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Revista Sicadergs 4

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Distribuidor autorizado


SUMÁRIO<br />

03<br />

Editorial<br />

Desejando a todos os nossos associados<br />

um ano de 2013 repleto de realizações,<br />

sucesso e prosperidade nos negócios,<br />

a matéria principal trata o “futuro da<br />

bovinocultura no Rio Grande do Sul”, em<br />

que o professor do Curso de Agronomia da<br />

Universidade Federal do Rio Grande do Sul<br />

(Ufrgs), Carlos Nabinger, desenvolveu um<br />

trabalho sobre o tema, com novidades e<br />

informações importantes para o desenvolvimento<br />

da nossa pecuária gaúcha. Entre<br />

uma das suas afirmativas é que a tecnologia<br />

existe e as mais efetivas são de baixo custo,<br />

pois são tecnologias de processos e não de<br />

insumos. Portanto, não deixe de ler sobre<br />

esse tema que resultou na matéria mais importante<br />

da nossa revista.<br />

Uma avaliação do ano de 2012<br />

é sempre importante para analisarmos os<br />

gargalos e corrigirmos para este ano. Tracei<br />

um panorama do que foi o último ano,<br />

que apesar de não ter sido um dos melhores<br />

para o setor de carnes pela redução do<br />

número de abates, aconteceram avanços<br />

significativos, como a ampliação do crédito<br />

presumido concedido pelo Programa estadual<br />

AGREGAR RS Carnes, que agora também<br />

contempla as vendas de carnes para<br />

outros Estados.<br />

Com o desafio de regionalizar as<br />

ações do Ministério da Agricultura, Pecuária<br />

e Abastecimento (Mapa) e desenvolver<br />

novos projetos na área de sustentabilidade,<br />

entrevistamos o novo secretário de Desenvolvimento<br />

Agropecuário e Cooperativismo<br />

(SDC) do Ministério, o gaúcho de Cachoeira<br />

do Sul, Caio Rocha, que veio com essas importantes<br />

propostas para o desenvolvimento<br />

do agronegócio no Rio Grande do Sul.<br />

Uma entrevista com o presidente da<br />

Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo<br />

da Assembleia Legislativa do<br />

Estado do Rio Grande do Sul, deputado estadual<br />

Ernani Polo, traçando um panorama<br />

da comissão em 2012 e os desafios para<br />

este ano também compõe a nossa revista,<br />

que além dessa e outras notícias, fazem<br />

parte desta nova edição que você não pode<br />

deixar de ler.<br />

Boa leitura.<br />

Ronei Alberto Lauxen<br />

Presidente do <strong>Sicadergs</strong><br />

Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado<br />

do Rio Grande do Sul - SICADERGS<br />

Praça Osvaldo Cruz, nº 15, cj. 909<br />

CEP 90038-900 - Porto Alegre - RS<br />

Fone: (51)3212.6450<br />

E-mail: sicadergs@sicadergs.com.br<br />

www.sicadergs.com.br<br />

DIRETORIA GESTÃO 2010-2013<br />

PRESIDENTE<br />

Ronei Alberto Lauxen<br />

(Coop. Suinocultores do Caí Superior)<br />

1º VICE-PRESIDENTE EXECUTIVO<br />

Paulo Ronaldo dos Santos (Boa Esperança)<br />

2º VICE-PRESIDENTE EXECUTIVO<br />

Rui Mendonça Jr (Marfrig)<br />

1º SECRETÁRIO<br />

Ladislau Boes (Frig. Zimmer)<br />

2º SECRETÁRIO<br />

Adélcio Haubert (Frig. Boa Vista)<br />

1º TESOUREIRO<br />

José Rogério dos Santos (Ray Alimentos)<br />

2º TESOUREIRO<br />

Jorge Fetzner (Frig. Do Sul)<br />

SUPLENTES<br />

Gabriel da Silva Moraes (Frig. Silva)<br />

Paulo Renato Callegaro (Callegaro e Irmãos)<br />

CONSELHO FISCAL - TITULARES<br />

Edson Endres (Frig. Cason)<br />

Roque Andreola (Cotripal)<br />

Ludwig Vanhove (Raphael Vanhove )<br />

CONSELHO FISCAL - SUPLENTES<br />

Gemiro Cason (Frig. Cason)<br />

CONSELHO DE REPRESENTANTES NA FIERGS<br />

TITULARES<br />

Ronei A. Lauxen<br />

José Alfredo Laborda Knorr<br />

SUPLENTES<br />

Paulo Ronaldo dos Santos<br />

Rui Mendonça Jr<br />

Índice<br />

PERFIL 04<br />

AGRONEGÓCIO 06<br />

MEIO AMBIENTE 11<br />

ARTIGO 14<br />

ECONOMIA 16<br />

CAPA 20<br />

GESTÃO FAMILIAR 24<br />

EXPORTAÇÕES 28<br />

PROJEÇÕES 32<br />

ASSOCIADOS 34<br />

EDIÇÃO<br />

Francke | Comunicação Integrada<br />

Av. Carlos Gomes, 466 - cj. 07 - Bela Vista - Porto Alegre - RS<br />

Fone/Fax: (51) 3388.7674 - www.francke.com.br<br />

Editora Responsável: Mariza Franck (Reg. Prof. 8611/RS)<br />

Redação: Ana Lúcia Medeiros (Reg. Prof. 11582/RS)<br />

Diagramação: Lucas Gröehs<br />

Capa: Lucas Gröehs<br />

Comercial: Raquel Diniz<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°4


04<br />

PERFIL<br />

Cotripal Agropecuária<br />

Cooperativa:<br />

Qualidade em<br />

produtos e serviços<br />

Pelas mãos de 29 agricultores.<br />

Assim, começou a nascer<br />

a Cotripal Agropecuária Cooperativa,<br />

fundada em 21 de setembro<br />

de 1957, no município<br />

de Panambi. Hoje, a cooperativa<br />

tem 3.430 produtores associados<br />

e 1.823 colaboradores. Possui<br />

unidades de negócios além<br />

de Panambi, nos municípios de<br />

Condor, Pejuçara, Santa Bárbara<br />

do Sul e Ajuricaba, onde cobre<br />

uma área agricultável de 85<br />

mil hectares. Sua capacidade de<br />

armazenagem estática é de 350<br />

mil toneladas.<br />

Com foco no desenvolvimento<br />

do associado e das comunidades<br />

onde está inserida,<br />

a Cotripal prima pela qualidade<br />

dos produtos e serviços oferecidos<br />

e se destaca por sua responsabilidade<br />

socioambiental.<br />

Em fevereiro de 1984, a<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°4<br />

