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Fides 19 N2 - Revista do Centro Presbiteriano Andrew Jumper

Revista Fides Reformata 19 N2 (2014)

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Bruno Henrique Uchôa, Inatismo de Conceitos, Evolucionismo e Teísmo<br />

(1) To<strong>do</strong>s os conceitos ou são aprendi<strong>do</strong>s ou são inatos.<br />

(2) Se eles são aprendi<strong>do</strong>s, então eles são adquiri<strong>do</strong>s por teste de hipóteses.<br />

(3) Se eles são adquiri<strong>do</strong>s por teste de hipóteses, então eles são internamente<br />

estrutura<strong>do</strong>s.<br />

(4) Conceitos léxicos não são internamente estrutura<strong>do</strong>s.<br />

(5) Assim, conceitos léxicos não são adquiri<strong>do</strong>s por teste de hipóteses.<br />

(6) Assim, conceitos léxicos não são aprendi<strong>do</strong>s.<br />

(7) Portanto, conceitos léxicos são inatos. 10<br />

Laurence e Margolis, sustentan<strong>do</strong>-se em Hume, dizem que conceitos<br />

como os de cavalos ala<strong>do</strong>s, dragões de fogo e monstros gigantes, não são<br />

aprendi<strong>do</strong>s, mas também não são inatos, o que seria bom para os empiristas.<br />

A tentativa é de enfraquecer a premissa (1), o que faria com que, no mínimo, o<br />

argumento tivesse que ser reformula<strong>do</strong>. Mas esta é uma afirmação claramente<br />

falsa. O conceito CAVALO ALADO é uma junção <strong>do</strong>s termos “cavalo”, “com”<br />

e “asas”. Mas como um modelo empirista explica a aquisição de “com”? Aqui<br />

se podem acrescentar as críticas ao empirismo e, por conseguinte, às sensações,<br />

feitas anteriormente. Da mesma forma, o conceito DRAGÃO DE FOGO é<br />

uma junção de réptil com asas que cospe fogo. Já o conceito MONSTRO GI-<br />

GANTE é apenas uma alusão a um ser humano de elevada altura e aparência<br />

não agradável. Coisas imaginadas são, destarte, a junção de coisas das quais já<br />

possuímos um conceito e, por estas razões, o empirismo não parece apresentar<br />

uma séria ameaça ao argumento supracita<strong>do</strong>.<br />

1.3 A concessão de Fo<strong>do</strong>r<br />

Em Concepts: The Mind Doesn’t Work That Way, de <strong>19</strong>98, Fo<strong>do</strong>r recua<br />

em algumas de suas asseverações anteriores sobre o inatismo de conceitos. Sua<br />

principal alegação é a de que seu tratamento de “internamente estrutura<strong>do</strong>” foi<br />

ambíguo. Relembran<strong>do</strong>: Fo<strong>do</strong>r tinha dito que para um conceito ser internamente<br />

estrutura<strong>do</strong> ele deveria ser definível, mas como sempre podemos lançar<br />

contraexemplos contra as definições, os conceitos não são definíveis e, por sua<br />

vez, são não-estrutura<strong>do</strong>s. Agora, ele abre espaço para que um conceito seja<br />

não-definível e, ainda assim, tenha outra constituição. Mas que constituição um<br />

conceito precisa ter para ser internamente estrutura<strong>do</strong> e ainda ser não-definível?<br />

A resposta, segun<strong>do</strong> alguns psicólogos como Eleanor Rosch, é que conceitos<br />

precisam ter a constituição de um protótipo. Basicamente, um protótipo é obti<strong>do</strong><br />

através <strong>do</strong> reconhecimento de propriedades <strong>do</strong>s membros de uma determinada<br />

classe. As teorias sobre protótipos são basicamente de <strong>do</strong>is tipos:<br />

Dependen<strong>do</strong> da teoria, protótipos consistem <strong>do</strong> conhecimento sobre as propriedades<br />

que os objetos ou possuem ou não possuem ou sobre as propriedades que<br />

10 Ibid., p. 31-32.<br />

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