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REFÚGIO-INT

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tos e pelo dinheiro pago aos policiais. Os bahá’ís não<br />

podem tirar passaporte, portanto sua família teve de<br />

sair ilegalmente através da fronteira com o Paquistão.<br />

“Não foi como viajar de ônibus ou avião. Nós fomos no<br />

carro de uma pessoa que cobrou um valor para levar<br />

um grupo até o Paquistão”.<br />

A cada posto policial em que o automóvel parava,<br />

um pacote era entregue. Cada um dos pacotes continha<br />

um valor previamente combinado com os policiais,<br />

para que os deixassem passar. “Às vezes, eu penso que<br />

hoje não teria mais coragem para fazer isso”, afirma<br />

Marjan. Desde a Revolução Islâmica no Irã, os bahá’ís<br />

têm sido perseguidos, torturados, presos e, até mesmo,<br />

mortos. É incontável o número de pessoas e famílias<br />

atingidas por um único motivo: a sua fé.<br />

Marjan ficou aterrorizada durante toda a fuga. Antes<br />

de atravessar a fronteira de fato, o grupo decidiu<br />

parar e entrar em uma aldeia que os abrigou para<br />

que pudessem descansar. As mulheres foram separadas<br />

dos homens tanto na hora de comer quanto na de<br />

dormir. Elas não podiam mostrar o cabelo, nem usar<br />

maquiagem. Apenas mãos e rosto à mostra. O restante<br />

ficava embaixo de um lenço escuro e preto.<br />

Marjan e sua família conseguiram chegar ao Paquistão.<br />

Eles ficaram no local por um tempo até que receberam<br />

um convite da irmã de Marjan, que já morava<br />

no Brasil há alguns anos. O cunhado dela instruiu a<br />

família a procurar a Embaixada do Brasil no Paqui-

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