Cotripal iniciou suas atividades<br />

no ramo frigorífico, com o intuito<br />

de abastecer os açougues de<br />

seus supermercados. Já nos primeiros<br />

anos, começou a atuar<br />

no mercado regional, logo no<br />

estadual e recentemente após<br />

ter startado uma planta moderna<br />

para abate de bovinos e suínos<br />

passou a atuar no mercado brasileiro,<br />

depois de ser inclusa no<br />

Sistema Brasileiro de Inspeção<br />

de Produtos de Origem Animal<br />

(SISBI). Atualmente, possui capacidade<br />

estática de abate de 125<br />

suínos/hora, 40 bovinos/hora e<br />

industrializa 10 toneladas de embutidos<br />

dia, contando com um<br />

quadro de 154 colaboradores.<br />

E a profissionalização e<br />

capacitação dos seus profissionais<br />

se devem a treinamento e<br />

qualificações permanentes para<br />

desempenharem suas funções<br />

atentos as exigências de mercado<br />

e também à legislação vigente.<br />

“Até porque manipulamos e<br />

produzimos alimentos. Além do<br />

treinamento contínuo, a Cotripal<br />

incentiva seus colaboradores a se<br />

especializarem em cursos de pósgraduação<br />

e mestrado. O retorno<br />

obtido com esses investimentos<br />

realizados é um colaborador<br />

mais comprometido e atuante<br />

nas atividades da Cooperativa”,<br />

declara o gerente Industrial da<br />

Cotripal Agropecuária Cooperativa,<br />

Roque Andreola.<br />

Com o aumento do poder<br />

aquisitivo da população brasileira,<br />

aumentou o consumo de carne<br />

e seus derivados processados,<br />

aponta o gerente. “Para atender<br />

a demanda crescente e às exigências<br />

desse mercado consumidor<br />

informado e em expansão,<br />

as indústrias de carnes devem


05<br />

Crédito: Divulgação Cotripal<br />

Além do<br />

treinamento<br />

contínuo, a<br />

Cotripal incentiva<br />

seus<br />

colaboradores a<br />

se especializarem<br />

em cursos de<br />

pós-graduação<br />

e mestrado.<br />

buscar a modernização de seus<br />

processos, focando no desenvolvimento<br />

de novos produtos e na<br />

qualidade sanitária e sensorial<br />

do que produzem”, informa Andreola.<br />

Apesar da priorização da<br />

qualidade por grande parte das<br />

indústrias, ainda existe uma deficiência<br />

com relação à implantação<br />

e cumprimento das legislações<br />

de segurança alimentar<br />

entre os frigoríficos e seus diferentes<br />

níveis de inspeção. Segundo<br />

Andreola, os primeiros passos<br />

para a resolução desses problemas<br />

foram solucionados com a<br />

criação do SUASA/SISBI (Sistema<br />

Unificado de Atenção a Sanidade<br />

Agropecuária/Sistema Brasileiro<br />

de Inspeção de Produtos<br />

de Origem Animal) e a adesão<br />

de estabelecimentos estaduais e<br />

municipais ao sistema. “Contudo,<br />

ainda há um longo caminho<br />

a ser percorrido até que todas as<br />

indústrias possuam equivalência<br />

sanitária e esse será um dos desafios<br />

para a indústria cárnea nos<br />

próximos anos.”<br />

Andreola, também salienta<br />

que, apesar de ainda existirem<br />

vários problemas, são significativos<br />

os ganhos em modernização,<br />

padronização e a importância do<br />

setor para a economia do Estado<br />

e do País. “A cadeia da carne<br />

está cada vez mais profissionalizada.<br />

O salto de qualidade foi<br />

dado pelos nossos pecuaristas<br />

que investiram no melhoramento<br />

genético dos animais, na qualidade<br />

da alimentação e na modernização<br />

da indústria. Temos,<br />

com certeza, as condições e capacidades<br />

para sermos o seleiro<br />

do mundo em carnes, em volumes<br />

e em qualidade.”<br />

Porém, para continuar melhorando<br />

e crescendo em volume<br />

e qualidade é necessária que a<br />

cadeia da carne seja remunerada<br />

em todos os seus elos quanti<br />

e equalitativamente, diz Andreola.<br />

“É preciso equilíbrio entre os<br />

envolvidos, o pecuarista, a indústria,<br />

o varejo e o consumidor pagando<br />

o justo pelo produto.”<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°4


06<br />

AGRONEGÓcIO<br />

Comissão de Agricultura,<br />

Pecuária e Cooperativismo<br />

manterá os debates e consolidará<br />

as iniciativas do setor<br />

Estiagem, qualidade da<br />

energia elétrica rural, educação<br />

no campo, irrigação, seguro agrícola,<br />

cooperativismo, agroindústrias,<br />

Projeto de Lei que trata das<br />

Integradoras, desenvolvimento<br />

da silvicultura, combate à seca e<br />

a Lei 7.747 de 22/12/1982 que<br />

dispõe sobre o controle de agrotóxicos,<br />

foram alguns dos assuntos<br />

discutidos pela Comissão de<br />

Agricultura, Pecuária e Cooperativismo<br />

da Assembleia Legislativa<br />

do Estado do Rio Grande do Sul<br />

no ano de 2012. O presidente,<br />

deputado estadual Ernani Polo,<br />

destaca que a Comissão é o fórum<br />

de debates e discussões para<br />

tratar a agricultura, a pecuária e<br />

o cooperativismo. “Vivemos em<br />

constantes oscilações. Por isso, a<br />

sua importância para discutir políticas<br />

públicas para o setor primário<br />

e encaminhar propostas.”<br />

Durante o ano de 2012, a<br />

Comissão de Agricultura, Pecuária<br />

e Cooperativismo realizou<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°4<br />

38 reuniões ordinárias, 25 audiências<br />

públicas, sendo 15 ocorridos<br />

na Capital e 10 encontros<br />

no interior do Estado, nos municípios<br />

de Capão da Canoa, Não-<br />

Me-Toque, Rio Pardo, Três Passos,<br />

Santa Rosa, Santo Augusto, São<br />

Lourenço do Sul, Nova Petrópolis,<br />

Santa Cruz do Sul e Frederico<br />

Westphalen.<br />

Nos principais temas abordados<br />

pelo órgão técnico, a Comissão<br />

destaca a estiagem que<br />

abalou o Rio Grande do Sul,<br />

implicando também em medidas<br />

em prol da irrigação e Seguro<br />

Agrícola; problemas referentes à<br />

má qualidade da energia elétrica,<br />

principalmente no meio rural,<br />

prejudicando de forma considerável<br />

a produção primária; a cadeia<br />

leiteira; o cooperativismo; o<br />

uso excessivo de agrotóxicos; as<br />

dificuldades enfrentadas pela suinocultura;<br />

a educação no campo,<br />

como forma de incentivo à<br />

permanência do homem no meio<br />

rural e o quadro de servidores da<br />

Fundação de Pesquisa Agropecuária<br />

(Fepagro).<br />

Além da fiscalização do<br />

trânsito de mercadorias através da<br />

manutenção dos Postos Fiscais; os<br />

problemas enfrentados pelo setor<br />

da vitivinicultura; a discussão<br />

do Projeto de Lei 330/2011 e do<br />

Projeto de Lei 8023/2010; as políticas<br />

necessárias para o desenvolvimento<br />

da silvicultura; a falta<br />

de investimentos, pelo Governo<br />

no combate à seca; apresentação<br />

do projeto de Reestruturação do<br />

Parque Assis Brasil, em Esteio; a<br />

Lei 7.747 de 22/12/1982, que<br />

dispõe sobre o controle de agrotóxicos<br />

e outros biocidas em nível<br />

estadual e o zoneamento agrícola<br />

de risco climático para a cultura<br />

de soja na metade sul do Estado.<br />

Os planos da Comissão de<br />

Agricultura, Pecuária e Cooperativismo<br />

da Assembleia Legislativa<br />

para 2013, segundo o parlamentar<br />

Ernani Polo, é continuar


07<br />

Deputado Ernani Polo<br />

Vivemos em<br />

constantes<br />

oscilações.<br />

Por isso, a sua<br />

importância para<br />

discutir políticas<br />

públicas para o<br />

setor primário<br />

e encaminhar<br />

propostas.<br />

Crédito: Divulgação gabinete<br />

apoiando sempre as iniciativas<br />

do setor com a permanência do<br />

fórum de debates pela sua importância<br />

para o crescimento da<br />

economia do agronegócio. “É<br />

continuar ao lado nesse debate,<br />

até por que, a Comissão age e é<br />

demandada pelas associações e<br />

suas demandas são fundamentais<br />

para engajar o segmento e realizar<br />

as audiências públicas.”<br />

O parlamentar destaca ainda<br />

a representatividade de toda a<br />

cadeia produtiva do setor primário<br />

e a importância de manter os<br />

debates e as ações, discutindo e<br />

promovendo propostas de temas<br />

como logística e a sucessão familiar<br />

do jovem rural no campo,<br />

evitando que o empresário migre<br />

para outros Estados e aumentar<br />

cada vez mais a produção de alimentos<br />

em solo gaúcho.<br />

A Comissão de Agricultura,<br />

Pecuária e Cooperativismo também<br />

é composta de duas Subcomissões.<br />

A primeira é a Subcomissão<br />

sobre Irrigação que tem<br />

como relator o deputado estadual<br />

Heitor Schuch e a Subcomissão<br />

A Educação no Campo que tem<br />

como relator o parlamentar Altemir<br />

Tortelli.<br />

Ao longo do primeiro semestre<br />

de 2012, a Comissão<br />

também realizou o projeto Radiografia<br />

da Agropecuária Gaúcha,<br />

em parceria com a presidência<br />

da Assembleia Legislativa do Rio<br />

Grande do Sul. O objetivo foi reunir<br />

dados sobre o setor primário<br />

estadual, dos últimos 20 anos,<br />

através de palestras ministradas<br />

por especialistas no assunto. A<br />

partir das informações coletadas,<br />

será elaborado um diagnóstico do<br />

setor a fim de apontar as principais<br />

dificuldades da agropecuária<br />

gaúcha, bem como os pontos fortes.<br />

Os temas tratados pela Radiografia<br />

da Agropecuária Gaúcha<br />

foram as ameaças e as oportunidades<br />

para o agronegócio<br />

brasileiro, o cooperativismo no<br />

século XXI, agregar valor e renda<br />

às agroindústrias, as perspectivas<br />

e desafios para a economia do<br />

Rio Grande do Sul, as políticas<br />

públicas para a agropecuária, a<br />

sucessão rural e a produção de<br />

alimentos e agrocenários para<br />

2012-2030.<br />

A comissão culminou ainda<br />

em Projetos de Lei (PL) que são o<br />

PL nº 230/2011, proposto pelo<br />

deputado Lucas Redecker, que inclui<br />

o controle do leite e da carne<br />

importados; e o PL nº 75/2012,<br />

proposto pelo deputado Aloísio<br />

Classman, que institui o Imposto<br />

sobre Operações Relativas à Circulação<br />

de Mercadorias e Sobre<br />

Prestações de Serviços de Transportes<br />

Interestadual e Intermunicipal<br />

e de Comunicação – ICMS.<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°4


08 AGRONEGÓcIO<br />

Gaúcho Caio Rocha<br />

assume secretaria<br />

de desenvolvimento<br />

e cooperativismo<br />

Com o desafio de regionalizar<br />

as ações do Ministério<br />

da Agricultura, Pecuária e<br />

Abastecimento (Mapa). É com<br />

esse intuito que o gaúcho de<br />

Cachoeira do Sul, Caio Rocha,<br />

assumiu a pasta da Secretaria<br />

de Desenvolvimento e Cooperativismo<br />

(SDC) do Ministério.<br />

O projeto piloto da Regionalização<br />

foi lançado no Rio Grande<br />

do Sul, e tem como orientação<br />

do ministro Mendes Ribeiro Filho<br />

ao titular da pasta, comandar<br />

a Regionalização em todo<br />

o País e intensificar as ações<br />

do Mapa na região – incluindo<br />

posteriormente os municípios<br />

atingidos pela estiagem no<br />

Nordeste – levando em conta os<br />

aspectos e necessidades locais<br />

como forma de promover o desenvolvimento<br />

regional com inclusão<br />

econômica e social dos<br />

agricultores.<br />

Rocha destaca que, a<br />

orientação do ministro foi clara<br />

quanto à atuação à frente<br />

da SDC e o trabalho será<br />

executado para cumprir essa<br />

determinação. “A Secretaria<br />

que tem a responsabilidade<br />

de desenvolver os programas<br />

agropecuários vai centralizar e<br />

operacionalizar a questão da<br />

Regionalização que caracteriza<br />

um projeto adequado para as<br />

características regionalizadas.<br />

Além de desenvolver novos projetos<br />

na área de sustentabilidade”,<br />

disse.<br />

Mendes Ribeiro Filho ar-<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°4


09<br />

Secretário Caio Rocha<br />

Crédito: Carlos Silva/MAPA<br />

gumenta a sua escolha para o<br />

cargo de secretário da SDA, ao<br />

Caio Rocha, devido a sua competência<br />

ao ter elaborado “o<br />

melhor Plano Agrícola e Pecuário<br />

já realizado e ter equacionado<br />

a prorrogação das dívidas de<br />

diversos setores. Agora, ele terá<br />

novos desafios, regionalizando<br />

as políticas do ministério”, destacou<br />

o ministro à imprensa.<br />

Dentre as ações de Regionalização,<br />

Caio Rocha, aponta<br />

a necessidade de construir mais<br />

armazéns para sanar um déficit<br />

de armazéns de 23 milhões<br />

de toneladas, construindo um<br />

programa que vai estruturar armazéns<br />

públicos vinculados a<br />

rodovias federais e hidrovias,<br />

dentro de um processo de regionalização.<br />

Sustentabilidade ao produtor<br />

Na área da sustentabilidade<br />

ambiental, o novo secretário<br />

destaca o Programa Agricultura<br />

de Baixo Carbono (ABC), que<br />

pretende reduzir a emissão de<br />

gases de efeito estufa na próxima<br />

década entre 125 milhões<br />

e 156 milhões de toneladas<br />

de gás carbônico equivalentes.<br />

Por meio do Plano Safra 2013,<br />

as linhas de crédito do Programa<br />

incentivam os agricultores<br />

brasileiros, a adoção de boas<br />

práticas no campo com R$ 3,4<br />

bilhões em recursos para financiamento.<br />

“Talvez o maior<br />

recurso no globo terrestre”, frisa<br />

Caio Rocha. A maior parte<br />

dos agricultores que tomaram<br />

o crédito das linhas do Progra-<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°4


