REVISTA GALERIA POR MÁRCIA TRAVESSONI - EDIÇÃO 06

ESPELHO
Manifestação
do ser
Raquel Machado
encara a moda com
uma perspectiva
aprofundada,
relacionada às
expressões de
cada indivíduo
POR ALINE CONDE FOTOS TAMARA LOPES
Professora do curso de Direito da Universidade
Federal do Ceará (UFC), Raquel Machado
entende a moda como uma forma de exteriorização
do ser. “Eu amo moda porque me permite
realizar a personalidade. Mostra o estado de
espírito daquele momento”, define ela, que vê,
na Moda, uma relevância que vai muito além da aparência.
“Um dos livros mais sensacionais da minha vida, que é
‘Memórias de uma moça bem-comportada’, uma autobiografia
da Simone de Beauvoir, fala um pouco da relação
com a roupa, de como se vestir é lúdico, desde a escolha
da roupa até o que você sente depois que está vestido.
Então, eu gosto de moda porque é uma maneira de você
dialogar, de conversar, além de ser uma manifestação do
ser, é diálogo e também uma manifestação da época. É completamente
cultural”, afirma a professora, citando alguns
trechos marcados por ela no livro da filósofa francesa.
“Tem frases que é bom a gente incorporar à vida”, salienta.
ALÉM DE SI
Na hora de traduzir essa percepção no vestuário, Raquel
se revela prática, moderna e adepta de produções ao estilo
lady like - mas tenta não se ater a padrões. Vestidos e saias
dominam o closet da professora, devido ao clima tropical da
capital cearense. “Saio cedo para dar aula, então, procuro
roupas que eu possa usar durante todo o dia e ir em algum
evento à noite”, explica.
A rotina cheia evidencia outro traço de Raquel: a busca
por conhecer novas culturas. Ela se dedica, por exemplo,
a aprender danças ou a língua de outros países. “Acho
que nunca é tarde para nada. Há dois anos comecei a
fazer balé e depois iniciei no flamengo e na dança árabe.
Adoro viver outros povos, da culinária à língua. Acho bom
quando viajo e posso conversar com as pessoas”, diz ela,
que recentemente viajou para o Rio de Janeiro, Itália,
França e Nova York.
ESPIRITUALIDADE
A religiosidade também é um aspecto importante na
vida de Raquel, que sempre busca ampliar a convivência
com diferentes civilizações e credos. “Eu acho que sou
muito sensível e me considero muito indefesa na vida.
Então, sou religiosa por uma necessidade de conversar com
algo maior que eu e de pedir proteção”, revela, afirmando-se
católica com extremo respeito às demais religiões.
”Adoro quando conheço uma pessoa de religião diferente.
Acho que temos muito o que aprender com os outros.
É sempre importante ir além do que nós presenciamos e
saber como cada povo tem uma forma de dialogar com
deus”, estabelece. ¤
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