edição de 6 de novembro de 2017

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prêMios Brasil garante seis troféus no Festival of Media Latam Awards Profissionais da América Latina que se reuniram no evento, em Miami, destacaram a importância atual da transparência na comunicação Fotos: Divulgação Jeremy King, CEO do festival, foi o mestre de cerimônias durante os dias de evento A VP de marketing da PepsiCo Brasil, Daniela Cachich, presidiu o júri Cristiane Marsola – de Miami Brasil não repetiu o bom O desempenho do ano passado e terminou o Festival of Media Latam Awards 2017 em quarto lugar, atrás de México, com 13 prêmios; Colômbia, com oito; e Estados Unidos e Argentina; empatados com sete troféus cada. O país, que tinha 15 menções entre os finalistas, conquistou seis prêmios neste ano: três ouros, duas pratas e um bronze. Em 2016, o país havia sido o primeiro da lista, com dez ganhadores. O festival foi realizado entre os dias 29 e 31 de outubro, no hotel Turnberry Isle, em Miami, e, além da premiação, teve uma série de palestras e encontros para discutir a situação atual e o futuro da mídia. “É um prêmio muito interessante porque tem prêmios da América Latina inteira. A gente vê cases do Paraguai e de Porto Rico que não ficam a dever nada para ninguém. Mesmo países menores conseguem ter um nível de estratégia, de criatividade e de efetividade muito bom. Eu acho que pode ter muito mais brasileiros no festival. O Brasil é a terceira delegação, atrás de México e Argentina. O país poderia inscrever mais”, fala a presidente do júri do festival Daniela Cachich, VP de marketing da PepsiCo Brasil Foods. A agência do Brasil que levou a melhor foi a J. Walter Thompson. Amigo Anônimo, para Alcoólicos Anônimos, foi a campanha brasileira mais premiada, com um ouro na categoria Best Use of New Technology e uma prata em Brands for Good. A agência criou chatbot no Messenger que, a partir de depoimentos de integrantes do AA, interage com quem pede ajuda na comunidade do Facebook. A J. Walter Thompson ainda conquistou mais um ouro com Poosters para Bepantol Baby, na categoria The Creative Use of Media. A campanha disponibilizava pôsteres para que as mães e os pais pudessem trocar os bebês em banheiros públicos. Com imagens divertidas, as peças ainda “transformavam” os bebês em super-heróis. O outro ouro brasileiro foi para a Grey, com o case Olympic Moms, para P&G, na categoria Best Sponsorship Activation. A Grey também levou uma prata na categoria Best Use of Digital Plataforms com A Cor da Corrupção, para o aplicativo Vigie Aqui, do site Reclame Aqui. Brasil tinha 15 menções entre finalistas e conquistou seis prêmios neste ano O Brasil ainda recebeu um bronze pela campanha NFL Halftime on ESPN, da AlmapBBDO para o canal de TV paga, também na categoria Best Sponsorship Activation. Com o tema Dança da Morte, em alusão à festa mexicana do Dia de Los Muertos, a cerimônia de premiação ainda teve a distribuição de quatro GPs: Grupo de Mídia do Ano, para IPG Mediabrands; Rede do Ano, para Initiative; Agência do Ano, para Initiative Argentina; e Campanha do Ano para a mexicana 6 6 de novembro de 2017 - jornal propmark

