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Revista Sicadergs 3

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Sumário<br />

03<br />

Editorial<br />

Nesta terceira edição da revista do <strong>Sicadergs</strong>,<br />

queremos saudar nossos associados<br />

e dizer que estamos atentos às suas necessidades.<br />

Por isso, reivindicamos um ajuste na<br />

Lei 12.058/2009, que alterou a tributação do<br />

PIS/COFINS dos produtos resultantes do abate<br />

de bovinos, que passaram a ser beneficiados<br />

pela suspensão da tributação, depois de<br />

uma incansável luta do setor que durou cerca<br />

de cinco anos.<br />

Também estamos buscando resolver o<br />

problema que os frigoríficos estão enfrentando<br />

junto à Receita Federal, que está autuando as<br />

empresas por uma divergência na interpretação<br />

da legislação anterior à Lei 12.058/2009,<br />

quando ainda vigorava a incidência integral<br />

do PIS/COFINS sobre as carnes, e que dava<br />

direito a um crédito presumido de 60% nas<br />

compras de animais vivos para abate. Agora,<br />

os auditores da Receita Federal estão admitindo<br />

crédito presumido de somente 35%. Esta<br />

diferença está resultando em autuações milionárias,<br />

capazes de inviabilizar e provocar o<br />

fechamento de empresas.<br />

Atento a estas situações, o <strong>Sicadergs</strong><br />

está participando, juntamente com as entidades<br />

representativas nacionais como Abrafrigo<br />

e Abiec, de uma jornada de negociações junto<br />

ao Ministério da Fazenda, com o objetivo de<br />

esclarecer definitivamente esta questão, buscando<br />

o reconhecimento por parte da Receita<br />

Federal do direito ao crédito de 60%.<br />

Ainda nessa edição, mostramos os benefícios<br />

da carne vermelha, derrubando o mito<br />

de que ela faz mal à saúde. Para isso, buscamos<br />

informações junto a pesquisadores renomados.<br />

A descoberta mais recente feita por<br />

estudiosos gaúchos é que a carne vermelha<br />

não altera os níveis de colesterol e da pressão<br />

arterial e traz benefícios ao organismo — sendo<br />

fonte de proteína, de ômega 3, vitamina<br />

B12, niacina, zinco e ferro.<br />

A pesquisa foi realizada pelo Instituto<br />

de Cardiologia do Estado do Rio Grande do<br />

Sul em parceria com a Faculdade de Agronomia<br />

da Universidade Federal do RS (Ufrgs),<br />

em setembro do ano passado. O estudo –<br />

“Carne bovina e perfil lipídico – Influência do<br />

pasto e do confino” -, é de autoria do médico<br />

cardiologista Iran Castro e tem a coautoria do<br />

engenheiro agrônomo e professor da Ufrgs,<br />

José Fernando Piva Lobato<br />

Boa leitura e um forte abraço a todos!<br />

Ronei Alberto Lauxen<br />

Presidente do <strong>Sicadergs</strong><br />

Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado<br />

do Rio Grande do Sul - SICADERGS<br />

Praça Osvaldo Cruz, nº 15, cj. 909<br />

CEP 90038-900 - Porto Alegre - RS<br />

Fone: (51)3212.6450<br />

E-mail: sicadergs@sicadergs.com.br<br />

www.sicadergs.com.br<br />

DIRETORIA GESTÃO 2010-2013<br />

PRESIDENTE<br />

Ronei Alberto Lauxen<br />

(Coop. Suinocultores do Caí Superior)<br />

1º VICE-PRESIDENTE EXECUTIVO<br />

Paulo Ronaldo dos Santos (Boa Esperança)<br />

2º VICE-PRESIDENTE EXECUTIVO<br />

Rui Mendonça Jr (Marfrig)<br />

1º SECRETÁRIO<br />

Ladislau Boes (Frig. Zimmer)<br />

2º SECRETÁRIO<br />

Adélcio Haubert (Frig. Boa Vista)<br />

1º TESOUREIRO<br />

José Rogério dos Santos (Ray Alimentos)<br />

2º TESOUREIRO<br />

Jorge Fetzner (Frig. Do Sul)<br />

SUPLENTES<br />

Gabriel da Silva Moraes (Frig. Silva)<br />

Paulo Renato Callegaro (Callegaro e Irmãos)<br />

Mauro Aymone Lopez (Frigoeste)<br />

CONSELHO FISCAL - TITULARES<br />

Maria Vitória Gonçalves (Mastersul)<br />

Roque Andreola (Cotripal)<br />

Ludwig Vanhove (Raphael Vanhove )<br />

CONSELHO FISCAL - SUPLENTES<br />

Gemiro Cason (Frig. Cason)<br />

Edson Endres (Producarne)<br />

CONSELHO DE REPRESENTANTES NA FIERGS<br />

TITULARES<br />

Ronei A. Lauxen<br />

José Alfredo Laborda Knorr<br />

Índice<br />

EXPORTAÇÃO 04<br />

QUALIDADE 07<br />

CURSOS 08<br />

ESPECIAL 12<br />

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS 16<br />

MERCADO INTERNO 18<br />

AGRONEGÓCIO 20<br />

ECONOMIA 22<br />

CREDENCIAMENTO 24<br />

FEIRAS 26<br />

PERFIL 28<br />

LISTA DE ASSOCIADOS 32<br />

SUPLENTES<br />

Paulo Ronaldo dos Santos<br />

Rui Mendonça Jr<br />

EDIÇÃO<br />

Francke | Comunicação Integrada<br />

Av. Carlos Gomes, 466 - cj. 07 - Bela Vista - Porto Alegre - RS<br />

Fone/Fax: (51) 3388.7674 - www.francke.com.br<br />

Editora Responsável: Mariza Franck (Reg. Prof. 8611/RS)<br />

Redação: Darlene Silveira (Reg. Prof. 6478/RS)<br />

Direção de Arte: Hélio de Souza<br />

Diagramação: Guilherme Bourscheidt<br />

Capa: Alessandro Giongo<br />

Comercial: Raquel Diniz<br />

Impressão: Orquestra Gráfica<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°3 / Abril de 2012


04 Exportação 05<br />

retomada de mercados<br />

A importantes como Chile<br />

e menos restrições na Europa e<br />

na Rússia devem ser responsáveis<br />

pelo crescimento das exportações<br />

de carne bovina brasileira este ano.<br />

Quem afirma é o diretor executivo<br />

da Associação Brasileira das Indústrias<br />

Exportadoras de Carne (Abiec),<br />

Fernando Sampaio. “Esperamos fechar<br />

2012 com exportações de US$<br />

6 bilhões. Também contamos com<br />

um ano politicamente mais estável<br />

no Oriente Médio e uma perspectiva<br />

de novos mercados como Marrocos,<br />

Turquia e talvez até Estados<br />

Unidos”, explica.<br />

Segundo o dirigente, o faturamento<br />

da carne de exportação<br />

bovina em 2011 foi 11,26% superior<br />

ao de 2010, embora o volume<br />

exportado tenha sido 10,8% menor.<br />

“Isso ocorreu devido ao aumento de<br />

Exportação de carne<br />

bovina brasileira<br />

deve crescer em 2012<br />

25,17% no preço médio pago pela<br />

carne brasileira, principalmente por<br />

um real supervalorizado em relação<br />

ao dólar. Ao mesmo tempo, a queda<br />

em volume explica-se por uma<br />

perda de competitividade devido ao<br />

alto preço e a uma demanda forte<br />

no mercado doméstico.”<br />

Quanto à retomada de mercados,<br />

Sampaio conta que no Chile,<br />

por exemplo, o Brasil deixou de exportar<br />

em 2005 por ocorrência de<br />

febre aftosa no Mato Grosso do Sul,<br />

e o Paraguai dominou o mercado.<br />

O Chile reabriu ao Brasil em 2009,<br />

e com a aftosa no Paraguai, ocorrida<br />

no ano passado, agora é o Brasil<br />

quem está retomando este mercado.<br />

“Na Argélia e no Egito, a Índia havia<br />

entrado de forma bastante competitiva.<br />

Mas por problemas sanitários,<br />

o Brasil já está retomando estes<br />

mercados também.”<br />

Em 2008, a Europa impôs a<br />

lista Traces ao Brasil, que reduziu<br />

drasticamente o número de fazendas<br />

habilitadas à exportação. “Este<br />

ano, conseguimos, junto com o Ministério<br />

da Agricultura, Pecuária e<br />

Abastecimento (Mapa) e o Ministério<br />

das Relações Exteriores (MRE), que<br />

a autoridade para administração<br />

da lista passasse a ser novamente<br />

do Mapa, e não de Bruxelas. Com<br />

isto e com a evolução do Serviço de<br />

Rastreabilidade da Cadeia Produtiva<br />

de Bovinos e Bubalinos (Sisbov),<br />

pretendemos novamente aumentar<br />

o número de propriedades habilitadas<br />

e consequentemente o volume<br />

para exportação”, esclarece.<br />

As exportações para o Irã<br />

também devem ter uma retomada,<br />

na avaliação de Sampaio. O país<br />

é um dos mercados que mais cresceram<br />

para a carne brasileira, mas<br />

sofreu uma queda recente por causa<br />

de embargos econômicos, principalmente<br />

dos Estados Unidos. Os<br />

embargos atingiram os bancos que<br />

operam com o país e tornaram difíceis<br />

as operações comerciais, como<br />

a compra de carnes.<br />

China<br />

A Abiec espera ainda que o<br />

Brasil amplie o comércio com a China,<br />

que recentemente habilitou as<br />

cinco primeiras unidades brasileiras<br />

para exportar carne. "A China tem<br />

um potencial imenso, e estamos no<br />

processo de habilitar mais frigoríficos<br />

para a exportação. Existem mais<br />

nove na lista de espera, cujas informações<br />

já foram todas enviadas às<br />

autoridades chinesas”, conta Sampaio.<br />

O vice-presidente da República,<br />

Michel Temer, confirma a pretensão<br />

e destaca que está sendo<br />

divulgada no mercado consumidor<br />

chinês a qualidade da carne bovina<br />

produzida pelo Brasil. Conforme<br />

ele, a estratégia de promoção é desenvolvida<br />

em parceria pelo Mapa e<br />

pelo MRE. O Brasil tem participado<br />

das principais feiras internacionais –<br />

Sial China e Food and Hotel China.<br />

“A aceitação dos produtos brasileiros<br />

foi tão positiva que o Brasil foi<br />

convidado como país de destaque<br />

na próxima edição da Sial China, a<br />

ser realizada em maio deste ano”,<br />

comenta Temer.<br />

Em sua opinião, Brasil e China<br />

fortaleceram seus laços comerciais<br />

de forma expressiva. “A China<br />

é hoje um dos principais destinos de<br />

produtos de nossa pauta de exportação.<br />

No caso específico da carne<br />

bovina, ainda que tenhamos participação<br />

pequena em face de todo<br />

o potencial, temos experimentado<br />

crescimentos expressivos nos volumes<br />

exportados.” De acordo com<br />

Temer, em 2009, o Brasil exportou<br />

US$ 2,9 milhões, que aumentaram<br />

para U$4,9 milhões em 2010 e<br />

quase dobraram para US$ 9,7 milhões<br />

em 2011. “Esses são os efeitos<br />

de nossa política de aproximação<br />

da China e de nossos esforços<br />

no estímulo à exportação. A meta é<br />

nos tornarmos um dos maiores fornecedores<br />

de carne bovina para o<br />

mercado chinês, uma vez que temos<br />

produtos em quantidade e qualidade<br />

para fazê-lo. Para tanto, precisamos<br />

ampliar cada vez mais o número<br />

de frigoríficos habilitados.”<br />

Fernando Sampaio<br />

Novos mercados<br />

Novos mercados também devem<br />

contribuir para o crescimento<br />

das exportações. Entre eles, a expectativa<br />

maior é pela autorização<br />

dos Estados Unidos para a compra<br />

da carne bovina brasileira in natura.<br />

"O processo está em consulta pública<br />

lá e temos de aguardar essa definição",<br />

afirma o dirigente da Abiec.<br />

Já a Indonésia, mercado ainda<br />

incipiente para o setor, mas com<br />

uma população de 200 milhões<br />

de habitantes, começa as negociações<br />

com o Brasil. Uma delegação<br />

do país asiático estará em breve no<br />

Brasil para uma série de negociações<br />

comerciais, e a carne bovina<br />

será um dos produtos em pauta.<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°3 / Abril de 2012<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°3 / Abril de 2012


