaurante, ou, quem sabe,<br />
para concretizar o seu sonho de ter<br />
um negócio por conta própria (e<br />
neste caso sugiro que peça o apoio<br />
do <strong>Penha</strong> Empreende, o programa<br />
da Junta para o fomento do empreendedorismo).<br />
Uma palavra também para os nossos<br />
comerciantes, cujo trabalho<br />
árduo, em que muitas vezes não<br />
pensamos, contribui tanto para<br />
passarmos momentos de alegria.<br />
Por exemplo, as fábricas de pastelaria,<br />
que referimos nesta edição,<br />
e que trabalham de madrugada<br />
para de manhã termos pão fresco<br />
ou que passam noites quase sem<br />
dormir (ou não dormindo) para que<br />
nas nossas mesas de festa não falte<br />
o bolo rei, as filhós, os sonhos,<br />
as fatias douradas ou as broas.<br />
A todos, muito Boas Festas!<br />
Também é tempo de voltarmos a<br />
fazer o já tradicional apelo: neste<br />
Natal, quando fizer as suas compras,<br />
não se esqueça do comércio<br />
do bairro. É o comércio local que<br />
dá vida às nossas ruas, que contribui<br />
para que estas tenham mais<br />
movimento e, por isso, sejam mais<br />
seguras. É com as montras do comércio<br />
local que nos distraímos.<br />
É o comércio local que nos ajuda,<br />
sempre que temos uma necessidade<br />
de última hora. É o recurso mais<br />
prático para quem tem dificuldade<br />
SOFIA OLIVEIRA DIAS<br />
Presidente da Junta de Freguesia<br />
da <strong>Penha</strong> de França<br />
sofia.dias@jf-penhafranca.pt<br />
1
'Lisbonland, a casa do Pai Natal'<br />
na Alameda<br />
14 A 23 DEZEMBRO, todos os dias às 19h, 20h e 21h. entrada livre<br />
A Fonte Monumental da Alameda Dom Afonso Henriques,<br />
mais conhecida por Fonte Luminosa, é o cenário do<br />
espetáculo de video mapping 4D, ‘Lisbonland, a casa do<br />
Pai Natal’. Haverá jatos de fogo sincronizados com as<br />
imagens, música de Cuca Roseta e, claro, duendes e um<br />
Pai Natal. Este espetáculo da Câmara Municipal de Lisboa<br />
e da Associação de Turismo de Lisboa vai espalhar a<br />
magia do Natal.<br />
Natal na<br />
<strong>Penha</strong> de<br />
França<br />
Conheça as atividades<br />
promovidas pela Junta de<br />
Freguesia da <strong>Penha</strong> de França<br />
para estes dias de festa<br />
* Informações sobre sessões e horários nas vitrines da Junta de Freguesia, em<br />
www.jf-penhafranca.pt, na página de Facebook da Junta, pelo 218 160 720 ou<br />
geral@jf-penhafranca.pt<br />
2
ATIVIDADES ABERTAS AO PÚBLICO<br />
DEZEMBRO<br />
09 - 17:00<br />
II ENCONTRO INTERNACIONAL DE COROS: : CORAL DE<br />
CÂMARA ‘SAN ESTEBAN’ E CORO DA REGIÃO SUL DA<br />
ORDEM DOS ENGENHEIROS<br />
_ Igreja da Madre Deus - Museu do Azulejo<br />
11 e 13 - 12h00 - às 15h00<br />
ALMOÇO DE NATAL DOS SÉNIORES<br />
_ Convento Santos-o-Novo<br />
(reservado a quem se inscreveu previamente)<br />
16, 22, 28 <strong>dezembro</strong> e 7 janeiro<br />
FESTIVAL PLAY NA PENHA, CINEMA PARA FAMÍLIAS<br />
_ Salão Polo Morais Soares *<br />
16 - 20h30 às 23h30<br />
ENCONTRO DE BANDAS DA PENHA:<br />
MÔRUS | OITAVO ESQUERDO | LUCKY WHO<br />
_ Salão do Polo Morais Soares<br />
16 - 17h00<br />
'CONTOS DO ÓCIO', PELAS OFICINAS DE<br />
TEATRO DA PENHA<br />
_ Salão Polo Morais Soares<br />
17 - 15h00<br />
II ENCONTRO INTERNACIONAL DE COROS: CORO DA<br />
REGIÃO SUL DA ORDEM DOS ENGENHEIROS E CORO<br />
CHINÊS MO LI HUA<br />
_ Igreja da Nossa Senhora da <strong>Penha</strong> de França<br />
23 - 14h30 às 18:30<br />
SUNSET CHRISTMAS COM OS SAXCHIQUE<br />
_ Praça Paiva Couceiro<br />
JANEIRO<br />
05 - 16h30 às 17h00<br />
CANTAR AS JANEIRAS (turmas de 4.º ano das escolas<br />
públicas da Freguesia)<br />
_ Praça Paiva Couceiro<br />
ATIVIDADES NAS ESCOLAS<br />
DEZEMBRO<br />
11 - 16h15 às 17h15<br />
Atividades extra curriculares (AEC)<br />
FESTA DE NATAL DOS 1.º E 2.º ANOS ESCOLA ACTOR<br />
VALE: APRESENTAÇÃO DO CONTO DE NATAL DE SOPHIA<br />
DE MELLO BREYNER (1.º ano) e MÚSICAS DE NATAL<br />
(2.º ano)<br />
_ EB1 Actor Vale<br />
13 e 14<br />
Atividades extra curriculares (AEC)<br />
TEATRO DE SOMBRAS ALUSIVO AO CONTO ‘O PRÍNCIPE<br />
COM ORELHAS DE BURRO’, apresentação do 2.º ano para<br />
as restantes turmas<br />
_ EB1 Actor Vale<br />
15<br />
Atividades extra curriculares (AEC)<br />
FESTA DE NATAL: ‘O MILAGRE DE NATAL’ – COM<br />
PARTICIPAÇÃO DE TODOS OS ALUNOS DAS ESCOLAS<br />
PATRÍCIO PRAZERES E PROFESSOR OLIVEIRA MARQUES<br />
_ EB1 Patrício Prazeres e EB1 Professor Oliveira<br />
Marques<br />
LANCHE CONVÍVIO DE NATAL, numa parceria entre os<br />
professores titulares e os professores de AEC, com uma<br />
miniapresentação por turma<br />
_ EB1 Arq. Victor Palla<br />
18 de <strong>dezembro</strong> a 2 janeiro<br />
FÉRIAS DE NATAL DA AAAF/CAF<br />
FÉRIAS DE NATAL LUDOBIBLIOTECA<br />
(reservado a quem se inscreveu previamente)<br />
21<br />
PASSEIO DE NATAL CAF/LUDOBIBLIOTECA<br />
(reservado a quem se inscreveu previamente)<br />
JANEIRO<br />
3 a 5<br />
‘UMA ÁRVORE PELA FLORESTA’: OFERTA DE KIT ‘VALE<br />
UMA ÁRVORE’ DOS CTT/QUERCUS ÀS TURMAS DAS<br />
ESCOLAS JI E 1º CICLO DA FREGUESIA<br />
_ Escolas JI e 1º ciclo<br />
(sujeito a alterações)<br />
3
CARLA E ANA VERÍSSIMO parecem muito novas,<br />
mas o que não lhes falta é experiência do<br />
negócio de pastelaria. Que, aliás, lhes corre no<br />
sangue.<br />
INOVAR<br />
A PARTIR<br />
DA TRADIÇÃO<br />
Passemos a explicar. A história começou no bisavô<br />
destas irmãs, que, com o tio-avô, abriu em<br />
1943 a Confeitaria Paraíso, na Rua Alexandre<br />
Herculano, ao Marquês de Pombal. O bisavô,<br />
nascido numa aldeia para os lados de Torres<br />
Novas, “subiu a pulso, foi ganhando dinheiro e<br />
abriu um salão de chá”, contam. Combateu na<br />
I Grande Guerra, veio de lá medalhado e empreendedor.<br />
Mais tarde, outra terrível<br />
guerra teria eco na sua vida, mas desta<br />
vez na segurança do seu estabelecimento<br />
“há histórias de espiões da<br />
II Guerra Mundial que passaram por<br />
lá, há até referências escritas desses<br />
encontros”.<br />
O conhecimento transitou para o neto<br />
– pai de Carla e Ana – que comprou<br />
