REVISTA GALERIA POR MÁRCIA TRAVESSONI - EDIÇÃO 06
Renato Aragão A essência do homem que leva a sério o ofício de "fazer graça". A preocupação social que move REGINA PINHO + Cultura, Decoração, Estilo, Empreendedorismo e Gastronomia.
Renato Aragão
A essência do homem que leva a sério o ofício de "fazer graça".
A preocupação social que move REGINA PINHO
+ Cultura, Decoração, Estilo, Empreendedorismo e Gastronomia.
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CARTAS PARA O CEARÁ<br />
Surpresas do<br />
outro lado do<br />
mundo<br />
MORANDO NA AUSTRÁLIA DESDE<br />
20<strong>06</strong>, A CEARENSE ANNA LUDMILLA<br />
NÃO CANSA DE SE ENCANTAR<br />
COM A EXALTAÇÃO À DIVERSIDADE<br />
CULTURAL QUE ENCONTRA NO PAÍS<br />
<strong>POR</strong> JÉSSICA COLAÇO<br />
A<br />
busca por<br />
oportunidades,<br />
mais<br />
conhecimento<br />
e um ímpeto<br />
por desbravar o<br />
mundo levaram a cearense Anna<br />
Ludmilla Lima Johnston, de 31<br />
anos, a desembarcar na Austrália<br />
em fevereiro de 20<strong>06</strong>, e onde ela<br />
reside até hoje. No continente<br />
oceânico, ela viveu as mais diversas<br />
experiências, conectou-se a outros<br />
países e levou, ainda, um pouco do<br />
Ceará para as praias australianas,<br />
criando a própria marca de<br />
beachwear, inspirada na cultura<br />
brasileira. “O céu é o limite e ser<br />
brasileira me dá mais forças para<br />
ser bem-sucedida”, estabele Anna,<br />
que também trabalha, atualmente,<br />
para a Microsoft.<br />
Logo que se mudou para a<br />
Austrália, lembra Anna, a adaptação<br />
não foi muito difícil, uma vez que<br />
ela já dominava a língua local e<br />
recebeu o suporte de amigos que<br />
moravam lá. “O aspecto mais difícil<br />
foi se acostumar com a questão<br />
do emprego, pois aqui na Austrália<br />
isso não é visto como forma de se<br />
estabelecer na vida social”, conta<br />
ela, acrescentando que, por ser um<br />
país “relativamente novo”, a Austrália<br />
tem, sim, muitas oportunidades de<br />
emprego, mas é preciso aceitar<br />
trabalhar em qualquer função.<br />
“Quando cheguei aqui, trabalhei<br />
como faxineira de hotel, lavadora<br />
de pratos em restaurantes e até<br />
empacotadora de supermercado.<br />
A diferença é que na Austrália<br />
esses são os empregos que dão<br />
base, então, os salários e benefícios<br />
são altos e valorizados pela<br />
sociedade. O povo trabalha de igual<br />
para igual, sem gerar problemas<br />
sociais”, atesta a cearense.<br />
Após superar esse<br />
estranhamento, Anna se entregou<br />
às surpresas que o país trouxe<br />
a ela, como a receptividade da<br />
população local e a exaltação<br />
da diversidade. “Tendo tantos<br />
países asiáticos como vizinhos,<br />
aqui criou-se uma cultura bem<br />
misturada”, define Anna, que elogia<br />
também a variedade de atividades<br />
ao ar livre que ela consegue fazer<br />
diariamente. “O povo australiano é<br />
muito de surfar e aproveitar o dia,<br />
então, sempre que tenho tempo<br />
livre, estou na praia”, conta.<br />
SEM FRONTEIRAS<br />
Outro aspecto que o atual lar<br />
de Anna deixa ainda mais evidente<br />
é a vontade dela em viajar e<br />
explorar o mundo - o que se torna<br />
ainda mais instigante, dada a<br />
localização da Austrália. “Já viajei<br />
para a Malásia, Tailândia, Singapura,<br />
Vietnã, Camboja, onde pude<br />
experimentar a comida e a cultura<br />
de países tão aconchegantes<br />
que você até esquece que o<br />
tempo está passando”, enumera<br />
ela. Sem falar nas aventuras<br />
pelas praias paradisíacas de Fiji,<br />
os vinhos e cidades universitárias<br />
da França e alguns contratempos<br />
inusitados vividos entre Roma e<br />
Barcelona. “Em Nova York, peguei<br />
um trem do Brooklyn para o Central<br />
Park, e me senti em um episódio de<br />
Sex and The City. Mas com certeza<br />
a Indonésia é o país que faz você se<br />
sentir em um paraíso na terra. Viajo<br />
uma vez por ano para Bali, para<br />
reabastecer as energias”, completa.<br />
FOTOS ARQUIVO PESSOAL<br />
Outra viagem periódica de Anna é<br />
ao Brasil, para onde ela vem a cada<br />
dois anos para visitar a família e os<br />
amigos, o motivo da saudade da terra<br />
natal. “Praticamente não quero sair da<br />
praia quando estou no Brasil, porque<br />
nada se compara com a água do mar<br />
de Fortaleza, a temperatura do mar<br />
na Austrália é muito baixa, não tem<br />
como se acostumar. E também como<br />
muito açaí, que amo de paixão”, revela.<br />
O tempero brasileiro, aliás, é um<br />
aspecto do qual Anna sente falta na<br />
Austrália, e de insumos como feijão.<br />
Em 2016, inspirada pela confiança<br />
e empoderamento que as mulheres<br />
brasileiras passam usando os biquínis,<br />
Anna criou sua própria marca de<br />
beachwaer, a LiMe SwiMWear,<br />
produzida no Brasil.<br />
Mesmo sem ter planos de<br />
voltar a morar em terras brasileiras,<br />
a cearense admite que reproduzir,<br />
por aqui, a consciência solidária<br />
típica do povo australiano deixaria<br />
a terrinha mais acolhedora. “O povo<br />
australiano tem, como parte da<br />
cultura, uma hospitalidade muito<br />
respeitosa, sem disparidade ou<br />
preconceito”, conclui. ¤<br />
Austrália, por Anna<br />
COMER<br />
Instalado próximo ao Opera<br />
House, um dos cartões-postais<br />
da capital australiana, o Sydney<br />
Opera Bar é a indicação<br />
gastronômica de Anna Ludmilla,<br />
que destaca a vista do lugar e os<br />
maravilhosos coquetéis.<br />
VISITAR<br />
Considerada uma das sete<br />
maravilhas naturais do mundo,<br />
a barreira de corais em Cairns,<br />
no leste da Austrália, figura entre<br />
os passeios mais inesquecíveis<br />
que Anna já fez no país.<br />
VIVER<br />
Um dos símbolos do país,<br />
o canguru é um animal muito<br />
apreciado na gastronomia<br />
australiana, em pratos que<br />
a cearense recomenda a<br />
degustação. Outro momento<br />
interessante no país é o Dia da<br />
Austrália, celebrado em 26 de<br />
janeiro, com bastante churrasco.<br />
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