10 AGRONEGÓcIO<br />

Precisamos<br />

rentabilizar<br />

o agricultor,<br />

senão é<br />

rentável não<br />

serve ao<br />

produtor rural<br />

e nem ao<br />

Mapa.<br />

ma ABC está ligada à agricultura<br />

de porte empresarial, que<br />

já tem as atividades baseadas<br />

em metas do programa, como<br />

a integração lavoura-pecuária e<br />

a rotatividade de culturas.<br />

O Programa ABC foi instituído<br />

em 2010, para estimular<br />

a adoção de práticas como<br />

o plantio direto na palha, que<br />

dispensa o revolvimento do solo<br />

e evita a erosão com a semeadura<br />

direta na palha da cultura<br />

anterior; recuperação de pastos<br />

degradados, transformando<br />

terras desgastadas em áreas<br />

produtivas para a produção de<br />

alimentos, fibras, carne e florestas;<br />

integração lavoura-pecuária-floresta,<br />

com alternância<br />

de pastagem com agricultura e<br />

floresta em uma mesma área; e<br />

plantio de florestas comerciais,<br />

como eucalipto e pinus.<br />

Plataforma da regionalização<br />

Dentro da plataforma da<br />

Regionalização, são três os pilares:<br />

a Política Agrícola Diferenciada,<br />

o Sistema Nacional<br />

de Defesa Agropecuária e<br />

a Administração. Segundo o<br />

Mapa, o projeto oferece soluções<br />

específicas para cada problema,<br />

desde o melhoramento<br />

da armazenagem, passando<br />

pela irrigação, recuperação de<br />

solos, instalação de novas estações<br />

meteorológicas, acesso<br />

ao crédito, seguro rural e apoio<br />

à comercialização. Ações que<br />

vão gerar mais renda ao produtor,<br />

aumentar a produtividade,<br />

além de incentivar as boas práticas<br />

ambientais. “Precisamos<br />

rentabilizar o agricultor, senão é<br />

rentável não serve ao produtor<br />

rural e nem ao Mapa.”<br />

Segundo Caio Rocha, a<br />

Política Agrícola Diferenciada é<br />

o primeiro passo nas questões<br />

da regionalização das ações.<br />

Para o Sistema Nacional de Defesa<br />

Agropecuária, a Secretaria<br />

está trabalhando em conjunto<br />

com prefeituras municipais e especialistas<br />

para produzir produ-<br />

tos de origem vegetal e animal<br />

para comercialização.<br />

Caio Rocha também destaca<br />

as mais de 2 mil cooperativas,<br />

que têm como objetivos,<br />

em primeiro lugar, trabalhar na<br />

área de gestão cooperativista,<br />

capacitação aos produtores,<br />

direções e conselhos. Como<br />

ainda, a interligação no processo<br />

de gestão, por meio de<br />

softwares diferenciados, e por<br />

último, capacidade de investimento<br />

para renda ao produtor<br />

e investimento de políticas agrícolas<br />

para fortalecer o cooperativismo.<br />

“Queremos uma política<br />

de crescimento alimentar,<br />

defesa sanitária e assistência<br />

técnica para o desenvolvimento<br />

agropecuário.”<br />

Outro desafio da nova<br />

pasta é o desenvolvimento de<br />

ações com foco no fortalecimento<br />

do cooperativismo, reorganizando<br />

programas de incentivo<br />

tecnológico, por exemplo, e<br />

incentivando a agricultura sustentável.<br />

Caio Rocha antes de<br />

ser nomeado titular da Secretaria<br />

de Desenvolvimento Agropecuário<br />

e Cooperativismo ocupou<br />

por pouco mais de um ano<br />

a Secretaria de Política Agrícola<br />

do Mapa. Rocha é engenheiro<br />

agrônomo, foi presidente da<br />

Emater/RS e também secretário<br />

de Agricultura do Rio Grande<br />

do Sul em 1998.<br />

Na SDC, Caio Rocha<br />

substitui Erikson Camargo<br />

Chandoha, que assume o cargo<br />

de diretor do Departamento<br />

de Associativismo e Cooperativismo<br />

da mesma Secretaria.<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°4


MEIO AmbIENTE<br />

11<br />

Os impactos do novo<br />

Código Florestal Brasileiro<br />

para o setor de carnes<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°4


12<br />

MEIO AmbIENTE<br />

O projeto de lei de conversão<br />

referente à Medida Provisória<br />

do Código Florestal foi<br />

aprovado pelo Senado Federal.<br />

O texto original enviado<br />

pelo Poder Executivo recebeu<br />

quase 700 emendas na comissão<br />

especial mista que analisou<br />

a matéria. E após muita<br />

polêmica, um acordo entre<br />

congressistas ruralistas e ambientalistas<br />

resultou no texto<br />

aprovado pela Câmara dos<br />

Deputados e pelo Senado.<br />

No que se refere aos<br />

nove vetos sancionados pela<br />

presidente Dilma Rousseff ao<br />

Código Florestal, aprovado<br />

pelo Congresso Nacional, tem<br />

como principal medida, a retirada<br />

do texto, a flexibilização<br />

para a recuperação de Áreas<br />

de Preservação Permanente<br />

(APPs) nas margens de rios.<br />

Com isso, os produtores rurais<br />

terão que recompor entre 5 e<br />

100 metros de vegetação nativa<br />

das APPs nas margens dos<br />

rios, dependendo do tamanho<br />

da propriedade e da largura<br />

dos rios que cortam os imóveis<br />

rurais.<br />

E quais são os impactos<br />

que as mudanças do novo Código<br />

Florestal Brasileiro vão<br />

trazer para o setor de carnes?<br />

O assessor do Sistema Farsul,<br />

Eduardo de Mércio Figueira<br />

Condorelli, avalia que ainda<br />

é cedo para falar em impactos<br />

específicos para cada setor do<br />

agronegócio brasileiro. Primeiro,<br />

porque a necessidade de<br />

redução da área hoje, em produção,<br />

ainda é resultado de<br />

hipóteses não comprovadas;<br />

segundo, porque mesmo nos<br />

casos em que as novas áreas<br />

ambientais sejam significativas<br />

em relação à área de um determinado<br />

imóvel, a escolha<br />

de qual atividade realizada<br />

na propriedade, deverá ceder<br />

mais espaço. “É uma decisão<br />

específica de cada produtor<br />

rural. Portanto, em termos numéricos<br />

é muito cedo para se<br />

dizer se teremos impactos positivos<br />

ou negativos nos números<br />

das cadeias pecuárias.”<br />

Apesar de cedo para falar<br />

em impactos específicos do<br />

Código Florestal Brasileiro, o<br />

produtor rural e a indústria do<br />

setor devem ficar mais atentos<br />

nos procedimentos estabelecidos<br />

pelas mudanças do novo<br />

Código. A primeira atitude<br />

que o produtor e a indústria<br />

devem tomar é a busca por<br />

conhecimento em relação aos<br />

detalhes da nova legislação,<br />

orienta Condorelli. “O novo<br />

Código Florestal é uma lei que<br />

traz em seu corpo não somente<br />

regras gerais, mas também<br />

uma série de detalhes que buscam<br />

dar tratamento diferenciado<br />

aos imóveis que realizam<br />

exploração agropecuária,<br />

muito antes da existência de<br />

legislações ambientais ou que<br />

iniciaram suas atividades diante<br />

de outros períodos legais.”<br />

Segundo Condorelli, um<br />

dos dispositivos que mais chama<br />

a atenção no novo Código<br />

é o que autoriza o acesso de<br />

animais pelas Áreas de Preservação<br />

Permanente (APPs)<br />

para obtenção de água, sem<br />

estabelecer condicionantes,<br />

como fazia o antigo código,<br />

tratamento que praticamente<br />

inviabilizava esse direito. Na<br />

produção de suínos e aves,<br />

as instalações edificadas até<br />

2008, destinadas a essas atividades<br />

recebem pela nova<br />

lei, o mesmo tratamento das<br />

moradias edificadas em igual<br />

período, conferindo possibilidade<br />

de manutenção em APPs<br />

independente de sua localização<br />

nesse espaço, complementa<br />

o especialista.<br />

O decreto também traz<br />

normas gerais aos Programas<br />

O novo<br />

marco legal<br />

é resultado<br />

daquilo que<br />

representa a<br />

maturidade<br />

atual da<br />

sociedade<br />

brasileira.<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°4


13<br />

de Regularização Ambiental<br />

(PRA) que regulamentará a<br />

permissão para que os produtores<br />

possam converter as multas<br />

ambientais em investimentos<br />

no reflorestamento de suas<br />

reservas legais e APPs. Além de<br />

definir como será o funcionamento<br />

do Cadastro Ambiental<br />

Rural (CAR), que é um registro<br />

eletrônico de abrangência nacional,<br />

servindo para compor<br />

a base de dados do governo<br />

para controle, monitoramento,<br />

planejamento ambiental e econômico<br />

e combate ao desmatamento.<br />

Entre os dados que<br />

o integram estão informações<br />

do proprietário ou responsável<br />

pelo imóvel rural, planta do<br />

perímetro do imóvel, da localização<br />

dos remanescentes de<br />

vegetação nativa, das APPs,<br />

das áreas de uso restrito, das<br />

áreas consolidadas e da localização<br />

das reservas legais.<br />

Condorelli considera que<br />

o Cadastro Ambiental Rural<br />