06 Exportação<br />

Qualidade 07<br />

Sampaio avalia que, caso o<br />

Brasil atinja a meta de US$ 6 bilhões<br />

de exportações em 2012,<br />

deve retomar o posto de maior exportador<br />

mundial de carne bovina,<br />

o qual perdeu em 2011 para os Estados<br />

Unidos, depois de ocupá-lo<br />

de 2004 a 2010. Conforme ele, os<br />

norte-americanos só ultrapassaram<br />

os brasileiros no ranking no ano<br />

passado porque pecuaristas americanos<br />

abateram muitas matrizes,<br />

por conta da seca nas regiões produtoras<br />

e reduziram o rebanho ao<br />

menor nível em 50 anos.<br />

O diretor executivo diz que<br />

os Estados Unidos aproveitaram-se<br />

da cotação do dólar para aumentar<br />

as exportações e recuperar sua<br />

posição, principalmente nos mercados<br />

do Japão e Coreia do Sul, que<br />

havia perdido em 2003 por casos<br />

de BSE (Encefalopatia Espongiforme<br />

Bovina), doença conhecida como<br />

da “vaca louca”, em seu território.<br />

Também conseguiram entrar em outros<br />

mercados como Europa e até<br />

Rússia. “Hoje os EUA estão com o<br />

menor rebanho desde 1973 e dificilmente<br />

poderão sustentar a posição<br />

de maiores exportadores em 2012”,<br />

acredita.<br />

E para que o Brasil reconquiste<br />

seu antigo posto, é preciso<br />

que volte a ter a competitividade<br />

da sua carne. “Evidentemente há<br />

questões de macroeconomia envolvidas,<br />

como a guerra cambial<br />

entre os países, que está prejudicando<br />

os exportadores brasileiros.<br />

Mas há avanços a serem feitos,<br />

diminuindo a burocracia e melhorando<br />

a logística no país, por<br />

exemplo, e a Abiec tem trabalhado<br />

fortemente para trazer mais inovação<br />

e liberdade para os processos<br />

industriais. Não faz sentido trabalharmos<br />

hoje com um regulamento<br />

de inspeção, o Rispoa, que é de<br />

1953”, conclui.<br />

Caso o Brasil<br />

atinja a meta de<br />

US$ 6 bilhões de<br />

exportações em<br />

2012, deve retomar<br />

o posto de maior<br />

exportador mundial<br />

de carne bovina,<br />

o qual perdeu<br />

em 2011 para os<br />

Estados Unidos.<br />

Foto: Romério Cunha<br />

MINISTÉRIO DIVULGA<br />

FAZENDAS APTAS A<br />

EXPORTAR PARA A EU<br />

Retomada da publicação da relação era uma reivindicação antiga<br />

do setor público e privado do Brasil<br />

Ministério da Agricultura,<br />

Pecuária e Abas-<br />

O<br />

tecimento (Mapa) voltou a publicar<br />

a lista de fazendas autorizadas a<br />

fornecer bovinos para abate e venda<br />

da carne in natura para a União<br />

Europeia (UE). Com a decisão, o<br />

Brasil retoma o gerenciamento da<br />

relação – conhecida como “lista<br />

trace” –, que desde 2007 era feito<br />

exclusivamente pelas autoridades<br />

europeias.<br />

Segundo o diretor de Programas<br />

do Mapa, Ênio Marques, a medida<br />

demonstra o reconhecimento<br />

dos avanços no sistema brasileiro<br />

de rastreabilidade e a retomada<br />

da confiança da UE em relação<br />

ao cumprimento das exigências de<br />

saúde animal por parte do Brasil. A<br />

intenção do Brasil é reduzir a burocracia<br />

no processo.<br />

A solicitação de retirada da<br />

exigência de que a lista de fazendas<br />

habilitadas fosse publicada no<br />

diário oficial europeu (Diretiva 61)<br />

era uma reivindicação permanente<br />

do Brasil nos últimos anos. O impasse<br />

foi tema de inúmeras reuniões<br />

com a Direção-Geral de Saúde<br />

e Consumidores da Comissão Europeia<br />

(DGSanco, sigla em inglês),<br />

em Bruxelas.<br />

Além da gestão da lista de<br />

fazendas habilitadas a exportar, as<br />

autoridades brasileiras ficarão responsáveis<br />

pela publicação da relação<br />

– que será atualizada a cada<br />

15 dias – no site do Ministério da<br />

Agricultura. Os relatórios de auditoria<br />

não precisarão mais ser transmitidos<br />

para a Comissão Europeia.<br />

Atualmente, 1.924 fazendas,<br />

com cerca de quatro milhões e cem<br />

mil bovinos, estão credenciadas a<br />

vender carne para o bloco. São dos<br />

estados do Rio Grande do Sul (RS),<br />

Paraná (PR), São Paulo (SP), Minas<br />

Gerais (MG), Mato Grosso (MT),<br />

Mato Grosso do Sul (MS), Goiás<br />

(GO) e Espírito Santo (ES). Somente<br />

as propriedades que cumprem as<br />

exigências da Instrução Normativa<br />

nº 17 do Mapa, de 13 de julho de<br />

2006, que regulamenta o Serviço<br />

de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva<br />

de Bovinos e Bubalinos (Sisbov),<br />

podem ingressar no cadastro.<br />

O que precisa<br />

Para entrar na lista de propriedades<br />

aptas para exportação à<br />

União Europeia, o Estabelecimento<br />

Rural cadastrado no Sisbov (ERAS)<br />

deve estar com vistoria aprovada<br />

da Certificadora e ter sido auditado<br />

pelo Serviço Oficial e considerado<br />

conforme. Após analisados os<br />

relatórios,o estabelecimento é considerado<br />

apto e colocado na lista.<br />

Lista<br />

Outras informações: www.<br />

agricultura.gov.br - o caminho para<br />

acessar a lista de fazendas é o seguinte:<br />

Animal > Bovinos e Bubalinos<br />

> Rastreabilidade > Sisbov ><br />

Lista de propriedades APTAS – Brazil<br />

bovine holdings list<br />

Fonte: Ministério da Agricultura, e<br />

Abastecimento (Mapa)<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°3 / Abril de 2012<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°3 / Abril de 2012


08 Curso 09<br />

Foto: Camila Domingues<br />

SEAPA REALIZA CURSO<br />

DISSEMINA E MAIS<br />

OVINOS NO CAMPO<br />

Secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Luiz Fernando Mainardi<br />

Secretaria da Agricultura,<br />

Pecuária e Agrone-<br />

A<br />

gócio do RS (Seapa/RS) realizou,<br />

em parceria com a Fundação Estadual<br />

de Pesquisa Agropecuária<br />

(Fepagro), o curso preparatório de<br />

responsáveis técnicos para o Programa<br />

Estadual de Incremento da<br />

Qualidade Genética da Pecuária<br />

de Carne e Leite (Dissemina) em<br />

duas edições (fevereiro e março<br />

deste ano). A iniciativa faz parte<br />

do "Programa Carne Gaúcha, A<br />

Melhor Carne do Mundo", lançado<br />

pelo governo do Estado. O objetivo<br />

do Dissemina é o incremento da<br />

qualidade genética da pecuária de<br />

carne e leite em sistemas de agricultura<br />

familiar do Estado.<br />

Segundo o coordenador do<br />

Dissemina, Mário Antônio Oliveira,<br />

o curso pretendeu fazer com<br />

que os municípios promovam a<br />

inseminação artificial de sêmen<br />

selecionado. A intenção é criar o<br />

Centro de Biotécnicas Reprodutivas<br />

(CBR) em Hulha Negra, onde<br />

funcionaria a Central Riogranden-<br />

Foto: Fernando Dias Dissemina<br />

se de Inseminação Artificial (CRIA).<br />

O programa pretende distribuir<br />

material genético a custo zero e<br />

nitrogênio líquido a preço de custo.<br />

Entre as metas para 2014 estão<br />

a adesão de 150 municípios e a<br />

disponibilização de 300 mil doses<br />

de sêmen.<br />

Na primeira edição, que<br />

aconteceu dias 14 e 15 de fevereiro,<br />

foram qualificados responsáveis<br />

técnicos dos municípios de<br />

Aceguá, Bagé, Bom Jesus, Candiota,<br />

Canguçu, Capão do Leão,<br />

Cerrito, Hulha Negra, Jaquirana,<br />

Monte Alegre dos Campos, Pedro<br />

Osório, Santana do Livramento e<br />

São Francisco de Paula. Na segunda,<br />

dia 13 de março, os municípios<br />

representados foram Pedras Altas,<br />

Pinheiro Machado, Lavras do Sul,<br />

Caçapava do Sul, Piratini, Jaguarão,<br />

São José dos Ausentes e Herval.<br />

Os cursos ocorreram na sede<br />

da Fepagro, em Porto Alegre. As<br />

duas edições do curso fazem parte<br />

do projeto-piloto do Dissemina,<br />

que deve abranger 21 municípios.<br />

O público-alvo foram agricultores<br />

familiares que, por limitações<br />

técnicas e financeiras, não<br />

têm acesso à tecnologia da inseminação<br />

artificial através da iniciativa<br />

privada. Os palestrantes foram:<br />

a médica veterinária, pesquisadora<br />

em reprodução e manejo animal<br />

na Fepagro e pós doutora<br />

pela USP, Adriana Kroef Tarouco;<br />

o médico veterinário e inspetor da<br />

Seapa em Montenegro, Francisco<br />

Carlos Ortiz Fialho, que realizou<br />

vários cursos de inseminação artificial<br />

no Centro de Formação de<br />

Agricultores em Montenegro (CTE-<br />

Montenegro), sendo responsável<br />

pela formação de mais de seis mil<br />

inseminadores.<br />

Mais Ovinos no Campo<br />

A Seapa/RS também promoveu,<br />

em fevereiro deste ano,<br />

em Lagoa Vermelha, na região<br />

dos Campos de Cima da Serra, o<br />

lançamento regional do programa<br />

de financiamento "Mais Ovinos no<br />

Campo". Durante o evento, foi debatido<br />

o Programa de Desenvolvimento<br />

da Ovinocultura Gaúcha,<br />

que tem como público-alvo: produtores<br />

rurais, técnicos, prefeituras<br />

municipais, sindicatos e associações<br />

de produtores. O objetivo foi<br />

incentivar o produtor a voltar para<br />

a atividade, uma vez que a ovinocultura<br />

vem proporcionando um<br />

aumento de renda aos produtores.<br />

“A região dos Campos de<br />

Cima da Serra já foi grande produtora,<br />

e hoje a ovinocultura está<br />

muito reduzida nesta região”, explica<br />

o secretário Luiz Fernando<br />

Mainardi.<br />

O “Mais Ovinos” foi apresentado<br />

pelo coordenador do Programa<br />

de Ovinocultura da Seapa,<br />

médico veterinário José Galdino<br />

Garcia Dias. A ideia, conforme<br />

Mainardi, é proporcionar aos produtores<br />

a retenção no seu rebanho<br />

de fêmeas aptas à reprodução,<br />

disponibilizando um capital de giro<br />

para que eles reorganizem a ovinocultura<br />

em suas propriedades e<br />

que passem a vender seus animais<br />

somente nos momentos certos.<br />

“Para aqueles produtores<br />

que necessitam vender as cordeiras,<br />

pois sabemos que existe um<br />

desfrute normal nas propriedades,<br />

foi disponibilizada uma linha de<br />

crédito para a aquisição de fêmeas<br />

e/ou reprodutores para quem<br />

quiser entrar na atividade ou aumentar<br />

seu rebanho”, esclarece o<br />

secretário.<br />

O Programa já beneficiou<br />

mais de 1.050 produtores até o<br />

momento, atingindo o valor de R$<br />

28,5 milhões, sendo R$ 18,5 mi-<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°3 / Abril de 2012<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°3 / Abril de 2012