Hotel of Legends, da MediaCom para Victoria. O Festival of Media Latam 2017 contou com a presença de profissionais brasileiros na plateia e entre os palestrantes. Fernando Figueiredo, da Bullet; Pedro Cabral, da Nobox; e Rafael Danivi, da ESPM, foram alguns dos executivos vistos pelos corredores do hotel. “O festival sempre é positivo. Primeiro porque a gente vê uma realidade latino-americana para a qual normalmente o Brasil não está olhando. E esta edição me surpreendeu positivamente porque tinha muitos assuntos não necessariamente novos, como viewability, fraude..., mas também tiveram algumas palestras que foram muito interessantes”, afirma Paulo Sant’Anna, presidente do Grupo de Mídia e VP de mídia da mcgarrybowen, que também acompanhou o evento. A escritora Alexa Clay (ao fundo) dividiu o palco com o ex-gângster Antonio Fernandez, conhecido como King Tone TrAnspArênciA Um tema comum a quase todas as apresentações foi a transparência. Independentemente do assunto proposto no painel, em algum momento, os profissionais participantes lembravam essa regra da nova comunicação: ser verdadeiro com o consumidor. A CEO e fundadora da Socialphilia, Gaby Castellanos, por exemplo, falou sobre o mundo estar baseado em influência e reputação. “O mundo mudou, o consumidor mudou. O que não mudou foram as marcas. Nós, marcas, seguimos acreditando que estamos com a razão. Fazemos conteúdo para o Twitter como se estivéssemos em 1986, mais ou menos. Gravamos rádio para veicular no YouTube. O piloto brasileiro de Fórmula 1 Felipe Massa, da Williams As mudanças dos meios não forma entendidas. Sempre digo que o problema não está na ferramenta, mas no mau uso dela”, conta. A palestrante ainda chamou a atenção para a importância da verdade para as marcas. “Se disser algo, cuide para que seja verdade. Alguém sempre pode ver e, pior, publicar. E isso viralizar. Se você não se entrega, não pode aproveitar. Você dá e recebe. É recíproco, como no casamento”, fala, tirando risos da plateia. No painel sobre a plataforma de conteúdo brasileira Porta dos Fundos, o tema também foi abordado. “As pessoas odeiam ser feitas de bobas. E honestidade é tudo o que a comédia representa”, opina o ator e roteirista Gregório Duvivier sobre a parceria com as marcas. Outro painel que abordou indiretamente o tema foi a apresentação ministrada por Alexa Clay, coautora do best seller A Economia dos Desajustados (lançado no Brasil pela editora Figurati), e por Antonio Fernandez, conhecido como King Tone, da gangue Latin Kings. Embora possa parecer contraditório, a economia informal, que chega a movimentar US$ 10 bilhões mundialmente segundo a autora, algumas vezes também está a serviço da transparência. “Na Índia, a indústria farmacêutica ocidental está tendo de desenvolver estratégias mais elevadas como resposta aos piratas. Às vezes, vemos essas entidades ilegais colocando pressão nas empresas ou desafiando algumas verdades do controle do monopólio”, diz. No livro, Alexa conta a história de King Tone, seu parceiro no palco do Fomla 2017. Fernandez contou que usou estratégia de marketing para reinventar a marca Latin King, gangue que comandou após a prisão do líder anterior. “Meu CEO teve de se retirar por 145 anos, sem visita, telefone ou correio. Eu pensei: ‘não vou seguir estes passos. Essa marca falhou’”, brinca. Fernandez, então, resgatou os princípios da comunidade, que podem ser resumidos em três leis. “Primeiro, nós precisamos reconstruir a comunidade. Tínhamos nos esquecido de onde viemos. Nós precisamos de mais do que dinheiro, nós precisamos de valores. Em segundo lugar, precisamos deixar a influência “as pessoas odeiam ser feitas de BoBas. e honestidade é tudo o que a comédia representa” de fora entrar. Eu criei espaços seguros, onde o público vinha e falavam suas ideias. Então me tornei um chefe que dá o poder a quem ele pertence: à voz do povo. E a última coisa que eu tinha de fazer: ter uma causa. O público não ia acreditar em um gângster dizendo que nós havíamos mudado. Eu achei uma mãe, que teve o filho morto por um policial, e queria justiça. Eu transformei o cara mau no cara bom”, explica. Foi dando voz às mães da comunidade que conseguiu transformar a imagem. O piloto de Fórmula 1 Felipe Massa, da Williams, foi o último convidado a se apresentar no Festival of Media Latam 2017. Entrevistado pelo CEO do festival, Jeremy King, o brasileiro falou sobre sua presença nas redes sociais e defendeu que os fãs gostam de saber quem são os ídolos de verdade. “Eu não gosto de mostrar alguém que não sou eu. Se você mostrar o que você gosta, você mostra as pessoas quem você é. É importante dar a opinião sobre suas crenças, seus valores”, fala. Massa conta que um dos vídeos mais acessados em suas redes sociais é o da disputa de seu filho, Felipinho, de seis anos, com o piloto Daniel Ricciardo, da Red Bull Racing. jornal propmark - 6 de novembro de 2017 7