(CAR) é o mais moderno instrumento<br />

de registro e acompanhamento<br />

dos imóveis rurais<br />

brasileiros. “Através desse<br />

cadastro, estaremos dando um<br />

significativo passo à eficiência<br />

do serviço público, não só<br />

pela agilidade e qualidade das<br />

informações, mas, principalmente<br />

na desburocratização<br />

de registros rurais, quase sempre<br />

carregados de alta taxa de<br />

burocracia e morosidade.”<br />

Para Condorelli, “a nova<br />

lei, de longe, não representa o<br />

sonho dos ruralistas mais extremados,<br />

tanto quanto não<br />

representa a ideologia dos<br />

ambientalistas xiitas que habitam<br />

alguns setores de nossa<br />

sociedade”. Conforme ele, o<br />

novo marco legal é resultado<br />

daquilo que representa a maturidade<br />

atual da sociedade<br />

brasileira. “Exige, sem extremismos,<br />

o comprometimento<br />

do setor rural com a preservação<br />

ambiental, levando em<br />

consideração que a lei não se<br />

aplica sobre um País zero quilômetro,<br />

mas sobre uma nação<br />

com mais de cinco séculos<br />

de história que se alicerça em<br />

uma base produtiva sedimentada.”<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°4


14<br />

ARTIGO<br />

Soluções mágicas<br />

e necessidades<br />

emergenciais<br />

A CNI - Confederação Nacional<br />

da Indústria - divulgou os<br />

números da economia do Brasil<br />

em 2012. Lamentavelmente<br />

temos um dos piores índices de<br />

crescimento da América Latina ficando<br />

em penúltimo lugar entres<br />

estes países. Ganhamos apenas<br />

do Paraguai.<br />

No comparativo com os países<br />

emergentes então, levamos<br />

de goleada. Vamos crescer menos<br />

que países cuja população<br />

tem ido às ruas para reclamar da<br />

economia.<br />

Dentro deste quadro preocupante,<br />

aparece ainda, o aumento<br />

do déficit comercial na<br />

área de manufaturados. Ou seja,<br />

o que está equilibrando a nossa<br />

balança é a exportação de minerais<br />

e produtos agrícolas. Justamente<br />

os produtos de mais baixo<br />

valor agregado, de fato, insumos.<br />

Qualquer empresa hoje<br />

está buscando parcerias para<br />

importar da China toda sorte de<br />

itens. É mais barato que produzir<br />

aqui... mas por quê?<br />

Continuamos com aquele<br />

discurso obsoleto que na China<br />

temos mão de obra escrava. O<br />

que nos chega por todos os meios<br />

não é bem isso. Mas, o problema<br />

da China é da China, temos que<br />

resolver o nosso problema: A es-<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°4


15<br />

Silvio Borba<br />

Consultor empresarial<br />

Crédito: Divulgação EKTOS Consultoria Empresarial<br />

tagnação da indústria, o atraso<br />

tecnológico, a falta de competitividade<br />

no mercado internacional,<br />

o custo Brasil.<br />

Parece-me que a solução<br />

simplista de reduzir impostos e<br />

entupir as ruas e estradas deterioradas<br />

que temos com novos carros<br />

não está dando certo.<br />

Uma solução mágica que<br />

perdeu o encanto. Nosso maior<br />

problema é o imediatismo dos<br />

diversos governos que vem se sucedendo.<br />

Raras são a políticas de<br />

longo prazo, que visem efetivamente<br />

resolver problemas importantes<br />

estruturalmente.<br />

O Governo Federal atual<br />

acena agora com um esforço<br />

para buscar alternativas ao gargalo<br />

logístico pela implantação<br />

do sistema de trens, item fundamental<br />

em um País com as dimensões<br />

do nosso. Chega com<br />

pelo menos 50 anos de atraso e<br />

a que custo?<br />

Quando ouvimos o discurso<br />

de que o “o gigante adormecido<br />

finalmente acordou” ficamos<br />

nos perguntando se de fato não<br />

foi apenas uma convulsão delirante.<br />

O que o País precisa daqui<br />

para frente para vencer esses<br />

desafios do crescimento é “mais<br />

administradores” e “menos políticos”.<br />

Sem soluções mágicas, mas<br />

com políticas estruturantes de longo<br />

prazo, construindo um amanhã<br />

fértil para que a criatividade,<br />

a inteligência e a persistência do<br />

povo brasileiro possam empreender<br />

e se destacar no mercado<br />

globalizado.<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°4


16 ECONOMIA<br />

TRIBUTAÇÃO<br />

BRASILEIRA<br />

CONTINUA UMA DAS<br />

MAIS ALTAS DO MUNDO<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°4


17<br />

No ano que o Brasil fecha<br />

2012, perdendo o posto de sexta<br />

maior economia do mundo,<br />

voltando para a sétima posição,<br />

atrás do Reino Unido, volta-se<br />

novamente, a um tema que permeia<br />

o País, a alta carga tributária<br />

brasileira, considerada uma<br />

das mais altas do mundo. Tão<br />

onerosa e pesada por penalizar<br />

a todos, principalmente, as classes<br />

menos favorecidas economicamente,<br />

a estrutura tributária é<br />

muito mais complexa do que se<br />

possa imaginar.<br />

E no meio de tantos impostos<br />

e juros que são colocados<br />

na vida do cidadão e do empresário<br />

brasileiro, fica a pergunta:<br />

Quando essa situação será<br />

revertida? Não se trata apenas<br />

de ter uma carga tributária ou<br />

receita elevada, mas da necessidade<br />

de ganhar mais eficiência<br />

na prestação de serviços na educação,<br />

na segurança, na saúde<br />

e na infraestrutura em portos, estradas<br />

e ferrovias, analisa Rodrigo<br />

Ochoa Piazzeta, economista,<br />

sócio-diretor Financeiro da Pactum<br />

Consultoria Empresarial.<br />

Piazzeta faz um comparativo<br />

com outros países que possuem<br />

cargas tributárias mais elevadas<br />

que a do Brasil, em que<br />

o contribuinte não precisa pagar<br />

pela educação, pela saúde<br />

e pela segurança. Sem contar,<br />

que o setor produtivo pode beneficiar-se<br />

de uma infraestrutura,<br />

mais desenvolvida, que por sua<br />

vez, retroalimenta a economia e<br />

conjuntamente aumenta a arrecadação<br />

de tributos. “As nossas<br />

demandas sociais no Brasil, são<br />

enormes. E o problema se torna<br />

mais amplo”, diz o economista.<br />

A estrutura tributária atual<br />

é pesada e afeta às empresas e<br />

a todos os cidadãos. Para mudar<br />

essa situação, o economista<br />

aponta que há muito tempo é<br />

prometida uma ampla Reforma<br />

Tributária, com o objetivo de<br />

aprimorar e simplificar o sistema<br />

tributário nacional. Porém, argumenta<br />

que tal reforma depende<br />

de um novo arranjo político, entre<br />

a União, Estados e Municípios,<br />

o que aparentemente está<br />

longe de acontecer. “Uma Reforma<br />

Tributária abrangente seria o<br />

caminho correto, mas todos os<br />

setores da sociedade precisam<br />

encarar de frente esse desafio,<br />

de modo que, possamos finalmente<br />

avançar, além do discurso<br />

e colocá-la em marcha.”<br />

Piazzeta acredita que as<br />

lideranças do País deveriam colocar<br />

a Reforma Tributária como<br />

uma das suas prioridades, merecendo<br />

um espaço muito maior<br />

na opinião pública e nos meios<br />

de comunicação. “Mas, reforço<br />

que também é importante que a<br />

Gestão Pública seja qualificada,<br />

de maneira a prover melhores<br />

serviços em saúde, segurança e<br />

educação, e maior e melhor infraestrutura,<br />

para competirmos<br />

em nível internacional.”<br />

Estrutura tributária<br />

Da maneira que a estrutura<br />

tributária brasileira é complexa<br />

nem sempre é possível, por<br />

exemplo, saber quanto se paga<br />

de impostos em cada produto.<br />

Segundo o economista, o que<br />

acarreta a elevação do custo de<br />

arrecadação não apenas para o<br />

Uma Reforma<br />

Tributária<br />

abrangente seria<br />

o caminho correto,<br />

mas todos os<br />

setores da sociedade<br />

precisam encarar<br />

de frente esse desafio<br />

[...]<br />

Estado, mas especialmente para<br />

os contribuintes. Com tantos impostos,<br />

taxas e contribuições,<br />

que incidem direta e indiretamente,<br />

e, muitas vezes, de maneira<br />

cumulativa, ao longo da<br />

cadeia produtiva, precisar o custo<br />

tributário de um produto ou<br />

insumo torna-se uma tarefa muito<br />

difícil. “É interessante observar<br />

a estranheza que o emaranhado<br />

tributário causa aos investidores<br />

estrangeiros, espantando muitos<br />

dos possíveis investimentos produtivos<br />

que viriam para cá, se<br />

tivéssemos um sistema mais simples.”<br />

Nessa estrutura tributária,<br />

além dos chamados impostos indiretos<br />

(PIS, COFINS, IPI, ICMS,<br />

entre outros) existem outras taxas,<br />

que se diluem nos custos<br />

das empresas e acabam sendo<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°4