10 Curso<br />

Curso 11<br />

lhões no programa de retenção e R$ 10 milhões no programa<br />

de aquisição. Com estes valores, já foram retidas pelos<br />

produtores 141.634 fêmeas e adquiridos 42.218 animais,<br />

chegando-se ao total de 183.852 animais entre as duas linhas<br />

de crédito. Os municípios envolvidos são os que fazem<br />

parte do Conselho Regional de Desenvolvimento (Corede)<br />

Nordeste e do Corede dos Campos de Cima da Serra (ver<br />

quadro ao lado).<br />

Objetivos específicos<br />

- Retenção e/ou aquisição de fêmeas ovinas tanto em<br />

idade reprodutiva quanto as cordeiras (futuras matrizes),<br />

visando ao aumento do rebanho ovino gaúcho, maior<br />

oferta de carne e lã de qualidade;<br />

- Geração de emprego e renda, contribuindo para manter<br />

o agropecuarista com renda no campo;<br />

- Benefícios aos segmentos industrial e comercial diretamente<br />

ligados à cadeia produtiva de ovinos, com geração<br />

de postos de trabalho e retorno de impostos aos municípios<br />

e ao Estado;<br />

- Contribuir com os produtores rurais do Estado para que<br />

a ovinocultura seja uma alternativa sustentável de diversificação<br />

e integração com outras atividades agropecuárias.<br />

Foto: Fernando Dias Dissemina<br />

COREDE NORDESTE<br />

MUNICÍPIOS<br />

OVINOS<br />

Quantidade<br />

Declarada<br />

Água Santa 444<br />

Barracão 1.170<br />

Cacique Doble 532<br />

Capão Bonito do Sul 2.717<br />

Caseiros 350<br />

Ibiaçá 1.100<br />

Ibiraiaras 715<br />

Lagoa Vermelha 3.873<br />

Machadinho 595<br />

Maximiliano de Almeida 132<br />

Paim Filho 437<br />

Sananduva 1.035<br />

Santa Cecília do Sul 362<br />

Santo Expedito do Sul 76<br />

São João da Urtiga 98<br />

São José do Ouro 1.038<br />

Tapejara 717<br />

Tupanci do Sul 247<br />

Vila Lângaro 355<br />

TOTAL 15.993<br />

COREDE CAMPO DE CIMA DA SERRA<br />

MUNICÍPIOS<br />

OVINOS<br />

Quantidade<br />

Declarada<br />

André da Rocha 3.460<br />

Bom Jesus 4.302<br />

Campestre da Serra 938<br />

Esmeralda 3.004<br />

Ipê 2.066<br />

Monte Alegre dos Campos 652<br />

Muitos Capões 3.109<br />

Pinhal da Serra 798<br />

São José dos Ausentes 754<br />

Vacaria 5.175<br />

TOTAL 24.258<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°3 / Abril de 2012<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°3 / Abril de 2012


Especial<br />

13<br />

BENEFÍCIOS<br />

DA CARNE<br />

VERMELHA<br />

A carne vermelha<br />

não altera os níveis<br />

de colesterol e da<br />

pressão arterial e<br />

traz benefícios ao<br />

organismo — sendo<br />

fonte de proteína,<br />

de ômega 3, vitamina<br />

B12, niacina, zinco e<br />

ferro.<br />

carne vermelha está envolvida<br />

no processo de A<br />

degeneração da saúde? O consumo<br />

de carne bovina está associado<br />

ao aumento do colesterol que<br />

provoca as doenças cardiovasculares?<br />

Segundo uma pesquisa realizada<br />

pelo Instituto de Cardiologia<br />

do Estado do Rio Grande do Sul<br />

em parceria com a Faculdade de<br />

Agronomia da Universidade Federal<br />

do RS (Ufrgs), não. O estudo –<br />

“Carne bovina e perfil lipídico – Influência<br />

do pasto e do confino” -,<br />

de autoria do médico cardiologista<br />

Iran Castro e coautoria do engenheiro<br />

agrônomo e professor da<br />

Ufrgs, José Fernando Piva Lobato,<br />

comprovou que a carne vermelha<br />

não altera os níveis de colesterol<br />

e da pressão arterial e traz benefícios<br />

ao organismo — sendo fonte<br />

de proteína, de ômega 3, vitamina<br />

B12, niacina, zinco e ferro. Os<br />

dados foram apresentados no 66º<br />

Congresso Brasileiro de Cardiologia,<br />

em setembro do ano passado,<br />

em Porto Alegre.<br />

Segundo Castro, que é coordenador<br />

de Normatizações e Diretrizes<br />

da Sociedade Brasileira de<br />

Cardiologia, o objetivo foi analisar<br />

a influência do consumo de carne<br />

magra de gado confinado e/ou a<br />

pasto, em relação ao perfil lipídico<br />

(série de exames laboratoriais para<br />

determinar dosagens de colesterol<br />

total, HDL, LDL e triglicerídios) de<br />

indivíduos saudáveis. “A análise foi<br />

feita qualitativamente em termos<br />

de propriedades químicas e perfil<br />

lipídico, e os animais acompanhados<br />

quanto ao perfil de gordura<br />

da dieta alimentar e deposição de<br />

gordura subcutânea, que determinará<br />

o acabamento das carcaças”,<br />

explica ele.<br />

O cardiologista conta que,<br />

ao final do estudo, a surpresa foi<br />

que não houve alterações do perfil<br />

lipídico com a ingestão constante<br />

de carne vermelha sem gordura no<br />

período de observação. Também<br />

não houve diferença significativa<br />

no perfil lipídico com a ingestão de<br />

carne magra de pasto ou de confinamento.<br />

Por fim, houve redução<br />

da pressão arterial e nível de sódio<br />

com a ingestão de ambas as carnes<br />

em relação ao regime prévio.<br />

Estes dados, conforme Castro,<br />

permitem que profissionais<br />

de saúde orientem a população<br />

quanto à ingestão de carne sem<br />

gordura externa como neutra na<br />

variação do perfil lipídico.<br />

A pesquisa apresentada no<br />

congresso foi realizada com 60<br />

voluntários, com idades de 20 a<br />

70 anos, divididos em dois grupos.<br />

Um deles comeu diariamente<br />

125 gramas de carne vermelha de<br />

gado criado em pasto e o outro<br />

grupo comeu a mesma quantidade<br />

de carne de gado confinado, isto<br />

é, engordado mais rapidamente<br />

em estábulos fechados e alimentado<br />

com ração. Em um segundo<br />

momento, houve inversão dos voluntários,<br />

os que vinham comendo<br />

carne de gado estabulado passaram<br />

a ingerir carne de gado criado<br />

no pasto e vice-versa.<br />

Os resultados indicam que<br />

o colesterol total de nenhum dos<br />

grupos se elevou até o nível de<br />

200, considerado aceitável para<br />

pessoas sem maior risco cardíaco.<br />

O HDL, conhecido como colesterol<br />

bom, melhorou um pouco, o<br />

LDL (colesterol ruim) não sofreu<br />

alteração significativa, como também<br />

não mudou de forma estatisticamente<br />

importante o nível de triglicerídios,<br />

nem a pressão arterial,<br />

nem o nível de sódio. Além disso,<br />

os dois tipos de carne levaram a<br />

resultados semelhantes nos voluntários.<br />

O agrônomo Lobato ressalta<br />

que a importância da pesquisa<br />

para os pecuaristas brasileiros<br />

foi ter mostrado que a carne do<br />

confinamento praticado no Brasil<br />

não apresenta riscos ao consumidor.<br />

“Isso é uma informação econômica<br />

muito importante para os<br />

pecuaristas do Brasil e Rio Grande<br />

do Sul, pois prova que a carne<br />

resultante do nosso confinamento<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°3 / Abril de 2012


14<br />

Especial<br />

sim, em quantidades adequadas,<br />

a carne vermelha é um importante<br />

alimento para a manutenção<br />

e promoção da saúde e para a<br />

prevenção de doenças”, garante<br />

Renata. “Fazendo parte de uma<br />

dieta variada, a carne assegura<br />

a ingestão de micronutrientes essenciais<br />

e aminoácidos que estão<br />

envolvidos em processos de regulação<br />

do metabolismo celular no<br />

ser humano.”<br />

Segundo a pesquisadora,<br />

a hipertensão arterial é uma doença<br />

assintomática que atinge<br />

grande parte da população mundial.<br />

O estilo de vida e o hábito<br />

alimentar são fatores importantes<br />

para a prevenção desta doença.<br />

“A incorporação de carne vermelha<br />

à dieta pode favorecer a<br />

diminuição da pressão arterial,<br />

pela sua alta quantidade e biodisponibilidade<br />

de proteínas que<br />

contêm específicos aminoácidos,<br />

tais como arginina e taurina. Estes<br />

aminoácidos são importantes na<br />

síntese de óxido nítrico, que é um<br />

agente vasodilatador. Vários fatores,<br />

tais como gen, sedentarismo,<br />

obesidade e estilo de vida, são<br />

determinantes para o indivíduo se<br />

tornar hipertenso”, conão<br />

acarreta prejuízos à saúde dos<br />

consumidores.”<br />

Carne vermelha colabora<br />

para uma boa saúde<br />

Para a professora e doutora<br />

Renata Cristina Ramos, do Instituto<br />

de Ciência, Tecnologia e Inovação<br />

em Alimentos para a Saúde, Nutrição<br />

e Nutracêutica, da Universidade<br />

do Vale do Rio dos Sinos (Nutritech/Unisinos),<br />

a carne vermelha<br />

pode colaborar de forma efetiva<br />

na promoção da saúde, pois apresenta<br />

substâncias e nutrientes importantes,<br />

tais como proteínas que<br />

possuem altos valores biológicos,<br />

ótimo teor de ferro, ácidos graxos<br />

essenciais e micronutrientes que<br />

são necessários para uma boa<br />

saúde ao longo da vida.<br />

Conforme ela, a ingestão de<br />

Grupo de pesquisadores do Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação em Alimentos para a Saúde, Nutrição e<br />

Nutracêutica, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos.<br />

menta. Renata diz que vários trabalhos<br />

científicos demonstram que<br />

uma pequena substituição dos cereais<br />

refinados por proteína oriunda<br />

de carne vermelha colabora<br />

com a diminuição da pressão arterial.<br />

“Isso nos permite dizer que<br />

a ingestão equilibrada de carne<br />

vermelha pode ser uma aliada na<br />

prevenção desta doença crônica.”<br />

O consumo de carne vermelha<br />

tem sido o centro de centenas<br />

de discussões, principalmente em<br />

função do seu teor de gorduras,<br />

que está relacionado a doenças<br />

coronarianas. “O problema do<br />

consumo de gordura e sua relação<br />

com a saúde é considerada<br />

como uma das mais importantes<br />

áreas de investigação. É verdade<br />

que o excesso de gordura deve<br />

ser evitado, assim como excesso<br />

de carboidratos”, frisa a professora.<br />

Diversos trabalhos mostram<br />

que a diminuição da ingestão de<br />

carne vermelha aumenta a expectativa<br />

de vida de indivíduos. “Mas,<br />

normalmente, essas pesquisas são<br />

feitas com pessoas que estão ingerindo<br />

uma quantidade excessiva<br />

de carne. As gorduras oriundas<br />

da carne vermelha são essenciais<br />

para a saúde, uma vez que fornecem<br />

energia, ácidos graxos essenciais<br />

e vitaminas lipossolúveis.”<br />

Para Renata, a necessidade<br />

desses nutrientes vai variar entre<br />

os indivíduos e até mesmo para<br />

o mesmo indivíduo, por exemplo,<br />

durante a gravidez, lactação, prática<br />

de exercícios físicos, envelhecimento<br />

ou distúrbios metabólicos.<br />

“Existe uma confusão popular conceituando<br />

as gorduras insaturadas<br />

de boas e as saturadas de maléfi-<br />

Foto: Divulgação<br />

carne vermelha é frequentemente<br />

associada como um fator negativo<br />

para a saúde, principalmente<br />

as que apresentam alto teor de<br />

gordura, pois seriam agentes relacionados<br />

à promoção de diversas<br />

doenças. “Porém, trabalhos científicos<br />

atuais mostram que a ingestão<br />

adequada de carne vermelha<br />

é recomendada para evitar o risco<br />

de câncer, obesidade e síndrome<br />

metabólica. Estas evidências são<br />

embasadas pelo fato de a carne<br />

vermelha ser uma fonte importante<br />

de micronutrientes como ferro,<br />

selênio, vitaminas A, B12 e ácido<br />

fólico”, esclarece.<br />

A doutora explica que esses<br />

micronutrientes seriam fatores<br />

protetores contra doenças crônicas<br />

não transmissíveis, e não estão<br />

presentes em alimentos derivados<br />

de plantas ou apresentam baixas<br />

biodisponibilidades. Além disso, a<br />

carne é rica em proteínas e apresenta<br />

pouca quantidade de carboidrato,<br />

sendo um alimento com<br />

um baixo índice glicêmico, que é<br />

assumido como sendo benéfico<br />

em relação ao excesso de peso,<br />

o desenvolvimento de diabetes e<br />

câncer. “Ascas.<br />

As recomendações para a diminuição<br />

de gordura total da dieta<br />

é para que ocorra uma redução de<br />

calorias excedidas. Porém é importante<br />

ressaltar que a obtenção de<br />

ácidos graxos saturados e insaturados<br />

é muito importante e deve<br />

ser feita através de uma variedade<br />

de alimentos incluindo a carne vermelha.”<br />

A conclusão da pesquisadora<br />

é que a carne vermelha é um<br />

importante alimento para a nutrição<br />

humana, pois oferece nutrientes<br />

essenciais para a manutenção<br />

e promoção da saúde, contribuindo<br />

assim com o aumento da expectativa<br />

de vida da população.<br />

“O nosso grupo de pesquisadores<br />

desenvolve estudos com esse foco,<br />

valorizando o alimento e as suas<br />

interações com a saúde humana<br />

dentro de uma perspectiva de<br />

equilíbrio ecológico. Acreditando<br />

que os alimentos nos oferecem<br />

nutrientes de forma adequada, e<br />

que existe a necessidade de um<br />

repensar do estilo de vida contemporâneo<br />

para que consigamos<br />

aproveitar todo o potencial que a<br />

natureza nos oferece em termos de<br />

nutrição, saúde e bem-estar.”<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°3 / Abril de 2012