o negócio do avô, juntamente com a<br />
mulher. Ainda enquanto estavam na<br />
faculdade, começaram a trabalhar<br />
com os pais no negócio: Ana no escritório,<br />
enquanto Carla se iniciava na<br />
produção. Tiraram cursos de áreas<br />
que nada têm a ver com os doces, as<br />
massas, os bolos e os pastéis, mas<br />
foi neste lado da vida que se estabeleceram.<br />
“Foi uma evolução natural”,<br />
consideram.<br />
Para a <strong>Penha</strong> de França vieram há 20<br />
anos, para a fábrica onde estão até<br />
hoje. Com uma ligação à Confeitaria<br />
Paraíso do bisavô. “Há máquinas que<br />
vieram de lá e ainda estão a trabalhar,<br />
como uma amassadeira elétrica muito<br />
grande”, diz Carla. “Já têm muitos<br />
quilómetros”, acrescenta Ana a rir.<br />
Aqui na Freguesia tiveram a Ambrósia,<br />
na Rua Morais Soares, uma casa<br />
que nos anos 90 vendia comida a<br />
peso, entretanto encerrada. Desde<br />
2008, têm também a Casinha dos<br />
Doces, na Av. Coronel Eduardo Galhardo,<br />
“com uma equipa que é excecional,<br />
com destaque para a gerente<br />
que é a alma da loja”. E é aqui que<br />
nos dão um pouco da sua estratégia<br />
de sucesso: “a qualidade dos produtos<br />
é importante, mas os recursos<br />
humanos são muito importantes”,<br />
asseveram.<br />
Com estes recursos humanos, cujo<br />
“núcleo é muito estável”, têm seis lojas<br />
em grandes centros comerciais<br />
da zona de Lisboa, sendo a última a<br />
do Centro Comercial Vasco da Gama.<br />
A primeira, no Centro Comercial das<br />
Amoreiras, abriu há 32 anos, em<br />
1985, quando inaugurou o centro.<br />
Têm também estado presentes em<br />
acontecimentos como o NOS Alive,<br />
em feiras gourmet e fazem ainda catering,<br />
por exemplo para eventos em<br />
universidades.<br />
O seu negócio tem como núcleo a<br />
doçaria conventual e tradicional portuguesa,<br />
produzida “num processo<br />
inteiramente artesanal” explica Ana.<br />
O que às vezes levanta questões aos<br />
clientes.<br />
“Já tivemos queixas de que os nossos<br />
produtos enrijecem mais cedo<br />
que os comprados no supermercado,<br />
por exemplo. Isto acontece porque<br />
não têm corantes, nem antibolores,<br />
nem outros conservantes, nada que<br />
lhes prolongue artificialmente a duração.<br />
Por isso não têm ingredientes<br />
prejudiciais à saúde”, contam as irmãs.<br />
E relatam outro episódio: “‘Mas<br />
já ninguém faz o creme das bolas de<br />
4
CARLA E ANA VERÍSSIMO,<br />
A CASINHA DO PÃO<br />
AVENIDA AFONSO III, 83 B<br />
TELEFONE: 218 146 942<br />
berlim, compra-se! Às vezes queria comer uma<br />
bola com creme artesanal e fazia eu em casa’,<br />
dizia um chef”. Na Casinha dos Doces ainda se<br />
faz, com orgulho.<br />
Com receitas assentes na tradição, procuram<br />
inovar, fazendo produtos sem açúcar, vegetarianos,<br />
ou, por exemplo este ano, bolo rei com<br />
nutella. “Estamos sempre a inovar e temos reparado<br />
que a geração mais nova não liga muito<br />
ao bolo rei, já nem ao bolo rainha”, explica<br />
Carla. “Quando introduzimos o bolo rainha as<br />
vendas eram residuais, mas depois começou a<br />
ganhar terreno e agora já há lojas que, no dia<br />
24, vendem mais rainha que rei. Mas os mais<br />
novos nem um nem outro”, acrescenta Ana.<br />
“Todos os anos sentimos que as pessoas ligam<br />
menos às festas. Defendemos muito as tradições,<br />
mas temos de vender, não podemos ficar<br />
parados no tempo, e esta é uma tentativa de<br />
os conquistar e quem sabe, daqui a uns anos<br />
ligarem mais a outros produtos tradicionais”.<br />
Vão levá-lo ao concurso de bolo rei, na categoria<br />
inovação. Ainda no ano passado trouxeram<br />
a prata para o bolo rainha, como se portará o<br />
Nutella?<br />
5
TRABALHO ÁRDUO E<br />
UM SONHO REALIZADO<br />
Todos os dias saem da DIAL - DIAMANTINO & ALBERTO, LDA, uma média de 3500 bolos e outros 3500<br />
pães, como carcaças e bolas, que abastecem entre 80 e 90 cafés espalhados pela cidade de Lisboa.<br />
Apenas no 25 de <strong>dezembro</strong> e no 1 de janeiro o pessoal fica em casa e as máquinas não são ligadas.<br />
Resultado: a produção desta fábrica ascende a mais de dois milhões de bolos e pães por ano.<br />
À frente desta equipa de treze pessoas – dois padeiros,<br />
seis pasteleiros, três motoristas e três pessoas<br />
na limpeza - está PAULO SIMÃO, proprietário<br />
da Dial com a mulher, Duartina Fernandes. O filho<br />
também ali trabalha, a receber as encomendas, a<br />
contabilizar o que necessitam de produzir e a faturar,<br />
“porque agora as carrinhas de distribuição têm<br />
de sair já com a fatura”.<br />
Há quatro décadas que a vida de Paulo segue o<br />
mesmo ritmo. Entra por volta das 23h00 na fábrica<br />
e deita-se por volta das 14h00. “Estou cá todos os<br />
dias, é raro não estar” – conta – “como conheço<br />
PAULO SIMÃO,<br />
DIAL - DIAMANTINO & ALBERTO, LDA<br />
RUA SABINO DE SOUSA, 5<br />
TELEFONE: 218 132 523<br />
6
toda a cadeia de produção, se alguém falta sou eu<br />
que substituo, na pastelaria, na padaria, na distribuição,<br />
no que for”.<br />
E como é trabalhar de noite? “O nosso corpo vai-<br />
-se adaptando. Quando tiro uma semanita de férias<br />
dá-me sono a seguir ao almoço… e depois queixa-<br />
-se tudo que só me veem de manhã”, relata a sorrir.<br />
Nos funcionários também houve essa adaptação,<br />
havendo muita estabilidade na empresa. O mais<br />
antigo está ali há perto de 30 anos e outros três<br />
já ultrapassam os 15. Há também um espírito familiar,<br />
porque “primeiro trabalham os pais e depois<br />
vêm os filhos, os sobrinhos ou irmãos”.<br />
Esta história começou quando Paulo Simão tinha<br />
15 anos e desejava rumar a Lisboa para “alargar<br />
horizontes”. Vivia com os pais na Pampilhosa da<br />
Serra e um dos irmãos já cá trabalhava, num bar<br />
fornecido pela Dial. Um dia, avisam-no que que<br />
abrira uma vaga na fábrica. E Paulo veio cumprir o<br />
seu sonho, começando como ajudante de pasteleiro.<br />
“Custou-me um bocadinho. Quando fiz 16 anos<br />