18<br />

ECONOMIA<br />

Economista Rodrigo Ochoa Piazzeta<br />

Crédito: Divulgação Pactum Consultoria Empresarial<br />

transferidas em maior ou menos<br />

grau ao consumidor. Conforme<br />

Piazzeta, depende de cada setor,<br />

empresas importadoras, por<br />

exemplo, têm nas taxas decorrentes<br />

de fretes um custo “invisível”<br />

que afeta os preços finais. Já<br />

empresas com uso intensivo de<br />

mão de obra têm a contribuição<br />

ao Seguro Acidente do Trabalho<br />

(SAT). Há ainda as Contribuições<br />

de Intervenção no Domínio Econômico<br />

(CIDEs), o INCRA, as taxas<br />

de emissão de documentos e<br />

fiscalização, como a taxa de mineração,<br />

dentre uma infinidade<br />

de outras.<br />

Porém, um sistema tributário<br />

melhor organizado ajudaria<br />

empresas e famílias na administração<br />

com mais eficiência<br />

dos seus recursos e do Governo<br />

também, destaca o economista.<br />

“Isso representaria uma redução<br />

significativa de custos e consequentemente<br />

tornaria nosso País<br />

mais competitivo internacionalmente.”<br />

Peso tributário<br />

Para calibrar o peso tributário<br />

conforme a capacidade contributiva<br />

do País, Piazzeta avalia<br />

que, se devem desonerar as<br />

cadeias produtivas, reduzindo o<br />

custo tributário no produto final,<br />

principalmente em alimentos,<br />

vestuários, saúde e higiene. Isso<br />

reduzirá o custo desses produtos,<br />

aumentando o poder de compra<br />

das famílias de baixa renda.<br />

Ele também destaca a importância<br />

de reduzir o chamado<br />

‘Custo Brasil’, “com investimentos<br />

em melhor educação na nossa<br />

força de trabalho”.<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°4


19<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°4


20<br />

CAPA<br />

Futuro da pecuária<br />

no Sul passa por um<br />

produto diferenciado,<br />

alerta pesquisador<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°4


21<br />

O Pampa e os Campos de<br />

Altitude respondem pela maior<br />

parte da cobertura vegetal do Rio<br />

Grande do Sul. Por essa razão,<br />

a atividade pecuária foi o início<br />

e a base da economia gaúcha,<br />

confirmando a base da cultura<br />

gaúcha. A avaliação é resultado<br />

do trabalho “O Futuro da<br />

Bovinocultura no Rio Grande do<br />

Sul” desenvolvido pelo professor<br />

da Universidade Federal do Rio<br />

Grande do Sul (Ufrgs), Carlos<br />

Nabinger, que segundo ele, com<br />

uma fauna e flora riquíssimas e<br />

particular, o Estado gaúcho tem<br />

paisagem própria e diversa que<br />

enriquece o turismo na região.<br />

O pesquisador avaliou<br />

que, a diversidade da flora forrageira<br />

determina que a pastagem<br />

natural apresente não somente<br />

uma alta resistência como também<br />

a possibilidade de produzir<br />

uma carne absolutamente diferenciada<br />

em termos de composição<br />

de ácidos graxos, ao ponto<br />

de ser considerada benéfica<br />

para a saúde humana. Além do<br />

mais, os campos cumprem muitas<br />

outras funções (manutenção<br />

da biodiversidade animal e vegetal,<br />

sequestro de carbono, manutenção<br />

da qualidade e do estoque<br />

das águas, manutenção da<br />

paisagem, entre outras).<br />

Outra conclusão feita por<br />

Nabinger é que a pecuária em<br />

base a pasto, e sobretudo pasto<br />

natural, é altamente viável mas<br />

enfrenta o desafio de manter-se<br />

atrativa ao investidor. E mais importante<br />

ainda, complementa, é<br />

que continue a existir. “É a única<br />

forma de manter uma certa integridade<br />

desse bioma fantástico<br />

representado pelo Bioma Pampa<br />

e os Campos de Altitude.”<br />

Segundo ele, existem evidências<br />

mais do que suficientes demonstrando<br />

que existe possibilidade<br />

de utilizá-lo de forma econômica<br />

e ambientalmente sustentável<br />

e a necessidade de preservação<br />

dessas vegetações campestres<br />

como forma de preservar o equilíbrio<br />

ambiental de uma vasta região.<br />

Conforme Nabinger, é possível<br />

implementar alternativas<br />

para a pecuária baseada em<br />

pastagens e os benefícios não<br />

se limitam aos aspectos puramente<br />

econômicos, mas também<br />

às questões ambientais. “A<br />

tecnologia existe para tudo isso<br />

e as mais efetivas são de baixo<br />

custo, pois são tecnologias de<br />

processos e não de insumos.”<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°4


22<br />

Capa<br />

Saber cuidar do campo<br />

“A manutenção dos campos,<br />

portanto, é uma necessidade<br />

de ordem ambiental, social e<br />

cultural, mas para cumprir suas<br />

múltiplas funções é preciso que<br />

também assegure renda ao produtor”,<br />

pondera Nabinger. No<br />

entanto, a falta de conhecimento<br />

de como manejá-las adequadamente,<br />

determina um baixo<br />

desempenho da pecuária, que<br />

produz menos de 1/3 do que poderia<br />

produzir mesmo, sem qualquer<br />

adição de insumos, isso é,<br />

em sua condição natural.<br />

O pesquisador aponta que<br />

o campo não cumpre apenas um<br />

papel produtivo para a carne,<br />

para o leite, para a lã, exemplifica.<br />

“Trata-se de um recurso natural<br />

tão importante como a floresta<br />

amazônica ou a mata atlântica.<br />

Preservá-lo é uma necessidade.”<br />

Nabinger ressalta que o campo<br />

pode produzir muito mais do<br />

que produz, e ele faz um alerta.<br />

“Precisamos reconhecer que o<br />

estamos maltratando há mais de<br />

300 anos. E que, apesar disso, o<br />

campo pode voltar a ser tão bom<br />

quanto já foi. Os conhecimentos<br />

básicos aplicados às pastagens<br />

cultivadas podem ser extrapolados<br />

ao campo e vice-versa.” E<br />

a primeira e fundamental prática<br />

de recuperação do campo<br />

é ajuste de carga e diferimento,<br />

complementa.<br />

Novas pesquisas<br />

Nabinger, concluiu também<br />

que resultados de muitos anos<br />

de pesquisa demonstraram que<br />

apenas o ajuste da carga animal<br />

(lotação) e o diferimento de potreiros<br />

podem levar a produções<br />

anuais superiores a 230kg de<br />

peso vivo/ha em sistemas de recria/terminação<br />

exclusivamente<br />

em campo nativo. Já a média do<br />

Rio Grande do Sul é da ordem<br />

de 60-70 kg/ha. “Esse baixo rendimento<br />

obtido com a pecuária<br />

tradicional, tem levado à substituição<br />

dos pastos nativos, por<br />

alternativas de uso da terra con-<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°4