16 Maquinas e Equipamentos<br />

Maquinas e Equipamentos 17<br />

AKSO:<br />

ESPECIALISTA EM<br />

TERMÔMETROS<br />

SULMAQ: ALIADA DA<br />

INDÚSTRIA DA CARNE<br />

Akso Produtos Eletrônicos Ltda<br />

A existe desde 2003 e tem sede<br />

em São Leopoldo (RS). Possui uma gama<br />

bem diversificada de instrumentos de medição<br />

para diversos segmentos do mercado<br />

(indústrias alimentícia/química/metalúrgica,<br />

frigoríficos, laticínios, estações<br />

de tratamento d’água, entre outras), mas<br />

os produtos que mais se destacam são os<br />

medidores de pH e os termômetros.<br />

Segundo o engenheiro e diretor<br />

técnico da empresa, Marcelo Carraro,<br />

há vários modelos de termômetros e medidores<br />

de pH que são utilizados em frigoríficos<br />

de carne. Eles são aplicados em<br />

várias etapas do processo, garantindo a<br />

qualidade da carne desde o abate do animal<br />

até o seu transporte para os pontos<br />

de venda como açougues.<br />

Carraro explica que, para medição<br />

do pH da carne logo após o abate,<br />

a Akso oferece instrumentos portáteis com<br />

eletrodo especial e faca protetora de aço<br />

inox para inserção em carcaças (com e<br />

sem osso). “Já para medição da temperatura<br />

da carne, temos vários modelos de<br />

termômetros distintos. Para medição da<br />

temperatura na superfície da carne (sem<br />

contato), oferecemos termômetros infravermelho<br />

com mira laser. Já para medir<br />

a temperatura no interior da carne, temos<br />

vários modelos de termômetros portáteis<br />

com haste de aço inox para penetração.”<br />

Lançamentos<br />

Os últimos lançamentos da AKSO<br />

concentram-se nos registradores de temperatura<br />

(dataloggers) utilizados durante<br />

o transporte da carne resfriada ou congelada.<br />

O monitoramento da temperatura<br />

da carne durante todo o trajeto, desde<br />

o frigorífico até os açougues, tem fundamental<br />

importância para que a mesma<br />

chegue ao seu destino em condições<br />

próprias para o consumo.<br />

De acordo com Carraro, a elevação<br />

da temperatura da carne acima dos<br />

níveis especificados pelos órgãos regulamentadores<br />

pode comprometer a qualidade<br />

da mesma, pois em temperaturas<br />

altas ocorre a proliferação de bactérias e<br />

outros microorganismos patogênicos na<br />

carne, podendo torná-la imprópria para<br />

o consumo.<br />

“O datalogger é colocado dentro<br />

da câmara fria (no baú do caminhão)<br />

e monitora/registra a temperatura da<br />

carne continuamente, desde o início da<br />

viagem até o seu destino final. Quando<br />

a carne chega ao seu destino, os dados<br />

coletados são descarregados no computador<br />

e permitem que se visualize sob a<br />

forma de gráfico ou tabela a temperatura<br />

em que a carga de carne foi submetida<br />

durante toda a viagem”, esclarece.<br />

Para esta finalidade, a AKSO lançou<br />

recentemente no mercado o compacto<br />

e inovador datalogger AK170, o<br />

qual mede, indica e registra temperaturas<br />

na faixa de -30 a 85°C com resolução<br />

de 0.1°C. É o único datalogger de<br />

temperatura disponível no mercado brasileiro<br />

que possui visor de LCD com indicação<br />

digital, conexão USB direta com o<br />

computador e grau de proteção IP67 (à<br />

prova d'água), além de possuir memória<br />

para 43000 registros e excelente exatidão<br />

de ±0.5°C. Além disso, ele possui<br />

também registros de máxima/mínima e<br />

alarmes de alta/baixa com sinalização<br />

via LEDs.<br />

Para aquelas aplicações nas quais<br />

é requerido o monitoramento da temperatura<br />

e também da umidade relativa do<br />

ar, a AKSO dispõe do datalogger AK172.<br />

Este modelo registra temperatura de -40<br />

a 70°C (±1°C) e umidade relativa de 0 a<br />

100%UR (±3%UR). Com um amplo visor<br />

de LCD para indicação da temperatura<br />

e umidade, ele indica também a hora e<br />

a data correntes. “O grande diferencial<br />

deste datalogger em relação aos modelos<br />

disponíveis no mercado é que ele é fornecido<br />

com um invólucro plástico protetor e<br />

cadeado com senha, evitando assim que<br />

pessoas não autorizadas acessem os dados<br />

registrados”, finaliza Carraro.<br />

Com sede em Guaporé (RS),<br />

a Sulmaq Industrial e Comercial<br />

S.A. foi fundada em 1971 e se<br />

espalhou. Hoje, possui uma subsidiária<br />

em Offenburg, Alemanha: Sulmaq<br />

Meat Systems Technologies GmbH,<br />

além de home offices em Passo Fundo<br />

(RS), São Paulo (SP), Uberlândia (MG),<br />

Cuiabá (MT) e Goiânia (GO). Conforme<br />

o gerente de vendas Vanduir Colet,<br />

a empresa fornece serviços de engenharia<br />

para a indústria da carne e<br />

linhas completas para processamento<br />

de suínos, bovinos e ovinos. O seu negócio<br />

é: “Sistemas, projetos e serviços<br />

para a indústria da carne vermelha.”<br />

Algumas inovações<br />

- Sistema Automatizado para Aspersão<br />

de Carcaças – realiza a aspersão<br />

controlada de carcaças, reduzindo<br />

a quebra durante o processo de resfriamento.<br />

Atende a todos os requisitos<br />

da Resolução nº 02, de 09 de agosto<br />

de 2011 do DIPOA;<br />

- Lavadoras e Refinadoras Rotativas<br />

para Produtos Delicados – realizam<br />

a lavagem de produtos sensíveis<br />

a movimentos bruscos ou operam a<br />

uma rotação considerada excelente<br />

para lavar e garantir a integridade dos<br />

produtos;<br />

- Lavador Automático de Carcaças<br />

Bovinas - utiliza a combinação<br />

ideal de pressão, vazão e movimento<br />

dos jatos de água, proporcionando excelente<br />

limpeza com grande economia<br />

de água;<br />

- Sistema de corte de peso controlado<br />

por regime volumétrico, modelo<br />

FP 100 Maja, para carne sem osso.<br />

Precisão de +/- 2 gr e alta produtividade,<br />

até 112 cortes/minuto;<br />

- Sistema de beneficiamento de<br />

tripas bovinas Holdijk, proporciona<br />

melhor qualidade da tripa, redução de<br />

mão de obra e grande economia no<br />

consumo de água, comparando com o<br />

processo convencional;<br />

Mais informações: www.sulmaq.<br />

com.br / +55 54 3443-9533<br />

Parceiros internacionais da Sulmaq<br />

citados acima: www.maja.de /<br />

www.holdijk.de<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°3 / Abril de 2012<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°3 / Abril de 2012


18 Mercado Interno 19<br />

ABRAFRIGO<br />

FAZ REIVINDICAÇÕES<br />

PARA O SETOR<br />

A<br />

Associação Brasileira de<br />

Frigoríficos (Abrafrigo),<br />

junto com outras entidades, está solicitando<br />

ao Ministério do Trabalho e<br />

Emprego, a retirada de consulta pública<br />

da Norma Regulamentadora (NR)<br />

sobre Abate e Processamento de Carnes<br />

e Derivados, disponibilizada pela<br />

portaria SIT (Secretaria de Inspeção<br />

do Trabalho) nº 273 de 16 de agosto<br />

de 2011. O documento, entregue<br />

no final do ano passado, garantiu a<br />

participação da Associação no GTT –<br />

Grupo Técnico de Trabalho -, “onde<br />

teremos representantes que defenderão<br />

nossas demandas, como questões<br />

sobre Ergonomia e uma nova NR que<br />

discipline o trabalho dentro dos frigoríficos”,<br />

informa o presidente-executivo<br />

da Abrafrigo, Péricles Salazar.<br />

Segundo ele, o Ministério do Trabalho<br />

e Emprego prometeu que nada será<br />

feito sem que sejam atendidas as reivindicações<br />

do setor.<br />

Segundo Salazar, a Norma Regulamentadora<br />

tal como está pode<br />

trazer severas consequências sociais<br />

e econômicas para o País, como o<br />

fechamento de empresas, demissões<br />

em massa, queda expressiva na produção<br />

e exportação de carne bovina,<br />

aumento do abate irregular, além do<br />

aumento de preços, entre outras situações<br />

que origina.<br />

O documento entregue solicita<br />

ainda o envolvimento do Ministério da<br />

Agricultura, Pecuária e Abastecimento<br />

(Mapa) na elaboração da NR, “uma<br />

vez que alguns de seus artigos interferem<br />

diretamente no ambiente e na<br />

estrutura das plantas frigoríficas, e que<br />

estas interferências devem ter o aval<br />

do Departamento de Inspeção de Produtos<br />

de Origem Animal do Mapa”,<br />

esclarece Salazar.<br />

Em sua opinião, a Norma Regulamentadora,<br />

assim como está,<br />

“traz pontos sensíveis que inviabilizam<br />

ou interferem a custos elevados<br />

na gestão do negócio frigorífico. Determina,<br />

por exemplo, a necessidade<br />

de alteração do modelo de processo<br />

produtivo, excluindo a possibilidade<br />

de produção em linha e nória. Não se<br />

Péricles Salazar<br />

conhece, em nível mundial, nenhum<br />

processo diferente do praticado no<br />

Brasil”, diz Salazar.<br />

Outro ponto apontado no documento,<br />

segundo ele, é o de que<br />

o setor de frigoríficos só foi incluído<br />

nas discussões para a elaboração da<br />

proposta a partir de junho do ano<br />

passado. “A Norma trata igualmente<br />

frigoríficos de bovinos, suínos e aves,<br />

quando há especificidades de processamento<br />

que deveriam ser bem mais<br />

discutidas, estudadas e diferenciadas<br />

em normas separadas”, comenta o<br />

presidente da Abrafrigo.<br />

A Abrafrigo também está solicitando<br />

que sejam consideradas suas<br />

reivindicações na elaboração do novo<br />

texto do Projeto de Lei 85/2011, que<br />

está tramitando na Comissão de Assuntos<br />

Econômicos (CAE) do Senado<br />

Federal. O PL prevê que os frigoríficos<br />

com registro no Serviço de Inspeção<br />

Federal (SIF) informem preços, quantidades<br />

e outras características dos bovinos<br />

adquiridos para abate. De acordo<br />

com Salazar, a relatora, senadora<br />

Foto: Divulgação<br />

Ana Amélia Lemos, está disposta a<br />

discutir a posição da indústria frigorífica<br />

antes de concluir o relatório final.<br />

Em documento, enviado para<br />

a senadora no início de fevereiro, a<br />

Abrafrigo aponta que a aprovação do<br />

projeto significa aumento de custos e<br />

de exigências descabidas que poderão<br />

provocar grande transtorno e dificultar<br />

as atividades dos frigoríficos.<br />

“Todas as informações solicitadas já<br />

são fornecidas aos diversos órgãos do<br />

governo através da Nota Fiscal Eletrônica<br />

e da própria ação de fiscalização<br />

do Ministério da Agricultura”, afirma<br />

Salazar.<br />

O presidente-executivo da<br />

Abrafrigo afirma que o projeto de lei,<br />

quando apresentado pela Câmara<br />

dos Deputados, não ouviu o setor.<br />

“Solicitamos uma audiência pública<br />

com os produtores, frigoríficos e governo,<br />

e a senadora se mostrou disposta<br />

a nos atender”, disse.<br />

O texto havia sido retirado<br />

da pauta no dia sete de fevereiro,<br />

a pedido de Ana Amélia, para alterações.<br />

Na ocasião, a senadora<br />

anunciou que incluiria a necessidade<br />

de fiscalização também nos abatedouros<br />

sob inspeção do estado e<br />

do município, entre outras medidas.<br />

Inicialmente, o projeto de lei de autoria<br />

do deputado federal Ronaldo<br />

Caiado, previa que apenas frigoríficos<br />

sob inspeção federal passassem<br />

essas informações.<br />

Outras demandas<br />

Outras demandas da Abrafrigo<br />

são: busca, junto ao Ministério<br />

da Fazenda, da edição de um Ato<br />

Declaratório Interpretativo sobre as<br />

diferentes interpretações do créditopresumido<br />

de Pis/Cofins; no Congresso<br />

Nacional, para garantir a desoneração<br />

para alguns subprodutos<br />

do boi que não foram contemplados<br />

na Lei 12.058/2009 (desoneração<br />

do Pis/Cofins).<br />

O objetivo, de acordo com<br />

Salazar, é adequar, corrigir e ajustar<br />

estes assuntos, segundo os interesses<br />

dos frigoríficos e da cadeia<br />

produtiva da carne bovina, face aos<br />

equívocos que apresentam.<br />

Sobre a Abrafrigo<br />

A Associação foi criada em<br />

2004 e tem sede em Curitiba (PR).<br />

Através dos sindicatos estaduais filiados<br />

e empresas diretamente filiadas,<br />

soma em torno de 300 empresas,<br />

mais oito ligadas ao departamento<br />

internacional. Departamento este<br />

cuja finalidade é inserir e habilitar<br />

empresas filiadas a ele nos vários<br />

países adquirentes da carne bovina<br />

brasileira, além da participação em<br />

feiras e congressos internacionais.<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°3 / Abril de 2012<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°3 / Abril de 2012