Hotel of Legends, da MediaCom<br />

para Victoria.<br />

O Festival of Media Latam<br />

<strong>2017</strong> contou com a presença<br />

<strong>de</strong> profissionais brasileiros na<br />

plateia e entre os palestrantes.<br />

Fernando Figueiredo, da Bullet;<br />

Pedro Cabral, da Nobox; e<br />

Rafael Danivi, da ESPM, foram<br />

alguns dos executivos vistos<br />

pelos corredores do hotel. “O<br />

festival sempre é positivo. Primeiro<br />

porque a gente vê uma<br />

realida<strong>de</strong> latino-americana<br />

para a qual normalmente o<br />

Brasil não está olhando. E esta<br />

edição me surpreen<strong>de</strong>u positivamente<br />

porque tinha muitos<br />

assuntos não necessariamente<br />

novos, como viewability, frau<strong>de</strong>...,<br />

mas também tiveram<br />

algumas palestras que foram<br />

muito interessantes”, afirma<br />

Paulo Sant’Anna, presi<strong>de</strong>nte do<br />

Grupo <strong>de</strong> Mídia e VP <strong>de</strong> mídia<br />

da mcgarrybowen, que também<br />

acompanhou o evento.<br />

A escritora Alexa Clay (ao fundo) dividiu o palco com o ex-gângster Antonio Fernan<strong>de</strong>z, conhecido como King Tone<br />

TrAnspArênciA<br />

Um tema comum a quase<br />

todas as apresentações foi a<br />

transparência. In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

do assunto proposto no<br />

painel, em algum momento, os<br />

profissionais participantes lembravam<br />

essa regra da nova comunicação:<br />

ser verda<strong>de</strong>iro com<br />

o consumidor.<br />

A CEO e fundadora da Socialphilia,<br />

Gaby Castellanos, por<br />

exemplo, falou sobre o mundo<br />

estar baseado em influência e<br />

reputação. “O mundo mudou, o<br />

consumidor mudou. O que não<br />

mudou foram as marcas. Nós,<br />

marcas, seguimos acreditando<br />

que estamos com a razão. Fazemos<br />

conteúdo para o Twitter<br />

como se estivéssemos em 1986,<br />

mais ou menos. Gravamos rádio<br />

para veicular no YouTube.<br />

O piloto brasileiro <strong>de</strong> Fórmula 1 Felipe Massa, da Williams<br />

As mudanças dos meios não<br />

forma entendidas. Sempre digo<br />

que o problema não está na<br />

ferramenta, mas no mau uso<br />

<strong>de</strong>la”, conta.<br />

A palestrante ainda chamou<br />

a atenção para a importância<br />

da verda<strong>de</strong> para as marcas. “Se<br />

disser algo, cui<strong>de</strong> para que seja<br />

verda<strong>de</strong>. Alguém sempre po<strong>de</strong><br />

ver e, pior, publicar. E isso viralizar.<br />

Se você não se entrega,<br />

não po<strong>de</strong> aproveitar. Você dá e<br />

recebe. É recíproco, como no<br />

casamento”, fala, tirando risos<br />

da plateia.<br />

No painel sobre a plataforma<br />

<strong>de</strong> conteúdo brasileira Porta<br />

dos Fundos, o tema também foi<br />

abordado. “As pessoas o<strong>de</strong>iam<br />

ser feitas <strong>de</strong> bobas. E honestida<strong>de</strong><br />

é tudo o que a comédia<br />

representa”, opina o ator e roteirista<br />

Gregório Duvivier sobre<br />

a parceria com as marcas.<br />

Outro painel que abordou indiretamente<br />

o tema foi a apresentação<br />

ministrada por Alexa<br />

Clay, coautora do best seller<br />

A Economia dos Desajustados<br />

(lançado no Brasil pela editora<br />

Figurati), e por Antonio Fernan<strong>de</strong>z,<br />

conhecido como King<br />

Tone, da gangue Latin Kings.<br />

Embora possa parecer contraditório,<br />

a economia informal,<br />

que chega a movimentar US$<br />

10 bilhões mundialmente segundo<br />

a autora, algumas vezes<br />

também está a serviço da transparência.<br />

“Na Índia, a indústria<br />

farmacêutica oci<strong>de</strong>ntal está tendo<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver estratégias<br />