23<br />

A chave<br />

do sucesso<br />

será sempre<br />

o controle da<br />

intensidade<br />

do pastejo [...]<br />

siderada de melhor desempenho<br />

econômico, tais como a soja e<br />

a silvicultura. Ainda, que muitas<br />

vezes, fora das regiões recomendadas<br />

para essas culturas.”<br />

Segundo ele, a pesquisa<br />

tem demonstrado e comprovado<br />

com a prática de muitos produtores,<br />

que é possível atingir níveis<br />

de produtividade ainda mais altos<br />

se, por exemplo, fertilizar os<br />

campos, quando o rendimento<br />

pode chegar a cerca de 1000 kg<br />

de PV/ha, nesses mesmos sistemas<br />

de recria/terminação. Sem<br />

contar na possibilidade, complementa<br />

o pesquisador, ao usar as<br />

áreas de campo já convertidas<br />

para outros usos ou altamente<br />

degradadas, com sistemas que<br />

integrem a lavoura e a pecuária,<br />

sobretudo em plantio direto.<br />

Isso permite otimizar sistemas de<br />

produção que mantenham o restante<br />

da área com sua cobertura<br />

natural.<br />

Conforme orienta o pesquisador,<br />

é preciso aumentar<br />

ainda mais a produtividade.<br />

Para orientar de como proceder,<br />

Nabinger traça um panorama<br />

que consiste em: remoção do fator<br />

mais limitante a expressão do<br />

potencial produtivo das espécies<br />

nativas é igual à correção da fertilidade<br />

do solo e sobressemeadura<br />

de espécies hibernais.<br />

Em qualquer caso, diz Nabinger,<br />

a chave do sucesso será<br />

sempre o controle da intensidade<br />

do pastejo, que representa uma<br />

tecnologia de processo (sem necessidade<br />

de insumos), em que<br />

o produtor deverá se capacitar<br />

melhor. “Acreditamos que o futuro<br />

da pecuária no sul do Brasil<br />

passa pela diferenciação do produto,<br />

identificações de origem<br />

ou outros selos de qualidade.”<br />

Segundo ele, a genética animal<br />

para isso já existe, o que falta é<br />

diferenciar o sistema de produção,<br />

em termos de dieta alimentar<br />

e de sistemas de produção,<br />

capazes de serem de alta performance<br />

econômica, mas também<br />

ambiental.<br />

Nabinger que realiza palestras<br />

a respeito do Futuro da<br />

Bovinocultura no Rio Grande do<br />

Sul finaliza deixando o seguinte<br />

questionamento. “Se tudo isso<br />

que aqui foi dito é verdadeiro,<br />

por que estamos preocupados<br />

com o futuro dos campos e da<br />

pecuária a pasto?”.<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°4


24 GESTÃO FamILIaR<br />

Como deve ser a<br />

sucessão familiar<br />

na empresa rural?<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°4


25<br />

É uma herança ou um negócio?<br />

A pergunta se refere a um<br />

assunto que tem movido muitas<br />

famílias devido ao crescimento<br />

da agricultura brasileira. É a sucessão<br />

familiar em uma empresa<br />

rural, que inicia como pequena<br />

propriedade rural e se torna<br />

grande empresa. Para o empresário<br />

Ludwig Daniel Vanhove, um<br />

dos proprietários do Frigorífico<br />

Vanhove, em São Gabriel, a sucessão<br />

familiar na empresa é um<br />

negócio e deve ser tratado como<br />

tal. Quem lidera a empresa é o<br />

dono, os demais familiares, que<br />

são colaboradores, precisam trabalhar<br />

com seriedade, dedicação<br />

e com salário compatível às<br />

condições do mercado. E quem<br />

não se adequar ao perfil da empresa<br />

é demitido, enfatiza Vanhove.<br />

O Frigorífico conta com 100<br />

colaboradores, sendo sete, os integrantes<br />

da família.<br />

A família da empresa é belga<br />

e traz consigo o legado de<br />

suas origens, diz o empresário.<br />

O Frigorífico Vanhove iniciou em<br />

1980, pelas mãos do pai, Rafael<br />

Vanhove, apenas com a matança<br />

de animais suínos. Em 1985,<br />

começou a crescer e montou um<br />

matadouro de bovinos, ovinos e<br />

suínos, e, desde então, a empresa<br />

vem evoluindo, onde atua no<br />

ramo de frigoríficos, supermercados<br />

e pecuária extensiva. Hoje,<br />

estão no corpo diretivo da empresa,<br />

os irmãos Edgar Antônio<br />

Vanhove, Jean Claude Vanhove,<br />

Daniel Georges Vanhove, Raphael<br />

Vanhove e Ludwig Daniel Vanhove<br />

que é diretor da empresa.<br />

“Uma empresa familiar<br />

não pode parar de crescer, na<br />

medida do possível, sempre evoluindo,<br />

se modernizando, porque<br />

a família vai crescendo”,<br />

argumenta Ludwig. Atualmente,<br />

trabalham na empresa, sobrinhos,<br />

noras, cunhados e filhos.<br />

“Incentivamos os filhos para tocar<br />

o negócio, sempre dentro<br />

do profissionalismo. Cada sócio<br />

tem a sua remuneração dentro<br />

do pró-labore, porque empresa<br />

capitalizada precisa de dinheiro<br />

próprio, trabalhando com familiares,<br />

com aptidão para o negócio.<br />

Ter amor pelo trabalho é<br />

importante, pois se trabalhamos<br />

contrariados, prejudicamos o negócio”,<br />

declara.<br />

Outro requisito para o sucesso<br />

do Frigorífico Vanhove é<br />

que dentro da família quem tem<br />

espírito de liderança passa a comandar<br />

os colaboradores. “Tra-<br />

É a experiência<br />

dos mais velhos<br />

com a vontade de<br />

inovar dos mais jovens.<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°4


26<br />

GESTÃO FamILIaR<br />

Cada sócio<br />

tem a sua<br />

remuneração<br />

dentro do<br />

pró-labore,<br />

porque empresa<br />

capitalizada tem<br />

que ter dinheiro<br />

próprio [...]<br />

tar como negócio sempre.” Segundo<br />

ele, “o grande erro em<br />

muitas empresas familiares é<br />

que as brigas começam por vaidade,<br />

arrogância e guerra de<br />

poder”. Por isso, incentivam os<br />

filhos a estudarem. Estar sempre<br />

aberto a novas ideias e não tomar<br />

decisões sem o apoio dos<br />

demais donos. “Fazer um grande<br />

investimento precisa do aval<br />

de todo, dividir ideias e responsabilidades.”<br />

“A nossa educação foi<br />

para não trabalhar na empresa<br />

e o crescimento demandou que<br />

os netos viessem ao quadro do<br />

negócio”, declara o diretor co-<br />

mercial do Frigorífico Silva, de<br />

Santa Maria, Gabriel da Silva<br />

Moraes, que pertence à terceira<br />

geração da família, onde trabalha<br />

desde 2002, quando deixou<br />

de atuar no escritório de advocacia<br />

para ingressar nos negócios<br />

da família. E para dar certo<br />

com ele e com os demais integrantes<br />

da família, sempre houve<br />

uma administração conjunta<br />

e com respeito entre os familiares,<br />

com decisões acatadas e<br />

respeitadas por todos.<br />

Não é por acaso, o resultado<br />

positivo. O Frigorífico Silva<br />

é uma das plantas mais modernas<br />

do Brasil, mostrando a evolução<br />

da família sempre disposta<br />

em investir e inovar, salienta<br />

Gabriel. “É a experiência dos<br />

mais velhos com a vontade de<br />

inovar dos mais jovens.”<br />

“No nosso caso, não tem<br />

hierarquia. É muito mais respeito<br />

oriundo da nossa educação.<br />

Os mais jovens respeitam os<br />

mais velhos. Todos têm poder<br />

de gestão e existe muito diálogo.”<br />

Para ingressar na sucessão<br />

familiar, o procedimento da<br />

família Silva é estar preparado<br />

para se enquadrar no perfil da<br />

empresa, com seleção natural,<br />

interesse e capacidade para o<br />

negócio.<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°4


27<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°4


28 EXpORTaÇÕES<br />

BRaSIL É LÍDER<br />

abSOLUTO Na<br />

EXPORTaÇÃO<br />

DE caRNE<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°4


29<br />

O Brasil continua líder<br />

como maior exportador de<br />

carne bovina no mundo. O<br />

sucesso é graças a muitos fatores<br />

que o consagra como<br />

maior produtor desse mercado,<br />

como o câmbio favorável<br />

que melhora a competitividade<br />

do País; um sistema de defesa<br />

sanitário supervisionado pelo<br />

Ministério da Agricultura e um<br />

rebanho de 200 milhões de<br />

cabeças criadas no modo extensivo,<br />

à alimentação a pasto,<br />

no campo, ao contrário de<br />

outros países onde os bois ficam<br />

confinados, relata o presidente<br />

da Associação Brasileira<br />

de Frigoríficos (Abrafrigo), Péricles<br />

Salazar. “Com os custos<br />

de produção menor é possível<br />

competir com custos mais baixos<br />

e isso se deve as empresas<br />

exportadoras modernas que<br />

estão colhendo bons frutos”,<br />

comemora o dirigente.<br />

Salazar destaca também<br />

outros fatores importantes,<br />

como a agressividade da empresa<br />

brasileira no mercado<br />

internacional, com bons profissionais<br />

que prospectam bons<br />

importadores para países habilitados<br />

para vender; a competência<br />

gerencial e o bom sistema<br />

de gestão de custos.<br />

O Brasil exporta bovinos<br />

para 162 países, sendo os<br />

Se nós<br />

mantivermos<br />

2013, com um<br />

câmbio favorável,<br />

manteremos a<br />

empresa exportadora<br />

brasileira, apta a fazer<br />

negócios fora.<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°4


30<br />

EXPORTAÇÕES<br />

principais, a Rússia, o Egito, o<br />

Irã, a Argélia, o Chile e a Europa.<br />

“Se nós mantivermos 2013,<br />

com um câmbio favorável,<br />

manteremos a empresa exportadora<br />

brasileira, apta a fazer<br />

negócios fora.”<br />

Dados compilados pela<br />

Associação Brasileira de Frigoríficos<br />

(Abrafrigo) a partir de<br />

informações do Ministério do<br />

Desenvolvimento, Indústria e<br />

Comércio Exterior (MDIC), as<br />

exportações de carne bovina,<br />

até outubro de 2011, foi de<br />

913,48 mil toneladas, e até outubro<br />

de 2012, de 1,28 milhão<br />

de toneladas, um aumento de<br />

13%. Em receita, o montante<br />

em 2011, foi de 4,44 bilhões<br />

de dólares, e em 2012, 4,75<br />

bilhões de dólares, um aumento<br />

de 7%.<br />

No ano de 2012, o maior<br />

importador da carne brasileira<br />

foi a Rússia, importando 230<br />

mil toneladas, 22% do total exportado.<br />

Já Hong Kong, ocupou<br />

o segundo lugar, importando<br />

52 mil toneladas, 16% do total<br />

exportado. O maior exportador<br />

da carne em 2012, foi a Região<br />

Centro Oeste com 41%, o Sudeste<br />

com 39%, o Norte com<br />

13% e o Sul com 5,5%.<br />

Embargo da Rússia não afeta<br />

exportação<br />

Porém, a boa posição, faz<br />

com que o Brasil se torne, muitas<br />

vezes, alvo de retaliações,<br />

alerta Salazar. “Por isso, precisamos<br />

tomar muito cuidado<br />

com as questões sanitárias para<br />

evitar problemas com os países<br />

que compram a nossa carne.”<br />

A qualidade do produto resultou<br />

que o embargo da Rússia<br />

às carnes bovina, suína e de<br />

aves brasileiras não afetou as<br />

exportações de carne de porco<br />

em 2012, segundo a Associação<br />

Brasileira da Indústria Produtora<br />

e Exportadora de Carne<br />

Suína (Abipecs).<br />

Conforme dados divulgados<br />

pela entidade, o Brasil<br />

exportou 540 mil toneladas do<br />

produto no acumulado de janeiro<br />

a novembro, volume que<br />

proporcionou uma receita de<br />

US$ 1,4 bilhão. A quantidade<br />

de carne embarcada superou<br />

em 12,83% o que foi registrado<br />

em 2011, e o valor arrecadado<br />

em 4,54%.<br />

Segundo a Abipecs, no<br />

mês de novembro, as exportações<br />

ficaram em 51 mil toneladas<br />

e geraram receita de US$<br />

137,32 milhões. A quantidade<br />

cresceu 18,72% e o montante<br />

financeiro, 5,13%. A entidade<br />

destacou, no entanto, que<br />

houve decréscimo de 11,45%<br />

no preço médio do produto em<br />

relação a novembro de 2011.<br />

O embargo russo às carnes<br />

brasileiras durou um ano e<br />

cinco meses e atingiu os estados<br />

de Mato Grosso, do Paraná<br />

e do Rio Grande do Sul. Os<br />

motivos foram às divergências<br />

entre as exigências russas e as<br />

medidas sanitárias adotadas<br />

por frigoríficos no Brasil.<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°4