20 Agronegócio<br />

Agronegócio 21<br />

Foto: Divulgação<br />

AGRONEGÓCIO<br />

REPRESENTA CERCA DE<br />

22,3% DO PIB<br />

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes<br />

Ribeiro Filho, fala sobre os planos para o agronegócio brasileiro<br />

Quais são os planos do Ministério da Agricultura,<br />

Pecuária e Abastecimento (Mapa)<br />

para o crescimento e fortalecimento do<br />

agronegócio brasileiro? Quais as prioridades<br />

do governo em relação ao agronegócio?<br />

O agronegócio é o grande motor da economia<br />

brasileira. Representa cerca de 22,3 % do<br />

PIB e é responsável pelo superávit da balança<br />

comercial brasileira. Para garantir continuidade<br />

ao intenso desenvolvimento do setor, nossa política<br />

agrícola precisa avançar. As nossas principais<br />

preocupações passam pela formulação de uma<br />

política agrícola mais ampla do que a que temos<br />

hoje, em sintonia com a agenda estratégica de<br />

cada cadeia produtiva. Temos que viabilizar alternativas<br />

que possam dar mais segurança e renda<br />

aos produtores. Precisamos trabalhar para ter uma<br />

política agrícola plurianual, diferenciada e efetiva.<br />

Com a implementação de um modelo de atuação<br />

firme nas negociações internacionais e o fortalecimento<br />

da defesa sanitária animal e vegetal, esperamos<br />

superar barreiras comerciais e conquistar<br />

novos mercados.<br />

Como está sendo desenvolvida e adotada a<br />

nova linha política agrícola para o Brasil?<br />

A minha prioridade à frente do Ministério da<br />

Agricultura, Pecuária e Abastecimento é ser um articulador<br />

da política agrícola, alguém que entenda as<br />

necessidades do setor. Tal política deve ser construída<br />

com ampla participação de todos os agentes envolvidos<br />

com o agronegócio nacional, com muito debate<br />

e em sinergia com as demais políticas públicas - fiscal<br />

e monetária, principalmente. Devemos atuar nas<br />

expectativas de plantio e comercialização, em harmonia<br />

com as práticas de mercado, recompensando<br />

a eficiência e incentivando a concentração dentro<br />

das cadeias produtivas e o cumprimento de contratos.<br />

Além de atualizar as bases da política agrícola<br />

brasileira, que foram estabelecidas na década de 60,<br />

é necessário pensar em políticas de médio e longo<br />

prazos, diferenciadas em função de renda, porte, cultura,<br />

região, nível gerencial ou tecnológico dos produtores.<br />

Defendo, ainda, a criação de uma agenda<br />

estratégica para cada cadeia produtiva, com ações<br />

voltadas à contenção da volatilidade de preços e à<br />

garantia de renda, com foco em agregação de tecnologia,<br />

melhoria da gestão, disseminação do seguro<br />

contra riscos climáticos e sustentabilidade. Queremos<br />

criar um cadastro de produtores e propriedades rurais<br />

que deverá ser feito com um projeto-piloto, de<br />

adesão voluntária junto à classe média rural, para a<br />

definição dessas propostas.<br />

Como o senhor avalia a balança comercial<br />

brasileira neste início de 2012?<br />

O agronegócio continua apresentando os melhores<br />

resultados e assegurando o superávit na balança<br />

comercial brasileira. Em 2011, as exportações<br />

brasileiras do agronegócio registraram o recorde histórico<br />

de US$ 94,59 bilhões, valor 24% superior ao<br />

alcançado em 2010 (US$ 76,4 bilhões). O bom desempenho<br />

fez de 2011 o melhor ano para a balança<br />

comercial do agronegócio desde 1997. Os produtos<br />

do complexo soja (grão, farelo e óleo) foram os que<br />

mais contribuíram para o crescimento nas vendas<br />

externas e os que registraram o maior valor de exportação.<br />

Complexo sucroalcooleiro e carnes também<br />

se destacaram nas exportações. Os principais<br />

destinos dos embarques de produtos nacionais foram<br />

os mercados da União Europeia, China, Estados<br />

Unidos, Rússia e Japão. Além disso, as exportações<br />

brasileiras de carne, em 2011, cresceram 14,7%. O<br />

setor de carne bovina registrou aumento de 11,5%;<br />

aves apontaram crescimento de 19,9% e carne suína<br />

7% superior também. Esses números mostram que<br />

mesmo com o embargo da Rússia, a carne brasileira<br />

encontrou novos destinos, o que garantiu o aumento<br />

das exportações. Os principais compradores da<br />

carne brasileira, em 2011, foram Hong Kong, Arábia<br />

Saudita, Venezuela, Egito, Ucrânia, Venezuela,<br />

União Europeia, Rússia e Japão. Esse bom desempenho<br />

repetiu-se em fevereiro de 2012, quando as<br />

exportações do agronegócio brasileiro totalizaram<br />

US$ 5,9 bilhões, 11,8% a mais na comparação com<br />

o mesmo mês de 2011. As importações alcançaram<br />

US$ 1,3 bilhão. Como resultado, a balança comercial<br />

do agronegócio registrou superávit de US$ 4,7<br />

bilhões. A meta do Ministério da Agricultura, Pecuária<br />

e Abastecimento para 2012 é ultrapassar US$<br />

100 bilhões em exportações, com estimativa de<br />

5,7% de crescimento.<br />

Quais são as ações do governo federal para<br />

ampliar as exportações e importações?<br />

Com a implementação de um modelo de atuação<br />

firme nas negociações internacionais e o fortalecimento<br />

da defesa sanitária animal e vegetal,<br />

esperamos superar barreiras comerciais e conquistar<br />

novos mercados. É constante a participação de<br />

representantes brasileiros da cadeia produtiva e do<br />

setor público em eventos internacionais, com a parceria<br />

do Mapa, e apostamos na promoção dos produtos<br />

e serviços agropecuários no mercado externo,<br />

estimulando o Brasil a se consolidar como provedor<br />

mundial de matérias-primas vegetais e alimentos de<br />

qualidade.<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°3 / Abril de 2012<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°3 / Abril de 2012


22 Economia<br />

Economia 23<br />

SICADERGS QUER<br />

EQUALIZAR TRIBUTAÇÃO<br />

o SICADERGS<br />

representa<br />

um setor<br />

importante<br />

para a<br />

economia do<br />

Rio Grande do<br />

Sul.<br />

DE PRODUTOS<br />

Deputado Jerônimo Goergen<br />

Sindicato da Indústria<br />

O de Carnes e Derivados<br />

no Estado do Rio Grande do Sul<br />

(SICADERGS) está sempre atento às<br />

demandas do setor. O presidente<br />

da entidade, Ronei Alberto Lauxen,<br />

destaca duas prioritárias. A primeira se<br />

refere a um ajuste na Lei 12.058/2009,<br />

que alterou a tributação do PIS/<br />

COFINS dos produtos resultantes do<br />

abate de bovinos, que passaram a<br />

ser beneficiados pela suspensão da<br />

tributação, depois de uma incansável<br />

luta do setor que durou cerca de cinco<br />

anos. “Ocorreu que, na redação final<br />

da lei, ficaram de fora alguns itens,<br />

como tripas, fígado e estômago,<br />

que estamos negociando para que<br />

sejam incluídos através de uma<br />

emenda à MP 556/2011, da qual o<br />

deputado federal Jerônimo Goergen<br />

é relator e que está tramitando no<br />

Congresso Nacional. Objetivamos<br />

com esta inclusão uma equalização<br />

da tributação entre todos os produtos<br />

resultantes do abate de bovinos”,<br />

explica Lauxen.<br />

A outra demanda trata de um<br />

problema que os frigoríficos estão enfrentando<br />

junto à Receita Federal, que<br />

está autuando as empresas por uma<br />

divergência na interpretação da legislação<br />

anterior à Lei 12.058/2009,<br />

quando ainda vigorava a incidência<br />

integral do PIS/COFINS sobre as carnes,<br />

e que dava direito a um crédito<br />

presumido de 60% nas compras de<br />

animais vivos para abate. “Pela complexidade<br />

da legislação tributária brasileira,<br />

cujas redações dão margem a<br />

interpretações divergentes, os auditores<br />

da Receita Federal estão admitindo<br />

crédito presumido de somente<br />

35%. Esta diferença está resultando<br />

em autuações milionárias, capazes de<br />

inviabilizar e provocar o fechamento<br />

de empresas”, afirma o presidente do<br />

<strong>Sicadergs</strong>.<br />

Atento a estas situações, o Sindicato<br />

está participando, junto com<br />

as entidades representativas nacionais<br />

como Associação Brasileira de<br />

Frigoríficos (Abrafrigo) e Associação<br />

Brasileira das Indústrias Exportadoras<br />

de Carne (Abiec), de uma jornada de<br />

negociações junto ao Ministério da<br />

Fazenda, com o objetivo de esclarecer<br />

definitivamente esta questão, buscando<br />

o reconhecimento por parte da<br />

Receita Federal do direito ao crédito<br />

de 60%. “Com isso estaremos tirando<br />

um peso enorme das indústrias que<br />

já foram autuadas e também daquelas<br />

que ainda poderiam ser. Estamos<br />

enfrentando uma situação de insegurança<br />

jurídica das empresas, que<br />

precisa ser resolvida urgentemente. O<br />

deputado Jerônimo Goergen está tendo<br />

uma atuação marcante no apoio<br />

desta demanda do setor”, esclarece<br />

Lauxen.<br />

Segundo ele, o <strong>Sicadergs</strong> se<br />

engajou nesta luta desde 2004,<br />

quando iniciou a negociação para<br />

desonerar a carne bovina, que não<br />

tinha capacidade contributiva para<br />

suportar uma tributação tão elevada,<br />

pois ainda tinha que concorrer com<br />

os abates clandestinos que faziam<br />

uma concorrência desleal com aqueles<br />

frigoríficos que trabalhavam legalmente.<br />

“Foram quase cinco anos<br />

de lutas até conseguirmos convencer<br />

o governo federal de que este setor<br />

merecia uma atenção e um tratamento<br />

diferenciado, por ser um setor<br />

que emprega muito no Brasil, além<br />

de envolver um enorme número de<br />

produtores primários que dependem<br />

diretamente desta atividade”.<br />

“Como ficamos com alguns<br />

produtos fora da lista da suspensão,<br />

desde 2009 continuamos lutando<br />

para que estes sejam incluídos, justamente<br />

para promovermos a justiça<br />

tributária. Como não estávamos<br />

evoluindo nas negociações junto ao<br />

governo federal, em 2011 buscamos<br />

apoio do deputado Jerônimo<br />

Goergen para resolvermos definitivamente<br />

esta questão. Como ele é<br />

o relator da MP 556, que trata de<br />

questões tributárias, tivemos o consenso<br />

que seria este o caminho que<br />

deveríamos trilhar para a busca da<br />

solução.”<br />

Para o deputado Jerônimo<br />

Goergen, o <strong>Sicadergs</strong> representa um<br />

setor importante para a economia do<br />

Rio Grande do Sul. “É um segmento<br />

de grande repercussão socioeconômica”,<br />

comenta. “Como relator da<br />

emenda à MP 556/2011, trabalho<br />

para manter a competitividade do<br />

setor, pois ela mantém o crédito presumido<br />

e evita a elevação de custo<br />

de 9,25%”.<br />

Ocorreu que, na<br />

redação final da<br />

Lei 12.058/2009,<br />

ficaram de fora<br />

alguns itens, como<br />

tripas, fígado<br />

e estômago,<br />

que estamos<br />

negociando<br />

para que sejam<br />

incluídos através<br />

de uma emenda à<br />

MP 556/2011.<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°3 / Abril de 2012<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°3 / Abril de 2012


