04.10.2017 Views

Fides 19 N2 - Revista do Centro Presbiteriano Andrew Jumper

Revista Fides Reformata 19 N2 (2014)

Revista Fides Reformata 19 N2 (2014)

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

FIDES REFORMATA XIX, Nº 2 (2014): 77-93<br />

Tabela 2<br />

Tradução de ejavn mhv<br />

Adversativa (mas, mas unicamente)<br />

Exceptiva<br />

Relação entre justificação pela fé e obras da lei<br />

Antitético: os <strong>do</strong>is mo<strong>do</strong>s de justificação são<br />

mutuamente exclusivos. Posição majoritária<br />

Complementar: justificação pelas obras da lei<br />

quan<strong>do</strong> na presença da fé<br />

O entendimento adversativo da locução condiz mais apropriadamente<br />

não apenas com ouv dikaiou/tai a;nqrwpoj, contrastan<strong>do</strong> e;rgwn no,mou e pi,stewj<br />

VIhsou/ Cristou/, não sen<strong>do</strong>, portanto, complementares. 54 Assim, eva.n mh.. ressalta<br />

a antítese <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is mo<strong>do</strong>s de justificação.<br />

Se a análise está no caminho certo da compreensão das obras da lei, Paulo<br />

refere-se aos judaizantes como legalistas que pretendem obter a justiça de Deus<br />

pelas obras da lei [3.21]. Isto nos leva a perguntar se evx e;rgwn no,mou deve ser<br />

entendi<strong>do</strong> como as obras que são da lei ou deve ser entendi<strong>do</strong> como a lei que<br />

produz as obras. À luz das perguntas de Paulo em Gálatas 3.2,5, os gálatas<br />

não receberam o Espírito pelas obras da lei, mas pela pregação da fé (evx avkoh/j<br />

pi,stewj). Isso implica que deveríamos entender obras da lei como “a ‘causa<br />

eficiente e origem’ [das] obras que uma pessoa faz enquanto lhe são propostas<br />

pela Lei”. 55 E isso é pressuposto dada a compulsão <strong>do</strong>s judaizantes em forçar<br />

os gentios a viverem segun<strong>do</strong> (2.21 – dia. no,mou dikaiosu,nh) as leis prescritas<br />

na Lei a fim de obterem a justiça que vem somente pela fé em Cristo. “Paulo<br />

parte factualmente de uma insuficiência da Torá! Por isso, as e;rga também<br />

não podem ser separadas da Torá, como se Paulo estivesse critican<strong>do</strong> apenas<br />

uma determinada maneira da obediência da Torá [...]”. 56<br />

Mas, como pode alguém ser justifica<strong>do</strong>? Pela “fé em Jesus Cristo”<br />

(pi,stewj VIhsou/ Cristou/). A dificuldade da sentença reside em que ela pode<br />

ser vista de duas maneiras: genitivo objetivo, fé em Cristo, ou subjetivo, a fé/<br />

fidelidade de Cristo. Tradicionalmente, pelo menos até antes de <strong>19</strong>70, sempre<br />

foi aceita a primeira: fé em Cristo. Porém, em décadas recentes tem-se argumenta<strong>do</strong><br />

em favor da segunda. 57 Mesmo assim, Moisés Silva tentou demonstrar<br />

que os argumentos em favor da nova interpretação são irrelevantes. 58 Augustus<br />

Nicodemus Lopes entende que não altera “de forma significativa o argumento<br />

54 Cf. DUNN, The New Perspective on Paul, p. 133.<br />

55 GONZAGA, “A verdade <strong>do</strong> evangelho”, p. 366.<br />

56 SCHNELLE, U<strong>do</strong>. Paulo – vida e pensamento. Santo André: Academia Cristã; São Paulo:<br />

Paulus, 2010, p. 354, 355.<br />

57 LONGENECKER, Galatians, p. 125, 126.<br />

58 SILVA, 2014, p. 978, 979.<br />

91

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!