REVISTA GALERIA POR MÁRCIA TRAVESSONI - EDIÇÃO 06

Diversas pesquisas e estudos já se debruçaram sobre
os efeitos positivos que a presença de cachorros,
gatos e outros animais de estimação trazem aos
seres humanos, que vão desde a diminuição da
sensação de solidão a potencializar o tratamento
de doenças como a depressão. O certo é que,
quem tem um pet, não precisa de validações científicas
para provar o bem que esses animaizinhos trazem para a
rotina, na forma de um amor que não cobra retorno e dá
alegrias diárias. Seja pela mudança na configuração atual
das famílias, pelas constantes mobilizações para adoção em
redes sociais, ou ainda outros motivos diversos, a quantidade
de animais de estimação no Brasil é notável: segundo uma
pesquisa realizada em 2015 pela Faculdade de Medicina
Veterinária da Universidade de São Paulo (USP), 44,3%
dos domicílios brasileiros possuem pelo menos um cachorro,
enquanto 17,7% dos lares têm, pelo menos, um gato, e nas
casas sem animais de estimação, quase 100% dos moradores
revelou ter vontade de adotar um bichinho.
Para a empresária Wayne Moreira, o desejo de ter um
cãozinho, após vários anos sem um animal de estimação,
foi concretizado há pouco mais de um ano, quando Kenzo,
o cachorro da raça japonesa Shiba-Inu, chegou na casa
dela. “Eu sempre tive vontade, mas meu marido dizia que
ia dar trabalho, até que um dia vimos um cachorro dessa
raça, em São Paulo, e a gente se apaixonou”, lembra Wayne,
que tomou o cuidado de pesquisar sobre o comportamento
do cachorro antes de comprar um. Com os filhos já crescidos,
Wayne confessa que Kenzo é como o caçula dela. “Ele
é muito companheiro, sempre que estou em casa, ele tá do
meu lado, me seguindo aonde eu vou. Não existe tristeza
na casa que tem um cachorro”, estabelece a empresária.
Na casa de Wayne, o Shiba-Inu tem várias regalias:
dorme no quarto do casal, sobre uma chaise, de frente para
o ar condicionado e coberto com uma manta estampada
com desenho de patas de cachorro e fica em uma espécie
de colônia de férias canina quando os donos passam muitos
dias fora. Além disso, passeia pelos menos três vezes
na semana, pelo calçadão da Av. Beira-Mar, com Wayne,
e é acompanhdo por uma profissional especializada em
comportamento animal. “Ela me ensina as técnicas para
o Kenzo não ter medo de sair de casa, porque ele é um
pouco assustado. Na verdade, essa raça é muito cautelosa,
mas depois que eles pegam confiança, viram um grande
companheiro”, garante Wayne.
A CIDADE COM KIRINHA
A designer de moda e empresária Alix Pinho viu a
relação com a cidade mudar um pouco depois que passou
a fazer passeios acompanhada de Kira, ou Kirinha, a Border
Collie de dois anos do namorado dela. “Por mim, faço tudo
junto com ela, não deixo mais ela em casa. Viajamos pra
Jericoacora esse ano, para o casamento da minha irmã,
e ela foi junto, e acho que a Kirinha curtiu mais do que a
gente, porque ela ama praia”, diz Alix, que tem as praias
do Futuro, Iracema e de Flecheiras no roteiro que faz, todo
fim de semana, com a cachorra.
Até mesmo os restaurantes frequentados pela designer
são escolhidos de acordo com a permissão para levar
Kirinha. “Eu deixo de ir pra vários locais porque não posso
levar ela, tenho procurado muitos locais pet friendly” ressalta.
A paixão de Alix por animais é antiga, lembra ela,
que sempre resgatou cães e gatos de rua durante a infância.
“Meu sonho era ser veterinária. Hoje, a Kira é uma das
companhias que eu mais amo ter”, diz ela.
PERSONALIDADE FELINA
Desconfiados, ingratos e até sonsos são algumas caracterizações
que os gatos costumam ganhar, geralmente de
pessoas que não conhecem a rotina junto de um felino. Esses
adjetivos são claramente contestados pelo cirurgião e artista
plástico Isaac Furtado e Cheyla Mota, que têm uma relação
muito especial com esses animais. “Nós temos cinco gatos,
um cachorro e algumas carpas. Essa é a nossa grande família,
que às vezes dá uma confusão”, brinca Isaac. A paixão pelos
gatos, conta ele, começou com a esposa, que ganhou um
felino ainda quando o casal namorava. “Eu nunca pensei
em ter gatos na minha vida, mas me encantei. Já chegamos
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