24 Credenciamento<br />

Credenciamento 25<br />

Com a publicação da Lei<br />

7.889/89, os estabelecimentos<br />

que industrializam produtos<br />

de origem animal e que possuem<br />

registro nos Serviços de Inspeção<br />

Estaduais foram proibidos de transitar<br />

com seus produtos em outras<br />

unidades da federação. Da mesma<br />

forma, aquelas empresas registradas<br />

nos Serviços de Inspeção Municipais<br />

foram impedidos de comercializar<br />

seus produtos em outros municípios.<br />

A implantação do SUASA<br />

(Sistema Unificado de Atenção à Sanidade<br />

Agropecuária), criado pela Lei<br />

8.171/1991 (Lei de Política Agrícola),<br />

instituiu os Sistemas Brasileiros de Inspeção,<br />

permitindo aos estabelecimentos<br />

registrados nos Serviços de Inspeção<br />

Estaduais ou Municipais e que<br />

estejam engajados nestes Sistemas,<br />

o comércio em todo o território brasileiro,<br />

o que só caberia àqueles registrados<br />

no Ministério da Agricultura,<br />

Pecuária e Abastecimento (Mapa) por<br />

meio do Serviço de Inspeção Federal<br />

(SIF). Para que os estados ou municípios<br />

obtenham, de forma voluntária a<br />

adesão a este Sistema, é necessária a<br />

comprovação da equivalência junto<br />

ao Mapa dos seus processos e procedimentos<br />

de inspeção e fiscalização.<br />

A palavra SUASA tem sido<br />

erroneamente divulgada como sinônimo<br />

de programa de inspeção de produtos<br />

de origem animal. Dentro da<br />

ampla ideia de SUASA, estão constituídos<br />

os Sistemas Brasileiros de Inspeção<br />

de Produtos e Insumos Agropecuários,<br />

dentro dos quais se encontra o<br />

Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos<br />

de Origem Animal (SISBI-POA).<br />

A Coordenadoria de Inspeção<br />

Industrial e Sanitária de Produtos<br />

de Origem Animal (CISPOA) realiza<br />

atividades de inspeção e fiscalização<br />

em estabelecimentos que manipulam<br />

e industrializam produtos de origem<br />

animal, registrados dentro do seu<br />

âmbito. Hoje, existem 147 estabelecimentos<br />

envolvidos com o abate de<br />

animais registrados na CISPOA e que<br />

estão em atividade. No ano de 2011,<br />

os estabelecimentos registrados nesta<br />

Coordenadoria responderam por<br />

mais da metade do número de animais<br />

abatidos oficialmente no RS.<br />

Após uma série de tratativas<br />

e sucessivas auditorias realizadas<br />

pelo Mapa, o mesmo publicou, em<br />

O SISTEMA<br />

BRASILEIRO DE<br />

INSPEÇÃO<br />

*Por Diego Viedo Facin<br />

01/09/2011, a Portaria 679-A, a<br />

qual considera as atividades de inspeção<br />

e fiscalização realizadas pela<br />

CISPOA equivalentes. Com isso, o<br />

serviço de inspeção estadual gaúcho<br />

adquiriu a prerrogativa de indicar as<br />

indústrias sob sua responsabilidade<br />

que reúnem os requisitos necessários<br />

para fazerem parte do Sistema.<br />

Ao serem indicadas, tais indústrias<br />

gozam do livre trânsito de seus produtos<br />

em todo o território nacional.<br />

Cabe salientar que qualquer<br />

empreendimento registrado na CIS-<br />

POA pode solicitar sua indicação<br />

ao SISBI-POA. Como requisitos para<br />

tal, exige-se que todas as legislações<br />

da CISPOA sejam rigorosamente<br />

cumpridas, com especial atenção<br />

às Boas Práticas de Fabricação, elemento<br />

indispensável para o credenciamento.<br />

Por ser uma ferramenta<br />

indispensável para a garantia da<br />

qualidade e inocuidade dos produtos,<br />

o parecer favorável em auditoria de<br />

BPF se transformou na primeira etapa<br />

a ser buscada pela indústria que<br />

almeja a participação no Sistema.<br />

A partir daí é iniciada uma série de<br />

vistorias sucessivas, a fim de verificar<br />

as condições estruturais do local. É<br />

salutar que se lembre que a legislação<br />

(e também as Normas Técnicas)<br />

a serem seguidas são as da<br />

CISPOA e não as do Mapa. Este<br />

ponto ainda causa confusão em<br />

uma grande parte dos empresários<br />

interessados no programa. Algumas<br />

diferenciações foram criadas para<br />

as indústrias participantes do SISBI,<br />

como na frequência da análise de<br />

seus produtos, sempre no intuito de<br />

promover a maior garantia na qualidade<br />

e inocuidade dos produtos.<br />

No final do processo, o estabelecimento<br />

que atingir por completo<br />

todos os requisitos terá sua indicação<br />

realizada. Após a confecção de rotulagem<br />

com o logotipo do SISBI e<br />

a confecção dos Certificados Sanitários<br />

para trânsito fora do RS, seus<br />

APM<br />

produtos poderão ser comercializados<br />

em todo o Brasil.<br />

Hoje a CISPOA possui um estabelecimento<br />

indicado, visto ser um<br />

processo bastante seleto. Porém, com<br />

a continuidade ininterrupta do trabalho<br />

da CISPOA junto às empresas<br />

registradas e com os avanços realizados<br />

pelas empresas, estimamos que<br />

mais uma série de estabelecimentos<br />

sejam indicados ainda no primeiro<br />

semestre de 2012 (lembrando que<br />

é grande a procura por orientações<br />

sobre o SISBI, já que a maioria dos<br />

empreendimentos busca a expansão<br />

dos seus mercados consumidores).<br />

Desta forma, fica evidente a<br />

possível acessibilidade de qualquer<br />

empresa registrada na CISPOA ao<br />

SISBI-POA, sistema que vem para<br />

modernizar os procedimentos adotados<br />

nos diferentes níveis de inspeção.<br />

Cada vez mais exigentes, os mercados<br />

consumidores colocam em destaque<br />

os empreendimentos que zelam pela<br />

maior qualidade de seus produtos e<br />

que buscam alguma diferenciação,<br />

palavra em voga quando se fala em<br />

competitividade empresarial.<br />

*Diego Viedo Facin é médico<br />

veterinário da SEAPA RS (Secretaria de<br />

Agricultura Pecuária e Agronegócio)<br />

e trabalha no Setor de Carnes e Derivados<br />

da CISPOA (Coordenadoria<br />

de Inspeção Industrial e Sanitária de<br />

Produtos de Origem Animal). Formado<br />

pela Ufrgs e com especialização<br />

em produção, higiene e tecnologia de<br />

produtos de origem animal também<br />

pela Ufrgs, é responsável pelo gerenciamento<br />

do programa SISBI-POA<br />

dentro da Secretaria.<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°3 / Abril de 2012<br />