já estava a trabalhar, morava num quarto, estava<br />
longe dos meus pais, do ambiente familiar. Mas<br />
com muito sacrifício, consegui”.<br />
Tinha 20 anos, quando um dos antigos sócios<br />
abandonou a sociedade. Conseguiu ser ele a comprar-lhe<br />
a quota. Ainda antes dos 30, saiu o outro e<br />
repetiu-se a história. Paulo passou a patrão, o que<br />
não mudou a sua rotina. Explica: “já tinhas as mesmas<br />
responsabilidades, não fez diferença”. O que<br />
fez foi expandir o negócio, aumentar as instalações<br />
e abrir três pastelarias, duas delas – as Montrigo –<br />
localizadas na Freguesia (uma na Sabino de Sousa,<br />
ao lado da fábrica, e outra na Avenida Mouzinho de<br />
Albuquerque).<br />
“Este negócio deu-me muito, mas também me tirou.<br />
Com estes horários, o maior problema é mesmo a<br />
vida social”, desabafa Paulo. E com tanto tempo<br />
passado entre farinha, ovos e açúcar, já está enjoado<br />
de bolos? “Nunca enjoei. Gosto muito de pasteis<br />
de nata, se estão quentinhos como um… ou dois…<br />
ou três!”. Este é o bolo que mais se consome todo<br />
ano. No Verão são as bolas de Berlim – “chegam a<br />
sair duas mil bolas para as praias” – e agora, nesta<br />
época, é o bolo rei e outros doces da época. “Tudo<br />
com muita qualidade”, orgulha-se Paulo Simão.<br />
7
UMA CASA<br />
COM MAIS<br />
DE 30 ANOS<br />
JOSÉ MARIA,<br />
PASTELARIA PALPITA<br />
RUA DR. OLIVEIRA RAMOS, 31 A<br />
TELEFONE: 964 422 419<br />
A PASTELARIA PALPITA existe “há<br />
mais de 30 anos” conta JOSÉ MA-<br />
RIA, um dos sócios. A pastelaria<br />
BOQUINHA DOCE, por seu lado,<br />
está há 15 anos estabelecida no<br />
Largo Mendonça e Costa. E nasceu<br />
da necessidade de haver um<br />
escritório na fábrica.<br />
“Tínhamos aqui um balcãozinho<br />
onde vendíamos os bolos, mas<br />
precisávamos de ter um escritório”,<br />
adianta o Sr. José Maria. E não<br />
havendo outra área disponível na<br />
fábrica, “o espaço onde estava instalado<br />
o balcão vinha mesmo a calhar”.<br />
Os sócios decidiram, assim,<br />
começar à procura de outro local<br />
para vender a pastelaria que fabricavam. Acabaram por o<br />
encontrar a 100 m da fábrica, nas instalações da antiga sapataria<br />
Fátima.<br />
Satisfeitos, ”tomaram a loja”, fizeram obras e montaram um<br />
restaurante com pastelaria. “Quando abri a casa, em 2003,<br />
éramos sete ou oito e andávamos sempre a correr. Agora<br />
somos menos, mas cá vamos vivendo”.<br />
Foi da arte de José Maria que nasceu a Palpita. “Noutros<br />
tempos comecei por fazer em casa uns quequezinhos e<br />
umas queijadas, que eram um espetáculo”. Como não tinha<br />
loja, ia vender os bolos ao Mercado da Ribeira, num tabuleiro.<br />
E revelava olho para o negócio: “o cliente pagava meia dúzia,<br />
mas eu metia sempre mais um bolo no saquinho”.<br />
prateleiras da Boquinha Doce.<br />
São seis pessoas que se dedicam a fazer e distribuir pastelaria<br />
diversa, com destaque para os intermeios de chantilly<br />
com ananás (um bolo grande, recheado, que se come à fatia)<br />
“que muita clientela pede”. Ou, destaca o Sr. José Maria,<br />
“outra especialidade que é o pão de ló tipo Alfeizarão, as<br />
queijadas de cenoura ou amêndoa, as tortinhas de laranja, as<br />
tartes de amêndoa, bolos em que ainda mantemos os modos<br />
de fabrico à antiga”.<br />
Nesta época de festas, porém, o protagonismo vai para o<br />
bolo rei. “Toda a gente o conhece por aqui e é muito bom”,<br />
assegura, “tal como as broas castelares”. Na Boquinha Doce<br />
há ainda outro rei: o cozido à portuguesa, à quinta-feira.<br />
A venda foi um sucesso, apoiado no entusiasmo das peixeiras<br />
do Mercado, que chamavam "banca doce" à branquinha<br />
que montava com o seu tabuleiro. De banca doce a Boquinha<br />
Doce foi um pulo, porque foi nesse nome que se inspirou<br />
quando decidiram abrir o restaurante pastelaria do Largo<br />
Mendonça e Costa.<br />
Da fábrica da Rua Dr. Oliveira Ramos ainda saem diariamente<br />
muitas especialidades, que fornecem as necessidades de<br />
“umas quarenta casas” de Lisboa, além de abastecerem as<br />
8
ALEXANDRE SILVA,<br />
RC7 RADIOMODELISMO<br />
AV. GENERAL ROÇADAS, 74 B<br />
TELEFONE: 218 140 982<br />
UM<br />
PASSATEMPO<br />
LEVADO MUITO<br />
A SÉRIO<br />
Parte da meninice de ALEXANDRE SILVA foi passada no local<br />
onde agora vende artigos de radiomodelismo. Na altura,<br />
as montras e prateleiras mostravam candeeiros e outros<br />
objetos de decoração – “Dormi aqui muitas sestas”, recorda<br />
Alexandre, a sorrir.<br />
A loja pertence a familiares, que, entretanto, fecharam o negócio<br />
e arrendaram o espaço. Alexandre cresceu e também<br />
fez a sua vida. Em 2014, as voltas que a vida dá fizeram-no<br />
começar a pensar em montar um negócio próprio. A opção<br />
caiu no seu passatempo, o radiomodelismo, e o resultado<br />
é a RC7, que ainda cheira a novo. Aliás, mais em concreto,<br />
explica: “foi com os drones que me entusiasmei”.<br />
Também com entusiasmo mostra um exemplar, já bastante<br />
sofisticado, que construiu com as suas mãos “para tirar<br />
imagens aéreas”, mas, ressalva, “sempre no cumprimento<br />
de todas as regras da ANAC (Autoridade Nacional de Aviação<br />
Civil)”, ressalva. E avança uma curiosidade. “Sabiam<br />
que não se pode voar drones aqui na Freguesia?”. É que o<br />
território da <strong>Penha</strong> de França está numa área proibida, de<br />
acesso às pistas de aterragem do aeroporto de Lisboa.<br />
Alexandre descreve a sua loja como um espaço para “pessoas<br />
dos 8 aos 80 anos”, com objetos para venda que vão<br />
dos 10 euros – aviões de esferovite lançados à mão que<br />
voam distâncias consideráveis –, aos modelos chamados<br />
‘escala’ – pequenos carros, que representam ao pormenor<br />
os veículos que andam na estrada, e cujo valor ascende às<br />
centenas de euros.<br />
Esta panóplia de carros, pistas, barcos, aviões, helicópteros<br />
e drones, tem um elemento em comum: são todos comandados<br />
à distância através de uma frequência de rádio. De<br />