31<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°4


32<br />

PROJEÇÕES<br />

Presidente do <strong>Sicadergs</strong><br />

avalia o ano de 2012<br />

O ano de 2012 não foi<br />

dos melhores para o setor de<br />

carnes bovinas no Rio Grande<br />

do Sul. O presidente do <strong>Sicadergs</strong>,<br />

Ronei Alberto Lauxen,<br />

analisa que o segmento não<br />

cresceu, no último ano, com<br />

uma redução de abates de<br />

aproximadamente 5% em relação<br />

ao ano de 2011 e uma<br />

exportação com volume igual<br />

ao último ano. Isso, principalmente,<br />

em função da falta<br />

de matéria-prima, provocada<br />

pela exportação de animais vi-<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°4


33<br />

vos e pela comercialização de<br />

terneiros para outros Estados,<br />

reduzindo a oferta no mercado<br />

gaúcho. “Nós temos indústrias<br />

e mercado e não está ocorrendo<br />

à produção suficiente,<br />

sem contar, que diminuímos o<br />

fornecimento devido à seca no<br />

Estado, ocasionando ociosidade<br />

nas empresas.”<br />

Na questão tributária,<br />

celebra o dirigente, a respeito<br />

do acordo entre a indústria da<br />

carne e o governo estadual,<br />

para incrementar a arrecadação<br />

no Estado a partir de um<br />

novo Programa, o AGREGAR<br />

RS Carnes. Segundo informações<br />

divulgadas pela Seapa,<br />

as empresas habilitadas têm<br />

a concessão de crédito presumido<br />

de 3,6% sobre o valor<br />

da Nota Fiscal de entrada de<br />

gado adquirido de produtor do<br />

Estado e benefício adicional<br />

especial de Crédito Presumido<br />

de 4% nas saídas internas. Já<br />

o crédito fiscal presumido previsto<br />

fica reduzido para 3% se<br />

os referidos produtos não estiverem<br />

embalados em cortes,<br />

conforme previsto em instruções<br />

da Receita Estadual.<br />

“Conseguimos dar um<br />

passo à frente, neste último<br />

ano, com a ampliação do crédito<br />

presumido concedido pelo<br />

Programa AGREGAR RS Carnes,<br />

que agora também contempla<br />

as vendas de carnes<br />

para outros Estados”, relata<br />

otimista Lauxen. O programa<br />

foi instituído para aumentar o<br />

abate de gado sob inspeção<br />

sanitária oficial, aumentar o<br />

desenvolvimento e a competitividade<br />

da cadeia produtiva<br />

da carne e viabilizar melhorias<br />

técnicas e financeiras que possam<br />

modernizar o segmento<br />

de carnes no Estado.<br />

Esse processo de investimentos<br />

e qualificação tem feito<br />

com que diversas empresas<br />

estejam aderindo ao Sistema<br />

Brasileiro de Inspeção de Produtos<br />

de Origem Animal (SIS-<br />

BI), o que permitirá que suas<br />

plantas industriais estejam habilitadas<br />

para vender seus produtos<br />

no mercado nacional.<br />

Para que as indústrias<br />

possam efetivamente aumentar<br />

sua produção de carnes e<br />

consequentemente, conquistar<br />

novos mercados é preciso<br />

contar com uma oferta maior<br />

de bovinos para abate, frisa<br />

o presidente. “A questão está<br />

sendo amplamente discutida<br />

dentro da Câmara Setorial<br />

da Carne, no intuito de resolver<br />

esses gargalos e qualificar<br />

nossa produção.”<br />

Participação em feiras<br />

Conseguimos<br />

dar um passo<br />

à frente, neste<br />

último ano, com<br />

a ampliação<br />

do crédito<br />

presumido<br />

concedido<br />

pelo Programa<br />

AGREGaR RS<br />

Carnes [...]<br />

Divulgar a carne gaúcha<br />

e brasileira em outros países<br />

e conhecer o que está sendo<br />

produzido de novo para o segmento<br />

é uma alternativa para<br />

as indústrias que participam<br />

de feiras internacionais. Como<br />

foi o caso das empresas associadas<br />

ao <strong>Sicadergs</strong>, o Frigorífico<br />

Silva (em Santa Maria),<br />

o Grupo Marfrig (produção e<br />

comercialização de carne bovina,<br />

ovina e couro) e Conservas<br />

Oderich (em São Sebastião<br />

do Caí) que participaram em<br />

2012, de feiras importantes,<br />

como a feira SIAL Paris. “Apesar<br />

das exportações reduzidas<br />

é importante participar de feiras<br />

de porte internacional para<br />

se manterem atualizadas no<br />

mercado.”<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°4


34<br />

ASSOCIADOS<br />

AGROINDUSTRIAL NOVA BRÉSCIA LTDA<br />

NOVA BRÉSCIA-RS<br />

FONE: (51) 9681-1437<br />

E-MAIL: titton@terra.com.br<br />

AIRTON KLEIN<br />

ALMIRANTE TAMANDARÉ-RS<br />

FONE1: (54) 3331-3714 | FONE3: (54) 3615-1098<br />

FONE2: (54) 3615-1148 | FAX: (54) 3315-1190<br />

E-MAIL: lolohartamann@brturbo.com.br<br />

ALLES IND E COM DE CARNES E DERIV LTDA<br />

DOIS IRMÃOS-RS<br />

FONE: (51) 3564-1895 | FAX: (51) 3564-1895<br />

E-MAIL: carneschuletao@terra.com.br<br />

APEBRUN COM. DE CARNES LTDA<br />

VACARIA-RS<br />

FONE1: (54) 3232-8585 | FONE3: (54) 3535-2700<br />

FONE2: (54) 3229-3512 | FAX: (54) 3232-8585<br />

E-MAIL: frigorífico@apebrum.com.br<br />

BOA ESPERANÇA AGROINDÚSTRIA LTDA<br />

STO. ANTº PATRULHA-RS<br />

FONE1: (51) 3409-3012 | FONE2: (51) 3409-3010<br />

FAX: (51) 3409-3012<br />

E-MAIL: allbani@allbani.com.br<br />

CALLEGARO E IRMÃOS LTDA<br />

SANTO ÂNGELO-RS<br />

FONE1: (55) 3313-2810 | FONE2: (55) 3313-6076<br />

FAX: (55) 3313-2810<br />

E-MAIL: callegaroeirmaos@terra.com.br<br />

CAMBARÁ LOGÍSTICA FRIGORÍFICO LTDA<br />

STA VITÓRIA PALMAR-RS<br />

FONE1: (53) 3263-1098 | FONE3: (53) 3263-1234<br />

FONE2: (53) 3263-4321 | FAX: (53) 3263-3985<br />

E-MAIL: mercadomilano@terra.com.br<br />

COMERCIAL JACUÍ LTDA<br />

PASSO FUNDO-RS<br />

FONE1: (54) 3313-3900 | FONE2: (54) 3313-8753<br />

E-MAIL: hammes@razaoinfo.com.br<br />

COMESUL BEEF AGRO INDUSTRIAL EIRELI<br />

PANTANO GRANDE-RS<br />

FONE1: (51) 3734-1382 | FONE2: (51) 3734-1399<br />

FAX: (51) 3734-1482 | E-MAIL: mara@coomesulbeef.com.br<br />

CONSERVAS ODERICH S/A<br />

SÃO SEBASTIÃO DO CAÍ-RS<br />

FONE1: (51) 3635-1609 | FONE2: (51) 3635-1382<br />

FAX: (51) 3635-1409 | E-MAIL: frigorifi co@cotrimaio.com.br<br />

COOP. AGROPECUÁRIA COOPSUL LTDA<br />

BOM RETIRO DO SUL-RS<br />

FONE: (51) 3766-1177 | FAX: (51) 3766-1185<br />

E-MAIL: coopsul@uol.com.br<br />

COOP. SUINOCULTORES DO CAÍ SUPERIOR LTDA<br />

HARMONIA-RS<br />

FONE: (51) 3695-1155 | FAX: (51) 3695-1155<br />

E-MAIL: ourodosul@ourodosul.com.br<br />

COTRIPAL AGROPECUÁRIA COOP (FRIGORÍFICO)<br />

CONDOR-RS<br />

FONE1: (55) 3816-1830 | FONE2: (55) 3816-1831<br />

FAX: (55) 3575-9047 | E-MAIL: sfrigo@cotripal.com.br<br />

COOP. AGRO-PECUÁRIA ALTO URUGUAI LTDA<br />

TRÊS DE MAIO-RS<br />

FONE1: (55) 3535-9600 | FONE2: (55) 3535-1091<br />

FONE3: (55) 3535-9658 | FAX: (55) 3535-2005<br />

E-MAIL: frigorifi co@cotrimaio.com.br<br />

FAMÍLIA KROTH IND E COM DE CARNES LTDA<br />

VENÂNCIO AIRES-RS<br />

FONE: (51) 3741-2122 | FAX: (51) 3741-2122<br />