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26 Feiras<br />

Feiras 27<br />

ESTADO APOIA<br />

EMPRESAS<br />

EM FEIRAS<br />

O G o v e r n o<br />

do Estado do<br />

RS, por meio da Secretaria<br />

de Desenvolvimento e<br />

Promoção do Investimento<br />

(SDPI), apoia empresas<br />

gaúchas na prospecção<br />

de negócios. O Programa<br />

de Apoio à Participação<br />

de Empresas Gaúchas<br />

em Feiras Internacionais<br />

foi instituído em 2000 e<br />

vem sendo aprimorado<br />

desde então. Quem informa<br />

é a chefe de gabinete<br />

e coordenadora do Programa<br />

de Articulação Internacional<br />

do Sistema de<br />

Desenvolvimento do Rio<br />

Grande do Sul, Mariela<br />

Klee. Segundo ela, esse<br />

programa fundamentalmente<br />

apoia as empresas<br />

do Rio Grande do Sul<br />

através de subsídio para<br />

compra de área e montagem<br />

de estande coletivo.<br />

Uma das feiras é a de<br />

Anuga, em Colônia, na Alemanha,<br />

que, no ano passado, contou com a<br />

participação das empresas gaúchas<br />

Conservas Oderich S/A, de São Sebastião<br />

do Caí, e Frigorífico Silva, de<br />

Santa Maria.<br />

O Programa de Apoio à Participação<br />

em Feiras Internacionais está<br />

inserido na Política Industrial do Estado<br />

do RS, com o objetivo de auxiliar<br />

as empresas gaúchas a conquistarem<br />

novos nichos de mercados, sejam<br />

eles externos ou internos. O processo<br />

compreende não apenas o comércio<br />

e as relações econômicas, mas também<br />

a capacitação dos recursos humanos,<br />

o apoio aos setores estratégicos,<br />

sendo eles da nova economia ou<br />

da economia tradicional. Essa iniciativa<br />

também visa a apresentar o Rio<br />

Grande do Sul como uma economia<br />

moderna, onde é possível concretizar<br />

oportunidades para toda a indústria,<br />

divulgando suas potencialidades,<br />

seus produtos e suas qualidades.<br />

Mariela explica que, em uma<br />

feira internacional, pode haver subsídio<br />

somente da SDPI, somente da<br />

Agência Brasileira de Promoção de<br />

Exportações e Investimentos (Apex-<br />

Brasil), de ambas, ou ainda de outros<br />

apoiadores, como entidades de classe,<br />

sindicatos, associações. “Quando<br />

houver simultaneidade de apoio,<br />

o mesmo será de complementariedade.<br />

Contudo, o empresário sempre<br />

arcará com uma parte do valor total,<br />

por menor que seja.”<br />

Conforme Mariela, para uma<br />

empresa de pequeno porte, muitas<br />

vezes o subsídio é o determinante<br />

para sua participação em uma feira<br />

internacional. Quanto ao percentual,<br />

este varia de acordo com o número<br />

de empresas participantes do estande<br />

coletivo, o valor do projeto e o<br />

número de apoiadores.<br />

“De modo geral, o retorno<br />

para o Estado virá, principalmente,<br />

através dos resultados das empresas,<br />

após a participação nas feiras, tanto<br />

pelo aumento das vendas, quanto<br />

pelo contato com novas tecnologias<br />

que poderão ser incorporadas aos<br />

seus processos produtivos”, esclarece<br />

a coordenadora.<br />

Outras feiras<br />

“Em 2012, estamos apoiando<br />

as empresas nos setores estratégicos,<br />

especialmente aqueles da economia<br />

tradicional cujo foco principal é a promoção<br />

comercial. Dentro do agronegócio,<br />

já apoiamos a participação na<br />

Prowein e temos previsão de aporte<br />

financeiro para a Bio Brazil Fair, Sial<br />

Paris, London Wine Fair, Expocachaça,<br />

Sial Brazil e Agrishow.<br />

Critérios da SDPI para<br />

participação em feiras<br />

internacionais<br />

1) As solicitações de apoio às<br />

empresas gaúchas para participação<br />

em Feiras Internacionais deverão ser<br />

demandadas por uma entidade de<br />

classe;<br />

2) O percentual de apoio financeiro<br />

será definido de acordo com<br />

os setores estratégicos da economia<br />

do Rio Grande do Sul, o número de<br />

empresas participantes, bem como o<br />

porte/faturamento;<br />

3) A empresa deverá atender<br />

aos pré-requisitos abaixo:<br />

a) matriz ou planta produtiva<br />

no Rio Grande do Sul;<br />

b) comprovar objetivo social<br />

compatível com o propósito da feira,<br />

excluída a representação comercial<br />

ou exclusivamente de atividade comercial;<br />

c) comprovar a compatibilidade<br />

do (s) seu(s) produto(s) com a Feira;<br />

d) comprovar a situação de<br />

regularidade com a Secretaria da Fazenda<br />

Estadual (consulta Cadin/RS);<br />

e) comprovar a situação de<br />

regularidade fiscal, previdenciária,<br />

trabalhista e social (INSS, FGTS, Certidão<br />

Conjunta de Débitos Relativos<br />

a Tributos Federais e Dívida Ativa da<br />

União, bem como Certidão Negativa<br />

de Tributos Estaduais);<br />

f) comprovar seu vínculo a<br />

uma entidade de classe, associação<br />

e/ou cooperativa;<br />

g) preencher a ficha de pré-cadastro<br />

e do Termo de Compromisso,<br />

a ser entregue devidamente assinada,<br />

com firma reconhecida);<br />

4) Será priorizada no processo<br />

de qualificação primeiramente a<br />

empresa que for participar da feira internacional<br />

pela primeira vez, e, subsequentemente,<br />

aquela empresa que<br />

possuir menor índice de participação<br />

em edições anteriores em feiras internacionais<br />

apoiadas pela SDPI (ou<br />

pela extinta SEDAI, no período 2000-<br />

2010);<br />

5) as empresas participantes<br />

deverão ter individualmente suas inscrições<br />

e contratos com a organizadora/promotora<br />

da feira ou com o parceiro<br />

do projeto, inclusive aquelas que<br />

compartilharem o mesmo módulo.<br />

Participação da Oderich na Feira em<br />

Anuga, em 2011.<br />

Oderich<br />

A Conservas Oderich S/A,<br />

de São Sebastião do Caí, esteve<br />

presente na Feira Anuga, em Colônia,<br />

Alemanha, em outubro do<br />

ano passado, graças ao subsídio<br />

da SDPI de 50% do valor das despesas<br />

de ocupação do espaço de<br />

seu estande. De acordo com o diretor<br />

comercial, Marcos Oderich,<br />

o apoio é muito importante, porque<br />

minimiza custos e motiva a<br />

empresa a participar destes eventos<br />

que dão visibilidade no mercado<br />

internacional.<br />

“Durante a Feira, recebemos<br />

visitas de clientes tradicionais<br />

e tivemos oportunidade de abrir<br />

novas frentes de negócios com a<br />

adesão de outros clientes em nossa<br />

carteira”, conta Oderich. Em<br />

sua opinião, é importante que o<br />

Estado apoie este tipo de evento,<br />

pois viabiliza participações que,<br />

muitas vezes, não seriam possíveis<br />

sem este suporte.<br />

Foto: Divulgação<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°3 / Abril de 2012<br />

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28 Perfil<br />

Perfil 29<br />

BOA ESPERANÇA:<br />

INDÚSTRIA<br />

PARA NOVOS<br />

TEMPOS<br />

nal de Tecnologia para a Indústria<br />

da Carne (TecnoCarne), em São<br />

Paulo (SP); Feira Internacional de<br />

Negócios, Processamento e Industrialização<br />

da Carne (Mercoagro),<br />

em Chapecó (SC); e Import and<br />

Export Fair (Canton Fair), na China.<br />

Os colaboradores da Boa<br />

Esperança recebem anualmente,<br />

com reforços semestrais, cursos de<br />

atualizações em “Boas Práticas de<br />

Fabricação” e ganham incentivos<br />

para cursos de especialização e atualização<br />

nas áreas específicas. Para<br />

Ronaldo, o Sindicato da Indústria de<br />

Carnes e Derivados no Estado do<br />

RS (<strong>Sicadergs</strong>), do qual é vice-presidente,<br />

tem papel fundamental no<br />

desenvolvimento das empresas do<br />

setor, porque representa a sua união<br />

na luta das questões de mercado e<br />

na forte atuação política.<br />

Ronaldo acredita que o desafio<br />

da indústria moderna de carnes<br />

bovinas é fugir da “mesmice”. “A indústria<br />

frigorífica precisa assumir o<br />

seu papel - do abate até o produto<br />

acabado para o consumidor -, pois<br />

este papel, de processar as carnes,<br />

é nosso e não deve ser transferido<br />

para o varejo. É o único jeito que<br />

vejo para que a cadeia se fortaleça<br />

O grande marco na<br />

história da empresa<br />

ocorreu em 2007,<br />

quando passou<br />

de familiar para<br />

seu novo formato<br />

administrativo.<br />

Tudo começou com o sonho<br />

de um casal, em<br />

1978. O sonho de criar uma empresa,<br />

gerar empregos e contribuir para<br />

o crescimento de sua comunidade,<br />

na Vila Palmeira, município de Santo<br />

Antônio da Patrulha (RS). Assim nasceu<br />

a Boa Esperança Agroindústria<br />

Ltda, fundada por Adão Nunes dos<br />

Santos e Eva Portal dos Santos. No<br />

início, era apenas um pequeno matadouro,<br />

dando início à atividade<br />

de abate ainda em regime de inspeção<br />

municipal. A empresa surgiu<br />

em 1986 e funciona em uma área<br />

construída de cerca de sete mil metros<br />

quadrados, dentro de um terreno<br />

de 120 mil metros quadrados.<br />

Tem como diretor-presidente o filho<br />

dos fundadores, Paulo Ronaldo dos<br />

Santos, e possui ainda uma filial logística<br />

em Porto Alegre.<br />

A Boa Esperança deixou de<br />

trabalhar com os grandes cortes e<br />

passou a produzir cortes com maior<br />

valor agregado embalados a vácuo<br />

e em porções, como bifes, cubos<br />

e isacas de carne. Ela oferece soluções<br />

que vão desde produtos de<br />

carne ideais até a logística, embalagem<br />

e serviço personalizado. “Tudo<br />

de acordo com a necessidade e<br />

avaliação individual que faz para<br />

cada cliente, que são as redes varejistas<br />

e cozinhas industriais”, explica<br />

Ronaldo. Para isso, conta com um<br />

corpo técnico à frente da linha de<br />

produção, com formação específica<br />

em cada área. Segundo o dirigente,<br />

gera 120 empregos diretos e cerca<br />

de 100 empregos indiretos.<br />

“Pretendo manter nossa atual<br />

linha de produção e incorporar novas<br />

tecnologias de processamento,<br />

como a atmosfera controlada termoformada.<br />

Com ela, é feita a retirada<br />

do ar normal das bandejas de<br />

carne e são adicionados oxigênio e<br />

CO2, o que aumenta a vida útil do<br />

produto uma vez que inibe a formação<br />

de bactérias. Também estamos<br />

importando equipamentos de última<br />

geração para cortes e gramagens e<br />

espessuras exatas”, esclarece.<br />

Ronaldo conta que o grande<br />

marco na história da empresa<br />

ocorreu em 2007, quando passou<br />

de familiar para seu novo formato<br />

administrativo. Desde então, vem<br />

se qualificando. Participa de feiras<br />

e exposições, como a Feira Internacional<br />

para a Indústria da Carne<br />

(IFFA), realizada em Frankfurt (Alemanha);<br />

SIAL Paris, o maior evento<br />

de alimentos e bebidas no mundo,<br />

em Paris (França); Feira Internacio-<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°3 / Abril de 2012<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°3 / Abril de 2012


30 Perfil<br />

Perfil 31<br />

e possa pagar um preço mais justo<br />

para o produtor e chegar a um valor<br />

compatível para o consumidor”,<br />

finaliza.<br />

Histórico<br />

1995 - A empresa em crescimento<br />

conquista seu espaço e, nessa<br />

perspectiva e aproveitando o incentivo<br />

do governo, cria a Fundação<br />

Adão e Eva em prol do bem-estar de<br />

seus colaboradores (saúde, alimentação<br />

e recreação se destacam entre<br />

as ações da fundação).<br />

1997 - A empresa está com<br />

uma boa imagem no mercado, segue<br />

seu desenvolvimento, os negócios<br />

andam muito bem e, numa<br />

visão de futuro, cria a marca ALL-<br />

BANI, direcionando sua atividade à<br />

comercialização de carnes embaladas<br />

à vácuo.<br />

2007 - Através das experiências<br />

adquiridas e seguindo<br />

um sentimento empreendedor,<br />

cada sócio define e<br />

segue seus objetivos separadamente.<br />

A Boa Esperança passa por uma reestruturação<br />

societária e é adotado<br />

um novo formato administrativo. Assume<br />

como presidente-executivo um<br />

dos filhos, Paulo Ronaldo dos Santos,<br />

e como presidentes do Conselho,<br />

Adão Nunes dos Santos e Eva<br />

Portal dos Santos. A partir de então,<br />

passam a gerir a empresa sob uma<br />

nova ótica. Cria-se um organograma<br />

corporativo e são contratados<br />

profissionais qualificados e com formação<br />

técnica em todas as áreas.<br />

Nesta fase a empresa deixa de atuar<br />

na segmentação do varejo e passa a<br />

atender grandes contas contratuais.<br />

2008 - A Boa Esperança<br />

Agroindústria busca alternativas<br />

para seus projetos de modernização<br />

e ideias de vanguarda, participando<br />

de feiras nacionais e internacionais.<br />

O objetivo na maior qualificação do<br />

atendimento ao seu cliente e o foco<br />

no desenvolvimento de produtos são<br />

destaques.<br />

2009 - Este ano é marcado<br />

pela modernização. A empresa investe<br />

forte em seu parque industrial<br />

e em equipamentos de última geração,<br />

dando um salto importante em<br />

tecnologia, faturamento e número<br />

de funcionários.<br />

2010 - A empresa mantém<br />

ritmo forte e seu foco nas melhorias<br />

e investimentos em tecnologias e<br />

qualificação profissional.<br />

2011 - Com 25 anos ininterruptos<br />

de atividades, a Boa Esperança<br />

Agroindústria numa perspectiva<br />

de inovação no setor se prepara<br />

para 2012: planejamento estratégico<br />

para 15 anos; implantação de<br />

um novo conceito em processamento<br />

de carnes vermelhas; projeto de<br />

um novo parque industrial dinâmico<br />

e reestruturação do atual; busca<br />

de certificação através de auditoria<br />

externa; lançamento de novos produtos<br />

com destaque para os précozidos;<br />

projeto de crescimento e<br />

consolidação de novos negócios,<br />

dobrando os atuais números de faturamento.<br />

Ronaldo recebe homenagem do <strong>Sicadergs</strong> pela<br />

passagem dos 25 anos da empresa<br />

Distribuidor autorizado<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°3 / Abril de 2012<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°3 / Abril de 2012