resto, uns são considerados brinquedos e outros servem<br />
para praticar radiomodelismo. Uns são para usar em casa,<br />
como os pequenos carros e drones, e outros para fazer corridas<br />
na água, no ar, em pistas de asfalto ou de todo o terreno.<br />
Uns para divertir, outros para competir ¬– em algumas<br />
modalidades (como os drones), os concursos têm prémios<br />
que podem chegar aos milhares de euros<br />
Como revela a cara de uma criança, colada na montra, os<br />
produtos que Alexandre mais tem vendido até agora são<br />
brinquedos. Para quem compra exemplares mais a ‘sério’,<br />
está a montar uma novidade: uma banca de trabalho, com<br />
ferramentas, para que os donos possam aqui fazer a manutenção<br />
(também vende estes produtos na loja), a reparação<br />
ou fazer evoluir os seus modelos.<br />
9
A LOJA<br />
QUE NÃO<br />
DESCANSA<br />
SOBRE<br />
OS LOUROS<br />
FERNANDO E SANDRA DOMINGUES estão há 19 anos à frente<br />
desta loja. No início vendiam artigos de papelaria, livros, kits<br />
de modelismo mas, à época, o seu produto de maior sucesso<br />
eram gomas. Localizada ao lado da Escola Nuno Gonçalves,<br />
Fernando e Sandra recordam as filas que se formavam à sua<br />
porta da sua loja quando estas guloseimas eram ainda um<br />
produto pouco habitual: “Tínhamos filas de uns 30 miúdos por<br />
causa das gomas!”.<br />
Pouco tempo depois, o cenário mudou. Como também vendiam<br />
produtos como colas e tintas, a ASAE impediu a venda<br />
das gomas. Nada que os tivesse desanimado, já que o seu produto<br />
mais acarinhado eram os kits de modelismo. Que, para<br />
mais, também vendiam muito bem.<br />
De tal forma o modelismo era importante, que em 2000 foram<br />
os proprietários que desistiram da papelaria para se dedicar<br />
aos kits de réplicas em miniatura de aviões, barcos, tanques<br />
ou carros, produtos que “tiveram uma afirmação muito rápida”,<br />
lembra Fernando.<br />
Outra mudança significativa da KitMania models foi a aposta<br />
no online. Logo em 2002 decidiram criar um site da loja, que<br />
renovaram em 2006 e que em 2014 transformaram num ‘super<br />
site’ onde têm cerca de 17 mil produtos à venda. “Neste momento<br />
a nossa loja online talvez seja a maior do país”, afirma<br />
Fernando, com orgulho.<br />
É por isto que têm clientes do Norte ao Sul do país, das ilhas, e<br />
até do estrangeiro. Já venderam uma peça especial e rara para<br />
um colecionador chinês, por exemplo. Agora, outro exemplo,<br />
tinham pronto para enviar para Singapura uma encomenda de<br />
um cliente que veio a Portugal em turismo, veio à <strong>Penha</strong> de<br />
França conhecer a loja e depois comprou online um modelo<br />
que custa menos que os portes de envio necessários para seguir<br />
viagem até ao Oriente!<br />
Este cliente não foi caso único. “O online traz muita<br />
gente ao balcão”, explica Sandra, porque o facto de<br />
por trás do site haver uma loja física, e de depois se<br />
estabelecer uma relação de confiança com os clientes<br />
é muito importante, acrescenta. “A maior importância<br />
do site é a divulgação da loja”, conclui. Mas<br />
não se ficam por aqui, apostam também na presença<br />
em feiras do sector – como a recente Lisboa Games<br />
Week, que trouxe milhares de pessoas à FIL.<br />
Ao longo dos anos, o consumo de modelismo baixou.<br />
Apesar de estes kits serem agora tecnicamente<br />
muito mais evoluídos, os clientes habituais foram<br />
envelhecendo e não foram substituídos por pessoas<br />
mais novas. Com uma exceção, que mesmo assim<br />
não leva as vendas ao seu período áureo. “Esta<br />
geração dos 30/ 40 anos está, muitos pela primeira<br />
vez, a virar-se para os modelos. Têm necessidade<br />
de fazer qualquer coisa para relaxar, e apesar de<br />
nunca terem feito modelismo, entusiasmaram-se”.<br />
A diminuição nos negócios levou Fernando e Sandra<br />
a voltarem-se para a pop culture. Agora, metade<br />
da sua faturação vem deste tipo de negócio.<br />
Vendem figuras, camisolas, canecas, carteiras com<br />
10
FERNANDO E SANDRA DOMINGUES,<br />
KITMANIA MODELS<br />
AV. GENERAL ROÇADAS, 34 H<br />
TELEFONE: 218 142 417<br />
imagens dos mais icónicos filmes, séries<br />
de televisão e videojogos, o que obriga<br />
os donos da KitMania a uma atualização<br />
constante sobre o que “está na moda”. E,<br />
recentemente, introduziram a linha POP:<br />
pequenos bonecos que representam personagens<br />
de filmes, séries ou jogos.<br />
“O POP é um fenómeno de massas que<br />
começou nos EUA e chegou agora a Portugal”,<br />
conta Fernando. Com eles, a KitMania<br />
models voltou a receber alunos nos intervalos<br />
das aulas, atraídos pelos apelativos<br />
bonecos. “Pela primeira vez em muito tempo<br />
sinto que há uma geração que começa<br />
a colecionar, a dar valor a uma coleção”. E<br />
com os mais novos vem depois o resto da<br />
família, porque os bonecos agradam a todas<br />
as idades. A KitMania está para durar,<br />
por anos e anos.<br />
11
EMÍLIA,<br />
ENTRE<br />
FRANJAS E<br />
CORES<br />
"Emília, dá-me lá uma lã preta, para me ir<br />
embora!" pede uma das senhoras que passou<br />
a manhã na PEDRO E A LOJA. "Mas<br />
vais já embora? Fica mais um bocadinho".<br />
É este o espírito da oficina/loja que passa<br />
despercebida na Rua Actor Vale.<br />
O que ali há são tapetes de Arraiolos, muita<br />
lã para os fazer, e o resto da parafernália<br />
associada a este ofício (ou passatempo).<br />
"Vendemos os materiais e fazemos as manutenções:<br />
limpeza, restauro, substituição<br />
das franjas e os acabamentos”, explica EMÍ-<br />
LIA CRISTINA, a proprietária. E que acabamentos<br />
são estes? “Quando alguém acaba<br />
o tapete é preciso esticá-lo, bainhá-lo (fazer<br />
a baínha) e franjá-lo (pôr as franjas)".<br />
Emília ainda faz tapetes, ou melhor,<br />
acaba projetos que alguém<br />
não terminou, porque fazê-los<br />
de raiz é uma atividade que “não<br />
compensa”, diz. “O tapete de Arraiolos<br />
é muito mal pago. Uma<br />
pessoa com experiência que<br />
trabalhe oito horas por dia, cinco<br />