mais elevadas como resposta<br />

aos piratas. Às vezes, vemos essas<br />

entida<strong>de</strong>s ilegais colocando<br />

pressão nas empresas ou <strong>de</strong>safiando<br />

algumas verda<strong>de</strong>s do<br />

controle do monopólio”, diz.<br />

No livro, Alexa conta a história<br />

<strong>de</strong> King Tone, seu parceiro<br />

no palco do Fomla <strong>2017</strong>.<br />

Fernan<strong>de</strong>z contou que usou<br />

estratégia <strong>de</strong> marketing para<br />

reinventar a marca Latin King,<br />

gangue que comandou após a<br />

prisão do lí<strong>de</strong>r anterior. “Meu<br />

CEO teve <strong>de</strong> se retirar por 145<br />

anos, sem visita, telefone ou<br />

correio. Eu pensei: ‘não vou<br />

seguir estes passos. Essa marca<br />

falhou’”, brinca. Fernan<strong>de</strong>z,<br />

então, resgatou os princípios<br />

da comunida<strong>de</strong>, que po<strong>de</strong>m ser<br />

resumidos em três leis. “Primeiro,<br />

nós precisamos reconstruir<br />

a comunida<strong>de</strong>. Tínhamos<br />

nos esquecido <strong>de</strong> on<strong>de</strong> viemos.<br />

Nós precisamos <strong>de</strong> mais do<br />

que dinheiro, nós precisamos<br />

<strong>de</strong> valores. Em segundo lugar,<br />

precisamos <strong>de</strong>ixar a influência<br />

“as pessoas<br />

o<strong>de</strong>iam ser<br />

feitas <strong>de</strong> BoBas.<br />

e honestida<strong>de</strong><br />

é tudo o que<br />

a comédia<br />

representa”<br />

<strong>de</strong> fora entrar. Eu criei espaços<br />

seguros, on<strong>de</strong> o público vinha e<br />

falavam suas i<strong>de</strong>ias. Então me<br />

tornei um chefe que dá o po<strong>de</strong>r<br />

a quem ele pertence: à voz do<br />

povo. E a última coisa que eu<br />

tinha <strong>de</strong> fazer: ter uma causa. O<br />

público não ia acreditar em um<br />

gângster dizendo que nós havíamos<br />

mudado. Eu achei uma<br />

mãe, que teve o filho morto por<br />

um policial, e queria justiça. Eu<br />

transformei o cara mau no cara<br />

bom”, explica. Foi dando voz às<br />

mães da comunida<strong>de</strong> que conseguiu<br />

transformar a imagem.<br />

O piloto <strong>de</strong> Fórmula 1 Felipe<br />

Massa, da Williams, foi o último<br />

convidado a se apresentar no<br />

Festival of Media Latam <strong>2017</strong>.<br />

Entrevistado pelo CEO do festival,<br />

Jeremy King, o brasileiro<br />

falou sobre sua presença nas<br />

re<strong>de</strong>s sociais e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u que os<br />

fãs gostam <strong>de</strong> saber quem são<br />

os ídolos <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>. “Eu não<br />

gosto <strong>de</strong> mostrar alguém que<br />

não sou eu. Se você mostrar o<br />

que você gosta, você mostra as<br />

pessoas quem você é. É importante<br />

dar a opinião sobre suas<br />

crenças, seus valores”, fala.<br />

Massa conta que um dos ví<strong>de</strong>os<br />

mais acessados em suas<br />

re<strong>de</strong>s sociais é o da disputa<br />

<strong>de</strong> seu filho, Felipinho, <strong>de</strong> seis<br />

anos, com o piloto Daniel Ricciardo,<br />

da Red Bull Racing.<br />

jornal propmark - 6 <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 7

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