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TIETE NOTICIAS<br />

8<br />

08 de Dezembro de 2.017<br />

persona<br />

Quando se fala em<br />

cavalos, em quem<br />

você pensa? A gente<br />

tem certeza que uma<br />

grande parte dos nossos leitores<br />

não titubeou. Respondeu na lata:<br />

Tony Persone! Figura ímpar no<br />

agronegócio local e que hoje se<br />

destaca à frente do Sindicato<br />

Rural.<br />

Com ele, falamos sobre a<br />

infância, família, do amor aos<br />

bichos e sobre a PECSHOW,<br />

evento inédito na cidade.<br />

T.N.: Tony, quem é você?<br />

T.P.: Meu nome era Antonio<br />

Aurélio Persone. Nasci em<br />

Tietê em 13 de janeiro de 1947,<br />

filho Aurélio Persone e Justina<br />

Sampaio Persone. Fui assim<br />

conhecido por muito tempo, até<br />

que há alguns anos atrás meus<br />

filhos pleitearam a cidadania<br />

italiana. A família de meu pai<br />

era oriunda da Itália, da região<br />

de Pádova, e originalmente<br />

chamada ``Persona´´. Por erro<br />

de grafia, no cartório de Leme,<br />

onde ele nasceu e foi registrado,<br />

somente ele dentre todos os<br />

irmãos recebeu o sobrenome<br />

``Persone´´. Isso precisou ser<br />

corrigido e minha família e eu<br />

passamos por um longo processo<br />

judicial para poder levar<br />

o nome original. Hoje sou<br />

Antonio Aurélio Persona, assim<br />

como todos os meus.<br />

T.N.: De onde vem o amor<br />

pelos cavalos?<br />

T.P.: Desde pequeno acompanhava<br />

meu pai em sua vida<br />

rural e com a idade de cinco<br />

anos eu já montava muito bem<br />

a cavalo. Sempre tive paixão<br />

pela fazenda e esta sempre foi<br />

“Bons cavalos nunca me faltaram”<br />

minha vida. Aos doze anos, eu<br />

montava junto com os peões da<br />

Fazenda São Pedro, em Cerquilho,<br />

e conduzia o gado desta,<br />

para a fazenda Mathias Perez,<br />

no Bairro Jabaquara em Tietê.<br />

Eram 25km de distância. Isso<br />

para mim significava a maior diversão<br />

que eu poderia ter. Minha<br />

ansiedade por estas viagens era<br />

tanta que se me faltasse sela eu<br />

ia`` à pelo´´ mesmo, pois bons<br />

cavalos nunca me faltaram .<br />

T.N.: Quais são suas<br />

maiores lembranças dessa<br />

época?<br />

T.P.: Eu estudava na Escola<br />

Plínio, das sete às onze e nas<br />

sextas–feiras, saía correndo da<br />

escola, comia um lanche rápido<br />

e pegava um ônibus que saía<br />

do Largo São Benedito com<br />

destino a Boituva. No meio<br />

do caminho, descia no Bairro<br />

Hungria, em Cerquilho, onde<br />

ficava a fazenda São Pedro dos<br />

meus pais. Ia para ajudar na lida<br />

dos peões. Aos treze anos eu já<br />

sabia arar terra. Fazia com um<br />

tratorzinho velho que havia na<br />

fazenda. Meu pai orgulhoso, me<br />

elogiava entusiasticamente para<br />

seus amigos. E cada vez que eu<br />

o ouvia dizer ``esse menino é<br />

um fenômeno! ´´ eu fazia força<br />

para no dia seguinte fazer mais<br />

e melhor!<br />

T.N.: Você sempre morou<br />

em Tietê?<br />

T.P.: Não! Aos quinze anos,<br />

passei por uma mudança radical.<br />

Por minha vontade e com a ajuda<br />

de meu pai, mudei-me para<br />

São Paulo. Fui morar sozinho no<br />

apartamento de minha família<br />

na Avenida Angélica, perto do<br />

Centro. Lá, chorei muito, me<br />

sentindo só, mas como queria<br />