dias por semana, consegue fazer<br />
um metro quadrado num mês e<br />
não chega a receber 300 euros<br />
mensais pelo trabalho, descontando<br />
o valor do material”. A<br />
atividade – os tapetes feitos no<br />
Alentejo, em 100% lã – sobrevive<br />
pelo “trabalho de senhoras reformadas,<br />
que vivem nas aldeias<br />
ou nos montes, e que os fazem<br />
para complementar as reformas<br />
ou para se manter ocupadas”.<br />
Uma situação que “não faz sentido”,<br />
afirma Emília, já que há<br />
quem esteja “disposto a pagar,<br />
sobretudo os estrangeiros – que<br />
me parece que conhecem melhor<br />
o tapete de Arraiolos do que<br />
os portugueses”. E, entre outros,<br />
dá como exemplo a história de<br />
um casal de noruegueses que<br />
foi à sua oficina para comprar<br />
um tapete, depois de encontrarem<br />
a sua página na internet.<br />
Encaminhou-os para uma loja<br />
de confiança.<br />
Enquanto fala, vai trabalhando.<br />
“Vou fazer uma franjinha para<br />
vocês verem, que com a conversa<br />
até se faz mais depressa, e<br />
ainda mais se for a ver um filme<br />
de terror quando chega a parte<br />
do nervoso miudinho", brinca,<br />
sempre divertida. As mãos mexem-se<br />
a uma velocidade impressionante,<br />
“porque o pensar<br />
como se faz já não faz parte do<br />
processo, as mãos fazem quase<br />
por si mesmas”.<br />
Sempre gostou de fazer crochet,<br />
bordados, costura. “Em miúda,<br />
era mais maria rapaz. Também<br />
tinha bonecas, mas só serviam<br />
como manequins para exibir um<br />
enxoval magnífico!". No liceu decidiu<br />
experimentar fazer o ponto<br />
de Arraiolos. “Na altura ainda tínhamos<br />
aulas de lavores e o que<br />
as outras meninas faziam, já eu<br />
sabia fazer, não me dava pica!”.<br />
12
EMÍLIA CRISTINA,<br />
PEDRO E A LOJA<br />
RUA ACTOR VALE, 35, A<br />
TELEFONE: 218 142 206<br />
O Arraiolos iria mudar a sua vida. Em 1992 decidiu<br />
sair da empresa onde trabalhava – "preciso de mudar;<br />
recuso-me fazer um trabalho que não gosto e<br />
recomendo a toda a gente que procure descobrir o<br />
que gosta de fazer e que aja em conformidade". A<br />
saída coincidiu com uma explosão da procura destes<br />
de tapetes: “Por volta dos anos 90, as pessoas<br />
começaram a tirar as alcatifas e perceberam que<br />
por baixo tinham um chão de madeira bonito. Foi<br />
um novo fôlego para o tapete de Arraiolos, ainda<br />
para mais porque as pessoas também descobriram<br />
que os podiam fazer”. Nem todas, acrescentamos,<br />
porque quando deixou o anterior emprego percebeu<br />
que nesse momento “já tinha encomendas para 3<br />
anos”.<br />
Um dos seus melhores clientes era a Galerias Vitória<br />
que veio a ficar numa situação financeira complicada.<br />
Fechou, e o genro do dono das Galerias<br />
decidiu abrir uma loja na rua de Arroios, com a qual<br />
Emília passou a colaborar. A nova loja acabou nas<br />
suas mãos e do ex-marido e chamaram-lhe ‘Pedro<br />
e a loja’, uma referência a um empregado da altura<br />
inspirada em ‘Pedro e o Lobo’, uma das obras mais<br />
conhecidas do compositor Sergei Prokofiev. Depois<br />
de um período conturbado, reergueu o negócio com<br />
querer e teimosia. Um dia, a senhoria propôs-lhe um<br />
aumento “brutal” de renda e, em 2004, Emília encontrou<br />
a oficina da Rua Actor Vale, que, pode dizer-se,<br />
foi a franja para o seu tapete.<br />
Para Emília Cristina, o tapete é um modo de vida, mas defende<br />
as suas propriedades terapêuticas, o que merece a concordância<br />
das clientes: “É maravilhoso, é uma terapia, uma<br />
companhia”. Emília conta que já teve vários clientes, homens<br />
e mulheres, que lhe chegaram encaminhados por médicos.<br />
Mas o tapete de Arraiolos tem futuro? “Se não se modernizar,<br />
morre!” – afirma – “o Arraiolos é uma técnica, tal e qual<br />
como a fotografia, por exemplo. A partir dessa técnica podemos<br />
criar o que quisermos, não podemos ficar pelo clássico<br />
ou tradicional porque corremos o risco de cada vez mais não<br />
cativarmos as gerações mais novas". Fica o desafio.<br />
13
DO<br />
VELHO<br />
FAZER<br />
NOVO<br />
CARLOS BRANDÃO,<br />
RETRO VINTAGE<br />
RUA NEVES FERREIRA, 5 C<br />
TELEFONE: 964 307 737<br />
"Gosto imenso da parte do negócio<br />
que me permite comunicar com<br />
as pessoas, estar em contacto com<br />
o público. Quando se tem uma porta<br />
aberta temos de entender que os<br />
clientes não são apenas um número,<br />
cada um tem gostos e particularidades<br />
que temos de respeitar ao<br />
mesmo tempo que produzimos um<br />
trabalho de qualidade". A frase é de<br />
CARLOS BRANDÃO, à frente da loja<br />
RETRO VINTAGE, que como o nome<br />
indica restaura e vende objetos e móveis.<br />
Carlos está em casa, num sentido<br />
duplo. “Cheguei até esta lojaV porque<br />
sempre vivi na freguesia. Nasci<br />
na vila Saraiva, há 51 anos, em casa”.<br />
Começou por fazer pintura e escultura<br />
enquanto veículo artístico. Mais<br />
tarde, há cerca de vinte anos, decidiu<br />
fazer um curso de restauro na prestigiada<br />
Fundação Ricardo do Espirito<br />
Santo Silva.<br />
Começou por andar “de norte a sul<br />
do país, e em Espanha, a trabalhar<br />
em restauro, principalmente em pintura<br />
decorativa e frescos”, por exemplo<br />
tetos trabalhados de prédios antigos,<br />
ou “pinturas em tela”.<br />
A vida levou-o depois ao lado comercial<br />
deste negócio, estando encarregado<br />
de gerir duas lojas na área. “Até<br />
certa medida tornei-me o responsável<br />
por elas, visto que já as geria, fazia<br />
compras e vendas de artigos. E aí<br />
pensei: ‘se consigo gerir as lojas dos<br />
outros, consigo gerir a minha!’”, lembra.<br />
E avançou com a ideia.<br />
De momento ainda continua a fazer<br />
restauro encomendado – ou seja recebe<br />
peças para restaurar e devolver<br />
ao cliente –, mas o objectivo é que<br />
daqui a meia dúzia de anos se dedique<br />
a apenas fazer o restauro de peças<br />
para depois vender na Retro Vintage.<br />
Outro projeto é dar workshops<br />
de restauro, onde os alunos podem<br />
