REVISTA GALERIA POR MÁRCIA TRAVESSONI - EDIÇÃO 06

cinema nacional, mesmo após 35 anos da sua estreia, e teve
um público de mais de 5 milhões de espectadores.
Apesar do sucesso, o grupo sofreu alguns baques. Em 1983,
chegaram a se separar por seis meses, período em que Renato
apresentou o programa sozinho. Mas depois retomaram a
parceria e decidiram seguir juntos, permanecendo assim até
1990, quando Zacarias morreu por insuficiência respiratória.
Após a perda, Renato e os outros integrantes ainda tentaram
reformular o programa, que ganhou a participação de nomes
como Jorge Lafond e Tião Macalé. Porém, quatro anos depois,
Mussum também viria a falecer, e em 1995 se encerrava Os
Trapalhões. Como seguir em frente, então, sem a companhia
dos antigos parceiros? “Toda a retomada é difícil, mas a vida
segue e temos que olhar para o futuro com otimismo, seguindo
em frente em todas as situações”, confessa Renato.
O RECOMEÇO
Após alguns anos gravando apenas especiais, em 1998,
Renato estreava, na Rede Globo, o programa dominical A
Turma do Didi. Além do programa, gravou outros tantos
filmes como O Noviço Rebelde, com cenas rodadas no Ceará,
e O Trapalhão e a Luz Azul. Na vida pessoal, o trapalhão
se reencontrou com o amor e casou com Lilian Taranto,
com quem teve Lívian, sua quinta filha - Paulo, Ricardo,
Renato Jr. e Juliana, são também filhos de Renato, frutos do
primeiro casamento com Marta Rangel. A caçula se tornou
uma de suas parceiras também no cinema e atuou com Renato
em filmes como O Cavaleiro Didi e a Princesa Lili.
Paralelo aos projetos nas telonas e nas telinhas, ele vinha
se dedicando às causas sociais. Em 1985, enquanto Os Trapalhões
ainda estavam no auge, Renato se inseriu na campanha
Criança Esperança, criada pela Rede Globo, onde se mantém
presente até hoje. Desde 1991, ele também trabalha como
embaixador do Fundo das Nações Unidas para a Infância
(Unicef). “O Unicef é uma prioridade na minha vida. Foi na
parceria do Unicef e TV Globo que plantamos a semente
da solidariedade que está dando frutos até hoje”, orgulha-se
Renato. Naquele ano, ele viveu uma de suas experiências
mais icônicas, quando subiu ao topo do Cristo Redentor e
beijou a mão da estátua.
NOVA FASE
Hoje, Renato se dedica, também, à nova fase de Os Trapalhões,
que além dele e Dedé, tem a presença dos atores
Lucas Veloso, Bruno Gissoni, Mumuzinho e Gui Santana.
“Eu estou escrevendo, produzindo e atuando neste programa.
Faz parte da minha vida e estou vivendo tudo intensamente
e novamente, como se fosse o primeiro programa que fiz na
vida”, empolga-se. Apesar de conviver com Didi há tantos
anos, ele não pretende se separar do personagem tão cedo.
"(Decidi seguir com ele) porque Didi é livre e independente.
Renato Aragão começa de Sobral para a vida. Didi começa
para alegrar o mundo... e não tem fim".
Prestes a completar 83 anos, Renato não parou no tempo.
Em quase 60 anos de carreira artística, para Renato, envelhecer
levando alegria para as pessoas é o que o rejuvenesce. “Isto
é tudo para viver com alegria e agradecer ao meu público
e a Deus sempre”, afirma. A internet e o surgimento de
“O Renato tem uma personalidade extremamente
interessante. Na presença de outras pessoas, ele é
tímido, mas na intimidade da família, é extremamente
agradável, uma personalidade muito alegre, muito
voltado para o bem-estar dos outros, que gosta muito
de fazer o bem. E outra coisa, como amigo, ele tem
sido o mesmo, durante toda a vida, com o mesmo
padrão de amizade. Ele sempre diz que você pode
perder tudo, menos os amigos”
“Renato Aragão, para mim, é o melhor pai
do mundo. (Com ele aprendi) ser sempre
paciente e agradecer”
Lívian Aragão, 18, atriz e filha caçula
de Renato Aragão
Afrânio Aragão, 74, diretor-presidente do
Padetec/UFC e sobrinho de Renato Aragão
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