conhecer mais da vida, e como<br />

São Paulo era um bom lugar<br />

para isso, encarei a situação.<br />

Trabalhava durante o dia numa<br />

famosa casa de Autopeças na<br />

Avenida Duque de Caxias e,<br />

à noite, estudava no Colégio<br />

Piratininga, na mesma Avenida<br />

onde eu morava. Lá, fiquei até<br />

os dezoito anos quando resolvi<br />

voltar para Tietê para ajudar meu<br />

pai na fazenda. Ao mesmo tempo<br />

cursei a Escola de Comércio,<br />

me formando contador e logo<br />

depois entrei para a Faculdade<br />

Karnig Bazarian, em Itapetininga,<br />

me tornando bacharel<br />

em Direito em 1973. Neste ano<br />

conheci minha esposa Eliana no<br />

Clube de Campo da Esportiva.<br />

T.N.: Como foi? Amor à<br />

primeira vista?<br />

T.P.: Nos conhecemos em<br />

janeiro. Começamos a namorar<br />

em abril. Ficamos noivos em<br />

julho e nos casamos em dezembro.<br />

Ela cursava o segundo<br />

ano de Medicina Veterinária na<br />

USP em São Paulo e terminou a<br />

faculdade viajando diariamente<br />

da fazenda São Pedro, em<br />

Cerquilho, onde fomos morar,<br />

para a Cidade Universitária em<br />

São Paulo. Depois de formada,<br />

tivemos quatro filhos: Flávia,<br />

Camila, Aurélio e Rubens. Nessa<br />

ocasião meu pai que já tinha<br />

iniciado um grande negócio de<br />

importação de cavalos Quarto<br />

de Milha dos EUA para o Brasil,<br />

veio a falecer em outubro<br />

de 1976.<br />

T.N.: Como foi cuidar dos<br />

negócios sozinho?<br />

T.P.: Continuei com a importação<br />

por mais alguns anos,<br />

culminando com nossa mudança<br />

para os EUA, precisamente<br />

para a cidade de Clovis na<br />

Califórnia, onde ficamos por<br />

quatro anos. Fui Presidente de<br />

várias ``Feiras Agroindustriais<br />

de Tietê´´ (FAIT), secretário da<br />

Associação Brasileira de Cavalos<br />

Quarto de Milha (ABQM),<br />

presidente da Associação Brasileira<br />

de Criadores de Cavalos<br />

Appaloosa (ABCCA) e, desde<br />

2006, sou Presidente do Sindicato<br />

Rural de Tietê.<br />

T.N.: Os negócios sempre<br />

indo bem. Mas, recentemente,<br />

você passou por alguns problemas<br />

de saúde, né? Como foi<br />

essa fase?<br />

T.P.: Em 2017 passei por<br />

um grave problema de saúde,<br />

mas fui submetido a tratamento<br />

e, no momento estou bem graças<br />

à Deus, me mantendo com<br />

o mesmo interesse e dedicação<br />

na presidência deste Sindicato,<br />

com o intuito de cada vez mais<br />

apoiar e ajudar a Agricultura<br />

e a Pecuária da nossa cidade e<br />

região. Meu objetivo consiste<br />

em trazer conhecimento, novas<br />

técnicas e modernidade para<br />

o setor.<br />

T.N.: Você esteve à frente<br />

da Primeira PECSHOW de<br />

Tietê. Quais os resultados<br />

dessa iniciativa?<br />

T.P.: Foi um evento inovador<br />

que visa orientar e informar<br />

através de palestras técnicas<br />

e mostras de produtos finais,<br />

recursos modernos e comprovados,<br />

aplicáveis à pecuária de<br />

Corte, visando uma produção<br />

especial, diferenciada e com<br />

maior lucratividade voltada para<br />

a atual demanda e tendência de<br />

mercado de carne bovina. Nosso<br />

objetivo é melhorar o gado de<br />

corte e elevar o nome de Tietê.<br />

Demos um ótimo primeiro passo<br />

e esse é só o começo.<br />

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