aprender as noções básicas deste<br />
ofício.<br />
“O público em geral ainda não tem a<br />
noção do trabalho e do investimento<br />
que estão nas peças restauradas”,<br />
desabafa. Considera que “na década<br />
de 80 havia mais disponibilidade<br />
financeira e talvez mais ostentação.<br />
E entre essa época e esta em que vivemos,<br />
o conceito de decoração deu<br />
uma volta de 180.º, sendo que este<br />
conceito é muito cíclico e o que nos<br />
últimos anos foi catalogado como<br />
obsoleto, está a voltar e é considerado<br />
chique".<br />
Entrando na loja/ oficina, tudo quanto<br />
a vista alcança está à venda: móveis,<br />
cadeiras de cinema de outros tempos,<br />
sofás, posters, cartazes publicitários.<br />
Há de tudo um pouco para<br />
quem quiser dar um toque retro ao<br />
seu espaço.<br />
A conversa é interrompida com a<br />
chegada dos arquitetos responsáveis<br />
pela remodelação de um espaço<br />
de restauração no outlet Freeport.<br />
"Estou a trabalhar num projeto grande,<br />
com um atelier de arquitetura, em<br />
que a ideia é forrar uma parede com<br />
mais de 20 portas antigas e também<br />
criar e produzir mesas industriais à<br />
medida.". Tudo isto é feito nesta loja,<br />
pelas talentosas mãos de Carlos.<br />
14
NADA SE<br />
PERDE<br />
E TUDO SE<br />
VOLTA A USAR<br />
Quem tem crianças sabe bem como<br />
crescem e que a roupa rapidamente<br />
deixa de lhes servir. O mesmo se aplica<br />
à enorme quantidade de acessórios<br />
que a vida moderna criou para os<br />
cuidar, proteger, entreter e passear:<br />
aquecedores de biberons, banheiras,<br />
carrinhos, camas portáteis, bicicletas,<br />
brinquedos, livros, etc.<br />
Como se resolve este problema sem<br />
gastar rios de dinheiro? Ou se passa<br />
roupa de filho para filho, primo para<br />
primo, amigo para amigo, ou então<br />
vai-se à ERA MEU AGORA É SEU.<br />
Nesta loja, tal como o nome indica, há<br />
uma panóplia de géneros em segunda<br />
mão para bebés e crianças até aos<br />
10 anos. “Tenho milhares de artigos<br />
aqui” diz TERESA CARVALHO, a dona,<br />
que há 8 anos ficou com uma loja<br />
pequenina que existia em Benfica já<br />
com o mesmo conceito e nome. “Fui<br />
educadora de infância, tinha uma creche,<br />
mas vendi-a. Procurei outra coisa<br />
para fazer, na certeza que teria que<br />
envolver crianças”, relata. Foi assim<br />
que nem hesitou quando se deparou<br />
com este conceito de compra e venda<br />
de roupa usada. Aliás, acrescenta,<br />
“não seria capaz de vender roupa de<br />
adulto”.<br />
Há três anos e meio veio para a <strong>Penha</strong><br />
de França. “A outra loja era mesmo<br />
muito pequenina e procurámos,<br />
eu e o meu sócio, um lugar maior”.<br />
Começou à procura, e um dia veio à<br />
Rua Morais Soares. “Era de noite, mas<br />
a rua estava cheia de movimento, fiquei<br />
impressionada”. Foi então que<br />
reparou numa loja para arrendar: “Liguei<br />
logo, mas já havia uma pessoa à<br />
nossa frente. Fiquei triste, mas achei<br />
que iria aparecer outra coisa”. Poucos<br />
dias depois ligaram a dizer-lhe que o<br />
outro interessado tinha desistido.<br />
Teresa está muito satisfeita com a<br />
sua loja, localizada numa “das ruas<br />
mais movimentadas de Lisboa”. E o<br />
“negócio corre bem”, com os clientes<br />
novos que conseguiu, além de<br />
ter mantido clientela de Benfica, e as<br />
vendas pela internet através da sua<br />
página de Facebook.<br />
Mas não se pense que é fácil – “a roupa<br />
em segunda mão tem muito que<br />
se lhe diga e eu sou muito seletiva”.<br />
Aqui, afiança, “os clientes sabem que<br />
TERESA CARVALHO,<br />
RETRO VINTAGE<br />
RUA MORAIS SOARES, 48 A<br />
TELEFONE: 218 121 059<br />
não são enganados”. Porque as pessoas<br />
lhos pediam, fundamentalmente<br />
para presentes, Teresa tem também<br />
alguns produtos novos, como acessórios,<br />
alguma roupa e brinquedos.<br />
“Em termos ecológicos e porque a roupa<br />
deixa de servir num instante, é um<br />
negócio que faz todo o sentido”, diz<br />
Ana. Uma aposta ganha.<br />
15
PARABÉNS<br />
À<br />
LUDO!<br />
Na véspera do Dia de S. Martinho,<br />
a 10 de novembro, celebrou-se<br />
a lenda deste santo, mas também<br />
o primeiro aniversário da<br />
LUDOBIBLIOTECA.<br />
A festa juntou todos os adolescentes<br />
(unicórnios) que passam<br />
aqui as suas tardes depois da escola,<br />
os antigos frequentadores<br />
da Ludo (ex-unicórnios) e também<br />
(ainda mais) unicórnios!<br />
No meio da festa houve ainda<br />
tempo para a Vogal da Educação,<br />
Sílvia Ferreira, entregar a bolsa<br />
de mérito ao Rodrigo da Cunha<br />
Conceição por ter sido o melhor<br />
aluno do terceiro ciclo.<br />
Na Ludo tens de tudo um pouco,<br />
desde fotografia, a cinema, música<br />
e tudo mais que consigas imaginar!<br />
E agora já se preparam as<br />
atividades para as férias do Natal,<br />
queres vir dar uma ajuda?<br />
16
POP<br />
PENHA<br />
RENOVADO<br />
Os POP PENHA e POP ESCOLAS - Programas de Orçamento<br />
Participativo da <strong>Penha</strong> de França caminham a passos<br />
largos para a sua terceira edição, em 2018.<br />
Nas duas primeiras edições, os residentes, os trabalhadores<br />
e os estudantes da <strong>Penha</strong> de França estabeleceram<br />
este programa como uma referencia de participação<br />
cívica para todos que querem uma Freguesia cada vez<br />
melhor e mais participada.<br />
É nesse sentido que, para a próxima edição do POP <strong>Penha</strong><br />
e POP Escolas, o logótipo vai ser ‘refrescado’ e o site<br />
vai ser renovado, passando a ser mais simples de utilizar<br />
e mais apelativo a todos.<br />
Para além destas novas possibilidades, vai ser aumentada<br />
a segurança e consistência do sistema de votação,<br />
usando a plataforma Empatia – uma plataforma open<br />
source de génese nacional que já extravasa as fronteiras<br />
de Portugal, sendo utilizada por vários municípios europeus.<br />
Este tipo de plataforma open source, de reconhecida<br />
qualidade, permitirá não só estas novas funções, mas<br />
