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Revista Cleto Fontoura 15° Edição

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O ginecologista e a<br />

Feminina<br />

HOMOSSEXUALIDADE<br />

Dra. Adriana Arena<br />

de Pinho Okasaki<br />

Médica Ginecologista<br />

Muitas mulheres ainda não falam ao (ou à) ginecologista<br />

sobre sua vida sexual e alguns<br />

profissionais não abordam essa questão. As<br />

razões são as mais diversas, vão desde falta<br />

de conhecimento por parte do médico, constrangimento,<br />

falta de tempo, até falta de habilidade para tratar do assunto.<br />

Essa ausência de informação pode até estar relacionada à<br />

formação do profissional, que pode não ter se dedicado a<br />

fundo ao tema sexualidade feminina.<br />

Para a paciente, falar sobre sua orientação sexual pode ser<br />

ainda mais difícil, pois poucas mulheres verbalizam as suas<br />

práticas homoeróticas a seu médico. De qualquer forma, na<br />

maioria das vezes, a iniciativa de falar sobre o assunto é das<br />

pacientes e raramente do profissional de saúde.<br />

Alguns ginecologistas descobrem risco de contágio para<br />

câncer de colo de útero, HPV, HIV e outras DSTs (doenças<br />

sexualmente transmissíveis) entre mulheres em união homo-<br />

afetiva, pois se uma estiver contaminada – por meio de uma<br />

prática comum entre elas, o tribadismo (fricção de ambos os<br />

genitais) - a outra também pode ser afetada.<br />

A dificuldade de atendimento de mulheres em união homoafetiva<br />

pode também se fazer presente quando há manifestação<br />

do desejo de engravidar, algo que pode ser facilmente<br />

resolvido, indicando-se a fertilização assistida.<br />

Se o profissional, porém, considerar que a masculinidade<br />

nas feições e na forma de se vestir traduzem homossexualidade,<br />

deve procurar se informar melhor em relação à sexualidade<br />

humana.<br />

A principal orientação quando a SEXUALIDADE de pacientes<br />

homossexuais é abordada é tratar o assunto com naturalidade;<br />

não pode haver pré-conceitos da parte do profissional. O<br />

médico deve escutar sua paciente, observar, mostrar empatia,<br />

RESPEITO, ética e não inferir com julgamentos.<br />

Cabe ao ginecologista também facilitar que a paciente assuma<br />

a sua condição de orientação homossexual, devendo<br />

estimular a procura de consulta ginecológica regular, com<br />

realização de exames preventivos, como qualquer mulher de<br />

orientação heterossexual. Além disso, para a OMS (organização<br />

mundial de saúde), a sexualidade é um determinante<br />

social de saúde e de qualidade de vida.

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