E-MAIL: fk@viavale.com.br<br />

FAROS INDÚSTRIA DE FARINHA E OSSOS LTDA<br />

CRUZEIRO DO SUL-RS<br />

FONE: (51) 3741-2122 | FAX: (51) 3741-2122<br />

E-MAIL: daniel@faros.com.br<br />

FRIGO W MAT E FRIG LTDA<br />

DOM PEDRITO-RS<br />

FONE: (55) 3243-4884<br />

E-MAIL: ahw@frigow.com.br<br />

FRIGOMAI IND E COM DE ALIMENTOS LTDA<br />

CACHOEIRA DO SUL-RS<br />

FONE: (51) 3854-2003<br />

E-MAIL: alexandre@canarin.com.br<br />

FRIGORÍFICO 3K LTDA<br />

MATO LEITÃO-RS<br />

FONE: (51) 3784-1251<br />

E-MAIL: frigorifi co3k@gmail.com<br />

FRIGORÍFICO ANGUS LTDA<br />

WESTFALIA-RS<br />

FONE: (51) 3762-4400<br />

E-MAIL: marcosagrave@gmail.com<br />

FRIGORÍFICO AS LTDA<br />

ERECHIM-RS<br />

FONE: (54) 3321-1408<br />

E-MAIL: patronato@uri.com.br<br />

FRIGORÍFICO BOI GAÚCHO – NERI DO NASCIMENTO EIRELLI<br />

VENÂNCIO AIRES-RS<br />

FONE: (51) 3749-0030 | FAX: (51) 3653-4153<br />

E-MAIL: silvia@opcaoservicos.com.br<br />

FRIGORÍFICO BOI NA BRASA LTDA<br />

SÃO MARCOS-RS<br />

FONE: (54) 3291-3454<br />

E-MAIL: frigorifi coboinabrasa@hotmail.com<br />

FRIGORÍFICO BRAVO LTDA<br />

CAXIAS DO SUL-RS<br />

FONE: (54) 3283-1428<br />

E-MAIL: mariaglauci17@hotmail.com<br />

FRIGORÍFICO CANTARELLI E BARISON LTDA<br />

SÃO LEOPOLDO-RS<br />

FONE1: (51) 3588-7477 | FONE3: (51) 3566-4081<br />

FONE2: (51) 3588-7410 | FAX: (51) 3588-7477<br />

E-MAIL: cooperleo@sinos.net<br />

FRIGORÍFICO CASON LTDA<br />

PUTINGA-RS<br />

FONE1: (51) 3777-1144 | FONE2: (51) 3247-1173<br />

FAX: (51) 3777-1349 | E-MAIL: coprocarnes@msbnet.com.br<br />

FRIGORÍFICO DO SUL LTDA<br />

PASSO DO SOBRADO-RS<br />

FONE1: (51) 3787-1282 | FONE2: (51) 3787-1283<br />

FAX: (51) 3787-1283 | E-MAIL: comercial@frigorifi codosul.com.br<br />

FRIGORÍFICO E DISTRIB. DE CARNES BOA VISTA LTDA<br />

STA. MARIA DO HERVAL-RS<br />

FONE: (51) 3567-1151 | FAX: (51) 3567-1151<br />

E-MAIL: frigorifi co.e@terra.com.br<br />

FRIGORÍFICO EXTREMO SUL S/A<br />

CAPÃO DO LEÃO-RS<br />

FONE: (53) 3275-0444 | FAX: (53) 3275-0265<br />

E-MAIL: knorr@sulvia.com.br<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°4


FRIGORÍFICO FORESTA LTDA<br />

SÃO GABRIEL-RS<br />

FONE: (55) 3232-5510 | FAX: (55) 3232-5525<br />

E-MAIL: gerencialff@sgnet-rs.com.br<br />

FRIGORÍFICO GASSEM LTDA<br />

STA CRUZ DO SUL-RS<br />

FONE1: (51) 3717-9861 | FONE2: (51) 3501-7533<br />

E-MAIL: frigorifi cogassen@frigorifi cogassen.com.br<br />

FRIGORÍFICO MARIENSE LTDA<br />

VILA MARIA-RS<br />

FONE: (54) 3359-1090 | FAX: (54) 3359-1033<br />

E-MAIL: frigomariense@ibest.com.br<br />

FRIGORÍFICO OX LTDA<br />

MONTENEGRO-RS<br />

FONE: (51) 3033-2121 | FAX: (51) 3632-9137<br />

E-MAIL: katia@carnesul.com.br<br />

NERI DO NASCIMENTO EIRELLI<br />

VENÂNCIO AIRES-RS<br />

FONE1: (51) 3749-0030 | FAX: (51) 3653-4153<br />

E-MAIL: silvia@opcaoservicos.com.br<br />

FRIGORÍFICO PAVERAMA LTDA<br />

PAVERAMA-RS<br />

FONE1: (51) 3761-1630 | FONE2: (51) 3567-1108<br />

FAX: (51) 3761-1630 | E-MAIL: carnesherval@uol.com.br<br />

FRIGORÍFICO SAPÉ LTDA<br />

VENÂNCIO AIRES-RS<br />

FONE1: (51) 3741-2060 | FONE3: (51) 3501-5912<br />

FONE2: (51) 3501-5965 | FAX: (51) 3501-2405<br />

E-MAIL: chico@frigorifi cosape.com.br<br />

FRIGORÍFICO SELBACH LTDA<br />

SELBACH-RS<br />

FONE: (54) 3313-0992<br />

E-MAIL: rafael@excelenciacontabil.com.br<br />

FRIGORÍFICO SILVA IND. E COM. LTDA<br />

SANTA MARIA-RS<br />

FONE1: (55) 2103-2525 | FONE2: (55) 2103-2513<br />

FAX: (55) 2103-2505 | E-MAIL: comercial4@frigorifi cosilva.com.br<br />

FRIGORÍFICO TRÊS C S/A<br />

RIO PARDO-RS<br />

FONE1: (51) 3731-1745 | FONE2: (51) 3731-2443<br />

FAX: (51) 3731-1964 | E-MAIL: waldemar@trescalimentos.com.br<br />

FRIGORÍFICO ZART LTDA<br />

TEUTÔNIA-RS<br />

FONE1: (51) 3762-4304 | FONE2: (51) 3762-8088<br />

FAX: (51) 3762-4304 | E-MAIL: gustavo@digiservcontabilidade.com<br />

FRIGORIFICO ZIMMER LTDA<br />

SAPIRANGA-RS<br />

FONE1: (51) 3599-2635 | FONE2: (51) 3559-5330<br />

FAX: (51) 3599-1732 | E-MAIL: frigozimmer@netwizard.com.br<br />

INDÚSTRIA DE ALIMENTOS RAY LTDA<br />

PORTO ALEGRE-RS<br />

FONE1: (51) 3374-6062 | FONE2: (51) 3376-6646<br />

E-MAIL: rayalimentos@terra.com.br<br />

MARCELO SARTORI<br />

AUGUSTO PESTANA-RS<br />

FONE1: (55) 3332-2019 | FONE3: (55) 3505-9035<br />

FONE2: (55) 3332-2035 | FAX: (55) 3505-9252<br />

E-MAIL: matadourosartori@terra.com.br<br />

MARFRIG ALIMENTOS S/A<br />

SÃO GABRIEL-RS<br />

FONE: (55) 3237-2900 | E-MAIL: edvandro.rodrigues@marfrig.com.br<br />

MARFRIG ALIMENTOS S/A<br />

CAPÃO DO LEÃO-RS<br />

FONE: (53) 3284-2700 | FAX: (53) 3284-2717<br />

E-MAIL: maria.rosa@marfrig.com.br<br />

MATADOURO FRIGORÍFICO DALLA NORA LTDA<br />

BOA VISTA DO CADEADO-RS<br />

FONE: (55) 9165-5977 | FAX: (55) 3333-3351<br />

E-MAIL: pedrazi@uol.com.br<br />

MATADOURO FRIGORÍFICO PRODUCARNE LTDA<br />

BAGÉ-RS<br />

FONE: (53) 3302-4400 | FAX: (51) 3593-9721<br />

E-MAIL: edsonendres@terra.com.br<br />

MATADOURO ZIMMERMANN LTDA<br />

NOVA PETRÓPOLIS-RS<br />

FONE: (54) 3287-5060 | FAX: (54) 3287-5111<br />

E-MAIL: matadouro@zimmermann-rs.com.br<br />

MENDES & MALDANER LTDA<br />

SÃO JOSÉ DO OURO-RS<br />

FONE: (54) 3352-1526 | FAX: (54) 3352-1526<br />

E-MAIL: mspsjo@hotmail.com<br />

MFB MARFRIG FRIGORÍFICOS BRASIL S/A<br />

ALEGRETE-RS<br />

FONE: (55) 3421-8900 | E-MAIL: alisson.borges@marfrig.com.br<br />

MFB MARFRIG FRIGORÍFICOS BRASIL S/A<br />

MATO LEITÃO-RS<br />

FONE1: (51) 3784-4800 | FONE2: (51) 3784-4804<br />

FAX: (51) 3784-4848 | E-MAIL: paulo.gaspar@marfrig.com.br<br />

MFB MARFRIG FRIGORÍFICOS BRASIL S/A<br />

BAGÉ-RS<br />

FONE1: (53) 3240-5700 | FONE3: (53) 3240-5741<br />

FONE2: (53) 3240-5766 | E-MAIL: jose.aguilar@marfrig.com.br<br />

MFB MARFRIG FRIGORÍFICOS BRASIL S/A<br />

CAPÃO DO LEÃO-RS<br />

FONE1: (53) 3275-5810 | E-MAIL: maria.inssaurriaga@marfrig.com.br<br />

PAMPEANO ALIMENTOS S/A<br />

HULHA NEGRA-RS<br />

FONE1: (53) 3249-1519 | FONE3: (53) 3249-1518<br />

FONE2: (53) 3249-1520 | FAX: (53) 3249-1502<br />

E-MAIL: rui.mendonca@pampeano.com.br<br />

PROVIN MILANI COMÉRCIO DE ALIMENTOS LTDA<br />

BENTO GONÇALVES-RS<br />

FONE1: (54) 3455-5555 | FONE2: (54) 3455-5565<br />

FAX: (54) 3455-5555 | E-MAIL: direcao@frigofar.com.br<br />

QUANTO ALIMENTOS IND. E COM. LTDA<br />

SÃO LEOPOLDO-RS<br />

FONE1: (51) 3589-6500 | FONE2: (51) 3589-3500<br />

FAX: (51) 3589-3989 | E-MAIL: quanto@quantoalimentos.com.br<br />

RAPHAEL VANHOVE & FILHOS LTDA<br />

SÃO GABRIEL-RS<br />

FONE1: (55) 3232-5733 | FONE2: (55) 3232-6080<br />

FAX: (55) 3232-5733<br />

E-MAIL: vanhove@terra.com.br<br />

RENATO TELLES<br />

IBIAÇA-RS<br />

FONE1: (54) 3374-1257 | FONE3: (54) 3374-1295<br />

FONE2: (54) 3343-1551 | FAX: (54) 3374-1380<br />

E-MAIL: andreia_telles@yahoo.com.br<br />

SOPELCO CONSULT EXP IMP E REPRES LTDA<br />

PELOTAS-RS<br />

FONE: (53) 3275-6400<br />

E-MAIL: knorr@sopelco.com.br

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