também uma inovação continua na construção de uma<br />
experiência de participação cívica e de cidadania cada<br />
vez mais integradora e participada. Já falta pouco para<br />
que todos a conheçamos no sítio de sempre: www.pop-<br />
-penha.pt.<br />
Este novo site vai ter um conjunto de novas funcionalidades<br />
centradas na apresentação de propostas, nomeadamente<br />
com a inclusão de fotos, permitindo visualizar os<br />
sítios que se pretende serem alvo de intervenção, bem<br />
como mapas, para que todos possam facilmente perceber<br />
onde serão concretizadas as propostas.<br />
Escolas<br />
<strong>Penha</strong><br />
17
UMA TARDE<br />
A ESCUTAR<br />
PATRIMÓNIO DA<br />
HUMANIDADE<br />
Se tempos houve em que alguns comentavam<br />
que o fado andava na mó de baixo,<br />
eventos como a tarde do passado dia<br />
24 de novembro provam que a nossa expressão<br />
máxima da saudade está mais<br />
viva que nunca.<br />
Com praticamente todos os lugares do<br />
salão do Polo da Morais Soares ocupados,<br />
a tarde foi passada a escutar a mestria<br />
dos músicos nas guitarras e o fado<br />
que saiu da alma de quem o cantou.<br />
Os quatro fadistas podiam ter proporcionado<br />
apenas uma tarde de fado, mas<br />
foi muito mais que isso. Foi uma tarde<br />
de fado solidário, em que os bilhetes se<br />
pagaram em géneros alimentares que<br />
reverteram para o inventário da MERCEA-<br />
RIA SOCIAL.<br />
A saudade, a tristeza, a Lisboa de outras<br />
épocas, transformou-se em arroz, leite<br />
ou qualquer outro produto destinado a<br />
ajudar famílias na nossa freguesia. Aos<br />
que cantaram, aos que tocaram e, sobretudo<br />
aos que assistiram e deram uma<br />
ajuda a quem mais precisa, muito obrigado!<br />
18
SABIA<br />
QUE...<br />
IGREJA E<br />
CONVENTO<br />
DA PENHA DE<br />
FRANÇA<br />
SÃO<br />
MONUMENTO<br />
DE<br />
INTERESSE<br />
PÚBLICO<br />
A igreja e o edifício do antigo Convento<br />
de Nossa Senhora da <strong>Penha</strong> de<br />
França, incluindo o seu interior, foram<br />
classificados como Monumento de<br />
Interesse Público.<br />
A portaria que decreta esta classificação<br />
foi assinada pelo ministro da<br />
Cultura, Luís Castro Mendes, e publicada<br />
no Diário da República a 16 de<br />
novembro.<br />
Na portaria descreve-se o monumento<br />
como tendo uma “austera e monumental<br />
fachada” que “contrasta com<br />
a riqueza dos elementos artísticos<br />
do interior, acessível por largo pórtico<br />
com escadaria monumental”. Entre<br />
os elementos destacados, estão a<br />
pintura da abóbada atribuível a Pedro<br />
Alexandrino de Carvalho ou a Vieira<br />
Portuense, “a riqueza dos mármores”,<br />
os altares laterais de talha dourada e<br />
o “grandioso retábulo da capela-mor”<br />
ou os “excelentes lambris de azulejo<br />
das salas ao nível do coro-alto e da<br />
Portaria”.<br />
A portaria adianta ainda que o reconhecimento<br />
da Igreja e Convento<br />
como imóveis com um valor patrimonial<br />
de interesse nacional, reflete a<br />
qualidade deste conjunto no que toca<br />
ao “caráter matricial do bem, ao génio<br />
dos respetivos criadores, ao seu interesse<br />
como testemunho simbólico ou<br />
religioso, ao seu valor estético, técnico<br />
e material intrínseco, à sua conceção<br />
arquitetónica, urbanística e paisagística,<br />
e à sua extensão e ao que nela se<br />
reflete do ponto de vista da memória<br />
coletiva”.<br />
BISPO AUXILIAR<br />
DE LISBOA<br />
VISITOU A PENHA<br />
DE FRANÇA<br />
D. Nuno Brás, Bispo Auxiliar de Lisboa,<br />
visitou a <strong>Penha</strong> de França para conhecer<br />
a realidade da Freguesia e os seus<br />
equipamentos sociais. Veio com o objetivo<br />
de promover um diálogo entre a<br />
Igreja e o "mundo contemporâneo”, e<br />
foi exatamente isso que aqui fez.<br />
Além de uma reunião, visitou desde<br />
os balneários do Polo Morais Soares<br />
– que podem ser usados por todos –,<br />
passando pelo Espaço Nova Atitute,<br />
pela muito recente Mercearia Social e<br />
acabando na Loja Social, onde deixou<br />
uma mensagem escrita de apreço<br />
pelo trabalho aqui desenvolvido.<br />
"Estou absolutamente maravilhado",<br />
disse em relação a todos os projetos<br />
que observou, tendo partido com a<br />
promessa de que a <strong>Penha</strong> de França<br />
continuará a apostar cada vez mais<br />
na área do desenvolvimento social.<br />
19
A tradição de SÃO MARTINHO manda que<br />
se passe o dia com sol, castanhas e boa<br />
disposição. Na nossa freguesia cumpriu-se<br />
a tradição.<br />
Na Paiva Couceiro a receita não variou, até<br />
porque castanhas e jeropiga, como as que<br />
foram oferecidas, são sempre uma receita<br />
vencedora. Junte-se a isto o convívio e todos<br />
tiveram uma tarde ideal com o tão tradicional<br />
e apetecível cheirinho a castanhas<br />
no ar.<br />
E ASSIM SE CELEBROU<br />
O SÃO MARTINHO<br />
E desde o Centro Social e Paroquial da <strong>Penha</strong><br />
de França, até às AAAF/CAF e Associação<br />
<strong>Penha</strong> de França, todos, miúdos e<br />
graúdos, celebraram esta data que contou<br />
com a presença de vogais dos vários pelouros<br />
da Junta de Freguesia.<br />
Num dos lugares mais emblemáticos da<br />
<strong>Penha</strong>, o Museu do Azulejo, a ASSOCIA-<br />
ÇÃO ENTRE-IDADES proporcionou uma tarde<br />
diferente aos nossos seniores, com um<br />
workshop de beleza e cuidados pessoais e<br />
uma visita por entre as histórias que os milhares<br />
de azulejos lá expostos nos contam.<br />
20
21
CURTAS<br />
DEBATES DESPORTIVOS<br />
DA PENHA<br />
Novas tecnologias no futebol, como<br />
o video-árbitro, têm o potencial de<br />
mudar a forma como olhamos para<br />
o desporto rei. E quem melhor do<br />
que reconhecidas personalidades<br />
deste mundo para discutir este<br />
tema? Nuno Lobo - Presidente da<br />
Associação de Futebol de Lisboa,<br />
António Simões - Ex-jogador do SL<br />
Benfica, Carlos Chaínho – Ex-jogador<br />
do FC Porto, Pedro Henriques - exárbitro<br />
internacional, Daúto Faquirá –<br />
