Velozes F1 / R15 Malasia

Sua fama cresceu, e o famoso poeta Gabriele D'Annunzio,
no final de abril de 1932, o chamou a Vittoriale e lhe deu de
presente de uma pequena tartaruga dourada, com a
dedicatória "para o homem mais rápido, o animal mais
lento“, pedindo-lhe, em troca, vencar a corrida de Targa
Florio, dali a duas semanas. O piloto ficou surpreso com o
pedido e respondeu "Eu corro só para isso".
No 8 de maio seguinte, Nuvolari cortou primeiro a linha de
chegada da corrida siciliana, a bordo da Alfa Romeo 8C-
2300 da Scuderia Ferrari. Depois disso, ele passará a
dedicar-se apenas aos carros.
Ainda no mesmo ano de 1932, ele também ganhou os
Grandes Prêmios em Mônaco , França e Itália, tornando-se
Campeão Europeu de Grand Prix, considerado o Mundial de
Piloto antes da F-1 ser criada em 1950.
Houve tantos episódios na carreira esportiva de Nuvolari
que o tornaram famoso, que seria difícil relacionar
todos. Entre os mais famosos podemos nos lembrar:
Em 1931 , no circuito das Três Províncias , durante a corrida
Nuvolari passou um cruzamento de nível a alta velocidade,
causando a ruptura da mola de retorno de seu
acelerador. Para continuar a corrida, uma corrida contra o
cronômetro, Nuvolari cuidou da direção, do freio e da
embreagem, enquanto o mecânico Compagnoni manejava
o acelerador com o cinto de suas calças, atuando a
borboleta de aceleração através do capô do motor! Apesar
desta técnica de condução aos limites do praticável,
Nuvolari ganha a corrida superando um incrédulo Enzo
Ferrari por 32 segundos.
Em 1933, Nuvolari atravessou o Atlântico atrás do prêmio
milionário das 500 Milhas de Indianápolis, mas não
conseguiu se classificar para a largada.
Indianápolis não deu, então 60 dias depois ele tentou as 24
Horas de Le Mans. Em dupla com Raymond Sommer, ao
volante de um Alfa Romeo 8C, ele bateu a outra Alfa de
fábrica, conduzida por Luigi Chinetti e venceu de forma
espetacular (abaixo, a comemoração da vitória).
Em 1935 , no Grande Prêmio da Alemanha - nos 22 km da
pista de Nürburgring, Nuvolari impôs-se dirigindo um Alfa
Romeo muito abaixo dos poderosos carros alemães
da Mercedes Benz e da Auto Union. Depois de ter ficado
para trás na parada de reabastecimento, por causa de um
vazamento na bomba de gasolina, e perder a liderança, caiu
para o sexto lugar. Fez uma recuperação brilhante, mas no
início da última volta ele ainda tinha um atraso de mais de
30 segundos para von Brauchitsch, da Mercedes. Chovia.
Indiferente às condições da pista, Tazio alcançou e passou o
piloto alemão, vencendo diante de 300 mil expectadores,
incluindo a nata dos comandantes do Partido Nazista, que
esperavam ver uma grande afirmação alemã naquela
corrida. Nuvolari não deixou... Tão confiante estava de sua
vitória, que levou uma bandeira tricolor da Itália, que ele
fez tremular no mastro mais alto durante a cerimônia de
premiação . Dizem que os organizadores, sem encontrar o
disco com a Marcia Reale (o hino
nacional italiano da época), acabou tocando "O único mio" .