REFÚGIO-INT

21.11.2017 Views

tos e pelo dinheiro pago aos policiais. Os bahá’ís não podem tirar passaporte, portanto sua família teve de sair ilegalmente através da fronteira com o Paquistão. “Não foi como viajar de ônibus ou avião. Nós fomos no carro de uma pessoa que cobrou um valor para levar um grupo até o Paquistão”. A cada posto policial em que o automóvel parava, um pacote era entregue. Cada um dos pacotes continha um valor previamente combinado com os policiais, para que os deixassem passar. “Às vezes, eu penso que hoje não teria mais coragem para fazer isso”, afirma Marjan. Desde a Revolução Islâmica no Irã, os bahá’ís têm sido perseguidos, torturados, presos e, até mesmo, mortos. É incontável o número de pessoas e famílias atingidas por um único motivo: a sua fé. Marjan ficou aterrorizada durante toda a fuga. Antes de atravessar a fronteira de fato, o grupo decidiu parar e entrar em uma aldeia que os abrigou para que pudessem descansar. As mulheres foram separadas dos homens tanto na hora de comer quanto na de dormir. Elas não podiam mostrar o cabelo, nem usar maquiagem. Apenas mãos e rosto à mostra. O restante ficava embaixo de um lenço escuro e preto. Marjan e sua família conseguiram chegar ao Paquistão. Eles ficaram no local por um tempo até que receberam um convite da irmã de Marjan, que já morava no Brasil há alguns anos. O cunhado dela instruiu a família a procurar a Embaixada do Brasil no Paqui-

stão. Ele arrumou passaportes e passagens, apenas de ida, para cada um dos familiares, que não levaram nenhum documento na fuga. Além do passaporte, cada membro da família recebeu um cartão que indicava que se tratavam de pessoas refugiadas. Marjan Sabeti com sua família na sede Bahá’í de Curitiba. Foto: Arquivo pessoal

stão. Ele arrumou passaportes e passagens, apenas de<br />

ida, para cada um dos familiares, que não levaram nenhum<br />

documento na fuga. Além do passaporte, cada<br />

membro da família recebeu um cartão que indicava<br />

que se tratavam de pessoas refugiadas.<br />

Marjan Sabeti com sua família na sede Bahá’í<br />

de Curitiba. Foto: Arquivo pessoal

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