treinador e Tiago António – treinador,<br />
reunidos no Sporting Clube da <strong>Penha</strong>,<br />
discutem o futuro do futebol.<br />
A ÁRVORE DE NATAL DO MUSEU<br />
NACIONAL DO AZULEJO<br />
AÇÃO DE LIMPEZA<br />
No dia 26 de novembro a Igreja de<br />
Deus Sociedade Missionária Mundial<br />
organizou uma ação de limpeza que<br />
começou na Praça Paiva Couceiro<br />
e acabou no Jardim Bulhão Pato,<br />
contando com o apoio logístico da<br />
Junta de Freguesia.<br />
ESCUTEIROS EM MISSÃO<br />
SOLIDÁRIA<br />
Os Escuteiros da <strong>Penha</strong> de França<br />
– CNE 42 arregaçaram as mangas e<br />
puseram em marcha a Missão (Re)<br />
Erguer Lajeosa do Dão, que teve como<br />
objetivo apoiar os habitantes desta<br />
localidade do concelho de Tondela na<br />
reconstrução da sua aldeia. Nos dias<br />
de 8 a 10 de Dezembro, um grupo de<br />
24 jovens e adultos deslocaram-se até<br />
Lajeosa do Dão para, no local, ajudar<br />
nos vários trabalhos a desenvolver<br />
(reconstrução de cercas, limpezas,<br />
apoio logístico, etc.). Mas não se pense<br />
que foram de mãos a abanar! Com eles<br />
levaram vários materiais e sobretudo<br />
sementes e árvores de fruto, para dar<br />
nova vida a esta aldeia.<br />
O Museu Nacional do Azulejo<br />
juntou o espírito de Natal ao<br />
espírito solidário e o resultado<br />
foi a árvore de natal que ilumina<br />
a entrada do museu. O projeto<br />
de decoração é da autoria de<br />
Armanda Ferreirae a execução<br />
contou com a participação de<br />
várias escolas, centros sociais<br />
e associações.<br />
22
ssembleia<br />
de Freguesia <strong>Penha</strong> de França<br />
ASSEMBLEIA<br />
DE FREGUESIA<br />
No dia 19 de <strong>dezembro</strong> terá lugar a<br />
primeira sessão ordinária da Assembleia<br />
de Freguesia da <strong>Penha</strong> de França,<br />
que tomou posse a 23 de outubro.<br />
No quadriénio <strong>2017</strong>/ 2021, exercerão o<br />
seu mandato 19 membros da Assembleia<br />
de Freguesia, distribuídos pelas<br />
seguintes formações partidárias: 9 lugares<br />
para o Partido Socialista, 3 para<br />
o Partido Social Democrata, 3 para o<br />
Partido Comunista Português, 2 para<br />
o Bloco de Esquerda, 1 para o Centro<br />
Democrático Social e 1 para o Partido<br />
Animais Natureza.<br />
Que seja um excelente mandato!<br />
No mesmo dia da tomada de posse,<br />
foi eleita a mesa da Assembleia de<br />
Freguesia. Luísa Vicente Mendes foi<br />
eleita a Presidente, enquanto Nuno<br />
Simões é o 1.º Secretário e António<br />
Neira Nunes o 2.º Secretário.<br />
23
Portugal ainda atravessa um duro<br />
período de seca, apesar da chuva<br />
que já caiu. Segundo o Instituto<br />
Português do Mar e da Atmosfera,<br />
no final de novembro 3% do território<br />
estava em seca moderada, 46%<br />
em seca severa e 51% em seca extrema.<br />
Uma situação preocupante que nos<br />
deve levar a ser conscientes no uso<br />
da água, procurando reduzir o seu<br />
consumo e usando mais eficazmente<br />
este recurso. Assim, e antecipando<br />
as recomendações da CML<br />
nesse sentido, a Junta de Freguesia<br />
da <strong>Penha</strong> de França adotou várias<br />
medidas que visam reduzir e utilizar<br />
mais eficazmente a água.<br />
Como medida preventiva, foram<br />
instalados novos sistemas de rega<br />
mais eficazes nos jardins da Freguesia<br />
que foram requalificados, tendo<br />
ainda sido plantadas espécies vegetais<br />
que requerem menos água para<br />
se manterem.<br />
JUNTA DE<br />
FREGUESIA<br />
REDUZ CONSUMO<br />
DE ÁGUA<br />
As lavagens de ruas e o fornecimento<br />
de água a chafarizes e bebedouros<br />
públicos (exceto os de<br />
serviço aos parques infantis) foram<br />
interrompidos, bem como a rega de<br />
espaços verdes e arvoredo. Estas<br />
medidas durarão enquanto o país se<br />
mantiver numa situação de seca.<br />
No entanto há situações pontuais<br />
que exigem, por uma questão de<br />
salubridade, higiene e segurança do<br />
espaço público, que se efectue lavagens.<br />
Estas não são, contudo, feitas<br />
com água potável da rede pública,<br />
mas antes com água reciclada proveniente<br />
da Fábrica de Água - ETAR<br />
de Chelas.<br />
Para percebermos melhor o que é a<br />
água reciclada e de onde vem, perguntámos<br />
a quem sabe. A Eng.ª Catarina<br />
Pécurto, responsável de área<br />
do Centro Operacional de Chelas<br />
das Águas do Tejo Atlântico, esclareceu<br />
as dúvidas:<br />
De onde provém esta água que é reciclada?<br />
Depois de utilizarmos a água no<br />
nosso dia-a-dia para inúmeras atividades<br />
(cozinhar, limpar, tomar banho, etc.), a<br />
mesma transforma-se em água residual<br />
(esgoto) e é encaminhada para a Fábrica<br />
de Água – ETAR de Chelas, para ser tratada<br />
e reciclada.<br />
Como se faz a reciclagem? As águas residuais<br />
que chegam à Fábrica de Água de<br />
Chelas passam por um tratamento físico,<br />
químico e biológico, de forma a serem devolvidas<br />
ao meio ambiente em condições<br />
ambientalmente seguras. A água que se<br />
destina a ser reciclada passa, ainda, por<br />
uma fase de desinfeção.<br />
A água reciclada serve para consumo<br />
humano? Em caso negativo, apresenta<br />
perigos para pessoas e animais? A água<br />
reciclada não é potável, pelo que não serve<br />
para consumo humano. A sua qualidade<br />
é aferida para a rega de espaços verdes,<br />
lavagens de ruas, reutilização industrial,<br />
sistemas de refrigeração. Os funcionários<br />
que utilizam diretamente a água reciclada<br />
têm formação específica sobre os procedimentos<br />
a adotar na sua utilização.<br />
A água é um bem essencial à vida. Vamos<br />
todos fazer a nossa parte neste esforço<br />
contra o desperdício.<br />
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CERÂMICA<br />
TAPETES DE<br />
ARRAIOLOS<br />
Terça-Feira e<br />
Quinta-Feira<br />
16h00 - 17h30<br />
Arraiolos<br />
19h00 - 20h30<br />
Cerâmica<br />
Espaço Multiusos<br />
Av. Coronel. Eduardo Galhardo<br />
Tel. 218 100 390<br />
multiusos@jf-penhafranca.pt