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REVISTA GALERIA POR MÁRCIA TRAVESSONI - EDIÇÃO 06

Renato Aragão A essência do homem que leva a sério o ofício de "fazer graça". A preocupação social que move REGINA PINHO + Cultura, Decoração, Estilo, Empreendedorismo e Gastronomia.

Renato Aragão

A essência do homem que leva a sério o ofício de "fazer graça".

A preocupação social que move REGINA PINHO

+ Cultura, Decoração, Estilo, Empreendedorismo e Gastronomia.

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um reduto ecológico e social mais fascinante que a gente<br />

tem aqui. O que eu conheço de gente de fora do Brasil que<br />

vai para lá só para estudar, não é brincadeira”, ressalta.<br />

Do material que já tem em casa, de trabalhos anteriores,<br />

Celso pensa em organizar algumas exposições. É o caso<br />

de um ensaio que fez recentemente em Cuba, quando<br />

levou um grupo para fazer um curso de fotografia de rua<br />

no país,e inclui retratos de mulheres, cuja exposição ele<br />

pretende chamar de “Retratos não autorizados”. “Nunca<br />

fiz essa exposição de retratos de mulheres, mas tenho<br />

muita vontade de fazer. São sempre pessoas que não<br />

gostariam de ser fotografadas, elas fizeram porque não<br />

teve outro jeito e elas não conseguiram escapar. Então é<br />

diferente de quando uma pessoa quer ser fotografada e<br />

posa para aquilo”, pondera.<br />

PAPEL SOCIAL<br />

A Fotografia, para Celso, tem muitos papéis, que vão<br />

desde o social até o político. “A partir das expressões,<br />

a gente pode ter uma leitura de como a sociedade está, se a<br />

gente está feliz ou não, se as coisas estão funcionando ou<br />

se não estão. Acho que a Fotografia cumpre muitos papéis.<br />

Além do papel da identidade da pessoa, ela é quase a nossa<br />

memória geral. Se você me mostrar uma foto, eu sei em<br />

qual década foi tirada, só pela roupa, pelo cabelo, pelo<br />

sapato, pelos óculos, eu tenho muita facilidade de ler a<br />

imagem”, afirma ele.<br />

Celso comemora a existência do Museu da Fotografia<br />

de Fortaleza, inaugurado este ano pelo empresário Silvio<br />

Frota, como um espaço que aproxima a população do<br />

trabalho de vários fotógrafos, e como um equipamento<br />

que obtém diversas narrações da sociedade. “Isso aqui é<br />

o baú da memória, é um privilégio para a gente. Até hoje<br />

sou colaborador do museu gratuitamente, venho aqui,<br />

dou ideia, recebo gente. Acho que no mundo existem<br />

poucos lugares como esse, tivemos muita sorte”, pontua.<br />

Tornar grandes prazeres que, para as demais pessoas<br />

parecem pequenos, faz parte da paixão que Celso nutre<br />

pela profissão: ser fotógrafo, comenta ele, é uma realização<br />

total e uma forma de mostrar o mundo para os<br />

outros. “Muita gente fala que um fotógrafo se esconde<br />

atrás da câmera. Eu acho que eu não me escondo, não.<br />

É tipo assim: ‘olhe o que eu estou vendo’. Apareço bem<br />

na frente da câmera, assim atrás das fotos que eu faço.<br />

É como se fosse uma extensão do meu olhar, do meu braço,<br />

da minha vida. A fotografia é o meu terceiro olho”, define,<br />

constatando que consegue conhecer as pessoas por meio<br />

das fotos que elas fazem. ¤<br />

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