32 Lista de Associados<br />

Lista de Associados 33<br />

CONHEÇA OS ASSOCIADOS DO SICADERGS<br />

AGROINDUSTRIAL NOVA BRÉSCIA LTDA<br />

NOVA BRÉSCIA - RS<br />

FONE: (51) 9681-1437<br />

E-MAIL: titton@terra.com.br<br />

AIRTON KLEIN<br />

ALMIRANTE TAMANDARÉ - RS<br />

FONE1: (54) 3331-3714<br />

FONE2: (54) 3615-1146<br />

FONE3: (54) 3615-1098<br />

E-MAIL: lolohartamann@brturbo.com.br<br />

ALLES IND E COM DE CARNES E DERIV LTDA<br />

DOIS IRMÃOS - RS<br />

FONE: (51) 3564-1895<br />

E-MAIL: carneschuletao@terra.com.br<br />

APEBRUN COM. DE CARNES LTDA<br />

VACARIA - RS<br />

FONE1: (54) 3027-3512<br />

FONE2: (54) 3229-3512<br />

E-MAIL: frigorífico@apebrum.com.br<br />

BOA ESPERANÇA AGROINDÚSTRIA LTDA<br />

STO. ANTº PATRULHA - RS<br />

FONE1: (51) 3409-3012<br />

FONE2: (51) 3409-3009<br />

E-MAIL: allbani@allbani.com.br<br />

CALLEGARO E IRMÃOS LTDA<br />

SANTO ÂNGELO - RS<br />

FONE1: (55) 3313-2810<br />

FONE2: (55) 9961-6535<br />

E-MAIL: callegaroeirmaos@terra.com.br<br />

CAMBARÁ LOGÍSTICA FRIGORÍFICO LTDA<br />

STA VITÓRIA PALMAR - RS<br />

FONE1: (53) 3263-1098<br />

FONE2: (53) 3263-4321<br />

FONE3: (53) 3263-1234<br />

E-MAIL: mercadomilano@terra.com.br<br />

CASA DE CARNES ZART LTDA<br />

TEUTÔNIA - RS<br />

FONE1: (51) 3762-7160<br />

FONE2: (51) 3762-2530<br />

FONE3: (51) 9953-0965<br />

E-MAIL: gustavo@digiservcontabilidade.com<br />

COMERCIAL JACUÍ LTDA.<br />

PASSO FUNDO - RS<br />

FONE1: (54) 3313-3900<br />

FONE2: (54) 3313-8753<br />

FONE3: (54) 3387-1141<br />

E-MAIL: hammes@razaoinfo.com.br<br />

CONSERVAS ODERICH S/A<br />

SAO SEBASTIAO DO CAI - RS<br />

FONE1: (51) 3635-1609<br />

FONE2: (51) 9984-7050<br />

FONE3: (51) 3635-1382<br />

E-MAIL: marcos@oderich.com.br<br />

COOP AGROPECUÁRIA METADE SUL<br />

PANTANO GRANDE - RS<br />

FONE1: (51) 3734-1402<br />

FONE2: (51) 3734-1399<br />

FONE3: (51) 8182-1733<br />

E-MAIL: Mara@coomesulbeef.com.br<br />

COOP. AGRO-PECUÁRIA ALTO URUGUAI LTDA.<br />

TRÊS DE MAIO - RS<br />

FONE1: (55) 3535-9600<br />

FONE2: (55) 3535-1091<br />

FONE3: (55) 3535-9658<br />

E-MAIL: frigorifico@cotrimaio.com.br<br />

COOP. AGROPECUÁRIA COOPSUL LTDA.<br />

BOM RETIRO DO SUL - RS<br />

FONE: (51) 3766-1177<br />

E-MAIL: coopsul@uol.com.br<br />

COOP. DA FRONTEIRA OESTE CARNES E DERIVADOS LTDA.<br />

URUGUAIANA - RS<br />

FONE1: (55) 3412-5904<br />

FONE2: (55) 3413-1116<br />

FONE3: (55) 3412-3605<br />

E-MAIL: coop.frigoeste@uol.com.br<br />

COOP. DE PROD AGROPEC CASCATA LTDA -<br />

COOPTAR<br />

PONTÃO - RS<br />

FONE: (54) 3503-0195<br />

E-MAIL: cooptar@terra.com.br<br />

COOP. SUINOCULTORES DO CAÍ SUPERIOR LTDA.<br />

HARMONIA - RS<br />

FONE: (51) 3695-1155<br />

E-MAIL: ourodosul@ourodosul.com.br<br />

COTRIPAL AGROPECUÁRIA COOP (FRIGORÍFICO)<br />

CONDOR - RS<br />

FONE1: (55) 3375-9047<br />

FONE2: (55) 3375-9000<br />

FONE3: (55) 3816-1830<br />

E-MAIL: sfrigo@cotripal.com.br<br />

FAMÍLIA KROTH IND E COM DE CARNES LTDA.<br />

VENÂNCIO AIRES - RS<br />

FONE1: (51) 3741-5945<br />

FONE2: (51) 9993-1009<br />

E-MAIL: fk@viavale.com.br<br />

FRIGO W MAT E FRIG LTDA<br />

DOM PEDRITO - RS<br />

FONE: (55) 3243-4884<br />

E-MAIL: ahw@frigow.com.br<br />

FRIGOMAI IND E COM DE ALIMENTOS LTDA<br />

CACHOEIRA DO SUL - RS<br />

FONE: (51) 9548-0171<br />

E-MAIL: alexandre@canarin.com.br<br />

FRIGORÍFICO 3K LTDA<br />

MATO LEITÃO - RS<br />

FONE: (51) 3784-1251<br />

E-MAIL: frigorifico3k@gmail.com<br />

FRIGORÍFICO BOI NA BRASA LTDA<br />

SÃO MARCOS - RS<br />

FONE: (54) 3291-3454<br />

E-MAIL: frigorificoboinabrasa@hotmail.com<br />

FRIGORÍFICO BRAVO LTDA<br />

CAXIAS DO SUL - RS<br />

FONE: (54) 3283-1428<br />

E-MAIL: mariaglauci17@hotmail.com<br />

FRIGORÍFICO CANTARELLI E BARISON LTDA.<br />

SÃO LEOPOLDO - RS<br />

FONE1: (51) 3588-7477<br />

FONE2: (51) 3588-7410<br />

FONE3: (51) 3566-4081<br />

E-MAIL: cooperleo@sinos.net<br />

FRIGORÍFICO CASON LTDA<br />

PUTINGA - RS<br />

FONE1: (51) 3777-1144<br />

FONE2: (51) 3247-1124<br />

E-MAIL: coprocarnes@msbnet.com.br<br />

FRIGORÍFICO DO SUL LTDA<br />

PASSO DO SOBRADO - RS<br />

FONE1: (51) 3787-1282<br />

FONE2: (51) 3340-3043<br />

E-MAIL: comercial@frigorificodosul.com.br<br />

FRIGORÍFICO E DISTRIB. DE CARNES<br />

BOA VISTA LTDA<br />

STA. MARIA DO HERVAL - RS<br />

FONE1: (51) 3567-1151<br />

FONE2: (51) 3022-5622<br />

FONE3: (51) 3224-3779<br />

E-MAIL: frigorifico.e@terra.com.br<br />

FRIGORÍFICO EXTREMO SUL S/A<br />

CAPÃO DO LEÃO - RS<br />

FONE: (53) 3284-2700<br />

E-MAIL: knorr@sulvia.com.br<br />

FRIGORÍFICO FORESTA LTDA<br />

SÃO GABRIE - RS<br />

FONE: (55) 3232-5510<br />

E-MAIL: gerencialff@sgnet-rs.com.br<br />

FRIGORÍFICO GASSEN LTDA.<br />

STA CRUZ DO SUL - RS<br />

FONE1: (51) 3711-3613<br />

FONE2: (51) 9996-1516<br />

E-MAIL: fernandogassen@bol.com.br<br />

FRIGORÍFICO LAGOENSE LTDA<br />

STO ANTÔNIO DA PATRULHA - RS<br />

FONE1: (51) 3501-6322<br />

FONE2: (51) 9674-6294<br />

FONE3: (51) 3662-3589<br />

E-MAIL: maico@marenco.com.br<br />

FRIGORÍFICO MARIENSE LTDA<br />

VILA MARIA - RS<br />

FONE: (54) 3359-1090<br />

E-MAIL: frigomariense@ibest.com.br<br />

FRIGORÍFICO MONTENEGRO LTDA<br />

MONTENEGRO - RS<br />

FONE: (51) 3632-9137<br />

E-MAIL: katia@carnesul.com.br<br />

FRIGORÍFICO PASTORE LTDA<br />

ANTÔNIO PRADO - RS<br />

FONE1: (54) 3504-1228<br />

FONE2: (54) 9973-3060<br />

FONE3: (54) 3292-1718<br />

E-MAIL: agfortuna@nol.com.br<br />

FRIGORÍFICO PAVERAMA LTDA<br />

PAVERAMA - RS<br />

FONE1: (51) 3761-1630<br />

FONE2: (51) 3567-1108<br />

E-MAIL: carnesherval@uol.com.br<br />

FRIGORÍFICO SÃO GREGÓRIO LTDA.<br />

PAROBÉ - RS<br />

FONE: (51) 3565-2258<br />

E-MAIL: andrea@saogregorio.com.br<br />

FRIGORÍFICO SÃO GREGÓRIO LTDA. – Filial Mariante<br />

VÊNANCIO AIRES - RS<br />

FONE1: (51) 3749-0030<br />

FONE2: (51) 3653-4153<br />

E-MAIL: diegosag1@hotmail.com<br />

FRIGORÍFICO SAPÉ LTDA.<br />

VENÂNCIO AIRES - RS<br />

FONE1: (51) 3501-5955<br />

FONE2: (51) 3501-5965<br />

FONE3: (51) 3501-5912<br />

E-MAIL: chico@frigorificosape.com.br<br />

FRIGORÍFICO SELBACH LTDA.<br />

SELBACH - RS<br />

FONE: (54) 3313-0992<br />

E-MAIL: rafael@excelenciacontabil.com.br<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°3 / Abril de 2012<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°3 / Abril de 2012


34<br />

Lista de Associados<br />

FRIGORÍFICO SILVA IND. E COM. LTDA.<br />

SANTA MARIA - RS<br />

FONE: (55) 2103-2525<br />

E-MAIL: comercial4@frigorificosilva.com.br<br />

FRIGORÍFICO TRÊS C S/A<br />

RIO PARDO - RS<br />

FONE1: (51) 3731-1745<br />

FONE2: (51) 3731-1746<br />

E-MAIL: carlosjunior@trescalimentos.com.br<br />

FRIGORIFICO ZIMMER LTDA<br />

SAPIRANGA - RS<br />

FONE1: (51) 3599-2635<br />

FONE2: (51) 3559-5330<br />

E-MAIL: frigozimmer@netwizard.com.br<br />

INCOAL – IND E COM DE ALIMENTOS LTDA<br />

SAPIRANGA - RS<br />

FONE: (51) 3599-2824<br />

E-MAIL: contabilborn@netwizard.com.br<br />

INDÚSTRIA DE ALIMENTOS RAY LTDA<br />

PORTO ALEGRE - RS<br />

FONE: (51) 3374-6062<br />

E-MAIL: rayalimentos@terra.com.br<br />

MARCELO SARTORI<br />

AUGUSTO PESTANA - RS<br />

FONE1: (55) 3322-2019<br />

FONE2: (55) 3333-6236<br />

FONE3: (55) 3332-2333<br />

E-MAIL: matadourosartori@terra.com.br<br />

MARFRIG ALIMENTOS S/A<br />

SÃO GABRIEL - RS<br />

FONE: (55) 3237-2900<br />

E-MAIL: edvandro.rodrigues@marfrig.com.br<br />

MARFRIG ALIMENTOS S/A<br />

CAPÃO DO LEÃO - RS<br />

FONE: (53) 3284-2700<br />

E-MAIL: maria.rosa@marfrig.com.br<br />

MATADOURO FRIGORÍFICO DALLA NORA LTDA.<br />

BOA VISTA DO CADEADO - RS<br />

FONE: (55) 9165-5977<br />

E-MAIL: pedrazi@uol.com.br<br />

MATADOURO FRIGORÍFICO PRODUCARNE LTDA.<br />

BAGÉ - RS<br />

FONE: (51) 8149-3886<br />

E-MAIL: edsonendres@terra.com.br<br />

MATADOURO ZIMMERMANN LTDA.<br />

NOVA PETRÓPOLIS - RS<br />

FONE: (54) 3287-5060<br />

E-MAIL: matadouro@zimmermann-rs.com.br<br />

MFB MARFRIG FRIGORÍFICOS BRASIL S/A<br />

ALEGRETE - RS<br />

FONE: (55) 3421-8900<br />

E-MAIL: alisson.borges@marfrig.com.br<br />

MFB MARFRIG FRIGORÍFICOS BRASIL S/A<br />

MATO LEITÃO - RS<br />

FONE1: (51) 3784-4800<br />

FONE2: (51) 3784-4804<br />

E-MAIL: paulo.gaspar@marfrig.com.br<br />

MFB MARFRIG FRIGORÍFICOS BRASIL S/A<br />

BAGÉ - RS<br />

FONE1: (53) 3240-5700<br />

FONE2: (53) 3240-5766<br />

FONE3: (53) 3240-5741<br />

E-MAIL: jose.aguilar@marfrig.com.br<br />

MFB MARFRIG FRIGORÍFICOS BRASIL S/A<br />

CAPÃO DO LEÃO - RS<br />

FONE1: (53) 3275-5810<br />

E-MAIL: maria.inssaurriaga@marfrig.com.br<br />

P. R. MACIEL<br />

TAQUARA - RS<br />

FONE1: (51) 3544-7072<br />

FONE2: (51) 3542-1997<br />

E-MAIL: maciel@tca.com.br<br />

PAMPEANO ALIMENTOS S/A<br />

HULHA NEGRA - RS<br />

FONE1: (53) 3249-1519<br />

FONE2: (53) 3249-1520<br />

FONE3: (53) 3249-1518<br />

E-MAIL: rui.mendonca@pampeano.com.br<br />

PROVIN MILANI COMÉRCIO DE ALIMENTOS LTDA. BENTO<br />

GONÇALVES - RS<br />

FONE1: (54) 3455-5555<br />

FONE2: (54) 972-1664<br />

FONE3: (54) 3455-5565<br />

E-MAIL: direcao@frigofar.com.br<br />

QUANTO ALIMENTOS IND. E COM. LTDA<br />

SÃO LEOPOLDO - RS<br />

FONE: (51) 3589-6500<br />

E-MAIL: quanto@quantoalimentos.com.br<br />

RAPHAEL VANHOVE & FILHOS LTDA<br />

SÃO GABRIEL - RS<br />

FONE1: (55) 3232-5733<br />

FONE2: (55) 3232-6080<br />

FONE3: (55) 3232-1868<br />

E-MAIL: vanhove@terra.com.br<br />

RENATO TELLES<br />

IBIAÇA - RS<br />

FONE1: (54) 3374-1257<br />

FONE2: (54) 3374-1295<br />

E-MAIL: andreia_telles@yahoo.com.br<br />

SOPELCO CONSULT EXP IMP E REPRES LTDA<br />

PELOTAS - RS<br />

FONE: (53) 3275-6400<br />

E-MAIL: knorr@sopelco.com.br<br />

<strong>Revista</strong> da Carne RS n°3 / Abril de 2012

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